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INTRODUÇÃO.....................................................................................................................................................2
A Ascensão de Salazar ao Governo.....................................................................................................................3
Resolução da questão financeira........................................................................................................................4
O Estado Novo e a Constituição de 1933............................................................................................................5
As Características do Estado Novo.....................................................................................................................6
A Influência fascista............................................................................................................................................7
A Política Externa...............................................................................................................................................7
ENTIDADES QUE CONTRIBUIRIAM PARA A CONTINUIDADE DO ESTADO NOVO:...............................................7
A Mocidade Portuguesa.............................................................................................................................7
A Censura...................................................................................................................................................8
A Polícia Política.........................................................................................................................................8
O Secretariado de Propaganda Nacional....................................................................................................8
A Emissora Nacional...................................................................................................................................9
União Nacional...........................................................................................................................................9
A Legião Portuguesa...................................................................................................................................9
CONCLUSÃO.....................................................................................................................................................10
BIBLIOGRAFIA...................................................................................................................................................11
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INTRODUÇÃO
Em 9 de Julho de 1926, o General Sinel de Cordes dirigiu um golpe de estado militar, tendo
governado o país em típica ditadura militar juntamente com Óscar Carmona até 1928.
Cordes que detinha a pasta das finanças tentou equilibrar o orçamento e estimular a
economia, mas como não tinha qualquer preparação para um empreendimento de tal dimensão,
nada conseguiu a não ser resultados desastrosos: o deficit atingiu níveis inauditos e o Governo teve
de dirigir-se à Sociedade das Nações a fim de conseguir um patrocínio na negociação de um
empréstimo externo.
Impunha-se formar novo Governo. Para a considerada essencial pasta das finanças, o
desejado era Salazar, mas mantinha-se afastado. Para tal, Óscar Carmona, presidente da Republica,
mandou o Duarte Pacheco a Coimbra com a missão de convencer Salazar a aceitar a pasta das
finanças. Este começou por recusar, mas Pacheco insiste e consegue arrancar-lhe um compromisso:
só dará a resposta no dia seguinte.
Na manhã seguinte, Salazar faz o telefonema para Lisboa: aceita com as seguintes
condições: - “Nenhum ministério poderá ultrapassar a verba que lhe for atribuída; nem tomar
qualquer medida com impacto no orçamento sem o acordo prévio do ministro das finanças; o
ministro das finanças poderá vetar qualquer aumento da despesa; todos os demais ministérios
deverão colaborar com o ministro das finanças no estabelecimento de critérios para reduzir
despesas e aumentar receitas”.
Até à eclosão da segunda Grande Guerra, as receitas mantiveram-se quase estacionárias. Por
sua vez, as despesas aumentaram um pouco dando em resultado que os saldos positivos nunca
voltaram a atingir o nível do primeiro ano da administração de Salazar.
A Segunda Guerra Mundial trouxe alguma prosperidade para o País. Portugal pôde vender
os seus produtos muito favoravelmente, sem grandes necessidades de despesas com armamento ou
defesa do território. As exportações de volfrâmio constituíam também receita apreciável para o
Estado. Em 1946 as receitas públicas haviam quase triplicado (em relação ao nível de 1939), ao
passo que a desvalorização da moeda não ia além dos 10%. As reservas de ouro atingiam níveis
elevados, alicerçando a estabilidade monetária. Esta tendência continuou. No final da década de
1940 e segundo as Contas Gerais, as receitas públicas ultrapassavam os 5 milhões de contos. Nos
anos de Setenta, as receitas foram do nível dos 17 milhões (1971) e dos 6l milhões (1974), dez
vezes números de 1952-53. Surgiram novos impostos, nomeadamente em 1965 (imposto de mais-
valia) e em 1966 (imposto de transacções), este último com
enorme e crescente impacte na estrutura das receitas do
Estado.
O termo “Estado Novo” foi cunhado por volta de 1930 e desde então nunca mais
abandonado, seria social e corporativo. A sua célula de base encontrar-se-ia na família, os seus
elementos fundamentais nas corporações morais, económicas e intelectuais, onde os interesses de
patrões e empregados se harmonizariam com vista a um interesse comum, nacional.
As características antidemocráticas do Estado Novo são outro aspecto a mencionar. Nos seus
discursos chave de 1930 Salazar rejeitou, sem sofismas, os conceitos de liberdade individual e de
organização partidária, embora insistindo nas legítimas liberdades individuais e colectivas. Nestes
termos, todos os partidos políticos e associações secretas foram proibidos (1935), pouco tempo
depois da entrada em vigor da nova Constituição, aceitando-se apenas uma União Nacional e
apresentada como não sendo um partido e opondo-se aos partidos.
A Influência fascista
A Política Externa
O regime salazarista sem jamais pôr em causa a aliança com a Inglaterra, antes a
corroborando e valorizando, o Estado Novo tentou uma via mais independente e nacional, que aliás
se coadunava com as suas afinidades ideológicas. O surto da Alemanha nazi, da Itália fascista e da
Espanha de Franco favoreceu e condicionou, sem dúvida alguma, uma tal política.
Economicamente, também, e como base indispensável, a evolução da conjuntura e as modificações
das estruturas permitiam a Portugal libertar-se, a pouco e pouco, do excessivo peso inglês,
incentivando laços com outras nações e dependendo, mais estreitamente, do património colonial. As
condições internacionais durante a guerra de 1939-45 ajudaram a Nação a sair definitivamente da
órbita britânica permitindo-lhe opções e asserções de maior independência.
Portugal declarou-se neutral desde os começos, e pôde manter esta atitude devido à
conjunção de uma série de factores. Está fora de dúvida o hábil jogo diplomático realizado pelo
próprio Salazar. Mas a razão principal a impedir a invasão da Peninsula Ibérica pelas forças alemãs
prevista para o Outono ou inverno de 1940 foi provavelmente o ataque intempestivo de Mussolini à
Grécia e a sua incapacidade de levar os Gregos à derrota.
Em Março de 1939 Salazar assinou com Franco um tratado de não agressão e amizade,
surgindo assim o chamado Bloco Ibérico, uma inovação na política externa e espécie de
contrapartida da aliança tradicional com a Grã-Bretanha.
A Mocidade Portuguesa
A Censura
A censura à imprensa periódica foi instituída em 24 de Junho de 1926 e mantida até 1974.
Aos poucos foi-se estendendo aos outros meios de comunicação, tais como o teatro, o cinema, a
rádio e a televisão. Nenhuma palavra ou imagem podia ser publicada, pronunciada ou difundida
sem prévia aprovação dos censores. De todos os mecanismos repressivos a censura foi sem dúvida o
mais eficiente, conseguindo manter o regime sem alterações estruturais durante quatro décadas.
Visou assuntos, não apenas políticos e militares, mas também morais e religiosos, normas de
conduta e toda e qualquer notícia susceptível de influenciar a população num sentido considerado
perigoso.
A Polícia Política
A polícia política, cujas origens remontam a algumas, tímidas formas anteriores a 1926, foi
reorganizada na década de 1930. Primeiro chamada Polícia de Vigilância e Defesa do Estado (P. V.
D. E.), passou a ser conhecida por Polícia Internacional e de Defesa do Estado (P. I. D. E.) a partir
de 1945, data em que viu as suas atribuições consideravelmente ampliadas. À maneira da
Inquisição, a Polícia secreta portuguesa alcançou, sob regime de Salazar em todas as esferas da vida
nacional, tais limites de poder e penetração que desafiaram a autoridade do próprio Estado.
A Emissora Nacional
O primeiro passo para a constituição da Emissora Nacional foi dado em 1930, aquando de
um decreto que criou, na dependência dos CTT, a Direcção dos Serviços Rádio eléctricos,
autorizando, em simultâneo, a aquisição dos primeiros emissores de onda média e onda curta em
Portugal. Em 1932, realizaram-se as primeiras emissões experimentais em Onda Média e em 1934 o
mesmo aconteceu relativamente à Onda Curta, que desde logo se assumiu como uma das vocações
naturais da jovem estação emissora. Três anos depois, a sua capacidade de emissão era alargada
para atingir a diáspora portuguesa. Data dessa altura o lançamento de um programa de referência - a
"Hora da Saudade" - destinado aos emigrantes no continente americano e aos pescadores da frota
bacalhoeira. Em 1940, libertou-se da tutela dos CTT, iniciando-se, nessa altura, o modelo de
implantação regional no continente e ilhas.
União Nacional
O chamado Estado Novo, assim como a União Nacional, foram igualmente definidos
durante 1930 e 1931. Concebida como uma associação cívica de “todos os portugueses de boa
vontade” era um verdadeiro partido único que se encarregava de tarefas tipicamente partidárias,
manifestações de apoio ao regime, “montagem” de eleições, acções de “educação cívica”, etc.
Sendo constituída pelo Governo, esteve sempre na sua dependência. Como era o único partido
autorizado, pode-se falar do Estado Novo como uma ditadura de partido único. Em finais de 1934,
as primeiras eleições legislativas dentro do novo esquema político trouxeram à Assembleia
Nacional um grupo de 90 deputados, propostos por uma única organização, a União Nacional.
A Legião Portuguesa
Salazar conseguiu manter-se no Governo do país durante quarenta anos, com o regime
político que o próprio implementou. Este facto leva à seguinte questão: Porque motivos triunfou
Salazar?
Na minha opinião Salazar teve a perspicácia e a inteligência que lhe permitiram deduzir
quais seriam os mecanismos que permitiriam mantê-lo no poder por tempo indefinido, os quais pôs
em prática com sucesso, sobretudo através das entidades que referi neste trabalho como as “que
contribuíram para a continuidade do Estado Novo”, contudo nem sempre os meios justificam os
fins.
Filipe Ribeiro de Menezes, na sua obra “Salazar – Uma Biografia Política”, refere que
atendendo ao facto que Salazar governou ao longo de quatro décadas e que durante esse período, a
sua principal prioridade foi manter-se no poder. Esta obra aponta a razão que levara Salazar a
querer Governar e o motivo por que entendia ser o único português capaz de reconhecer e zelar pelo
verdadeiro interesse nacional de Portugal, contra por vezes a opinião do resto do mundo. O autor
entende que pelo menos até 1961 havia duas razões essenciais subjacentes a esse desejo. A
primeira, e mais importante, era uma crença em si próprio como agente providencial; a segunda era
a percepção de que, sem ele no centro, o regime, assente numa aliança tecida de um delicado
equilíbrio entre forças conservadoras, desabaria. A partir de 1961 e do início da guerra em Angola
surgiu uma terceira motivação: manter intacta a África portuguesa até o Ocidente recuperar o bom
senso e começar de novo a defender os seus interesses estratégicos vitais.
Tendo em conta os princípios que Salazar delineou para a sua governação creio que o
mesmo tinha uma noção das características e defeitos da sociedade Portuguesa, e a convicção que
sem ele o regime ruiria, voltando ao estado de desordem em que se encontrava antes da sua
ascensão ao poder. Poder-se-ão fazer alguns paralelismos entre o estado financeiro e político actual
do país e o período que antecedeu o Salazarismo. Nesta ordem de ideias admito que só uma
governação assente em princípios éticos e de elevado rigor económico conseguirá ultrapassar a
actual crise, o retorno da acreditação e do respeito pelos poderes institucionais. O conhecimento da
nossa história permitiria a não repetição dos erros do passado.
BIBLIOGRAFIA
Meneses, Filipe Ribeiro de; Salazar uma Bibliografia Política; 2010 Dom Quixote;
Paço, António Simões do; Samara, Alice; Louçã, António; Idem; Os Anos de Salazar – A
Ascensão de Salazar; 2008 Centro Editor PDA.