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Olá!
Você está na unidade Micoses de importância médica. Conheça aqui os principais fungos causadores de
doenças humanas. Aprenda sobre a classificação das infecções e saiba quais são as micoses superficiais, cutâneas
e subcutâneas.
Aprenda também sobre micoses sistêmicas e oportunistas, as quais podem ter um importante impacto na
saúde dos indivíduos imunocomprometidos. Saiba quais os agentes endógenos e exógenos responsáveis por
essas infecções, onde estão localizados e suas formas de transmissão e infecção. Além disso, conheça as técnicas
Bons estudos!
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1 Micoses superficiais, cutâneas e subcutâneas
Os fungos podem causar diversas doenças humanas. Essas doenças, chamadas de infecções fúngicas ou micoses
, podem variar consideravelmente quanto a sua localização. As micoses podem ser classificadas conforme o local
da infecção, via de aquisição e tipo de virulência, podendo variar desde infecções superficiais até disseminadas.
As infecções podem ter um curto período de duração e passar despercebidas ou ser graves, e até mesmo
mortais. Alguns fungos estão sempre presentes em nosso organismo, em regiões como a boca, pele, intestino e
vagina, sem causar qualquer doença, pois a microbiota bacteriana residente e o sistema imunológico impedem
longo prazo podem desenvolver micoses mais graves (DA SILVA et al., 2018; MEZZARI et al., 2017).
Quanto à região de infecção, as micoses podem ser classificadas em superficiais, cutâneas, subcutâneas e
sistêmicas. As micoses superficiais estão localizadas nas camadas mais superficiais da pele e seus anexos, além
das mucosas e zonas cutâneo-mucosas. Essas infecções são representadas especialmente pela Tínea negra,
Piedra e Pitiríase versicolor. Estima-se que aproximadamente 40% da população mundial seja acometida por
esse tipo de infecção. As micoses cutâneas ou dermatomicoses são infecções causadas por fungos que só
infectam o tecido ceratinizado, pele, cabelos e unhas. Entre os agentes causadores, os fungos dermatófitos são
os mais importantes. Eles são um grupo de cerca de 40 fungos pertencentes a três gêneros: Microsporum,
Os fungos que provocam essas infecções geralmente residem no solo ou na vegetação, penetram no organismo,
pele ou tecido subcutâneo por meio de inoculação traumática com material contaminado. Geralmente, as lesões
tornam-se granulomatosas e expandem-se de forma lenta a partir do local de infecção. Dentro dessa classificação
estão a esporotricose, cromoblastomicose, feoifomicose e micetoma (BROOKS et al., 2014; DA SILVA et al.,
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1.1 Tínea negra
A tínea negra é uma infecção localizada nas regiões palmar e plantar, causada por uma levedura negra, a
caracterizada por máculas castanho-enegrecidas, de limites bem definidos, geralmente localizadas nas mãos.
Indivíduos jovens do sexo masculino são os mais acometidos, sendo observada especialmente nas regiões
tropicais. Ao exame microscópico é possível visualizar hifas septadas ramificadas e células leveduriformes em
brotamento, com paredes celulares melaninizadas. O tratamento poder ser feito através de (BROOKS et al., 2014;
Soluções ceratolíticas;
Ácido salicílico;
Antifúngicos azóis.
1.2 Piedra
A piedra negra é causada pelo fungo filamentoso Piedraia hortae. A infecção consiste em firmes nódulos
irregulares, de coloração preta, localizados na cutícula. Ao contrário disso, piedra branca é uma dermatose
causada por espécies de Trichosporon. Essa micose manifesta-se através de nódulos macios e esbranquiçados
localizados na cutícula do cabelo, variando em cores, de brando a castanho claro. Pelos axilares e púbicos, assim
como a barba e os cabelos, podem ser acometidos. O tratamento é constituído da remoção dos pelos infectados e
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1.3 Pitiríase versicolor
A pitiríase versicolor, também chamada de tínea versicolor, é uma infecção superficial leve e crônica do estrato
córneo, causada por membros do complexo Malassezia furfur. Tanto a disseminação na pele do estrato córneo
quanto a resposta do hospedeiro são mínimas, tratando-se de uma infecção especialmente estética. As lesões
são crônicas e aparecem em forma de placas maculares de pele pigmentada que podem aumentar e coalescer. As
espécies de M. Furfur são leveduras lipofílicas, sendo que a maioria exige a presença de lipídeos para o seu
crescimento. O diagnóstico pode ser realizado pela observação de raspados da pele infectada, tratados com
hidróxido de potássio (KOH), a 10 a 20%, ou corados com calcofluorado branco. São observadas a presença de
hifas curtas não ramificadas e células esféricas. O tratamento é feito com aplicações de sulfeto de selênio. Em
situações de recorrência, antifúngicos orais, como o fluconazol, podem ser utilizados (BROOKS et al., 2014;
LEVINSON, 2016).
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1.4 Dermatofitoses (Microsporum, Trichophyton e Epidermophyton)
As dermatofitoses ocorrem em todo o mundo, sendo prevalentes em países de clima tropical e subtropical.
Essas infecções são consideradas a terceira doença dermatológica mais frequente em crianças menores de 12
anos e a segunda mais frequente em adultos. Porém, apesar de poderem ser incômodas e persistentes, não são
debilitantes e nem potencialmente fatais. São diagnosticadas pela presença de hifas hialinas, septadas e
ramificadas, ou cadeias de artroconídios na pele. Em cultura, as espécies são estreitamente relacionadas, e sua
identificação é geralmente difícil. Para determinar a espécie, diferenças nos aspectos das colônias e na
morfologia microscópica devem ser investigadas (BROOKS et al., 2014; DALLA LANA et al., 2016).
As dermatofitoses surgem após traumatismo e contato. Algumas evidências sugerem que a umidade, calor,
química específica da pele, composição do sebo, suor, adolescência e predisposição genética podem aumentar a
susceptibilidade do hospedeiro. A fonte de infecção pode ser o solo (dermatófitos geofílicos) ou animais
infectados (dermatófitos zoofílicos). Os antropofílicos podem ser transmitidos por contato direto ou objetos
contaminados. As formas clínicas são baseadas no local de comprometimento. Uma única espécie é capaz de
provocar mais de um tipo de infecção clínica, enquanto uma única forma clinica pode ser causada por mais de
Tínea do corpo;
Tínea crural;
Tínea da mão;
Reação tricofítide.
A mais prevalente dessas é a tínea dos pés (tínea pedis), que geralmente ocorre como infecção crônica dos
espaços interdigitais.
Para o diagnóstico, devem ser utilizadas amostras de raspados de pele e unhas, associadas aos pelos ou
cabelos arrancados das áreas afetadas. As amostras são visualizadas em microscopia com a utilização de KOH a
10 a 20% com ou sem calcofluorado branco. Independentemente da espécie, podem ser observadas hifas
ramificadas ou cadeias de artroconídios. Para identificação da espécie, deve ser realizada cultura, onde são
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observadas a morfologia das colônias, morfologia microscópica e, em alguns casos, exigências nutricionais. O
tratamento consiste na remoção completa das estruturas infectadas e mortas, assim como aplicação tópica de
1.5 Esporotricose
A esporotricose é uma infecção com evolução subaguda ou crônica. É caracterizada por pequenos tumores
subcutâneos (gomas), que tendem à supuração e ulceração. O agente etiológico é o Sporothrix schenckii, fungo
dimórfico que se introduz nos tecidos orgânicos através de traumatismo ou, raramente, por inalação. Esse fungo
é encontrado em vida saprofítica em vegetais, solo, águas contaminadas e animais (BROOKS et al., 2014;
LEVINSON, 2016).
A forma clínica mais frequente da micose é a linfangite nodular ascendente, que se inicia pela inoculação do
temperatura ambiente, o fungo cresce na forma de bolor, produzindo hifas septadas e ramificadas, bem como
conídios, já in vitro, entre 35 e 37°, manifesta-se como pequena levedura em brotamento. Quando os esporos do
fungo são introduzidos na pele, geralmente por um espinho, forma-se uma pústula local, ou úlcera, com
nódulos ao longo dos vasos linfáticos. Geralmente, a lesão inicial é observada nos membros, mas pode surgir
em qualquer região do corpo. Aproximadamente 75% dos casos são linfocutâneos, ou seja, a lesão inicial
desenvolve-se em forma de nódulo granulomatoso, que pode evoluir para lesão necrótica ou ulcerativa. Os vasos
linfáticos de drenagem tornam-se espessos e similares a uma corda e, ao longo desses vasos, são observados
essas lesões, porém pode haver disseminação, especialmente em pacientes debilitados (BROOKS et al., 2014;
LEVINSON, 2016).
Amostras de biópsia ou exsudato de lesões granulomatosas ou ulcerativas devem ser coletadas para o
diagnóstico. Raras leveduras são observadas no exame direto com KOH, então, para aumentar a sensibilidade
dos cortes histopatológicos, corantes para paredes fúngicas podem ser utilizados. De forma alternativa,
coloração com anticorpo fluorescente também pode ser empregada e a técnica de sorologia pode ser utilizada.
No entanto, os títulos elevados não ocorrem no início da doença e pode haver falso-positivos por indivíduos não
infectados ou previamente expostos. Sendo assim, a cultura é o método mais confiável para a determinação do
diagnóstico. O tratamento de escolha consiste na administração de itraconazol de forma oral (Brooks et al., 2014;
Levinson, 2016).
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1.6 Cromoblastomicose
Cromoblastomicose é uma infecção crônica e granulomatosa da pele e tecido subcutâneo. Ocorre como
resultado de uma implantação traumática transcutânea de esporos (propágulos) de diversas espécies de fungos
pertencentes à família Dematiaceae. Essas espécies são caracterizadas por apresentar pigmentação escura em
sua parede celular, geralmente detectada pela presença de melanina, sendo, assim, designados como fungos
escuros ou demácios. Todos os fungos reconhecidos como causadores de cromoblastomicose são demácios,
sendo eles: Phialophora verrucosa, Fonsecaea pedrosi, Fonsecaea compacta, Rhinocladiella aquaspersa e,
Cladophialophora carrionii. As lesões se desenvolvem de forma lenta, progredindo até induzir hiperplasia do
Os fungos demácios são semelhantes quanto a sua pigmentação, estrutura antigênica, morfologia e propriedades
fisiológicos. Porém, podem ser diferenciados e identificados quanto à formação dos conídios. Nos tecidos, o
aspecto é semelhante, com células esféricas de coloração marrom, denominadas corpúsculos muriformes ou
escleróticos. Os fungos penetram na pele através de traumatismo, geralmente nas pernas ou nos pés expostos.
Com o passar do tempo, meses ou anos, a lesão se torna verrucosa e estende-se ao longo dos vasos linfáticos que
drenam a área. Por fim, a região fica coberta de nódulos, semelhantes a uma couve-flor, com abscessos crostosos.
No exame histopatológico, é possível observar lesões granulomatosas (BROOKS et al., 2014; LEVINSON, 2016).
O diagnóstico deve ser realizado com amostras de raspado ou biópsias e KOH a 10%. Células esféricas e escuras
do tecido dérmico. Em lesões pequenas, deve ser feita a excisão cirúrgica como forma de tratamento. A
administração de flucitosina ou itraconazol pode ser eficaz em lesões maiores (BROOKS et al., 2014; LEVINSON,
2016).
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1.7 Feoifomicose
Feoifomicose é um termo utilizado para definir infecções caracterizadas pela presença de hifas septadas e de
pigmentação escura em tecidos. Podem ser infecções cutâneas, subcutâneas e profundas, agudas ou crônicas,
ocasionadas por uma grande diversidade de fungos escuros, exceto os agentes da cromoblastomicose. As
manifestações clínicas podem variar desde cistos encapsulados solitários no tecido subcutâneo até sinusite e
abscessos cerebrais. Mais de 100 espécies de fungos foram associadas a diversos tipos de infecções
feoifomicóticas. Todos são exógenos e, geralmente, são encontrados na natureza. Alguns dos patógenos mais
comumente associados à feoifomicose subcutânea são Exophiala jeanselmei, Phialophora richardsiae, Bipolaris
nos últimos anos tanto em indivíduos imunocompetentes quanto imunocomprometidos (BROOKS et al., 2014;
DE ALMEIDA).
Em tecidos, as hifas são grandes e geralmente deformadas, podendo ser acompanhadas de células
leveduriformes e diferenciadas de outros fungos pela presença de melanina nas paredes celulares. Para
identificação do agente causador, as amostras são cultivadas em meios de rotina para fungos. O tratamento é
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1.8 Micetoma
Feoifomicose é um termo utilizado para definir infecções caracterizadas pela presença de hifas septadas e de
pigmentação escura em tecidos. Podem ser infecções cutâneas, subcutâneas e profundas, agudas ou crônicas,
ocasionadas por uma grande diversidade de fungos escuros, exceto os agentes da cromoblastomicose. As
manifestações clínicas podem variar desde cistos encapsulados solitários no tecido subcutâneo até sinusite e
abscessos cerebrais. Mais de 100 espécies de fungos foram associadas a diversos tipos de infecções
feoifomicóticas. Todos são exógenos e, geralmente, são encontrados na natureza. Alguns dos patógenos mais
aumentaram nos últimos anos tanto em indivíduos imunocompetentes quanto imunocomprometidos (BROOKS
Em tecidos, as hifas são grandes e geralmente deformadas, podendo ser acompanhadas de células
leveduriformes e diferenciadas de outros fungos pela presença de melanina nas paredes celulares. Para
identificação do agente causador, as amostras são cultivadas em meios de rotina para fungos. O tratamento é
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2. Micoses sistêmicas
As micoses sistêmicas acometem principalmente órgãos internos e vísceras, como pulmões, vísceras
abdominais, ossos e sistema nervoso central. São originadas principalmente pela inalação de esporos de fungos
dimórficos que ocorrem em sua forma filamentosa no solo. Esses propágulos (esporos) são levados do solo pelo
vento. Os esporos germinam nos pulmões e diferenciam-se em leveduras e outras formas especializadas (DIXON
A maior parte das infecções é assintomática e limitada aos pulmões. No entanto, em alguns indivíduos, o
patógeno dissemina-se para todo o corpo, causando infecções profundas em outros órgãos, provocando lesões
destrutivas que podem resultar em morte. Indivíduos infectados não transmitem essas micoses para outras
pessoas. As micoses sistêmicas também podem ser chamadas de micoses endêmicas, pois são endêmicas de
determinadas regiões geográficas. As principais micoses sistêmicas são (LEVINSON, 2016; MADIGAN et al.,
2016):
Histoplasmose;
Coccidiomicose;
Paracoccidioidomicose;
Blastomicose.
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2.1 Histoplasmose
A histoplasmose é uma doença granulomatosa causada pelo fungo Histoplasma capsulatum, que apresenta
afinidade pelo sistema retículo endotelial, provocando várias manifestações clínicas. O H. capsulatum é um fungo
dimórfico que ocorre na forma filamentosa no solo e levedura em tecidos. Dois tipos de esporos assexuados
podem ser formados por esse fungo, macroconídios tuberculados e microconídios. H. capsulatum é endêmico
nos estados centrais e orientais dos Estados Unidos, porém pode ser encontrado em várias partes do mundo. O
fungo cresce no solo, especialmente se for contaminado com muitos excrementos de pássaros. Em certos países
tropicais africanos, a histoplasmose é causada pelo Histoplasma duboissi (DE ALMEIDA; LEVINSON, 2016).
Depois de inalados, os esporos são fagocitados pelos macrófagos e transformados em formas leveduriformes.
Dessa forma, o H. capsulatum ocorre como uma levedura oval no interior dos macrófagos. O patógeno pode se
disseminar por todo o organismo, principalmente fígado e baço, entretanto, a maior parte das infecções
permanece assintomática e os focos granulomatosos cicatrizam por calcificação. Se houver intensa exposição,
podem ocorrer pneumonia e lesões nos pulmões. Crianças e indivíduos imunocomprometidos podem
desenvolver histoplasmose grave, caracterizada por pancitopenia (diminuição de células sanguíneas) e lesões
Um teste cutâneo, com histoplasmina, se torna positivo entre dois e três semanas após a infecção, permanecendo
positivo por muitos anos. Entretanto, muitas reações falso-positivas (devido à reação cruzada) e falso-negativas
(na doença disseminada) podem ocorrer, inviabilizando seu uso para diagnóstico. Ao microscópio, células
leveduriformes ovais, presentes no interior dos macrófagos, são observadas em amostras de biópsias de tecidos
ou aspirados de medula óssea. Em culturas, é possível visualizar hifas com macroconídios tuberculados, quando
o crescimento ocorre em temperaturas mais baixas, cerca de 25ºC, ou leveduras, quando o crescimento acontece
a 37ºC. Nos indivíduos imunocomprometidos com doença disseminada, testes para o antígeno de Histoplasma na
urina são principalmente utilizados, pois os testes com anticorpos podem ser negativos. Técnicas sorológicas e
de biologia molecular também podem ser empregadas no diagnóstico. Entre as sorológicas, o teste de fixação do
complemento e imunodifusão são úteis. Em infecções assintomáticas e primárias não graves, não há necessidade
de tratamento. No caso de lesões pulmonares progressivas, itraconazol oral é efetivo. No quadro de doença
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2.2 Coccidioidomicose
A coccidioidomicose é uma micose causada pela espécie Coccidioides immitis, um fungo dimórfico que ocorre
na forma filamentosa no solo e como esférula nos tecidos. C. immitis é endêmico em regiões áridas do sudoeste
dos Estados Unidos e na América Latina. O fungo forma hifas com artrósporos, que se intercalam com células
vazias no solo. Os artrósporos (esporos) são bem leves e carregados pelo vento, podendo ser inalados e infectar
A patogênese ocorre da seguinte forma: nos pulmões, os artrósporos formam grandes esférulas, com parede
dupla, espessa e refratária, que é preenchida com endósporos. Quando a parede rompe, os endósporos são
liberados e diferenciam-se em novas esférulas. O patógeno pode se disseminar pelo organismo do indivíduo, pela
extensão direta ou através da corrente sanguínea. Embora possam ocorrer em qualquer parte do corpo, lesões
granulomatosas ocorrem especialmente nos ossos e sistema nervoso central, na forma de meningite. A maior
parte dos infectados desenvolve resposta imune celular que limita o desenvolvimento do microrganismo.
Entretanto, indivíduos com deficiência na imunidade, geralmente tem outros órgãos infectados pela
disseminação do microrganismo a partir dos pulmões (LEVINSON, 2016; MADIGAN et al., 2016).
Normalmente, a infecção é assintomática e detectada apenas pelo teste cutâneo positivo e presença de
anticorpos. Em alguns casos sintomáticos, a doença pode ser similar à influenza, com febre e tosse.
Aproximadamente metade dos infectados apresentam mudanças nos pulmões, que podem ser visualizadas por
meio de radiografia de tórax e cerca de 10% dos infectados desenvolvem eritema nodoso e artralgias. O eritema
nodoso se manifesta como firmes nódulos vermelhos na extensão de superfícies. Não há presença de
microrganismos nessas lesões e elas não representam sinais de disseminação da doença (LEVINSON, 2016;
Em amostras de tecido, as esférulas são visualizadas microscopicamente. Culturas e testes sorológicos também
podem ser utilizadas para o diagnóstico. Em culturas, a 25ºC, são observadas hifas com artrósporos. Nos testes
sorológicos, IgM e IgG são detectados após 2 a 4 semanas de infecção. Micoses assintomáticas e brandas não
requerem tratamento. Em lesões persistentes nos pulmões ou doença generalizada, anfotericina B ou itraconazol
são utilizados. Casos de meningite requerem o fluconazol como tratamento (LEVINSON, 2016; MADIGAN et al.,
2016).
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2.3 Paracoccidioidomicose
O fungo é dimórfico, ocorre como filamentoso no solo e como levedura nos tecidos. A levedura possui uma
espessa parede com múltiplos brotos. P. brasiliensis é endêmico em áreas rurais da América Latina e a doença
A doença se caracteriza por uma infecção granulomatosa de evolução crônica, com grande diversidade de
formas clínicas. As formas pulmonares e cutâneo-mucosas são predominantes, seguindo-se de outros órgãos,
como gânglios linfáticos, baço, fígado e ossos, entre outros. Na maior parte dos casos os pulmões estão
A infecção é adquirida pela inalação de esporos provenientes da natureza, no solo, vegetais ou na água,
estabelecendo lesões primárias pulmonares. Apesar disso, frequentemente as infecções podem ser
deve ser administrado por via oral durante vários meses (De Almeida; LEVINSON, 2016).
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2.4 Blastomicose
dermatitidis é um fungo termicamente dimórfico que cresce na forma de bolor (levedura) em culturas,
produzindo hifas hialinas septadas e ramificadas, além de conídios. No tecido, ou a 37ºC, o fungo se transforma
em uma grande célula leveduriforme isolada em brotamento. A levedura é envolvida com uma parede celular
dupla e refratária e apresenta um broto simples de base larga (BROOKS et al., 2014; LEVINSON, 2016).
A blastomicose é uma infecção crônica com lesões granulomatosas e supurativas. A infecção ocorre
especialmente pela via respiratória e os sintomas iniciam nos pulmões, a partir dos quais pode ocorrer
disseminação para qualquer órgão, especialmente pele e ossos, resultando em granulomas ulcerativos.
Fique de olho
O fungo é endêmico na região oriental da América do Norte, sendo que a maior parte dos casos
ocorre nos EUA e no Canadá, por isso, foi denominada de blastomicose norte-americana. De
forma menos comum, a blastomicose ocorre nas Américas Central e do Sul, África e Oriente
Médio (BROOKS et al., 2014; LEVINSON, 2016).
A doença é relativamente comum em cães, quando em regiões endêmicas. Porém, não é transmissível por
animais ou outros seres humanos. Várias amostras podem ser submetidas ao exame microscópico para
diagnóstico da infecção, como escarro, pus, exsudato, urina e biópsia das lesões. Preparações a fresco dessas
amostras podem revelar brotamentos fixados em células leveduriformes de paredes espessas. Em relação à
cultura, geralmente as colônias podem ser visualizadas em duas semanas, em ágar Sabouraud ou em ágar-
sangue enriquecido a 30ºC. Testes sorológicos também podem ser utilizados, porém não são muito úteis para o
diagnóstico como em outras doenças sistêmicas. Para o tratamento, na maior parte dos casos o itraconazol é
utilizado. Porém, em casos mais graves a anfotericina B deve ser empregada. Além disso, a remoção cirúrgica
Assista aí
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3 Micoses oportunistas
As micoses oportunistas são originadas por fungos que não possuem capacidade de causar doenças na maior
parte dos indivíduos imunocompetentes, porém podem afetar pessoas com sistema imune debilitado. Em
alguns casos, a espécie fúngica e a história natural da infecção são determinadas pela condição predisponente
subjacente do hospedeiro. Em indivíduos com HIV, a susceptibilidade e a incidência das micoses oportunistas
estão inversamente correlacionadas com a contagem de linfócitos CD4. Por serem membros da microbiota
normal, a Candida e leveduras relacionadas são consideradas oportunistas endógenos. Outras micoses
oportunistas são causadas por fungos exógenos, que são geralmente encontrados no solo, na água e no ar. Nessa
categoria, os mais comuns são Cryptococcus, Aspergillus, Mucor e Rhizopus (BROOKS et al., 2014; LEVINSON,
2016).
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3.1 Candidíase
Diversas espécies de levedura do gênero Candida são capazes de provocar candidíase. Trata-se de
microrganismos pertencentes à microbiota normal da pele, das mucosas e do trato gastrointestinal. As espécies
colonizam as mucosas dos seres humanos, durante ou logo após o nascimento. A candidíase é considerada a
micose sistêmica mais frequente, sendo que as espécies mais comuns são C. albicans, C. tropicalis, C. parapsilosis,
C. glabrata, C. guilliermondii e C. dubliniensis. Dentre essas, a Candida albicans é a mais importante, podendo
causar candidíase, vaginite, esofagite, assaduras e candidíase mucocutânea crônica. Além disso, também pode
C. albicans é uma levedura oval com brotamento simples. Está presente na microbiota normal das membranas
mucosas do trato respiratório superior, sistema gastrointestinal e trato genital feminino. Nos tecidos, o fungo
pode ocorrer na forma leveduriforme ou como pseudo-hifas, que são visualmente semelhantes a hifas, porém
não são hifas verdadeiras. C. albicans é dimórfica, diferentemente das outras espécies, pois, além das leveduras e
pseudo-hifas, também pode produzir hifas verdadeiras. Para distinguir essa espécie das demais, dois testes
morfológicos podem ser utilizados. Após incubação em soro por aproximadamente 90 minutos a 37ºC, as células
leveduriformes de C. albicans começam a formar hifas verdadeiras ou tubos germinativos, enquanto, em meios
com deficiência de nutrientes, produz grandes clamidósporos esféricos (BROOKS et al., 2014; LEVINSON, 2016).
A presença de C. albicans na pele predispõe a infecções envolvendo instrumentos que penetram na epiderme,
como agulhas e cateteres. Quando há deficiência no sistema de defesa do hospedeiro, a doença pode ocorrer. A
forma superficial da micose, cutânea ou mucosa, ocorre como resultado do aumento no número local de Candida,
associado à lesão da pele ou do epitélio, permitindo a invasão local por leveduras e pseudo-hifas. Já a candidíase
sistêmica ocorre quando o fungo penetra na corrente sanguínea e as defesas fagocíticas do hospedeiro são
insuficientes para conter o desenvolvimento e disseminação das leveduras. Uma vez na corrente sanguínea, o
fungo pode infectar os rins, fixar-se as próteses valvares cardíacas ou provocar infecções em praticamente
Uma grande proliferação de C. albicans na boca produz manchas, chamadas de candidíase. A vaginite,
caracterizada por coceira e secreção, pode ser favorecida por um pH elevado, uso de antibióticos e diabetes.
Áreas quentes e úmidas do corpo são propensas à invasão da pele. Quando as unhas são afetas, pode ocorrer
espessamento ou perda das mesmas. Nas crianças, as assaduras ocorrem quando as fraldas úmidas não são
(CMC), pela deficiência de células T. CMC é uma infecção prolongada de pele, das mucosas oral e genital, além das
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unhas. Leveduras com brotamentos e pseudo-hifas podem ser visualizadas em exsudatos ou tecidos com a
utilização do corante branco calcoflúor. Além disso, cultura e testes cutâneos podem ser utilizados para o
diagnóstico da micose. Em cândidas da parte oral da faringe e esofágica, o fluconazol é o medicamento de escolha
para o tratamento. Para infecções de pele, os fármacos são de uso tópico. Nos quadros sistêmicos, anfotericina B
Fique de olho
Testes de fermentação e assimilação de açucares podem ser usados para confirmar a
identificação e determinar as espécies mais comuns de Candida, como C. tropicalis, C.
parapsilosis, C. guilliermondii, C. kefyr, C. krusei e C. lusitaniae. A C. glabrata se diferencia das
demais espécies, pois produz somente células de leveduras, não produzindo formas de pseudo-
hifas (BROOKS et al., 2014).
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3.2 Criptococose
A criptococose é uma infecção subaguda ou crônica causada por Cryptococcus neoformans. Trata-se de uma
doença fúngica invasiva, que apresenta risco a vida. A doença é especialmente importante em pacientes com
AIDS. A espécie Cryptococcus gattii também pode causar a doença em seres humanos, porém de forma menos
frequente. C. neoformans é uma levedura oval com brotamentos, envolvida por uma grande cápsula
polissacarídica. O fungo está mundialmente distribuído na natureza, sendo facilmente encontrado em solos
contendo fezes secas de pombos. Os pássaros não são infectados (BROOKS et al., 2014; DE ALMEIDA; LEVINSON,
2016).
A infecção ocorre após a inalação de células leveduriformes secas, minimamente encapsuladas na natureza e
facilmente aerossolizadas. Inicialmente, ocorre infecção pulmonar, que pode ser assintomática ou semelhante à
leveduras podem se multiplicar e se disseminar para outras partes do corpo, especialmente para o sistema
ou granulomatosa. A criptococose tem como principal manifestação clínica a meningite crônica, que pode ser
similar a um tumor cerebral, abscesso cerebral, doença degenerativa do sistema nervoso central ou a qualquer
meningite bacteriana ou fúngica. A pressão do líquido cerebroespinal (LCR), os níveis de proteínas e a contagem
de células podem estar elevadas, enquanto a concentração de glicose se apresenta normal ou baixa. Além disso,
os pacientes podem exibir cefaleia, rigidez de nuca, desorientação, lesões na pele, pulmões ou em outros órgãos.
A infecção não pode ser transmitida entre pessoas (BROOKS et al., 2014; DE ALMEIDA; LEVINSON, 2016).
O diagnóstico pode ser realizado ao exame microscópico e utilização de cultura. As amostras incluem LCR,
tecido, exsudatos, escarro, sangue, raspados cutâneos e urina. Para microscopia direta, as amostras devem ser
misturadas com tinta nanquim, que evidencia a cápsula fúngica. Na maior parte dos meios de cultura, o
crescimento de colônias pode ser visualizado em poucos dias, em temperatura ambiente ou a 37ºC. Além disso, a
técnica de sorologia também pode ser utilizada. Os testes podem ser realizados em amostras de LCR, urina e
soro. O tratamento com anfotericina B e flucitosina é usado para meningite e outras doenças disseminadas. Em
pacientes com AIDS, o fluconazol é empregado para supressão em longo prazo da meningite criptocócica
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Figura 1 - Cápsula de Cryptococcus neoformans
Fonte: Mohd Firdaus Othman, Shutterstock, 2020
#PraCegoVer: A imagem mostra um Cryptococcus neoformans corado em tinta nanquim, evidenciando sua
cápsula.
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3.3 Aspergilose
A aspergilose é definida como um espectro de doenças que podem ser causadas por várias espécies de
Aspergillus. A infecção ocorre em todo o mundo, sendo que as espécies são sapróbios onipresentes na natureza.
O A. fumigatus é a espécie humana mais comum, porém, outros, como A. flavus, A niger, A terreus e A. lentulus.
também podem causar a micose. Essas espécies não são dimórficas e ocorrem somente como fungo filamentosos.
Possuem hifa septada e formam ramificações dicotômicas, em formato de V (BROOKS et al., 2014; DE ALMEIDA;
LEVINSON, 2016).
Os fungos estão extensamente distribuídos na natureza. Eles produzem cadeias de conídios, desenvolvendo-se
na vegetação em decomposição. A transmissão ocorre pela inalação dos conídios presentes no ar. A. fumigatus
possui a capacidade de colonizar e invadir regiões lesionadas da pele, de feridas, de queimaduras, da córnea, da
orelha externa e seios paranasais. Nos pulmões, os macrófagos alveolares são responsáveis por fagocitar e
imunocomprometidos tem sua capacidade de conter o inóculo reduzida. Dessa forma, os conídios intumescem
(aumentam de volume) e se desenvolvem (germinam), produzindo hifas que tendem a invadir cavidades
A. fumigatus é a causa mais frequente de sinusite fúngica. Em imunocomprometidos, o fungo invade os pulmões
e outros órgãos, produzindo hemoptises (tosse com sangue) e granulomas. Os aspergilos são conhecidos por
Dentro dessas cavidades eles produzem um aspergiloma (bola fúngica), que pode ser visualizada através de
radiografia de tórax. Outra manifestação clínica é a aspergilose broncopulmonar alérgica (ABPA). Trata-se de
uma reação de hipersensibilidade à presença de Aspergillus nos brônquios. Os pacientes com ABPA apresentam
sintomas de asma e alta titulação de IgE contra antígenos de Aspergillus, além de expectorarem fragmentos de
Em biópsias, podem ser observadas hifas ramificadas e septadas invadindo o tecido. Nas culturas as colônias,
podem ser vistas em cadeia de conídios dispostas radialmente. Apesar disso, as culturas positivas não são
indicativas de doença, pois a colonização é comum. A sorologia também pode ser utilizada no diagnóstico, sendo
que, em indivíduos com aspergilose invasiva, podem ocorrer altos títulos do antígeno galactomanana no soro.
Voriconazol ou anfotercina B são empregados no tratamento de aspergilose invasiva. Indivíduos com ABPA
podem ser tratados com corticosteroides e agentes antifúngicos. Como complemento, a bola fúngica pode ser
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3.4 Mucormicose
A mucormicose, zigomicose ou ficomicose, é uma doença causada por fungos filamentosos saprofíticos, como
Mucor, Rhizopus e Absidia, encontrados no meio ambiente. Os fungos são transmitidos por esporos no ar e
invadem tecidos de indivíduos imunocomprometidos. Eles proliferam nas paredes dos vasos sanguíneos,
especialmente nos seios paranasais, nos pulmões ou no intestino, onde causam infarto e necrose do tecido distal
pela obstrução das veias. Diabéticos são susceptíveis a mucormicose rinocerebral, na qual os esporos germinam
e formam hifas que invadem a corrente sanguínea responsável pelo suprimento do encéfalo. A espécie Rhizopus
oryzae causa cerca de 60% dos casos de mucormicose (BROOKS et al., 2014; LEVINSON, 2016).
Os fungos podem ser observados microscopicamente como hifas septadas com paredes espessas, irregulares e
ramificadas em amostras de biópsia. Em culturas, colônias com esporos presentes no interior de um esporângio
são observadas. O tratamento do distúrbio, associado ao uso de anfotericina B e a remoção cirúrgica do tecido
necrosado infectado, resulta em redução da doença ou cura, quando o diagnóstico é realizado precocemente
Assista aí
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é isso Aí!
Nesta unidade, você teve a oportunidade de:
• conhecer os principais fungos causadores de doenças humanas;
• aprender sobre a classificação das infecções fúngicas;
• saber quais são as micoses superficiais, cutâneas, subcutâneas, sistêmicas e oportunistas;
• entender quais são os agentes endógenos e exógenos responsáveis pelas infecções;
• saber quais as técnicas diagnósticas utilizadas e os tratamentos disponíveis para essas micoses.
Referências
ALMEIDA, DR S. R. Apostila de micologia clínica. Faculdade Ciências
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BROOKS, G. F. et al. Microbiologia Médica de Jawetz, Melnick & Adelberg-26. AMGH Editora, 2014.
DALLA LANA, D. F. et al. Dermatofitoses: agentes etiológicos, formas clínicas, terapêutica e novas perspectivas de
DIXON, J. M. et al. Assessment of the acceptability of conservative management of fibroadenoma of the breast.
MEZZARI, A. et al. Prevalência de micoses superficiais e cutâneas em pacientes atendidos numa atividade de
SILVA, L. L. da; OLIVEIRA, G. M. G. de; NETO, M. J. Atividade fungicida de plantas do cerrado contra micoses
SOMENZI, C. C.; RIBEIRO, T. S.; MENEZES, A. Características particulares da micologia clínica e o diagnóstico
VEASEY, J. V. et al. White piedra, black piedra, tinea versicolor, and tinea nigra: contribution to the diagnosis of
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