Você está na página 1de 28

TECNOLOGIA

EMPRESAS
GESTÃO
NEGÓCIOS

03 março 2017 trimestral

UM FUTURO JÁ AO Viagem no tempo para


vislumbrar como será
VIRAR DA ESQUINA? a Gestão no futuro
LUÍS PASSOS
PAULO FERREIRA
ANA DIAS
CARLOS SEZÕES
FÁTIMA CORREIA ALVES
RUI SANTOS
CARLOS LIMA
PEDRO TAVARES
JOÃO GOMES DE ALMEIDA
RÚBEN PIO
E com a contribuição de:
CARLA ROCHA
JORGE OLIVEIRA
LUÍS MAGRO
TIAGO GOMES SANTOS

BY
ANA FIRMO FERREIRA
CEO dos Prémios Luso
CEO do Lisbon International Advertising Festival

ANA SOFIA VINHAS


Diretora de Comunicação e Marca da EDP

FREDERICO CAETANO
Key Account Manager da Havas Media Portugal

GABRIEL AUGUSTO
Diretor Geral da FLAG

JOÃO GOMES ALMEIDA


Executive Creative Director da 004

JOÃO NUNO PINTO


Diretor de Marketing Portugal e Espanha
da Sumol+Compal

JORGE COELHO
Executive Creative Director da Ogilvy

RICARDO PEREIRA
CEO da comOn Group

RUI VENTURA
Presidente da APPM / Regional Communications
Manager da Monster Energy

TERESA LAMEIRAS
Diretora de Marketing e Comunicação da SEAT

VIRGINIA COUTINHO
Senior Director, Marketing Management
da SocialBakers

2ª EDIÇÃO
FAST-TRACK MBA LISBOA 04 ABRIL
MARKETING, ESTRATÉGIA 3ª e 5ª 19h-22h

1ª EDIÇÃO
& CRIATIVIDADE 150h PORTO 19 MAIO
sáb 10h-17h

WWW.GALILEU.PT/FTMBA_MEC
A GALILEU e a FLAG são reconhecidas pela DGERT
EDITORIAL 3

COMERCIAL TEMA DE CAPA MARKETING

04 LUÍS PASSOS 15 QUICK REVIEWS & POLL 23 JOÃO GOMES DE ALMEIDA


Como será o perfil do cliente por Inês Vacas Temos um novo desafio para
em 2027? Um Futuro já ao virar da esquina a vossa equipa: um script para
filme de 30’ a ser veiculado nos
05 PAULO FERREIRA frigoríficos da Samsung das
Desafios de uma equipa famílias target AB com mais de
de vendas em 2027 FORMAÇÃO 40 anos, residentes na zona de
Lisboa.
18 Entrevista a RUI SANTOS
Formação como Resposta às 25 RÚBEN PIO
RECURSOS HUMANOS Disrupções Globais Esta não é mais uma análise
de tendências!
07 ANA DIAS 20 CARLOS LIMA
Um olhar sobre o futuro da Learning changer, a evolução
Gestão de Recursos Humanos nos próximos 10 anos

08 CARLOS SEZÕES 22 PEDRO TAVARES


Atrair Talento...em 2027! “I know Kung Fu!”
O E-Learning não é (só) ficção
13 FÁTIMA CORREIA ALVES científica
O que se valorizará nos
colaboradores em 2027

O ano de 2016 ficou marcado por acontecimentos sem precedentes: dos atentados
terroristas na Europa em locais de lazer, passando pelo Brexit, à eleição de Donald Trump,
o mundo assistiu a mudanças profundas que acarretam consequências a diferentes níveis.
E a realidade das organizações não é exceção a este panorama, com consequências
Edição previsíveis que se farão ecoar durante vários anos.
GALILEU Nesta altura que muitas empresas ainda ultimam as contas e fecham os balanços
Colaboradores de 2016, outras iniciam a implementação dos seus planos estratégicos para 2017.
Ana Dias Aqui na GameChanger, a irreverência levou-nos para outros caminhos: optámos por
Carla Rocha
Carlos Lima desafiar as leis da física e arriscar num salto sem precedentes. Um salto no tempo. Mais
Carlos Sezões especificamente, um avanço em 10 anos.
Constança Mascarenhas
Fátima Correia Alves
Não iremos, desta forma, fazer balanços do ano que passou, nem prever tendências
Gabriel Augusto para o novo ano, nesta primeira edição de 2017. Vamos, sim, olhar para mais além, com
João Gomes de Almeida uma edição inteiramente dedicada à opinião dos agentes do nosso tecido empresarial
Jorge Oliveira
Luís Magro relativamente ao futuro, com destino em 2027.
Luís Passos
Marisa Oliveira
Paulo Ferreira Que diferenças podemos antecipar na atividade comercial e nas vendas?
Pedro Tavares O que mudará em 10 anos nos Recursos Humanos e na Formação?
Rui Santos
Rúben Pio E no Marketing e Comunicação: novos desafios ou só um culminar de velhos hábitos?
Tiago Gomes Santos
Vanessa Cruz
Estas são algumas das questões que pretendemos responder, com a ajuda dos
Impressão e Acabamento colaboradores convidados desta edição, aos quais dedicamos, desde já, um
A3 | Artes Gráficas, Lda
agradecimento intemporal pela disponibilidade demonstrada a fazer esta viagem de
Propriedade 10 anos connosco.
GALILEU

Tiragem Stephen Covey disse, no seu livro “The 7 Habits of Highly Effective People”, que “The
16500 exemplares
best way to predict your future is to create it”. A si, caro leitor, lançamos então o desafio
Periodicidade colaborativo na construção deste futuro de Sucesso. O nosso compromisso é de um
trimestral Até Já, até à próxima edição da Game Changer.
Depósito Legal
412259/16 Gabriel Augusto
Nº da Edição 03 Diretor

março 2017 GAME CHANGER


4 COMERCIAL LUÍS PASSOS

COMO
Estando nós em plena “era digital”, a caminho de uma “era
virtual”, atrevemo-nos a dizer que cada vez mais o cliente
estará menos disposto a acreditar nas empresas, nas insti-
tuições e nas marcas, e será considerado um cliente com um

SERÁ O
perfil, de algum modo, “desconfiado”.
A economia de partilha, que hoje ainda é um conceito que
começa a ter os seus primeiros seguidores, será uma realidade
na próxima década. A tradicional “posse” e “propriedade”

PERFIL
dos bens serão menos privilegiadas e os clientes estarão muito
mais predispostos para “comprar e valorizar experiências”.
O que significa que iremos assistir a uma “inversão das
regras”, isto é, serão os clientes à procura de novas expe-

DO
riências que irão “criar as necessidades” de novos produtos
e serviços, desafiando as empresas a disponibilizarem-nos
mais rapidamente e de forma mais competitiva do que as
suas concorrentes.

CLIENTE A relação comercial de futuro será baseada num e para “um”


(em vez de “o”) cliente. As interações digitais do cliente irão
permitir definir o seu perfil e, com base nesse perfil, identificar

EM
o que “ele” aprecia e até prever o que ”ele” irá necessitar…
Face à quantidade e à qualidade de informação que o cliente
já partilha nos dias de hoje é inquestionável que o cliente
do futuro vai “exigir personalização”.

2027? As elevadas expectativas que cada vez mais serão criadas


pelas empresas e marcas de forma a atrair novos clientes e
a permitir-lhes diferenciarem-se das suas concorrentes só
serão transformadas em experiências únicas e valorizadas
Todos nós aprendemos por esses mesmos clientes quando os produtos e serviços
oferecidos forem realmente genuínos. O que nos permite
que o Homem sempre
afirmar, sem dúvida alguma, que o futuro cliente vai “impor
procurou adaptar-se a necessidade de autenticidade”.
ao seu meio ambiente,
aprendendo e desenvolvendo
comportamentos mais ou Face à quantidade e à
menos instintivos e mais ou qualidade de informação
menos complexos, de forma a que o cliente já partilha nos
garantir a sua sobrevivência.
dias de hoje é inquestionável
Luís Passos Diretor Geral SIXT
que o cliente do futuro vai
“exigir personalização”.
De facto, a forma como vivemos, como trabalhamos, como
nos relacionamos e como comunicamos está diretamente
E será “tudo menos passivo” no que concerne à avaliação
relacionada com a realidade em que nos inserimos e esta
da sua experiência com o produto e serviço, bem como
é a principal impulsionadora dos nossos comportamentos.
da sua relação com a empresa e marca. Viveremos, assim,
Nas últimas décadas, temos assistido a constantes e profundas
numa “era de influência”, onde qualquer pessoa poderá
alterações nos mais diversos quadrantes: social, económico,
rapidamente partilhar essa avaliação, experiência e relação
cultural, tecnológico. A rapidez com que nos adaptamos a
com uma larga “audiência” criada pela diversidade de redes
tais alterações, seja numa empresa, seja no nosso dia-a-dia,
sociais e meios tecnológicos disponíveis e onde as “relações
é, em muitos casos, um fator determinante de sucesso.
de confiança” serão a nova moeda de troca.
Perceber o perfil do cliente em 2027 pode ser um simples
Para conquistar este cliente do futuro, as empresas e marcas
“jogo de adivinhação”, contudo, nos dias que correm é
terão um enorme desafio pela frente: torná-lo no seu melhor
possível encontrarmos algumas “pistas” que nos ajudam a
promotor e, sobretudo, no seu principal impulsionador!
imaginar o “perfil de cliente” do futuro com um certo grau
de certeza.

GAME CHANGER março 2017


PAULO FERREIRA COMERCIAL 5

DESAFIOS
DE UMA
EQUIPA DE
VENDAS
EM 2027
Paulo Ferreira
Formador / Consultor

T
alvez nenhuma outra área de atividade empre- por cento dos seus clientes. Isso significa que é vital dedicar
sarial dê origem a tanta discussão entre aqueles recursos consideráveis para manter o alto volume existente,
que, direta ou indiretamente, estão envolvidos, alto potencial e clientes altamente rentáveis. A gestão de
como a atividade conhecida como “venda”. Isso contas-chave será um fator primordial de organização de
não será surpreendente quando se considera que vendas, porque isso significa que um vendedor ou equipa de
todos nós, de uma ou outra forma, estamos relacionados vendas pode concentrar os seus esforços em um ou alguns
com o mundo das vendas. Mesmo aqueles que não têm grandes clientes.
envolvimento direto no mundo das vendas têm a sua própria
opinião, porque adquiriram o seu direito de falar, pelo facto de Na outra extremidade do espectro, as empresas também
terem estado do outro lado: como clientes ou consumidores. têm a noção que alguns pequenos clientes realmente custam
Talvez, por causa desta familiaridade, muitas pessoas têm dinheiro à empresa. Isso ocorre porque a manutenção e a
fortes, e muitas vezes equivocadas, opiniões sobre vendas e distribuição de produtos para esses clientes podem aumen-
vendedores. Surpreendentemente, muitos desses equívocos tar os custos muito para além da receita por eles gerada.
são preconizados por pessoas que passaram a sua vida de Tendo por base este cenário que decisão tomar? A decisão
trabalho no mundo das vendas. Isso pode muito bem ser deverá ser assente na dimensão atual do cliente no nosso
um caso de “familiaridade cria desprezo”. negócio e do seu potencial de crescimento. Se temos um
Mas a verdadeira questão é: como deverá ser uma equipa cliente com um baixo peso na nossa carteira mas com um
de vendas no futuro? potencial enorme, a decisão deverá ser de fazer um forte
Seguramente, uma força de vendas deverá ter uma ampla investimento e apoio junto do cliente. Se temos um cliente
gama de aptidões para competir com sucesso. Longe vão os com um peso elevado na nossa carteira e com potencial de
dias em que aos vendedores se exigiam simples capacidades crescimento, estamos perante um cliente muito importante e
de apresentação e fecho para serem bem-sucedidos. cujo investimento deverá ser muito seletivo. Em relação aos
clientes que têm um peso considerável na nossa carteira mas
A equipa de vendas do futuro deverá ter constantemente não têm potencial de crescimento, estes clientes são muito
presente: importantes e um foco na gestão para o “cash”. Por último,
clientes com pouco peso na nossa carteira e sem potencial
Retenção e exclusão de clientes: muitas empresas têm de crescimento deverão ser geridos de forma operacional e
bem presente que 80 por cento das suas vendas vêm de 20 sem forte investimento, especialmente de capital e tempo.

março 2017 GAME CHANGER


6 COMERCIAL PAULO FERREIRA

Gestão do relacionamento com clientes: a gestão de As empresas best-in-class com conhecimento de vendas
relacionamento com clientes exige que a venda se con- deverão investir cada vez mais nestes pilares:
centre no longo prazo e não apenas no fecho da venda no
imediato. A ênfase deve ser na criação de situações win-win
com os clientes para que ambas as partes queiram continuar 1
o relacionamento. Para tal, as equipas no futuro terão de: Abraçar o conceito de fluência do conhecimento
de vendas. As equipas de vendas sabem o que
Assumir a responsabilidade integral pela relação da empresa vendem e vendem o que sabem. Se as equipas não
com o cliente (em todas as áreas); sabem falar fluentemente sobre o seu produto e
ofertas de serviços e fazer as perguntas certas para
Estudar e conhecer os clientes, entendendo os seus
negócios, as suas condições de mercado, os seus objetivos,
descobrir necessidades específicas que as suas
a sua cadeia de valor e o seu ambiente competitivo; soluções atendem, então estão a deixar dinheiro
na mesa e a perder negócios.
Desenvolver soluções (produtos e serviços) que apoiem o
desenvolvimento da relação e do negócio com o cliente;

Acrescentar valor à relação através da assessoria, 2


informação e temas relevantes para o negócio; Construir e gerir uma base de conhecimento
de vendas de alto nível. A partir do momento
Explorar novas oportunidades de negócio com os
clientes, antecipando alterações necessárias; em que alguém entra numa empresa até ao dia
em que se aposenta, é inundado com overload
Atuar em defesa das duas partes, com integridade e de informação. Normalmente, apenas cerca de
profissionalismo, preservando a total confidencialidade; 20% desta informação é essencial. Isso significa
Gerar e gerir relações pessoais baseadas na que estão a desperdiçar tempo através dos
confiança, mútuo entendimento e respeito; outros 80% de informações que é “bom saber”
ou simplesmente não importa. Informação não é
Controlar e comunicar o valor acrescentado poder; poder é conhecimento e conhecimento é
para o cliente e para a empresa.
informação trabalhada.
Resolução de problemas e venda de soluções: grande
parte da venda futura, particularmente em situações de
3
negócios B2B, será baseada no vendedor atuando como
Treinar a fluência do conhecimento de vendas
consultor trabalhando com o cliente para identificar pro-
e chegar lá rapidamente. Quanto mais rápido
blemas, determinar necessidades e propor e implementar
toda a equipa estiver treinada para a fluência do
soluções eficazes. A venda futura envolverá muitas vezes, o
conhecimento de vendas, mais rápido podem tirar
uso de uma abordagem de vendas em equipa e competên-
as “rodinhas” e avançar a todo o gás.
cias analíticas consideráveis. Além disso, os clientes estarão
cada vez mais à procura de soluções integradas em vez de
comprar um produto individual.
Falar das equipas de vendas no futuro é um desafio mas
Satisfazendo as necessidades e agregando valor: as
acredito que alguns pontos continuarão a ser transversais e
equipas futuras deverão ter a capacidade de identificar e
intemporais: Qual a melhor estratégia? Como libertar novas
satisfazer as necessidades do cliente. Alguns clientes não
ideias? Como obter melhores resultados? E como criar liga-
reconhecem que eles têm uma necessidade. É o trabalho do
ções com os clientes? Tudo isso será possível se as equipas
vendedor em tais situações estimular o reconhecimento da
tiverem como objetivo máximo ganhos de valor para partilhar
necessidade. Para que tal aconteça, é fundamental que toda
e para tal será fundamental um forte conhecimento e partilha
a organização esteja focada no cliente, tendo como objetivo
de informação.
o aumento do valor acrescentado em toda a cadeia. Será
igualmente fundamental investir tempo no conhecimento
Tal como Peter Drucker afirma: “Não há nada tão inútil quanto
do negócio do cliente para dessa forma apresentar soluções
fazer eficientemente o que não deveria ser feito” e esse é
eficazes, potenciando serviços adicionais.
um risco que as equipas de vendas no futuro não poderão
É igualmente aceite que as melhores empresas são superiores
correr.
em demonstrar conhecimento dos seus produtos e serviços;
a descobrir o conjunto completo de necessidades dos
clientes nas áreas das suas soluções e mapeando produtos
e serviços para essas necessidades. Por outras palavras,
essas empresas usam o seu conhecimento especializado
para satisfazer as necessidades dos clientes. As perguntas-
chave são: como é que elas fazem isso e como é que nós
também o poderemos fazer?

GAME CHANGER março 2017


ANA DIAS RECURSOS HUMANOS 7

Um olhar
sobre o futuro
da Gestão
de Recursos
Humanos
Ana Dias HR Planning RUMOS Services

No início de mais um novo ano, e com tendo os Colaboradores motivados definir e melhorar o relacionamento e
todas as mudanças globais a que assis- e criando condições para que estes comunicação entre os Colaboradores
timos diariamente, é inevitável ques- possam contribuir com o melhor de si. e a Gestão, mas é importante ter em
tionar o que nos reserva o futuro da mente que não se trata apenas da inclu-
Gestão de Recursos Humanos. Quais são de novas tecnologias, mas também
serão as perspetivas, por exemplo, A área de Gestão de uma cultura organizacional que tem
para 2020? À velocidade com que tudo de Pessoas terá de estar alinhada com essa mudança.
muda não é fácil prever, mas é impor-
tante percebermos quais as tendências um papel cada vez Ainda no âmbito da evolução digital,
atuais para estarmos preparados para
os desafios que teremos de enfrentar.
mais estratégico surgem conceitos como o Big Data e
Analytics para apoiar os profissionais
nas organizações... de RH a tornar as suas decisões mais
Alterações demográficas, onde se rigorosas e analíticas. Analisar infor-
destaca a geração Millennials, as mu- mação tão importante como níveis
danças nas relações laborais, a evolu- A transformação digital é também de compromisso organizacional, pro-
ção da tecnologia digital e a rápida uma tendência que impulsionará dutividade ou potencial de liderança,
inovação dos modelos de negócio importantes mudanças na área de pode dar uma preciosa ajuda na hora
constitui um cenário de transforma- Recursos Humanos. Cada vez mais as de delinear as estratégias de Gestão de
ção com consequências na Gestão de plataformas digitais, que incentivam Recursos Humanos nas organizações.
Recursos Humanos. a interação e o engagement, deverão
permitir aos profissionais de RH ter Este contexto de transformações cons-
A área de Gestão de Pessoas terá uma nova dinâmica de trabalho, com titui, assim, um importante momento
um papel cada vez mais estratégico uma melhor perspetiva do mercado de mudança para a área de Gestão de
nas organizações e, nesse sentido, os e dos seus próprios Colaboradores. Recursos Humanos. Mesmo sem con-
profissionais de RH terão de continuar No Employer Branding e na atração seguirmos antecipar o futuro, se perce-
a lidar com o desafio de redefinir as de Talentos, a importância das redes bermos que esta é uma oportunidade
suas políticas para garantir aos seus sociais já é inquestionável. Por outro para apostar em novos conhecimentos
Colaboradores a oportunidade de um lado, para a retenção do Talento, a tec- e desenvolver novas competências,
desenvolvimento contínuo de com- nologia deverá permitir ter processos para inovar na gestão do desempenho,
petências, de crescimento e evolução mais eficientes para a gestão do de- e para fazer uso da tecnologia na capta-
na carreira, e de um efetivo equilíbrio sempenho, que por sua vez também ção, motivação e retenção do Talento,
entre a vida pessoal e profissional. A promovam um maior envolvimento desta forma, com certeza, estaremos
adaptação das empresas deve ser cons- dos Colaboradores. Na verdade, esta melhor preparados para os desafios
tante para reter o seu Talento, man- evolução digital poderá ajudar a re- dos próximos anos.

março 2017 GAME CHANGER


8 RECURSOS HUMANOS CARLOS SEZÕES

AT RA I R T A L E N T O . . .
EM 2027!
Carlos Sezões
Partner
Stanton Chase
Portugal

“A melhor forma de
prever o futuro é criá-lo”
Alan Kay
Fazer futurologia é uma das menos fiáveis, mas mais obses-
sivas atividades humanas. Pouco fiável porque tendemos a
imaginar o mundo futuro como evolução linear do presente,
ignorando naturalmente as variáveis (tecnológicas, políticas,
culturais ou sociais) que se atravessarão na linha do tempo,
provocando inevitáveis bifurcações. Lembro-me sempre da
previsão do presidente da IBM que, em 1943, sentenciava
que haveria um mercado mundial para 5 computadores, no
máximo; ou da profecia do reputado produtor do cinema
Darryl Zanuck que, na mesma década, estimava que a moda
da televisão se esgotaria em 6 meses, porque as pessoas
não estariam dispostas a passar uma noite inteira a olhar
para uma caixa. Ou do célebre filme futurista “Metropolis”
de Fritz Lang, de 1927, em que pequenos aviões a hélice,
vagueariam pelos céus das nossas cidades como se fossem
automóveis. É também uma atividade obsessiva porque é da
natureza humana estar, permanentemente, a perspetivar ou
tentar conhecer o futuro - o fascínio existe através de tempos
imemoriais, desde os profetas do Antigo Testamento, pas-
sando ao oráculo de Delfos e às profecias de Nostradamus.

Assumindo a minha “humanidade”, não fugirei ao desafio que


me foi feito recentemente: imaginar o mundo do recrutamento
daqui a 10 anos, em 2027. Basicamente, como irão as orga-
nizações munir-se dos ativos humanos que necessitam para
cumprir a sua missão? Que tendências, que competências,
que processos? Para começar, não acredito que o conceito
se mantenha constante: em vez do processual, massivo e
indiferenciado “recrutar”, emergirá progressivamente o mais
estruturado e segmentado “atrair”. A tecnologia, que tem
sido um catalisador na inovação e eficiência dos processos,
estará cada vez mais omnipresente. O elemento humano,
sempre fundamental, afastar-se-á da componente rotineira e
transacional e focar-se-á na análise, “julgamento” e tomada
de decisão. Portanto, assumindo que hoje é dia 1 de Janeiro
de 2027, acredito que as seguintes 7 dimensões sejam rea-
lidades relativamente correntes a nível global:

GAME CHANGER março 2017


CARLOS SEZÕES RECURSOS HUMANOS 9

1
ATRAIR TALENTO ASSENTA NUMA
ESTRATÉGIA DE MARKETING
E COMUNICAÇÃO 2
A função de atrair talento, numa ótica de resourcing, ABORDAR E SELECIONAR É UM PROCESSO
é praticamente idêntica à função de marketing: ASSENTE NAS TECNOLOGIAS DIGITAIS
procura definir o posicionamento da organização,
investe fortemente em employer branding com vista Desde a manifestação de interesse das partes (da
a reforçar os atributos positivos da sua “marca”, abordagem do candidato, à validação de compe-
segmenta o mercado com vista a definir os targets tências e ao diagnóstico motivacional), tudo está
mais relevantes e escolhe canais de comunicação assente num “workflow” digital, e num “matching”
(maioritariamente online) para endereçar as que usa inteligência artificial e ferramentas preditivas
mensagens-chave. A imagem (employer brand para estabelecer o grau de solidez/ segurança da
image) é um ativo fundamental para as empresas relação laboral a ser estabelecida. Surgem cada vez
que, em função dela, têm maior ou menor dificuldade mais “career e-marketplaces”, online, que servem
em atrair o talento que necessitam. Existem alguns como plataforma de conexão entre necessidades
websites de referência com o rating de cada empresa corporativas e talento individual. Nas empresas mais
nas várias dimensões da sua atratividade (condições avançadas, robots (máquinas não necessariamente
e trabalho, desafio para o futuro, compensação, humanoides, como vemos nos filmes), auscultam
reconhecimento, entre outras) que, fruto do as necessidades/ expectativas de quem oferece as
testemunho baseado na experiência dos que por suas competências.
lá passaram, moldam as perceções e preferências
dos profissionais no ato de adesão - uma espécie
de “Tripadvisor do empregador”.

3
PERCEBER A ADEQUAÇÃO CULTURAL E DE
EXPECTATIVAS É RÁPIDO E AUTOMÁTICO

A clarificação de motivações e expectativas está mais 4


objetiva, clara e direta. A gestão e desenvolvimento
CANDIDATOS E EMPRESAS CONTRATAM
de carreira (competências, modelo de trabalho,
TRABALHO, NÃO EMPREGO
compensação pretendida) essencialmente nas mãos
dos indivíduos, é colocada de forma transparente à
A legislação laboral continua a dar as garantias
organização que também lhe comunica a sua propos-
mínimas que salvaguardem a dignidade do trabalho
ta de valor (ambiente de trabalho, desenvolvimento,
por conta de outrem. Contudo, modelos e regimes
grau de autonomia, exposição internacional, outputs
de contratação cada vez mais flexíveis, enquadram
pretendidos). A oferta e a procura adequam-se, pois,
escolhas e preferências de ambas as partes de modo
de modo mais célere neste mercado de trabalho.
a acomodar trabalho por projetos, a tempo parcial,
teletrabalho (já desempenhado pela maioria das
funções assentes na gestão da informação e pro-
dução de conhecimento) e outros. Contrata-se cada
vez mais trabalho (com prazos e níveis de qualidade
e serviço) e menos emprego regulado por horários.
Como tal, centenas de milhões de novos freelancers,
trabalham prestando serviços a empresas de todo
o mundo.

março 2017 GAME CHANGER


10 RECURSOS HUMANOS CARLOS SEZÕES

5
PROFISSIONAIS VALORIZAM CADA VEZ
MAIS A GESTÃO DE TEMPO E MOBILIDADE

Hoje, cada vez mais profissionais procuram avaliar a


atratividade da organização empregadora em função
da autonomia concedida na gestão de tempo e
espaço. Com a generalização do trabalho “anytime,
anywhere”, todos aqueles cuja missão é produzir
conhecimento, procuram incrementar a sua liber-
dade, não só pela mais fácil integração com a vida
pessoal, mas com vista a ser conciliável com outras
eventuais colaborações profissionais. Já não se fala 6
de “work-life balance”, hoje temos disseminado o
“work-life integration… e a produtividade só fica AS COMPETÊNCIAS MAIS VALORIZADAS SÃO
a ganhar. AS QUE NOS DIFERENCIAM DAS MÁQUINAS

A tendência de sub-valorizar as competências técni-


cas e colocar a tónica nas competências soft, cres-
cente nos últimos 20 anos, está hoje consolidada.
A componente cognitiva e técnica (saber e saber
7 fazer) é um “baseline”, um mínimo a cumprir por
ATRACÃO É COMPLEMENTADA POR qualquer candidato. A Liderança, a Comunicação, o
PROCESSOS SÓLIDOS DE ACOLHIMENTO Trabalho em Equipa, a Orientação para Resultados, a
E INTEGRAÇÃO Resiliência e a Criatividade/ Inovação e a Capacidade
de Tomada de Decisão são os critérios verdadeira-
Progressivamente, as organizações têm vindo a de- mente eletivos ou eliminatórios. Nos atuais ambien-
senvolver sistemas de acolhimento e integração mais tes organizacionais, que exigem muita flexibilida-
sofisticados com vista a enquadrar rapidamente o de, conectividade entre equipas e aprendizagem
novo colaborador e garantir a célere assimilação dos constante, e nos quais as máquinas já assumiram
valores e princípios basilares. Sistemas de inteligên- todas as tarefas rotineiras, são estas as competências
cia artificial apresentam de forma apelativa e intuitiva essenciais para o sucesso.
(recorrendo a realidade aumentada e a realidade
virtual) os conhecimentos técnicos indispensáveis
e os circuitos de obtenção de informação e apoio.
Serão estes os processos-chave para garantir o en-
gagement e compromisso dos colaboradores e um
dos maiores fatores de diferenciação das empresas.

De notar que hoje, neste início de 2027, apenas 80% da po-


pulação ativa global tem empregabilidade/ oportunidade de
trabalho regular. Estima-se que os 20% de humanos ativos já
substituídos pelas máquinas serão entre 40% a 50% em 2050.
Nestes tempos de mudança e disrupção, governos, empresas,
universidades e outros stakeholders focam as suas análises e
políticas na manutenção de um certo nível de coesão social
e de distribuição de rendimento. E de como direcionar as
energias das nossas sociedades para dimensões como o lazer,
a cultura, a arte ou a ciência, de modo a colmatar a ausência
progressiva do “trabalho”, como fonte de realização humana,
no conceito em que sempre o conhecemos.

GAME CHANGER março 2017


PEDRO TAVARES RETENÇÃO
Focus on Success
FÁTIMA CORREIA ALVES RECURSOS HUMANOS 13

O QUE SE
VALORIZARÁ NOS No intuito de responder a estas

COLABORADORES transformações, e de acordo com


o estudo The Institute for the
Future, Future Work Skills 2020,

EM 2027? as competências que


vão ser requeridas e
valorizadas no futuro são:

Capacidade crítica: com a evolução


Pode ser considerada a “million da maquinaria é necessário que os
colaboradores tenham capacidade crítica
dollar question”- para as áreas e de raciocínio que, de momento, não
é previsível que as máquinas tenham;
de Recursos Humanos. Capacidade de relacionamento
interpessoal e de trabalho em equipa:
no “mundo plano”, com equipas
distanciadas e com diferentes métodos
Fátima Correia Alves
Gestora de Recursos Humanos de trabalho, a capacidade de se ajustar
ao outro e de ler as “emoções” do
outro é extremamente relevante;

É cada vez mais difícil Inovação e pensamento criativo: a


capacidade de pensar em soluções
para as organizações As transformações que terão e respostas num curto espaço de
elaborar e definir planos impacto nas áreas de recursos
tempo. Conseguir ir “mais além” é
o expectável, principalmente, em
estratégicos a longo prazo. humanos, são: determinados mercados e indústrias;
E o entendimento de longo O aumento da esperança média de Capacidade de adaptação a diferentes
prazo é, na melhor das vida e o aumento gradual da idade ambientes culturais: Capacidade e
de reforma terão impactos substanciais flexibilidade de estar e interagir em
hipóteses, de 5 anos. nas organizações, nomeadamente no ambientes e culturas diferentes da
que concerne à existência de um maior sua própria matriz de referência;
O mundo atual anda a tal velocida- gap geracional e as suas implicações; Capacidade de “pensar” e agregar dados:
de que as organizações têm de estar O aparecimento de nova maquinaria, é a capacidade de interpretar, gerir e
munidas de mecanismos que lhes per- aplicações e automatização de sistemas partilhar, de forma entendível, as grandes
quantidades de dados disponíveis;
mitam a melhor e mais rápida adap- informáticos, libertaram colaboradores da
tação ao mercado e às novas necessi- realização de tarefas repetitivas e rotineiras; Capacidade de comunicação: entende-se
dades dos consumidores, em menor O desenvolvimento das áreas a capacidade de comunicar, verbalmente
ou de forma escrita, tirando proveito das
espaço de tempo e com os menores computacionais terá impacto no uso,
no aproveitamento e no relacionamento novas ferramentas do mundo digital. Não
custos associados. O capital humano há lugar para os “infoexcluídos” nesta era;
com as ferramentas associadas;
terá de ter capacidade de acompanhar
Transdisciplinaridade: revela uma
as mudanças das organizações e do Os novos instrumentos de comunicação
compreensão profunda de pelo menos um
mercado em que se inserem, e as áreas irão requerer novas formas de
literacia, e a iliteracia, nesta nova campo de estudo, mas têm a capacidade de
de recursos humanos terão de garantir era, será o analfabetismo digital; conversar no âmbito de uma ampla gama
a existência das condições necessárias de disciplinas. Requer curiosidade e vontade
As organizações super-estruturadas de estar em constante aprendizagem.
para efectivar esse desenvolvimento e
irão necessitar de novas formas de São denominados os “T-Shaped”;
essa adaptação. produção e criação de valor;
Capacidade de gestão da informação:
A ligação em rede desenvolveu um “mundo num mundo em que a informação não para,
Para os gestores de recursos humanos,
plano” que permite a troca de experiências é crítico gerir toda a informação que é
a natural pretensão de ter na sua or- com qualquer pessoa, em qualquer parte disponibilizada. É extremamente relevante
ganização o “colaborador ideal”, e o do mundo, o que incrementa a diversidade filtrar a informação necessária da acessória;
que se valorizará em termos de com- e adptação a novas formas de trabalhar;
Colaboração virtual - capacidade de produzir
petências e conhecimentos, não pode A existência de vários tipos de relação e de comprometimento numa equipa virtual;
ser desassociada dos vários desafios e laboral numa mesma organização;
Design Mindset: capacidade para
transformações sociais que estão em No caso específico do nosso país, deve “representar”, desenvolver tarefas
curso e que terão influência e impactos ainda ser considerada a questão das quotas e processos trabalho para alcançar
no futuro. de mulheres em lugares de topo. os resultados desejados.

março 2017 GAME CHANGER


14 RECURSOS HUMANOS FÁTIMA CORREIA ALVES

Podemos afirmar que estas transfor-


mações irão modificar o trabalho, os
conteúdos funcionais, os processos e
as relações laborais, até aqui por nós
conhecidas. Contudo, e enquanto co-
laboradora de uma área de recursos
humanos, na área de financeira e com
responsabilidade nos processos de re-
crutamento, não posso terminar sem
expressar o que considero relevante
nas designadas soft skills, tanto agora
como em 2027:

Autonomia;

Vontade e abertura
para aprender;

Relacionamento interpessoal
e trabalho em equipa;

Capacidade de ensinar
e partilhar a informação;
Os gestores de RH deverão Adaptação e flexibilidade;
procurar criar estratégias
que permitam desenvolver Pensar out of the box (sendo
profissionalmente os seus um cliché, é crítico na resolução
de problemas, em atividades
colaboradores, por um que requeiram imaginação
lado desenvolvendo novas e mesmo em atividades
formas e esquemas de rotineiras. Faz a diferença!);
trabalho que permitam
Ultrapassar-se a si próprio!
uma maior autonomia
e flexibilidade que é No âmbito das hard skills é essencial
requerida, principalmente acompanhar o desenvolvimento das
tecnologias e estar atento às ferra-
pelos novas gerações que
mentas disponíveis. Tenho a certeza
estão a entrar no mercado que até 2027 muita coisa irá mudar e
de trabalho, e por outro outra tanta irá sofrer transformações
lado garantir e incentivar e updates!
o desenvolvimento e
Aproveito para partilhar uma frase que
adaptação à designada “4ª me ficou nos ouvidos - Recrutamos pelas
revolução industrial” dos competências técnicas e despedimos
colaboradores das gerações pela falta de competências sociais! - é
essencial ter em consideração a equipa
“Baby Boomers” e “X” . para a qual estamos a recrutar e na qual
vai ser integrado o novo colaborador ou
As áreas de Recursos Humanos terão um colaborador vindo de outra área ,
de reanalisar as funções necessárias e assim como a cultura da nossa própria
os respetivos conteúdos funcionais, as organização. Só conjugando estes dois
competências que serão requeridas e fatores poderemos ser bem sucedidos
críticas em cada função, quer na ver- no nosso trabalho.
tente de soft skills, quer na vertente
das hard skills, para conseguirem a
adaptação a estes novos ambientes A todos, votos
de trabalho em que o mundo é plano! de um excelente 2017!

GAME CHANGER março 2017


QUICK REVIEWS & POLL TEMA DE CAPA 15

UM FUTURO
JÁ AO VIRAR
DA ESQUINA?
Inês Vacas Marketer GALILEU

S
e hoje lhe dissessem
que daqui a 10 anos estará
a esbarrar-se contra estas
10 tendências, capazes de
provocar mudanças profundas e
estruturais em diversas indústrias Estes, e muitos outros, foram
e organizações, iria torcer o nariz conceitos que obrigaram,
e achar algo improvável ou ficaria e continuam a forçar, as
organizações a redefinir os
com a pulga atrás da orelha e até seus planos para se poderem
poria a hipótese de se tornarem adaptar e manter o seu
uma realidade? crescimento no mercado
atual. As próximas tendências
Antes de dar o seu veredito, coloquemos os últimos 10 anos estarão, assim, ao virar da
em retrospetiva. Há 10 anos atrás, começávamos a folhear esquina… ou de um largo
o livro das caras, vulgo Facebook, e ainda não conhecíamos
quarteirão?
conceitos como Twitter, Tumblr e as nossas fotografias ainda
não passavam pelos filtros do Instagram. A Google acabava
de adotar o recém-nascido Youtube, juntando-se à pequena,
e ainda pouco conhecida, start up Android. Víamos chegar
os revolucionários sobrinhos do tio Apple: o iPod, o iPad e
o iPhone. Apenas conhecíamos o termo Drone associado às
armas militares e o clima de guerra entre taxistas e motoristas
da Uber ainda não existia, a qual conta já com oito anos.

março 2017 GAME CHANGER


16 TEMA DE CAPA QUICK REVIEWS & POLL

“PROVÁVEL”
OU “IMPROVÁVEL”?
EM
2027... … a realidade virtual e au-
mentada já é bastante utilizada em
várias indústrias e está presente no nosso
… todos os produtos físicos
estão conectados entre si: é a “internet
das coisas”, o que permite a interligação
de objetos do mundo real com o mundo
… 90% das empresas conta dia-a-dia. Existe já a primeira plataforma
de Social Media que proporciona uma
virtual por meio de sensores. Já é possível,
com assistentes digitais capazes de reco- por exemplo, o nosso frigorífico interrom-
nhecer os clientes pelo rosto e pela voz, interação entre pessoas e empresas num per o programa de domingo à noite que
em todos os canais de comunicação, con- espaço virtual: é possível misturar o am- estamos a ver, através de uma comunica-
seguindo manter-se, assim, uma conversa, biente real com objetos virtuais, através ção com a televisão, para informar que o
humana, de duas vias, com senso de his- dos quais os utilizadores sentem, de uma refrigerante já acabou e podermos auto-
tória, contexto e capacidade de resposta, forma envolvente, que estão uns com os maticamente encomendar esse mesmo
entre os clientes e os assistentes digitais. outros, apesar da distância. produto; ou podemos já também adicionar
chips nas nossas peças de roupa, permi-
tindo, por exemplo, rastrear crianças ou
75% detetar hábitos pouco saudáveis.

25% 100%
25%
A possibilidade de criar ambientes virtuais
75%
Uma conversa “humana” com senso de his- ou de combinar informações virtuais com
tória, contexto e capacidade de resposta é ambientes reais abre um sem número de
algo que ainda só os humanos conseguirão possibilidades no que diz respeito às expe-
durante muito tempo. Duvido que algum dia riências que podemos ter.
a tecnologia possa igualar-nos neste campo. Já não interagimos mais com o mundo físico
Tanto a realidade virtual como a aumentada vão
A comunicação “humanizada” ficará do pelouro do mesmo modo que fazíamos antigamente.
crescer, à medida que empresas, marcas e pessoas
dos “humanos”. Falamos com as nossas televisões e elas,
procuram novos formatos de entretenimento, de relação
inclusive, escutam-nos, por meio de senso-
Carla Rocha
com os Clientes e novas ferramentas de trabalho. Veremos
Diretora Geral - CARLA ROCHA, Comunicação res e chips que processam voz, na cloud. Há
ainda mais vídeos 360º fora das redes sociais
sensores que enviam dados dos nossos telemó-
e iremos começar a ter mais conteúdos de realidade au-
veis para um software que nos mostra o estado do
mentada à medida que por exemplo os óculus de realidade
trânsito. Dispositivos de saúde que enviam dados para
virtual irão ganhar terreno. Há, contudo, que notar que
os nossos médicos, lojas físicas onde o pagamento passa
Acredito mais na evolução da entrega de mesmo estes produtos são fruto de uma tecnologia que
a ser feito em self-driving, como por exemplo a nova
informação personalizada e em contexto, ainda está a dar os primeiros passos.
loja da Amazon Go. O digital está a tornar-se físico, e
não especificamente na forma de um “as- Luís Magro o futuro da Internet das Coisas cada vez mais aponta
sistente pessoal”, mas nas muitas formas de Diretor de Marketing - ACTIVOBANK
para essa mudança.
comunicação entre a marca e os clientes, seja
em que meio for: reconhecer o cliente que visita o Luís Magro
Diretor de Marketing - ACTIVOBANK
site e entrega informação adequada, o que entra na loja
e recebe o mais indicado, etc. O “assistente pessoal” será A realidade virtual já começou a dar os pri-
o meio tecnológico para entregar informação onde for meiros passos. Eu já experimentei estar em
preciso, será um hub de ligação… com muitas formas. Oeiras e colocar uns óculos e viajar até ao Viveríamos constantemente em sobresalto.
Jorge Oliveira Peru. Importa que a realidade virtual e au- Há sempre algo a acabar no frigorífico.
Founder e Business Designer - ACTIVE MEDIA mentada sejam utilizadas para o beneficio da Carla Rocha
humanidade. Esse é o ponto crítico. Diretora Geral - CARLA ROCHA, Comunicação

Carla Rocha
Diretora Geral - CARLA ROCHA, Comunicação

… em cada 5 portugueses, Lá está, o “assistente pessoal”… o frigorifico


que faça as compras online e não me in-
3 têm já uma impressora 3D. O retalho comode com miudezas, o carro que vá à
teve que se adaptar e explorar esta tec- … 15% de todos os carros oficina e à revisão sozinho, o contador da
electricidade que dê a contagem e contrate
nologia e por isso, os produtos são agora novos em circulação, em Portugal, são o melhor fornecedor de energia adequado ao
meu consumo, o caixote do lixo que chame o robot
vendidos como softwares, os quais os autónomos: não precisam de motorista da reciclagem, a televisão que não mostre conteúdos
clientes podem fazer download e imprimir uma vez que são controlados por com- inapropriados às crianças e me mostre apenas os meus
na sua própria casa. putador e GPS. programas favoritos, a roupa que se auto-lave por via de
bactérias embebidas nas fibras... O meu hub de infor-
mação, que referi na primeira tendência, deverá tomar
conta destas coisas.
33% Jorge Oliveira
Founder e Business Designer - ACTIVE MEDIA

67% 100%

Nim… em 2009 esta foi a promessa, em 2016 Mas a maior pergunta é… ainda vamos pre-
estamos muito longe disso e se em tempos cisar de carros? Ou teremos capacidade de
defendi essa existência, hoje tenho muitas inverter a tendência e construir formas de
dúvidas se será esse o caminho. transporte público eficazes e adequadas,
Acredito mais numa produção à medida das baseadas em usos partilhados e adequados às
encomendas, mesmo personalizada, e com desper- necessidades do cidadão? Se vamos ter mais gente
dício zero, porque teremos sensores que mais facilmente a trabalhar remotamente, precisam de carro para quê?
nos medem e adequam a roupa ao nosso tamanho. No transporte de mercadorias vejo grandes vantagens:
Com as entregas rápidas via drone, o tempo de espera melhor gestão de rotas, condução em horas mortas sem
será muito menor que o actual e até mesmo menor que perigo, ah, e sim, serão carros solares com autonomias
uma impressora rápida. já muito boas.
Jorge Oliveira Jorge Oliveira
Founder e Business Designer - ACTIVE MEDIA Founder e Business Designer - ACTIVE MEDIA

GAME CHANGER março 2017


QUICK REVIEWS & POLL TEMA DE CAPA 17

… colaboradores de … mais de 4 milhões de … a nova geração de pro-


grandes e médias empre- trabalhadores em Portugal são já super-
visionados por um “robô gestor”, o qual
fissionais prefere a flexi-
sas têm a sua saúde monitorizada para além de processar automaticamente bilidade acima de tudo, por isso, as
através de dispositivos portáteis. Aos que as métricas de desempenho de cada fun- empresas adaptaram-se e apostaram em
possuem profissões de risco, os dispositi- cionário, toma ainda decisões sobre os políticas que beneficiam essa flexibilidade:
vos fazem ainda a monitorização remota recursos humanos e política de incentivos. é a chamada “força de trabalho remota”,
dos batimentos cardíacos, da respiração e que permite às empresas conectarem-se
até mesmo dos níveis de stress, por forma com os melhores talentos em qualquer
a receberem ajuda, quando necessário e 75% parte do mundo. Em média, 35% dos
no imediato. colaboradores de uma empresa foram
25% recrutados sob esta política.

25%
Aqui está uma grande preocupação, mas
75% acredito que seja uma realidade em breve.
Há uns anos estive num colóquio onde uma
responsável dos recursos humanos de uma
empresa mostrava, com gaúdio, como con- 100%
trolavam os funcionários: desde as horas a que
Tecnologicamente muito provável. chegavam, a que ligavam o computador, em que
Socialmente estamos a falar de níveis de trabalhavam no mesmo e descansavam, o tempo na casa
intrusão à privacidade e à liberdade individual de banho… perdeu-se ali a liberdade. É uma preocupa-
sobre os quais tenho muitas dúvidas. ção mas temo que seja uma realidade muito em breve. É uma consequência inevitável do desen-
Vejo as seguradoras a agarrarem-se a esta ideia Carla Rocha volvimento tecnológico. A flexibilidade em
como forma de reduzirem os seus riscos perante Diretora Geral - CARLA ROCHA, Comunicação
relação ao local de trabalho contribui para
clientes que resistam a estilos de vida saudáveis, e um maior equilíbrio entre vida pessoal e
que por isso se tornem um custo eminente. profissional, por isso, vem sendo tão valo-
Se quero permitir o meu médico ou o meu personal trainer Gostava de pensar que será o contrário, um rizada pelos colaboradores. Apesar de criar
a monitorizem-me e a auxiliarem-me num estilo de vida gestor que toma conta de robots que desem- exigências maiores sobre a liderança, requer mu-
mais saudável? Se for esse o meu interesse… talvez. penham variadas funções. danças de atitude em vários níveis na organização. No
Se quero que o meu assistente pessoal tenha acesso e Os algoritmos que tratem e entreguem a infor- futuro, para as empresas este tipo de trabalho deverá
me indique o restaurante com o menu mais adequado mação ao gestor, muito provável, que sugiram trazer diversas vantagens competitivas. Uma das mais
aos níveis de colesterol do momento ou às necessidades caminhos, idem, mas que seja o robot a mandar visíveis para a empresa é a redução de custos, visto que
calóricas? Pode ser. em equipas de pessoas… nem por isso. as despesas gerais de uma empresa associadas ao espaço
Jorge Oliveira
Jorge Oliveira diminuem consideravelmente. Além disso, pode também
Founder e Business Designer - ACTIVE MEDIA
Founder e Business Designer - ACTIVE MEDIA ajudar os colaboradores a manterem-se mais motivados,
contribuindo para uma maior autonomia; redução de
custos (menos despesas com transportes); poupança de
tempo nas deslocações no percurso casa-trabalho e maior
O medo de morrer é a maior fobia do mundo
ocidental. Sonhamos em perpetuar-nos eter-
… a evolução tecnológica flexibilidade na execução de tarefas.
Luís Magro
namente. Imaginar que podemos falecer por e a mudança de hábitos levou a que se Diretor de Marketing - ACTIVOBANK

um problema de saúde solucionável que o extinguissem profissões como tradutores,


piloto de avião pode ter irá obrigar as empresas
a investir no desenvolvimento e implementação agentes de viagens, carteiros ou hospe- O mundo hoje é mais pequeno e acessível.
destas tecnologias. Ao mesmo tempo assistimos a um deiros de terra que auxiliam no check-in A internet ligou-nos aos quatro cantos do
crescimento dos níveis de stress e ansiedade e a um olhar mundo. O que aqui mostra como uma pos-
mais preocupado dos especialistas para os efeitos que dos aeroportos.
sibilidade, já existe nos dias de hoje. Mais
este aumento provoca tanto para o indivíduo como para que uma possibilidade é uma realidade. Há
o desempenho profissional. Evitar as atuais consequên- médicos a operarem à distancia, por exemplo.
cias e agir rapidamente será um novo paradigma para
as empresas.
50% Carla Rocha
Diretora Geral - CARLA ROCHA, Comunicação
Tiago Gomes Santos
Regional Sales Manager - GRUPO PORTO EDITORA 50%
Com o desenvolvimento da realidade
virtual, os “escritórios” poderão ser apenas

… as transações na inter- São funções que podem ser desempenhadas


paredes de ecrãs que conectam todas as
pessoas da equipa, onde quer que estejam.

net cresceram desenfreadamente por máquinas. O contacto humano não é


indispensável aqui. 
Mas, de uma forma ou de outra, teremos que
prever que as pessoas gostam de estar juntas e
e por isso o próprio dinheiro tornou-se Carla Rocha
de se encontrarem. Teremos por outro lado é maior
flexibilidade de horários ou total ausência de horários.
virtual: a moeda digital é aceite, não pon- Diretora Geral - CARLA ROCHA, Comunicação
Há pessoas que gostam de trabalhar em contra-ciclo
tualmente mas por norma, como forma de com o resto do mundo, não será isso uma vantagem
pagamento no comércio em rede. competitiva no futuro?
Ou a inteligência artificial se torna efectiva- Jorge Oliveira
Founder e Business Designer - ACTIVE MEDIA
mente muito “lá de casa” e compreende as
nuances da comunicação, ou as profissões
50% onde o toque humano é necessário terão
sempre lugar. Podem é não fazer o trabalho A evolução tecnológica (basta verificar o pro-
50% todo, mas acrescentarem valor a um serviço tec-
nológico. Ou teremos robot’s humanoides, mas nesse
gresso nos videojogos) permite que consi-
gamos estar conectados com todo o mundo
caso vejo outras profissões em risco como enfermeiros, quase como se estivéssemos na mesma sala.
auxiliares de saúde, infantários, policias. Estaremos cada vez mais num mercado global
Jorge Oliveira
Founder e Business Designer - ACTIVE MEDIA
e o domínio de diversas línguas será cada vez
mais valorizado pelas empresas. Ao mesmo tempo,
A moeda física será sempre necessária os “empregos para a vida” serão apenas para algumas
noutros contextos. áreas específicas e os futuros responsáveis pela área de
Carla Rocha RH, desta nova geração, irão analisar a diversidade de
Diretora Geral - CARLA ROCHA, Comunicação
Hoje temos no smartphone acesso ao email, experiências profissionais do candidato como mais-valias.
bilhetes de transportes públicos ou aplica- Flexibilidade de pensamento será das competências mais
ções para fazer compras no supermercado. valorizadas pelas empresas.
Somos cada vez mais individualistas e que- Tiago Gomes Santos
remos ganhar o máximo de tempo possível nos Regional Sales Manager - GRUPO PORTO EDITORA
Não é já virtual?
procedimentos. As empresas aproveitarão este facto
Todos os dias me pergunto porque carrego
para promover o cliente a “participar na experiência” e
moedas e notas se temos cada vez mais meios
pouparem nas despesas com recursos humanos. As em-
de pagamento disponíveis. A existência de
presas apostarão na venda de experiências e por isso novas
qualquer cartão é estranha hoje e será ainda
profissões irão surgir e outras já existentes ganharão maior
mais nos anos futuros. Porquê ter um MB, um
destaque. Tecnologia gerará desemprego nas áreas mais
VISA, um Lisboa VIVA, um cartão de saúde… não
tradicionais mas um mundo de oportunidades aparecerá
basta a impressão digital ou a retina?
em torno destas mudanças.
Jorge Oliveira
Tiago Gomes Santos
Founder e Business Designer - ACTIVE MEDIA
Regional Sales Manager - GRUPO PORTO EDITORA

março 2017 GAME CHANGER


18 FORMAÇÃO Entrevista a RUI SANTOS

FORMAÇÃO
COMO
RESPOSTA
ÀS

Rui Santos
Partner da InPar - In Partnership Business
Consulting e presidente da AproCS

COMO PODE A FORMAÇÃO midores e organizações) funcionamos 2 A garantia de retorno do investimen-


EXECUTIVA MELHORAR A e comunicamos. to. Estes dois pontos estão intimamen-
São disrupções que constituem te relacionados.
QUALIDADE DA GESTÃO
ameaças, às quais qualquer executi- Na verdade, as PMEs sentem a ne-
EM PORTUGAL? vo precisa de estar atento, mas são cessidade de formar os seus quadros,
A formação executiva revela-se funda- também disrupções que se apresen- mas não estão disponíveis para gastar
mental para a melhoria da Gestão em tam como verdadeiras oportunidades. dinheiro (e tempo dos seus executivos)
Portugal. A necessidade dos executivos Nos últimos anos, como é publica- em algo que não lhes traga uma mais
se manterem atualizados, num contexto mente conhecido, inúmeras empresas valia muito concreta e objetiva.
em atual mudança, não é opção, mas Portuguesas têm conseguido vingar Nesse sentido, verifica-se uma crescen-
sim algo absolutamente mandatório. no mercado global por saberem tirar te preocupação, por parte dos CEOs
Quando tudo parece inventado e do- partidos das oportunidades ofere- das empresas, bem como pelos res-
minado, surgem inúmeras inovações cidas por todas estas inovações, e ponsáveis pelos Recursos Humanos,
disruptivas que obrigam os executivos pelas inovações que elas próprias lhes em recolher o máximo de informação
a repensar todas as suas práticas de acrescentam. possível sobre os cursos (os objetivos,
gestão, sob pena de um dia acordarem Até porque, tratando-se de disrup- a quem se dirige, os conteúdos progra-
e constatarem que “estão a falar sozi- ções globais (e não locais / nacionais), máticos, os exercícios que vão ser utili-
nhos” e que o mundo já seguiu numa passam a constituir a nova linguagem zados, as metodologias pedagógicas,
qualquer outra direção. universal empresarial. Quem não os curriculum dos formadores) antes
E os últimos anos têm sido especial- dominar esta nova linguagem mundial da inscrição de qualquer colaborador.
mente férteis em inovações disruptivas. estará, naturalmente, “out”. São cada vez mais privilegiados cursos
Basta pensar nos impactos que estão a com uma elevada componente prática
ter fenómenos como as Redes Sociais, lecionados por um corpo docente
os Smartphones e Tablets, as soluções QUE DESAFIOS ENFRENTAM misto, constituído por investigadores e
na Cloud, a Internet of Everything, a consultores, mas também profissionais
AS PME NA PROCURA
Big Data (só para referir alguns) e as com carreiras consolidadas no mundo
profundas alterações que cada uma
DE FORMAÇÃO? empresarial que possam partilhar as
delas (e todas em conjunto) estão a Eu destacaria dois desafios: suas experiências profissionais concre-
ter na forma como todos nós (consu- 1 A aplicabilidade prática da formação; tas e reais, com as quais os formandos
facilmente se conseguem identificar.

GAME CHANGER março 2017


Entrevista a RUI SANTOS FORMAÇÃO 19

A PROCURA DE CURSOS É cimentos em matérias muito específicas o querer fazer) e as correspondentes


TRANSVERSAL POR PARTE com cargas horárias mais reduzidas. necessidades de formação específica?
DAS PME PARA A ÁREA DE Inclusivamente, as preferências de ho- Se não tiver este tema dominado, irá
GESTÃO? SENTEM ALGUMA rários são muito diversificada. Há quem estar sempre a investir na formação
prefira tirar o curso em horário diurno, “às cegas”.
PROCURA DE OUTROS
ou noturno, ou ao fim de semana, ou
SETORES DE ATIVIDADE? remotamente. Decididamente, vivemos
A procura de formação para executi- num contexto em que “one size” já não
vos é transversal por parte das PME e “fits all” e as instituições precisam de
também por parte dos próprios execu- ajustar os seus programas e calendários
tivos, que reconhecem a necessidade de uma forma muito flexível e modular
de investir na sua própria formação, que permita a cada empresa / forman-
sem estar dependente do investimento do encontrar a solução que melhor se
que a empresa onde trabalham possa adequa à sua necessidade específica.
fazer neles.
Os recentes anos de
crise obrigaram muitas
empresas a retrair o in- A FORMAÇÃO PODERÁ
vestimento em forma-
ção. Alguns executivos COLMATAR LACUNAS DE
compreenderam que
não poderiam esperar COMPETÊNCIAS TÉCNICAS,
COMPORTAMENTAIS OU
que “os ventos mudas-
sem” e decidiram tomar

ATÉ MOTIVACIONAIS.
a iniciativa de procurar
enriquecer-se pelos seus
próprios meios.
Conheço vários que,
durante os anos de crise, numa altura ATÉ QUE PONTO É QUE
em que muitos se queixavam das cir- A FORMAÇÃO DEVE
cunstâncias, optaram por investir no ESTAR ALINHADA COM AS
seu desenvolvimento e, assim que as NECESSIDADES DO NEGÓCIO?
condições económicas melhoraram, sur-
giram no mercado muito mais fortes e Nem me ocorre nenhuma outra forma
atualizados que os seus colegas execu- de enquadrar a formação, que não
tivos, que tinham ficado à espera que a seja essa. Em total alinhamento com
tempestade passasse. o negócio.
A formação poderá colmatar lacunas de
competências técnicas, comportamen-
tais ou até motivacionais. Eu poderei
DO PONTO DE VISTA DE convidar um executivo da minha or-
OFERTA DE CURSOS EM ganização para se inscrever num curso
GERAL, A PROCURA POR PARTE de formação para que este desenvolva
DOS EXECUTIVOS, AO NÍVEL alguma competência técnica muito es-
DAS PME, ESTÁ MAIS FOCADA pecífica, ou apenas para que se divirta.
NA GESTÃO OU NA ECONOMIA? Contudo, se formos a analisar bem,
até o objetivo de que o profissional se
Depende de caso para caso. Existe divirta serve igualmente um objetivo de
procura em ambos os domínios. negocio, pela expectativa de que um
O que se tem vindo a intensificar é a executivo mais entusiasmado e motiva-
diversidade da procura e a consequente do irá, muito provavelmente, contribuir
diversidade da oferta. Consoante o grau de forma mais evidente para os resulta-
de desenvolvimento e maturidade das dos de negócio da organização.
organizações e dos seus executivos, A questão chave é - Que mecanismos
há quem procure cursos mais extensos está a sua empresa a utilizar para iden-
e transversais, com uma carga horária tificar com rigor quais as lacunas de
mais alargada, ao mesmo tempo que competências e de motivações dos
surgem cada vez mais necessidades seus colaboradores (o saber fazer e
muito pontuais de atualização de conhe-

março 2017 GAME CHANGER


20 FORMAÇÃO CARLOS LIMA

NOS
1 0 A

Carlos Lima
Gestor de Marketing

S
RUMOS Formação

R ÓX IMO
P
NOS
ÇÃO
U
VOL
A E

GAME CHANGER março 2017


CARLOS LIMA FORMAÇÃO 21

Hoje em dia, o acesso ao conheci- termos de horário e incompatibilidade participantes e formador através de
mento está generalizado. Os serviços com o desempenho das tarefas profis- chat e fóruns de discussão, utilização
baseados na internet vieram trazer a sionais, mostrando-se assim muito mais de exercícios, laboratórios remotos,
todo o indivíduo interessado em saber, flexível. No entanto, para além de retirar testes de validação de conhecimentos
e com disponibilidade ou vontade de a presença física do instrutor e o contac- a cada etapa, entre outros, o que tem
aprender, o que uma biblioteca de uni- to pessoal, a maior parte dos conteúdos ajudado este formato a ganhar maior
versidade dispõe. não são apresentados de forma apela- relevância e aceitação, sendo hoje em
tiva e o participante necessita de maior dia utilizado nas escolas, universidades,
Experimente procurar no Google empenho e persistência para completar centros de formação e empresas.
“Como fazer nó de gravata”. Vai encon- os programas na totalidade, tornando-
trar mais respostas do que as perguntas -se uma atividade solitária. Uma das novidades do e-learning é
que alguma vez pensou ter sobre o trazida pela Cloud. Os cursos são co-
assunto. Nome, história de cada nhecidos como MooC (Massive
nó, técnicas e truques para sair Open Online Course) e dispo-
perfeito, modas e eventos pro-
pícios onde cada um deve ser
“O e-learning será, nibilizados como um qualquer
outro serviço cloud conhecido
apresentado, experiências e de-
poimentos de inúmeros experts com certeza, uma como learning-as-a-service (for-
mação com um serviço). Um dos

metodologia que nos


e gurus do nó de gravata. exemplos mais conhecidos é o
EDX (www.edx.org) onde poderá
Tendo em conta a evolução que encontrar cursos das mais di-
as metodologias de formação
e aprendizagem tiveram nos
próximos 10 anos versas entidades sobre as mais
diversas matérias, muitos dos
últimos 10 anos, será de esperar
que, se lançarmos as cartas, se tornará madura quais gratuitos.
O e-learning será, com certeza,

e suplantará a
estas adivinhem mais uma uma metodologia que nos
década repleta de inovação, próximos 10 anos se tornará
tecnologia e generalização de madura e suplantará a formação
formatos que têm vindo a surgir
há já alguns anos.
formação presencial.” presencial.

A transmissão do conhecimento Também derivado da evolução


foi sempre um pilar da evolução. tecnológica, estão a surgir uma
E todos temos a experiência de que As metodologias mais recentes tentam panóplia de dispositivos que vão alterar
os métodos mais práticos, experien- juntar estes dois formatos, reunindo a forma como se ensina e aprende. É o
ciais e de “por a mão na massa” nos vantagens de um e de outro. O b-lear- caso das HaloLens da Microsoft, e dis-
trouxeram uma assimilação mais fácil ning (blended-learning) que alterna positivos similares, que permitem, ao
e envolvente, tornando-se um saber períodos de formação e-learning com utilizador, projetar imagens tridimen-
bem consolidado e dominado. Sendo aulas presenciais para as matérias mais sionais virtuais no espaço em redor e
assim, pode-se dizer que este tipo de práticas e apoio do formador. O Live interagir com as mesmas. O formando
metodologias tornam a aprendizagem Training que, através de uma plata- ou aluno poderá aprender experimen-
mais eficaz, trazendo maior retorno em forma de emissão de áudio e vídeo, tando ou participar numa aula conjunta
termos de performance do indivíduo, permite a emissão em direto da aula e interagir com os restantes colegas e
em especial enquanto profissional. que está a decorrer em sala e onde o formador sem se encontrar presencial-
participante pode assistir e interagir a mente na mesma.
Esta é a razão pela qual a formação partir de qualquer local num dispositivo
presencial sempre foi a rainha e a com acesso à internet. Sim, em 2027 a formação presencial
metodologia padrão tanto no ensino irá manter-se. Existem áreas do conhe-
como na formação. O participante está Como em todas as inovações, existe cimentos e matérias para as quais o
dedicado à atividade de aprendiza- um período de implementação e re- contacto pessoal não é dispensável.
gem, envolvido na aula e no grupo, conhecimentos das suas mais-valias. No entanto esta, por si só, terá uma
com atenção dedicada por parte do Este período, para o e-learning, tem menor importância.
professor ou do formador. sido longo, mas os recentes desen- Esperam-se dez anos de enriquecimen-
volvimentos na área das TI têm trazido to e aprendizagem estimulantes, onde
Com as tecnologias da informação um novo fôlego. As plataformas mais as diversas técnicas, metodologias e
surge o e-learning, formato que veio recentes de e-learning, conseguem tecnologias vão cooperar para uma
colmatar algumas das desvantagens juntar os diversos media de forma en- aprendizagem mais dinâmica, adaptada
da formação presencial, tais como as volvente e de rápida transmissão até ao formando e à matéria a ministrar.
deslocações, a dedicação exclusiva em ao recetor, adicionando interação entre

março 2017 GAME CHANGER


22 FORMAÇÃO PEDRO TAVARES

I
know
Pedro Tavares Diretor ALTA LÓGICA

O E - Le a r n i n g
não é (só) ficção
científica

Kung Em 2027 provavelmente ainda não será possível


descarregar conhecimento diretamente para o nosso
cérebro como no futuro do filme “The Matrix”, mas

Fu!
a forma como desenvolvemos competências já tem
muito em comum com o processo do filme (e tende
a ter cada vez mais).

No filme de 1999, o herói Neo acorda zação de conteúdos no E-Learning é, • Permite um constante e rápido acom-
no futuro sem competências nem ferra- aliás, muito relevante e algo que tende panhamento de atividades e medição
de ROI;
mentas para lutar contra os programas a ganhar um maior peso no futuro: Os
que controlam a Matrix, mas conse- conteúdos são disponibilizados con- • Reduz a pegada de carbono através da
gue rapidamente descarregá-los à soante as necessidades vão surgindo, eliminação de documentação em papel e
medida das suas necessidades. Num sendo adaptados às características de realização de questionários de avaliação
ápice ganha conhecimentos de kung profissionais e organizações. Uma for- eletrónicos
Fu e outras artes marciais e escolhe mação “On demand”, se quisermos. • Reduz consideravelmente o tempo
um arsenal de armas para o ajudar na que os colaboradores passam em for-
difícil batalha que se avizinha. É a flexibilidade das metodologias mação, ausentes do local de trabalho,
que compõem o E-Learning que torna eliminando também as necessidades de
deslocação e de formação em sala, o que
Ficção Científica? esta solução tão interessante para as
leva a elevadas poupanças de tempo
Organizações. Invariavelmente con- e dinheiro investido na formação dos
Não necessariamente - frontadas com os constrangimentos de colaboradores.
- a formação E-Learning sempre (orçamento, geografia, tempo/
disponibilidade, perfil e número de co- No filme, Neo acaba por derrotar
já funciona de forma laboradores a formar), as Organizações as máquinas utilizando para isso a
muito semelhante! encontram na formação mais e mais própria Matrix – um elaborado am-
vantagens que assentam fortemente biente virtual criado para manter os
As Organizações recorrem atualmente nos suportes e metodologias digitais, humanos em cativeiro. É quase certo
a formação E-Learning para dotar os nomeadamente o E-Learning: que, tal como na Matrix, a realidade
colaboradores de ferramentas e co- virtual e a realidade aumentada farão
nhecimentos necessários para atingir • Elevado grau de Liberdade e flexibili-
dade, permitindo aprender ao seu ritmo
parte do processo formativo em 2027,
objetivos e ultrapassar desafios. e a partir de qualquer localização; com fortes componentes de intera-
Aqui e agora, o Kung Fu e as armas ção social, nos Massive Open Online
são a formação em Tecnologias de • Elevado Potencial de escala, dado que Courses (MOOC) e uma crescente com-
Informação ou o desenvolvimento de o e-learning permite criar, implementar ponente de Gamification, a utilização
Competências Empresariais. O pro- e partilhar políticas, formação, ideias e
conceitos de forma relativamente rápida; de características de jogos no processo
cesso não é, para já, instantâneo, mas formativo. Neste futuro, que estamos a
tal como em “The Matrix” é digital, • Assegura a consistência da formação construir já hoje, as ferramentas estão,
permite aos profissionais aprender e para todos os formandos, tanto a nível assim, ao alcance dos Neos de cada
praticar a matéria ao seu ritmo e aceder de conteúdos como das metodologias organização.
empregues;
a conteúdos customizados. A customi-

GAME CHANGER março 2017


JOÃO GOMES DE ALMEIDA MARKETING 23

Temos um novo
desafio para a
vossa equipa:
Um script para
filme de 30’ a
ser veiculado
nos frigoríficos
da Samsung das
famílias target
Ab com mais
de 40 anos,
residentes na
zona de Lisboa.

João Gomes de Almeida Partner & Chief Creative Officer 004

Caro leitor, desculpe o título ser tão longo.


É que este será, muito provavelmente, o
início de um qualquer briefing que uma
qualquer marca de iogurtes passará à
sua agência de publicidade em 2027.

março 2017 GAME CHANGER


24 MARKETING JOÃO GOMES DE ALMEIDA

Na verdade, este briefing que acho que será a publicidade no


cada vez mais que trabalhar com o
futuro.
será até um pouco mais A publicidade, do ponto de vista dos
foco naquilo que o consumidor quer
ver e menos com o foco naquilo que
longo e poderá incluir meios, provavelmente será comple-
gostávamos que o consumidor visse.
tamente diferente. Cada vez mais,
sugestões como um objetos do nosso dia-a-dia terão ecrãs
Mas na verdade, mais importante do
que aquilo que vai mudar, é aquilo que
“call to action” para a conectados à internet. Logo, a publici-
vai ficar na mesma. Daqui a 10 anos,
dade inevitavelmente acabará por os
compra imediata através usar, enquanto meios de difusão das
tal como agora e há 10 anos atrás, o
do frigorífico, ou um mensagens publicitárias.
que continuará a distinguir as boas das
más agências, os bons dos maus pro-
pedido especial para que fissionais e as marcas cool das marcas
o filme possa também ser De facto, a brincadeira com chatas, é o poder de uma grande ideia.

veiculado em Google Glass o briefing do frigorífico Independentemente do meio, do


formato e da tecnologia, o que real-
ou nos mais modernos até faz algum sentido e mente faz e fará sempre a diferença

(e muito melhores) é igualmente válida para são as sensações que as marcas con-
seguem despertar nos consumidores
Microsoft HoloLens. os relógios de pulso, os através da criatividade. O resto logo se
fornos, os aspiradores, as vê. Assim como assim, nós publicitá-
Quando me pediram para escrever rios, podemos sempre ir-nos atualizan-
sobre como seria a publicidade daqui
sanitas, os espelhos da do com uns cursos na Galileu (gostaram
a 10 anos, fiz aquilo que todos os publi- casa de banho e muitos do product placement?).
citários fazem desde que existe publi-
cidade: sentei-me a pensar. Foi aí que
outros objetos. É isto Por fim, gostava de lhe esclarecer um
me começaram a surgir algumas ideias que gostamos de chamar aspeto muito importante deste texto:
estava a brincar consigo quando a
do que poderia escrever. A grande de internet das coisas. propósito das “expressões super na
maioria expressões feitas, que ninguém
percebe bem e que estão “super na moda” falei do “pure resource”. É
Mas não pensem que são só os meios
moda”, tais como: big data, analytics, que na verdade não significa nada,
onde comunicamos que vão mudar. O
programatic e pure resource. ou melhor, é apenas o nome de um
desinteresse dos consumidores pela
Foi então que disse para mim próprio: champô da L’Oreal.
publicidade fará com que inevitavel-
“João, deixa-te de tretas”. Decidi, pois, mente a mesma tenha que se tornar
ser o mais sincero possível sobre aquilo mais interessante. Ou seja, teremos

GAME CHANGER março 2017


RÚBEN PIO MARKETING 25

T
odos os anos surge uma pa-
nóplia de estudos e tendências
nas várias áreas, no marketing
não é exceção. Novas técnicas,
metodologias, tecnologias e muitas

ESTA
outras variáveis que tornam o compor-
tamento do consumidor um desafio
constante. Por vezes focamo-nos nos
aspetos mais futuristas destas tendên-

NÃO É MAIS
cias e esquecemo-nos da sua aplica-
bilidade já no presente, queremos ser
inovadores e trendy, mas sem querer
definir uma estratégia sustentada
quer na comunicação, quer na gestão

UMA
do próprio negócio que terá que se
adaptar a essa realidade.

Muitas empresas procuram acom-


panhar todas as tendências, e bem,

ANÁLISE
mas esquecem-se, muitas vezes, do
objetivo final, a satisfação e experiên-
cia do consumidor. Apesar de não
ser uma novidade, a experiência do
consumidor era já abordada por Philip

DE
Kotler, conhecido como um dos “pais
do marketing” que previa que a aqui-
sição e fidelização de clientes na era
da globalização passaria por tornar o
consumidor uma parte integrante e

TENDÊNCIAS!
participativo nas relações comerciais
com a marca, sendo o grande desafio,
proporcionar-lhe a melhor experiência
com efeitos duradouros.

A satisfação do consumidor continua


a ditar muito daquilo que é “game
changer” no mercado e a grande ten-
dência no marketing será certamente
Rúben Pio Digital Marketing | Training Consultant GALILEU continuar a acompanhar o compor-
tamento do consumidor e inovar de
forma criativa na sua experiência com a
marca. Desta forma, gostaria de desta-
car, não aquilo que são tendências, mas
algumas evidências que já marcam a
atualidade e passam por vezes desper-
cebidas, sendo parte delas associadas
mais à vertente digital.

março 2017 GAME CHANGER


26 MARKETING RÚBEN PIO

BIG DATA mas de fidelização são dos exemplos que REALIDADE VIRTUAL / AUMENTADA
atualmente mais potencial retiram deste
A análise de resultados nos últimos proces- mecanismo, dadas as interações que o uti- A realidade virtual tem sido algo que
sos de uma determinada compra é hoje em lizador tem nas suas plataformas e que tem acompanhado a última década dos
dia fácil identificar na maioria dos negócios, podem ser estrategicamente trabalhadas entusiastas de tecnologia e de jogos, mas
no entanto o mapeamento de todo o pro- de uma forma personalizada, mas ainda só agora começamos a ver esta tecnolo-
cesso que levou desde a necessidade até à assim automática. Um meio cada vez mais gia com capacidade de ser aplicada com
compra por parte do consumidor é mais em evidência são os chatbots, que serão a massificação dos smartphones, das
difícil de interpretar, é aqui que o Big Data cada vez mais uma forma de interação com câmaras que permitem uma captura com
se torna um fator determinante. A quanti- o consumidor, embora sejam mensagens um envolvimento 360º e dos drones.
dade de dados que é criada e armazenada automáticas são programados cada vez
à escala global é inconcebível, no entanto mais com recurso comportamentos de
ela dá-nos um potencial enorme ao revelar inteligência artificial que permitem um
indicadores de comportamento para serem grau de satisfação maior.
definidos produtos, serviços ou estratégias
de marketing, sendo que o mais importante
não é a quantidade de dados, mas o que MARKETING DE INFLUÊNCIA
conseguimos extrair, interpretar e concluir Alguém que transmita confiança e nos
para definir uma estratégia. fale sobre os benefícios de um produto
Este tema acaba por ser tão vasto que é sempre foi mais eficaz que um anúncio
sempre uma tendência nos estudos que muito convincente, os influenciadores de
lemos e que principalmente modelos mais marketing são cada vez mais quem lidera
complexos e grandes estruturas conse- o processo de influência na decisão do
guem ter uma aplicabilidade concreta pela consumidor pois estabelecem uma ligação
análise de business intelligence e utiliza- emocional utilizando o storytelling entre o
ção de softwares complexos, no entanto em consumidor e a marca. No mundo digital Com estes dispositivos tecnológi-
alguns modelos de negócios conseguem os bloggers e youtubers são já uma reali- cos totalmente integrados e acessí-
hoje em dia retirar conclusões e aplicar dade deste processo de influência, que tem veis pela sociedade as redes sociais
estratégias que podem passar por uma vindo cada vez mais a tornar anónimos têm vindo a ser quem mais contribui
acessível análise no Google Trends sobre em influenciadores, principalmente nos para a proliferação desta área, pois
determinada temática para avaliar o com- nichos de mercado algo que anteriormen- permite criar novas formas de intera-
portamento de pesquisas dos utilizadores te só era possível por pessoas com poder ção e possibilitar o envolvimento dos
e o que procuram, podendo às marcas po- próprio de influência. utilizadores num ambiente imersivo, e
sicionarem-se de acordo com essa análise lá está a experiência do utilizador, que
para o lançamento de um produto num possibilita às marcas estrategicamente
determinado mercado por exemplo. VÍDEO
posicionarem-se nesta área. Um dos
A era dos smartphones em pouco tempo exemplos que mais impacto teve em
MARKETING AUTOMATION permitiu que o número de acessos a muitas 2016 foi o fenómeno Pokemon Go,
das aplicações e sites passem já a sua onde demonstrou as potencialidades
Uma das áreas que mais tem evoluído é a grande maioria pelos dispositivos móveis da realidade aumentada num jogo e da
automação de marketing, principalmente ao contrário da utilização do computador. forma como as marcas se posicionaram
pela existência do Big Data, é sobretudo Um dos conteúdos que mais tem crescido para retirar partido neste fenómeno.
mais relevante para quem já tem definida é o vídeo, estudos comprovam que mais
uma estratégia digital e são cada vez mais de 46% dos consumidores da “geração Y”
os softwares que permitem a utilização visualizam vídeos em smartphones/tablets
desta metodologia a várias escalas de ao contrário dos meios tradicionais.
negócio, pois são cada vez mais inteligen- Com os operadores dos canais de televi-
tes, intuitivas e financeiramente acessíveis. são a iniciarem uma crise existencial, o
O poder destas plataformas está em ras- vídeo marketing tem sido uma a aposta
trear os pontos de interação que o utiliza- cada vez mais clara das marcas, pois con-
dor tem com a marca e automatizar de uma seguem continuar a chegar ao seu público,
forma personalizada e automatizada com podendo ainda ter um poder de segmenta-
conjuntos de ações que vão de encontro ção e de análise do investimento, abrindo
ao interesse do consumidor mediante os ainda a possibilidade de marcas com um
comportamentos que estabeleceu ante- orçamento mais reduzido poderem estar
riormente. Desta forma é possível obter num meio que apenas era dominado pelas
um impacto e relatórios mais objetivos grandes marcas na televisão.
das ações tomadas, bem como a avalia-
ção do ROI. As lojas online e os progra-

GAME CHANGER março 2017


#4

geração
Próxima edição ...
Z
... GERAÇÃO Z NO MERCADO DE TRABALHO
Zapping às características de uma
nova geração de trabalhadores
Depois dos Baby Boomers, da Geração X e dos Millennials, há uma nova geração
de pessoas com a qual as empresas vão ter que começar a lidar. Geração Z, ou Consulte as edições anteriores
Centennials, é a designação que define uma geração que nasceu num mundo sem
e passe a receber a Game
fronteiras virtuais. Qual o perfil desta nova geração de profissionais? Quais as suas
motivações e expectativas? Estão as empresas preparadas para receber estes
Changer gratuitamente
jovens talentos? Que desafios vão colocar às empresas? E como gerir as diferentes
gerações de trabalhadores numa empresa? A próxima edição da GAME CHANGER WWW.GALILEU.PT/GAMECHANGER
irá analisar, comentar e partilhar vários aspectos e pontos de vista sobre estes
profissionais “nativos digitais” e de como irão influenciar o mercado de trabalho.
27 OUTUBRO LISBOA E PORTO

Ganhe uma visão 360º da Gestão Empresarial!

Atualmente, o mercado empresarial procura por gestores que


tenham uma visão global do negócio e que consigam contribuir
com todos os departamentos da empresa. O Fast Track MBA
GALILEU permite-lhe ganhar uma visão alargada das várias
facetas da gestão, bem como garantir o desenvolvimento das
suas competências técnicas e pessoais.

OFERTA 2.800 €
Isenção da taxa de inscrição (400€)
até 15 de setembro. 2.400 €

Consulte toda a informação em www.galileu.pt/mba

MÓDULOS (112h)

INTRODUÇÃO À GESTÃO EMPRESARIAL


FINANÇAS EMPRESARIAIS Oferta do IVA
E CONTROLO DE GESTÃO a particulares e estudantes.
VENDAS Possibilidade
RECURSOS HUMANOS de pagamento faseado.

MARKETING Oferta de estadia para


residentes fora da região
SEMINÁRIOS de Lisboa e Porto.

info@galileu.pt | 21 361 22 00

A GALILEU é reconhecida pela DGERT

Você também pode gostar