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INSTITUTO DE QUÍMICA
DEPARTAMENTO DE QUÍMICA ANALÍTICA
RIO DE JANEIRO
2021
1. INTRODUÇÃO
A análise por injeção em fluxo, do inglês flow injection analysis (FIA), surge como uma
proposta de automação, ou semi-automação, na área da química analítica, de forma a diminuir
a interferência do analista na análise, assim como diminuir seu contato com substâncias
possivelmente tóxicas[1]. O método se baseia na injeção da amostra em fluxo contínuo por um
dos segmentos do equipamento, até entrar em contato com a solução de reagente e com uma
solução carreadora, chegando, então, a um detector, que pode variar dependendo do tipo de
analito presente[2].
No experimento deste relatório, trabalhou-se com uma amostra contendo cromo como analito.
Para isso, escolheu-se detectá-lo usando o UV-Vis, após sua reação com a 1,5-difenilcarbazida
em meio ácido[4], formando um complexo magenta que absorve no comprimento de onda
igual a 540 nm.
2. OBJETIVO
3. DADOS
4. CÁLCULOS E RESULTADOS
Inicialmente, realizou-se a diluição da solução padrão de K2Cr2O7 1000 mg/L para 100 mg/L
em um balão volumétrico de 25,00 mL:
CiVi = CfVf
1000 mg/L x V i = 100,0 mg/L x 25,00 mL
Vi = 2,500 mL
Portanto, a alíquota da solução padrão de estoque que deve ser tomada é de 2,500 mL para
realizar a diluição.
Para o preparo das soluções utilizadas na construção da curva padrão, realizou-se outra
diluição, dessa vez da solução de 100 mg/L (Cd = concentração diluída). Foram preparadas 5
soluções de concentrações C1 = 1,000 mg/L, C2 = 2,000 mg/L, C3 = 3,000 mg/L, C4 = 4,000
mg/L, C5 = 5,000 mg/L, todas em balões volumétricos de 50,00 mL:
C1V1 = CdVd1 => 1,000 mg/L x 50,00 mL = 100,0 mg/L x Vd1 => Vd1 = 0,5000 mL
C2V2 = CdVd2 => 2,000 mg/L x 50,00 mL = 100,0 mg/L x Vd2 => Vd2 = 1,000 mL
C1V1 = CdVd3 => 3,000 mg/L x 50,00 mL = 100,0 mg/L x Vd3 => Vd3 = 1,500 mL
C1V1 = CdVd4 => 4,000 mg/L x 50,00 mL = 100,0 mg/L x Vd4 => Vd4 = 2,000 mL
C1V1 = CdVd5 => 5,000 mg/L x 50,00 mL = 100,0 mg/L x Vd5 => Vd5 = 2,500 mL
Portanto, as alíquotas tomadas da solução padrão diluída para preparar as soluções C1-C5
foram de 0,5000 mL, 1,000 mL, 1,500 mL, 2,000 mL e 2,500 mL, respectivamente.
Com os dados do Quadro 1, foi possível construir uma curva padrão, como mostrado na
Figura 1.
Obtém-se uma equação de reta y = 0,105x - 0,0106, com R² igual a 0,9994, muito próximo de
1, indicando que os dados se adequam ao modelo linear proposto. Pode-se, por fim, calcular a
concentração da amostra diluída:
y = 0,105x - 0,0106
0,329 = 0,105x - 0,0106
x = 3,23 mg/L em cromo
Como ocorreu uma diluição, deve-se calcular a concentração da alíquota inicial da amostra
(5,00 mL):
O ponto principal dessa análise está na reação do cromo com a 1,5-difenilcarbazida (DFC),
mostrada na Figura 2. Em sua forma Cr2O72-, o cromo se encontra como cromo (IV), que é um
composto com alta toxicidade e, por isso, sua detecção é de maior interesse na área analítica[4].
Como é mostrado na Figura 2, a estrutura da DFC possui 4 centros quelantes, todos nos
nitrogênios.
Atualmente, o mecanismo mais aceito para a reação é a redução do cromo (IV) pela DFC,
formando cromo (III) e 1,5-difenilcarbazona (Figura 3), com posterior complexação do cromo
pelo composto formado.
O complexo formado (Figura 4), tem coloração intensa de cor magenta/violeta, e absorve na
região do visível, tornando possível a detecção do cromo por UV-Vis.
Figura 4: Estrutura do complexo [Cr(DFCoxi)2]+.
Pela reação, vale destacar a condição reacional, pois é uma reação que ocorre em meio ácido,
com seu pH ótimo entre 1,6-2,2, e isso justifica a escolha do carreador sendo uma solução de
H2SO4 0,1 M.
Por fim, é importante ter em mente que alguns parâmetros de análise podem ser alterados
dependendo da amostra analisada, assim como quais fenômenos o analista quer que ocorra no
tempo que as soluções permanecem em contato dentro do tubo. Um dos parâmetros que pode
ser otimizado é a vazão das soluções. Em geral, quanto maior a vazão, menor o tempo das
soluções no percurso analítico, o que diminui a extensão da reação no meio, assim como a
dispersão do analito, que pode prejudicar o sinal detectado[1]. Outros parâmetros importantes
são o comprimento do percurso analítico e o volume de amostra injetado[1], ambos
contribuindo para a modificação do sinal analítico detectado, assim como a modificação no
tempo de retenção da amostra. Esses fatores influenciam principalmente na dispersão do
analito.
6. CONCLUSÃO
Após a realização de um processo de diluição, foi possível construir uma curva analítica dos
padrões da solução de K2Cr2O7, relacionando a concentração com a absorvância. Sua
construção proporcionou uma forma de obter a concentração de uma solução desconhecida,
pela medida de sua absorvância. A amostra desconhecida, possuía concentração igual a 16,2
mg/L em cromo.
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
[1] Moreira, Bruna & Takeuchi, Regina & Richter, Eduardo & Santos, André. (2014).
Desenvolvimento de um sistema de análise por injeção em fluxo utilizando materiais
alternativos de baixo custo para fins didáticos. Química Nova. 00. 2014. 1-7. DOI:
10.5935/0100-4042.20140194.
[3] VERONESI, Fernanda et al. Química Analítica Instrumental Experimental I IQA 362. Rio
de Janeiro: [s. n.], [20-].
[4] Sussulini, A., and M. A. Z. Arruda. Determinação De Cromo (VI) Por Espectrometria De
Absorção Atômica Com Chama Após a Extração E Pré-concentração No Ponto Nuvem. 2006.
DOI: 10.1590/S0100-46702006000100009
[5] Valcárcel, M., de Castro, M.D.L. Flow injection analysis: A useful alternative for solving
analytical problems. Fresenius J Anal Chem 337, 662–666 (1990). DOI:
10.1007/BF00323100.