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Competência
Unidade
GESTÃO POR COMPETÊNCIAS
I
Veja o que a Dra. Odete Rabaglio fala sobre o assunto
<http://www.youtube.com/watch?v=l7Mwrcc2_ho>.
Para esse contexto, em que a evolução contínua dos profissionais é requerida, é que se desenvolveu o
modelo de gestão de pessoas baseada em competências (GPPC). Nele, os profissionais são vistos como
talentos a serem continuamente lapidados, de forma a desenvolverem as competências-chave tanto para
o seu sucesso como indivíduo quanto para o sucesso da organização (DUTRA, 2000; 2004).
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CAPÍTULO 1
Competência
Como dissemos, as mudanças ocorridas no cenário socioeconômico nas últimas décadas fizeram com
que as empresas mudassem suas formas de gestão. As mudanças tiveram impulsos inspirados, entre
outras variáveis: na globalização, no advento da sociedade do conhecimento e da informação e no
desenvolvimento das inovações científicas e tecnológicas, entre outras.
O processo de globalização gerou uma uniformização de mercados e de produtos, fazendo com que os
padrões de consumo se tornassem semelhantes nos diferentes continentes. Um dos efeitos da globalização
é o aumento dos níveis de competitividade, gerando uma constante redefinição de produtos, de processos,
de mercados e de insumos. A ênfase na satisfação do cliente veio com a abertura do mercado, quando
a oferta tornou-se maior que a demanda. Para manterem-se no mercado, as empresas tiveram de se
reestruturar a fim de atender às necessidades do cliente, cada vez mais exigente, e do mercado, cada vez
mais competitivo.
O desenvolvimento de novas tecnologias cresceu de maneira veloz no último século. A evolução dos
computadores, o advento da internet, as descobertas da Biologia (da importância da Ecologia aos avanços
da Genética) trouxeram um novo olhar para a sociedade contemporânea. As organizações tiveram muitos
ganhos com isso. A criação de novas tecnologias permitiu que as linhas de montagem se transformassem
em unidades de produção de fácil programação, podendo atender às variações do mercado, oferecendo
diversos produtos. Isso gerou uma flexibilidade dos processos de produção e um aumento da diversificação
dos produtos. A eficiência técnica da internet permitiu que as empresas agilizassem a troca de informações,
tornando-se mais rápidas e competitivas.
Vive-se na Era da Informação, do conhecimento. Segundo De Masi (2000), é preciso saber cada vez mais,
mais rapidamente, para poder ganhar espaço na sociedade como um todo e no mundo do trabalho em
particular. As relações entre informação e geração de riquezas são profundas. Valoriza-se quem tem a
informação e sabe fazer uso dela. Tudo isso acontece em um ritmo muito acelerado.
As pessoas estão buscando, em uma velocidade cada vez maior, as informações, o conhecimento. É preciso
estar “antenado”, conectado ao mundo e às exigências do mercado. A formação é muito valorizada. Como
as mudanças são contínuas, é requerida do indivíduo uma formação ininterrupta, seja em faculdades e
universidades, seja no ambiente de trabalho. Os conhecimentos necessários para conseguir um emprego
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GESTÃO POR COMPETÊNCIAS | UNIDADE I
de recepcionista, por exemplo, são maiores que há vinte anos. Não basta ser comunicativa e atender bem
ao público, a recepcionista precisa ter conhecimentos de informática, pois a maioria das recepções já
dispõe de computadores para registrar seus visitantes; é necessário, também, ter um bom conhecimento
da estrutura da organização, para poder encaminhar as pessoas às áreas corretas. Percebe-se, nesse simples
exemplo, a evolução das exigências no perfil profissional. Atualização constante, boa formação, domínio
de idiomas estrangeiros, conhecimentos de informática são requisitos no atual mundo do trabalho.
Assim, a Gestão por Competências requer “uma forma de remuneração relacionada com o grau de
informação e o nível de capacitação de cada pessoa” (CHIAVENATO, 2004:300). A remuneração da
competência “busca recompensar aspectos como a polivalência, a multifuncionalidade e o desenvolvimento
de habilidades e da maturidade” (JORGE, 2007:121).
Conceitos e Dimensões
O conceito de competência vem sendo utilizado por vários autores. Boyatizis (1982) iniciou o debate
sobre o tema competências no contexto gerencial em seu livro The competent manager: a model for
effective performance (BOYATZIS, 1982). O modelo de Boyatizis (1982) destaca 21 atributos necessários
para a construção do perfil ideal de um gestor, separados em seis grandes fatores.
Para Le Boterf (1999), por sua vez, a competência está no saber mobilizar e aplicar os recursos disponíveis
na atividade profissional. Destaca que a competência está além das qualificações individuais, mas no
resultado dessas qualificações no trabalho.
Esse estudioso relaciona o conceito de competência à mobilização, a articulação de recursos para a ação,
enfatizando os resultados das qualificações dos indivíduos nos resultados práticos no trabalho.
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que a organização se beneficie disso. É preciso levar em conta a capacidade de entrega do indivíduo à
empresa. Assim, o conceito de complexidade permite avaliar o nível de entrega e de agregação de valor
das pessoas. Segundo esse autor, é possível definir diferentes níveis de complexidade de entrega para
cada competência. O que diferencia dois indivíduos de competências semelhantes em seu desempenho
no trabalho é a capacidade de entrega, como ele utiliza seu potencial para a realização de suas tarefas.
Para ele, “desempenho é o conjunto de entregas e resultados de determinada pessoa para a empresa
ou negócio”.
De acordo com Fleury e Fleury (2000), “competência é um saber agir responsável e reconhecido, que
implica mobilizar, integrar, transferir conhecimentos, recursos e habilidades que agreguem valor
econômico à organização e valor social ao indivíduo”. O enfoque desse conceito está na capacidade de o
indivíduo mobilizar recursos para a ação.
Os conceitos desenvolvidos por Dutra (2001) e Fleury e Fleury (2000) associam competência e desempenho.
Durand (apud BRANDÃO, 1999) desenvolveu um conceito de competência baseado em três dimensões:
conhecimentos, habilidades e atitudes. Essas dimensões são complementares e interdependentes. Para
ele, competência é um conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes necessárias à consecução de
determinado propósito.
Megginson, Mosley e Pietri Júnior (1998) acrescentam ainda as habilidades administrativas, que se
referem ao conjunto de capacidades associadas a funções de planejamento, organização, contratação de
pessoas e controle, incluindo a capacidade do administrador para se adaptar a diretrizes e procedimentos
organizacionais.
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Seja como for, podemos adicionar termos como: “aplicar o conhecimento”, “saber pensar e agregar valor”
e “transformar o conhecimento em algo concreto e produtivo”.
Habilidades
Administração Conceituais
Superior
Gerência Habilidades
Intermediária Humanas
Supervisão de
Primeira linha Habilidades
Técnicas
Supervisores de primeira linha devem possuir habilidades técnicas, muito mais que as humanas e
conceituais, mas isso não significa que não deva ter um pouco de habilidade nas outras áreas além da
técnica. Na contramão disso, a administração superior preconiza habilidades conceituais mais do que as
humanas e as técnicas, o que também não significa que não deva considerar outras habilidades além das
conceituais. Já a gerência intermediária, por ser o meio de ligação entre a administração superior e os
supervisores de primeira linha, devem ter um pouco de cada habilidade, com distribuição praticamente
equivalente entre elas.
Atitudes são estados complexos que afetam o comportamento, determinando a escolha de um curso de
ação pessoal. De nada adianta ter habilidade se não puder colocar isso em prática. Requer atitudes das
pessoas para que possa ser colocada em prática. Aqui encontramos termos que resumem a habilidade,
tais como: “aplicar a habilidade”, “alcançar metas e objetivos” e “transformar a habilidade em resultado”.
Para Durand (apud BRANDÃO, 1999), a aprendizagem que leva ao desenvolvimento das competências
deve considerar a assimilação de conhecimentos, a aquisição de habilidades e a internalização de atitudes
relevantes ao alcance de determinado fim.
»» Informação
»» Saber o quê
Conhecimento »» Saber o porquê
Competência
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Para Chiavenato (2010) pessoas dotadas de competências são chamadas de “talentos”, em alusão à velha
moeda “talento”, originalmente usada na Mesopotâmia e em Israel, e posteriormente disseminada na
Grécia Antiga e no sistema romano.
De acordo com Dutra (2004), existem duas grandes correntes que conceituam competência. Uma
delas, representada por Boyatizis (1982) e McClelland (1973), afirma que competência é o conjunto de
conhecimentos, habilidades e atitudes que credencia o indivíduo a exercer determinado trabalho. A
outra corrente, defendida por Le Boterf (1999) e Zarifian (1999), relaciona competência às realizações do
indivíduo em determinado contexto, àquilo que ele produz ou realiza no trabalho.
No quadro comparativo, a seguir, percebe-se que existem ênfases diferentes nos conceitos de competência
dos diversos autores que tratam do tema.
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Boyatizis “Competências são aspectos verdadeiros ligados à natureza humana. São Formação
(1982) comportamentos observáveis, em grande parte, o retorno da organização.” Resultados
Estratégias
Sparrow e Bognanno “Competências representam atitudes identificadas como relevantes para
a obtenção de alto desempenho em um trabalho específico, ao longo de Ação
(1994) uma carreira profissional, ou no contexto de uma estratégia corporativa.”
Resultados
<http://www.youtube.com/watch?v=0XighwavELc&feature=related>.
Tipos de Competência
Existem dois principais níveis de competência: organizacionais e humanas ou profissionais.
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competitivo baseado nas especialidades e especificidades de cada organização. Para Prahalad e Hamel
(1990), as core competences devem responder a três critérios.
Para Zarifian (1996), as competências da organização podem ser classificadas da seguinte forma:
»» Técnicas
»» Sociais
»» De serviço
»» Sobre processos
»» Sobre a organização
No segundo nível, das competências humanas, observa-se a necessidade crescente de formar e valorizar o
profissional que possa oferecer respostas mais rápidas às demandas do mercado e da empresa, que tenha
uma postura aberta à inovação, baseado num perfil criativo e flexível, que esteja preparado para trabalhar
e estimular o desenvolvimento das outras pessoas com quem trabalha.
A rapidez com que as mudanças acontecem no mundo organizacional faz com que o indivíduo tenha de
mobilizar cada vez mais recursos para lidar com as novas situações impostas por tais mudanças. Desta
forma, o trabalho não se concentra apenas no desenvolvimento de tarefas predefinidas e associadas a cada
cargo. Tem um destaque cada vez maior o número de profissionais que responde às novas exigências do
mercado, trazendo contribuições para o desempenho da organização.
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GESTÃO POR COMPETÊNCIAS | UNIDADE I
Segundo Dutra (2001), “a agregação de valor dos indivíduos é sua contribuição efetiva ao patrimônio
de conhecimentos da organização, o que lhe permite manter suas vantagens competitivas ao
longo do tempo.” Percebe-se, assim, uma forte relação entre competências organizacionais
e individuais.
As competências humanas também podem ser observadas em equipes de trabalho. Segundo Zarifian
(1996), uma competência pode se manifestar em processos produtivos e ser atribuída tanto ao indivíduo
quanto ao grupo de trabalho. Durand (2000) afirma que valores comuns à equipe influenciam no
desempenho e nos resultados alcançados por ela.
Uma característica importante do conceito de competência refere-se ao seu caráter dinâmico. Isso
significa que competências específicas, valorizadas em determinada atividade, no momento atual, podem
perder seu valor, tornando-se obsoletas, ultrapassadas, devido ao surgimento de inovações tecnológicas
ou a mudanças na estratégia organizacional.
Para Prahalad e Hamel (1990), as competências têm um caráter dinâmico, pois necessitam ser
transformadas, com o propósito de atender às mudanças no mercado competitivo em um processo
ininterrupto. A competência essencial deve buscar uma natureza dinâmica, de modo a não se tornar uma
“rigidez essencial”, que inibe a inovação e o crescimento. Isso decorre da dificuldade das empresas (e das
pessoas) de mudar, principalmente se as ações que precisam ser modificadas são aquelas que alavancaram
o sucesso do negócio. Logo, é preciso investir no desenvolvimento de novas competências, enquanto as
antigas ainda agregam valor à organização. O desenvolvimento de competências essenciais dinâmicas
requer aprendizagem organizacional e atualização contínua.
Segundo Schein (1996), as competências essenciais, para serem eficazes, têm de evoluir e mudar
de maneira constante, por meio de aprendizagem organizacional permanente. As organizações que
investem e melhoram suas competências são capazes de criar novas alternativas de crescimento
estratégico.
Em geral, o planejamento estratégico organizacional aponta a visão de futuro aonde a empresa pretende
chegar e, com ela, objetivos e metas que demandam um leque de competências necessárias para tornar o
alvo atingível. Assim, mapeiam-se conhecimentos, habilidades e atitudes (competências) necessárias para
que a organização torne sua visão uma realidade.
Após o mapeamento das core competences, procede-se o mesmo mapeamento, desta vez em relação às
competências humanas ou profissionais. Quais conhecimentos, habilidades e atitudes os colaboradores
devem ter para que a organização atinja a visão desejada? A diferença entre as competências
organizacionais e as humanas ou profissionais é chamada de gap ou lacuna de competências. Essa
diferença deve ser compensada com educação corporativa que capacite pessoas e as tornem aptas
ao alinhamento estratégico desejado. Outra alternativa é o recrutamento externo. Veremos isso com
maiores detalhes no próximo capítulo.
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UNIDADE I | GESTÃO POR COMPETÊNCIAS
»» Conhecimentos
»» Habilidades
Core
competências »» Atitudes
»» Conhecimentos
(-)
»» Habilidades
Competências »» Atitudes
Profissionais
»» Educação Corporativa
(=) GAP ou Hiato »» Recrutamento Externo
De acordo com Sparow e Bognanno (1994), as competências podem ser classificadas conforme seu grau
de relevância.
Os autores ressaltam que, a partir dessa classificação, é possível identificar e mapear as competências
necessárias ao sucesso organizacional. Desta forma, podem-se direcionar os recursos da organização para
o desenvolvimento das competências emergentes e para a manutenção das essenciais.
O conceito de competência é mais amplo e não exclui o conceito de habilidade. O que os diferencia
é, apenas, a maior nitidez e a mensuração mais objetiva que cada um trará em cargos específicos.
Para grande parte dos autores, competência se resume a 3 fatores: conhecimentos, habilidades e
atitudes (CHA).
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GESTÃO POR COMPETÊNCIAS | UNIDADE I
»» Tipos de Competência
Segundo Souza (2005), as competências podem ser gerais ou específicas, sendo que as
específicas dizem respeito a uma carreira e as gerais são comuns a toda organização.
Exemplos de competências:
›› Direcionamento estratégico.
›› Liderança de equipes.
›› Agente de mudança.
›› Colaboração irrestrita.
›› Iniciativa.
›› Flexibilidade.
›› Planejamento e organização.
›› Construção de relacionamentos.
›› Capacidade técnica.
›› Visão sistêmica.
»» Tipos de Habilidades
Para Souza (2005), o sistema baseado em habilidades sustenta-se em três dimensões.
Exemplos de habilidades:
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›› Objetividade.
›› Autoavaliação.
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CAPÍTULO 2
Modelo de Gestão por Competências
Várias organizações estão utilizando modelos de gestão por competências para planejar, captar e
desenvolver as competências necessárias ao alcance de seus objetivos.
O modelo proposto por Ienaga (1998) parte do mapeamento do gap de competências da organização,
identificando, a partir dos objetivos estratégicos da instituição, a discrepância entre as competências
necessárias à consecução dos objetivos e as competências internas disponíveis na organização.
Após a realização do mapeamento dos gaps de competência, é possível planejar e implementar ações de
capacitação e/ou desenvolvimento de competências, visando a eliminar ou a minimizar as lacunas.
Desta forma, a gestão por competências toma como referência a estratégia da organização e direciona suas
ações de recrutamento e seleção, capacitação, gestão de carreira e formalização de alianças estratégicas,
entre outras, para a captação e o desenvolvimento das competências necessárias para atingir seus objetivos.
Identificação do gap
Brandão e Guimarães (2001) apresentam as principais fases do modelo de gestão por competências no
quadro a seguir:
Formulação da estratégia
organizacional Desenvolvimento Formulação dos planos
de competências operacionais de trabalho e de
Definição da missão, da visão de internas gestão
Diagnóstico das
futuro e dos objetivos estratégicos
competências
Definição de indicadores de humanas ou
profissionais Captação e
desempenho organizacional integração de Definição de indicadores de
competências desempenho e de remuneração
Diagnóstico das competências externas de equipes e de indivíduos
essenciais à organização
Acompanhamento e avaliação
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UNIDADE I | GESTÃO POR COMPETÊNCIAS
Após a identificação das competências necessárias para o alcance das metas organizacionais, parte-se para
o mapeamento de competências (humanas e organizacionais). Identifica-se o gap (lacuna) existente entre
as competências necessárias para alcançar o desempenho esperado e as competências já encontradas na
organização. Veja no quadro a seguir a identificação do gap de competências.
Competências
mapeadas
Competências necessárias
Gap 0
Gap 1
Competências atuais
T0 T1 Tempo
A identificação do gap de competências permite que a organização crie estratégias para minimizar essas
lacunas e manter-se competitiva no mercado. Isso é feito por meio do planejamento de ações de captação
e de desenvolvimento de competências.
As ações de captação de competências estão ligadas à seleção de talentos externos e sua integração
ao ambiente organizacional. Segundo Brandão e Guimarães (2001), tais ações podem acontecer no
nível individual (ações de captação e seleção de talentos) e no nível organizacional (joint-ventures ou
alianças estratégicas).
É feito, então, o monitoramento da execução dos planos operacionais e de gestão e de seus respectivos
indicadores de desempenho, com o objetivo de identificar e de corrigir eventuais desvios.
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GESTÃO POR COMPETÊNCIAS | UNIDADE I
A gestão por competências é uma tendência a ser seguida onde há a necessidade de se integrar o modelo
de gestão de pessoas à estratégia da organização.
Mapeamento de Competências
O objetivo do mapeamento de competências é identificar os gaps de competências, estabelecer as lacunas
entre as competências necessárias para atingir os objetivos estratégicos da organização e as competências
internas já existentes.
A coleta de dados para mapeamento das competências pode ser feita por meio das seguintes estratégias.
»» Pesquisa documental.
»» Observação participante.
»» Observação não participante.
»» Entrevistas.
»» Questionários.
»» Grupo focal.
Feito isso, parte-se para entrevistas com pessoas-chave da empresa (especialistas, membros da Diretoria).
Nas entrevistas, procura-se captar a percepção dos entrevistados a respeito dos dados levantados na
pesquisa documental, sempre visando a identificar possíveis competências necessárias à instituição.
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UNIDADE I | GESTÃO POR COMPETÊNCIAS
Recomenda-se tomar notas ou gravar as entrevistas, pois, por meio desse registro, é possível fazer a
análise do conteúdo e identificar possíveis competências mencionadas pelos entrevistados. Ao analisar
o conteúdo das entrevistas, é importante verificar a frequência com que cada competência foi destacada,
indicando sua relevância para a organização.
Em algumas ocasiões, o profissional de RH não tem tempo disponível para fazer entrevistas individuais.
Nesses casos, ele pode utilizar a técnica do grupo focal, conduzindo uma discussão objetiva e moderada a
respeito das competências essenciais para a organização. Geralmente, os grupos focais são compostos de
oito a doze colaboradores, um moderador e, se possível, um ou mais observadores.
A utilização dessa técnica permite maior flexibilidade na coleta de dados, oferecendo subsídios para a
construção de outros instrumentos de pesquisa.
Para cada uma das técnicas vistas acima, existem vantagens e desvantagens. Algumas se tornam inviáveis
pelo alto custo e pelo longo tempo de execução. Veja, no quadro abaixo, os pontos fortes e fracos de cada
uma das técnicas de coleta de dados para mapeamento de competências.
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GESTÃO POR COMPETÊNCIAS | UNIDADE I
Esses métodos de coleta de dados para mapeamento de competências são aplicados para identificar as
competências relevantes para a consecução dos objetivos organizacionais. Porém, para mapear os gaps
de competência, é preciso identificar as competências internas já existentes na organização. Para isso, os
profissionais de RH utilizam os instrumentos de avaliação de desempenho. Como visto anteriormente, as
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UNIDADE I | GESTÃO POR COMPETÊNCIAS
competências humanas podem ser expressas pelo desempenho do indivíduo e os instrumentos de gestão
do desempenho profissional ajudam a identificar as competências que os colaboradores apresentam no
trabalho. (BRANDÃO, 2006)
A maior parte das organizações utiliza sistemas próprios para certificar as competências de seus colaboradores,
usando instrumentos de avaliação de desempenho desenvolvidos internamente. O Balanced Scorecard e a
avaliação 360º são alguns modelos de gestão de desempenho utilizados nas organizações.
O Balanced Scorecard é um modelo desenvolvido por Kaplan e Norton (1997) que visa a orientar
o desempenho organizacional e individual, levando em conta aspectos financeiros, perspectivas do
cliente, processos internos, aprendizagem e crescimento. Tem como objetivo alinhar o desempenho de
indivíduos e de áreas da organização aos objetivos estratégicos, usando indicadores de curto, médio e
longo prazo.
A avaliação 360° é um modelo de gestão de desempenho desenvolvido por Edwards e Ewen (1996)
bastante utilizado nas organizações. Neste modelo, uma rede de indivíduos registra e recebe feedbacks de
diferentes fontes de avaliação (superior hierárquico, pares, subordinados, clientes, fornecedores e outros
eventuais atores envolvidos no processo produtivo). Assim, o resultado da avaliação de desempenho do
indivíduo é mais fidedigno, pois minimiza distorções.
Descrição de Competências
A descrição de determinada competência deve traduzir o desempenho ou o comportamento esperado,
deixando claro o que o indivíduo deve ser capaz de fazer.
»» Fazer validação semântica: para garantir que todos tenham o mesmo entendimento a
respeito da competência descrita.
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GESTÃO POR COMPETÊNCIAS | UNIDADE I
»» Ambiguidades.
»» Irrelevâncias.
»» Duplicidades.
»» Abstrações.
Veja alguns exemplos de descrição de competências (BRANDÃO, 2006).
Para descrever competências humanas, existem basicamente dois critérios, que podem variar, conforme
a finalidade da descrição.
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UNIDADE I | GESTÃO POR COMPETÊNCIAS
Fonte: Brandão, Guimarães e Borges-Andrade (2001), com adaptações apud BRANDÃO (2006).
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CAPÍTULO 3
Alinhamento das Ações de Gestão de Pessoas à
Estratégia Organizacional
A gestão por competências tem como propósito gerenciar os gaps de competências existentes na
organização, com o intuito de eliminá-los ou de minimizá-los, aproximando ao máximo as competências
existentes das necessárias para o alcance dos objetivos institucionais.
Nesse processo, a área de Recursos Humanos tem um papel fundamental. Segundo Brandão (2006), cabe
a ela “orientar e estimular os profissionais a eliminar as discrepâncias entre o que eles são capazes de fazer
(competências atuais) e o que a organização espera que eles façam (competências desejadas)”.
Partindo do planejamento estratégico da organização, a área de Recursos Humanos constrói suas políticas
e práticas, de forma a integrar seus subsistemas, visando à aquisição das competências necessárias ao
alcance dos objetivos e das metas organizacionais.
Planejamento Subsistemas de
Gestão de Pessoas Educação corporativa
Estratégia
organizacional e diagnóstico
de competências Identificação e
alocação de talentos
Orientação profissional
Planejamento em Avaliação do Competências
e carreira
Gestão de Pessoas desempenho
profissional
Remuneração e benefícios
Comunicação interna
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UNIDADE I | GESTÃO POR COMPETÊNCIAS
A partir do quadro anterior, observa-se que o planejamento das ações dos subsistemas de gestão de
pessoas está vinculado à estratégia organizacional e ao diagnóstico das competências. É nesta fase que se
faz o mapeamento das competências humanas necessárias para a consecução dos objetivos estratégicos e
o planejamento das ações para desenvolvê-las.
Brandão (2006) salienta que as competências humanas identificadas como relevantes às diversas unidades
da empresa devem compor a avaliação de desempenho profissional, que permite à organização mensurar
até que ponto seus colaboradores expressam tais competências no trabalho. Deste modo, a avaliação de
desempenho tem como objetivo identificar as competências que superam o desempenho esperado, bem
como as eventuais lacunas de competências.
O resultado do mapeamento de competências humanas traz subsídios para a identificação das necessidades
de aprendizagem, para a formulação dos objetivos instrucionais, para a definição de conteúdos
programáticos, para a construção de trilhas de aprendizagem, bem como para o compartilhamento de
competências entre as pessoas (BRANDÃO, 2006).
De acordo com Dutra (2002), é possível construir um subsistema de gestão do desenvolvimento das
pessoas baseado em competências, considerando como fator determinante a complexidade da entrega.
Para esse autor, não é suficiente que o indivíduo possua conhecimentos, habilidades e atitudes. É preciso
que haja entrega e agregação de valor para a organização.
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GESTÃO POR COMPETÊNCIAS | UNIDADE I
A partir das competências essenciais para o alcance dos objetivos estratégicos da organização, define-se
o perfil profissional e inicia-se o processo de seleção das pessoas adequadas às necessidades presentes e
futuras da empresa. Da mesma forma acontece com os processos seletivos internos. Busca-se adequar o
perfil de competências das pessoas às competências exigidas para o cargo a ser exercido.
Segundo Dutra (2001), ao avaliar um candidato, leva-se em conta não apenas o seu conjunto de
competências, mas também sua capacidade de entregar-se à empresa.
Dutra (2001) afirma que o sistema de administração de carreiras deve conciliar o desenvolvimento da
organização e do indivíduo. Para ele, a definição de trajetórias de carreira é importante para a manutenção de
vantagens competitivas. Isso pode ser feito de forma compartilhada entre o colaborador, que estabelece suas
opções de carreira, e a organização, que dá suporte ao planejamento individual da carreira de seus funcionários.
»» Em linha: a sequência de posições está alinhada em uma única direção, não oferecendo
alternativas às pessoas.
»» Em rede: oferece várias opções para cada posição da empresa. Permite à pessoa
estabelecer sua trajetória, a partir de critérios de acesso previamente estabelecidos.
Para esse autor, há diferentes eixos de carreira nas organizações, que estão atrelados aos processos
fundamentais da empresa. Para cada um dos eixos, é definido um conjunto próprio de competências, que
devem ser graduadas de acordo com o nível de complexidade da entrega. Assim, é possível acompanhar
o desenvolvimento individual em relação à entrega para a organização. Esse é um processo em que o
feedback é peça-chave, pois o colaborador e sua chefia irão, periodicamente, avaliar os progressos feitos e
os gaps ainda existentes.
33
UNIDADE I | GESTÃO POR COMPETÊNCIAS
Remuneração
Ao se atrelarem os conceitos de competência aos processos de gestão de pessoas, estimula-se a remuneração
variável, de acordo com as competências expressas no trabalho pelo indivíduo.
Determinadas competências podem ser remuneradas de maneira diferenciada, de forma variável. Isso
gera incentivos e estimula os colaboradores a desenvolver a referida competência.
Algumas organizações oferecem remuneração variável para colaboradores que se dispõem a atuar como
instrutores ou tutores em capacitações internas. Esse é um exemplo de como a remuneração variável
ligada a competências pode estimular o desenvolvimento profissional, além do reconhecimento dos pares
e da retribuição financeira. Falaremos mais desse assunto na Unidade 3.
Comunicação Interna
A comunicação interna deve ser utilizada para estimular o autodesenvolvimento dos indivíduos,
divulgando aspectos da estratégia organizacional, tais como: missão, visão, objetivos estratégicos e
metas organizacionais. É usada, também, para a disseminação do conhecimento, pela socialização de
informações relativas a experiências de sucesso e inovadoras das diferentes áreas da empresa.
Dois conceitos em voga que estimulam novos métodos de trabalhar essa dimensão são: endomarketing e
empowerment (empoderamento).
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Unidade Ii
SISTEMAS DE REMUNERAÇÃO
Unidade
SISTEMAS DE REMUNERAÇÃO Ii
O final do século XX foi marcado por grandes mudanças nas organizações. Foi necessário adaptar-se ao
novo nível de exigência dos consumidores, aos avanços tecnológicos, à concorrência acirrada. Todos esses
aspectos afetaram diretamente o modo de as empresas gerirem seus funcionários e, consequentemente,
recompensá-los. “Uma das mais importantes funções da gestão de recursos humanos é a de determinar
os padrões de remuneração dos empregados” (JORGE, 2007:19). Três perspectivas tiveram importante
contribuição em toda essa mudança.
A primeira perspectiva está voltada para o “modelo japonês de produção”, também conhecido como
“produção enxuta”, que incorpora princípios organizacionais como o Just-in-time, a qualidade total, o
processo de melhorias contínuas e as equipes autônomas. (SOUZA, 2005:20)
Por fim, a terceira perspectiva tenta compreender as transformações no mundo pela Revolução
Tecnológica. “É a aplicação do conhecimento e da informação para a geração de conhecimento e de
dispositivos de processamento/comunicação da informação, em um ciclo de realimentação cumulativo
entre inovação e uso” (CASTELLS, 2000, in: SOUZA, 2005). A partir daqui, o capital humano passou
a ser diferencial de vantagem competitiva, uma vez que apenas indicadores financeiros não eram mais
suficientes para gerar valor econômico para as corporações.
No entanto, entre os diferentes aspectos do meio profissional, a remuneração é um dos mais importantes
para o trabalhador, pois estabelece a sua posição na comunidade e, na maioria dos casos, constitui o seu
único meio de sobrevivência. Na tentativa de aperfeiçoar o sistema de remuneração, no século passado
boa parte das empresas continuava buscando formas para controlar os custos com salários. Porém,
um compromisso de adicional ao pagamento por antiguidade foi estabelecido em muitas classes e os
funcionários passaram a ter como “líquido e certo” o direito ao recebimento de um aumento salarial
anual, o que ocasionou o fracasso do sistema de pagamento por mérito.
Apenas no início da década de 1990 é que as empresas passaram a buscar um maior envolvimento do
trabalhador e a estimulá-lo para o desenvolvimento de novas competências. Isso só foi possível graças
a um longo processo de mudança de crenças, de valores e de cultura organizacional. Daí surge a
remuneração por competências, onde o trabalhador passa a ser avaliado mediante: seus conhecimentos,
suas habilidades e suas atitudes.
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CAPÍTULO 4
Sistema Tradicional de Remuneração
Apesar das grandes mudanças ocorridas nas organizações, a maioria das empresas remunera seus
funcionários pelo conjunto de tarefas que lhes são atribuídas.
Para remunerar com justiça e equidade os ocupantes de um cargo, é preciso calcular o valor desse cargo em
relação aos demais cargos da organização e também a situação do mercado de salários. A administração
de salários envolve um conjunto de critérios que visam a estabelecer estruturas salariais equitativas,
considerando o valor agregado dos salários.
O valor agregado não se faz pelo trabalhador em si, mas pela descrição precisa e
detalhada das atividades que compõem o cargo. [...] Assim, ao empregado que busca
realizar um trabalho benfeito cabe a reprodução eficiente do trabalho prescrito
(SOUZA, 2005:38).
A maior dificuldade de uma empresa para implementar esse sistema de remuneração é a ausência de
um instrumento realmente objetivo de mensuração que satisfaça a todos e que meça o quanto vale
um trabalho em termos monetários. No entanto, para se implementar esse tipo de remuneração em
uma empresa, dois fatores devem ser avaliados: o valor do cargo na empresa, que visa a “medir a
contribuição do cargo para o alcance do objetivo organizacional” (SOUZA, 2005) e o valor do cargo
no mercado de trabalho.
Segundo Jorge (2007), alguns fatores, internos e externos, condicionam a formação da massa de
remuneração. No âmbito interno, podem-se considerar a tecnologia, a saúde financeira, o custo da mão
de obra em relação ao faturamento, a avaliação e a hierarquização dos cargos, os grupos internos de
influência e os costumes baseados em crenças relacionadas ao estágio de desenvolvimento da organização.
No âmbito externo, consideram-se a situação geográfica, a conjuntura econômica, o governo, os sindicatos,
os paradigmas de grandes empresas, os componentes éticos e psicossociais. Após associar as informações
obtidas nos dois processos, é possível definir a política salarial da organização e implementar o Plano de
Cargos e Salários (PCS).
A seguir, faremos uma breve apresentação sobre alguns métodos tradicionais. Entretanto, falaremos mais
adiante sobre esses métodos quando tratarmos da Fase de Elaboração: avaliação dos cargos.
38
SISTEMAS DE REMUNERAÇÃO I | UNIDADE II
Método do Escalonamento
Também chamado de job ranking é um método de comparação simples e que consiste em dispor os
cargos num rol crescente ou decrescente em relação a algum critério de comparação. Inicia-se com uma
descrição e análise em relação aos cargos (habilidades necessárias, escolaridade requerida, conhecimentos
exigidos etc.) e em seguida compara-se os cargos. O próprio rol serve como padrão para diferenças de
remuneração. Ao invés de se comparar cargo a cargo com o critério escolhido, compara-se cargo a cargo
com o cargo de referência que melhor o representa.
Os cargos são comparados em relação a cada fator de avaliação e o resultado é transformado em pontos,
visando a avaliação quantitativa. Essa comparação é feita por meio de um formulário denominado matriz
39
UNIDADE II |SISTEMAS DE REMUNERAÇÃO
de avaliação de cargos. Ao somar os pontos de avaliação em cada um dos fatores de avaliação da matriz,
obtém-se a avaliação final de cada cargo, que tem um valor de pontos a ele atribuído.
Pesquisa Salarial
É uma pesquisa de mercado de salários para averiguar os valores salariais pagos pelas outras empresas.
Baseia-se em uma amostra representativa dos cargos (na empresa e no mercado pesquisado). As empresas
podem ser escolhidas pelo seu ramo de atividade, setor de mercado, localização geográfica, tamanho
ou política de remuneração. Os questionários são aplicados e os resultados são tabulados para serem
distribuídos entre as empresas participantes da pesquisa.
40
CAPÍTULO 5
Sistemas Contemporâneos de Remuneração
Com o decorrer dos anos, o sistema de remuneração foi se adaptando às necessidades das empresas e de
seus funcionários. A partir dessas necessidades, surgiu o conceito de remuneração total. A remuneração
total é constituída de três componentes principais. São eles: remuneração básica, incentivos salariais
(remuneração variável) e benefícios.
Remuneração Total
Vamos nos ater aos incentivos salariais, que constituem o diferencial do Sistema de Remuneração
Contemporânea.
Remuneração Variável
“Remuneração variável é a parcela da remuneração total creditada periodicamente [...] a favor do
funcionário” (CHIAVENATO, 2004:291).
O principal papel desse novo conceito é vincular a remuneração ao desempenho, ao alcance de objetivos,
além de “refletir a valorização das competências dos profissionais, sua evolução na carreira e sua
capacidade de gerar valor para a organização” (SOUZA, 2005: 96).
Segundo Souza (2005), existem dois grandes tipos de remuneração variável que o mercado costuma
utilizar: os incentivos de curto prazo e de longo prazo.
41
UNIDADE II |SISTEMAS DE REMUNERAÇÃO
TIPO DESCRIÇÃO
TIPO DESCRIÇÃO
A avaliação dos resultados está atrelada a um período menor que o do pagamento do bônus,
Bônus diferido pois parte do bônus do executivo é diferido por certo período. O valor pago é em dinheiro.
Bônus em Este programa prevê a avaliação de resultados de longo prazo e o pagamento do bônus
longo prazo após a apuração dos resultados. O valor pago é em dinheiro.
42
SISTEMAS DE REMUNERAÇÃO I | UNIDADE II
Desempenhos possuem uma “ligação direta” com estímulos e consequentemente com a motivação das
pessoas. Chiavenato (2005 apud HERZBERG) explicita os fatores higiênicos e motivacionais. Veja no
quadro a seguir.
Mas a questão é: o que promove a retenção de talentos? Segundo Camila Micheletti (<http://carreiras.
empregos.com.br/comunidades/rh/noticias/171002-pesquisa_retencao_talentos.shtm> – acesso em
julho de 2012),
De acordo com uma pesquisa publicada recentemente pela Right Saad Fellipelli,
empresa de recursos humanos de abrangência mundial, este índice mostrou-se bem
abaixo do esperado: apenas 13,79% possuem um programa formal de retenção.
Realizada com mais de 300 executivos de diversas áreas de atuação, a pesquisa quis
mostrar um panorama real sobre a existência ou não de programas estruturados de
retenção de talentos nas empresas.
43
UNIDADE II |SISTEMAS DE REMUNERAÇÃO
Prós
»» Funciona como motivação intrínseca, ou seja, como fator motivacional, dando ênfase à
autorrealização pessoal.
“O Plano de Cargos e Salários é caracterizado pela determinação dos salários em função da obtenção de
determinado equilíbrio interno e externo em um sistema cartesiano” (JORGE, 2007:20). Para o Plano de
Cargos e Salários – PCS atingir o equilíbrio interno, é necessário que a diferença salarial entre os cargos
seja proporcional às tarefas exigidas de cada ocupante. Quanto ao equilíbrio externo, é necessário que os
valores pagos internamente se comparem aos praticados no mercado.
Fase de preparação
»» Diagnóstico Organizacional
»» Planejamento
»» Divulgação
Fase de elaboração
Fase de Preparação
Diagnóstico organizacional
Não se trata de um diagnóstico profundo, mas de um levantamento de informações importantes sobre o
contexto da empresa.
45
UNIDADE II |SISTEMAS DE REMUNERAÇÃO
Jorge (2007) cita alguns pontos que devem ser necessariamente identificados.
»» Histórico da empresa
»» Estrutura organizacional
»» Sistema de remuneração vigente, sistematizado ou empírico
»» Nível de insatisfação com o sistema vigente
»» Cargos utilizados e dispersão salarial
»» Reclamações trabalhistas com foco em cargos e salários
»» Tentativas anteriores de sistematização da administração de salários
»» Sistema de comunicação usual
»» Relações com o sindicato – histórico de greves
»» Visão dos trabalhadores sobre o assunto
»» Existência de representações internas
»» Estágio de desenvolvimento organizacional
»» Principais valores da organização
»» Centros de poder
»» Demandas motivacionais predominantes
»» Motivos determinantes da decisão de se desenvolver o sistema
Planejamento do PCS
A implementação do PCS deve ser planejada de modo a prever as ações em cada etapa do trabalho e a
preparação do material necessário.
Jorge (2007:25) sugere alguns itens que devem ser enfocados em cada etapa de desenvolvimento do projeto.
46
SISTEMAS DE REMUNERAÇÃO I | UNIDADE II
A divulgação pode ser feita por meio de cartilhas explicativas, de jornal interno, de quadro de avisos, de
comunidades etc. É importante, também, que haja uma comissão de acompanhamento do projeto.
A divulgação deve ocorrer no momento certo, para não gerar expectativas muito elevadas. Por melhor
que seja o plano, as pessoas tendem a se decepcionar quando introjetam falsas expectativas.
Para explicar isso, recorremos a um dos princípios que o marketing utiliza para mensurar o nível de
satisfação dos clientes. Basta substituir a palavra “cliente” por “colaborador”, que o efeito será o mesmo.
60
40
20
O problema de elevar muito o nível da expectativa é que, nesse exemplo, caso o colaborador esperasse o
nível 100, o resultado 2 já não o satisfaria.
Dito isso, resta-nos incentivar que a divulgação seja feita como um “marco” na história da empresa, com
todos os detalhes que caracterizam um grande evento.
Fase de Elaboração
47
UNIDADE II |SISTEMAS DE REMUNERAÇÃO
Delineamento de cargos
Vejamos alguns conceitos de cargo:
“Posto de trabalho ou conjunto de postos de trabalho que apresentam identidade quanto à natureza das
tarefas e às exigências para sua execução” (JORGE, 2007:28).
Por outro lado, a modelagem orgânica valoriza a instabilidade do sistema como fator de evolução.
Segundo Souza (2005), o processo de delineamento dos cargos leva em consideração cinco etapas.
»» Estruturação: podem ser estruturados em cargo amplo, com maior número de tarefas,
responsabilidades e desafios, além de ser mais flexível e permitir maior aproveitamento
das potencialidades dos funcionários, ou cargo restrito, que caracteriza a modelagem
organizacional mecânica.
»» Titulação: nome do cargo: É o rol de cargos que constam nos registros funcionais e nas
carteiras de trabalho. O nome deve ser descritivo, breve e de fácil uso.
»» Especificação de cargos: definição de quais são os requisitos mínimos para que o ocupante
desempenhe bem suas atribuições. Fazem parte da especificação o grau de escolaridade,
a experiência mínima necessária, a iniciativa e as responsabilidades.
Entrevista
48
SISTEMAS DE REMUNERAÇÃO I | UNIDADE II
»» Não diretiva: o entrevistado pode divagar sobre vários assuntos. É demorada e pode
apresentar uma grande quantidade de informações dispersas.
»» Padronizada: é um misto das anteriores, sendo que algumas questões são direcionadas
de forma mais rígida, mas sem privar as manifestações dos entrevistados. É o tipo mais
adequado, “pois garante o envolvimento do entrevistado, sem perder o foco no objetivo
desejado” (JORGE, 2007:29).
Questionário
Consiste em um roteiro de levantamento de dados por meio de questões abertas e fechadas para serem
respondidas de forma abrangente, rápida e participativa.
É importante que os objetivos do questionário precedam sua distribuição e orientação. Deve ser elaborado
de forma clara, com todos os dados necessários e com as instruções precisas para seu preenchimento.
Observação
Esta técnica, se utilizada isoladamente, é indicada, apenas, para a análise de cargos de processos lineares
de produção, pois apresenta o inconveniente de não envolver adequadamente o profissional que executa
as tarefas.
Métodos combinados
Esta técnica caracteriza-se pela combinação das técnicas anteriores, buscando-se aproveitar as vantagens
e minimizar as desvantagens delas.
»» Reconhecimento das funções da área, divisão dos trabalhos, identificação dos postos de
trabalho e dos respectivos ocupantes.
Instrução
Experiência
REQUISITOS MENTAIS
Complexidade das tarefas
Iniciativa necessária
Descrição de cargos
No passado, a descrição de cargos era um relato pormenorizado de todas as tarefas de um cargo, o que
acabava “engessando” a atuação do empregado. Com o avanço tecnológico e as grandes mudanças nas
organizações, a divisão do trabalho passou a ser feita de forma mais genérica, multifuncional, polivalente
e flexível, permitindo aos funcionários uma maior liberdade na execução de tarefas.
Ainda assim, não podemos desprezar o desenho dos processos que compõem as atividades. Ao contrário,
o desenho, a análise e o redesenho de processos são elementos fundamentais para se colocar as pessoas
certas nos lugares certos.
Quando falamos em desenho de processos, estamos nos referindo às tradicionais perguntas: “o que você
faz”, “como você faz” e “para quem você faz”. As respostas a essas três perguntas são suficientes para se
começar a desenhar os processos organizacionais. Após esse verdadeiro mapeamento, é possível analisar
os chamados “gargalos”, que obstruem os processos. O ato de acabar com esses gargalos, contornando-os
ou mudando inteiramente as vias obstruídas, dá origem ao que denominamos redesenho dos processos.
A gestão de processos, portanto, tem um papel preponderante na descrição de cargos. Ela assegura que
os cargos sejam descritos adequadamente e preenchidos por pessoas certas. Ao incentivar a gestão de
processos, antes mesmo da elaboração dos planos de cargos e salários, evita-se que os cargos sejam criados
para atender às pessoas. O certo é fazer o contrário.
50
SISTEMAS DE REMUNERAÇÃO I | UNIDADE II
Avaliação de Cargos
Podemos definir Avaliação de Cargos como um processo comparativo que objetiva
mensurar o peso de cada cargo em função de seus requisitos e de suas características,
com a finalidade de hierarquizá-los em função de seu valor relativo (JORGE, 2007:48).
Ainda, segundo Jorge (2007), os principais objetivos da Avaliação de Cargos é estabelecer uma estrutura
de valor relativo, baseada na qualificação exigida pelo cargo, com uma visão clara das oportunidades
de carreira, e evitar a determinação de salários de forma arbitrária. Assim, o cargo na organização seria
compensado de forma equitativa.
Conjunto de cargos-chave
O conjunto de cargos-chave é de grande representatividade tanto para o ambiente interno quanto para o
ambiente externo da empresa, pois “inclui os cargos que representam as diversas áreas da empresa, com
salários distribuídos, sem concentrações excessivas, ao longo da estrutura em vigor”(SOUZA, 2007:48).
Os sistemas não quantitativos podem ser o método de escalonamento e o método de graus predeterminados.
Eles não avaliam os cargos por fatores de avaliação, mas em um contexto global. O método de graus
predeterminados é um aperfeiçoamento do método de escalonamento, pois é feito com uma escala de
comparação, o que estabelece valor relativo aos cargos.
Por outro lado, os sistemas quantitativos hierarquizam os cargos por fatores de avaliação e podem ser
feitos por meio do sistema de comparação de fatores, que define os cargos, escalonando fator a fator, ou
pelo sistema de pontos, que atribui a importância ao cargo, de acordo com uma pontuação.
Sua aplicação consiste em um processo simples e rápido, mas com baixa confiabilidade, devido à
subjetividade do método, por isso é viável apenas em organizações muito simples.
A seguir, você encontrará um conjunto de 14 cargos, todos eles relacionados em uma tabela, para
serem comparados aos pares. Acompanham, também, as respectivas descrições de cargo. Na tabela de
51
UNIDADE II |SISTEMAS DE REMUNERAÇÃO
comparação aos pares, procure estimar, comparando o conteúdo das descrições, o cargo de maior peso
em cada par. Anote um “X” na coluna do cargo escolhido. Após escolher um cargo em cada um de todos
os pares, some quantas vezes cada cargo foi escolhido, acrescente 1 e indique o resultado na coluna da
direita do quadro.
Secretária de Diretoria BI
Analista de Laboratório
Secretária de Gerência
Analista de Custos SR
Auxiliar de Escritório
Cargos-Chave
Comprador I
Engenheiro
Telefonista
Estoquista
Arquivista
Motorista
Auditor
Total
Analista de Custos SR X X X X X X X X X X 11
Analista de Laboratório X X X X X X X 8
Arquivista X X 3
Auditor X X X X X X X X X X X X 13
Auxiliar de Rec. Humanos X X X X 5
Comprador I X X X X X X X X X X X 12
Auxiliar de Escritório X 2
Engenheiro X X X X X X X X X X X X X 14
Estoquista X X X X X 6
Motorista X X X 4
Analista de Rec. Huma. PL X X X X X X X X X 10
Secretária de Gerência X X X X X X 7
Secretária de Diretoria BI X X X X X X X X 9
Telefonista 1
Fonte: Jorge (2007: 52).
52
SISTEMAS DE REMUNERAÇÃO I | UNIDADE II
Para mensuração dos demais cargos da empresa, após esta etapa, monta-se o quadro setorial de avaliações.
AN. CUSTOS
11 Ass. Sindical Tec. Telecom. Almoxarife I
An. Contábil
ANALISTA RH PL
10 Des. Projetista Comprador II Programador
Nutricionista
Contr. Materiais
9 Ass. Rec. Hum. Na. Temp. Mov. SECR. DIR. BI
Almoxarife II
Ass. Contabil
8 Recrutador AN. LABORAT. Inspetor. Qual. I Aux. Comprador Ass. Administr.
Oper.Comput.
Cronometrista
7 Caixa SECR. GER.
Des. Detalhista
Contr. Produção
6 Aux. Testes ESTOQUISTA
Inspetor. Qual. II
2 Amostrador
1 TELEFONISTA
53
UNIDADE II |SISTEMAS DE REMUNERAÇÃO
GRAU/
ESPECIFICAÇÃO
QUALIFICAÇÃO
Executa tarefas simples e repetitivas, executando-as sob supervisão constante. Passíveis de aprendizado
I Não Qualificados
rápido, envolvendo responsabilidades diminutas ou quase nulas.
Executa tarefas repetitivas e rotineiras que exigem habilidades obtidas em experiência prévia. O ocupante
II Semiqualificados executa ações simples de forma independente. Exigem atenção normal na execução das tarefas, para não
causar retrabalho. Trabalha sob supervisão direta.
Executa tarefas que exigem conhecimentos específicos associado com experiência prática de 3 a 4 anos.
III Qualificados Trabalha de forma mais independente, discutindo com o supervisor as soluções encontradas, envolvendo
responsabilidades médias sobre o patrimônio da empresa.
Executa tarefas que exigem conhecimento específico associado com extensa experiência prática de 5
IV Altamente
a 8 anos. Trabalha de forma mais independente, informando ao supervisor as soluções encontradas,
Qualificados
envolvendo responsabilidades substanciais sobre o patrimônio da empresa.
Executa tarefas que exigem conhecimentos acadêmicos seguidos de experiência e/ou treinamento
específico especializado. O ocupante desenvolve trabalhos que exigem capacidade de planejamento,
V Técnicos e De
iniciativa, ação independente, criatividade e tomada de decisão. A supervisão de seu trabalho é geral.
Supervisão
Poderá coordenar equipes relacionadas à sua área de eficácia. As decisões e recomendações podem
afetar substancialmente os resultados e o patrimônio da empresa.
Cargos que exigem, além de formação superior e curso de extensão, grande experiência e familiarização
VI Alta Chefia com uma das áreas de gestão da empresa. Ocupações com responsabilidade e nível de decisão que
podem afetar os destinos da empresa.
Segundo Jorge (2007:56-57), a aplicação do método de avaliação por pontos segue os seguintes passos.
»» Identificação com base nas informações obtidas na etapa de análise de cargos, dos
fatores de avaliação, ou seja: dos requisitos, das exigências e das inconveniências que
diferenciam os cargos, correlacionando-os com os salários pagos.
54
SISTEMAS DE REMUNERAÇÃO I | UNIDADE II
PONTOS
A hierarquização de cargos se dá em função do somatório de pontos obtidos pelo
cargo quando de sua avaliação nos diversos graus de fatores de avaliação.
Grau
Fator
1 2 3 4 5 6
Formação acadêmica 17 30 54 95 170 –
Complexidade 23 36 58 92 145 230
Experiência 30 53 95 169 300 –
Iniciativa 20 32 50 80 126 200
Resp. erro tec. 10 18 32 56 100 –
Pesquisa Salarial
A pesquisa salarial é o processo pelo qual se obtém informações de um segmento de
mercado de trabalho sobre os valores pagos a determinados cargos, práticas e políticas
de recursos humanos adotadas pelas organizações, objetivando a identificação de
indicadores para a montagem ou o acompanhamento das estruturas salariais da
empresa, para a reavaliação de suas práticas e políticas para o setor (JORGE, 2007:67).
A pesquisa salarial deve levar em consideração a precisão e a veracidade dos dados, devendo ser feita
uma análise criteriosa destes, para consolidá-los e para dar consistência às ações de gestão da
remuneração interna.
As empresas participantes devem ser concorrentes no produto ou serviço, concorrentes na mão de obra,
de forma que estejam localizadas na mesma região e, preferencialmente, que sejam grandes, conhecidas
e organizadas.
Souza (2005) cita três etapas importantes para a pesquisa salarial: planejamento, execução e relato.
Planejamento
Esta etapa objetiva definir o que e como será a pesquisa. Acontece em três momentos.
»» Definição dos cargos que serão alvo de pesquisa: não se deve pesquisar um número
excessivo de cargos. Deve-se dar preferência àqueles que são representativos na estrutura,
bem-definidos, universais e estáveis salarialmente.
55
UNIDADE II |SISTEMAS DE REMUNERAÇÃO
»» Definição de como os dados serão coletados e tratados: os dados coletados irão oferecer
subsídios para a comparação entre as empresas pesquisadas, por isso é fundamental que
sejam precisos.
Jorge (2007) sugere que a coleta de dados seja composta dos seguintes itens.
»» Planilha para coleta de informações salariais contendo campos para: faixa salarial
(mínimo, médio, máximo), jornada diária de trabalho (HS), tipo de remuneração
(horista, mensalista), frequência (número de funcionários), salários, título do cargo
na empresa pesquisada, código e características (escolaridade e experiência exigidas) e
salários indiretos.
Fase de Implantação
Execução
É o momento em que a pesquisa é realizada nas empresas participantes. Os dados coletados são tratados
e analisados estatisticamente.
»» No caso de uma pesquisa global, a tabulação pode ser feita considerando-se segmentos
tais como: região, porte, ramo etc.
56
SISTEMAS DE REMUNERAÇÃO I | UNIDADE II
Não podemos deixar de lembrar da importância de se buscar as convenções coletivas dos sindicatos
patronais e dos empregados que compõem a organização. Os pisos salariais das categorias devem ser
respeitados, ainda que o benchmarking aponte que eles estão acima do que o mercado paga.
Todos os domingos, o jornal O Estado de São Paulo publica uma tabela geral de
resultados de pesquisas salariais coletados pela Arthur Andersen em 100 empresas,
classificando-as em portes e em sete ramos de atividades. O trabalho tem o apoio
da Associação Brasileira de Recursos Humanos.
57
CAPÍTULO 7
Remuneração por Competência
»» Criar senso de propriedade dos empregados com sua carreira, saindo da condição de
“ocupantes de cargos” ou donos de “uma mesa” para agentes do autodesenvolvimento e
coautores de sua carreira, como líderes.
58
SISTEMAS DE REMUNERAÇÃO I | UNIDADE II
Jorge (2007:125-128) cita exemplos de fatores que permitem a avaliação da maturidade profissional por
pontos. Vejamos as tabelas a seguir.
59
UNIDADE II |SISTEMAS DE REMUNERAÇÃO
60
SISTEMAS DE REMUNERAÇÃO I | UNIDADE II
CONCEITO – avalia o conhecimento de idiomas estrangeiros, que facilitam o acesso a publicações não
editadas em português, bem como o contato com profissionais de outros países.
61
UNIDADE II |SISTEMAS DE REMUNERAÇÃO
CLASSIFICAÇÃO
62
SISTEMAS DE REMUNERAÇÃO I | UNIDADE II
Carreiras em espiral
A carreira em espiral é uma das melhores opções para atender às necessidades do sistema tradicional de
modernizar a distribuição do trabalho.
OPERADOR II
H I
OPERADOR I
E F G
AJUDANTE DE PRODUÇÃO A B C D
NÍVEL
CLASSE 1 2 3 4 5
SALARIAL ADMISSÃO EFETIVAÇÃO 2 POSTOS 3 POSTOS 4 POSTOS
1 400 440 477 517 560
2 560 616 668 723 863
3 863 935 1014 1098 1189
63
UNIDADE II |SISTEMAS DE REMUNERAÇÃO
Jorge (2007), Souza (2005) e Chiavenato (2004) estabelecem uma interessante comparação entre sistema
tradicional de remuneração e sistema de remuneração por habilidade certificada.
Cargos alocados por funções e por área. Profissionais alocados em eixos de carreira.
Carreira desenvolvida de forma não atrelada à estrutura
Carreiras desenhadas de acordo com a estrutura organizacional.
organizacional.
Dificuldade de mudança de área. A mudança pode ocorrer sem alteração do eixo de carreira.
Descrição de funções que se alteram constantemente. Descrição de níveis de complexidade (mais estáveis e abrangentes).
64
SISTEMAS DE REMUNERAÇÃO I | UNIDADE II
Para a implementação desse sistema de remuneração, algumas coisas devem ser observadas, como:
definir as atividades ou o bloco de atividades necessárias às atividades consideradas, que serão a base
para determinação da remuneração, determinar os passos para a evolução das pessoas e estabelecer
procedimentos e regras para treinamento e certificação.
Quando um funcionário executa uma atividade que requer uma habilidade diferenciada
e complexa, ele poderá ter uma remuneração específica pelo uso desta habilidade ou
poderá ser remunerado por blocos, quando for possível integrar habilidades menos
complexas e dirigidas para uma mesma finalidade. [...] A definição de habilidade
depende do contexto de cada organização e depende de criteriosa análise de seus
processos, que deve ser realizada de forma diferenciada da análise de cargos, que
implica uma visão estática das atividades, divididas em cargos, mas deve considerar o
caráter dinâmico dos processos (JORGE, 2007:132).
O fator determinante da progressão de um funcionário neste sistema será a sua atitude empreendedora,
a sua determinação em progredir, em adquirir novas habilidades, de acordo com a demanda da empresa.
Assim, nas empresas que adotam o sistema de remuneração por habilidades, a capacitação passa a
constituir item essencial na organização do trabalho.
No entanto, é necessário que o funcionário comprove, por meio de testes práticos e teóricos, que, de
fato, pode produzir os resultados esperados. “As habilidades a serem certificadas são avaliadas mediante
aplicação de testes de proficiência técnica e teórica e decisão de um comitê constituído por gestores do
sistema e representantes da equipe.” (JORGE, 2007:133).
Jorge (2007) prevê quatro etapas para o desenvolvimento de um sistema de remuneração por habilidades.
65
UNIDADE II |SISTEMAS DE REMUNERAÇÃO
Segundo Souza (2005), o fluxo do processo de gerenciamento por competência tem cinco etapas.
»» Descrição dos perfis de competências para cada carreira e Elaboração do inventário das
habilidades e das competências que cada indivíduo executa.
»» Identificação dos gaps (ou lacunas de competências), para cuja eliminação se encaminham
os planos individuais de treinamento e desenvolvimento.
Etapa 3: Implantação
Para implementação, é necessário observar três possibilidades.
Etapa 4: Gerenciamento
Para garantia de funcionamento do sistema, é necessário que ele seja acompanhado constantemente e que
seja passível de constantes ajustes, a fim de, efetivamente, ser eficaz na sua aplicação. É importante que
sempre haja ajustes para alinhar as estratégias de negócio à dinâmica das carreiras, visando a atender a
novas demandas tecnológicas, constituindo um dos novos conceitos de organização do trabalho.
66
SISTEMAS DE REMUNERAÇÃO I | UNIDADE II
VANTAGENS DESVANTAGENS
Facilita a identificação dos pontos fortes e fracos de cada
Funcionários menos competentes podem sentir-se inseguros.
funcionário.
O treinamento torna-se útil para funcionários, por ser A possível diferença salarial entre funcionários que ocupam o
específico e ter objetivos definidos. mesmo cargo pode gerar insatisfação.
A motivação pode desaparecer ao longo do tempo, se o
Os funcionários sentem-se mais motivados.
incentivo virar rotina.
Funcionários com potencial inexplorado podem crescer na
Pode gerar angústia e ansiedade.
empresa.
67
Unidade Iii
GESTÃO DE CARREIRA E DE MUDANÇAS
Unidade
GESTÃO DE CARREIRA E DE MUDANÇAS Iii
As empresas modernas têm sofrido grandes transformações, em decorrência das mudanças aceleradas na
tecnologia, na gestão e nos valores sociais. Todas essas transformações geram uma grande instabilidade
nas empresas e, consequentemente, um aumento da competitividade. Para que uma empresa se destaque
em relação à concorrência, é necessário que ela se renove continuamente e que trabalhe com pessoas
dispostas a renovar-se constantemente.
Segundo Dutra (1996), as empresas que têm como objetivo manterem-se competitivas sofrem alguns
problemas.
Diante desse contexto, as empresas têm apresentado novas necessidades na gestão de recursos humanos.
A administração de carreiras surge como a resposta mais completa para essas empresas.
71
CAPÍTULO 8
Conceituando Carreira
“Carreira passa a ideia de um caminho estruturado e organizado no tempo e no espaço que pode ser
seguido por alguém” (MAANEN, 1977 apud DUTRA, 1997).
“Carreira é uma sucessão ou sequência de cargos ocupados por uma pessoa ao longo de sua vida
profissional” (CHIAVENATO, 2004:374).
“Carreira são as sequências de posições ocupadas e de trabalhos realizados durante a vida de uma pessoa.
A carreira envolve uma série de estágios e a ocorrência de transições que refletem necessidades, motivos
e aspirações individuais e expectativas e imposições da organização e da sociedade. Da perspectiva do
indivíduo, engloba o entendimento e a avaliação de sua experiência profissional, enquanto, da perspectiva
da organização, engloba políticas, procedimentos e decisões ligadas a espaços ocupacionais, a níveis
organizacionais, a compensação e a movimento de pessoas. Essas perspectivas são conciliadas pela
carreira dentro de um contexto de constante ajuste, desenvolvimento e mudança” (STUMPH, 1982 apud
DUTRA, 1997).
Diante desses conceitos, pode-se concluir que carreira é uma série de estágios e de transições pelos quais
os indivíduos passam em função de pressões dele mesmo ou do ambiente em que está inserido. É fruto
do arbítrio individual.
»» Os baby boomers (geração Baby Boomer é aquela que compreende pessoas que nasceram
nos Estados Unidos entre 1946 e 1964, quando o coeficiente de natalidade cresceu
de forma acentuada e anormal) chegaram a posições intermediárias nas estruturas
organizacionais e começaram a verificar que as oportunidades eram escassas e que as
empresas não cuidavam de suas carreiras.
72
GESTÃO DE CARREIRA E DE MUDANÇAS | UNIDADE III
»» A influência dos casais que fizeram sua carreira juntos, conciliando trabalho e família,
sobre seus filhos, que no início dos anos 1980 estavam entre 10 e 15 anos.
Segundo Dutra (1997), no Brasil ainda há uma grande resistência das pessoas em planejar suas carreiras e
em se guiar por apelos externos, como remuneração, status, prestígio etc., do que por preferências pessoais.
Por outro lado, as empresas demonstram estar cada vez mais preocupadas em estimular as pessoas a
planejarem suas carreiras. Alguns motivos são estes (DUTRA, 1997:22).
»» O estímulo para que as pessoas planejem suas carreiras tem sido um instrumento
importante para torná-las empreendedoras consigo próprias. O planejamento da
carreira faz com que as pessoas pensem seu desenvolvimento a partir delas próprias e se
posicionem para negociar com a empresa. No Brasil, há poucos exemplos de empresas
que estimulem o planejamento de carreira e que ofereçam condições corretas para que
as pessoas possam planejá-lo.
»» A disseminação cada vez maior da ideia de que as pessoas são capazes de influenciar
suas próprias carreiras tanto no setor privado quanto no público.
A grande maioria das pessoas encara a reflexão sobre suas carreiras apenas como a
identificação de oportunidades e a busca de seu aproveitamento. Ao proceder dessa
maneira, subordina suas carreiras a uma realidade dada pelo ambiente e perde a condição
de atuar sobre essa realidade. A atuação sobre o ambiente, no sentido de transformá-lo
para melhor, adequar-se às preferências e às características pessoais, exige que as pessoas,
antes de refletirem sobre as oportunidades de carreira oferecidas pelo ambiente, olhem
73
UNIDADE III | GESTÃO DE CARREIRA E DE MUDANÇAS
para dentro de si, procurando identificar o que gostam, o que as satisfaz, o que as estimula
etc. Ao fazê-lo, por estarem usando um padrão interior de avaliação, terão melhor
condição para identificar oportunidades de carreira (DUTRA, 1997:23-24).
No entanto, decisões sobre carreiras são complicadas e, muitas vezes, conflituosas, pois temos de tomá-
las no calor dos acontecimentos e, na maior parte das vezes, sem condições para o distanciamento
crítico necessário.
Segundo Dutra (1997), um modelo de planejamento de carreira tem como principais os objetivos a seguir.
»» Desenvolver nas pessoas um espírito crítico com relação a seu comportamento diante da
carreira.
»» Oferecer uma estrutura para reflexão das pessoas sobre sua realidade profissional e pessoal.
»» Disponibilizar ferramentas para desenvolver objetivos de carreira e de planos de ação e
para monitorar a carreira ao longo do tempo.
Dutra (1997) apresenta um modelo para orientar as pessoas na reflexão sobre suas carreiras, demonstrado
por London e Stumph (1982), e que depende de três tarefas de responsabilidade do indivíduo.
Plano de ação
Fonte: London e Stumpf (1982, apud Dutra, 1997)
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GESTÃO DE CARREIRA E DE MUDANÇAS | UNIDADE III
Escolha da Carreira
Segundo Dutra (1997), as teorias da escolha de carreira podem ser agrupadas em duas categorias
mais gerais.
»» Processo de escolha: afirma que a pessoa, ao longo de sua trajetória de vida, vai,
gradualmente, chegando à escolha de sua ocupação. Super (1957 apud DUTRA,1997)
aponta cinco estágios de vida que tendem a ser catalogados neste tipo de análise: infância,
adolescência, idade adulta, maturidade e velhice.
Quadro 15 – Características
Exploração 15 a 24 anos »» fases de exploração: tentativa (15 – 17) – tentativas de escolhas são efetuadas e desenvolvidas na
imaginação, nas discussões, nos cursos etc.; transição (18 – 21) – acentuam-se as considerações
acerca da realidade, à medida que o jovem entra para o mercado profissional ou para o
treinamento pessoal; e experiência (22 – 24) – um campo de interesse é definido e experimentado
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Existem elementos de nossa realidade que irão determinar as preferências por determinadas ocupações.
Esta autopercepção de habilidades é chamada de âncoras de carreira.
Os padrões para escolha de carreiras podem ser agrupados nas seguintes categorias, segundo Schein
(apud DUTRA, 1997).
»» Competência gerencial
»» Competência técnica ou funcional
»» Segurança e estabilidade
»» Criatividade
»» Autonomia e independência
»» Senso de serviço e dedicação à causa
»» Desafio constante
»» Estilo de vida integrado
Ao nos conhecermos melhor, fica mais fácil estabelecer as bases para uma negociação
honesta com a empresa sobre nossas necessidades e expectativas. Além desse fato, a
percepção clara de nossas preferências faz com que analisemos nossos pontos fortes e
fracos, visando à alavancagem de nossa carreira (DUTRA, 1997:44).
Desenho de Carreira
O desenho de carreira demonstra as sequências lógicas de cargos ou de posições e traduz os diferentes
patamares de exigência sobre as pessoas.
»» Valores organizacionais.
»» Estratégias negociais e de gestão de pessoas.
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GESTÃO DE CARREIRA E DE MUDANÇAS | UNIDADE III
1. Estruturas em linha: a sequência de posições está alinhada em uma única direção, não
oferecendo outra alternativa para as pessoas. Apesar disso, sua estrutura permite maior
ou menor flexibilidade, para que a pessoa proceda a escolhas profissionais.
GERENTE DE SISTEMAS
COORDENADOR DE GRUPO
Um exemplo de carreira em linha é a que define seus degraus em função dos atributos das pessoas,
em que cada um ascende à medida que aumenta sua qualificação profissional, sendo muito comum em
laboratórios de pesquisa, em áreas de informática e em áreas financeiras das empresas.
Apesar de ser a estrutura mais comum dentro de uma empresa, Dutra (1997:82) cita algumas limitações
que esse sistema pode apresentar. Dentro da carreira, a pessoa não tem opções para outras trajetórias,
devendo subordinar-se às determinações da empresa.
»» O topo desse tipo de carreira geralmente é configurado com posições gerenciais, não
oferecendo alternativa para as pessoas que preferem fixar-se numa carreira mais técnica.
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UNIDADE III | GESTÃO DE CARREIRA E DE MUDANÇAS
2. Estruturas em rede: sua principal característica é apresentar várias opções para cada
posição na empresa, o que permite que a pessoa possa estabelecer sua trajetória com
base em critérios previamente estabelecidos. Essa estrutura torna-se mais flexível à
medida que as características que definem os degraus da empresa são mais abrangentes.
Gerente de
Gerente de Gerente de
Processos Gerente de Vendas
Produção Desenvolvimento
Industriais
Analista de
Analista Sênior de Representante Analista Sênior de
Processos
Suporte de Vendas Técnico de Vendas Desenvolvimento
Industriais Sênior
Analista de Analista de
Analista de Suporte
Processos Desenvolvimento
de Vendas Júnior
Industriais Júnior Júnior
Analista de
Sistemas Trainee
Para a pessoa
»» Uma aparente possibilidade de escolha, uma vez que as escolhas são restritas. Uma
boa imagem é a da pessoa que entra em uma sala e encontra três portas, escolhe uma e
entra em outra sala com mais três portas, escolhe outra porta e assim sucessivamente.
Para a empresa
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GESTÃO DE CARREIRA E DE MUDANÇAS | UNIDADE III
Sequência de posições, que cada pessoa pode assumir no interior de uma organização,
orientada em duas direções, uma de natureza profissional e outra de natureza gerencial,
sendo o acesso aos maiores níveis de remuneração e de reconhecimento oferecidos pela
empresa garantido em qualquer uma das direções escolhidas.
Figura 16 – Estrutura em Y
BRAÇO BRAÇO
GERENCIAL TÉCNICO
Diretor de Pesquisador
Laboratório Associado
Gerente de
Projetos Pesquisador
Cientista
Líder de Pesquisa Sr.
Grupo
Cientista de
Pesquisa
Cientista de
Projeto
Cientista
Cientista
Júnior
Cientista
Trainee
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»» Tem uma base comum, tanto para o braço técnico como para o braço gerencial, garantindo
maior flexibilidade na alocação dos recursos humanos nos dois braços da carreira.
EIXOS PROFISSIONAIS
NÍVEIS Técnico 1 Técnico 2 EIXO GERENCIAL
Administrativo Apoio
Software Hardware
F Cientista SF Sr. Cientista HD Sr. Partner adm. Sr. Partner de Suporte Sr. Diretor de Laboratório
E Cientista SF Pl. Cientista HD Pl. Partner adm. Pl. Partner de Suporte Pl. Gerente de Projetos ou de Área
D Cientista SF Jr. Cientista HD Jr. Partner adm. Jr. Partner de Suporte Jr. Coordenador de Projetos
C Pesquisador SF Sr. Pesquisador HD Sr. Analista adm. Sr. Analista de Suporte Sr.
B Pesquisador SF Pl. Pesquisador HD Pl. Analista adm. Pl. Analista de Suporte Pl.
A Pesquisador SF Jr. Pesquisador HD Jr. Analista adm. Jr. Analista de Suporte Jr.
Para a empresa
Para a pessoa
Algumas categorias podem ser definidas para caracterizar os instrumentos utilizados na administração
de carreiras. São elas: suporte às decisões individuais sobre carreira, suporte ao gerenciamento de carreira
pela empresa e facilitadores da comunicação entre as pessoas e a empresa.
Eixos de Responsabilidades
Com base nessa categorização, podem-se alinhar três eixos de responsabilidades, que servirão como
“reflexão acerca da gestão de carreiras, jamais como prescrições a serem seguidas” (DUTRA, 1997:110).
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O sistema de administração de carreiras deve incorporar tanto elementos das pessoas como das
empresas. Assim, os instrumentos e as técnicas irão variar de empresa para empresa. Há, porém, um
conjunto de premissas básicas que devem ser incorporadas a qualquer sistema (GUTTERIDGE, 1986
apud DUTRA, 1997).
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CAPÍTULO 10
Gestão de Mudanças
Mudança significa fazer as coisas de maneira diferente. Mudanças podem fazer diferença quando uma
organização alterna de um estágio para outro.
Chiavenato (2005 apud GREINER) lista cada um dos estágios e ciclos de vidas organizacionais. Vejamos.
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UNIDADE III | GESTÃO DE CARREIRA E DE MUDANÇAS
Numa outra visão, Chiavenato (2005 apud ADIZES) diz que as organizações passam sucessivamente por
estágios de:
O Processo de Mudança
Chiavenato (2005 apud KURT LEWIN) salienta que mudanças ocorrem dentro de um modelo de três
etapas:
Toda mudança requer habilidades humanas. Em geral, os gestores estão acostumados a trabalhar com a
atenção focada em aspectos físicos e concretos, com dados previsíveis e lógicos. Entretanto, quando se
trata de aspectos humanos, é aí que residem os maiores problemas para fazer acontecer a mudança dentro
das organizações. É por isso que a importância de se saber gerir mudança é um diferencial competitivo
entre as organizações contemporâneas.
Os responsáveis pela gestão das atividades de mudanças são chamados de agentes de mudança. Esses
agentes são pessoas que atuam como catalisadores e assumem a responsabilidade pela gestão da atividade
de mudança. São capazes de conduzir ou guiar a organização a um novo estágio.
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UNIDADE III | GESTÃO DE CARREIRA E DE MUDANÇAS
Entretanto, tais agentes podem estar dentro das próprias organizações que vindicam mudanças, bem
como serem contratados sob a forma de consultoria externa. As vantagens dos consultores externos é
que estes oferecem habilidades especializadas e não ficam absorvidos por responsabilidades operacionais
cotidianas. Mas levam desvantagem quanto à pouca compreensão da história e do conhecimento sobre a
cultura e os procedimentos operacionais da organização que irá atuar.
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