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SEMINÁRIO TEOLÓGICO BATISTA SUL DO BRASIL/ FACULDADE

BATISTA DO RIO DE JANEIRO

Tópicos Especiais em Exegese.

Aluno: Álvaro Ramon Ramos Oliveira.


Professor: Dr. Valtair Afonso Miranda.

O texto The Social History of Satan, Part Three: John of Patmos and Ignatius of
Antioch: contrasting visions of “God’s People” foi escrito por Elaine Pagels. Uma
professora de religiosidades na Universidade de Princeton, formada pela Universidade
de Harvard. Destacando-se nas últimas décadas por estudar as representações de
Satanás, Pagels vem ampliando os horizontes levantados no seu livro The Origin of
Satan. Obra notabilizada por discutir os usos cristãos da figura de Satanás para
demonizar as religiões tidas como oponentes como, por exemplo, o judaísmo, o
islamismo e o budismo.
Desse modo, este artigo foi escrito na intenção de cumprir esse objetivo. Aqui a
autora quer investigar as narrativas da Guerra Santa presentes no livro de Apocalipse
através de João de Patmos e Inácio de Antioquia. Para cumprir seus objetivos ela propõe
a escrita de uma história social. Contudo, seu ferramental metodológico não se torna
claro no decorrer do texto. Em outras palavras, a autora não apresenta suas opções
teóricas dentro da historiografia social. Em linhas gerais, cabe ressaltar que este artigo
em questão ocupa o terceiro lugar numa ordem de publicações, por parte da autora,
sobre o assunto.
Olhando para o conteúdo geral do artigo, Pagels inicia o seu trabalho assumindo
que João combina a tradição de Satanás do comandante angélico rebelde com as
tradições de Leviatã envolvendo o dragão do abismo. Dessa maneira, ela mostra que
João foi o primeiro a identificar a serpente do Éden como Satanás e também o único
autor da literatura judaica ou cristã, de seu tempo, a falar de uma “guerra no céu”.
Assim, um dos principais problemas que Pagels tenta responder é o porquê dessa
articulação do autor.
Além disso, Pagels faz um estudo histórico-sociológico das representações. Isso
se torna claro quando a mesma procura investigar os “inimigos” contra os quais João
alerta. Em suma, ela fala que João deixa algumas pistas que podem nos informar que
esses inimigos seriam as tropas romanas e seus apoiadores.
Visto isto, a comparação que ela estabelece entre as narrativas de João de Patmos
e Inácio de Antioquia referem-se as polemicas que ambos levantaram. Buscando definir
a fronteira do “povo de Deus” contra os “outros”, cada um reivindica um lugar do falso,
do inimigo ou do estrangeiro de modo diferente. Nisso consiste o seu trabalho.
Em linhas gerais, não procurei estabelecer as minúcias do conteúdo do artigo.
Muito pelo contrário. Na realidade, busquei discorrer acerca dos caminhos que a autora
procura fazer em seu texto e o lugar desse artigo ocupa em sua produção. Em The
Social History of Satan, Part Three: John of Patmos and Ignatius of Antioch:
contrasting visions of “God’s People”, Pagels argumenta como a representação de
Satanás é negociada e atravessada por seus contextos sociais e políticos na antiguidade.

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