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Mistérios do Rosário

MISTÉRIOS GOZOSOS
(segunda-feira e sábado)

1. A anunciação do Anjo Gabriel a Maria. “E Deus se fez carne e habitou entre


nós”. (Lc 1, 26-38)
Deus tem um plano de Amor para cada pessoa. Corresponder a esse plano com a
docilidade de Maria; gestar Jesus em si, para doá-Lo inteiramente aos irmãos, como o
fez Maria; acreditar sempre na proteção divina, mesmo nas condições mais
desfavoráveis, com absoluta confiança em Deus, como Maria.

2. A visitação de Nossa Senhora a sua prima Isabel. (Lc 1, 39-46)


Quem carrega Jesus em si, tem sede de amar concretamente, viver a caridade,
colocar-se a serviço desde as pequenas coisas até as maiores.
Quem carrega Jesus em si, procura a quem condivide a mesma fé, para
fortalecerem-se mutuamente no Senhor e, assim, Jesus vai sendo gestado e levado a
todos os lugares e a todas as pessoas.

3. O nascimento do Filho de Deus. (Lc, 1.4-7)


Maria e José não encontraram quem os acolhesse, mesmo onde poderia haver
lugar para Jesus nascer. Muitas vezes, também nós não Lhe damos acolhida em nossa
vida, em nosso coração, porque não queremos torná-Lo partícipe da nossa realidade
por completo.
Muitas vezes, somos nós os portadores de Jesus que quer nascer, tornar-se
presente na vida de alguém, mas esse alguém não nos acolhe, não acolhe Jesus que
quer nascer na vida daquela pessoa a quem procuramos. Como eu rezo por ela?
Muitas vezes, pedimos e pedimos que o Senhor Se manifeste e até interfira em
determinados acontecimentos e situações, e Ele o faz não como o Todo-Poderoso que
é, mas na forma e com as necessidades de um recém nascido - “Sim, Eu posso resolver
o teu problema, Eu posso conceder-te a graça que Me pedes, mas para isso, eu Me
coloco em teus braços e sob os teus cuidados, e quero que tu lides com o teu problema
com o mesmo zelo, amor proteção e dedicação que dispensarias a Mim, recém
nascido”.

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E ainda: ao contemplarmos o mistério do nascimento de Jesus, não nos podemos
esquecer da força das Suas palavras: “Onde dois ou mais estiverem reunidos em Meu
Nome, ali estarei Eu no meio deles”. Jesus pode nascer na nossa vida, na vida de outras
pessoas. É o nosso amor por Ele que O trará ao mundo.

4. A Apresentação do Menino Jesus no Templo e a purificação de Maria. (Lc 2, 22-


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Cumprindo a Lei, Maria e José levaram Jesus ao Templo, para ser circuncidado.
Lá, um homem justo e piedoso, chamado Simeão, ao deparar-se com Ele, reconheceu-
O como luz para as nações e que seria pedra de tropeço para muitos. Simeão não
poupou Maria, alertando-a: “quanto a ti, uma espada transpassará teu coração”. Neste
Mistério, há várias realidades a serem contempladas: Jesus é o Senhor, é a Paz, é
Caminho, Verdade e Vida, mas para que Ele seja tudo isso na minha vida, é preciso que
Ele seja o meu bem mais precioso, aquele pelo qual eu troco e abandono tudo o que
for necessário. Mas para que isso se cumpra na minha vida, é preciso que eu vá contra
a corrente do mundo, contra a mentalidade perversa, que eu abra mão do que se
coloca como obstáculo entre mim e Ele. Por isso, Ele é pedra de tropeço para aqueles
que, tendo oportunidade de encontrá-Lo, não o reconhecem como o único Senhor, ou
o fazem somente por palavras que, ao sabor dos ventos, caem por terra e nos
arrastam junto.
Outra grande evidência, neste Mistério, é o grande valor da obediência e da
humildade de Maria! Ela poderia ter se apresentado como a Mãe do Senhor e não
como uma mãe qualquer, não o fez; submeteu-se ao ritual da purificação, obrigatório
a todas as mulheres que davam à luz - naquele tempo, a mulher ao derramar sangue
pelo parto ou pela menstruação era considerada impura e devia ser purificada
segundo a lei. Maria (impura do quê? De ter feito a vontade de Deus?) submeteu-se ao
ritual da purificação. Por muito menos nós “chutamos o balde”, não é mesmo? Nos
embates, queremos logo colocar cada um no seu devido lugar; na Igreja, queremos
cumprir somente as regras que “fecham” com o nosso jeito, com a nossa opinião, etc.
A minha purificação pode estar em ser mais obediente, ou mais humilde, ou menos
agressivo, rebelde, em ter mais coragem para fazer o que deve ser feito, etc.

5. A Perda do Menino Jesus e o seu encontro no Templo, entre os doutores. (Lc 2,


41-47)
Saber perder. Maria e José perderam o Menino! Perder um filho é terrível,
imagine-se, então, perder o Filho que Deus havia confiado a Maria e posto aos
cuidados de José!
O plano de Salvação não é meu, é do Senhor. A vida não é minha, pertence a
Deus, eu a administro e dela deverei prestar contas.

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Se for para salvar a caridade, perder as próprias ideias, a programação, o projeto;
ouvir mais – ouvir com o coração (e para isso é preciso que eu cale).
“Porém, não se faça a minha vontade, mas a do Pai que está nos Céus”.
Uns semeiam; outros cultivam; outros colhem. Do ponto de vista humano,
perder é fracassar; do ponto de vista divino, perder é ganhar liberdade!
Seja firme. Lute o bom combate. Tenha metas; programe-se; reavalie sua
caminhada e seus sonhos. Muitos serão colocados em teu caminho. Cuide de cada um
como Maria cuidava de seu Filho. E tudo será transformado em oferta pessoal, tua, a
Deus! Alegra-te com o que for bom e cresça espiritualmente nas dificuldades!
E se perderes Jesus, pede a Maria que te ajude a encontrá-Lo.

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MISTÉRIOS LUMINOSOS
(quinta-feira)

1. O Batismo de Jesus no rio Jordão. (Mt 3, 13-17)


Pelo Batismo, Deus nos dá, além do Espírito Santo, as três virtudes teologais: fé,
esperança e caridade.
Fé para que, ao longo de nossa vida, saibamos que Deus existe e nos ama, fez-
nos seus filhos e a Ele tendemos!
Esperança para que jamais duvidemos do seu Amor! Não importa os revezes de
nossa vida, nem nossas quedas, Deus estará sempre pronto a nos ouvir e socorrer!
Caridade para que encontremos em cada próximo uma oportunidade de crescer
no Amor a Deus.
E se eu, batizado, não tenho mais Deus na minha vida? Perdi toda a esperança?
Não pratico a caridade? O que aconteceu com as virtudes teologais que recebi no meu
Batismo?
Tu não as vês, nem as sentes, porque estão cobertas de lixo! Tira o lixo do teu
coração e elas voltarão a brilhar na tua vida!
Contemplando a vida de Jesus, vemos que foi, a partir de seu batizado, que Ele
deu início à sua vida pública. É isso que o Espírito Santo faz: Ele nos anima e move, tira-
nos da zona de conforto, torna mais clara a missão que Deus tem para nós.

2. O milagre nas bodas de Caná. (Jo 2, 1-5.11)


Qual “água” na minha vida eu quero que seja transformada em vinho pelo
Senhor?
“Fazei tudo o que Ele vos disser.” E o que Ele me diz?
Qual a minha aflição ou necessidade? Será que Maria olharia por mim, como o
fez pelos noivos nas bodas de Caná? E com a mesma presteza?

3. O anúncio do Reino de Deus e o convite à conversão. (Mc 1, 14-15)


Anuncio o Reino de Deus com a minha vida? Conduzo a minha vida de modo que
Deus se alegre comigo? Sou um bom cristão? Sou motivo para escândalo? Se todos os
Evangelhos desaparecessem da face da Terra, a minha vida mostraria como ser
cristão? Tento vencer as minhas fraquezas, para que somente Jesus resplandeça? Faço
das minhas qualidades um serviço ao Senhor?

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4. A Transfiguração de Jesus no Monte Tabor. (Mt 17, 1-8)
Senhor, ensina-me a contemplar-Vos sem a pressa de fazer pedidos. Que a Vossa
Paz penetre fundo em meu coração e inunde até mesmo as mais escondidas feridas!
Curai-me, Senhor! Libertai-me do Mal e de mim mesmo! Dos pensamentos que me
aprisionam, das atitudes impensadas, dos meus medos, de toda ilusão. E depois de
contemplar Vossa Majestade, dai-me a graça de vir ao mundo em que estou. Vede a
minha realidade, os meus desafios, o meu comodismo e tocai-me Senhor, como
tocastes os apóstolos, dizendo-lhes: “Não tenhais medo!” Eu estou convosco. Vós
estais comigo. Então, dissipai as trevas de meu coração, aquietai os meus
pensamentos, infundi-me coragem, aplacai a fúria dos ventos e ensinai-me a caminhar.
Sei que me tomareis no colo, que me segurareis firme a mão, que velareis por mim
como a mãe que não descuida de sua criança.

5. A Instituição da Eucaristia. (Mt 26, 26-29)


Pela Eucaristia, Jesus chama todos os seus discípulos para a festa do Senhor!
Reunimo-nos em torno da Mesa, como única família. É festa no Céu e festa na Terra.
Ele próprio se faz alimento e força para o caminho. Ele próprio nos acompanha para
casa, para o trabalho, para o mundo, dando continuidade ao que sempre fez e fará até
o final dos tempos: anunciar a Boa Nova e chamar à conversão, amando
indistintamente a cada próximo, mostrando que o Pai é Verdade, Bondade e
Misericórdia. Para isso, contamos também com a mútua e contínua caridade e com a
comunhão de todos os anjos e santos de Deus.

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MISTÉRIOS DOLOROSOS
(terça-feira e sexta-feira)

1. A agonia de Jesus no Horto da Oliveiras. (Lc 22, 39-45)


Jesus, no Horto das Oliveiras, viveu extrema agonia a ponto de suar sangue, não
apenas por antever os terríveis suplícios que estava prestes a passar, mas
principalmente por ver que a humanidade não conseguira entender o Amor de Deus e
a Sua Misericórdia, distanciando-se d’Ele, mais uma vez.

“Não pudestes guardar uma hora apenas comigo!” Nosso Senhor havia pedido
que os discípulos rezassem por uma hora com Ele, pois estava em grande sofrimento,
no entanto, encontrou-os dormindo. A dor do outro, as dores de Deus não nos
“tocam”, não nos compadecemos a ponto de sairmos das nossas “urgências” ou
mesmo da rotina. Basta que algo nos incomode, cause medo ou apreensão; um sonho
não realizado, uma doença, problemas em casa, no trabalho... Nós O chamamos a
qualquer hora, em qualquer lugar e por qualquer motivo e queremos Sua presença
inteira e que “resolva” o nosso sofrimento; depois O dispensamos. Mas a recíproca
não é verdadeira! Quantas vezes Jesus sofre, agoniza pelas dores da humanidade,
pelos nossos fracassos e, principalmente, pela nossa indiferença, retardo e pouca
vontade em acompanhá-Lo... Mas O deixamos sozinho;

Um santo que conversava com Jesus (revelação privada), certa vez, perguntou-
Lhe qual pecado, dentre todos os cometidos, que mais Lhe causava dor! Jesus lhe
respondeu: “o pecado cometido pelos homens que mais dilacera o Meu Coração é o
das almas tíbias! Esse é o que arranca de mim os piores prantos”!

“Alma tíbia” significa “gente morna”. As almas tíbias mais numerosas se


encontram entre pessoas com convicção religiosa e praticantes de sua fé. São pessoas
que raramente cometem pecados graves, no entanto, vivem em estado de torpor:
fazem por fazer; não se alegram com o Céu; vivem a fé voltada somente para si; a
salvação do outro não lhes importa; nada questionam; nada tentam; tudo esperam de
Deus; qualquer responsabilidade ou iniciativa sempre tem que ser “dos outros”; de si
nada exigem além do mínimo e cumprem esse mínimo com peso, aborrecidos,
desprezivelmente; vivem seus dias totalmente à margem do verdadeiro Amor e
deixam o mundo sem que o tenham tornado minimamente melhor.
Jesus à Santa Faustina: "Hoje traze-Me as almas tíbias e mergulha-as no abismo
da minha Misericórdia. Estas almas ferem mais dolorosamente o meu Coração. Foi da
alma tíbia que a minha Alma sentiu repugnância no Horto. Elas levaram-Me a dizer:
Pai afasta de Mim este cálice, se assim for a vossa vontade. Para elas, a última tábua
de salvação é recorrer a minha Misericórdia.
Jesus, no Horto das Oliveiras, viveu profundo estado de solidão; abandono;
rejeição! O que Ele sente hoje, agora, olhando para ti, para a tua vida, para o que tens

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feito de todas as sementes que Ele tem insistentemente plantado em tua alma, na
esperança de vê-las um dia germinar?
Podemos nós, vez por outra, nos sentirmos igualmente abalados; tristes;
rejeitados; profundamente desanimados! É uma incompreensão sofrida; uma perda
irreparável; sermos atingidos pela maledicência de outrem; pela inveja; pela soberba,
etc. Se isso te acontece, é um convite a estarmos com Jesus, ao menos por instantes, a
fazer-Lhe companhia, no Horto das Oliveiras. Abrace-O e juntos derramem suas
lágrimas! Seja tu o conforto para Ele nesta hora. Veja como a tua dor, entregue a Ele,
se perde completamente na d’Ele!

2. A Flagelação do Senhor. (Mt 27, 22.25-26)


Uma pessoa que está sendo açoitada, não consegue pensar; não consegue se
livrar de seu sofrimento; é impossível esconder a dor, as lágrimas, os gritos. O que os
outros dizem ou pensam a seu respeito não tem mais importância. É uma agonia que a
faz perder completamente o senso da própria dignidade.

Quantas vezes somos nós ou estamos ao lado de alguém que está sendo
“açoitado” pela vida! Haverá quem sofra terrivelmente o “açoite” de uma doença;
outro sofrerá o açoite da injustiça; há quem seja açoitado pela fome; pelo péssimo
casamento; pelo filho que só lhe traz sofrimentos; pela baixa autoestima; por erros do
passado; pelos medos; pelo desemprego; pelo peso do próprio ego; etc.

RESPEITE QUEM ESTÁ SENDO AÇOITADO! Você em seu lugar estaria sofrendo
tanto ou mais do que aquela pessoa! Jamais julgue; jamais condene; jamais “meça”
alguém por não ser forte o suficiente para carregar sua dor naquele momento.

Não fique inerte ou distante em relação ao sofrimento do próximo. Ofereça-lhe


água, curativos, arranque o chicote das mãos de quem lhe está a bater – tudo o que
puder fazer o Espírito Santo lhe indicará – esteja, pois, atento. E Jesus, naquela pessoa,
lhe será extremamente grato!

Quem apanha, chora; grita; diz o que não deveria dizer; promete o que não
poderá cumprir. Mas lembre-se: é a dor e a humilhação extremas infligidas que estão a
fazer a pessoa tomar tais atitudes. Não é a pessoa pensada por Deus; é o que restou
dela, se é que algo ainda lhe resta!

Jesus apanhou terrivelmente! Ele enxerga a tua dor, sabe perfeitamente que é
ela em ti que te faz dizer o que não gostarias, prometer o que não cumprirás e
maldizer a quem não deverias. Só Ele em ti ou através de ti poderá conferir sentido ao
sofrimento e transformar toda lágrima em alívio e paz!

Mexe-te para aliviar as dores e as chagas de quem está no açoite.

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Aceita de Jesus o alívio e a cura das tuas feridas que Ele vem te propor!

Enquanto as dores permanecerem, peça a Jesus fortalecimento espiritual e


d’Ele virá o livramento de toda agonia!

3. A Coroação de espinhos. (Mt 27,27-31)


Jesus já havia sido esbofeteado, apanhado e açoitado (segundo as impressões
estudadas no Santo Sudário, foram mais de 100 chibatadas, quando que, a partir da
40ª, o sangramento ocasionado já coloca o corpo em risco de morte. E não nos
esqueçamos que Jesus já havia suado sangue no Horto das Oliveiras, fenômeno pouco
comum e que também coloca a pessoa em risco de morte).

Colocaram sobre os ombros de Jesus um manto vermelho, fizeram-nO segurar


uma taquara, como se fosse o cetro de um rei, e teceram com espinhos uma coroa,
que Lhe foi enterrada na cabeça.

Em roda dele, os soldados batiam-lhe com socos e bofetadas, tiravam-lhe a


taquara das mãos e O acertavam sem piedade, ajoelhavam-se diante dele e pediam
clemência como se estivessem rendendo honras a um rei, caçoavam e Lhe cuspiam no
rosto.

Cena deplorável! Horas intermináveis! Sofrimento cruel e incessante!

Além das dores lacerantes que Seu corpo agonizava, o Senhor teve que
suportar blasfêmias, xingamentos e zombarias. Ele – Rei – Senhor – estava ali, diante
daqueles a quem veio salvar, sendo ridicularizado, espedaçado no corpo e na alma.

E o meu proceder em relação ao Senhor?

Eu quando me dirijo a Ele, diminuo a Sua Majestade?

Percebo que ao me aproximar Dele, piso em solo sagrado?

Quando eu não entendo algum acontecimento, quando Ele tem planos


diferentes daqueles que eu gostaria, como eu O trato?

Todos sofremos dores morais e espirituais. Quando outros me ridicularizam,


fazem fofocas a meu respeito, se sou caluniado, difamado, se sou entregue a quem me
quer o mal, eu me lembro de Jesus coroado de espinhos e ofereço-me para ficar um
pouco em Seu lugar?

Entendo que posso cumprir em mim um pouco do que foi imposto a Jesus?
Compreendo que isso mais me aproxima d’Ele e num momento dificílimo da vida
d’Ele? Teria eu a coragem de sofrer ao menos um pouquinho o escárnio, a zombaria,
as afrontas em Seu lugar? Não preciso “ir lá”; posso oferecer o que eu estou passando.

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4. O Caminho do Calvário carregando a Cruz. (Lc 23, 26-32)

Abraço a minha cruz (a doença; o infortúnio; a ruína; o fracasso; a submissão


imposta, etc.) com a mesma entrega com que Jesus abraçou a Sua?
Ao carregar a minha cruz, odeio quem a colocou em meus braços?
Há quem tome a própria cruz mas se recuse a caminhar na direção indicada;
leva-a para casa, para o trabalho, para as reuniões com amigos, para seus
relacionamentos; fala dela em detalhes para quantos quiserem ouvir; só não faz a
única coisa a fazer: ir na direção determinada. Você sabe em que direção deve portar a
sua cruz?
É você que leva a cruz ou a cruz que lhe leva?
Se a cruz é minha, eu a abraço ou quero que outros a carreguem em meu
lugar?
Se não posso carregá-la sozinho, aceito que outros me ajudem a carregá-la?
Sou-lhes agradecida?
Se as forças me faltam e caio, retomo a caminhada ou precisa a vida ou alguém
me chicotear ainda mais?
Se você vem rezar o quarto Mistério Doloroso por alguém, terá que ser o
Simão. Está consciente disso?
“deram ordem a um Simão, que voltava do trabalho, e o fizeram ajudar
Jesus a carregar a cruz até o Monte Calvário, local de sua morte.“

Quem se dispõe a ser “Simão” – ajudante do condenado – não sai


incólume! Além das cenas horríveis que presenciará, para o Simão
também, daqui e dali, sobrará uma ponta de chicote mal direcionada;
respingos do sangue do condenado lhe sujarão a roupa e o corpo; será
impossível desviar-se das cuspidas e terá que suportar, até o final do
caminho, toda a raiva gritada pelos que acompanham o sentenciado;
além da agonia do sofredor!

Se você reza o quarto Mistério Doloroso para carregar a própria cruz, saiba que
Jesus é mais do que Simão: Ele carregará a sua cruz! E você O acompanhará como
Simão!

5. A Crucificação e Morte de Nosso Senhor. (Lc 23, 33.44-49)


Quando feridos, cansados, amedrontados, subjugados, fracassados queremos
colo. Queremos ninho. Queremos abraços, ouvidos, compreensão. Queremos
convencer os outros da dor que estamos sentindo, das nossas boas intenções, apesar
dos erros, e do quanto temo-nos aplicado para fazer bem toda a nossa parte.
Amigo de verdade é aquele que faz isso. Vai junto e enfrenta. Ele sente contigo
e te encoraja a enfrentar a situação seja qual for! Ele sofre contigo! Ele te sustenta na

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fé quando a tua é fraca! Ele te leva a aguentar quando tu já não tens forças! Ele te faz
continuar, quando tu já não irias mais adiante! E, ao chegar do outro lado, ao passar a
tempestade, ele te abraça, te saúda alegremente e se despede feliz, por teres
conseguido passar pela borrasca e reconquistado a condição de agora poderes seguir
em frente, sem precisar de ajuda!
Tem vezes, que nós somos e nos sentimos como Jesus pregado à cruz:
abandonados; aturdidos; loucos de dor e sofrimento; mas quantas vezes fazemos
pouco da dor do outro que está vivendo o seu momento de cruz?

O mal que eu havia recebido era tão grande, tão sem conserto...
Fazia tanto tempo, já tinha até trocado o calendário de mês, de ano, e aquele
mal continuava a existir e a sangrar... Quanto esforço! Quanta luta, para não desejar o
mal a quem o causou com tanta maestria!
Quem "inventou" a oração, o conversar tu a tu com Deus, senão o próprio
Deus?
Levou tempo para Ele me aquietar! Levou tempo para Ele parar de ouvir e
poder falar.
Perdoar sem entender; perdoar sem ser entendido; perdoar sem que o ofensor
reconheça o próprio erro; perdoar sem que o ofensor tencione virar a página, corrigir-
se ou fazer reparação da ofensa.
Nessa hora, eu levanto os meus olhos para a cruz e nela vejo o Crucificado e
Seus olhos encharcados de sangue, de suor, de lágrimas... Arde em febre, agoniza a
morte.
É assim que os Seus olhos simplesmente me fitam e se pudessem falar ao meu
coração eles me diriam: "Eu tenho te perdoado desde o princípio, sem pensar no Meu
próprio bem; Eu tenho te perdoado desde o princípio, sem que me tivesses
perguntado alguma vez a minha opinião; Eu tenho te perdoado desde o princípio,
mesmo sabendo que sempre te vês cheia de razões; Eu tenho te perdoado desde o
princípio, mesmo sabendo que voltas infinitas vezes ao mesmo texto do teu jeito de
escrever a própria vida; Eu tenho te perdoado desde o princípio, mesmo que,
levianamente, Me prometas mudar e não voltar a Me ofender; Eu tenho te perdoado
desde o princípio, mesmo vendo que não tens como reparar todas as tuas faltas e
tantas vezes nem assim procuras fazer.
E, de repente, diante da cruz e do Crucificado, o meu ofensor diminuiu...
Diminuiu... Diminuiu e ficou do mesmo tamanho que eu... Ou, melhor dizendo, eu
notei que eu e ele sempre fomos do mesmo tamanho - desde o princípio!
Sumiu a ofensa que me dilacerava! Sumiu a minha vontade de brigar, de
mostrar força, de fazer valer a razão, de reclamar por justiça.
Pense: de que vale a dita razão, enquanto houver uma cruz e um Crucificado a
te fitar e a falar ao teu coração?

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Aprendi, desde então, a perdoar olhando para a cruz e para o Crucificado. Qual
pecado resiste a esse momento? E que importa se o outro voltará a errar nas mesmas
coisas, no mesmo ponto, do mesmo jeito e de infinitos jeitos?
Diante da cruz e do Crucificado, ele é como eu! E eu sou como ele!
Por que olho para o meu ofensor como se um deus ele fosse, capaz de não
errar, se ele é como eu e eu como ele?
Veja no ofensor a tua própria imagem – imagem muito verdadeira! Imagem de
quem erra, erra e volta a errar quantas vezes forem necessárias até que se aprenda a
amar, a apenas amar, e agradecer noite e dia Àquele que nos perdoa sem medidas.
Nunca se vingue; recomende o opositor a Deus em suas orações e preserve-se.
Deus se manifestará a ti e a ele.
Nunca deseje o inferno a alguém; deseje a sua conversão a Deus e agradeça por
poder rezar e oferecer esse sacrifício. Quem é capaz de desejar o bem a quem lhe faz o
mal terá morada certa na Casa de Deus Pai.
Nunca estabeleça limites ao amor; peça maiores forças para suportar as
adversidades. De agora em diante, confie muito mais nas graças e agradeça-as até
mesmo antes de recebê-las.
Nunca reclame dos bens que lhe faltam, nem dos atrolhos que lhe sobram;
peça insistentemente o dom do discernimento e utilize as suas capacidades para
aproveitar oportunidades que lhe surgem. Deus jamais é indiferente ao sofrimento,
mas não age na inércia espiritual.
Não campeie amigos para a sua causa; deixe-os livres e incentive-os a
buscarem, cada um a seu tempo e modo, a única causa pela qual importa viver e
morrer! Mais vale apontar para o Céu, do que conquistar amizades que não
permanecerão para a eternidade!

"Enquanto o outro me servir para alguma coisa, talvez tudo o que eu sinta por
essa pessoa não seja Amor." - padre Fábio de Melo.
Quero ver tu continuares a amar indistintamente, quando essa pessoa te ferir
na alma, te trair, te desmerecer diante dos teus amigos, levantar falso testemunho,
instar contra ti, contra o que amas e defendes.
Meu filho, se o teu amor, nessa hora, continuar a existir, ainda que por vias
diferentes, então saibas que me alegro muito por ti, pois aprendeste tudo o que
sempre quis te ensinar! Afinal, foi por Amor e para o Amor que te criei e te acompanhei
nas alegrias e nos teus tombos.
Sim! Outra intenção não tive, senão a de que experimentasses a altura da mais
alta montanha, para em seguida conheceres o mais profundo abismo, não para que te
perpetuasses num, ou no outro, mas para que compreendesses a beleza que é o Amor,
quando livre para escalar e para voar.
Ama e compreenderás! Amar o fácil é a delícia de quem saboreia. Amar o
amargo é a cura de quem busca o remédio. Como não almejar os dois?

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Um cristão ama seus inimigos! Não se "desfaz" deles. Não os “passa adiante”.
Lembra-te de que “inimigo” é o mal que afeta a pessoa; a pessoa afetada por aquele
mal, está em maior sofrimento espiritual do que tu!
Deseja, pois, aos teus inimigos, uma cura espiritual, muito antes de qualquer
outro bem!
Para isso, o primeiro passo consiste em PERDOÁ-LOS ainda à cruz em que te
encontras pregado.

Quem um dia foi teu amigo e hoje não te trata como tal, mantenhas tu a
verdadeira amizade que um dia existiu de ambas as partes: reza diariamente pela
felicidade dessa pessoa, deseja-lhe, sinceramente, encontrá-la um dia no Céu. Visualize
essa pessoa hoje no Céu.
Mesmo que ela jamais venha a te compreender ou permitir uma
reaproximação, para ela entrar no Céu, terá que fazer o encontro pessoal com Deus
nesta vida, ou ao deixá-la.
Quem encontra Deus, encontra tudo o que precisa.
Incumba o teu espírito, o teu anjo da guarda de plantarem esse amor e esse
perdão em teu "ex-amigo". Seja amigo sincero e verdadeiro de quem hoje não
entende nem aceita a tua amizade. Isso é sublimar uma amizade! Isso é SER
VERDADEIRO AMIGO!
Talvez não mais os dois amigos de antes, dois companheiros de tantas horas
boas e ruins, mas – com certeza – dois espíritos verdadeiramente muito amigos, muito
companheiros, muito parceiros, que diante de Deus estarão trabalhando
incessantemente pelo bem maior teu e de teu “amigo hoje tão especial”.

Quando alguém te perturba seriamente, vive só para te criticar e, na falta do


que dizer, inventa barbaridades a teu respeito, prejudicando até mesmo a tua relação
com outras pessoas, teu bem-estar e mesmo o teu sustento ou reconhecimento
devido, corres um sério risco de ficar, pelo pensamento, prisioneiro dessa pessoa tão
perturbada.

Isso te causa um mal muito maior até mesmo do que aquela pessoa te deseja,
porque o pensamento aprisiona o teu espírito, e a presença do Senhor em teu coração
se torna "apertada", porque passa a dividir “espaço físico” em tua vida com esse mal.
Há situações em que já não me adianta mais argumentar ou não retrucar; fazer de
conta que não percebe ou não se afeta; até mesmo pagar o mal com o bem parece
minimizar tão grande abismo.

Quando há danoso comprometimento, verdade é que até mesmo em pensamento


a pessoa não consegue mais se desvincular, continuando a sofrer muitíssimo, vindo em

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prejuízo da relação com outras pessoas e, fatalmente, impedindo o crescimento
espiritual!

Para esse mal, eis solução eficaz:

1) Não pronuncia - nem em pensamento - o nome dessa pessoa - desligue-o


completamente da sua mente, até mesmo nas orações quando perceber que isso
faz “reacender” a dor;
2) Reza diariamente o Terço Mariano pela conversão dos pecadores (incluindo a ti
mesmo, é claro!);
3) Toda vez que o nome da pessoa te vier á mente, ou lembrares da dor sofrida,
para o que estiveres fazendo, fecha os olhos e mentaliza que estás traçando o
sinal da cruz na fronte dessa pessoa e deixa que ela trace o sinal da cruz na tua
fronte. Se conseguir, faça-o imaginando-te olhar em seus olhos;
4) Reza, diariamente, o Terço da Misericórdia por essa pessoa.

Isso CURA! LIBERTA TOTALMENTE! Em pouco tempo TEU ESPÍRITO ESTARÁ LEVE
E NOVAMENTE ELEVADO PARA DEUS!
Se precisar desse remédio, não deixe de experimentá-lo e o ofereça sempre que tiver
oportunidade – terás evitado um mal maior, fortalecido tua alma e teu espírito,
ajudado no crescimento espiritual de quem foi objeto da tua oração e ainda estarás
ajudando de modo eficaz a limpar o mundo da podridão que se alastra pelo ódio,
rancor e desejo de vingança!

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MISTÉRIOS GLORIOSOS
(quarta-feira e domingo)

1. A Ressurreição do Senhor. (Lc 24, 16)


Jesus venceu a morte! Jesus venceu o mundo! Jesus venceu o Mal! Jesus
venceu o pecado! Mas... Jesus venceu o teu ego?
Pensa bem! Queres fazer da tua vontade e dos teus caprichos tão grande
obstáculo para Jesus, a ponto de Ele não ressuscitar em ti?
Ser e ter amigos de verdade é um grande desafio! Muito além do que
companheirismo de todas as horas!
Amigos de verdade te ajudam a sair da passividade, não reforçam teus
sentimentos negativos e de auto piedade. Eles te forçam a encarar o mundo e as
pessoas sem vitimismos, com clareza, com determinação. Um amigo de verdade te
leva a ser um pouco melhor a cada desafio, afinal, quem não tem qualidades para
serem postas à luz do dia e defeitos para serem trabalhados? Amigos de verdade
sempre serão muito claros sobre isso! Não te esconderão a verdade, nem enfeitarão a
realidade, só para que o mundo seja da cor que tu gostarias que fosse. Nunca
desmerecem os teus oponentes, só para assim te agradar, e oferecem forças para que
possas sair dos abismos.

2. A Ascensão do Senhor. (Lc 24, 50-51)


“O que estais esperando? Há muito o que fazer! Disseram dois anjos ao povo
que, parado e boquiaberto, permanecia inerte, olhando para o Céu para onde Jesus
havia subido.
Eu posso ser a diferença no meu trabalho, no grupo, na festa, na luta, no
mundo, onde eu estiver.
Eu sei que não vou curar a doença grave de alguém, mas posso transmitir força,
coragem e esperança para quem sofre dela.
Eu sei que não vou acabar com a miséria no mundo, mas posso ceder algo meu
para quem dele precise.
Eu sei que não vou resolver as questões governamentais do país apoiando “A” e
criticando “B”, mas posso convidar as pessoas a refletirem melhor sobre as suas
opções e suas consequências.
Eu sei que as pessoas devem pagar por seus erros, mas isso não me impede de
motivá-las a tentarem reescrever a própria vida.
Eu sei que não tenho todas as respostas, mas isso não me impede de levantar
bandeiras.
Eu sei que nem todos me compreendem ou me querem algum bem, mas isso
não me impede de desejar que sejam felizes e encontrem razões para viver.

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Eu sei que não sou perfeito, mas isso não me impede de querer ser melhor a
cada dia, a cada ato, a cada recomeço.
Eu sei que erro e que nem sempre tenho consciência de minhas falhas, mas isso
não me impede de também acertar, de acreditar no que Deus faz no outro e em mim,
e através de mim e do outro.
Eu sei que alguns me tomam como exemplo, mas isso não me obriga a
corresponder às suas fantasias, nem a permanecer onde não devo mais me deter.
Digam o que disserem, o meu exemplo é Jesus. O que Jesus faria em meu lugar? Nesta
situação?
Eu sei que Deus tem para comigo e para com cada pessoa um imensurável e
único Amor que transforma e realiza seres humanos! E isso me chama a seguir sempre
por esse caminho, não obstante os outros, não obstante os acontecimentos, não
obstante eu mesma, do jeito que sou, do jeito que penso que sou, do jeito como os
outros me veem.

3. A Vinda do Espírito Santo sobre Maria e os Apóstolos. (At 2, 1-4)


Pensando bem...
Para que serve a tristeza, senão para eu refletir sobre o que tenho me
permitido acontecer ultimamente?
Para que serve a fé, senão para eu refletir sobre aonde quero chegar com as
escolhas que faço no meu hoje?
Para que serve a dor do outro, senão para eu refletir sobre o que posso fazer
por ele?
Para que servem os meus conhecimentos e capacidades, senão para eu tornar a
vida mais humana e fraterna e o mundo um lugar melhor?
Para que servem as minhas disputas, senão para eu descobrir o quanto sou
curtaode entendimento e aceitação do outro?
Para que servem as decepções e as traições sofridas, senão para me mostrarem
que depositei em pobres mortais como eu a confiança que deveria ter somente em
Deus?
Para que refletir sobre tantas coisas, se na hora de agir, sou nulo, estático,
indiferente, impulsivo, afetado, movido tantas vezes por aquilo que condeno, que
renego, que me fere e combato no outro...
Ser humano é algo estranho! Incoerente! Obra-prima que se rebela a todo
instante. E o único jeito que encontra de maltratar seu Autor é... Rasgando os próprios
pedaços, borrando a própria pintura, ferindo os próprios traços em si e nos seus
semelhantes. Como criança malcriada, que diz à sua mãe: "Viu o que fiz? É para o teu
desaforo"!
E assim nós nos ferimos e nos invalidamos, ansiando chamar a atenção de
quem nos criou e tenta nos formar para justamente o oposto, para sermos obras vivas,
capazes de amar como o Puro Amor.

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Ah! Se olhando a natureza, aprendêssemos mais a nos colorir, a passar como o
vento, a chover o que deveríamos descarregar e a ensolarar com luz e calor os seres e
os recantos que atingimos, fazendo germinar vida!
Tivéssemos nós a paciência das sementes, a altivez das montanhas, que
tocando os céus não perdem a base do solo, ou o profundo dos abismos, que mesmo
no mais escuro recôndito, sabem que acima de si sempre estará o Onipotente, o
imensurável...
Ah! Se aprendêssemos com os animais que nascemos para simplesmente
Sermos! E, ao anoitecer desta vida terrena, como eles, fôssemos sem medo,
cumprindo o seu existir.
Como os nossos caminhos seriam claros, retos nas curvas, suaves nas subidas e
tranquilos nas descidas! Riríamos muito mais dos tropeços e das burradas! Que alegria
seria o desafio de cada dia, como viria fácil o aprendizado, plantaríamos mais sonhos
lindos e os realizaríamos com velocidade inimaginável. Seríamos ávidos por sonhos!
“Esse eu já realizei! Quero outro”! “Anda logo! E enquanto não vem, eu vou ajudar o
meu próximo a realizar o seu”!
Não queira ser o único livro que vale a pena ser lido numa biblioteca inteira –
há diferentes saberes e pensares; respeite as infinitas formas pelas quais uma
imensidão de autores tocam corações e mentes. A obra que nada te diz, poderá ser a
predileta de outra pessoa; o vocabulário de um poderá ser inadequado a outro.
“Vinde Espírito Santo! Enchei o coração de todos os fiéis e acendei neles o fogo
do Vosso Amor.”
Vinde, Espírito Santo! Tornai em mim novas todas as coisas. Abri os meus
caminhos, e que eu os veja com clareza e não tarde nem por um instante a percorrê-lo.
Abri a minha mente.

4. A Assunção de Nossa Senhora aos Céus. (Ap 21, 1-2)


Se por uma mulher, Eva, entrou o pecado no coração do homem, também foi por
uma mulher, Maria, que a Salvação - o próprio Deus - veio em nosso socorro!
Maria disse Sim a Deus, nas alegrias e nas dores, no ser e no fazer, passiva em
Deus, ativa no concretizar. Maria, aquela que Deus encontrou cheia de graça, aquela
que vivera como Mãe do Santíssimo, aceitou, aos pés da Cruz, ser a nossa Mãe – a Mãe
de todos os pecadores. A Mãe daqueles que ultrajaram o Seu Filho e o mataram. Maria
é a nossa Mãe. É Ela quem nos carrega no colo, com a incumbência divina de nos
tornarmos dóceis ao Senhor, livres do Mal, proativos no Amor filial e fraterno, para
que Jesus resplandeça, viva e ressuscite em mim e por onde eu passar.
Jesus, o Homem-Deus, ascendeu aos Céus com corpo e alma. Desde a expulsão
de Adão e Eva, Maria é a primeira pessoa a pisar nos Céus com corpo e alma, tão
infinito é o amor de Deus para com Ela! Eis nossa Mãe! Temos uma Mãe, de corpo e
alma, como nós, nos Céus, junto do Altíssimo, pronta a interceder por nós, que zela e
nos ama como filhos especialmente recomendados por Jesus.

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5. A Coroação da Santíssima Virgem como Rainha dos Céus e da Terra. (Ap 2, 1)
Temos uma Mãe que nos ama e está pronta a interceder por nós junto de Deus
Pai e a nos defender das investidas do Mal.
Maria é a Rainha de todos os Anjos e Santos de Deus! Ela, que deu Jesus à
humanidade, quer, desde então, dar a humanidade a Jesus. Para isso, não poupa
esforços, nos nossos dias e nas nossas noites, para que Jesus reine em cada pessoa e
se manifeste ao mundo por meio daqueles que O seguem.
Maria, Rainha do Céu e da Terra, Mãe dos homens e de todos os santos de Deus,
Mãe de Jesus, tornai vivo Jesus no meu coração, para que eu possa, como Tu, adorá-
Lo, gestá-Lo para o mundo, defendê-Lo e com minha vida testemunhar a todos as
maravilhas de nosso Deus Todo-poderoso, Todo-Amor e Todo-Misericórdia.

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