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LESÃO CORPORAL

LEVE

Pena de detenção de 3 meses a 1 ano.

O crime é configurado por exclusão, ou seja, será lesão corporal leve quando não se tratar de
lesão grave (§1º), gravíssima (§2º) ou lesão seguida de morte (§3º);

Crime de menor potencial ofensivo: Ação penal pública condicionada à representação, salvo
se a vítima for mulher no âmbito doméstico, hipótese em o crime será processado mediante
ação penal pública incondicionada, conforme previsto na Lei Maria da Penha (Lei n.
11.340/2006).

GRAVE

A lesão corporal é de natureza grave, com pena de reclusão de 1 a 5 anos,

se resulta:

I - incapacidade para as ocupações habituais, por mais de trinta dias (o inciso não se refere a
trabalho, mas a ocupações habituais),

II - perigo de vida (probabilidade imediata de morte, comprovada por laudo pericial),

III - debilidade permanente de membro, sentido ou função (redução da capacidade funcional,


que deve ser permanente, comprovada por laudo pericial) e

IV - aceleração de parto (sem acarretar a morte do feto).

Ação Penal: processada mediante ação penal pública incondicionada. Possível aplicar a
suspensão condicional do processo, prevista no art. 89 da Lei n. 9.099/95.

GRAVISSIMA

Pena de reclusão de 2 a 8 anos, se resulta:

I - incapacidade permanente para o trabalho (trabalho em geral e não especificamente o


trabalho realizado pela vítima),

II - enfermidade incurável,

III - perda ou inutilização do membro, sentido ou função,

IV - deformidade permanente (quebra da harmonia corporal da vítima de forma permanente)


V – aborto (crime preterdoloso, ou seja, o agente atua com intenção de praticar lesão
corporal, mas com culpa em relação ao aborto).

Lesão corporal seguida de morte: crime preterdoloso, apenado com 4 a 12 anos de reclusão.
Ocorre quando o agente possui intenção de lesionar a vítima, mas, em razão de conduta
culposa, acaba matando-a.

Lesão corporal privilegiada: trata-se de causa de diminuição da pena de 1/6 a 1/3 e pode ser
aplicada quando o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social ou
moral ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima.

Causas de aumento de pena:

 Se o crime é praticado contra pessoa menor de 14 ou maior de 60 anos 1/3


 Se se o crime for praticado por milícia privada, sob o pretexto de prestação de serviço
de segurança, ou por grupo de extermínio 1/3 até a metade
 Se a lesão for praticada contra autoridades das forças armadas e da segurança pública,
integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, no exercício da
função ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo
até terceiro grau. 1/3 a 2/3
 No caso de lesão corporal grave, gravíssima ou seguida de morte, praticada no âmbito
doméstico ou familiar 1/3

CULPOSA

Lesão corporal culposa (art. 129, § 6°, do CP)

Pena: detenção, de 2 meses a 1 ano, pouco importando se a lesão é leve, grave ou gravíssima.

Aumento de pena: a pena é aumentada de 1/3 se o crime resulta de inobservância de regra


técnica de profissão, arte ou ofício, se o agente deixa de prestar imediato socorro à vítima, não
procura diminuir as consequências do seu ato ou se foge para evitar prisão em flagrante.

Ação Penal: pública condicionada à representação da vítima, salvo quando se tratar de lesão
praticada contra mulher no âmbito doméstico, em que a ação será pública incondicionada.

Perdão judicial: o juiz pode deixar de aplicar a pena se as consequências da infração atingirem
o próprio agente de forma tão grave que a sanção penal se torne desnecessária.

LESÃO CORPORAL DOMESTICA

A lesão corporal decorrente de violência praticada contra ascendente, descendente, irmão,


cônjuge ou companheiro, ou com quem conviva ou tenha convivido, ou, ainda, prevalecendo-
se o agente das relações domésticas, de coabitação ou de hospitalidade.
Pena: detenção de 3 meses a 3 anos, aumentada de 1/3 se a lesão for praticada contra pessoa
com deficiência. Ação penal: pública condicionada à representação se a vítima for homem, e
pública incondicionada no caso de a vítima ser mulher, já que a Lei Maria da Penha veda a
aplicação da Lei n. 9.099/95.

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