Você está na página 1de 9

A Escrita É Um

Processo Interactivo
Patrocínia Moedas

T odo o trabalho de iniciação à escrita deve


ser perspectivado de forma a criar situa-
ções de aprendizagem que promovam a pro-
constituíam, com os livros, recursos de con-
sulta para posterior produção escrita dos alu-
nos.
dução de escrita pelos alunos tendo em conta, Rapidamente a maior parte das crianças co-
desde o primeiro momento, a sua funcionali- meçou a fazer descobertas nos textos que tra-
dade e discursividade. balhávamos: palavras iguais, bocadinhos iguais,
Pretendendo pôr em prática esta ideia com letras conhecidas, nomes dos colegas.
um grupo de vinte alunos do 1.º ano de esco- Neste texto os alunos fizeram várias desco-
laridade, proporcionei-lhes, a partir de propos- bertas (ver figura 1) como já era habitual nesta
tas minhas, diversos momentos de escrita, va- fase de trabalho.
lorizei todas as suas tentativas de escrita e
organizei o trabalho na sala de aula de modo
que se estabelecessem interacções facilitado-
ras da produção de escrita.
Tentarei descrever, de forma global, o tra-
balho realizado ao longo do ano com aquele
grupo de alunos.
Nas primeiras semanas, mostrávamos e
contávamos coisas uns aos outros a partir de
desenhos, material novo, livros, o que nos ti-

ESCOLA MODERNA Nº 7•5ª série•1999


nha acontecido no dia anterior.
Eu fazia o registo daquilo que os alunos
contavam e duas vezes por semana trabalhá-
vamos essa escrita em colectivo.
A princípio este trabalho de texto tinha um
carácter lúdico: lia-se globalmente o texto, cor-
tava-se o texto em unidades de sentido, re-
compunha-se e ilustravam-se palavras do
texto.
Cada aluno tinha um exemplar do texto e
ia construindo o seu livro de leitura com os
textos trabalhados em colectivo.
Estes, depois de ilustrados pelo autor e afi-
xados na sala em local bem visível para todos, Figura 1 – Exemplo de descobertas referidas no artigo

7
Ontem. Porque o papel do professor é sobretudo
O meu mano queimou-se criar situações de aprendizagem para os alu-
no fogão. nos, as «descobertas» destes iam sendo arru-
Depois a minha mãe madas em listas de palavras segundo vários
foi com ele ao hospital critérios. Exemplos:
e eu fiquei sozinho
Texto
em casa.
Diogo Ontem,
eu fui com a Mena
Realço aqui a palavra sozinho para exem- a Rita e a Inês
plificar como os alunos vão construindo com a à Biblioteca.
ajuda do professor o seu processo de aprendi- Elsa
zagem da escrita e leitura.
Sozinho  A Inês disse que zi e nh eram Neste texto a Ana Regina disse que a pala-
bocadinhos de vizinha. vra Mena tinha um bocadinho de Ana. Cha-
Nho – é de banho, disse a Teresa. mei a atenção de toda a turma para a desco-
O António S. Disse que tinha um bocadi- berta e escrevi a palavra no quadro.
nho de Soares. O António disse: Mariana também tem na.
Outros identificaram o z de Dragon Ball Verificou-se que na estava também num
zzz. texto da Inês anteriormente trabalhado. Escre-
vemos uma lista de palavras com aquele som:
Após ter escrito a palavra isolada no texto
Mena
tentei que a lessem utilizando as descobertas
Ana
que tinham feito.
Mariana
So de Soares; zi de vizinha e nho de banho.
Regina
Nem todos os alunos conseguiram mas vá-
Joana (outra aluna da sala)
rios fizeram a síntese das sílabas e leram a pa-
lavra que tinha aparecido de novo.
A Inês verificou que Mena tinha uma letra
Em queimou-se, a Margarida descobriu que
de Maria e organizou-se outra lista com no-
e o Pedro disse que tinha pensado no que mas
mes de pessoas começados por aquela letra:
como tinha mais um i... julgou que não seria a
mesma coisa. Mais tarde o Pedro verificou que Maria
ESCOLA MODERNA Nº 7•5ª série•1999

no Diário de Turma na coluna queremos havia Mena


que . Mariana
Os exemplos referidos são apenas duas das
múltiplas situações que vão acontecendo em Ao relermos esta lista o Luís disse que co-
momentos formais de trabalho de texto para meçavam pela letra M (eme).
não referir todas as descobertas que os alunos Houve logo quem procurasse outras pala-
fazem na escrita que vai surgindo na sala de vras com a mesma letra inicial. «Aqui, no
aula, nos livros da biblioteca, na correspon- plano do dia, está uma começada por M». Eu
dência e a propósito de tudo e de nada o que li Matemática. «E outra no registo de presen-
tem a ver com a escrita. ças» – mapa.
São momentos muito ricos, muito partici- Outros disseram: Margarida e Marta (no-
pados e ao professor é impossível registar to- mes de alunas da sala), Manuel (nome de um
das as descobertas pois está a vivenciá-las tão pai), Martinho (do dia de São Martinho), Mili-
intensamente como os alunos. tão (do apelido do Pedro).

8
A lista ficou assim: mente, de um tempo (2 horas) que geriam au-
tonomamente e durante o qual realizavam as
Maria
actividades que planificavam no início da se-
Mena
mana de acordo com o seu plano individual de
Mariana
Matemática trabalho. Dessas actividades faz parte a pro-
Mapa dução de textos escritos.
Manuel Cada aluno pode assim escolher o momento
Marta em que escreve textos.
Margarida Alguns meninos gostam, por vezes de sair
Martinho do seu lugar habitual na sala de aula e escrever
Militão num outro espaço pelo que deve ser possível
fazê-lo.
Após uma leitura em colectivo da mesma Na minha sala existe uma mini-biblioteca
os alunos copiaram-na para o caderno e eu (uma mesa e uma estante com livros) onde
para uma folha para afixar na parede. sempre que possível alguns alunos gostam de
Se escrever é um acto complexo (indepen- sentar-se para escrever.
dentemente do domínio que cada um tem da
técnica da escrita) o processo de aprendiza- Circuitos de comunicação escrita
gem da escrita sê-lo-a indubitavelmente mais.
Os investigadores colocam o enfoque, para Se a escrita é essencialmente uma forma de
a aprendizagem da escrita, na sua funcionali- comunicação é imprescindível promover a cir-
dade. culação da escrita dos alunos.
A preocupação dominante dos professores A leitura diária de textos à turma é um
é do domínio de uma técnica. momento que acontecia no início de cada dia
Não se escreve sem o domínio da técnica e durante o qual os alunos, liam o seu texto es-
não se usa a escrita se não se souber usá-la crito no dia anterior, durante o tempo de Plano
como forma de comunicação. Individual de Trabalho. Faz-se uma breve
O papel da escola na aprendizagem da es-
apreciação global do texto, o autor faz, por ve-
crita está perfeitamente definido: proporcionar
zes algumas correcções enquanto lê e preen-
aos alunos o uso da escrita como forma de co-
che em seguida o respectivo registo de lei-
municação ao mesmo tempo que aprendem o
tura.(figura 2). Mais tarde poderão oferecer o
domínio de uma técnica.
texto à turma para ser trabalhado em grande

ESCOLA MODERNA Nº 7•5ª série•1999


A reflexão anterior levou-me a valorizar
grupo. Estes textos trabalhados são escritos e
outra dimensão do trabalho de escrita na sala
de aula proporcionando aos alunos espaço e ilustrados e alguns apresentados em pequenos
tempo para produção escrita estabelecendo livros que se expõem num painel de corticite
com eles circuitos de comunicação escrita e existente na sala.(ver figura 3). É outra forma de
promovendo interacções facilitadoras da fazer circular a escrita.
produção escrita. A correspondência e o Jornal Escolar
têm um papel de relevante importância no de-
Espaço e tempo para produção escrita senvolvimento da escrita como forma de co-
municação.
A possibilidade de escrever por iniciativa Escrever para os correspondentes ou para o
própria e encontrar prazer nessa actividade na Jornal é um estímulo e é saber melhor o que
sala de aula é essencial para aprendizagem da escrever. A carta colectiva, a notícia para o jor-
escrita. Por isso os alunos dispunham, diaria- nal, a carta individual correspondem a formas

9
Figura 2 – Registo de Textos Figura 3 – Texto trabalho exposto na sala

diferentes de escrita que são trabalhadas na Interacções facilitadoras da produção


turma. escrita
Considero que o Jornal Escolar é, muitas
vezes, um instrumento de avaliação trabalho  Escrita a pares
de escrita na sala de aula na medida que,
quando se decide publicar o Jornal, é preciso Durante o tempo de Plano Individual de
seleccionar as produções existentes. Trabalho muitos dos alunos escrevem textos
ESCOLA MODERNA Nº 7•5ª série•1999

Às vezes é preciso reformular, aperfeiçoar e por iniciativa própria, individualmente a pa-


sintetizar os escritos pois é difícil publicar no res ou em pequeno grupo.
Jornal um projecto de estudo na sua totalidade É muito frequente a escrita a pares. Os alu-
e às vezes, é necessário escrever propositada- nos convidam-se para escreverem em con-
mente para o Jornal escolar sobretudo quando junto, o que torna a escrita uma actividade
se trata de notícias. muito interessante pela aprendizagem que
Os alunos aprendem assim a utilizar fun- cada aluno proporciona a si próprio e ao ou-
cionalmente os diferentes tipos de escrita fa- tro, pois utilizam os conhecimentos de um e
zendo-a circular dentro da turma para depois a de outro sobre a escrita para elaborarem um
fazer circular fora da escola. escrito comum que é naturalmente mais rico
do que se fosse produzido individualmente.
Discutem-se o título, a ilustração em fun-
ção da história, o tema, como iniciar o texto, a
ortografia.

10
Tudo isto contribui para a aprendizagem e nos meia hora) para actividades de escrita de
desenvolvimento de competências de escrita e acordo com propostas minhas.
de cooperação visíveis mais tarde que sur- Os alunos podiam escrever um texto, fazer
preendem quem não esteve por dentro deste uma lista de palavras, uma ficha de ortografia
processo. ou de língua.
Nesse tempo eu trabalhava a escrita rotati-
 Escrita em círculo de amigos vamente com dois alunos segundo um plano
previamente determinado para que ninguém
Algumas vezes, os mais amigos escreviam
deixasse de ser apoiado.
em pequeno grupo. Ora escrevia um, ora ou-
Durante a escrita do texto, eu vou provo-
tro, um ditava, outro ajudava na ortografia,
outro ilustrava. cando discussão de ideias, apoiando na orto-
Acontecia sobretudo com grupos de rapazes grafia, na pontuação, dando esclarecimento
que se organizavam em círculos de amigos. sobre a estrutura do texto, escrevendo uma
Creio que se divertiam ao envolverem-se outra palavra mais difícil.
na construção do texto por isso não se preocu- No tempo de Plano Individual de Trabalho
pavam com o maior ou menor conhecimento é também habitual propor-me a ajudar alguns
que cada um tinha da escrita e todos apren- alunos na escrita de um texto se eles se decidi-
diam mais, pois as interacções que estabele- ram por essa actividade. Acontece sobretudo
cem promovem e aceleram as aprendizagens. com os alunos mais inseguros e que escrevem
Alguns compreendem muito bem esta di- menos.
mensão do trabalho pelo que convidam mui-
tas vezes outros para escrever. Aperfeiçoamento do texto
Os textos produzidos eram formalmente
aperfeiçoados em colectivo em momentos pla- Duas vezes por semana (todas as 3.ª e 5.ª
nificados de trabalho de Língua. feiras) faz-se, em colectivo, o aperfeiçoamento
O alcance pedagógico de um momento de um texto que rotativamente era oferecido
perde, em parte, o sentido sem o outro mo- pelo autor, à turma, para ser trabalhado.
mento. A regra é que sejam trabalhados textos de
Os alunos sabem e desejam que o seu texto todos os alunos.
possa ser trabalhado na turma. Estes textos aperfeiçoados em grupo são
A multiplicidade de interacções na produ- expostos na sala e organizados num livro de
ção escrita foi bastante significativa mesmo textos de que cada aluno possui um exemplar.

ESCOLA MODERNA Nº 7•5ª série•1999


quando nem todos dominavam o código es- Sempre que possível o autor do texto, com um
crito. Analisando, mais tarde, o percurso indi- colega, escreve-o no computador.
vidual de aprendizagem de cada um pude ve- O trabalho de aperfeiçoamento é diferente
rificar que nenhum deles poderia ter escrito
de texto para texto porque as competências da
aquele texto sozinho naquele momento.
escrita dos alunos são diferentes e todo o tra-
Constatei no final do 1.º ano, que os alunos
balho decorre do original. Contudo há aspec-
que progrediram mais rapidamente foram os
tos na língua que são trabalhados em todos os
que mais interagiram com outros e nem sem-
textos: organização das ideias, correcção orto-
pre com os mesmos.
gráfica, pontuação e construção frásica.
Exemplo de aperfeiçoamento de texto
 Escrita a meias com a professora
O trabalho de texto que passo a descrever
No 1.º ano estabeleci com os alunos um aconteceu no 1.º ano no início do 3.º período
tempo (duas vezes por semana, mais ou me- a 28 de abril de 1998.

11
O 2.º período foi muito rico na produção das maiúsculas. Não conhecia a função do
de escrita. ponto final mas sabia do uso da maiúscula de-
É um texto escrito por 3 alunos (o círculo pois do ponto final.
de amigos) apresentado à turma em forma de Creio que o uso indiferenciado de maiús-
livro. culas se deve ao facto de terem referências da-
Primeiro escrevi o texto no quadro sem er- quelas palavras noutros textos onde surgiram
ros ortográficos, mantendo a estrutura. Após a escritas com letras maiúsculas. (Figura 4 e 5).
escrita do texto li rapidamente como seria sem
A Cegonha distraída
pontuação. Questionei-os para ver se com-
Era uma vez uma cegonha
preendiam porque eu tinha lido assim tão de-
que estava em casa Amanhã
pressa ficando cansada.
Ela vai convidar uma amiga para
– Sabes ler muito bem. Lês depressa.
Vir jogar ao jogo da macaca
– Mas eu podia ter parado em algumas par-
Depois foram jantar ao restaurante
tes do texto.
e saíram de casa e foram passear
Surpreenderam-se.
foram para casa e a mãe
– O que uso nos textos para fazermos uma
Disse à cegonha para ir tomar banho.
pausa?
O Luís percebeu: – o ponto final. M. Margarida
O António levantou-se rapidamente e veio António J.
colocar pontos finais. Colocou-os todos antes Soraia
ESCOLA MODERNA Nº 7•5ª série•1999

Figura 4 – Texto referido no aperfeiçoamento de texto

12
Figura 5 – Texto referido no aperfeiçoamento de texto

O novo texto ficou assim: (Figura 6) nos compreendessem a pausa correspondente


ao ponto final.
A Cegonha distraída Terminado o trabalho de pontuação cha-
mei a atenção para o título. Estaria adequado.
Era uma vez uma cegonha Porque já perceberam a função do título foi
que estava em casa. Amanhã. Ela vai fácil concluir que o texto não dizia nada que

ESCOLA MODERNA Nº 7•5ª série•1999


convidar uma amiga para vir jogar mostrasse que a cegonha era distraída. Como
ao jogo da macaca. o título era engraçado decidiu-se não o alterar
Depois foram jantar ao restaurante e introduzir novas informações sobre a dis-
e saíram de casa e foram passear tracção da cegonha.
foram para casa e a mãe. Houve várias respostas. Escolheram-se
Disse à cegonha para ir tomar banho. duas tendo-se aumentando o texto. Este traba-
lho de texto não foi nada fácil. Pareceu-me
Li novamente o texto fazendo pausa nos que alguns alunos estavam aquém da exigên-
pontos finais (uma pausa um pouco mais pro- cia começaram a evidenciar sinais de cansaço.
longada do que o necessário) para fazer sentir Deu-se por concluída a actividade, muito
que as frases não tinham sentido e que pon- embora, devessem ser trabalhados outros as-
tuação se faz com regras determinadas. pectos da língua nomeadamente a concordân-
De seguida fiz nova leitura realçando as di- cia das formas verbais.
ferentes afirmações do texto para que os alu- No dia seguinte reescrevi o texto sob a

13
Figura 6 – Novo texto referido no aperfeiçoamento de texto

forma de história em quadradinhos e dei aos eu escrevia no quadro. Como nem todos con-
alunos para que ilustrassem individualmente. cordavam, era preciso discutir e ir lendo o que
Foi um sucesso. já estava escrito para dar coerência.
É interessante referir que na festa de São
 Escrita de textos em colectivo Martinho propus que os alunos escrevessem
sobre ela e alguns iniciaram o texto segundo o
ESCOLA MODERNA Nº 7•5ª série•1999

Esta escrita surge por proposta minha ou modelo de relato da visita ao Zoo «No dia 11
resulta da actividade da turma. São cartas co- de Novembro de 1998». E quando escrevemos
lectivas para os correspondentes, textos para o a notícia da Festa de Natal «No dia 16 de De-
Jornal de Escola, reescrita de histórias lidas ou zembro de 1998».
ouvidas na Biblioteca de Escola, relatos de vi-
sitas. Leitura de histórias
Primeiro discutimos em grande grupo que
tipo de texto vamos escrever e fazemos um Os modelos de escrita deverão ser diversi-
plano de escrita. Por exemplo no relato da Vi- ficados para que a aprendizagem seja o mais
sita ao Jardim Zoológico fizemos o seguinte possível funcional, e próxima da escrita em
plano: onde fomos, quando fomos, como fo- uso na sociedade.
mos, a que horas partimos, o que vimos por A leitura de histórias, tal como a escrita de
ordem de tempo. textos, o aperfeiçoamento de textos, a corres-
Cada aluno sugeria uma frase a escrever e pondência ou o Jornal Escolar, são um contri-

14
buto importante para o desenvolvimento da simultaneamente a compreensão da funciona-
linguagem escrita. lidade e discursividade da escrita.
Desde os primeiros dias de entrada deste A sua participação activa em todo o pro-
grupo de crianças na escola, li-lhes diaria- cesso e interacções estabelecidas no grupo fa-
mente uma história. Mais ou menos quinze cilitou-lhes a construção das suas próprias
minutos de leitura a maior parte das vezes só aprendizagens promovendo o prazer da es-
com o objectivo de ouvir ler. Outras vezes fa- crita.
ziamos, em colectivo, o reconto oral da histó- O texto que se segue foi construído em co-
ria ou conversávamos sobre os personagens, a lectivo, a partir de textos individuais escritos
acção, o que mais gostávamos. no decorrer de um projecto «À descoberta do
Uma vez por semana, todas as 5.as feiras das Jardim».
14 às 15 horas, deslocávamo-nos à Biblioteca
de Escola onde havia actividades de animação O jardim encantado
de leitura surgiam, actividades de escrita na
sala de aula: reescrita de histórias, na sua tota- Havia um jardim onde, há muito tempo,
lidade ou de partes, ilustração das mesmas e bandas tocavam no coreto e pessoas finas dan-
escrita da respectiva legenda, banda dese- çavam à volta do coreto.
nhada, caracterização de personagens, escrita Havia árvores que riam para as pessoas que
de outras histórias com aquelas personagens. dançavam.
Todas as actividades de escrita na sala de Isto contou-nos o senhor Augusto num dia
aula são importantes e o seu conjunto contri- em que fomos ao jardim.
bui para a aprendizagem e desenvolvimento Um dia, eu e os outros meninos, fizemos
da linguagem escrita. mistério. Fomos ao bosque e apareceram fadas
muito bonitas.
Conclusão As fadas tocavam harpa muito bem. Da
harpa saiam estrelinhas.
Todo este trabalho foi permitindo aos alu- Uma árvore estava a sorrir, fez magia e apa-
nos o domínio progressivo do código escrito e receu uma bola de cristal.

ESCOLA MODERNA Nº 7•5ª série•1999

15

Você também pode gostar