Você está na página 1de 3

Constituição

A Constituição ou Carta Magna é um conjunto de regras de governo, muitas vezes


codificada como um documento escrito, que enumera e limita os poderes e funções de
uma entidade política. Essas regras formam, ou seja, constituir, o que a entidade é. No
caso dos países e das regiões autónomas dos países o termo refere-se especificamente a
uma Constituição que define a política fundamental, princípios políticos, e estabelece a
estrutura, procedimentos, poderes e direitos, de um governo. Ao limitar o alcance do
próprio governo, a maioria das constituições garantem certos direitos para o povo. O
termo Constituição pode ser aplicado a qualquer sistema global de leis que definem o
funcionamento de um governo, incluindo várias constituições históricas não codificadas
que existiam antes do desenvolvimento de modernas constituições codificadas.

A Constituição aplica-se a diferentes níveis de organização política. Eles existem em


nível nacional (por exemplo, a codificada Constituição do Canadá, a não codificada
Constituição do Reino Unido), por exemplo, a nível regional (a Constituição do Rio de
Janeiro), e às vezes de níveis mais baixos. Ela também define os vários grupos políticos
e outros, como partidos políticos, grupos de pressão, e sindicatos. A Constituição
supranacional é possível (por exemplo, se propôs a Constituição da União Européia). A
tradicional soberania absoluta das nações modernas assumiram uma constituição que é
frequentemente limitada pela ligação internacional dos tratados como a Convenção
Americana sobre Direitos Humanos, e a Convenção Européia dos Direitos do Homem,
que vincula os 47 países membros do Conselho da Europa.

A teoria constitucional moderna - técnica específica de limitação do poder com fins


garantístas, segundo a definição do constitucionalista português J.J. Gomes Canotilho -
tem a sua origem nas Revolução Americana e Francesa e coincide com a positivação
dos direitos fundamentais.

A Constituição rígida situa-se no topo da pirâmide normativa, recebe nomes como Lei
Fundamental, Lei Suprema, Lei das Leis, Lei Maior ou Magna Carta.

Preâmbulo da Constituição da República dos Estados Unidos do Brasil (1891)

A Constituição é elaborada pelo poder denominado constituinte originário ou primário


(cujo poder é, segundo a teoria clássica hoje questionada, soberano e ilimitado) e nos
países democráticos é exercido por uma Assembléia Constituinte.

A reforma (revisão ou emenda) da Constituição é feita pelo denominado poder


constituinte derivado reformador. O poder reformador é derivado, condicionado e
subordinado à própria Constituição, enfim é limitado pela vontade soberana do Poder
Constituinte Originário. Se for uma Constituição escrita e rígida exigirá procedimentos
mais difíceis e solenes para elaboração de emendas constitucionais do que exige para a
criação de leis ordinárias.

Muitas Constituições proíbem a abolição do conteúdo de algumas normas consideradas


fundamentais (núcleo intangível).
No Brasil (cuja constituição actual foi promulgada em 1988), essas normas são
conhecidas como cláusulas pétreas, e são previstas pelo art.60 (implicitamente
irreformável), que também prevê além das cláusulas pétreas (limitações materiais),
limitações circunstâncias e formais.

Dentres as cláusulas pétreas podemos citar, o artigo primeiro que trata dos fundamentos
da República Federativa do Brasil; o artigo 3º que trata dos objetivos de nossa
sociedade; o artigo 5º que elenca as Garantias e Direitos Fundamentais e invioláveis; o
artigo 6º que elenca um grupo de direitos mínimos (Piso Vital Mínimo) sem os quais o
ser humano (no Brasil) não se desenvolve plenamente. Há outros: art. 170 (atividade
econômica), 225 (Meio Ambiente), etc

Nos Estados Federativos, além da Constituição Federal, temos Constituições de cada


Estado Federado, subordinadas às previsões da Constituição Federal. É o poder
constituinte derivado decorrente.

A principal garantia dessa superioridade (supremacia, primazia) das Constituições


rígidas são os mecanismos de controle de constitucionalidade, que permitem afastar
num caso concreto a aplicação de uma norma incompatível com texto constitucional
(controle difuso) ou anulá-las quando uma norma, em tese, violar a Constituição
(controle concentrado).

As demais normas jurídicas (ditas infraconstitucionais) devem estar em concordância


com a Constituição, não podendo contrariar as exigências formais impostas pela própria
Constituição para a edição de uma norma infra-constitucional (constitucionalidade
formal) nem o conteúdo da Constituição (constitucionalidade material).

Entidades não-políticas, como corporações e associações, incorporadas ou não, têm


muitas vezes que é efetivamente um Constituição, muitas vezes chamado de
memorandos e estatutos.

A Constituição da Índia é a Constituição mais longa escrita de qualquer país soberano


do mundo[1], contendo 448 artigos e 94 emendas com 117.369 palavras em sua versão
na língua inglesa.[2].

Princípio da Unidade da Constituição


Fundamental para a manutenção do Estado, o princípio da unidade regula e pacifica os
conflitos de diversos grupos que formam uma sociedade. Portanto, necessário se faz que
os cidadãos se entendam como responsáveis por este princípio e não só o defendam
como também o sustente. Segundo este princípio, o direito constitucional deve ser
interpretado de forma a evitar antinomias entre suas normas e entre os princípios
constitucionais. Deve-se considerar a Constituição na sua globalidade, não interpretando
as normas de forma isolada, mas sim como preceitos integrados num sistema interno
unitário de normas e princípios.

Em decorrência desse princípio, tem-se que todas as normas da Constituição possuem


igual dignidade, não havendo hierarquia dentro dela; Além disso, não existem normas
constitucionais inconstitucionais, justamente pela ausência de hierarquia entre elas. Por
isso, não se pode reconhecer a inconstitucionalidade de uma regra em face de outra; Por
fim, não existem antinomias entre as normas, neste caso,o texto constitucional deve ser
visualizado de modo harmônico e com ponderação.

Você também pode gostar