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05/06/2022 10:20 Gestão Estratégica com Foco na Administração Pública

Gestão Estratégica com Foco na Administração Pública

Site: Instituto Legislativo Brasileiro - ILB Impresso por: Roberto Oliveira


Curso: Gestão Estratégica com foco na Administração Pública - Turma 1 Data: domingo, 5 jun 2022, 10:20
Livro: Gestão Estratégica com Foco na Administração Pública

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Texto-base

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Índice

Objetivos do curso

Unidade 1 - Estratégia sob a Visão de Michael Porter


Pág. 2
Pág. 3
Pág. 4
Pág. 5
Pág. 6
Pág. 7
Pág. 8

Unidade 2 - Estratégia sob a Visão de Henri Mintzberg


Pág. 2
Pág. 3
Pág. 4
Pág. 5
Síntese

Unidade 3 - Motivação
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Pág. 4
Pág. 5
Pág. 6
Síntese

Unidade 4 - Estilos de Liderança


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Pág. 7
Pág. 8
Síntese

Unidade 5 - Organização Informal


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Síntese

Unidade 6 - Negociação Ganha x Ganha


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Síntese

Unidade 7 - Inteligência Emocional


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Pág. 6
Pág. 7
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Pág. 9
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Síntese
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Unidade 8 - Inteligências Múltiplas


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Pág. 8
Pág. 9
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Síntese

Unidade 9 - Comunicação Institucional


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Pág. 4
Síntese

Unidade 10 - Dinâmica de Grupo


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Síntese
Exercícios de Fixação - Módulo Único

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Objetivos do curso

Diferenciar as visões de estratégia de Michael Porter e de Henry Mintzberg;


Caracterizar as compreensões de inteligência (Emocional e Múltiplas);
Diferenciar os vários aspectos da motivação;
Identificar os vários aspectos da liderança;
Conceituar o modelo de negociação Ganha-Ganha e
Relacionar tipos de comunicação e dinâmicas de grupo.

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Unidade 1 - Estratégia sob a Visão de Michael Porter

ESTRATÉGIA SOB A VISÃO DE MICHAEL PORTER

Michael Porter, consultor e professor da Harvard Business School, considerado uma autoridade mundial em estratégia competitiva, definiu os
fundamentos da competição e da estratégia competitiva e é conhecido por estabelecer a ponte entre a teoria econômica da gestão e a sua prática,
conseguindo transmitir a verdadeira essência da competição.

Porter inicia a sua análise ao nível de uma indústria singular, dissecando as fórmulas de negócio para empresas diversificadas.

A estrutura, a evolução e os meios pelos quais as empresas ganham e mantêm a sua vantagem competitiva são pontos fundamentais da competição,
sendo que a diversificação deve interligar a competição nos negócios individuais.

A função do planejamento estratégico

O planejamento estratégico constitui uma das mais importantes funções administrativas, onde o gestor e sua equipe estabelecem os caminhos para a organização da
empresa, a condução da liderança e o controle das atividades.

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O objetivo do planejamento é fornecer aos gestores e suas equipes uma ferramenta de informações para a tomada de decisão, ajudando-os a atuar de forma a antecipar as mudanças que
ocorrem no mercado.

Michael Porter diz que uma empresa sem planejamento pode se transformar em uma folha seca, que se move ao capricho dos ventos da concorrência. De fato, o
administrador que não exerce a sua função de planejador acaba por se concentrar no planejamento operacional, agindo como um bombeiro que vive apagando incêndios,
sem enxergar a causa do fogo.

Mas como evitar a armadilha do imediatismo na administração? Como garantir um tempo, no corre-corre do dia-a-dia, para planejamento dentro da empresa? Como definir
um planejamento realista diante das mudanças que ocorrem numa velocidade tão grande?

As respostas para essas perguntas não são simples e podemos afirmar que o crescimento das organizações está cheio de acidentes e eventos imprevisíveis. É inegável
que as empresas que crescem e conseguem competir no mercado possuem algo mais do que sorte e o que determina seu sucesso é a capacidade de se adaptar às
mudanças do ambiente, antecipando-se aos seus concorrentes.

Saber utilizar os instrumentos do planejamento de forma coerente, adaptando-os à realidade da empresa e às suas necessidades, pode ser uma excelente arma
competitiva, mas é importante que os gestores conheçam os elementos do planejamento, suas funções, as mudanças que estão ocorrendo no contexto competitivo e as
que influenciam na prática do planejamento, lançando alguns desafios para a gestão nas empresas.

Nesta unidade apresentaremos os elementos do ciclo de planejamento e os critérios para a sua definição e utilidade.

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O diagnóstico estratégico

O diagnóstico estratégico é o primeiro passo do planejamento e é nessa etapa que a organização obterá as informações para guiá-la em seu direcionamento estratégico,
devendo estar pronta para captar e atualizar o conhecimento do ambiente e de si própria, visando identificar e monitorar as variáveis competitivas que afetam sua
performance.

É com base no diagnóstico estratégico que a empresa irá se antecipar às mudanças e preparar-se para agir em seus ambientes internos e externos. Utilizar os instrumentos
do planejamento de forma coerente pode ser uma excelente arma competitiva.

Análise externa: ambiente geral e o ambiente de negócio

Toda organização privada, governamental ou do chamado Terceiro Setor, é um sistema aberto em constante interação com o ambiente, que necessita de insumos
(recursos humanos, recursos financeiros e materiais), que são convertidos em bens e serviços, colocados no mercado visando o atendimento de uma determinada
necessidade.

Atender essas necessidades produz resultados que alimentam as organizações, ou seja, a relação com o meio externo é um fator-chave da própria existência das
organizações, razão pela qual entender o ambiente e como ele se organiza torna-se essencial para a gestão das empresas.

Pode-se dividir o ambiente organizacional em dois grandes grupos: o macro-ambiente ou ambiente geral e o micro-ambiente ou indústria.

O macro-ambiente é composto por variáveis gerais (inflação, índices de preços e taxa de desemprego) que influenciam, indiretamente, a empresa, agindo sobre o poder de
compra dos clientes. Por exemplo, uma política governamental que incentive a abertura de mercado em um determinado setor irá provocar o aumento da concorrência,
ampliando a competitividade nesse setor.

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O ambiente geral pode ser um conjunto de aspectos estruturais capazes de influenciar as diferentes empresas que possuem produtos com os mesmos atributos e atuam em
determinado país. A influência desses aspectos pode variar de indústria para indústria, como, quando ocorreu a crise energética no governo de F.H.C., que foi uma ameaça
para muitas empresas do setor industrial (que tiveram que diminuir sua capacidade produtiva), mas uma grande oportunidade para as empresas produtoras de geradores.

Assim, apesar do ambiente geral se apresentar da mesma forma para todas as empresas, a maneira como suas variáveis vão impactar na gestão poderá sofrer mudanças
de um setor para o outro. Para analisar o ambiente geral, é importante que o gestor levante informações sobre os seguintes aspectos:

socioculturais: preferências, tendências populacionais, cultura, nível educacional, estilo de vida, distribuição etária e geográfica da população-alvo da empresa;

legais: leis, impostos e taxas aplicáveis ao setor;

políticos/governamentais: políticas governamentais de incentivo e/ou restrição, influências políticas e de demais grupos de interesse;

econômicos: juros, câmbio, renda, nível de emprego, inflação e índices de preços;

tecnológicos: pesquisa e desenvolvimento de produtos na área, avanços tecnológicos e custos envolvidos.

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Além de analisar o ambiente geral, é necessário que o gestor considere as características do micro-ambiente em que sua empresa atua. A
indústria é formada por um grupo de empresas com produtos similares que competem entre si, e esta definição pode ser ou não mais ampla,
dependendo do tamanho do mercado e do horizonte que visa a atuar.

A Coca-Cola, por exemplo, atua na indústria de bebidas e não apenas na de refrigerantes, pois produz também água e sucos. Entretanto, para
uma pequena fábrica regional de refrigerantes, talvez não seja interessante ser definida como uma indústria de bebidas, pois ampliaria demais
o seu foco competitivo. Para ter valor gerencial, é necessário que a empresa visualize a arena real onde está competindo.

Apesar das diferenças existentes de uma indústria para outra, Porter (1989) demonstrou que o estado de competição em uma indústria é sempre formado por cinco forças
competitivas:

a rivalidade entre vendedores concorrentes na indústria, que é determinada pelo número de concorrentes, seu tamanho e as condições de competição existentes
(demanda, integração das empresas e armas competitivas utilizadas);

as tentativas que as empresas de outras indústrias fazem no mercado para conquistar os clientes com seus produtos substitutos (todos aqueles de outras indústrias que
atendem à mesma necessidade);

o potencial de entrada de novos concorrentes, que é determinado pela quantidade e intensidade das barreiras à entrada existentes no mercado, assim como pela reação
dos concorrentes existentes;

o poder de barganha dos fornecedores, definido pelo tamanho do fornecedor, a importância do seu insumo e as vantagens que ele oferece;

o poder de barganha dos compradores do produto, que é maior quando os consumidores têm mais opções de compra e possibilidade de trocar de marcas, sem maiores
custos.

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É fundamental que o gestor conheça o perfil das forças competitivas, que serão determinantes para a lucratividade do setor; em outras palavras, quanto maior for a
intensidade dessas forças, maior será a competitividade da indústria e menor a lucratividade coletiva das empresas participantes. Analisados os aspectos ambientais, deve-
se partir para uma síntese para identificar as principais oportunidades e ameaças encontradas, durante a análise do ambiente externo.

As oportunidades são fatores do ambiente geral ou da indústria que, se bem aproveitados, podem fornecer vantagens competitivas para a empresa.

A entrada de um novo concorrente forte no mercado, a implementação de restrições tarifárias por parte de um país importador dos produtos da empresa e a diminuição da
demanda são aspectos que podem ser definidos como ameaças para a empresa. Entretanto, é importante ressaltar que o planejamento não deve ser definido com base em
todas as oportunidades e ameaças identificadas.

É necessário que o gestor filtre as oportunidades e ameaças da sua empresa, priorizando as oportunidades do ambiente em que a empresa pode aproveitar as chances de
sucesso, ou seja, as oportunidades para que possua competências necessárias para desenvolver uma sustentável imagem no mercado.

Já, no caso das ameaças, devem ser selecionadas aquelas que consistirem em maior preocupação para a gerência, ou seja, aquelas que afetam mais diretamente a
empresa e a indústria em que ela atua. A análise externa deve ser acompanhada da análise interna, onde o gestor irá avaliar as competências e as falhas da empresa, que
servirão como referência e complemento na realização do diagnóstico.

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Implementação da estratégia

Um dos momentos mais importantes de todo o processo de planejamento é a implementação da estratégia. É nessa fase que o planejamento irá se concretizar. Estudos
recentes sugerem que somente 10% das estratégias formuladas são implementadas e, em geral, os gestores buscam resolver este problema, ampliando o controle,
buscando gerenciar a cultura organizacional ou ainda colocando a culpa nos executantes, alegando que esses são incapazes de colocar em prática o que foi formulado.

Entretanto, o verdadeiro problema pode estar na separação entre formulação e implementação, na dissociação entre pensar e agir.

No processo de top-down (de cima para baixo), a alta gerência repassa aos demais níveis o planejamento a ser seguido e praticado como um processo contínuo de
reflexão sobre onde se quer chegar (objetivos) e de como se chegará lá (estratégia). Nesses casos, o planejamento deixa de ser uma função exclusiva de um departamento
da empresa, passando a ser uma atribuição de todos os níveis (estratégico, tático e operacional).

Por outro lado, a distância entre esses níveis hierárquicos também diminui, ou seja, a formulação e a implementação da estratégia se tornam cada vez mais
interdependentes.

Atualmente é difícil a formulação ocorrer totalmente dissociada da implementação. Muitas vezes, é mediante o desenvolvimento da gestão que os gestores e suas equipes
definem e implementam as estratégias, buscando aprender com os erros cometidos. O planejamento é um aprendizado contínuo, onde a formulação e a implementação se
tornam indistinguíveis.

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Nesse sentido, parece fundamental que o gestor seja capaz de lidar com o imprevisível no processo de planejamento, devendo ser flexível e capaz de mudar o curso da
implementação da estratégia. Assim, é importante levar em consideração que as estratégias podem surgir dos lugares mais estranhos e de pessoas que não se esperava.

O papel da liderança, segundo essa concepção, vai além de prever estratégias, mas também de gerenciar o processo de aprendizado estratégico, pelo qual novas
estratégias podem emergir.

É necessário também ser flexível o bastante para perceber que planejar nem sempre é o contrário de fazer.

O ambiente onde se desenvolve o processo de planejamento mudou muito nos últimos anos. A globalização dos mercados, a intensificação das redes e das parcerias, a
ampliação das exigências dos clientes, a diferenciação ampliada dos produtos e o aumento da concorrência são alguns dos fatores que influenciam a prática do
planejamento nas empresas. Será que é possível planejar com tantas incertezas e mudanças?

O Planejamento é mais do que necessário à gestão da empresa, e, para colocá-lo efetivamente em prática, é preciso que o gestor conheça bem cada um de seus
elementos, suas funções e seus limites.

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Unidade 2 - Estratégia sob a Visão de Henri Mintzberg

ESTRATÉGIA SOB A VISÃO DE HENRY MINTZBERG

Para definir planejamento estratégico temos que entender que fundamentação teórica nos guiará na confecção das estratégias. Você sabe qual a fundamentação teórica
que sua empresa usa para estabelecer o planejamento estratégico?

Para Mintzberg, a formulação se faz por etapas, ou seja, das partes para o todo.

Mas o que é estratégia?

Estratégia são planos da alta administração para atingir resultados (Wright, 1992). Mintzberg não nos oferece uma definição única e fácil, ao contrário, sugere várias
definições, em particular, estas cinco:

Plano: direção, caminho que se pretende atingir;

Padrão: olhar o comportamento realizado;

Posição: local dos produtos nos mercados (para baixo e para fora);

Perspectiva: visão da empresa, para dentro e para cima;

Player: é um truque específico para enganar um concorrente.

 
Henry Mintzberg define a estratégia através de dez escolas de formação estratégica e cinco definições, já citadas acima. Os diversos caminhos ajudarão a definir os
propósitos dos negócios de sua empresa. Nestas dez escolas ressaltamos que as três primeiras concentram-se em “como devem” ser formuladas as estratégias, enquanto
que as demais escolas preocupam-se em “como foram” formuladas.

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Escola do Desenho – Selznick (1957)

Um processo conceptivo. A estratégia é algo que alcança a essência entre forças e fraquezas internas versus ameaças e oportunidades externas. As estratégias são claras,
simples e únicas, no processo de pensamento consciente, sendo uma estratégia muito usada nos anos 70 e até hoje usada como método de ensino e prática.

Esta escola contribui com um modelo muito usado: “Análise SWOT” – avaliação dos pontos forte (Strenghts), dos pontos fracos (Weaknesses), da organização, contraposto
com as oportunidades (Opportunities) e das ameaças (Threats) em seu ambiente.

Escola do Planejamento – Ansoff (1965)

Um processo formal. Paralelo à escola do desenho, deriva do livro de H. Igor Ansoff (1965), que reflete alguns pressupostos da escola do desenho (exceto por ser um
processo formal) podendo ser decomposto em partes distintas, delineadas por check-lists e sustentadas por técnicas (objetivos, orçamentos, programas e planos
operacionais). Um modelo utilizado foi sugerido pelo Stanford Research Institute, onde o plano estratégico divide-se em duas partes:

plano corporativo – desinvestimentos, diversificação, aquisições e fusões, P&D (Pesquisa e Desenvolvimento); e

plano das operações – produtos, marketing e financeiro.

Escola do Posicionamento - Purdue (1970) e Porter (1980/85)

Um processo analítico. Dominante para estratégia dos anos 80 e difundida nos meios acadêmicos e nas grandes consultorias (BCG-Boston Consulting Group). O conceito
de estratégia militar de Sun Tzu, em 400 a.C., resume-se a posições genéricas relacionadas através de análises de conjunturas – o planejador torna-se analista. A
consultoria BCG contribuiu com duas técnicas muito utilizada pelos estrategistas:

matriz de crescimento-participação (“planejamento de portifólio”); e

curva de experiência.

O modelo de análise competitiva (Porter) identifica cinco forças no ambiente de uma organização: ameaça de novos entrantes; poder de barganha dos fornecedores da
empresa; poder de barganha dos clientes da empresa; ameaça de produtos substitutos e intensidade da rivalidade entre empresas concorrentes.

O modelo de Porter analisa o escopo competitivo x vantagem competitiva onde estabelece quatro posições: liderança em custos; diferenciação; foco em custo e foco na
diferenciação.

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A cadeia de valor genérico também de Porter avalia as atividades das empresas, como:

atividades primárias: fluxo de produtos até o cliente; e

atividades de suporte: existem para apoiar as atividades primárias.

Escola Empreendedora - Schumpeter (1950) e Cole (1959)

Um processo visionário. Foca no processo de visão executiva, opondo-se à escola do planejamento por se basear na intuição. O processo se baseia na visão do líder
criativo, em perspectivas e senso de longo prazo, embora exista uma crítica: o conselho para formar uma visão não é concreto o suficiente para ser útil.

Para Joseph Shumpeter, empreendedor não é quem coloca dinheiro na empresa ou inventa o produto, é aquele que tem a idéia do negócio, estabelece novas combinações
e faz coisas novas ou de maneira diferente.

Escola Cognitiva – Simon (1947/57) March e Simon (1958)

Um processo mental. É o mapeamento da estrutura do conhecimento utilizada para construir estratégias de forma criativa em vez de ser um simples mapa da realidade. A
idéia é que os estrategistas utilizem o conhecimento para pensar estratégias através de experiências. Esta escola cognitiva é moldada pela experiência e é dividida em
duas:

objetiva: estruturação do conhecimento – recria o mundo; e

subjetiva: interpretação do mundo – cria o mundo.

Compreender a mente humana e o cérebro humano, para podermos compreender a formação da estratégia.

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Escola do Aprendizado - Vários (1959/80) Prahalad e Hamel (1990)

Um processo emergente. A formação estratégica desenvolvida pelo aprendizado é que define a estratégia a ser estabelecida e produzida. As organizações aprendem mais
com o fracasso do que com o sucesso.

Mintzeberg estabeleceu um modelo básico de estratégia para transformá-las em organizacionais ao se tornarem coletivas. Gerenciar este processo não é estabelecer
estratégia, mas reconhecer sua urgência e intervir quando necessário.

O aprendizado como criação de conhecimento é a contraposição do conhecimento tácito com o conhecimento explícito, que pode ser avaliado através da socialização e da
exteriorização do conhecimento.

Escola do Poder - Vários (1971/84)

Um processo negocial. A estratégia só é obtida através do poder, às vezes poder político interno ou externo (parcerias, alianças, join-ventures, fusões, aquisições ou
outras relações onde se conseguem negociações coletivas para seu próprio interesse).

Escola Cultural - Final dos anos 60 na Suécia

Um processo social. Na escola cultural o interesse é comum e o sistema é integrador, e é onde encontramos barreiras, pois o interesse cultural quase sempre impede
mudanças.

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Escola Ambiental - Teóricos das contingências (1977)

Um processo reativo. Fala sobre as exigências do ambiente, analisa as respostas esperadas pelas empresas frente às condições ambientais, ou seja, “Quanto mais estável
o ambiente externo mais formalizada a estrutura interna”.

Escola da Configuração - Chandler (1972) – grupo de McGill

Um processo transformador. A organização é a configuração de agrupamentos de características e comportamentos. Integra as reivindicações das outras escolas e prevê
saltos de um estado para outro, sendo a preferida dos consultores.

Configuração = estado da organização e todo seu contexto;

Transformação = processo de geração de estratégias.

Dessa forma, o equilíbrio numa empresa é o momento de criar uma estratégia para saltar para um estado superior. Em suma, entender qual o cenário e o tipo de
empreendimento é um trabalho necessário para o sucesso das estratégias a serem entendidas por todos.

A identificação pode levar o planejamento a seguir vários caminhos sem se perder. Conhecer o processo e o fundamento teórico aplicado facilitará a sua prática. A
organização atual da empresa é o reflexo de sua estratégia, e todos os seus recursos (financeiros, equipamentos, pessoal, estrutura, etc.) decorrem das decisões
estratégicas que foram efetivamente implementadas ao longo de sua vida.

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Síntese

Síntese

Todos sabemos que estratégia são planos de alta administração com a finalidade de atingir
 → resultados previamente estabelecidos.

Porém, para Mintzberg, não existe uma definição única do que é estratégia. Assim sendo,
 → resolveu defini-la mediante a classificação de dez escolas, como vimos nesta aula.

Não podemos afirmar que uma estratégia é mais eficaz que a outra e sim, como já foi

 → falado, quando o assunto é empresa e objetivos, utilizar a mais adequada para o tipo
organizacional e analisar, também, o ambiente situacional.

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Unidade 3 - Motivação

MOTIVAÇÃO

Segundo Chiavenato (2000), seria praticamente impossível compreender os relacionamentos existentes entre as pessoas sem um mínimo conhecimento da motivação de
seu comportamento. Sendo assim, é aconselhável o estudo inicial deste tema para, somente depois, estudarmos os demais.

O que seria motivação para você? Bem, definir exatamente o conceito de motivação é algo complexo. De modo geral, motivo é tudo aquilo que estimula a pessoa a agir de
determinada forma. Esse impulso à ação é provocado tanto por um estímulo externo, advindo do ambiente, como também pode ser gerado internamente nos processos
mentais do indivíduo. Nesse caso, a motivação está relacionada com o sistema de cognição de cada pessoa. Ou seja, nossos atos são conduzidos pela cognição – pelo
que pensamos, acreditamos e prevemos. Porém, quando alguém nos pergunta o motivo pelo qual agimos de uma certa maneira, é baseado na motivação que iremos
responder.

Você reage da mesma forma que seu colega de trabalho ao ser motivado (a)? É provável que não. As pessoas são diferentes no que tange à motivação. As necessidades
variam de pessoa para pessoa e também de situação para situação, acarretando diversos padrões de comportamento e valores sociais variados.

Vale lembrar que as capacidades para atingir os objetivos são totalmente diferentes. Para dificultar ainda mais, as necessidades, os valores sociais e as capacidades
variam, em cada um de nós, conforme a situação.

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A motivação tem um caráter contínuo, ou seja, teremos sempre à nossa frente algo a motivar-nos. Algo intrínseco, que possa ter um valor infinitamente superior ao que teria
para outra pessoa.

Apesar de os padrões de comportamento serem variados, o processo do qual eles resultam é, praticamente, o mesmo para todas as pessoas. Neste caso, há três
premissas que justificam o comportamento humano. Quais são elas?

O comportamento é um efeito. O comportamento é causado por estímulos internos ou externos. Tanto o meio no qual o indivíduo está inserido como a própria
hereditariedade são fatores que influenciam no comportamento de cada pessoa.

O comportamento é motivado. O comportamento não é fortuito nem aleatório, porém sempre direcionado para uma finalidade.

O comportamento é orientado para objetivos. Para um comportamento de atitude tomada, existe um impulso, uma necessidade, uma incitação.

Analisando as suposições acima, concluímos que o comportamento não é espontâneo e nem isento de finalidade. Haverá sempre algum objetivo implícito ou explícito para
esclarecê-lo.

Podemos observar essa afirmativa no modelo básico de motivação ilustrado por Chiavenato (2000).

O modelo será o mesmo para todas as pessoas? Sim, mas o resultado poderá variar de forma indefinida, pois depende da percepção do estímulo (que se modifica de
pessoa para pessoa e na mesma pessoa, conforme o tempo).

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Teorias Motivacionais

Teoria de Maslow

Abraham Maslow, psicólogo americano, tendo como parâmetro a questão das necessidades humanas, desenvolveu uma teoria, que a nomeou de Hierarquia das
Necessidades Humanas. Para Maslow, tais necessidades estão organizadas hierarquicamente e a busca pela satisfação de algumas ou todas elas é que nos motiva a
tomar alguma direção.

Maslow distribuiu as necessidades humanas em forma de pirâmide, cuja base contém as necessidades primárias, ou seja, as necessidades mais baixas e recorrentes. Já
da metade da pirâmide para o seu ápice estão as necessidades secundárias, as mais sofisticadas e intelectualizadas. Observe a figura abaixo.

Autorrealização
Necessidades de Estima
Necessidades Sociais
Necessidades de Segurança
Necessidades Fisiológicas

Agora veremos o que representa cada uma delas.

Necessidades Fisiológicas: é o nível mais baixo da pirâmide hierárquica. São as necessidades básicas de todo indivíduo, como de alimentação (fome e sede), de repouso
e descanso, de abrigo e reprodução da espécie. Tais necessidades são denominadas necessidades biológicas.

Necessidades de segurança: no momento em que as necessidades humanas estão relativamente satisfeitas, há o desejo de segurança. A busca de proteção contra
ameaça e a busca de estabilidade em um mundo previsível são manifestações típicas dessas necessidades.

Necessidades sociais: é o convívio que você tem com outras pessoas. São as necessidades que todos desejam possuir: a de aceitação por parte dos colegas, a troca
de amizade, de afeto e amor, dentro ou fora do ambiente organizacional.

O que pode acontecer se tais necessidades não estiverem satisfeitas? É simples, pode acarretar solidão ou a falta de adaptação social para o indivíduo. Essa necessidade
é fundamental em uma empresa, pois é considerada por Maslow como ativadora do comportamento humano.

Necessidades de estima: são as necessidades relacionadas com a forma pela qual você se analisa e se vê perante a sociedade, ou seja, uma autoavaliação e
autoestima. Com essas necessidades satisfeitas, você tem condições de possuir autoconfiança, sentimentos de valor, força, poder, dentre outros. Caso contrário, surgem
sentimentos de inferioridade, fraqueza, desamparo, podendo levar-lhe ao desânimo.

Necessidades de autorrealização: essas são as mais elevadas, situam-se no topo da pirâmide hierárquica. “São as necessidades que levam cada pessoa a tentar
realizar seu próprio potencial e se desenvolver continuamente como criatura humana ao longo de toda vida... Tornar-se mais do que é e de vir a ser tudo o que pode ser”
(Chiavenato, 2000, p.85).

Portanto, mesmo que todas as necessidades sejam alcançadas, a pessoa sempre desejará mais e dificilmente atingirá a satisfação plena e absoluta.

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Agora, iremos estudar a teoria de Herzberg.

A teoria dos dois fatores de Herzberg, segundo Chiavenato (2000):

Herzberg difere de Maslow ao fundamentar, em sua teoria, os fatores externos e o trabalho do indivíduo como motivadores do comportamento humano.

São dois os fatores motivacionais de Herzberg:

1. Fatores higiênicos: referem-se às condições físicas e ambientais de trabalho. Constituem os fatores que são, comumente, utilizados pelas organizações. Por exemplo: o
salário, benefícios sociais, políticas da empresa, etc.

Contudo, tais fatores não têm uma forte influência no comportamento dos empregados. “A expressão higiene serve exatamente para refletir seu caráter preventivo e
profilático e para mostrar que se destinam simplesmente a evitar fontes de insatisfação do meio ambiente ou ameaças potenciais ao seu equilíbrio” (Chiavenato, 2000,
p.87).

Quando esses fatores estão em perfeita harmonia entre os funcionários, simplesmente evitam a insatisfação, tornando o ambiente de trabalho agradável. Porém, quando
precários, provocam insatisfação.

2. Fatores motivacionais: estão diretamente relacionados ao conteúdo do cargo em si. Os fatores tornam-se atrativos no momento em que atividades estimulantes são
agregadas ao cargo.

Podemos conferir no diagrama abaixo a Teoria dos 2 fatores.

Teoria dos dois fatores: os satisfacientes e os insatisfacientes

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O modelo contingencial de motivação de Vroom, segundo Chiavenato (2000):

“Victor H. Vroom desenvolveu uma teoria da motivação que rejeita noções preconcebidas e que reconhece essas diferenças individuais. Sua teoria se restringe
exclusivamente à motivação para produzir” (Chiavenato, 2000, p.90).

Para Vroom, três fatores são determinantes em cada indivíduo, são eles:

1. objetivos pessoais do indivíduo: podem ser considerados como as necessidades básicas de cada ser humano, por exemplo, dinheiro, segurança no cargo,
reconhecimento, aceitação social e até mesmo ter um trabalho mais interessante.

2. relação percebida entre satisfação dos objetivos e alta produtividade: nesse caso, vai depender daquilo que você considerar como prioridade na sua vida pessoal.
Se você tem como objetivo obter um salário maior, consequentemente, terá uma forte motivação para produzir mais. Isso se o salário for baseado na produção. Porém, se
você tiver uma necessidade de aceitação muito elevada pelos membros do grupo, provavelmente irá produzir abaixo do nível médio de produção. Pois produzir um número
que destoa da média poderá gerar a rejeição do grupo.

3. percepção de sua capacidade de influenciar sua produtividade: um funcionário pode acreditar que seu poder influencia seu próprio nível produtivo. Contudo, se ele
acreditar que o esforço despendido em um serviço teve pouco efeito no resultado, automaticamente irá se esforçar menos.

Diante disso, cada indivíduo escolhe o grau com que deseja ser motivado; uns se contentam com pouco, outros estão em uma eterna busca. Porém todos precisam ser
motivados.

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Pode-se verificar, na frase de Maquiavel (2001), que pessoas precisam ser motivadas e, se assim o fizerem, trarão somente benefícios àquele que o motivou. “Sempre se
encontram descontentes e pessoas com desejo de inovar, que poderão abrir-te caminho para dentro do estado e facilitar a tua vitória” (Maquiavel, 2001, p.19).

No tratamento com os funcionários, é necessário dar-lhes oportunidade e espaço para concretizar suas ambições. Caso contrário, podem trazer problemas à organização.

Ainda com relação ao trato entre chefia e subordinado, Sun Tzu afirma:

“Comanda seus soldados com autoridade, mantém-nos juntos pela boa fé e os torna serviçais com recompensas. Se a fé diminuir, haverá separação; se as recompensas
forem deficientes, as ordens não serão respeitadas” (Sun Tzu, 2002, p. 102).

Os seres humanos sempre foram movidos a recompensas, mesmo há 2.500 anos, como pôde ser visto na citação acima de Sun Tzu.

O que pode ser considerado importante para motivar funcionários? É preciso que o superior lhes passe pessoalmente algo inspirador e, se necessário, use recursos que
ajudem a desenvolver atitudes positivas na organização; alguns recursos praticados na gestão de pessoas são folgas, bonificação em função de desempenho, festas,
jantares, dentre outros.

Porém, mesmo fazendo isso para motivar os empregados, é fundamental permanecer sempre atento a suas ações.

Por fim, “... para você ter sucesso é necessário desenvolver a capacidade de perceber mais além do que eles estão fazendo: o porque estão fazendo. Muitos impérios e
líderes tombaram devido às ações de funcionários que pareciam leais...” (Griffin, 1994, p.105).

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Síntese

Síntese

Verificamos nesta aula que você reage de forma diferente das outras pessoas e que cada
pessoa possui uma forma única de ser motivada. Aquilo que o motiva, provavelmente, não
→ motivará seu colega. Sendo assim, notamos que a motivação é algo intrínseco, dependerá
dos valores, das necessidades e da percepção que o indivíduo tem da realidade.

Em uma empresa, seja ela de natureza pública ou privada, é mister oferecer oportunidades
aos funcionários e espaço para que possam concretizar suas ambições. Um funcionário
→ desmotivado pode causar sérios problemas à instituição.

Concluiremos este capítulo com um pensamento sobre um possível fim para a Gestão de
Pessoas. Caso tal área tenda à entropia, as demais também desaparecerão. Pois, como foi
→ visto no início, uma empresa é tudo, mas ao mesmo tempo pode virar um nada caso as
pessoas deixem de existir nas organizações.

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Unidade 4 - Estilos de Liderança

 
ESTILOS DE LIDERANÇA

Daremos início à aula de liderança com um breve conceito da palavra “liderar”.

Liderar é liberar a capacidade criativa existente nas pessoas, porém isso demanda comprometimento entre líder e liderado, o que exige confiança tanto do líder para com os
liderados, como dos liderados para com o líder.

Uma das muitas fontes de confusão sobre liderança foi a introdução da ideia dos assim chamados ‘estilos’: a liderança autocrática, democrática e laissez-faire (ou ‘faça o
que quiser’)”. O primeiro estilo era considerado ‘mau’ e o segundo, ‘bom’. Vale ressaltar que o estilo autoritário não tem relação com um estilo ‘mau’ e sim firme.

Destarte, não existe um ‘estilo’ certo na escala da liderança. Ao observarmos um líder, poderemos verificar que irá tomar variadas decisões no decurso de sua função.

Observando as constantes mudanças no dia-a-dia, é notório o valor de um líder servindo de bússola, indicando a direção a ser seguida, garantindo o sucesso e a eficácia
organizacionais. A liderança sugere que a pessoa aceita pelo grupo tenha o poder de dirigi-lo. Isto é, o poder de mando existe, mas é legitimado pelo grupo e não,
necessariamente, pela hierarquia.

Logo, liderança é uma técnica que pode ser assimilada, aperfeiçoada e adaptada por todos que assim desejarem.

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O Líder

O líder é aquele indivíduo que todos querem seguir, e os indivíduos identificam no líder a sapiência de saber ouvi-los.

Vários líderes atuais originaram-se de uma sociedade cujas empresas seguiam o modelo patriarcal de liderança, nas quais eles apenas eram os intermediários –
nomeados pelas organizações – que faziam as ordens serem cumpridas.

A postura atual do líder deve ser empreendedora, criativa, para a obtenção de resultados satisfatórios. Espera-se que os líderes que provêm do modelo patriarcal estejam
preparados para atuar no cenário do novo milênio, de forma diferenciada.

Todavia, dentro de uma mesma organização, o que pode dar certo em um grupo pode não funcionar em outro. Isso ocorre pelo fato de o grupo ser formado por seres
humanos, que possuem personalidade, aparência e caráter distintos. Porém, mesmo com todas essas diferenças, existem pontos em comum entre indivíduos. A fome no
momento em que acordamos é um exemplo de necessidade comum a todos. Sendo assim, veremos a seguir três áreas principais existentes nos grupos de trabalho.

Os três componentes básicos para atingir as metas

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Veremos a seguir algumas características de líderes, baseadas em 8 princípios, conforme Covey (1994):

1) Os líderes estão continuamente aprendendo: há uma busca constante de conhecimento na vida desse tipo de indivíduo, procuram treinamento, leitura especializada,
escutam os outros, assistem a aulas, aprendem com os olhos e ouvidos bem abertos. São extremamente curiosos e estão sempre fazendo perguntas, desenvolvendo
sempre novas habilidades e interesses. Quanto mais sabem, descobrem que nada sabem, ou seja, um eterno aprendizado.

2) Os líderes estão voltados para o serviço: podemos dizer que os líderes encaram a vida como uma missão e não como uma carreira.

3) Os líderes irradiam energia positiva: “As pessoas baseadas em princípios têm uma aparência alegre, agradável e feliz. Sua atitude é otimista, positiva, para cima, e seu
espírito é entusiasta, esperançoso e cheio de fé”. (Covey, 1994, p.9).

Qual a sua reação ao se deparar com energias negativas? Esses líderes tendem a neutralizar essas energias e com sabedoria conseguem lidar com elas.

4) Os líderes acreditam nas outras pessoas: tais indivíduos não se sentem superiores ou engrandecidos pelo simples fato de se defrontarem com as fraquezas dos outros.
Acreditam, realmente, no potencial subjacente de todas as pessoas.

Vamos fazer uma analogia com Maquiavel, pois ao mesmo tempo em que Maquiavel dava conselhos ao príncipe, dava também ao povo. Acreditava que era possível a
chegada deles ao poder, se assim desejassem e tivessem condições e virtude para tal façanha.

5) Suas vidas são equilibradas: os líderes mantêm-se sempre atualizados em relação aos assuntos e eventos mais recentes. Possuem vários amigos, porém poucos
confidentes.

“São capazes de reconhecer seu próprio valor, que se manifesta através de sua coragem e de sua integridade e através da falta de necessidade de gabar-se... São abertos
na maneira simples, direta e não manipuladora com que se comunicam” (Covey, 1994, p.10).

Os líderes vivem de maneira sensata o presente. Planejam cuidadosamente o futuro e adaptam-se com flexibilidade às circunstâncias mutáveis.

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6) Os líderes encaram a vida como uma aventura: pessoas assim fazem da vida uma verdadeira dádiva e resistem ao máximo tornarem-se discípulos de qualquer pessoa.
Não gostam de serem detidas e são capazes de se adaptarem virtualmente a qualquer situação.

7) Os líderes são pessoas sinérgicas: “Sinergia é o estado em que o todo é mais do que a soma das partes” (Covey, 1994, p.12). Ou seja, pessoas sinérgicas são aquelas
que se adaptam e aceitam facilmente uma mudança, além de serem bastante produtivas e criativas.

8) Os líderes exercitam-se pela auto–renovação: é fundamental cuidar das quatro dimensões da personalidade humana, são elas: a física, a mental, a emocional e a
espiritual.

“Esses princípios da auto–renovação gradualmente produzem um caráter forte e saudável com uma força de vontade poderosamente disciplinada, voltada para o serviço”
(Covey, 1994, p.14).

Depois de termos visto sobre alguns assuntos importantes dentro dos estilos de liderança, podemos adentrar nesse assunto, propriamente dito.

Estilos de liderança para Robbins (1999).

De acordo com uma revisão das teorias de liderança realizada por Robbins (1999), verificou-se que são quatro as abordagens mais recentes. São elas: teoria de atribuição
de liderança, liderança carismática, liderança transacional versus transformacional e liderança visionária.

A teoria de atribuição de liderança é utilizada como ajuda para explicar a percepção de liderança. Esta teoria lida com pessoas tentando fazer uma ligação entre causa e
efeito. Quando algo acontece, deve ser atribuído a algum fator.

O mesmo ocorre com os líderes, pois “a teoria da atribuição diz que liderança é meramente uma atribuição que as pessoas fazem a outros indivíduos” (Robbins, 1999,
p.232).

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Os líderes dessa teoria possuem alguns traços marcantes de personalidade. São considerados possuidores de fortes habilidades verbais, agressivos, compreensivos e
dispostos para o trabalho.

A teoria da liderança carismática é considerada como a extensão da atribuição de liderança. Porém, os líderes carismáticos têm três características marcantes que os
diferem de um líder não carismático. São elas: confiança extremamente alta, domínio e fortes convicções em suas crenças.

Qual o comportamento desse tipo de líder? O carismático, normalmente, influencia seus seguidores através de processos atraentes, articulados por eles próprios. Com isso,
uma expectativa é criada nos seguidores fazendo com que surja uma ligação entre o presente e um melhor futuro para a organização. O líder expõe expectativas altas de
desempenho e demonstra, a seus seguidores, confiança de que eles conseguem alcançá-las. Além de estar sempre mostrando a eles que, se for necessário, faz auto–
sacrifícios para atingir o desejado. Será que no seu trabalho existe algum líder carismático?

Já dizia Maquiavel:

“Nada torna um príncipe tão estimado quanto realizar grandes empreendimentos e dar de si raros exemplos” (Maquiavel, 2001, p.105).

Porém, ainda que alguns autores afirmem que carisma não pode ser aprendido, a maioria dos especialistas acredita que os indivíduos podem receber treinamento com o
objetivo de demonstrar comportamentos carismáticos, inclusive você.

A liderança carismática é mais indicada quando existe um propósito ideológico, por isso se torna mais comum a aparição de um líder carismático na política ou na guerra,
ou então quando uma empresa está introduzindo algo radicalmente novo ou passando por uma crise.

Podemos verificar um propósito ideológico na frase de Sun Tzu. “O general que avança sem desejar fama e recua sem temer o descrédito, cujo único pensamento é
proteger seu país e prestar um bom serviço ao soberano, é a jóia do reino” (Sun Tzu, 2002, p.73).

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O líder tem uma visão voltada para o bem da organização e a satisfação pessoal de atingir as metas estabelecidas.

A liderança transacional versus transformacional: na liderança transacional, os líderes guiam ou motivam seus seguidores na direção de metas estabelecidas, explicando a
eles quais são as exigências do papel e da tarefa em troca de recompensas pelos esforços realizados.

E os líderes transformacionais inspiram seus seguidores a ultrapassarem seus interesses próprios para o bem da empresa e também prestam atenção nas necessidades
individuais de seus seguidores, além de fazerem com que os mesmos vejam velhos problemas de maneiras novas e os estimulem e inspirem a darem mais de si para
alcançarem as metas estipuladas. A liderança transformacional possui uma ligação estreita com a carismática.

“A liderança transformacional está mais fortemente correlacionada do que a liderança transacional a taxas de rotatividade mais baixas, produtividade mais alta e satisfação
de empregado mais alta” (Robbins, 1999, p.235).

Qual o motivo desta forte correlação? Será pelo fato de os líderes prestarem atenção nas necessidades individuais de seus seguidores? Observando essa pergunta, pode
ser feito um paralelo à motivação, a qual afirma que cada indivíduo possui diversas formas de atingir a satisfação profissional. Sendo assim, podemos dizer que o indivíduo
carece de uma atenção um pouco mais direcionada às suas necessidades individuais.

Por fim, a liderança visionária é aquela que possui a capacidade de criar e articular uma visão realista do futuro para o ambiente organizacional, a partir de acontecimentos
presentes e passados.

Maquiavel, em seu livro O Príncipe, é um exemplo de líder visionário. Pode-se verificar no seguinte trecho:

“Quanto aos exercícios da mente, deve o príncipe ler as histórias e refletir sobre as ações dos homens excelentes, ver como se comportaram nas guerras, e examinar as
causas das vitórias e derrotas a fim de poder escapar destas e imitar aquelas. Mas, sobretudo, deve agir como antes agiram alguns homens excelentes que se espelharam
no exemplo de outros que, antes deles, haviam sido louvados e glorificados, e cujos gestos e ações procuraram ter sempre em mente” (Maquiavel, 2001, p. 71).

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Não basta o líder possuir apenas a visão, ele deve explicar a visão aos outros, e para isso é necessário que tenha comunicação oral e escrita claras. Além disso, ele deve
demonstrar tal visão através de comportamentos e estendê-la para a organização como um todo, onde todas as áreas tenham conhecimento do que se passa.

O Estilo de Liderança pode ser classificado em cinco versões.

Os perfis são os seguintes: destruidor, procrastinador, paralisador, planejador e realizador.

1- Destruidor: são líderes completamente egocêntricos e vêem o mundo a partir de suas próprias convicções. Não possuem consideração para com os outros e tiram
vantagem daqueles que agem conforme o solicitado.

2- Procrastinador: são indivíduos absolutamente nervosos e relutantes. Tendem a adiar as tarefas que necessitam execução ou se afastam delas.

3- Paralisador: esses tipos de líderes ficam parados no tempo. Praticamente vivem de algum passado glorioso e tentam de forma repetida revivê-lo.

4- Planejador: o estilo de liderança dos líderes planejadores envolve lidar com o mundo real, em tempo real, eles se interessam com o ambiente externo e também com o
que podem aprender com você. O objetivo dos líderes planejadores é expandir os conhecimentos. Além de inquiridores e prestativos, são de fácil convivência, mas têm
princípios firmes e imutáveis.

5- Realizador: os líderes realizadores são considerados indivíduos vibrantes e coerentes. Suas negociações são bem sucedidas, seus empreendimentos sempre são
concluídos, suas estratégias são bem planejadas e comunicadas e seus liderados demonstram orgulho de ter um líder realizador.

Chegamos à conclusão que não há estilos de liderança pré-estabelecidos, o estilo irá depender das características que o suposto líder apresentará. As denominações de
estilos são variadas, diversas as nomenclaturas, porém a essência é praticamente a mesma. Líderes carismáticos ou autoritários.

Com a finalidade de agregar um pouco mais de conhecimento a respeito dos líderes, veremos algumas diferenças entre eles e os chefes.

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Diferenças entre chefes e líderes

Nem todo chefe é líder. Porém o chefe pode se transformar em um líder, dependendo do modo como agir.

Quais as diferenças existentes entre os chefes e líderes? O bom chefe traz ordem e segurança ao projetar planos formais, planejar estruturas organizacionais rígidas e
observar os resultados dos planos. Já o líder trata com a mudança. Além de trazer ordem e segurança, os líderes estabelecem direção desenvolvendo uma visão do futuro;
então, eles incluem as pessoas comunicando a elas essa visão e motivando-as a vencer obstáculos.

Silva (2002) realiza uma comparação entre chefes e líderes, conforme podemos visualizar no quadro abaixo.

Chefes Líderes

- Administram as atividades - Inovam suas realizações

- Dão suporte às condições e pessoas - Desenvolvem pessoas

- Confiam nos controles - Inspiram confiança

- Perspectivas a curto prazo - Perspectivas a longo prazo

- Aceitam o status quo - Desafiam o status quo

- Perguntam como e quando - Perguntam o quê e por quê

- Centram-se nos sistemas e estruturas - Centram-se nas pessoas


 

Até mesmo nos dias atuais não seria possível identificar um conjunto de traços de personalidade comum a todos os líderes. Alguns indivíduos possuem os mesmos traços,
porém não necessariamente todos são líderes.

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Síntese

Síntese

Podemos concluir que a existência da figura de um líder em uma organização é


imprescindível para o bom andamento das tarefas. Porém, não existe um estilo de liderança

→ modelo ou desejado. Os estilos vistos nesta aula podem ser usados por uma mesma pessoa
em situações diferentes. Por exemplo: um líder carismático pode ser autoritário em algumas
situações. E o autoritário, também, pode ser carismático.

O importante é a postura de um líder. Essa postura deve ser empreendedora e criativa, pois

→ em um mercado competitivo como o nosso, devemos estar sempre buscando resultados


satisfatórios e positivos.

A liderança utilizada dependerá do ambiente no qual a instituição estará inserida. Verificamos


na aula que a liderança carismática é mais indicada quando existir um propósito ideológico.
→ No entanto, se a situação for de combate, a liderança autoritária não soaria mal. Ao contrário,
talvez fosse a melhor solução.

Finalizaremos este capítulo com um pensamento de Maquiavel (2001), o qual diz que “seria

→ muito vanglorioso um príncipe possuir apenas qualidades boas. Porém, devido às próprias
condições humanas e ambientais, isso se torna algo difícil de executar”.

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Unidade 5 - Organização Informal

 
ORGANIZAÇÃO INFORMAL

Toda organização informal está inserida em uma estrutura organizacional. Para entendermos melhor o que é e como funciona uma organização informal, vamos discorrer
um pouco sobre estrutura organizacional. Para isso daremos um breve conceito de organização.

Organização

É a ordenação e agrupamento de atividades e recursos, que visa ao alcance dos objetivos e resultados estabelecidos.

Para que a organização de uma empresa seja adequada, pode-se considerar notório o desenvolvimento da estrutura organizacional.

Estrutura Organizacional

A estrutura organizacional estabelece como as tarefas de trabalho são formalmente divididas, agrupadas e coordenadas. Esses quesitos constituem a organização formal
de uma empresa. Em contraposição à organização formal, cuja estrutura organizacional é composta de órgãos, cargos, relações funcionais, níveis hierárquicos etc, a
organização informal é formada por um conjunto de interações e de relacionamentos que são criados entre os funcionários de uma organização e prega a importância do
relacionamento interpessoal dentro e fora das organizações.

Depois de termos visto sobre organização, estrutura organizacional e organização formal, podemos dar início às organizações informais.

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A organização informal

Alguns estudiosos da Teoria das Relações Humanas verificam, com a Experiência de Hawthorne, desenvolvida por Elton Mayo, que o comportamento dos indivíduos no
trabalho não poderia ser perfeitamente compreendido sem que as organizações informais fossem consideradas.

O comportamento e os tipos de relações que os funcionários mantêm dentro de uma empresa, infelizmente, não aparecem no organograma, como amizades ou inimizades,
grupos que se identificam ou não, e é justamente essa variedade de comportamento que é denominada de organização informal. Agora surge a pergunta: Qual a função
dessa organização em uma empresa? A resposta é simples, todo indivíduo necessita de um mínimo de interação com outros indivíduos nesse sistema informal de
relacionamentos. Caso não existissem os grupos informais, certamente algumas pessoas se sentiriam desmotivadas a ir trabalhar.

É importante observar que a organização informal possui alguns componentes que se entrelaçam. No quadro abaixo, tais componentes estão listados para que possamos
visualizar de maneira clara, precisa e didática. Em seguida discorreremos sobre cada um deles.

Grupos Grupos criados por iniciativa de seus próprios membros, para defender seus
informais interesses ou atender a necessidades de convivência social.

Normas de Regras implícitas ou explícitas, criadas por grupos, que determinam o


conduta comportamento dos indivíduos.

Cultura Crenças, valores, preconceitos, cerimônias, rituais e símbolos adotados ou


organizacional valorizados pela organização.

Clima Sentimentos positivos, negativos ou de indiferença, produzidos pela organização


organizacional sobre seus integrantes.

Fonte: Maximiano, 2000, p. 253.

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Grupos informais

As organizações são formadas apenas por grupos formais? Não, já vimos a importância, para os indivíduos, da presença de grupos informais em uma empresa.

Os grupos informais são criados pela iniciativa dos próprios funcionários e desenvolvem-se para realizar tarefas variadas com interesses comuns. Seja para organizar um
grupo com a finalidade de jogar futebol nos fins de semana ou para reunir com objetivo de reivindicar pela posse de um espaço físico dentro da empresa e até o simples
convívio de forma social são exemplos de grupos informais.

É a partir dos grupos formais que surgem os informais, devido à proximidade física, à semelhança social e aos problemas que qualquer ser humano defronta; com isso
nascem os sentimentos de amizade e interesse que são a base dos grupos informais.

Os grupos informais executam quatro tipos de papéis dentro das organizações. O quadro abaixo indica quais são esses papéis.

- Uma pessoa se junta a outras porque é incapaz de realizar sozinha algum


objetivo.
Realização de
objetivos comuns
- Os grupos são instrumentos para a realização de objetivos individuais
coincidentes.

Valorização das Convivência social, bem-estar psicológico, reconhecimento, estima e


pessoas identidade social são necessidades que os grupos atendem.

Proteção dos
Os grupos protegem seus integrantes e multiplicam a força do indivíduo.
integrantes

Definição de padrões O desempenho dos indivíduos, freqüentemente, é determinado pelos colegas


de desempenho de grupo, não por padrões técnicos.

Fonte: Maximiano, 2000, p.254.

 
Já vimos sobre o primeiro componente de uma organização informal, que são os grupos informais. Agora vamos dar início ao segundo.

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Normas de conduta

As normas de conduta regularmente conflitam com o regulamento interno da organização, podendo acarretar problemas.

Essas normas surgem de opiniões e entendimentos implícitos ou explícitos entre os funcionários da organização. Imaginemos a seguinte situação. O expediente tem início
às 8h, só que você começa a trabalhar sempre às 8h30min, pois esses 30 minutos são dedicados àquela boa conversa informal com seus colegas de trabalho. Ao se
comportar dessa maneira, uma norma de conduta foi estabelecida no departamento ou sala na qual trabalha e, por meios implícitos, os colegas que mantêm essa conversa
com você terão a mesma conduta.

À medida que as normas de conduta ganham força nos grupos organizacionais, as regras burocráticas perdem sua credibilidade entre esses funcionários.

Daremos início ao terceiro componente.

Cultura Organizacional

Pode-se dizer que as normas de conduta estão entre os elementos mais significativos da cultura organizacional.

“Cultura organizacional significa um modo de vida, um sistema de crenças, expectativas e valores, uma forma de interação e relacionamento típicos de determinada
organização. Cada organização é um sistema complexo e humano, com características próprias, com a sua própria cultura e com um sistema de valores” (Chiavenato,
2000, p.531).

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Além das normas de conduta, a cultura organizacional abrange outros elementos que veremos em breve. Agora citaremos alguns indicadores que identificam e analisam a
cultura das organizações.

INDICADOR SIGNIFICADO

Grau de identificação das pessoas com a organização como um todo, mais do que
Identidade
um grupo imediato ou colegas de profissão.

Tolerância ao Medida da capacidade de organização de adaptar-se a situações novas, em


risco e à contraposição a seu interesse em permanecer mantendo as tradições e as
inovação estruturas vigentes.

Crença em que o indivíduo deve cuidar de si próprio e de sua família; crença em


Individualismo
que o indivíduo é dono de seu próprio destino.

Crença em que os membros do grupo (parentes, organização, sociedade)


Coletivismo
preocupam-se com o bem-estar comum.
Participação Nível de participação das pessoas no processo de administrar a organização.

Nível de preocupação da administração com os clientes, acionistas e empregados,


Adaptação
em contraposição à preocupação consigo mesma.

 
Como as normas de conduta já mencionadas, os outros componentes da cultura organizacional serão citados conforme dito. São eles:

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Não iremos precisar de muitos artifícios para a compreensão desses componentes. Vejamos alguns exemplos de crenças, valores e preconceitos que ocorrem no nosso
dia-a-dia.

Funcionário ocupado é sinônimo de pessoa produtiva.

A empresa é uma grande família, com direito a desavenças e o chefe representa o pai.

A distinção dos funcionários de uma organização através dos elevadores. Elevador social para funcionários administrativos e o elevador de serviço para os funcionários
da manutenção e limpeza.

“Crenças, valores e preconceitos estão na base das normas de conduta, influenciando a maneira como os chefes tratam seus funcionários e, de forma geral, como as
pessoas se relacionam” (Maximiano, 2000, p.258).

Entendidos crenças, valores e preconceitos, daremos continuidade com cerimônias e rituais.

Cerimônias e rituais estão relacionados a eventos sociais realizados para funcionários da própria organização. O objetivo desses componentes é reforçar os valores
organizacionais, os laços existentes entre funcionários e o senso de identidade comum, ademais de reconhecer publicamente o desempenho dos melhores funcionários. O
que pode ser para alguns uma excelente fonte motivacional.

Por fim, os símbolos. Esse elemento é formado por palavras, objetos, ações ou eventos que significam algo para as pessoas e grupos da organização. Exemplos de
símbolos: uniformes, logotipos, decoração das instalações etc. Naturalmente, os símbolos são facilmente modificados em uma cultura organizacional.

Clima organizacional

Clima organizacional, o último componente a ser analisado da organização informal, possui um importante papel dentro de uma empresa.

Como os níveis de satisfação ou insatisfação são apreciados no seu trabalho? Através de questionários, reuniões ou não se fala no assunto?

É necessário que os sentimentos em relação à realidade objetiva da organização formal sejam mensurados.

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Questionários devem ser aplicados dentro da empresa com perguntas objetivas, onde os funcionários irão assinalar apenas uma alternativa, facilitando a mensuração da
qualidade percebida por cada funcionário.

Um exemplo de questionário objetivo pode ser observado na figura que segue.

O relacionamento entre as pessoas da sua equipe, é:

Excelente

Bom

Mais ou menos

Ruim

Muito Ruim

Não sabe

Fonte: http://www.indg.com.br/info/artigos/artigos.asp?15

 
Todos os elementos que compõem a organização formal afetam os sentimentos dos funcionários, desde a localização física até os objetivos organizacionais, não
esquecendo dos salários, limpeza e integração com os colegas.

Cada funcionário terá uma realidade percebida, o que produzirá sentimentos individuais, por isso há a necessidade de aplicar questionários dentro da empresa com todos.
Contudo, os funcionários que assim desejarem não precisam se identificar. Porém é importante que participem pois, através dos resultados obtidos, algumas mudanças
podem ser trabalhadas de maneira direcionada ao foco.

Depois de termos estudado a organização informal você se considera apto (a) a listar algumas características desse tipo organizacional? É justamente isso que veremos
agora.

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Características da organização informal

a) Relação de coesão ou de antagonismo: são as relações criadas entre pessoas de diferentes níveis, podendo ser relações pessoais de simpatia ou de antipatia. A
intensidade e duração desses relacionamentos são extremamente variáveis.

b) Status: os indivíduos se sentem mais prestigiados pela sua importância em uma organização informal do que propriamente pela sua posição na organização formal.
Quando um indivíduo é solicitado em uma reunião de trabalho, ele sabe que o desejado no momento é simplesmente seus serviços e conhecimentos. Porém, quando é
chamado para comparecer a uma reunião informal em um bar, certamente esse funcionário se sentirá querido pelo grupo.

c) Colaboração espontânea: em uma organização informal o nível de colaboração espontânea é infinitamente superior ao da organização formal. O porquê disso? O prazer
e a satisfação existentes na organização informal.

d) A possibilidade da oposição à organização formal: quando a organização informal é manipulada de forma inadequada pode ocorrer uma oposição à organização formal, o
que resulta desarmonia com os objetivos da empresa.

e) Padrões de relações e atitudes: existem pessoas que desenvolvem espontaneamente padrões de relações e de atitudes e que são aceitos e assimilados pelos seus
componentes, pois exprimem os interesses do grupo.

f) Mudanças de níveis e alterações dos grupos informais: os grupos informais tendem a se modificar com as alterações realizadas na organização formal. Por exemplo, um
funcionário sofreu um remanejamento e foi lotado em outro departamento, consequentemente, ele fará parte de outro grupo informal.

g) A organização informal transcende a organização formal: a organização formal está presa a horários e normas. Já a organização informal escapa a essas limitações,
estando “presa” apenas às vontades que cada indivíduo tem.

h) Padrões de desempenho nos grupos informais: nem sempre esses padrões correspondem aos estabelecidos pela administração. Podem ser maiores ou menores, bem
como podem estar em harmonia ou não com a organização. A responsável pelos padrões de desempenho é a motivação individual com relação aos objetivos da empresa.

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Síntese

Síntese

As organizações informais são, simplesmente, os relacionamentos criados dentro de uma

 → organização formal. Esses relacionamentos ao mesmo tempo em que podem ser úteis à empresa,
podem trazer malefícios.

As relações desenvolvidas entre os funcionários de uma empresa não aparecem no organograma,

 → infelizmente. Seria interessante fazermos uma comparação do andamento da organização formal e


da informal, a fim de verificar se a informal está coesa ou não com os objetivos organizacionais.

Concluímos que a organização informal tem sua origem na necessidade que cada pessoa possui
em conviver com os demais seres humanos. Certamente, quando você começou a trabalhar na
empresa/instituição na qual está, um dos seus desejos era estabelecer relações satisfatórias
→ informais com seus companheiros. Pois, quando uma relação agradável não é estabelecida, pode
afetar o ambiente formal da empresa acarretando insatisfação pessoal. Ou seja, a necessidade de
existir uma organização informal dentro de uma empresa é imprescindível.

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Unidade 6 - Negociação Ganha x Ganha

 
NEGOCIAÇÃO GANHA-GANHA

Uma negociação envolve, geralmente, lados opostos com interesses, em sua maioria, conflitantes. Esse módulo irá mostrar como tal processo se desenvolve e explanar
algumas técnicas para que uma negociação seja conduzida com resultados satisfatórios a todos.

Para uma negociação ser bem-sucedida é necessário que um plano de ação seja estabelecido, este deve conter o objetivo final e a estratégia para alcançá-lo. Ou seja, a
preparação é relevante quando o assunto é negociar.

As negociações acontecem todos os dias entre familiares, comerciantes e também no local de trabalho. Vejamos um exemplo simples de negociação no ambiente
organizacional. Seu chefe lhe pede para realizar um trabalho em 10 dias. Você analisa o trabalho e nota que é necessário pesquisar em livros, documentos históricos e
também há a necessidade de elaborar gráficos. Conclui que o prazo de 10 dias será pouco para finalizar o trabalho. Pede, então, um prazo de 20 dias e explica ao seu
chefe que não terá condições de lhe entregar um trabalho de boa qualidade tão rapidamente. Negocia junto a ele o tempo ideal e depois de muita conversa chegam a um
acordo que em 15 dias o trabalho estará pronto.

Acabamos de ver uma negociação ganha-ganha, onde o funcionário conseguiu aumentar um pouco o prazo inicial e o chefe recebeu um bom trabalho alguns dias após o
desejado inicialmente.

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O processo termina com resultados positivos ou negativos para ambos. A negociação ganha-ganha não pode ser considerada um jogo, pois em um jogo, ao mesmo tempo
em que se fazem ganhadores, também se fazem perdedores. À medida que um indivíduo é derrotado várias vezes, ele não quererá mais jogar com você. O mesmo
acontece nas negociações.

O problema reside na filosofia ganhador-perdedor. Na vida, ninguém, inclusive você mesmo, quer sentir-se um perdedor. Até soa mal! Em uma negociação ganha - ganha,
nenhuma das partes sai vencida no arranjo, ou seja, o acordo é mútuo. Desenvolver uma relação ganha-ganha é fácil quando estamos dispostos a seguir estes passos:

                      
                                          
1- planejar atividades que permitam desenvolver um            3- permitir que o relacionamento se
relacionamento pessoal positivo com aquele que desenvolva, plenamente, antes de
iremos negociar; 2- cultivar um sentimento de discutir negócios para valer.
confiança recíproco;
                                                                                                     

Esses pontos foram citados para lembrar que antes de qualquer negociação é válido conhecer com quem se está negociando. Afinal, é melhor conhecer quem será seu
parceiro, concorda?

Se mesmo depois de todos os quesitos acima preenchidos ainda houver áreas nas quais ambas as partes discordam, a solução é aprofundar ainda mais os pontos em
desacordo, esgotando quaisquer tipos de diferenças que ainda perdurem para que o resultado final satisfaça as partes envolvidas na negociação.

Depois de consolidado um relacionamento amigável, um acordo já pode ser discutido de igual para igual. Nos acordos ganha-ganha as metas de ambos os negociadores
são conciliadas para chegar a um acordo mutuamente plausível e aceitável, obtendo assim um desempenho satisfatório. Como vimos no acordo traçado pelo chefe e seu
subordinado.

Porém, para um acordo ser bem-sucedido uma relação precisa ser bem desenvolvida, pois a outra parte não terá motivo para ser desonesta ou evasiva em suas respostas.

Provavelmente o erro mais comum no âmbito dos negócios é concluir que, uma vez conseguido um acordo satisfatório, a negociação está encerrada.

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Você pode estar pensando que, com o acordo estabelecido, o que resta a fazer é transformar em documento todo o combinado, correto? Se considerarmos a negociação
um processo que se completa em apenas uma negociação, talvez seja assim. Porém para uma negociação ganha-ganha atingir o sucesso e perpetuar a relação de parceria
durante longo prazo, a manutenção deve ser feita.

É necessário fazer a manutenção do processo, ou seja, manter um contato constante com os indivíduos que participaram da negociação. Por uma razão ou por outra, as
pessoas não têm mais o empenho original em cumprir o acordo e acabam depositando suas energias e interesses em outro lugar.

Como a manutenção pode ser feita? Podemos fazê-la por meio de visitas, jantares e conversas informais. Em Marketing existe uma máxima que diz que “um cliente mantido
é mais lucrativo que um cliente conquistado”, principalmente pelo fato de existir essa relação de confiança, que traz, dentre outros benefícios, uma menor sensibilidade a
preços durante a negociação.

Em suma, o método ganha-ganha é composto por quatro passos. São eles:

1- planos ganha-ganha: considera importantes a própria meta e a de quem está


negociando.

2- relações ganha-ganha: fazer com que ambas as partes se sintam a vontade com a
negociação.

3- acordos ganha-ganha: ambos atingem suas metas.

4- manutenção ganha-ganha: encoraja as pessoas a honrar seus compromissos como


também manter as relações.

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Esse processo em forma de círculo simboliza a continuidade, caracterizando a negociação ganha-ganha como algo que não tem fim. Ao contrário do que alguns pensam, a
negociação não é um ato isolado que começa com um contato visual e termina com um aperto de mãos.

Compreendido o que é negociação ganha-ganha, veremos os tipos de negociação existentes em uma empresa.

Tipos de negociação em uma empresa

Modalidades diferentes requerem formas diferentes de negociar. A seguir podemos analisar três tipos de negociação que estão presentes no cotidiano de qualquer
indivíduo.

Independente da área que se for travar uma negociação esteja preparado (a) para um acordo e não se esqueça de formular sua estratégia de acordo com o tipo de
negociação. Quando uma negociação é planejada anteriormente, ela segue um único caminho; quando não há um planejamento prévio, o resultado poderá ter dois
desdobramentos.
Lados
Exemplos
Tipos
envolvidos

- Direção;
- Discussões sobre salários e
-
condições de trabalho;
Subordinados;

- Dia-a-dia/Gerenciais: tais negociações envolvem problemas - Definição de cargos e áreas


- Colegas;
internos e relações de trabalho entre grupos e funcionários. de influência;

- Sindicato;
- Aumento de produção por
meio de horas extras. - Assistentes
jurídicos.
- Direção

-
- Fechar um contrato de
Fornecedores
fornecimento;

- Comerciais: o que impulsiona este tipo de negociação, que - Clientes


- Programar a entrega de
se dá entre uma organização e uma parte externa, é em o
produtos e serviços;
geral lado financeiro. - Governo

- Chegar a um acordo sobre


- Sindicatos
qualidade e preços.
- Assistentes
jurídicos
- Governo

- Discussão sobre as leis Local

locais e federais de
- Governo
planejamento urbano;
- Jurídicas: em geral, estas negociações são muito formais. Federal
Envolvem sérias disputas sobre precedentes.
- Relações com órgãos
- Órgãos
reguladores (como
reguladores
autoridades fiscais).

- Direção
 

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Táticas de negociação

Um negociador que não costuma utilizar o ganha-ganha é facilmente identificado durante o processo de negociação.

Para que você não seja surpreendido (a), listaremos algumas manobras utilizadas por algumas pessoas durante relações de negócios:

1- tendem a introduzir de forma inesperada novos temas. Concentre-se para não perder o ponto da negociação em que estava!

2- fazem ataques pessoais. Rebata com bom humor, jamais com raiva.

3- tentam lhe distrair. Resista!

4- induzem a encerrar as negociações antes que você esteja satisfeito (a) com as condições oferecidas. Volte ao assunto desejado!

Acabamos de ver algumas táticas adotadas por alguns negociadores que não utilizam a negociação ganha-ganha. Se você está disposto (a) a manter uma negociação
saudável por um longo período, pense nas negociações que tem feito e tire suas conclusões.

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Vamos analisar, juntos, algumas questões que foram detectadas durante esse processo e tentar segui-las.

Ao negociar, tente ver sob todas as óticas possíveis;

Em grande parte das negociações existe uma série de temores. Jamais indique ou coloque em pauta alguma fraqueza do outro negociador. Isso não seria ético e nem caracterizado como
negociação ganha-ganha;

Formular adequadamente seus objetivos máximos e os mínimos, pois no caso de impasse você saberá quais objetivos foram atingidos e se compensará prosseguir a negociação;

Procure desenvolver um bom repertório de táticas de informação, tempo e poder. Repetir constantemente as mesmas táticas pode irritar o outro negociador;

No momento do fechamento de acordo, não fique retornando a pontos que já foram solucionados anteriormente. Se não há mais dúvidas entre os negociadores e se as partes estão
satisfeitas, não há porque ficar desviando a celebração do acordo com assuntos já esgotados;

Tenha formas de avaliar e controlar o que foi acordado, pois a negociação não termina com o acordo firmado.

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A negociação é como pegar um táxi em uma cidade desenvolvida. Se o taxista quiser tirar vantagem, você até pode chegar ao seu destino. O problema é que o caminho
que vai percorrer pode ser bastante longo e também dispendioso.

Que tal finalizarmos este módulo com alguns tipos de negociadores? Afinal, a sua vida será maravilhosa se todos os indivíduos com quem você lida forem calmos, honestos
e moderados. Assim sendo, vamos conhecer mais um pouquinho sobre eles. Você conhece algum tipo assim?

Negociadores eu-ganho-você-perde: são pessoas que querem sempre sair por cima, mesmo que você saia arrasado (a) e acreditam que você está a mercê do dinheiro
delas. Espero que você não conheça esse tipo. Caso conheça, é preciso convencê-las que o resultado ganha-ganha é uma possibilidade mais agradável.

Tomadores de decisão indecisos: se já não é fácil conversar com alguém decidido, imaginemos um negociador indeciso. Será que não tem informação relevante ou está
desconfiando de algo? Se necessário faça um esboço do processo.

Mentirosos: esse tipo é complicado. O que podemos falar é para você se prevenir. Quando o assunto é negociação a dica é: anote tudo. O que esse tipo mais gosta de
fazer é negar o que foi dito no encontro anterior. Se você não estiver bem preparado, é capaz de ficar confuso, e o pior, acreditar nele.

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Síntese

Síntese

Para que uma negociação seja satisfatória para as partes envolvidas, é necessário que
seja feito um plano de ação, ou seja, preparar aquilo que se deseja conseguir. Porém, uma

→ negociação não é um jogo, no qual um perde e o outro ganha, e quando há o empate,


ambos saem insatisfeitos. Ao contrário, na negociação ganha-ganha o empate é o melhor
resultado e principalmente se o relacionamento foi amigável e prazeroso.

Contudo, ao contrário dos que muitos pensam, a negociação não termina como acordo
finalizado ou, como conhecemos, com o aperto de mãos. Existe uma fase muito importante,
→ a manutenção. A fim de saber se o resultado também agradou a outra parte e dar
seguimento a futuras negociações.

Vamos tirar aquela ideia da cabeça de que só é bom quando ganhamos. A negociação

→ ganha-ganha existe para provar que o resultado positivo para os dois negociadores é a
melhor saída.

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Unidade 7 - Inteligência Emocional

 
INTELIGÊNCIA EMOCIONAL

Todos conhecemos pessoas cheias de bom senso ou criatividade que se saíram de maneira medíocre em testes acadêmicos ou levam anos tentando passar em um
concurso público. Essas pessoas são um constante lembrete de que é necessário mais do que cultura acadêmica para se ter sucesso. Com isso, ignoramos completamente
as descobertas de que o QI está relacionado a apenas quatro por cento do sucesso no mundo real. Em outras palavras, noventa e seis por cento estão relacionados a
outras formas de inteligência, e é justamente a mais significativa que vamos abordar agora.

O que é, então, inteligência emocional? Inteligência emocional é simplesmente o uso racional das emoções, ou seja, é trabalhar as emoções a seu favor, para que seus
resultados sejam aperfeiçoados à medida que consegue ditar o comportamento e raciocínio.

O foco do nosso estudo será dado à inteligência emocional no trabalho, por entendermos que é uma área de grande relevância. Com esse estudo você estará apto (a) a
apurar as técnicas da inteligência emocional não apenas no trabalho, mas também fora dele.

O intrapessoal e o interpessoal

A inteligência emocional no trabalho divide-se em duas partes: o uso intrapessoal e o interpessoal.

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Intrapessoal

Primeiramente, vamos falar sobre como expandir a sua inteligência emocional, ou seja, a intrapessoal. Para isso é fundamental a compreensão de duas etapas:

a) como aplicar a autoconsciência

A autoconsciência é a percepção que você deve possuir com relação às suas reações. Tendo consciência, por exemplo, de que o seu tom de voz está ficando cada vez
mais alto com seu colega de trabalho por ele ter feito um serviço errado. Existem outros meios construtivos de indicar o erro de alguém. A ajuda é um deles. Porém, esse
não é o nosso foco. Voltemos à autoconsciência.

A primeira atitude a ser tomada é recorrer à “caixinha” de informações sobre si mesmo que, com certeza, está ao seu alcance. Algumas informações valiosas são
sentimentos, sensações, avaliações, ações e intenções. Como esses sentimentos irão lhe ajudar? Simples, eles irão lhe ajudar a compreender como reagir, agir, comunicar
e operar em diversas situações, fazendo com que você se torne ainda mais eficiente em seu ambiente de trabalho. Observamos que, ao desenvolver sua capacidade de
comunicação e sua destreza interpessoal, suas habilidades como mentor emocional podem ser maximizadas. A autoconsciência está no cerne de cada uma das aptidões
citadas anteriormente, devido ao fato de a inteligência emocional somente se iniciar quando a informação pode ser percebida. Um bom exemplo para esse fato é o controle
da raiva. Para controlar a raiva, você tem de ter consciência daquilo que a provoca e de como o afeta.

Vejamos um exemplo claro, pelo qual todos já passamos. Você está discutindo com uma pessoa, porém essa discussão está pegando um caminho que lhe leva à raiva, e
você ainda não tem essa consciência, pois está dominado(a) pelas emoções. O ‘bate-boca’ continua, só que regado por agressões verbais. Onde isso irá parar? Vamos
parar por aqui e refletir nas inúmeras discussões e brigas que já tivemos ao longo desses anos. Foram poucas as que agregaram algo construtivo na sua vida, sim? Você
tem o costume de não prosseguir uma suposta discussão com a finalidade de evitar desgastes futuros? Se a resposta foi sim, estamos no caminho certo. Porém, se
respondeu não, vamos pensar no que essas brigas podem nos ser úteis. Provavelmente só lhe trarão malefícios. Depois conversaremos sobre isso.

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Para navegar com eficiência no seu mundo de trabalho, saber o rumo certo e como permanecer nele, você necessita de um giroscópio. Pense na sua autoconsciência
como sendo um giroscópio que lhe manterá centrado (a) e o (a) alertará sempre que você se desviar do curso.

Vamos, agora, exercitar sua consciência sensorial, pois, ao prestar atenção em seus sentidos, você será capaz de examinar, esclarecer e alterar suas avaliações. Seus
sentidos – visão, audição, olfato, tato e paladar – são as fontes de todas as suas avaliações sobre o mundo, e é através delas que você recebe informações sobre si mesmo
(a), sobre outras pessoas e diferentes situações.

Daremos início a um passeio pela rua, você e um colega de trabalho, numa rua movimentada, com comércios e prédios nas proximidades.

Respire fundo e tente identificar o maior número possível de odores (alguns quase imperceptíveis na correria do dia-a-dia). Sinta o aroma perfumado do sabão que sai da
lavanderia ou o cheiro da comida que vem de um restaurante. Preste atenção em todos os sons, um avião distante, um neném chorando do outro lado da rua, etc. Observe
as sensações do seu corpo: o tecido da sua blusa é macio, confortável ou áspero e incômodo? O sapato está apertado? O salto é muito alto que chega a incomodar?

Sua consciência sensorial será aguçada com a prática desse exercício, o que facilitará a distinção entre as informações sensoriais e avaliações. Assim, no fim do passeio
você fará uma avaliação correta do ocorrido. Por exemplo, o passeio não foi agradável porque o sapato estava apertado, a blusa estava “pinicando” e o barulho era
insuportável. Ao invés de concluir erroneamente que seu colega de trabalho é uma péssima companhia.

Vejamos outro exercício. Este possui um valor muito grande: reviva mentalmente uma situação aflitiva. Normalmente relutamos em relembrar certas emoções que nos
perturbaram, mas, na maioria dos casos, é através delas que aprendemos mais.

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Por exemplo, uma crítica severa e bem fundada de seu chefe com relação à sua baixa produtividade no trabalho, tendo ele ainda lhe dito que os resultados de seus colegas
eram infinitamente superiores ao seu. Vamos fazer uma análise breve: você tem tendência a exagerar as consequências negativas? Sente vergonha com facilidade, mesmo
sem motivo? Vamos trabalhar isso mais adiante.

Até agora vimos que a autoconsciência requer prática, você aprende a “sair do seu corpo” e observar-se em ação. Agora irá aprender como controlar suas emoções.

b) como controlar suas emoções

Ter o controle das emoções é bastante diferente de sufocá-las. Significa compreendê-las e usar essa compreensão para modificar as situações em benefício próprio.

Creio que esse ponto você entenda um pouco. Imaginemos que seu chefe lhe fez uma crítica ainda mais severa que a descrita anteriormente. A situação é a seguinte: ele
lhe chama em sua sala e mostra um projeto um pouco complexo e insinua que você o faça o mais rápido possível. Você não teve tempo de esboçar nenhuma reação,
quando é surpreendido com críticas a respeito de sua capacidade de realizar um projeto desse nível. Entre algumas frases, você ouviu: “É tão incapaz que nem sei como
conseguiu esse emprego”. Pronto, seu sangue ferve e a vontade que tem é de dar uma resposta à altura e certamente esse ato resultaria em uma severa repreensão.

Eis a maneira emocionalmente inteligente de lidar com essa situação. Primeiro você precisa ter a consciência de que está sentindo raiva, depois atentar para os seus
pensamentos. Os pensamentos que vêm de imediato talvez não sejam os mais indicados: “Vou matar esse homem”, dentre outros pensamentos um pouco piores. Mas um
pouco depois, você consegue desenvolver um diálogo interno construtivo: “Não vou deixar que ele perceba que estou com raiva, afinal, ele deve estar cheio de problemas
em sua vida pessoal”. Nesse momento, olhe para suas atitudes e repare como está o seu semblante; caso esteja notória a sua raiva, que tal um copo d’água em um lugar
longe da sala do seu chefe?

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Os componentes do sistema emocional são aqueles que dirigem suas reações emocionais e não os atos de outrem. Como o exemplo citado acima, foram seus
pensamentos sobre seu chefe, seu coração tomado pela indignação que fizeram com que você sentisse raiva. Se você compreender isso, tudo ficará mais fácil e perceberá
que o poder de controlar a sua raiva pertence exclusivamente a você. São eles:

Os pensamentos devem ser preferencialmente instrutivos. Esses pensamentos tranquilizam e sugerem o curso a ser seguido. Seguem alguns: “estou perfeitamente
preparado (a)”; “vou escutar cuidadosamente o que ele tem a dizer”; “não vou interrompê-lo”; “vou tentar aprender com meu chefe como posso melhorar”. Se você conseguir
pensar assim, já será meio caminho andado.

O importante não é conhecer cada uma das emoções que resultam em alterações fisiológicas, e sim reconhecer como ocorreu uma alteração no seu nível de excitação.

A explicação para a ocorrência das alterações é que os seres humanos são programados para lutar ou fugir para conseguir lidar com situações de tensão. Isso era
associado à sobrevivência: você está a procura de alimento na selva, desarmado, e se depara com um leão, o que você faz? Espero que fuja! Em seguida, encontra um
membro de uma tribo inimiga à sua, ele também está desarmado, porém lhe chama para combate. O que acontecerá em ambos os casos? “Seu ritmo cardíaco acelera para
que mais sangue flua para o cérebro, órgãos, músculos e outras partes do seu corpo, de modo que, recebendo mais nutrientes, eles possam reagir melhor, esteja fugindo
ou lutando. O ritmo da sua respiração aumenta para que mais oxigênio seja levado para todas as partes do corpo, porque suas células precisam de oxigênio para funcionar”
(Weissinger, 1997, p. 57). Na verdade, é uma parte do seu cérebro chamada hipotálamo que recebeu a informação de “perigo” e comandou a liberação de adrenalina para
que os movimentos do corpo tenham o dínamo necessário para fugir ou enfrentar o perigo.

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Como podemos observar, a reação lutar-fugir é extremamente útil para as situações de vida ou morte em que você precisa dessa infusão de sangue e oxigênio. Porém, acredita-se que não seja
esse tipo de situação que você enfrenta no seu ambiente de trabalho; no máximo atos de excitação. Se for esse o problema, a solução é fácil. Tente relaxar! Vamos dar algumas dicas de como
desenvolver uma reação condicionada de relaxamento:

Escolha um local apropriado; tranquilo e com luminosidade adequada. Caso não disponha de um lugar com essas características no seu trabalho, faça em casa. Encontre
uma posição e roupas confortáveis. Sinta suas costas, pernas, cabeça. Alguma dor? Bem, perguntamos isso porque as dores atrapalham na concentração, e a meta é
reduzir toda a tensão muscular. Adote uma atitude passiva. A passividade tende a ser considerada como o componente mais importante desse exercício. Tente ignorar as
distrações. Você já tem algum tipo de exercício mental que o tranquilize? Se sim, pense nele. Caso não tenha, que tal pensar em uma praia deserta, campo verde, em uma
bela cachoeira, ou até uma música tranquila? Bem, pense naquilo que achar mais agradável. Isso vai ajudá-lo (a) a mudar a direção da sua mente. Pratique esse exercício
mental todos os dias por 20 minutos e você verá os resultados.

Uma vez que conseguiu atingir esse condicionamento, você conseguirá contornar qualquer mudança na sua excitação.

Vamos, agora, aprender a reconhecer as nossas atitudes.

Alguns comportamentos tendem a ser associados a emoções específicas. O que você faz quando recebe uma ótima notícia? E quando está desanimado (a)? Quando você
está nervoso (a), os que estão à sua volta percebem?

Com isso, podemos observar que as alterações fisiológicas perturbam a emoção quando você permite que fiquem descontroladas. O objetivo não é lhe transformar em um
robô, um ser sem reação, e sim em uma pessoa centrada e equilibrada que não se deixa ser dominada pelas emoções.

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Normalmente, as pessoas que demonstram muito suas emoções levam a fama de desequilibradas, pessoas fracas, descontroladas, dentre outras inúmeras denominações.
E você não deseja fazer parte dessa lista, não é?

A partir de hoje, você irá observar suas reações ao receber notícias inesperadas, sejam boas ou ruins. E no final de duas semanas, terá uma boa noção de suas reações e
como usá-las em seu benefício. É fácil, vamos lá!

Ao receber uma notícia boa ou ruim em seu trabalho, respire profundamente, desenvolva um diálogo interno construtivo - você é seu (sua) melhor amigo (a) - e agradeça de
forma sutil, se for boa, e comente, de forma também sutil, se for ruim - nada de exageros! Seus colegas, provavelmente, não têm relação com seus problemas pessoais da
mesma forma que você tem.

Apesar de o foco estar nas reações negativas, as reações positivas também necessitam de controle, tais como a alegria, o contentamento, a euforia e a confiança. Vamos a
um exemplo hipotético: seu chefe lhe chamou a sua sala para lhe dar a notícia de que foi promovido e terá uma gratificação salarial. Você não se contém de tanta alegria e
foi dar a notícia a seus colegas de sala. Só que você não sabe de um detalhe, um de seus colegas aspirava com grande expectativa por essa gratificação. Nada agradável,
não?

Nesse caso, contenha sua euforia e aguarde que seu chefe passe a notícia, ou então conte a seus familiares. Eles compartilharão dessa alegria com você até que possa
celebrar a notícia com todos os seus colegas de trabalho.

Até agora você aprendeu sobre os três componentes do seu sistema emocional – seus pensamentos, suas alterações fisiológicas e seu comportamento. E vimos também a
importância de mantê-los sob controle caso queira controlar suas emoções de maneira eficaz. Ou seja, o uso intrapessoal de sua inteligência emocional foi minuciosamente
analisado.

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Veremos, então, como usar sua inteligência emocional nas relações com as outras pessoas.

O uso interpessoal

Esse tipo de inteligência é tão importante quanto a intrapessoal, pois sua vida é cercada de pessoas e negociações. E para que esses relacionamentos e interações sejam
bem-sucedidos e beneficiem todos os envolvidos, inclusive você, a inteligência emocional deve estar presente.

Vamos agora aplicar, nas relações interpessoais, aquilo que aprendemos sobre suas reações e comportamentos.

A maneira correta de se comunicar

Todos sabemos que a base de qualquer relacionamento é a comunicação. Quantas vezes ouvimos alguém dizer que tudo se resolve com uma boa conversa? Tudo mesmo,
porém a comunicação deve ser eficaz e produtiva.

O elemento fundamental na condução correta e eficaz dessas técnicas citadas é a sensibilidade. Aquela sensibilidade que você usou para sentir o cheiro das coisas, ouvir
barulhos não percebidos no dia-a-dia, identificar suas intenções e atitudes será a mesma utilizada para orientar sua consciência para o exterior, em direção a outras
pessoas. Vale lembrar como a sensibilidade é um fato relevante para a sua inteligência emocional.

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Desenvolvendo a destreza interpessoal

Você já ouviu alguém ser rotulado de diplomático? Se esse alguém é você, o caminho é esse. Agora, se o diplomático é alguém que trabalha com você, comece a prestar
mais atenção nas atitudes dele. Uma pessoa diplomática é diferente de um bajulador, vulgarmente chamado de puxa-saco.

O bom relacionamento é fundamental no ambiente profissional, pois reflete na maior parte do que foi produzido durante o dia. Já vimos sobre isso na aula referente à
motivação.

Imaginemos um funcionário extremamente inteligente e esforçado, sem a destreza interpessoal no setor de atendimento ao cliente. Você acha que ele irá permanecer nesse
setor por muito tempo? Creio que não. Ao menos que ele aprenda algo com este capítulo e consiga mudar seu comportamento.

A boa notícia é que você não precisa ser nenhum especialista na área para analisar um relacionamento. O requisito para essa análise ser feita é a sua consciência dos
sentimentos, estados de espírito e necessidades da outra pessoa, bem como sua avaliação de diferentes situações. Existem alguns passos a serem seguidos. Que tal
falarmos um pouquinho sobre cada um deles?

Primeiro, os limites de um relacionamento raramente são mencionados e com isso você só ficará sabendo quando transgredi-los. Porém, cada um de nós conhece o bom
senso e nessas horas é importantíssimo usá-lo. Por exemplo, é sabido que as desculpas pessoais para faltar ao trabalho não são bem vistas nos relacionamentos
profissionais. Sendo assim, a programação prévia é válida nesses casos, ou seja, programe suas atividades para que elas não interfiram no seu trabalho.

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Alguma pessoa no seu ambiente profissional já lhe perguntou se você estava de mau humor? Se a resposta foi positiva, é necessário entender sobre os limites do
relacionamento. O motivo do seu mau humor é extrínseco ao trabalho? Sim? Bem, infelizmente as pessoas não se preocupam com isso. Agora, se o motivo estiver
relacionado ao trabalho, tente conversar com alguém e busque uma solução plausível.

Vejamos agora, como levar em conta as expectativas do relacionamento. Quantas vezes você já esperou mais do que seria razoável de um relacionamento?

Todos temos esse tipo de comportamento. Às vezes, de forma inconsciente, você deseja que seu chefe lhe explique de maneira clara o trabalho a ser feito, que sua
secretária consiga ler sua mente e captar, quem sabe, a sua linguagem subliminar. Quando suas expectativas ultrapassam aquilo que você quer que uma pessoa faça,
você tende a ficar decepcionado (a) e, muitas vezes, frustrado (a).

Para evitarmos que isso se torne comum em nossas vidas, devemos examinar nossas expectativas com base na realidade e, além disso, observar experiências ocorridas
anteriormente.

Algumas vezes é útil conversar com as pessoas, pois raramente conseguimos os objetivos na íntegra em um relacionamento, e com isso talvez obtenhamos mais
informação a respeito do que desejamos saber.

Que tal agora tentar conhecer a percepção que uma pessoa tem de você? Da mesma forma que você tem opiniões e conceitos formados sobre as outras pessoas, elas
também têm suas percepções a seu respeito.

Vamos a um exemplo. Se você é percebido como competente e inteligente, as pessoas de seu convívio profissional e social irão aceitar e reagir favoravelmente ao que
falar, porém, se é percebido de maneira oposta, é provável que suas ideias sejam questionadas.

Ao analisarmos essa situação, podemos concluir que a única forma de ter certeza das percepções e expectativas que as pessoas têm de você é, simplesmente, analisar as
reações que elas transmitem.

Que tal, além de percebermos as suas reações, analisarmos determinados diálogos? Um meio eficaz de entender um relacionamento é analisar os diálogos como se você
fosse um observador imparcial. É uma tarefa que exige sabedoria, pois você terá que se abstrair de suas opiniões.

Aquilo que é programado tem um resultado mais satisfatório do que o não programado. Então, vamos aprender a determinar o resultado esperado de cada relacionamento,
pois, fazendo isso, você estará em posição muito melhor para averiguar se está ou não no rumo certo, e, caso contrário, descobrir como mudar de curso.

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Síntese

Síntese

Vimos nesta unidade a importância de se autoconhecer e conhecer os outros também. Assim, você

→ consegue estabelecer um vínculo nos relacionamentos e vale lembrar que é mediante comunicação
que esse vínculo se estabelece.

Não temos como afirmar qual das duas inteligências é a mais importante para o desenvolvimento do

→ homem, pois, as duas se completam e formam o que, Daniel Goleman, professor de Harvard,
considerado a autoridade máxima nesse tema, chama de QE - quociente emocional.

A partir do momento que você tem o controle de suas emoções e se conhece muito bem ao ponto de
saber qual tipo de reação teria em uma determinada situação, ou seja, a sua inteligência intrapessoal,
→ fica fácil você também desenvolver a sua inteligência interpessoal e reagir com as pessoas da
maneira que mais lhe agradar.

Acredito que tudo se tornará mais fácil e seus momentos de euforia em situações não propícias
→ diminuirão consideravelmente. Você irá pensar dez vezes antes de entrar naquelas discussões que
não levam ninguém a lugar nenhum.

→ Em suma, vale a pena desenvolver essas inteligências. A dica foi dada.

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Unidade 8 - Inteligências Múltiplas

 
INTELIGÊNCIAS MÚLTIPLAS

Antes de iniciarmos este capítulo, você terá que esquecer o que escutou falar sobre o conceito de inteligência como uma propriedade única da mente humana, ou então
sobre aquele instrumento conhecido como teste de inteligência que pretende medir a inteligência de modo definitivo. Já esqueceu? Então podemos iniciar.

Inteligência é a capacidade de resolver problemas ou de criar produtos que sejam valorizados dentro de um ou mais cenários culturais.

O quociente de inteligência (QI), medido por perguntas relacionadas a habilidades aritméticas, vocabulário e outras capacidades, pode parecer exercer um considerável
efeito sobre o futuro das pessoas. O resultado de um teste de inteligência pode até prever a habilidade do indivíduo com relação às matérias escolares que terá maior
facilidade, embora preveja pouco sobre o sucesso na vida posterior.

Vamos voltar ao passado. Como você se comportava em sala de aula? Era uma criança inquieta? Foi um adolescente rebelde que não gostava de estudar? Pois bem, em
uma escala de 0 a 10, quanto você mudou? Todos mudamos, nem que seja um pouco. Quantos de nós conhecemos adolescentes que não suportaram ter de estudar por
mais de duas horas consecutivas e hoje são pessoas admiráveis no que fazem?

A inteligência humana não é medida em sua totalidade por testes, nem pela Ciência. Não existe uma única mensuração, que seja irrefutável e universalmente aceita sobre
inteligências humanas. O que teremos aqui é um nível de análise (podemos dizer, neurofisiológica), pois se falássemos a respeito de alguma teoria decisiva sobre o
alcance da inteligência humana, jamais terminaríamos esse estudo.

Você deve estar se questionando, qual a finalidade dessa unidade? Bem, há necessidade de uma melhor classificação de todas as competências intelectuais da que
possuímos agora, e com certeza você irá se identificar muito com algumas delas.

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Inteligência Linguística

Você tem sensibilidade quando o assunto é palavras? Mas o que é essa sensibilidade? É com relação ao significado das palavras, por meio das quais o indivíduo aprecia as
sutis nuances de definição entre derramar tinta “intencionalmente”, “deliberadamente” e “propositadamente”. Uma sensibilidade às diferentes funções da linguagem – seu
potencial para entusiasmar, convencer, estimular, transmitir informações ou simplesmente agradar.

Calma! Não estamos querendo que você seja um (a) poeta (isa) – nem mesmo um (a) amador (a) – e ainda assim podemos afirmar que você possui essas sensibilidades
em graus significativos. Mas se você é um (a) poeta (isa), parabéns, a sua inteligência linguística é um tanto apurada.

Existem inúmeros exercícios para que você possa treinar a sua inteligência linguística: telefone sem fio, palavras cruzadas, forca, dentre outros.

“A competência lingüística é, de fato, a inteligência – a competência intelectual – que parece mais ampla e mais
democraticamente compartilhada na espécie humana” (Gardner, p. 61).

 
Capacidade de usar a linguagem para convencer outros indivíduos a respeito de um
Aspecto retórico da
curso de ação. Ex.: líderes partidários, especialistas em Direito, uma criança
linguagem
desejando um pedaço de torta, vendedores...
Capacidade de usar esta ferramenta para ajudar a lembrar de informações
Potencial mnemônico
racionais, que vão de listas de atividades a regras de um jogo, além de fatos do
da linguagem
passado.

Grande parte do ensino e da aprendizagem ocorre através da linguagem e agora,


Papel na explicação
cada vez mais, através da palavra em sua forma escrita.
Potencial da linguagem
Capacidade de usar a linguagem para refletir sobre a linguagem, de engajar-se em
para explicar suas
análise “metalinguística”.
próprias atividades
 

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Com relação ao aspecto retórico, quantas vezes você teve de usar seus argumentos para conseguir algo no trabalho ou na sua vida social? Você está com muito trabalho
pendente e sem tempo de fazer uma pesquisa para seu chefe. Seu colega também está trabalhando e você precisa que ele faça isso para você. Pronto, é a hora de usar
seu potencial retórico, afinal, precisa convencê-lo a fazer a pesquisa.

Você é do tipo que sabe decorado todos os telefones da sua agenda, músicas antigas e detalhes minuciosos? Se a resposta for sim, sinal de elevado potencial mnemônico.

É necessário conhecer qual a sua melhor forma de assimilar conhecimentos. Leitura, audição ou os dois? Pois, assim, você ganhará tempo e aprendizado. Existem os
autodidatas, são os que não precisam de professor para aprender algo, contudo há indivíduos que não têm concentração e necessitam de professores que lhes expliquem
aquilo que está nos livros.

Bem, a primeira vista, os estudiosos (como historiadores ou críticos literários) aparentam maior dependência da linguagem. Essa dependência se dá não apenas como uma
fonte do que eles estudam, mas também como um meio para transmitir suas conclusões.

Você pode até não ter a retórica de Winston Churchill, celebrizada na entrada da Inglaterra na Segunda Grande Guerra, que inflamou multidões, e ainda, não ter a
habilidade para escrever um livro como “Sangue, Suor e Lágrimas”; também pode não ter a arte da oratória de Adolph Hitler, que conduziu a Alemanha ao nazismo (mesmo
tendo nascido na Áustria) e talvez você nunca venha a escrever um livro como “Minha Luta”, estando numa prisão; mas uma coisa é certa: você pode melhorar a habilidade
de falar e escrever.

Existem técnicas de oratória que permitem o pronunciamento de um discurso digno dos melhores oradores. E para se escrever com habilidade, bastam dois pequenos
segredos: o primeiro é ler muito. O segundo é reler.

Embora a linguagem possa ser transmitida através de gestos e da escrita, permanece no centro a forma oral e a auditiva. Vamos seguir com a inteligência musical.

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Inteligência musical

Quando se fala em talento, o que surge mais cedo é o talento musical. O célebre compositor Mozart começou a compor quando não tinha mais de quatro ou cinco anos de
idade. Mozart não era propenso a tornar-se um revolucionário musical ou político; ele vivia simplesmente para fazer música. Diz-se que Napoleão teria comentado que a
Revolução Francesa começara nas páginas de Le Mariage de Figaro (As Bodas de Fígaro), uma das mais belas obras de Mozart.

No século XVIII, ao tentar fugir de uma tempestade, um homem viu-se forçado a pedir abrigo em um galpão de ferreiros, num pequeno vilarejo perto de Edwiges. No galpão,
vários trabalhadores malhavam o ferro sobre a bigorna, produzindo um barulho ensurdecedor. Porém aquilo que parecia motivo de irritação para tantas pessoas do vilarejo,
para Georg Friedrich Haendel ou simplesmente Handel, tornou-se motivo de sua inspiração para a famosa ópera “O Ferreiro Harmonioso”. O mesmo Handel celebrizou-se
com “O Oratório Messias” que foi encomendado ao compositor por um lorde irlandês, representante de uma casa de teatro, para fazer um concerto beneficente. Segundo
Cantos, “Handel concluiu a obra em apenas 24 dias – tempo recorde – a partir de um libreto (texto) enviado por seu amigo, o inglês Charles Jennens”.

E o que dizer de Ludwig Van Beethoven, que, mesmo depois de ficar completamente surdo, continuou a compor suas maravilhosas obras com a mesma destreza que tinha
antes desse incidente?

E para não ficarmos somente com exemplos importados, lembremo-nos do nosso brasileiríssimo compositor Sivuca. No programa do Jô, buscou um pedaço de fio dental, e
com uma tampinha de caneta produziu o Hino Nacional Brasileiro, arrancando aplausos da platéia.

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Esses são alguns exemplos de pessoas que possuem inteligência musical admirável.

Alguns especialistas colocaram os aspectos afetivos da música perto do seu centro. Arnold Schoenberg definiu de maneira única e bela o que é a música: “música é a
sucessão e combinação de sons organizados de modo a exercer uma impressão agradável ao ouvido, e sua impressão à inteligência é ser compreensível”.

Essas impressões têm o poder de influenciar partes ocultas da nossa alma e das esferas sentimentais, e esta influência nos faz viver em um paraíso de desejos
preenchidos ou em um inferno sonhado.

Um fato que vale citar é a tentativa, ao longo dos séculos, de equiparar a música com a matemática, a fim de ressaltar a racionalidade (ou então, negar os poderes
emocionais) da música.

Porém, dificilmente alguém que conhece a música de forma íntima consegue abster-se de mencionar suas implicações emocionais. Mesmo aquele que não tem uma
profunda relação com a música, com certeza já se emocionou com algumas canções.

Enfim, se você desejar adquirir competência ou inteligência musical, deverá dominar a análise e a representação musical formal.

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Inteligência Lógico-Matemática

O que caracteriza as pessoas que possuem a inteligência lógico-matemática ou talentos matemáticos? Podemos afirmar que raramente os poderes dos matemáticos
ultrapassam a fronteira da disciplina, ou seja, os matemáticos raramente são talentosos em Direito ou Sociologia. O que caracteriza o indivíduo é o amor no tratar com a
abstração.

O matemático deve ser absolutamente rigoroso e perenemente cético onde nenhum fato pode ser aceito a não ser que tenha sido provado por etapas derivadas de
princípios universalmente aceitos. Em outras palavras, duvidam de quase tudo. Você é assim? É motivado pela crença de que você poderá criar resultados inteiramente
novos, que mudarão para sempre a maneira como os demais pensam sobre a ordem matemática? Se respondeu sim, você possui inteligência lógico-matemática. Também
foi assim com Newton, Einstein, Pitágoras, Bhaskara, Copérnico, Pascal e tantos outros matemáticos de renome.

Galileu declarou que o livro do universo estava escrito em Matemática e que o seu alfabeto consistia em triângulos, círculos e formas geométricas.

Hardy declarou que a experiência mais maravilhosa que um ser humano pode ter é descobrir uma verdade matemática, porque ela permanecerá para sempre.

Howard Garner, considerado o maior especialista em Inteligências Múltiplas, concorda com seu colega de Harvard, Daniel Goleman, que, como vimos, é o maior
exponencial do assunto relacionado a Inteligência Emocional: ambos afirmam que os atuais testes de QI privilegiam, com certos exageros, a lógica matemática. Isso faz
com que, pessoas que não apresentam esse tipo de inteligência com grande evidência, pareçam “menos inteligentes” que outras. E isso não deve ser um axioma.

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Inteligência Espacial

Vamos iniciar a inteligência espacial com uma pergunta. Você consegue chegar à Avenida Paulista sendo guiado por um mapa? É justamente um dos pontos relevantes
desse tipo de inteligência, ou seja, baseia-se “na capacidade de perceber e administrar a idéia de espaço, elaborar e utilizar mapas, plantas e outras formas de
representação. De identificar e de se localizar no mundo usual com precisão, de efetuar transformação sobre as percepções, imaginar movimento ou deslocamento interno
entre as partes de uma configuração e ser capaz de recriar aspectos da experiência visual, mesmo sem estímulos físicos relevantes” (Antunes, 2000, p. 36).

Em que a inteligência espacial pode nos ajudar no dia-a-dia? Pode nos ajudar quando o assunto for orientação, reconhecimento de locais, cenas, objetos, análise de
mapas, gráficos, diagramas, formas geométricas, além de auxiliar a nossa sensibilidade para perceber metáforas.

Temos exemplos marcantes desse tipo de inteligência:

Darwin associou sua teoria à da vida; Dalton associou a imagem do átomo à do sistema solar. E também pessoas como Guimarães Rosa e Chico Buarque de Holanda
constroem imagens físicas ou poéticas muito lúcidas com palavras.

Podemos treinar esse tipo de inteligência com o estímulo “sonhar acordado” e fazer das conversas uma construção do tipo brainstorming, a qual representa um meio
alentador de desenvolvimento da inteligência espacial, além de ser divertido falar tudo aquilo que vem à cabeça. O brainstorming tem quatro princípios:

1. toda crítica deve ser banida na primeira fase da tempestade cerebral;

2. toda ideia, por mais louca que seja, será bem-vinda;

3. quanto maior o número de ideias, mais fácil será selecioná-las;

4. é bastante valioso combinar novas ideias com algumas já expostas.

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Que tal alguns exemplos para você ir treinando? Algumas frases boas para a prática dessa atividade são: “quais as utilidades para uma rosca?”, “como usar a palavra chuva
para promover a venda de filtro-solar?” E por fim, um exercício de comparação, “a estatística é como biquíni, o que mostra é interessante, mas o que esconde é essencial”.
Agora é a sua vez, “a alegria é como uma piscina...”.
Se tivéssemos que optar por uma única área para ilustrar a centralidade da inteligência espacial, o jogo de xadrez seria um forte candidato. A capacidade de antecipar
jogadas e suas conseqüências parecem intimamente ligadas à forte imaginação.

A inteligência espacial é comumente citada por Gardner como sendo a inteligência dos inventores, pois esses conseguem quebrar os seus próprios paradigmas e deixam
fluir sua criatividade em busca de algo inusitado e inovador. Algumas figuras notórias como: Oscar Niemeyer, Lúcio Costa e Burle Marx, fizeram sucesso por meio da
arquitetura e do paisagismo, atividades também inerentes a pessoas dotadas de inteligência espacial.

Inteligência Corporal Cinestésica.

Quaisquer que sejam os usos do corpo, nenhum atingiu ápices maiores ou foi mais desenvolvido pelas culturas do que a dança. Por que falamos isso? Vamos refletir a
respeito do estilo de dança dentro do nosso país.

O jeito que os cariocas dançam é semelhante ao modo de dançar dos gaúchos? As bailarinas e os dançarinos de jazz? O que isso reflete? A dança está relacionada a
seqüências culturalmente padronizadas de movimentos corporais não verbais que são propositais. A dança pode refletir e validar a organização social.

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A inteligência lógico-matemática cresce a partir da padronização de objetos em conjuntos numéricos. A inteligência espacial é focada na capacidade do indivíduo de transformar objetos
dentro do seu meio e de orientar-se em meio a vários objetos no espaço. A própria inteligência corporal, focalizada internamente, é limitada ao exercício do nosso próprio corpo; e, em uma
visão externa, acarreta ações físicas sobre os objetos no mundo e completa o trio das inteligências ligadas a objetos.

Você deve ter notado que pessoas como Michael Jordan, grande astro do basquete norte-americano, também se expressava muito bem jogando baseball. Pelé, considerado o atleta do século,
não era bom apenas com os pés. Certa vez substituiu um goleiro expulso de campo numa das partidas da seleção brasileira, e não fez feio.

Pessoas dotadas de inteligência corporal cinestésica podem manifestar seus talentos também com atividades manuais. Você já experimentou construir um navio feito de palitos de fósforos
dentro de uma garrafa? Ou já experimentou construir uma gaiola de passarinhos? São atividades que requerem muita destreza e manifestação dessa inteligência.

Inteligências Pessoais

As inteligências pessoais representam uma simbiose entre a carga hereditária milenar desenhada no mapa genético de cada um e as interações do indivíduo com o ambiente social e consigo
mesmo.

Para Gardner, as inteligências pessoais são divididas em dois aspectos: a inteligência intrapessoal e a interpessoal. Falamos sobre as duas inteligências no capítulo anterior – Inteligência
Emocional.

É fundamental notarmos que você pode ter uma vida social sem maiores problemas se não tiver as inteligências citadas anteriormente de forma aguçada. Porém há uma certa pressão para que
desenvolva o seu entendimento da esfera pessoal visando uma melhora no seu próprio bem-estar ou no seu relacionamento com aqueles que o cercam.

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Mahatma Ghandi celebrizou-se pelo pacifismo com que conduziu a independência de seu país, Índia, diante da Inglaterra. Em geral, pessoas dotadas de habilidade nos relacionamentos
interpessoais, conseguem galgar posições hierárquicas de destaque dentro das grandes organizações. A habilidade de lidar com pessoas e de ser reconhecida como líder, faz do indivíduo
dotado de inteligência interpessoal um vencedor.

Não menos importante, a viagem para dentro de si mesmo – o auto-conhecimento – é característica de pessoas com inteligência intrapessoal. Segundo Goleman, esse tipo de pessoa convive
muito bem consigo próprio, não tem dificuldade de morar sozinho, e acabam perdoando mais o erro dos outros, porque identifica em si alguma característica cognitiva para estabelecer uma
analogia com o erro percebido. A pessoa dotada dessa inteligência gosta de Psicologia, Psicanálise, enigmas e tudo que possa desafiar a sua própria descoberta. Pode ser boa conselheira:
pastoreamentos, conselhos, ajudas são papéis de seu excelente desempenho. Pessoas assim são visitadas por outras que estão experimentando problemas mais graves e que necessitam de
refúgio nas suas sabedorias.

Howard Gardner vem pesquisando sobre outros tipos de inteligência, tais como: ecológica e espiritual. Diz que não se pode simplesmente “engessar” os tipos
de inteligência, em sete, oito ou nove tipos, mas que à medida que forem sendo reveladas outras formas de manifestação da inteligência, mais o homem tem a
ganhar com isso.

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Síntese

Síntese

Vimos nesta aula algumas competências intelectuais as quais receberam o nome de inteligências
→ múltiplas.

Um indivíduo pode ter vários tipos de inteligência: a inteligência lingüística, a inteligência lógico-
matemática, a corporal cinestésica e a pessoal, sem prejuízo de outras que possam ser
catalogadas num futuro próximo. Porém, não ter a mínima noção de espaço, apesar de ter a
→ inteligência lógico-matemática. Se alguém entregá-lo um mapa, simplesmente, não saberá o que
fazer com aquilo. O que quero dizer? Uma pessoa não precisa ter todas as inteligências citadas
nessa aula para ser considerada inteligente. Pois como foi dito, as inteligências múltiplas têm
relação com a competência que cada um possui.

Vamos finalizar com uma pergunta: A inteligência envelhece? A resposta é sim. Porém, o
envelhecimento não ocorre com todas as inteligências ao mesmo tempo, e nem com a mesma
→ intensidade nos dois hemisférios cerebrais. Uma das causas de um suposto envelhecimento
precoce é a falta de estímulos – o que seria o mesmo que ausência de “ginástica”.

As janelas da inteligência começam a se abrir ainda no ventre materno, e continuam se abrindo


no decorrer dos anos. Podemos afirmar que as janelas ficam “escancaradas” entre os dois e os
→ dezesseis anos. Depois disso, retraem-se um pouco e tendem a se fechar após os setenta e dois
anos.

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Unidade 9 - Comunicação Institucional

 
COMUNICAÇÃO INSTITUCIONAL

Antes de falarmos a respeito da comunicação institucional, que tal entendermos um pouquinho sobre o poder que a comunicação emana?

Qualquer empresa/instituição é legitimada por inúmeras formas de poder e uma delas, sem dúvida, é a comunicação.

A comunicação, pelo simples fato de existir, gera influências. E mais: exerce o tipo de poder expressivo e este tende a legitimar os demais tipos de poderes existentes em
uma organização.

Vale lembrar que as normas, os processos de recompensas, os sistemas de coerção que existem no seu local de trabalho passam por processos de codificação e
decodificação, recebem tratamento ao nível do código lingüístico, assumindo, ao final, a forma de discurso que será aceito ou não por você e seus colegas.

A comunicação fundamenta-se não apenas nos conteúdos de diversas disciplinas do conhecimento humano, mas também provê a intermediação do discurso
organizacional, ajusta interesses, controla os participantes internos e externos, enfim, promove uma maior aceitabilidade da ideologia empresarial.

Bem, tivemos uma breve introdução da importância da comunicação, vamos ver agora sobre a comunicação institucional.

Eficiência e eficácia da comunicação institucional

Assim, comunicação institucional, mesmo que Empresarial ou Organizacional, não é mais do que um esforço deliberado e planejado para estabelecer relações de confiança
entre o mundo empresarial e todo o seu público, tanto interno quanto externo, visando à concretização e alcance de um objetivo comum.

Para melhor compreender a importância do pensamento técnico na atuação parlamentar, sugerimos a leitura do artigo 'Pensamento Técnico: Suporte essencial à ação
política', de Viegas et al., disponível na Biblioteca deste curso, em 'Textos complementares'.

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Afirmamos que a comunicação institucional é uma técnica de gestão, implementável em qualquer instituição: pública ou privada, pequenas/médias ou grandes empresas,
objetivando um bom funcionamento organizacional, uma maior motivação e satisfação do seu público interno, uma maior notoriedade por parte do público externo, bem
como, estabelecer e manter relações duradouras de confiança com a sociedade em geral.

A meta final da comunicação institucional é gerar consentimento e concordância. Porém, não é fácil fazer com que todos os funcionários tenham a mesma compreensão
daquilo que está sendo transmitido. Ao analisarmos essa situação, é cabível a seguinte pergunta: Qual o objetivo dos profissionais que lidam com comunicação na
empresa? Esses indivíduos devem produzir aceitação, mediante a comunicação expressiva - emocional.

Vamos, então, mostrar como o processo comunicativo no seu trabalho pode ser mais eficaz e eficiente. Mas o que seria eficácia institucional?

Eficácia institucional é a extensão em que todas as formas de rendimento para a organização são maximizadas. Consegue-se isso com uma combinação da eficácia
enquanto sistema e seu sucesso em obter condições vantajosas ou inputs de que necessita.

Porém, um dos componentes fundamentais da eficácia é a eficiência. Bem, podemos analisar a eficiência como o uso sinérgico de todas as formas para a geração de um
produto, com perdas mínimas de energia.

Analisar a eficiência apenas pela ótica de produtividade pessoal é ter uma visão falha, talvez míope, do problema.

Que tal analisarmos um exemplo de eficácia e ausência de eficiência para termos uma melhor compreensão? Você entregou na data correta, a seu chefe, todos os
processos que ele solicitou. Ele pediu para você interpretar, fazer as devidas modificações e que elaborasse uma crítica fundamentada. Porém, você não elaborou uma
crítica fundamentada. Nesse caso, você atingiu a eficácia, entregou o processo na data marcada pelo seu chefe, mas não alcançou a eficiência, pois tiveram algumas falhas
no percurso.

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Por que não fez as críticas fundamentadas? Talvez por não ter compreendido quando seu chefe lhe solicitou para realizar essa tarefa. Ocorreu, então, uma falha na
comunicação institucional. Quando seu chefe lhe passou o trabalho, você e ele estavam cientes de que a comunicação havia sido compreendida. Notou como a
comunicação é importante no ambiente de trabalho?

Isso pode realmente acontecer com qualquer um de nós, se já não tiver acontecido. Podemos ser eficazes e não sermos eficientes ou atingirmos a eficiência, porém não
alcançarmos a eficácia. Nos projetos, pesquisas, qualquer tipo de tarefa feita no dia a dia pode haver falhas, mas é isso que deve ser evitado.

As falhas na comunicação estão entre as principais causas do fracasso ou da pouca praticidade dos programas de treinamento.

Podemos fazer uma analogia das empresas com os seres humanos. Pois toda empresa é única, como todo ser humano. Cada empresa tem sua história, sua cultura, seus
valores, sua missão. A comparação com o ser humano é absolutamente justificável e óbvia. Afinal, as empresas são compostas essencialmente de pessoas. E como são
compostas de pessoas sofrem – incrível – do mesmo mal. O mal da falta de comunicação. E eu disse t-o-d-a-s as empresas. Sem exceção. Pode até soar falsa ou ingênua
a generalização. Por favor, não façam julgamentos precipitados. Antes de concluir, vamos mergulhar um pouco mais nesse imenso mar de águas profundas. Vamos
mergulhar além das espumas das ondas.

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Uma comunicação eficaz não é o que aparentava, um ato em que emissor e receptor se envolvem em uma mensagem, com resultados claros para ambos. O emissor pode
ter compreendido de forma clara o objetivo de sua mensagem, com a qual o receptor concordava, como se tivessem mensagens divergentes.

A eficácia do desempenho comunicativo não é o mesmo que eficiência do encontro comunicativo. Duas pessoas podem ter uma conversa eficiente, mas os resultados
podem ser insatisfatórios ou até mesmo desastrosos.

Vamos verificar outro exemplo. Você conversa durante uma hora e meia com seu colega de trabalho, Pedro, sobre um projeto que sua equipe está desenvolvendo. Pedro
fala da importância de formarem uma parceria a fim de concluírem mais rapidamente o projeto. Falou também sobre as diretrizes que devem ser seguidas para que o
sucesso seja atingido. Ao finalizar a conversa, você acha que compreendeu todo o pensamento de Pedro e passa para sua equipe as diretrizes de Pedro. Depois de alguns
dias, Pedro lhe procura para dizer que ouviu um funcionário de sua equipe afirmar que ele falou algo que ele não disse. Bem, esse exemplo acontece inúmeras vezes no
cotidiano quando o assunto é comunicação institucional.

Fluidez nas comunicações pode ser traduzida por relacionamentos saudáveis. Quanto mais a equipe estiver afinada com a missão e com as metas da empresa, mais a
comunicação fluirá — e fluindo a comunicação, mais a empresa/instituição será produtiva. Mas como as empresas/instituições são compostas de pessoas, os problemas de
comunicação nunca deixarão de existir.

“Relevância, credibilidade, adequação, entendimento, sincronia são algumas características que podem ser analisadas no estudo da eficácia” (Torquato, 1986, p. 39).

Porém, no que tange a eficiência comunicativa, deve ser analisada como a potencialidade, de um lado, do emissor de afetar os outros, de modo a fazê-los seguir suas
intenções, vontades e também o potencial para ser afetado pelos outros, de forma que sejam vantajosos para si ou para sua organização; de outro modo, o
desenvolvimento das aptidões de alguém para receber comunicação é tão importante como o desenvolvimento das aptidões de um indivíduo para comunicar.

Podemos dizer que a eficiência da comunicação se mede pelo relacionamento entre eficácia obtida e os custos necessários para sua obtenção.

A comunicação institucional se define como moderna e estratégica, insere-se, profunda e intensamente, no processo de gestão e está afinada com a cultura organizacional.

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Síntese

Síntese

Como foi dito, a comunicação institucional é utilizada para estabelecer relações de confiança
entre o mundo empresarial e todo o público ao seu redor, tem como principal objetivo o bom
→ funcionamento organizacional e sua meta é gerar consentimento e concordância naqueles que
integram direta ou indiretamente a organização.

Por isso a comunicação se torna algo fundamental e as falhas devem ser eliminadas desse
→ processo, a fim de que resultados desastrosos não façam parte da sua empresa ou de sua vida.

Em suma, a comunicação institucional no século XXI não tolera improvisações e amadorismo.


Como instrumento de inteligência empresarial, deve ser coordenada e praticada por
→ especialistas. Ela requer planejamento, pesquisa, espírito crítico, talento, criatividade e
inovação.

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Unidade 10 - Dinâmica de Grupo

DINÂMICA DE GRUPO

Podemos afirmar que o trabalho em equipe está em voga. Com o fim da automação, nós nos deparamos com fatos e problemas mais amplos e mais complexos; por
exemplo, a planificação econômica e reestruturação do ensino. Diante disso, nos vimos na obrigação de dar o máximo de nossas capacidades e assim melhorar a
produtividade e a eficácia.

As dinâmicas de grupo são técnicas de discussão verbal, com as quais se podem confrontar diferentes pontos de vistas , em um clima de harmonia e de respeito.

Kurt Lewin, em 1930, deu início a alguns estudos sobre esses problemas. Depois dele, equipes de pesquisadores estudaram a psicologia dos grupos e chamaram essa
nova ciência de “dinâmica de grupo”. Junto com a pesquisa científica surgiram várias técnicas que foram postas em prática com o intuito de aumentar a eficácia do trabalho
em equipe. O conjunto de técnicas também é designado de dinâmica de grupo.

O que iremos falar neste capítulo não são receitas mágicas de como conduzir uma dinâmica de grupo com sucesso, seria utópico crer que elas são infalíveis e irão resolver
de imediato todos os problemas. O nosso intuito é transmitir a você o pensamento dessa dinâmica e facilitar uma iniciação a algumas de suas técnicas. Vamos começar?

Natureza do grupo

Antes de qualquer coisa, o grupo deve ter um objetivo em comum. Às vezes uns desejam alcançar o objetivo estabelecido mais do que outros, porém o grau de intensidade
não precisa ser o mesmo.

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Em seguida, é relevante o “intercâmbio” estabelecido entre os integrantes do grupo, praticamente uma interação psicológica. É justamente essa interação o critério
essencial dos grupos autênticos.

E por fim, o dinamismo inerente ao grupo, o qual pode ser modificado com a chegada ou saída de um membro.

Divisão dos grupos

Os grupos podem ser divididos conforme os objetivos estabelecidos. São eles: grupos de trabalho, de formação e mistos.

- Grupos de trabalho: este grupo preocupa-se com a tarefa que lhe foi designada.

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- Grupos de formação: há uma preocupação de analisar o processo em si e suas relações interpessoais. Ou seja, se você não concorda com o que seu colega disse, o grupo tenderá a analisar se
o motivo que lhe desagrada é emocional ou não.

- Grupos mistos: são aqueles que unem à eficiência do grupo de trabalho o realismo psicológico do grupo de formação.

Independente do tipo de grupo, algumas etapas devem ser seguidas. E quais são as etapas que os grupos geralmente têm de passar para atingir seus objetivos? Conforme
algumas experiências realizadas nesse campo por estudiosos, são quatro etapas: determinação dos objetivos e definição dos termos, proposta dos elementos de solução
(visa ampliar o conjunto de sugestões que cada um tem a fazer, praticamente um brainstorming), crítica das propostas e tomada de decisão.

O animador

É fundamental o papel do animador em uma dinâmica de grupo. Ele deve estar sempre alimentando a imaginação dos participantes da dinâmica.

A figura do animador é como a do mediador, ou seja, alguém que faz intervenção junto ao grupo com o objetivo de estimular as ideias e conduzir os trabalhos para um
resultado que se busca atingir, no tempo que dispõe para isso.

1ª Ajudar o grupo a definir e a escolher os problemas cuja discussão é mais urgente.

Facilitar os intercâmbios de opiniões e dar aos diferentes pontos de vista uma igual oportunidade de

serem pesados e examinados pelo grupo.
Manter a ordem na discussão, conceder com justiça o direito de palavra e trazer novamente os

extraviados ao assunto adotado no ponto de partida.
Repetir, fazer precisar, esclarecer o sentido das diversas intervenções, fazer um resumo e uma síntese

delas, seguindo o ritmo dos progressos da discussão.
Destacar o conteúdo intelectual da discussão de todo revestimento excessivo de emotividade e de

paixão.
Fonte: Aubry e Arnaud, 2000, p.24.

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Um detalhe que vale ser lembrado é que o animador não pode colocar a opinião pessoal para o grupo, pois ele deve estar totalmente voltado para a opinião dos
participantes. A conversa paralela que foge ao tema é redimensionada pelo animador.

Os animadores têm perfis distintos, como todas as pessoas.

Você deve estar se perguntando como a dinâmica de grupo lhe será útil no seu trabalho?

Vamos imaginar que lhe entregassem uma folha para que a responda. Após preenchido o restante da lista, via e-mail (para não haver o problema da sua letra ser
reconhecida), você imprimirá e colocará em uma urna.

No momento oportuno, o chefe de sessão marcará uma reunião, onde todos deverão tecer comentários sobre aquilo que consta na pauta de debate*.

Outra técnica que pode ser aplicada no seu trabalho é a sessão autocrítica. Essa técnica é igualmente proveitosa aos participantes do grupo (porém um pouco difícil fazer
uma autocrítica verbalmente).

A autocrítica objetiva assegura um melhor aprendizado do trabalho/dinâmica em grupo, favorecendo uma tomada de consciência mais aguda dos componentes individuais e
coletivos. Por exemplo, você gosta que as coisas sejam feitas da sua maneira e fica extremamente aborrecido (a) quando fazem o contrário.

Caso você consiga assumir isso na frente de seus colegas, com certeza seu relacionamento com essas pessoas se tornará mais agradável. No momento em que você
assume algo da sua personalidade, seja algo bom ou ruim, as pessoas irão levar consigo o que foi falado e ponderarão quando você tiver o comportamento que foi
explicitado.

É importante observarmos que, para o trabalho com dinâmica ter um desenvolvimento pleno, é recomendável que os grupos tenham, no máximo, 20 participantes. Isto,
porém, não impossibilita que se faça o uso dessas técnicas em grupos maiores, em congressos, em seminários e outros.

Orientamos que, nesses casos, o coordenador divida o plenário em subgrupos para o desenvolvimento dos trabalhos e reúna o grupo integral nos momentos de
socialização e de síntese.

 
  *Pauta de debate

Dois problemas já foram inscritos na ordem do dia das nossas próximas discussões.
Acrescente na lista outras questões que, ao seu ver, o grupo deveria discutir.
1. Catraca eletrônica / Banco de horas;

2. Quantidade de processos por servidor;

3. ....................................................

4. ....................................................

5. ....................................................

6. ....................................................

7. ....................................................

8. ....................................................

9. ....................................................

NÃO assinar, por favor.

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05/06/2022 10:20 Gestão Estratégica com Foco na Administração Pública

Síntese

Síntese

Nos últimos tempos, ouvimos com frequência o termo "dinâmica de grupo". Isso se deve ao
→ fato de que as organizações estão buscando interagir o funcionário com a empresa, com o
objetivo de ouvir as ideias que cada um possui, analisá-las e colocá-las em prática.

→ As dinâmicas são técnicas simples, utilizadas com o intuito de confrontar ideias, com um clima
descontraído e de total harmonia.

→ Enfim, existem inúmeras técnicas que podem ser utilizadas para alcançar um objetivo comum,
citamos nesta aula algumas delas e para isso o papel do animar é relevante.

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Exercícios de Fixação - Módulo Único

Parabéns! Você chegou ao final do curso Gestão Estratégica com Foco na Administração Pública.

Sugerimos que você faça uma releitura do conteúdo e resolva os Exercícios de Fixação. O resultado não influenciará na sua nota final, mas servirá como
oportunidade de avaliar o seu domínio do conteúdo. Lembramos ainda que a plataforma de ensino faz a correção imediata das suas respostas!

Porém, não esqueça de realizar a Avaliação Final do curso, que encontra-se no Módulo de Conclusão. Lembramos que é por meio dela que você pode receber a
sua certificação de conclusão do curso.

Para ter acesso aos Exercícios de Fixação, clique aqui.

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