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CARREIRA JURÍDIC A Mod.

I
Processo Pena l Renato Brasileiro
1. Conceito de inquérito policial.
É o procedimento administrativo inquisitório e preparatório, presidido pela autoridade policial,
com o objetivo de colher elementos de informação quanto à autoria e a materialidade da
infração penal, a fim de permitir que o titular da ação penal possa ingressar em juízo.
2.Natureza jurídica do inquérito policial.
3.Finalidade do inquérito policial.
- Colheita de elementos informativos acerca da materialidade e autoria
2.Natureza jurídica do inquérito policial.
3.Finalidade do inquérito policial da infração penal.
3.1. Distinção entre elementos informativos e provas.
CPP. Art. 155: “O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida em
contraditório judicial, não podendo fundamentar sua decisão exclusivamente nos elementos
informativos colhidos na investigação, ressalvadas as provas cautelares, não repetíveis e
antecipadas”.
Elementos informativos
- Colhidos na fase investigatória;
- Não é obrigatória a observância do contraditório e da ampla defesa;
- O juiz deve intervir apenas quando necessário, e desde que seja provocado nesse sentido;
- Finalidade: a) úteis para a decretação de medidas cautelares; b) auxiliam a formação da opinio
delicti;
“Exclusivamente”: elementos informativos, isoladamente considerados, não podem
fundamentar uma sentença. Porém, tais elementos não devem ser desprezados durante a
fase judicial, podendo se somar à prova produzida em juízo para auxiliar na formação da
convicção do magistrado.
Provas
- Em regra, produzidas na fase judicial;
- É obrigatória a observância do contraditório e da ampla defesa;
- A prova deve ser produzida na presença do juiz;
- Durante o curso do processo, o juiz é dotado de certa iniciativa probatória, a ser exercida de
maneira residual;
- Finalidade: auxiliar na formação da convicção do juiz.
Provas cautelares:
São aquelas em que há um risco de desaparecimento do objeto da prova em razão do decurso
do tempo. Podem ser produzidas na fase investigatória e na fase judicial. Dependem de
autorização judicial, sendo que o contraditório será diferido (postergado).
Provas não repetíveis: É aquela que uma vez produzida não tem como ser novamente coletada
em razão do desaparecimento da fonte probatória. Podem ser produzidas na fase investigatória
e na fase judicial. Não dependem de autorização judicial, sendo que o contraditório será
diferido.
Provas antecipadas:
São aquelas produzidas com a observância do contraditório real em momento processual
distinto daquele legalmente previsto, ou até mesmo antes do início do processo, em virtude de
situação de urgência e relevância. Podem ser produzidas na fase investigatória e na fase
judicial. Dependem de autorização judicial, sendo que o contraditório será real (contraditório
para a prova).
4. Atribuição para a presidência do Inquérito Policial.
4.1. Funções exercidas pela Polícia.
- Polícia Administrativa;
- Polícia Judiciária;
- Polícia Investigativa;
Constituição Federal: Art. 144. §1. A polícia federal, instituída por lei como órgão
permanente, organizado e mantido pela União e estruturado em carreira, destina-se a: I –
apurar infrações penais contra a ordem política e social ou em detrimento de bens, serviços e
interesses da União ou de suas entidades autárquicas e empresas públicas, assim como
outras infrações cuja prática tenha repercussão interestadual ou internacional e exija
repressão uniforme, segundo se dispuser em lei;
IV – Exercer, com exclusividade, as funções de Polícia Judiciária da União;
Lei n. 12.830/13 (vigência em 21/06/13):
Art. 2º As funções de polícia judiciária e a apuração de infrações penais exercidas pelo delegado
de polícia são de natureza jurídica, essenciais e exclusivas de Estado.
Súmula vinculante n. 14 do STF: “É direito do defensor, no interesse do representado, ter
acesso amplo aos elementos de prova que, já documentados em procedimento investigatório
realizado por órgão com competência de polícia judiciária, digam respeito ao exercício do
direito de defesa”.
4.2. Autoridade com atribuições para a presidência do inquérito policial.
Lei n. 12.830/13
Art. 2º. § 1º Ao delegado de polícia, na qualidade de autoridade policial, cabe a condução da
investigação criminal por meio de inquérito policial ou outro procedimento previsto em lei, que
tem como objetivo a apuração das circunstâncias, da materialidade e da autoria das infrações
penais.
Lei n. 12.830/13
Art. 2, § 2º Durante a investigação criminal, cabe ao delegado de polícia a requisição de perícia,
informações, documentos e dados que interessem à apuração dos fatos.
Lei n. 12.830/13
Art. 2, § 4º O inquérito policial ou outro procedimento previsto em lei em curso somente
poderá ser avocado ou redistribuído por superior hierárquico, mediante despacho
fundamentado, por motivo de interesse público ou nas hipóteses de inobservância dos
procedimentos previstos em regulamento da corporação que prejudique a eficácia da
investigação.
Lei n. 12.830/13
Art. 2, § 5º A remoção do delegado de polícia dar-se-á somente por ato fundamentado.
4.3. Natureza do crime e atribuição para as investigações.
a) Crime militar da competência da Justiça Militar da União:
b) Crime militar da competência da Justiça Militar Estadual:
c) Crime eleitoral:
d) Crime “federal”:
e) Crime comum da competência da Justiça Estadual:
Constituição Federal: Art. 144. §1.
A polícia federal, instituída por lei como órgão permanente, organizado e mantido
pela União e estruturado em carreira, destina-se a: I – apurar infrações penais contra
a ordem política e social ou em detrimento de bens, serviços e interesses da União
ou de suas entidades autárquicas e empresas públicas, assim como outras infrações
cuja prática tenha repercussão interestadual ou internacional e exija repressão
uniforme, segundo se dispuser em lei;
Lei n. 10.446/02:
Art. 1º Na forma do inciso I do §1 do art. 144 da Constituição, quando houver
repercussão interestadual ou internacional que exija repressão uniforme, poderá o
Departamento de Polícia Federal do Ministério da Justiça, sem prejuízo da
responsabilidade dos órgãos de segurança pública arrolados no art. 144 da
Constituição Federal, em especial das Polícias Militares e Civis dos Estados, proceder
à investigação, dentre outras, das seguintes infrações penais:
I – Sequestro, cárcere privado e extorsão mediante sequestro (arts. 148 e 159 do Código
Penal), se o agente foi impelido por motivação política ou quando praticado em razão da
função pública exercida pela vítima;
II – Formação de cartel (incisos I, a, II, III e VII do art. 4º da Lei n. 8.137/90); e
III – relativas à violação a direitos humanos, que a República Federativa do Brasil se
comprometeu a reprimir em decorrência de tratados internacionais de que seja parte; e
IV – Furto, roubo ou receptação de cargas, inclusive bens e valores, transportadas em operação
interestadual ou internacional, quando houver indícios da atuação de quadrilha ou bando em
mais de um Estado da Federação.
Parágrafo único. Atendidos os pressupostos do caput, o Departamento de Polícia Federal
procederá à apuração de outros casos, desde que tal providência seja autorizada ou
determinada pelo Ministro de Estado da Justiça.
5. Características do inquérito policial.
5.1. Procedimento escrito.
CPP. Art. 9º. Todas as peças do inquérito policial serão, num só processado, reduzidas a escrito
ou datilografadas e, neste caso, rubricadas pela autoridade.
CPP. Art. 405. § 1º Sempre que possível, o registro dos depoimentos do investigado, indiciado,
ofendido e testemunhas será feito pelos meios ou recursos de gravação magnética, estenotipia,
digital ou técnica similar, inclusive audiovisual, destinada a obter maior fidelidade das
informações. (Incluído pela Lei n. 11.719/08).
5.2. Procedimento dispensável.
CPP. Art. 39, § 5º O órgão do Ministério Público dispensará o inquérito, se com a representação
forem oferecidos elementos que habilitem a promover a ação penal, e, neste caso, oferecerá a
denúncia no prazo de quinze dias.
5.3. Procedimento sigiloso.
CPP. Art. 20. A autoridade assegurará no inquérito o sigilo necessário à elucidação do fato ou
exigido pelo interesse da sociedade.
5.3.1. Acesso do advogado aos autos do procedimento investigatório.
Constituição Federal:
Art. 5, LXIII – o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer calado,
sendo-lhe assegurada a assistência da família e de advogado;
Lei n. 8.906/94 Art. 7º São direitos do advogado: (...) XIV - examinar em qualquer repartição
policial, mesmo sem procuração, autos de flagrante e de inquérito, findos ou em andamento,
ainda que conclusos à autoridade, podendo copiar peças e tomar apontamentos;
Súmula vinculante n. 14 do STF: “É direito do defensor, no interesse do representado, ter
acesso amplo aos elementos de prova que, já documentados em procedimento investigatório
realizado por órgão com competência de polícia judiciária, digam respeito ao exercício do
direito de defesa”.
Negativa de acesso e instrumentos processuais a serem utilizados pelo defensor:
5.4. Procedimento inquisitorial.
- Posição majoritária:
- Posição minoritária:
a) Exercício exógeno do direito de defesa: É aquele efetivado fora dos autos do inquérito
policial.
b) Exercício endógeno: É aquele efetivado dentro do inquérito;
5.5. Procedimento discricionário.
Art. 14. O ofendido, ou seu representante legal, e o indiciado poderão requerer qualquer
diligência, que será realizada, ou não, a juízo da autoridade.
Lei n. 12.830/13
Art. 2, “§ 3º O delegado de polícia conduzirá a investigação criminal de acordo com seu livre
convencimento técnico-jurídico, com isenção e imparcialidade. ”
Razões do veto
“Da forma como o dispositivo foi redigido, a referência ao convencimento técnico-jurídico
poderia sugerir um conflito com as atribuições investigativas de outras instituições, previstas na
Constituição Federal e no Código de Processo Penal. Desta forma, é preciso buscar uma solução
redacional que assegure as prerrogativas funcionais dos delegados de polícias e a convivência
harmoniosa entre as instituições responsáveis pela persecução penal”
5.6. Procedimento indisponível.
CPP. Art. 17. A autoridade policial não poderá mandar arquivar autos de inquérito.
5.8. Procedimento temporário.
6. Formas de instauração do inquérito policial.
6.1. Crimes de ação penal pública condicionada ou de ação penal de iniciativa privada.
6.2. Crimes de ação penal pública incondicionada.
a) de ofício.
b) Requisição da autoridade judiciária ou do Ministério Público.
c) Requerimento do ofendido (ou de seu representante legal).
d) Notícia oferecida por qualquer do povo;
e) Auto de prisão em flagrante delito.
7. Notitia criminis.
7.1. Conceito: é o conhecimento, espontâneo ou provocado, por parte da autoridade policial,
acerca de um fato delituoso.
7.2. Espécies.
a) de cognição imediata (espontânea): a autoridade policial toma conhecimento do crime
através de suas atividades rotineiras;
b). De cognição mediata (provocada): a autoridade policial toma conhecimento do crime
através de um expediente escrito.
c). De cognição coercitiva: nesse caso a autoridade policial toma conhecimento do fato
delituoso através da apresentação de indivíduo preso em flagrante.

7.3. Notitia criminis inqualificada.


8. Incomunicabilidade do indiciado preso.
Art. 21. A incomunicabilidade do indiciado dependerá sempre de despacho nos autos e
somente será permitida quando o interesse da sociedade ou a conveniência da investigação o
exigir.
9. Identificação criminal.
9.1. Leis relativas à identificação criminal.
III – o indiciado portar documentos de identidade distintos, com informações conflitantes entre
si;
IV – A identificação criminal for essencial às investigações policiais, segundo despacho da
autoridade judiciária competente, que decidirá de ofício ou mediante representação da
autoridade policial, do Ministério Público ou da defesa;
V – Constar de registros policiais o uso de outros nomes ou diferentes qualificações;
VI – O estado de conservação ou a distância temporal ou da localidade da expedição do
documento apresentado impossibilite a completa identificação dos caracteres essenciais.
9.3. Identificação do perfil genético (Lei n. 12.654/12).
Lei n. 12.037/09
Art. 5º (...) Parágrafo único. Na hipótese do inciso IV do art. 3o, a identificação criminal poderá
incluir a coleta de material biológico para a obtenção do perfil genético.
LEP (Lei n. 7.210/84)
Art. 9º-A. Os condenados por crime praticado, dolosamente, com violência de natureza grave
contra pessoa, ou por qualquer dos crimes previstos no art. 1º da Lei no 8.072, de 25 de julho
de 1990, serão submetidos, obrigatoriamente, à identificação do perfil genético, mediante
extração de DNA - ácido desoxirribonucleico, por técnica adequada e indolor.
10. Indiciamento.
10.1. Conceito.
Consiste em atribuir a alguém a autoria de determinada infração penal.
10.2. Momento.
10.3. Espécies.
10.4. Pressupostos.
10.5. Atribuição.
Lei n. 12.830/13
Art. 2, § 6º O indiciamento, privativo do delegado de polícia, dar-se-á por ato fundamentado,
mediante análise técnico-jurídica do fato, que deverá indicar a autoria, materialidade e suas
circunstâncias.
10.6. Desindiciamento.
10.7. Sujeito passivo.
10.8 Afastamento do servidor público do exercício de suas funções como efeito automático do
indiciamento em crimes de lavagem de capitais.

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