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TEOLOGIA SISTEMÁTICA 

HAMARTIOLOGIA- PARTE III 


 
l I​ deias Bíblicas acerca do Pecado 
 
“Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus” 
Romanos 3:23 

● Pecado  é  transgressão  -  É  passar  por  cima  da  linha  divisória,  traçada  por 
Deus, entre o bem e o mal (I Jo.3:4; I Sm.15).  
● Pecado  é  erro  -  Como  erro,  significa  desvio  do  caminho  ou  rota  proposta 
(Mt.18:15).  
● Pecar  é  errar  o  alvo  -  Na  Bíblia,  errar  o  alvo  significa  não  atingir  seu  objetivo 
(Lc.15:18,21).  Como  tal,  denota  a  falha  do  homem  em  alcançar  o  padrão  ideal 
divino para o caráter humano. (Rm.7:17-18).  
● Pecado  é  uma  intromissão  da  vontade  própria  (contrária  a  Deus)  na  esfera 
da  autoridade  divina  -  O  meu  querer  interferindo  no  querer  de  Deus 
(Rm.1:18-32).  
● Pecado  é  iniquidade  -  (Mt.7:23;  Rm.4:7).  Uma  das  manifestações  mais 
comuns do pecado é a descrença ou Incredulidade.   

Todavia, ao se dar a ideia bíblica do pecado, é necessário chamar a atenção que:   


 
l​ O Pecado é o Mal em uma Categoria Específica 
 
  Hoje  em  dia  ouvimos  falar  muito  do  mal,  e  relativamente  pouco  do  pecado;  e 
isso  é  muito  enganoso.  Não  se  deve  confundir  o  pecado  com  o  mal  físico,  com 
aquilo que é danoso ou calamitoso.   
 
  O  pecado  é  um  mal  moral.  E  as  palavras  utilizadas  para  pecado,  indicam  um 
teor  ético.  Não  é  uma  calamidade  que  sobreveio  ao  homem  e  arruinou  sua 
felicidade,  mas  um  curso  que  o homem decidiu seguir deliberadamente e que o 
leva a ruína.  
 
  Fundamentalmente  não  é  uma  coisa  passiva,  como  uma  fraqueza,  um  defeito, 
ou  uma  imperfeição  pela  qual  não  podemos  ser  responsabilizados,  mas  uma 
ativa  oposição  a  Deus,  e  uma  intencionalidade  na  transgressão  da  Sua  lei, 
constituindo  culpa.  O  pecado  é  o  resultado  de  uma  escolha  livre,  porém  má,  do 
homem.  Este  é  o  ensino  claro  da  Palavra  de  Deus.  Gn  3:1-6;  Is  48:8;  Rm  1:18-32;  1 
Jo 3:4.   
 

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l​ O Pecado tem Caráter Absoluto 
 
  Na  esfera  ética,  o  pecado  tem  um  caráter  absoluto,  de  depravação  e corrupção 
do  ser  moral,  e  a  transição  do  bem  para  o  mal  não  é  de  caráter  quantitativo,  e 
sim, qualitativo.   
 
  Um  ser  moral  bom  não  se  torna  mau  por  uma  simples  diminuição  da  sua 
bondade,  mas  somente  por  uma  mudança  qualitativa  radical,  por  um  volver  ao 
pecado.  O  pecado  não  é  um  grau  menor  de  bondade,  mas  mal  positivo.  O 
homem está do lado certo ou do lado errado, Mt 10:32, 33; 12:30; Lc 11:23; Tg 2:10.  
 
l​ O Pecado Sempre tem Relação com Deus e sua Vontade 
 
  Os  mais  antigos  teólogos  compreendem  que  é  impossível  ter  uma  correta 
concepção  do  pecado  sem  vê-lo  em  relação  a  Deus  e  Sua  vontade  e,  portanto, 
acentuavam  este  aspecto  e  normalmente  falavam  do  pecado  como  “falta  de 
conformidade  com  a  lei  de  Deus”,  transgredindo  seus  decretos  em 
pensamentos, palavras ou ações.  
 
  É  a  separação,  a  oposição  e  o  ódio  a  Deus,  e  isto  se  manifesta  em  constante 
transgressão  da  lei  de  Deus,  em  pensamento,  palavra  e  ato.  As  seguintes 
passagens  mostram  claramente  mente  que  a  Escritura  vê  o  pecado  em  relação 
a  Deus  e  Sua  lei,  quer  como  lei  escrita  nas  tábuas  do  coração,  quer  como  dada 
por meio de Moisés. Rm 2:12-14; 4:15; 1 Jo 3:4.  
 
l​ O Pecado inclui a Culpa e a Corrupção 
 
  A  culpa  é  o  estado  de  merecimento  da  condenação  ou  de  ser  passível  de 
punição  pela  violação  de  uma  lei  ou  de  uma  exigência  moral.  Ela  expressa  a 
relação  do  pecado  com  a  justiça  ou  da  penalidade  com  a  lei.  E  é  inseparável  do 
pecado.  
 
  Não  é  inerente  ao  homem,  mas  é  o  estatuto  penal  do  legislador,  que  fixa  a 
penalidade  da  culpa.  Pode  ser  removida  pela  satisfação  pessoal  ou  vicária  das 
justas exigências da lei. Mt 6.12; Rm 3.19; 5.18; Ef 2.3.   
 
  Por  corrupção  entendemos  a  corrosiva  contaminação  inerente,  a  que  todo 
pecador  está  sujeito.  É  uma  realidade  na  vida  de  todos  os  indivíduos.  Todo 
aquele  que  é  culpado  em  Adão, também nasce com uma natureza corrupta, em 
consequência.  Ensina-se  claramente  a  doutrina  da  corrupção  do  pecado  em 
passagens como, Jó 14:4; Jr 17:9; Mt 7:15-20; Rm 8:5-8; Ef 4:17-19.  
 
 

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l​ O Pecado tem sua Sede no Coração 
 
  O  pecado  não  reside  em  alguma  faculdade  da  alma,  mas  no  coração,  que  na 
psicologia  da  Escritura  é  o  órgão  central  da  alma,  onde  estão  as  saídas  da  vida 
(Pv  4:23).  E  desse  centro,  sua  influência  e  suas  operações  espalham-se  para  o 
intelecto, a vontade, as emoções – em suma, a todo homem, seu corpo inclusive.   
 
  Em  seu  estado pecaminoso, o homem completo é objeto de desprazer de Deus. 
É  importante  lembrar  que  havia  uma  tendência  do  coração,  quando  o  pecado 
entrou  no  mundo.  O  que  está  em  perfeita  harmonia  com  as  descrições  bíblicas 
de: Jr 17:9; Mt 15:19, 20; Lc 6:45; Hb 3:12.  
 
l​ O Pecado não consiste Apenas de Atos Manifestos 
 
  O  pecado  não  consiste  somente  de  atos, mas também de hábitos pecaminosos 
e  de  uma  condição  pecaminosa  da  alma.  Estes  três âmbitos se inter-relacionam 
do  seguinte  modo:  O  estado  pecaminoso  é  a  base  dos  hábitos  pecaminosos,  e 
estes se manifestam em ações pecaminosas.   
 
  Também  há  verdade,  porém,  na  alegação  de  que  os  atos  pecaminosos 
repetidos  levam  ao  estabelecimento  de  hábitos  pecaminosos.  As  ações  e  as 
disposições  pecaminosas  do  homem  devem  ser  atribuídas  a  uma  natureza 
corrupta,  que  as  explica. As passagens citadas provam com clareza que o estado 
ou  a  condição  do  homem  é  completamente  pecaminosa:  Mt  5:22,  28;  Rm  7:7;  Gl 
5:17, 24, e outras.   
 
Em  conclusão,  pode-se  dizer  que  se  pode  definir  o  pecado  como  falta  de 
conformidade com a lei moral de Deus, em ato, disposição ou estado.  
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

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