Acadêmico: Eryc Luan Dias

Artigo: pandemia de COVID-19 e a mudança ambiental global. Necessidades emergentes

de pesquisas

A pandemia de covid 19 está desafiando os sistemas mundiais de saúde e economia.

Botando em prova que o mundo não está preparado para uma ameaça à saúde global. O foco
agora está na resposta à pandemia e desenvolvimento de vacinas. As ameaças à saúde devido
aos impactos ambientais podem parecer uma preocupação menos imediata: Mudanças
climáticas, poluição e o consumo insustentável que levaram aos grandes distúrbios
ambientais e perda da biodiversidade. Além disso, a crise causada pelo SARS-Cov-2,
mostrou a ligação entre as mudanças ambientais e o surgimento de novas doenças infecciosas
e nos alerta para a necessidade urgente de controle e de prevenir essas pandemias.

O surgimento de uma nova pandemia não foi algo inesperado, pois já haviam
inúmeros dados sobre o crescimento populacional, urbanização, destruição de habitats e a
globalização do comércio de animais vivos e pecuária intensiva, aumentando o risco de
transmissão de patógenos zoonóticos. Na realidade, o surgimento de várias doenças foi assim.
Desde 2002, como SARS (SARS-Cov), MERS-Cov, Zika vírus e Ebola vírus. A redução da
biodiversidade, o desmatamento e o desequilíbrio do ecossistema aumentam a probabilidade
do surgimento de uma epidemia, mas estudos adicionais são necessários para elucidar as
complexidades e permitir contramedidas eficientes (Morand e Lajaunie, 2017).

É essencial melhorar o conhecimento das causas ecológicas e comportamentais da

emergência e disseminação da infecção por coronavírus. Embora a natureza zoonótica do
SARS-CoV-2 tenha sido claramente demonstrada (Zhou et al. 2020), ainda há um elo perdido
entre as variantes virais isoladas de morcego, pangolim e humano (Wang et al. 2020) e o
hospedeiro intermediário (s) a partir dos quais o vírus foi transmitido ao ser humano.
Compreender a ecologia e epidemiologia do COVID-19 também requer a determinação das
bases genéticas da suscetibilidade dos hospedeiros, sejam eles espécies animais reservatórios
ou populações humanas.

As propostas dessa pesquisa, requerem abordagens transdisciplinares e estão inseridas em

questões de saúde planetária. Os esforços são contínuos e dispostos em várias escalas, desde
o financiamento institucional de pesquisas, educação e organização de pesquisas. A
colaboração também deve ser mundial. O que começou como uma crise de saúde tornou-se
um desafio social, econômico, ambiental e político.

A pandemia revelou a necessidade de considerar a saúde ambiental sistematicamente e

também está revelando lacunas de conhecimento em diversos campos e orientações de
pesquisa que vão além da COVID-19
1) a origem ecológica das doenças;
2) a interação entre estressores de saúde ambiental e doenças infecciosas;
3) uma avaliação integrada dos impactos sociais da doença, a resposta global e os planos
de recuperação.
É necessário identificar e implementar políticas que tragam benefícios de curto e longo prazo
para a saúde e a sustentabilidade. O que estamos aprendendo sobre as necessidades de
pesquisa relacionadas a esta pandemia também pode ser verdadeiro para outras mudanças
ambientais, como mudança climática e biodiversidade, e seu impacto na saúde humana.
Avisos anteriores sobre uma pandemia foram amplamente ignorados por muitas razões,
incluindo os custos imediatos de medidas preventivas. Em retrospectiva, é fácil ver que a
prevenção parece ser extremamente econômica

Referência:

BAROUKI, Robert; KOGEVINAS, Manolis; AUDOUZE, Karine; BELESOVA, Kristine;

BERGMAN, Ake; BIRNBAUM, Linda; BOEKHOLD, Sandra; DENYS, Sebastien;
DESSEILLE, Celine; DRAKVIK, Elina. The COVID-19 pandemic and global environmental
change: emerging research needs. Environment International, [S.L.], v. 146, p. 106272, jan.
2021. Elsevier BV. http://dx.doi.org/10.1016/j.envint.2020.106272.