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 DIREITOS DO ADVOGADO O art.

7º, XIII, prevê a possibilidade de fazer cópias de


processo, mesmo sem procuração, dispositivo que teve
ESTATUTO DA OAB - LEI 8.906/94 sua redação alterada em 2019, para excetuar essa pos-
sibilidade concedida pela lei não apenas nos casos de
Art. 7º São direitos do advogado:
sigilo, mas, também, de segredo de justiça:
I - exercer, com liberdade, a profissão em todo o
território nacional; Art. 7º (...)

II - a inviolabilidade de seu escritório ou local de XIII - examinar, em qualquer órgão dos Poderes
trabalho, bem como de seus instrumentos de tra- Judiciário e Legislativo, ou da Administração Públi-
balho, de sua correspondência escrita, eletrônica, ca em geral, autos de processos findos ou em an-
telefônica e telemática, desde que relativas ao e- damento, mesmo sem procuração, quando não es-
xercício da advocacia; tiverem sujeitos a sigilo ou segredo de justiça, as-
segurada a obtenção de cópias, com possibilidade
de tomar apontamentos;
A inviolabilidade abrange a relação entre o advogado e
o cliente, estabelecendo que este vínculo é tutelado de
Outro inciso que sofreu modificação, em 2016, é o inci-
maneira especial. Isso quer dizer que troca de mensa-
so XIV do art. 7º:
gens, documentos, ligações telefônicas entre cliente e
advogado, além do escritório de advocacia que mantém Art. 7º (...)
informações e documentos de seu cliente, são todos XIV - examinar, em qualquer instituição responsá-
invioláveis! Essa inviolabilidade NÃO é absoluta, sendo vel por conduzir investigação, mesmo sem procu-
relativa! ração, autos de flagrante e de investigações de
qualquer natureza, findos ou em andamento, ain-
Em relação à inviolabilidade, o art. 7º, §§6º e 7º do da que conclusos à autoridade, podendo copiar
Estatuto traz a possibilidade de quebra da inviolabilida- peças e tomar apontamentos, em meio físico ou
de: digital;
Art. 7º (...)
§6º Presentes indícios de autoria e materialidade Neste inciso, não está se falando de autos de processo,
da prática de crime por parte de advogado, a au- mas, sim, dos autos de flagrante e de inquérito, pois o
toridade judiciária competente poderá decretar a
assunto abordado é repartição policial. Assim, o advo-
quebra da inviolabilidade de que trata o inciso II
do caput deste artigo, em decisão motivada, ex-
gado pode, no flagrante e no inquérito, mesmo sem
pedindo mandado de busca e apreensão, específi- procuração, analisar o processo, tirar cópia, etc.
co e pormenorizado, a ser cumprido na presença Importante notar que, tanto o inciso XIII quanto o inciso
de representantes da OAB, sendo em qualquer hi-
XIV do art. 7º são inteiramente aplicáveis aos processos
pótese, vedada a utilização dos documentos das
mídias e dos objetos pertencentes a clientes do
e aos procedimentos eletrônicos, ressalvadas as disposi-
advogado averiguado, bem como dos demais ins- ções dos §§ 10 e 11, como determina o art. 7º, § 13
trumentos de trabalho que contenham informa- Art. 7º (...)
ções sobre os clientes.
§ 13 O disposto nos incisos XIII e XIV
§7º A ressalva constante do § 6º deste artigo não do caput deste artigo aplica-se integralmente a
se estende a clientes do advogado averiguado processos e a procedimentos eletrônicos, ressal-
que estejam formalmente investigados como seus vado o disposto nos §§ 10 e 11 deste artigo.
partícipes ou coautores pela prática o mesmo cri-
me que deu causa à quebra da inviolabilidade.
Ao se tratar de um inquérito ou auto de flagrante que
contenha sigilo, o Estatuto estabelece:
 Advogado e Procuração
Art. 7º (...)
O art. 7º, III, traz o direito de se comunicar com o clien-
te: § 10. Nos autos sujeitos a sigilo, deve o advogado
apresentar procuração para o exercício dos direi-
Art. 7º (...) tos de que trata o inciso XIV.
III - comunicar-se com seus clientes, pessoal e re- § 11. No caso previsto no inciso XIV, a autoridade
servadamente, mesmo sem procuração, quando competente poderá delimitar o acesso do advo-
estes se acharem presos, detidos ou recolhidos em gado aos elementos de prova relacionados a dili-
estabelecimentos civis ou militares, ainda que gências em andamento e ainda não documenta-
considerados incomunicáveis; dos nos autos, quando houver risco de comprome-
timento da eficiência, da eficácia ou da finalidade Ainda acerca da procuração do advogado, o art. 7, VI,
das diligências. “d” traz a hipótese de participação em assembleia ape-
§ 12. A inobservância aos direitos estabelecidos nas se houver procuração com poderes especiais:
no inciso XIV, o fornecimento incompleto de autos Art. 7º São direitos do advogado:
ou o fornecimento de autos em que houve a reti-
rada de peças já incluídas no caderno investigativo VI - ingressar livremente:
implicará responsabilização criminal e funcional
(...)
por abuso de autoridade do responsável que im-
pedir o acesso do advogado com o intuito de pre- d) em qualquer assembleia ou reunião de que
judicar o exercício da defesa, sem prejuízo do di- participe ou possa participar o seu cliente, ou pe-
reito subjetivo do advogado de requerer acesso rante a qual este deva comparecer, desde que
aos autos ao juiz competente. munido de poderes especiais;
§ 13. O disposto nos incisos XIII e XIV
do caput deste artigo aplica-se integralmente a
processos e a procedimentos eletrônicos, ressal-
Comunicar com cliente
vado o disposto nos §§ 10 e 11 deste artigo. preso/Incomunicável

Assim, se os autos estão sujeitos a sigilo, haveria a exi-


gência de procuração do advogado para que este tenha Examinar autos de flagrante e de
acesso ao caderno investigativo. Porém, os §§ 11 e 12 investigação
falam da responsabilização criminal pelo fornecimento
incompleto, ou seja, se eventualmente se tem uma Sem Procuração
diligência cujo fornecimento de documentação ao advo-
Carga de processos findos
gado acerca desta diligência possa prejudicar sua efeti- (prazo de 10 dias)
vação, esta não será mostrada ao advogado. Mas é
importante ressaltar que tal diligência não consta no
caderno investigativo, pois tudo que está documentado
nos autos é de exibição obrigatória ao advogado, uma Vista de processos judiciais ou
vez que este tem acesso integral aos autos de flagran- administrativos
te/investigação.
Em relação aos autos dos processos judiciais, o art. 7º Examinar autos de flagrante e de
também traz direitos ao advogado: Com Procuração investigação quando com sigilo
ou segrego de justiça
Art. 7º (...)
XV - ter vista dos processos judiciais ou adminis-
trativos de qualquer natureza, em cartório ou na
Com Procuração com Participar de Assembleias
repartição competente, ou retirá-los pelos prazos
legais; Poderes Especiais
XVI - retirar autos de processos findos, mesmo
sem procuração, pelo prazo de dez dias;
(...)
§ 1º Não se aplica o disposto nos incisos XV e XVI:  Ingressar Livremente
1) aos processos sob regime de segredo de justiça; O art. 7º do Estatuto trabalha com a ideia do advogado
2) quando existirem nos autos documentos origi-
ingressar livremente em determinados locais:
nais de difícil restauração ou ocorrer circunstância Art. 7º (...)
relevante que justifique a permanência dos autos
no cartório, secretaria ou repartição, reconhecida VI - ingressar livremente:
pela autoridade em despacho motivado, proferido a) nas salas de sessões dos tribunais, mesmo além
de ofício, mediante representação ou a requeri- dos cancelos que separam a parte reservada aos
mento da parte interessada; magistrados;
3) até o encerramento do processo, ao advogado b) nas salas e dependências de audiências, secre-
que houver deixado de devolver os respectivos tarias, cartórios, ofícios de justiça, serviços nota-
autos no prazo legal, e só o fizer depois de intima- riais e de registro, e, no caso de delegacias e pri-
do. sões, mesmo fora da hora de expediente e inde-
pendentemente da presença de seus titulares;
c) em qualquer edifício ou recinto em que funcio- O art. 7º, V, EOAB, traz a prisão do advogado quando
ne repartição judicial ou outro serviço público on- não há motivo vinculado ao exercício da profissão.
de o advogado deva praticar ato ou colher prova Assim, quando o advogado for preso antes do trânsito
ou informação útil ao exercício da atividade profis-
em julgado da sentença ficará em sala de Estado Maior
sional, dentro do expediente ou fora dele, e ser a-
ou, na falta desta, em prisão domiciliar:
tendido, desde que se ache presente qualquer ser-
vidor ou empregado; Art. 7º (...)
d) em qualquer assembleia ou reunião de que V - não ser recolhido preso, antes de sentença
participe ou possa participar o seu cliente, ou pe- transitada em julgado, senão em sala de Estado
rante a qual este deva comparecer, desde que Maior, com instalações e comodidades condig-
munido de poderes especiais; nas, assim reconhecidas pela OAB, e, na sua falta,
em prisão domiciliar; (Vide ADIN 1.127-8)
VII - permanecer sentado ou em pé e retirar-se de
quaisquer locais indicados no inciso anterior, in-
dependentemente de licença;
Não se incluiu no texto deste inciso V a expressão “as-
VIII - dirigir-se diretamente aos magistrados nas sim reconhecidas pela OAB”, que ainda aparece no Esta-
salas e gabinetes de trabalho, independentemen-
tuto, já que, em princípio, a possibilidade da dependên-
te de horário previamente marcado ou outra
cia ter que sofrer apreciação por parte da OAB teve a
condição, observando-se a ordem de chegada;
sua eficácia suspensa em liminar deferida pelo STF na
ADIN 1.127-8. Como argumento utilizado para conven-
 Advogado e o critério de sua prisão cer o pretório excelso, foi levantado o fato de a OAB
deixar de enviar representantes em um tempo hábil
Quando preso em flagrante por motivo vinculado ao como subterfúgio para inviabilizar a prisão de advogado.
exercício da profissão, o advogado tem direito a pre- Partindo desta decisão liminar, o STF acabou por maio-
sença de representante da OAB, conforme o art.7º, IV, ria de votos declarando a inconstitucionalidade da ex-
EOAB. pressão “assim reconhecidas pela OAB”.
Art. 7º (...)
IV - ter a presença de representante da OAB,
 Advogado e o uso da palavra
quando preso em flagrante, por motivo ligado ao
exercício da advocacia, para lavratura do auto Há critério de sustentação oral pelo advogado em todo
respectivo, sob pena de nulidade e, nos demais ca- o processo? Conforme o que estava previsto no art. 7º,
sos, a comunicação expressa à seccional da OAB; IX do Estatuto, poderia sim haver sustentação oral em
(...) todos os recursos do processo:
§ 3º O advogado somente poderá ser preso em Art. 7º (...)
flagrante, por motivo de exercício da profissão,
IX - sustentar oralmente as razões de qualquer re-
em caso de crime inafiançável, observado o dis-
curso ou processo, nas sessões de julgamento, a-
posto no inciso IV deste artigo.
pós o voto do relator, em instância judicial ou ad-
ministrativa, pelo prazo de quinze minutos, salvo
se prazo maior for concedido; (Vide ADIN 1.127-8)
Conforme o juízo do Plenário do STF, o pretório excelso (Vide ADIN 1.105-7)
julgou constitucional a exigência da presença do repre-
sentante da OAB para a prisão em flagrante de advoga-
do por motivo relacionado ao exercício da advocacia. Como se percebe, todo o inciso foi declarado inconsti-
Contudo, em nome do princípio constitucional da igual- tucional pela ADIN 1.127-8. Não seria em qualquer
dade de todos, foi decidido que, no caso de a OAB não recurso que caberia sustentação oral, bem como incons-
enviar tal representante em tempo hábil (tempo hábil titucional a previsão de 15 minutos de sustentação e de
que será determinado pela autoridade que executou a esta ocorrer necessariamente após o voto do relator.
prisão), a validade da prisão em flagrante deverá ser Dessa forma, o advogado terá direito à sustentação
mantida (STF - ADIN 1.127-8 - DF - 17/05/06). Portanto, oral quando a lei ou o regimento daquele tribunal
há verdadeiramente a obrigação de ser comunicada à determina este direito.
OAB, mas a necessária preocupação do envio do repre-
sentante deve ser da OAB, pois o atraso do representan- Não se pode confundir o inciso que foi declarado in-
te não vai invalidar a atuação em flagrância delitiva. O constitucional com a intervenção sumária, que vem
Plenário do STF decidiu, na ADIN 1.127-8, que a prisão é prevista no art. 7º, X, EOAB. A intervenção sumária nada
válida caso o representante da OAB, após ser comuni- mais é do que a possibilidade do advogado usar a pala-
cado, não compareça ao local em tempo razoável. vra para eventual elucidação dos fatos ou de dúvida
que surgiu.
Art. 7º (...) causa, como nos casos de grave ameaça ao direito
à vida e à honra ou que envolvam defesa própria.
X - usar da palavra, pela ordem, em qualquer juízo
ou tribunal, mediante intervenção sumária, para
esclarecer equívoco ou dúvida surgida em relação Art. 38. O advogado não é obrigado a depor, em
a fatos, documentos ou afirmações que influam no processo ou procedimento judicial, administrativo
julgamento, bem como para replicar acusação ou ou arbitral, sobre fatos a cujo respeito deva guar-
censura que lhe forem feitas; dar sigilo profissional.

 Advogado e o sigilo profissional Quando houver conflito entre interesses de clientes do


advogado, este não poderá defender ambos os clien-
O art. 7, XIX, EOAB, traz a recusa de depoimento, como
tes. O CED estabelece que não poderá haver a quebra
testemunha, pelo advogado, por conta do sigilo profis-
de sigilo profissional em relação aos demais clientes,
sional. Este sigilo está vinculado a questões de ordem
quando escolher apenas um para defender:
pública, ou seja, quando o advogado tem conhecimen-
tos sobre fatos de um processo em que está trabalhan- Art. 20. Sobrevindo conflito de interesses entre
do (ou trabalhou), não poderá depor como testemunha: seus constituintes e não conseguindo o advogado
harmonizá-los, caber-lhe-á optar, com prudência e
Art. 7º (...) discrição, por um dos mandatos, renunciando aos
XIX - recusar-se a depor como testemunha em demais, resguardado sempre o sigilo profissional.
processo no qual funcionou ou deva funcionar, ou
sobre fato relacionado com pessoa de quem seja
ou foi advogado, mesmo quando autorizado ou  Advogado e a prática de crime
solicitado pelo constituinte, bem como sobre fato
A imunidade profissional está regulada conforme o art.
que constitua sigilo profissional;
7º, §2º, EOAB:
Art. 7º (...)
Assim, o advogado não pode ser testemunha relacio-
§ 2º O advogado tem imunidade profissional, não
nada a sujeito que foi seu cliente, não podendo depor constituindo injúria, difamação ou desaca-
sobre fatos de que teve conhecimento no exercício da to puníveis qualquer manifestação de sua parte,
advocacia, mesmo quando solicitado/autorizado pelo no exercício de sua atividade, em juízo ou fora de-
constituinte. le, sem prejuízo das sanções disciplinares perante
a OAB, pelos excessos que cometer. (Vide ADIN
Inclusive, o Código de Ética e Disciplina da OAB (CED)
1.127-8)
prevê:
Art. 35. O advogado tem o dever de guardar sigilo
dos fatos de que tome conhecimento no exercício O STF, através da ADIN 1.127-8, declarou inconstitucio-
da profissão. nal a imunidade profissional para desacato. O advoga-
Parágrafo único. O sigilo profissional abrange os fa- do deve ter um tratamento cordial com seus colegas e
tos de que o advogado tenha tido conhecimento terceiros, como prevê o art. 27, CED:
em virtude de funções desempenhadas na Ordem Art. 27. O advogado observará, nas suas relações
dos Advogados do Brasil. com os colegas de profissão , agentes poli ́ticos , au-
toridades, servidores públicos e terceiros em g eral,
Art. 36. O sigilo profissional é de ordem pública , o dever de urbanidade, tratando a todos com res-
independendo de solicitação de reserva que lhe se- peito e consideração , ao mesmo tempo em que
ja feita pelo cliente. preservará seus direitos e prerrogativas , devendo
exigir igual tratamento de todos com quem se re-
§ 1º Presumem-se confidenciais as comunicações lacione.
de qualquer advogado e cliente.
§ 1º O dever de urbanidade há de ser observado ,
§ 2º O advogado, quando no exercício das funções da mesma forma, nos atos e manifestações rel a-
de mediador, conciliador e arbitro, se submete as cionados aos pleitos eleitorais no âmbito da Ordem
regras de sigilo profissional. dos Advogados do Brasil.
§ 2º No caso de ofensa à honra do advogado ou à
Importante ressaltar que o sigilo profissional possui imagem da instituição , adotar-se-ão as medidas
cabíveis, instaurando-se processo ético -disciplinar
algumas exceções, que vêm previstas no CED:
e dando -se ciência à s autorid ades competentes
Art. 37. O sigilo profissional cederá em face de cir- para apuração de eventual ilícito penal.
cunstâncias excepcionais que configurem justa
Este dever de urbanidade é exigido do advogado, uma XII - falar, sentado ou em pé, em juízo, tribunal ou
vez que a imagem deste e da instituição devem ser órgão de deliberação coletiva da Administração
preservadas também. Caso contrário, caso haja dano ao Pública ou do Poder Legislativo;
advogado ou a imagem da instituição, há a proteção (...)
pela OAB mediante o ato de desagravo público, que
XX - retirar-se do recinto onde se encontre aguar-
vem expresso no art. 7, XVII do Estatuto:
dando pregão para ato judicial, após trinta minutos
Art. 7º (...) do horário designado e ao qual ainda não tenha
comparecido a autoridade que deva presidir a ele,
XVII - ser publicamente desagravado, quando o- mediante comunicação protocolizada em juízo;
fendido no exercício da profissão ou em razão de-
la;
Conforme previsão do Estatuto, não tendo comparecido
o juiz que deveria presidir a audiência após trinta minu-
Quem faz o desagravo público é o conselho competen-
tos do horário designado, o advogado pode se retirar
te, ou seja, o Conselho Seccional. Quem pode promover
do local onde estava aguardando o pregão, podendo (e
este desagravo público é o próprio advogado ofendido,
não devendo) exigir o registro da ocorrência pelo escri-
a OAB, de ofício, poderá efetivar/iniciar tal ato, ou qual-
vão ou secretário, ou ainda, ele pode protocolar a co-
quer pessoa. Ainda, conforme o art. 7º, §5º, EOAB:
municação do ocorrido.
Art. 7º (...)
§ 5º No caso de ofensa a inscrito na OAB, no exer- Art. 7º (...)
cício da profissão ou de cargo ou função de órgão XXI - assistir a seus clientes investigados durante a
da OAB, o conselho competente deve promover o apuração de infrações, sob pena de nulidade abso-
desagravo público do ofendido, sem prejuízo da luta do respectivo interrogatório ou depoimento e,
responsabilidade criminal em que incorrer o infra- subsequentemente, de todos os elementos inves-
tor. tigatórios e probatórios dele decorrentes ou deri-
vados, direta ou indiretamente, podendo, inclusi-
ve, no curso da respectiva apuração:
O direito de desagravo está condicionado à ofensa em
a) apresentar razões e quesitos;
relação à condição de profissional do sujeito, isto é,
aquilo que atinge a honra, a imagem e o nome do pro-
fissional, não entrando, portanto, nesse direito, desa-
Por fim, destaca-se que o Estatuto prevê a existência de
gravar algum advogado que tenha sofrido ofensa na
salas instaladas nas unidades judiciárias como forma de
condição não de advogado, mas em seu foro íntimo.
suporte aos advogados:
- Importante: o fato de ser concedido o direito de desa- Art. 7º (...)
gravo do profissional não o impede de promover a devi-
da ação pelas vias civil e penal para se proteger daquilo § 4º O Poder Judiciário e o Poder Executivo devem
que lhe foi ferido pelo ato de alguém às suas condições instalar, em todos os juizados, fóruns, tribunais,
delegacias de polícia e presídios, salas especiais
de profissional.
permanentes para os advogados, com uso e con-
trole assegurados à OAB. (Vide ADIN 1.127-8)
Ao advogado, ainda, é assegurado o direito de utiliza-
ção dos símbolos privativos de sua profissão:
Art. 7º (...) Importante notar que o STF, por maioria de votos, deci-
diu pela exclusão da expressão “e controle” que fazia
XVIII - usar os símbolos privativos da profissão de parte da redação original deste parágrafo, entendendo
advogado;
que a OAB não tem a prerrogativa desta competência
de controlar tais salas que são destinadas aos advoga-
dos nos órgãos públicos, mas que lhe está reservada
Ainda, o Estatuto prevê expressamente, como direitos
apenas o uso.
do advogado, determinadas ações relacionadas direta-
mente com a sua atuação em Juízo:
Art. 7º (...)
XI - reclamar, verbalmente ou por escrito, perante
qualquer juízo, tribunal ou autoridade, contra a i-
nobservância de preceito de lei, regulamento ou
regimento;
 DIREITOS DA ADVOGADA rão concedidos pelo prazo previsto no art. 392 do
Decreto-Lei no 5.452, de 1º de maio de 1943 (Con-
solidação das Leis do Trabalho).
Em 2016, houve algumas alterações relevantes no Esta-
tuto da Advocacia, acrescentando o art. 7º-A, que trata
dos direitos da advogada em quatro situações:
 Advogada Adotante ou que der à luz
- Advogada Gestante Art. 7º-A. São direitos da advogada:
- Advogada Lactante IV - adotante ou que der à luz, suspensão de pra-
- Advogada Adotante zos processuais quando for a única patrona da cau-
sa, desde que haja notificação por escrito ao clien-
- Advogada que der à luz te.

O principal, neste ponto, é que a advogada, mesmo


nessas situações, está exercendo a advocacia. Assim, a A suspensão de prazos processuais para a parte que
lei protege o exercício da profissão da advogada nesses possui como única advogada a mulher adotante ou que
momentos específicos. deu à luz será de 30 dias. Ressalta-se que o processo
continuará a correr, ficarão suspensos apenas os prazos
processuais.
 Advogada Gestante
Ainda, o CPC prevê a suspensão do processo quando o
Art. 7º-A. São direitos da advogada: advogado responsável pelo processo constituir o único
I - gestante: patrono da causa e tornar-se pai, a teor do art. 313, X.
a) entrada em tribunais sem ser submetida a de-
tectores de metais e aparelhos de raios X;
b) reserva de vaga em garagens dos fóruns dos
tribunais;

 Advogada Lactante, adotante ou que der à luz


Art. 7º-A. São direitos da advogada:
II - lactante, adotante ou que der à luz, acesso a
creche, onde houver, ou a local adequado ao a-
tendimento das necessidades do bebê;

 Advogada Gestante, lactante, adotante ou que der


à luz
Art. 7º-A. São direitos da advogada:
III - gestante, lactante, adotante ou que der à luz,
preferência na ordem das sustentações orais e
das audiências a serem realizadas a cada dia, me-
diante comprovação de sua condição;

A preferência que o Estatuto da Advocacia traz não é


aplicável a tramitação do processo, mas apenas nas
sustentações orais e nas audiências realizadas. Quando
a advogada que der à luz, o §2º do mesmo artigo prevê:
Art. 7º-A. (...)
§ 1º Os direitos previstos à advogada gestante ou
lactante aplicam-se enquanto perdurar, respecti-
vamente, o estado gravídico ou o período de a-
mamentação.
§ 2º Os direitos assegurados nos incisos II e III des-
te artigo à advogada adotante ou que der à luz se-
CAIU NA PROVA! C) A lavratura do auto de prisão em flagrante foi eivada

de nulidade, em razão da ausência de representante da
OAB, devendo ser concedida liberdade provisória não
1
cumulada com aplicação de medidas cautelares diversas
Maria Lúcia é parte em um processo judicial que tramita da prisão.
em determinada Vara da Infância e Juventude, sendo D) A lavratura do auto de prisão em flagrante não é
defendida, nos autos, pelo advogado Jeremias, integran- viciada e independe de comunicação à seccional da OAB
te da Sociedade de Advogados Y. No curso da lide, ela
respectiva.
recebe a informação de que a criança, cujos interesses
são debatidos no feito, encontra-se em proeminente
situação de risco, por fato que ocorrera há poucas ho- 3
ras. Ocorre que o advogado Jeremias não se encontra
na cidade naquela data. Por isso, Maria Lúcia procura o Em certa situação, uma advogada, inscrita na OAB, foi
advogado Paulo, o qual, após analisar a situação, conclui ofendida em razão do exercício profissional durante a
ser necessário postular, imediatamente, medida de realização de uma audiência judicial. O ocorrido foi
busca e apreensão do infante. Considerando o caso amplamente divulgado na mídia, assumindo grande
hipotético, assinale a afirmativa correta. notoriedade e revelando, de modo urgente, a necessi-
dade de desagravo público. Considerando que o desa-
A) Paulo poderá aceitar procuração de Maria Lúcia e gravo será promovido pelo Conselho competente, seja
postular a busca e apreensão, independentemente de pelo órgão com atribuição ou pela Diretoria ad referen-
prévio conhecimento de Jeremias ou da Sociedade de dum, assinale a afirmativa correta.
Advogados Y.
A) A atuação se dará apenas mediante provocação, a
B) Paulo poderá aceitar procuração de Maria Lúcia e pedido da ofendida ou de qualquer outra pessoa. É
postular a busca e apreensão, apenas após o prévio condição para concessão do desagravo a solicitação de
conhecimento de Jeremias, não sendo suficiente infor- informações à pessoa ou autoridade apontada como
mar à Sociedade de Advogados Y, sob pena de cometi- ofensora.
mento de infração ética.
B) A atuação se dará de ofício ou mediante pedido, o
C) Paulo poderá aceitar procuração de Maria Lúcia e qual deverá ser formulado pela ofendida, seu represen-
postular a busca e apreensão, apenas após o prévio tante legal ou advogado inscrito na OAB. É condição
conhecimento de Jeremias ou da Sociedade de Advoga- para concessão do desagravo a solicitação de informa-
dos Y, sob pena de cometimento de infração ética. ções à pessoa ou autoridade apontada como ofensora.
D) Paulo não poderá aceitar procuração de Maria Lúcia C) A atuação se dará de ofício ou mediante provocação,
e postular a busca e apreensão, mesmo que seja pro- seja da ofendida ou de qualquer outra pessoa. Não é
movido o prévio conhecimento de Jeremias e da Socie- condição para concessão do desagravo a solicitação de
dade de Advogados Y, sem antes ocorrer a renúncia ou informações à pessoa ou autoridade apontada como
revogação do mandato, sob pena de cometimento de ofensora.
infração ética.
D) A atuação se dará de ofício ou mediante pedido, o
qual deverá ser formulado pela ofendida, seu represen-
2 tante legal ou advogado inscrito na OAB. Não é condição
para concessão do desagravo a solicitação de informa-
O advogado X foi preso em flagrante enquanto furtava ções à pessoa ou autoridade apontada como ofensora.
garrafas de vinho, de valor bastante expressivo, em
determinado supermercado. Conduzido à delegacia, foi
lavrado o auto de prisão em flagrante, sem a presença 4
de representante da OAB. Com base no disposto no
Estatuto da Advocacia e da OAB, assinale a afirmativa A advogada Mariana, gestante, ao ingressar em certo
correta. Tribunal de Justiça, foi solicitada a passar por aparelho
de raios X e por detector de metais.
A) A lavratura do auto de prisão em flagrante foi eivada
de nulidade, em razão da ausência de representante da Considerando o caso narrado, de acordo com o Estatuto
OAB, devendo a prisão ser relaxada. da Advocacia e da OAB, assinale a afirmativa correta.
B) A lavratura do auto de prisão em flagrante não é A) Mariana tem o direito de não ser submetida a apare-
viciada, desde que haja comunicação expressa à seccio- lho de raios X, embora deva passar pelo detector de
nal da OAB respectiva. metais, independentemente de motivação.
B) Mariana tem o direito de não ser submetida a apare-
lho de raios X. Quanto ao detector de metais, deverá
passar pelo aparelho apenas se evidenciada situação
especial de segurança, em ato motivado.
C) Mariana deverá, por medida de segurança, passar
pelo aparelho de raios X e pelo detector de metais, a
menos que haja contraindicação médica expressa.
D) Mariana tem o direito, independentemente do teor
da alegação sobre segurança, de não ser submetida ao
detector de metais, nem ao aparelho de raios X.

5
O advogado João, conselheiro em certo Conselho Sec-
cional da OAB, foi condenado, pelo cometimento de
crime de tráfico de influência, a uma pena privativa de
liberdade. João respondeu ao processo todo em liber-
dade, apenas tendo sido decretada a prisão após o trân-
sito em julgado da sentença condenatória.
Quanto aos direitos de João, considerando o disposto
no Estatuto da Advocacia e da OAB, assinale a afirmativa
correta.
A) João tem direito à prisão domiciliar em razão de suas
atividades profissionais, ou à prisão em sala de Estado
Maior, durante todo o cumprimento da pena que se
inicia, a critério do juiz competente.
B) João tem direito a ser preso em sala de Estado Maior
durante o cumprimento integral da pena que se inicia.
Apenas na falta desta, em razão de suas atividades pro-
fissionais, terá direito à prisão domiciliar.
C) João não tem direito a ser preso em sala de Estado
Maior em nenhum momento do cumprimento da pena
que se inicia, nem terá direito, em decorrência de suas
atividades profissionais, à prisão domiciliar.
D) João tem direito a ser preso em sala de Estado Maior
apenas durante o transcurso de seu mandato como
conselheiro, mas não terá direito, em decorrência de
suas atividades profissionais, à prisão domiciliar.

GABARITO:
1-A
2-B
3-C
4-D
5-C

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