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ARQUÉTIPOS

DAS MARCAS
Por Luciana Moura, PhD
Se tem uma coisa que verdadeiramente fascinava Carl Jung era o fato de
diferentes sociedades compartilharem crenças, rituais e simbolismos
extremamente parecidos.

Ele não estava falando de um compartilhamento atual, proveniente das


trocas promovidas através de viagens, meios de comunicação ou pela
internet.

Ele analisava sociedades milenares, distantes no tempo e no espaço, e que


muito embora não tivessem qualquer contato possuíam impressionantes
semelhanças entre si.

Jung chegou à conclusão que tais semelhanças só poderiam ser fruto de


algo maior do que a experiência individual, existindo, portanto, como parte
da psique humana. Seria uma espécie de memória coletiva atemporal, que
preserva ideias na forma de símbolos e mitos, ainda que de modo
inconsciente.

Essas memórias são passadas de geração em geração, sendo


universalmente compartilhadas por TODOS os seres humanos. Isso
significa que você, mesmo tendo nascido no Brasil no final do século XX,
possui algo em comum com alguém que nasceu na Birmânia em 1960 –
além do DNA da espécie.

Jung chamou esse elemento comum universal de INCONSCIENTE


COLETIVO e adotou a expressão ARQUÉTIPOS para representar os
símbolos que sintetizam as memórias de experiências dos nossos
ancestrais. Eles são importantes porque servem de modelo para nossas
próprias experiências pessoais.
Assim, os arquétipos são padrões herdados de comportamento ou emoção.
Nós o reconhecemos imediatamente quando o vemos representados em
filmes, lendas, zodíaco, cartas de tarô, romances e até nas propagandas.
Isso porque atribuímos a ele significados específicos e simplesmente nos
conectamos a ele.

Isso tudo pode parecer confuso e realmente não é um conceito simples de


entender. Mas uma coisa eu garanto a você: os arquétipos são a base de
qualquer estruturação simbólica, estão presentes na mente antes mesmo do
pensamento consciente.

Tenha certeza que tudo que escolhemos, desejamos, aspiramos e decidimos


sofre a ação direta da estrutura arquetípica que carregamos em nós.
Inclusive nossos produtos favoritos!

Imagine o poder dos arquétipos na construção de uma marca?

Muito bem, agora que eu já disse o que são os arquétipos e para que eles
servem, vou te contar quais são as 12 representações arquetípicas mais
conhecidas no mundo do marketing.
1- HERÓI: Sua missão é mudar o mundo através de sua coragem e esforço.
Nenhum obstáculo é grande demais para seu desejo de ir além e vencer
tudo que encontrar pela frente.

2- INOCENTE: Procura por uma vida mais pura, simples e positiva.


Caracteriza uma personalidade otimista e romântica, que sempre procura
tirar o melhor de cada situação.

3- EXPLORADOR: Quer descobrir o mudo, se lançar a novas aventuras,


chegar a lugares onde ninguém esteve antes. Para vencer o tédio da vida,
está sempre pronto a mudar.

4- BOBO DA CORTE: Seu humor é diferenciado e está sempre


procurando formas de ser engraçado. Tem uma alegria espontânea e sua
principal meta de vida é se divertir.

5- FORA DA LEI: Sua rebeldia não tem limites e caracteriza um tipo de


personalidade que não se dobra às imposições externas. É inquieto por
natureza e está sempre pronto a agir.
6- PESSOA COMUM: Ele quer fazer parte do mundo sendo ele mesmo,
cumprindo sua rotina e sem chamar atenção desnecessariamente para si
mesmo. Para ele, todos são iguais.

7- CRIADOR: Nada é tão bom que não possa melhorar. Caracteriza


personalidades inquietas, criativas, que estão sempre atentas a descobrir
um nova e melhor forma de viver.

8- SÁBIO: Seu foco é o conhecimento ou, pelo menos, a busca dele.


Caracteriza pessoas estudiosas, amantes do saber e que não se contentam
com verdades impostas pelos outros.

9- AMANTE: Sua forma de se conectar com o mundo é pela sedução.


Caracteriza personalidades atraentes, agradáveis, hábeis em gerenciar
relacionamentos interpessoais.

10- MAGO: Sua visão de mudo é transcendente. Para ele, a vida não se
concentra no aqui e nem no agora. Está sempre aberto àquilo que os olhos
não podem ver e a mente não pode explicar.

11- GOVERNANTE: Líder por natureza, caracteriza personalidades que


estão sempre no comando. Tem uma habilidade preciosa de unir pessoas e
convencê-las a aderirem à sua visão.

12- PRESTATIVO: Caracteriza personalidades generosas, dedicadas ao


bem comum. Sua principal meta de vida é ajudar ao próximo e tornar o
mundo um lugar melhor para todos.

Fonte: https://agenciaune.com/blog/2020/09/09/los-arquetipos-de-marca/
A imagem da página anterior representa uma síntese das principais
características de cada arquétipo, e achei interessante também porque ela
ilustra o tema considerando a área de marketing. Veja que a cada arquétipo
aparece ligado o exemplo de pelo menos uma marca que se destaca ao
trabalhar imagens, símbolos, histórias e posicionamentos compatíveis com
a descrição.

Eu acredito de verdade que a definição arquetípica é uma das decisões


mais importantes na gestão de uma marca.

Ela é o ponto de partida para o posicionamento, as estratégias de marketing


e a conexão com o cliente.

Muita coisa deve ser levada em conta nesse processo de escolha, que não é
simples, fácil e nem rápido. Do contrário se torna falso, impróprio,
desarticulado.

Antes de tudo é preciso entender. Entender quem é a marca, porque ela


existe, qual é o seu propósito.

Entender o significado ancestral dos arquétipos, entender sobre


inconsciente coletivo e simbolismos.

Daí se inicia um processo do autoconhecimento (quando se trata de uma


marca pessoal) ou de construção (no caso das marcas corporativas).

É um caminho bonito a se percorrer, repleto de descobertas e encontros.


Decida-se por encará-lo. É um caminho sem volta e de profunda
transformação.

Quer ajuda? Trabalho com mentorias individuais ou em grupo para guiar


sua marca nessa jornada. Me mande uma mensagem que te falo mais sobre
isso...

VOCÊ JÁ DEFINIU QUAL É O


ARQUÉTIPO DA SUA MARCA?
@lucianamouramkt
Luciana Moura

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