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passeio
RECONSTRUINDO
BELO HORIZONTE
virtual
bh 1911
1911
QUAIS PRÉDIOS
Conheça o DAQUELA ÉPOCA
processo de criação,
os objetivos e ainda EXISTEM
imagens do acervo hoje? 1
de pesquisa
CONSELHO DELIBERATIVO
DE BELO HORIZONTE
UMA BREVE HISTÓRIA DA
PRIMEIRA CÂMARA
MUNICIPAL DE BH
2
Programa Pró-Memória Legislativa
O programa Pró-Memória Legislativa foi criado cipal, para formação de banco de dados e, a partir
em 2009, por meio da Portaria nº 11.819, com o obje- daí, elaboração de novos produtos culturais, visando
tivo de promover pesquisa, conservação e difusão superar a omissão percebida e ainda persistente nos
de informações relacionadas à história da Câmara estudos sobre a capital mineira.
Municipal, incluindo a elaboração de livro referente Ao se amealhar vasto manancial de informações
aos debates parlamentares que levaram à mudança por dois anos e perceber-se que muito ainda havia
da capital para Belo Horizonte. para apurar, analisar e produzir, viu-se haver conve-
A criação desse programa veio emprestar orga- niência em tornar o programa um instrumento per-
nicidade a uma iniciativa do biênio presidencial manente de ação, o que se concretizou por meio da
imediatamente anterior, que, por meio da Portaria Deliberação nº 1/2013.
nº 10.919/2007, determinou providências visando A presente revista, que ecoa uma iniciativa embrioná-
exatamente a elaboração daquela obra literária, por ria de todo esse processo de recuperação da memória
oportunidade das comemorações oficiais do 110º institucional, toma de empréstimo o nome de sua símile
aniversário de Belo Horizonte. editada em 2006; mais do que simples homenagem, é
Tal obra literária foi finalizada no ano de 2010, uma forma de se confirmar o intento em prol da com-
quando foi publicada sob o título “Ciclones e maca- preensão do papel legislativo “na história da própria
réus: o parlamento na história de Belo Horizonte”. cidade, com as peculiaridades de cada tempo e nos
Durante o largo processo de detecção, obtenção mais diversos contextos”, promovendo, dessa forma, “o
e análise do acervo documental pertinente à mudan- estreitamento das relações entre a Câmara Municipal
ça da capital para Belo Horizonte percebeu-se que de Belo Horizonte e o cidadão”.
não apenas esse tema estava a merecer o enfoque De fato, esse é o objetivo focal do Pró-Memória,
afinal recebido, mas que toda a história da cidade sendo que os vários projetos já em andamento ou em
merecia um novo olhar, visto que este habitualmente fase de conclusão permitem afirmar que a intenção de 3
foca apenas o Poder Executivo local. todos esses anos, abraçada sem perda de continuidade
Por isso é que, por meio da Portaria nº 12.712/2011, por todos os Presidentes e Mesas Diretoras da Câmara
decidiu-se pela persistência do processo de pesquisa desde 2005, não foi em vão e os cidadãos têm muito o
de dados relacionados à história da Câmara Muni- que aproveitar desse esforço conjunto.
Segundo diz a lenda greco-romana, Janus nasceu humanidade, da vida primitiva à civilização, do obscu-
na região da Tessália na Grécia. Como rei, o seu rantismo à ciência. Janus era, ainda, responsável por
governo destacou-se por significativo desenvolvi- abrir os anos, o que levou a se denominar o primeiro
mento, marcado em especial pela prática do cultivo mês do calendário romano de janeiro.
e elaboração de leis. Esse desenvolvimento teria Janus é representado por duas faces, sendo que
levado o seu reino a um período próspero e de paz. uma se volta para o passado, e outra aponta para o
Foi declarado deus, depois de sua morte, devido à futuro, ou seja, a projeção das ideias, proporcionadas
sua vida dedicada às transformações. pelo pensamento, ao lado das recordações, propicia-
Janus, na mitologia clássica, é o deus dos inícios das pela memória.
e dos fins, dos portais e das transições. A ele tam- A estátua mais conhecida de Janus encontra-se,
bém são conferidas as mudanças por que passa a atualmente, no Museu do Vaticano, em Roma.
1911: QUAL A RaZÃO DESTA DATA?
Pág. 09
pesquisa iconográfica
Pág. 18
processo e descobertas
Pág. 25
conselho deliberativo
de belo horizonte
Pág. 47
francisco bicalho
Pág. 50
+MAIS
Apresentação pág. 07
Praça da Estação pág. 35
arte conceitual Pág. 38 5
equipe de criação pág. 52
Expediente Pág. 54
6
apresentação
O programa Pró-Memória
Legislativa pretende con-
tar, por intermédio de uma varia-
Década após década, livros,
crônicas, teses e até romances
foram escritos, tratando dessa
federativas brasileiras: o Con-
gresso Nacional e a Assembleia
Legislativa. 7
da gama de produtos, a história cidade que se pretendia, ao Tal como mencionado para
de Belo Horizonte sob um ângulo tempo de sua inauguração, o o caso municipal, também para
um tanto quanto diferente do símbolo da própria República. com essas casas legislativas a
que é habitualmente manusea- Chega a ser incrível, no atenção é nula, consistindo as
do por historiadores, cronistas entanto, que, apesar dessa exceções em singelas casua-
e analistas políticos. prodigalidade literária, ine- lidades, por estarem elas “no
De fato, a pretensão é nar- xista abordagem da mesma lugar certo, na hora certa”.
rar os fatos pela perspectiva história pelo olhar do ou com
específica do Poder Legisla- olhar para o Parlamento cita- Chega a
tivo local, viés negligenciado dino, seja o antigo Conselho
ser incrível,
por quase todos que volverem Deliberativo (1900-1930), seja
seu olhar para a trajetória da a Câmara Municipal, em suas
no entanto, que,
capital mineira. duas manifestações (1936-1937 apesar dessa
É pacífico que a história de e 1947 até hoje). prodigalidade
Belo Horizonte foi e continua É claro que alguns autores literária, inexista
sendo muito bem visitada, com fizeram menções pontuais sobre abordagem da mesma
olhares os mais variados, todos esse órgão político, mas, quan- história pelo olhar
eloquentes, todos merecedores do isso se deu, foi de forma do ou com olhar
da mais elevada admiração. meramente tangencial, quase
Isso, talvez, se deva ao fato imperceptível.
para o Parlamento
de se tratar de uma cidade Esse fenômeno, há de se
concebida inteiramente nova, ser honesto em registrar, não Realmente, quando se depa-
substituindo pela raiz um arraial envolve apenas o Parlamento ra com uma dessas exceções,
pré-existente, dele pouco se belo-horizontino, estendendo- o que se percebe é a circuns-
aproveitando, como se fosse se às entidades que lhe são tância de o fato alvejado ter se
imprescindível zerar o passado. símiles nas demais ambiências dado no ambiente parlamentar
ou envolvendo algum de seus A Câmara Municipal de Belo como a cidade era e compa-
membros, mas, o verdadeiro Horizonte, fazendo uso da ele- rando-a como ela é hoje, será
alvo da preocupação do autor gante e intrigante tecnologia, possível pensar sobre o que
respectivo é o chefe do governo. “recriou” a cidade, na forma queremos para o seu amanhã e
Ou seja, entre nós, a super- como ela existiu em 1911. como cada um de seus morado-
lativização do Poder Executivo Por meio de um passeio virtu- res pode influir nesse caminhar.
é acompanhada por igual exor- al, incluindo informações e diver- Tendo isso em mente, fica
bitância do interesse social por sões, o programa Pró-Memó- aí o convite para que se leia
esse naco no poder estatal; não ria Legislativa viabiliza que se esta revista; se passeie pela
sendo este, entretanto, o cerne tenham as mesmas sensações Belo Horizonte de 1911; se veja
do que se pretende refletir neste que moradores e visitantes da como a cidade era e se lembre
texto, fica essa constatação como cidade tiveram quando andavam de como ela é.
convite à reflexão. nas ruas, avenidas e praças em Após esse exercício imagé-
Aqui, releva a intenção de seus primeiros anos. tico, após essa “comparação
iniciativas como a do programa Sensações, frise-se, bem visual crítica”, será possível a
Pró-Memória Legislativa, por comezinhas, como ver pesso- cada um decidir como interferir
meio do qual se busca preencher as perambulando pelos espa- para que a cidade venha a ser
lacunas decorrentes daquele ços públicos, animais correndo aquilo que se quer para ela.
tipo de abordagem omissiva despreocupadamente, o vento Fazendo agitar as cordas
quanto à história oficial. importunando uns e outros...; e míticas da memória e da imagi-
O objetivo do programa não também outras curiosas, como nação, muito certamente serão
é, pois, limitadamente contar conhecer os instrumentais urba- robustecidas as relações de
a história da instituição que o nos então existentes e a largueza cada um com a cidade; esse
8 criou, mas sim a da cidade, sob do horizonte daquele tempo. é, ao fim e ao cabo, o grande
a perspectiva do Poder Legis- Por isso e por muito mais, objetivo do Passeio Virtual Belo
lativo local. é o Passeio Virtual Belo Hori- Horizonte 1911.
Ora, o Parlamento é, em qual- zonte 1911 um produto lúdico
quer instância, onde se dá o com forte carga didática e
debate múltiplo dos temas de informativa.
interesse social, rompendo os Mas, acima disso, trata-se de Prédio dos Correios situado na
av. Afonso Pena entre a rua da
contornos estreitos do órgão um convite ao pensar-se.
Bahia e a rua dos Tamoios
monolítico do Poder Executivo. Vendo com certa exatidão
Alguns dos produtos do Pró-
Memória Legislativa serão, pois,
específicos sobre a atuação do
Conselho Deliberativo ou da
Câmara Municipal, revelando
à sociedade a forma como os
parlamentares citadinos bus-
caram equacionar as questões
que atormentaram a população.
Outros, entretanto, ainda que
buscando integrar a história
institucional com a da cidade,
colocam esta última em maior
ápice, conforme o cerne de
seu objeto.
É desta última lavra o produ-
to de que se trata na presente
revista.
1911: qual a razão
dessa data?
O
surgimento, a organiza- te, os republicanos - e também vesse fisicamente apta a con-
ção e, de certa forma, aqueles que aderiram de pronto catenar o progresso integrado
os primeiros anos no à nova situação -, desprepara- das diversas frações de Minas,
desenvolvimento de Belo Hori- dos para assumir o governo sem ancorá-lo sob dificuldades
zonte foram, pode-se dizer, arti- assim, de repente, precisavam geográficas e herança simbólica
ficiais. Não se afirma isso como criar projetos e símbolos de das práticas de antanho.
rigorosa crítica historicista, mas poder, consolidando a ordem Abstraindo das opções possí-
apenas como testemunho de ‘acontecida’. veis para viabilizar esse intento
uma realidade factual. A capital Espelhando essa premên- e, ainda, da causa determinante
mineira foi decidida, concebida e cia, na Constituinte Mineira de para a escolha ao final ocorri-
erguida a partir de uma escolha 1891 ecoaram vários anseios da, o fato é que a preferência
consciente dos poderosos do por temas caros ao tempo em recaiu sobre o espaço onde se
Estado, que pretendiam, com que ela se deu, como coope- localizava um pequeno vilarejo,
ela, marcar posição vistosa na rativismo regional, colonização sem qualquer relevância. Essa
então nascente República. racional e municipalismo; pro- escolha, aliás, se deu por isso -
A mudança de regime políti- postas para sua inserção na Lei dentre, claro, outras razões de
co, determinada por um golpe Maior do Estado não faltaram e ordem prática e de oportunida-
de Estado ocasional, coman- provocaram ácidos debates. No de -, já que a insignificância do
dado quase inercialmente por bojo desse processo de criar antigo Curral Del Rei permitira
algumas lideranças militares, às pressas os pilares para a sua absoluta supressão, para dar
exigia medidas e posturas que mudança política já ocorrida, lugar a algo inteiramente novo.
a justificasse. Tal como o povo, resgatou-se antiga pretensão Assim, a nova cidade e capital foi
que a tudo assistiu inconscien- por uma nova capital, que esti- erguida simultaneamente com
rências cotidianas em grande despontar de edifícios oficiais e
parte daquilo que foi efetivado das residências dos transferidos
na primeira década e meia de para cá, com uma ou outra exce-
existência da capital. ção, fato que viabilizava a defi-
Também as regulações de nição oficial de onde construir,
como deveriam se dar os fatos a partir dessa nova fase foram
econômicos e sociais decorre- brotando casas - de moradia e de
ram não dos moradores que negócios - dos que escolheram
ali se assentaram, ou de uma mudar para Belo Horizonte, que
entidade que os representasse, passaram a locarem-se onde
mas da vontade unilateral do lhes apetecia pessoalmente.
presidente do Estado (deno- Superado o titubeio inicial,
minação então adotada para inspirado pelo medo de se aven-
o atual cargo de governador). turar em um lugar totalmente
Outorgadas verticalmente, sem novo, essas transferências para
nem ao menos serem discutidas a capital ainda recém-instalada
pelos parlamentares estaduais, foram se avolumando e, com
essas normas buscavam organi- elas, foi se esvaindo a capaci-
zar a tudo e a todos pelo prisma dade governativa de controlar o
solitário do Palácio. desenvolvimento local, permitin-
Isso significava que a pró- do aquela jejunal desenvoltura
pria orientação para o desen- própria da cidade.
14 o soçobrar imposto ao arraial
volvimento físico e funcional Até que esse processo se
que a antecedeu, dele deixando
da cidade era ditada por essas consolidasse - o que demo-
mínimos rastros.
escolhas arbitrárias; e se assim rou muito -, os longos vazios
Da mesma maneira que
o era, não raro se dava inconsis- dominaram a paisagem, mes-
se deu com o erguimento da
tência nesse caminhar, que ora mo considerando só o restrito
cidade, também o seu proces-
incentivavam e que ora se desin- pedaço escolhido para sediar o
so evolutivo foi marcado pelo
teressavam em orientar aquele núcleo germinal. Um sobrado
dirigismo, ainda que um tanto
processo em tal ou qual direção. aqui e acolá, um amontoado de
quanto capenga. Exatamente
Voluntarismo, puro e simples! restos de construção por todo
pelo fato de ter sido criada por
Daí ser possível afirmar-se que, lado e largas vias empoeiradas
ato de governo, e erigida em
também quanto à evolução ini- pelas quais quase nada passa-
prazo cruel, ela não teve um
cial da cidade, a artificialidade va. Belo Horizonte era a própria
desenvolvimento natural, acom-
foi a tônica dominante. personificação da contraditória
panhando as circunstâncias
Como, no entanto, não se República que também saía de
das gentes que a ocuparam;
consegue segurar por tempo um relutante cueiro!
ao contrário, parte considerável
demais a água entre as mãos, em Conhecer essa cidade inci-
do núcleo central de Belo Hori-
algum momento a cidade tomou piente, de poucas sombras,
zonte foi traçado e implantado
seu destino para si e adquiriu um devia ser um exercício hercúleo,
sem que nada houvesse para
ritmo próprio de crescimento. pois, mais do que exigir um
ocupá-lo. As vastas ruas e ave-
Muito provavelmente assim se esforço físico para percorrer as
nidas, pensando-se sob o olhar
deu sem consciência; simples- distâncias abastadas entre um
de rotina de mais de cem atrás,
mente aconteceu, fruto natural ponto e outro de ocupação, exi-
não eram ainda emolduradas por
da vida, que passa a ignorar o gia generosidade para enfrentar
edificações; não havia pessoas,
dirigismo. Se a princípio a ocu- a monotonia ditada pelo nada,
não havia vida, não havia ocor-
pação do lugar se resumiu ao distanciando ainda mais aque-
les pontos com gentes. Diante personagens que brandiam as entre os próprios importantes
dos discursos reiterados desde complexas bandeiras da política de outrora. O tempo era outro;
a decisão por se mudar para ali e da administração. Presiden- lento, calmo, vagaroso.
a capital de Minas, falando de tes, secretários, conselheiros Provavelmente, filhos que
uma cidade emocional e mere- e cientistas conversavam ani- somos do impulsivo, sofreríamos
cedora de todos os entusiasmos, madamente com visitantes do de tédio ou teríamos um ‘treco’
a insistência dos vazios apelava interior ou com interessados sob um dia-a-dia tão alongado.
por uma rica imaginação, per- locais, nos passeios ou que tais, Provavelmente ou... ...surpreen-
mitindo que se vislumbrasse um sem ainda o cuidado excessivo dentemente talvez não!
grande centro, com prédios de decorrente do progresso. Tudo Pode ser que, ao contrário
todos os usos, com pessoas, com era como nas remotas locali- desse cínico entender, a gente
alaridos civilizatórios. Em Belo dades de Minas, sem grandes aprendesse que a vida pode ser
Horizonte, era só quase silêncio; dificuldades, sem qualquer mais respeitosa com a qualidade
o som que ainda predominava temor ou tremor. do cotidiano, com um estresse
era o dos pássaros renitentes. Belo Horizonte era assim! mais “sob controle”. Pode ser
Percorrer essas ruas, aveni- Claro, toda cidade já o foi tam- que a gente aprendesse a olhar
das e praças; vislumbrar edifí- bém; o que diferencia a capital para os lados, sorrisse para o
cios baixos e de arquitetura algo de Minas, para tornar em excla- correr impúbere de uma crian-
artística; eventualmente assistir mação tal afirmativa historica- ça ou para a brincadeira gentil
ao sempre desejado atuar do mente inevitável, era exatamente de alguns cãezinhos. Pode ser
carro-pipa que atenuava o des- o fato de ela ter sido concebida que ainda parássemos para um
conforto da insistente poeira; para nascer grandiosa; para já ‘dedo de prosa’ com um estra-
15
verificar a existência de espaços nascer fulgurante, e não apenas nho, um estrangeiro ou um alto
imaginados para os presentes assim se tornar. Teimosamente, dignatário. Pode ser que, sem
e então inevitáveis equídeos... ela impôs seu tempo para isso a obrigação hoje só de turistas,
Belo Horizonte era de uma acontecer! Os registros - oficiais, simplesmente nos quedássemos
pequenez, de uma singeleza literários e midiáticos contem- diante de um ou outro prédio e
pueril, que impressionava. Mais porâneos -, e que são muitos!, nos entretivéssemos vendo suas
do representar o regime, ela testemunham por um bom naco linhas construtivas.
terminava por fazer lembrar as de décadas para o sonhado Pode ser; pode ser!
paisagens urbanas do passado começar a se fazer fato. Como essa cidade não exis-
ainda próximo, apenas com Hoje, mais de século depois, te mais, tais divagações mais
contornos mais modernos, sal- quando não se precisa abrir a parecem um exercício nostál-
picados de nadas. janela - de casa, do escritório ou gico estéril, já que aquilo que
Hoje, décadas longínquas de um automóvel - para sermos passou inapelavelmente saiu
dali e moradores de uma cida- ensurdecidos por uma miríade de nosso alcance. Realmente,
de que não tem quase espaço de sons perturbadores e de ima- elas parecem uma mera adivi-
algum de frescor aos olhos, é gens contínuas sem descanso, nhação, certo!?
quase inimaginável esse cená- nem ao menos conseguimos Não, não é bem assim. A tec-
rio. Um cenário com uns poucos imaginar tal cenário remanso- nologia de hoje a tudo permite.
transeuntes de terno pesado so. Hoje, quando nem mesmo Sensações, surpresas e emoções
e quase sempre escuro; um gente como a gente consegue de um século atrás podem ser
cenário com alguns animais desvencilhar-se do frenesi, e revividas com elevado grau de
domésticos soltos, rivalizando simplesmente ‘bater papo’ em fidedignidade. Sem o dissabor
no espaço e na cacofonia coti- uma esquina, nos nega a cria- de respirar aquela poeira fina
diana; um cenário inocente, ção mais imaginosa acreditar de um canteiro de obras que
mesmo quando povoado por que essa era a regra impositiva resistia ao término, podemos
Ilustração: Rafael Guimarães
16 ‘sujar’ os sapatos e as barras das no tempo, e será possível fazê-lo ços e gentes, determinando o
calças e vestidos, conhecendo com o seu próprio andar, o seu cotidiano de hoje e de amanhã.
nossa capital quando, em seus próprio ritmo. Não há, como nos O passeio virtual não se pre-
prolegômenos, mais parecia um filmes, um final inevitável; no tende o resultado dessa emprei-
vilarejo de prédios bissextos. passeio virtual, cada um pode- tada; o que se quer, com ele, é
Fazer esse percurso, desco- rá perambular como quiser, e que cada um reflita, vendo o
brindo curiosidades, divertir-se por quanto tempo quiser. Cada passado e lembrando do presen-
ou só perambular! Ao longo um o aproveitará conforme sua te, como se quer seja o futuro e
desse devaneio, refletir sobre curiosidade. como se pode e se deve influir
o tipo de vida, de rotina, de Vale frisar, no entanto, que para a concretização disso. A
aborrecimentos que queremos esse passeio virtual é muito mais visualização comparativa entre
ter, que precisamos suportar... do que um simples divertimen- os espaços de tempos diversos
O passeio virtual à Belo Hori- to; sem deixar de ser lúdico, é viabiliza essa reflexão, desde,
zonte de 1911, pois, pretende ele um instrumento de fazer claro, que se queira.
exatamente isso. Em absoluto, pensar. Revelando as ‘curvas Quem, no entanto, não quiser
sem pedir que se abdique do longamente retas’ da capital, pensar em nada disso, ainda
que a vida de hoje oferece ou ele nos faz pensar sobre como assim se trata de um belo ins-
impõe, esse instrumento que devemos lidar com nossa cida- trumento de ocupação leve do
a Câmara Municipal de Belo de. Isso, vale dizer, não com um tempo, de descanso, de brinca-
Horizonte, por seu programa senso arrivista por um tempo que deira despretensiosa.
Pró-Memória Legislativa, lega à se nega a voltar, quando a vida Cada um, pois, escolherá
sociedade, permite que conhe- era tão fácil e amistosa; o que se como será o seu passeio!
çamos, em detalhes impressio- pretende é, simplesmente, que Ao passear pelas ruas que
nantes, aquela pacata cidade se reflita sobre como podemos nem pareciam ser as nossas,
e o seu modo de vida. Por ele, e devemos, sob os influxos da pretende-se viabilizar uma expe-
realmente será possível voltar realidade, interagir com espa- riência divertida, pedagógica e
analítica; tudo isso, ou só algo
disso. Cada um que decida! E
decida a cada vez que voltar
a fazer o passeio. Pode ser só
passatempo, sob deliciosas
inspirações; mas pode ser mais,
muito mais. Pelo Passeio Virtual
Belo Horizonte 1911, será pos-
sível descobrir novidades do
passado.
Por ele, ao adentrar nesse
universo feérico, é plenamente
possível nos situarmos no nos-
so lugar e dar a este a roupa-
gem que entendermos a mais
salutar. É uma experiência de
‘possuimento’: de sermos da
cidade e de ela ser nossa! É
uma experiência muito, muito
interessante mesmo.
Na correria, deixamos de
lado tudo isso; quem sabe, se
17
voltarmos alguns passos, con-
seguiremos voltar a isso, hoje!?
A vida moderna não deixará de
ser o que é: intensa, anônima,
curta. Mas, em cada ângulo
seu, podemos, sim, ver algo
que nos passa despercebido,
por andarmos olhando para o
chão. Queremos que todos vol-
temos a olhar para o lado e para
frente, reconheçamos o nosso
espaço e o nosso vizinho, nos
conciliemos com a nossa cidade.
Esse, o objetivo do Passeio
Virtual Belo Horizonte 1911!
Divertir e ensinar, capaz de nos
tornar indivíduos de um lugar.
18
Praça da Liberdade
Acervo do Arquivo Público da Cidade de
Belo Horizonte. Foto anterior a 1910
Estação de bondes (esquina de av. Afonso Pena e rua Bahia), com 2º relógio público (1910-1920).
Acervo Museu Histórico Abílio Barreto
19
O edifício foi idealizado para ser um grande hotel, que não chegou a se concretizar. Ainda em meados de 1906, o Governo
do Estado de Minas Gerais adquiriu a construção em andamento e a transformou no Quartel do 2o. Batalhão de Briga-
da Policial. Entre sua inauguração em 1906 e 1911, o edifício sofreu várias reformas, e passou a abrigar também a Junta
Comercial e órgãos do Ministério da Guerra. Em 1911, a força pública se transferiu para Juiz de Fora, e o edifício passou a
ser sede da Escola Livre de Engenharia - Acervo Arquivo Público Mineiro
20
Vista do antigo Fórum de Belo Horizonte - MG, mais tarde transformado em Escola Normal e depois
no Instituto de Educação. Acervo Arquivo Público da Cidade de Belo Horizonte.
Vista da antiga Igreja de Nossa Senhora da Boa Viagem em Belo Horizonte - MG.
Ao fundo, a Igreja do Sagrado Coração de Jesus e o Fórum, mais tarde
transformado em Escola Normal e depois no Instituto de Educação.
Acervo Arquivo Público da Cidade de Belo Horizonte.
Rua Goyás, atual rua Goiás, com vista parcial do Teatro Municipal (esq.) e do Palácio de
Justiça ao fundo. Foto do Álbum Belo Horizonte 1911. Acervo Particular.
22
Vista do Teatro Municipal de Belo Horizonte - MG à rua Goiás esquina com a rua da Bahia. Em 1942 foi transformado no
Cine Metrópole e demolido em 1983. Acervo Arquivo Público Mineiro.
23
PROCESSO E
DESCOBERTAS 25
Localização: Praça da Liberdade
Tipo de uso em 1911: residência
de Francisco Narbona e posteriormente
Escola de Odontologia* SOLAR
O prédio Solar Narbona, loca-
lizado na praça da Liberda-
de, é um dos poucos exemplos
Expansão
27
A imagem maior, na parte superior, é o Solar Narbona já modelado e texturizado como aparece no Passeio Virtual
Liga a praça da Liberdade
à Praça da República, atual
Praça Afonso Arinos av. joão
A
o longo da história de servassem o estilo arquitetônico
Belo Horizonte os nomes da época.
de diversas ruas e aveni-
das foram alterados, como por Entre Guajajaras e Aimorés
exemplo a atual av. João Pinheiro
que até 1908 era chamada de A partir de 1911 a prefeitura
av. da Liberdade.Avenida esta deixou o primeiro pavimento da
que faz a ligação entre a praça Secretaria de Agricultura, na
Afonso Arinos com a Praça da praça da Liberdade, e ocupou
Liberdade. Outro exemplo é a prédio próprio na Av. da Liber-
própria Praça Afonso Arinos, que dade esquina com Aymorés.
à época era chamada de Praça O prédio abriga hoje o Arquivo
da República. Optou-se no caso Público Mineiro. Do mesmo
da João Pinheiro, por manter o lado, pouco abaixo, num sobra-
nome original, mesmo que em do, estava instalado o Senado
28 1911 já estivesse alterado, e foi Mineiro, também conhecido
necessário fazê-lo também em como Senadinho. Ambos pre-
outras localidades. servam, ainda hoje, boa parte
Esta área é um bom exemplo das características das facha-
de registros fotográficos raros, das originais. Além disso, por
o que levou-se a debater o que se tratar de prédios oficiais, as
fazer no caso de não encontrar imagens dá época são de boa
nenhuma documentação dos qualidade.
lotes, mesmo sabendo que ali No mesmo lado da rua, na
existiam construções. De posse esquina com a Rua Timbiras,
do cronograma de execução, morava João Pinheiro, o Gover-
percebeu-se que aprofundar nador que deu o atual nome da
nas pesquisas para além das alameda. O próximo quarteirão,
imagens fornecidas pelo MHAB, entre Timbiras e Guajajaras tam-
APM e APCBH, poderia tomar bém possui registros fotográfi-
um tempo que não se tinha. cos datados entre 1905 e 1910.
Optou-se por dar segmento ao Ademais, o álbum Belo Horizonte
trabalho preenchendo as áreas 1911, publicado no mesmo ano,
“vazias” com prédios, sobrados nos forneceu algumas imagens
e casas fictícias, mas que pre- importantes.
30
31
A
rua da Bahia é emblemá- Haas, ainda na esquina com
tica em termos culturais Afonso Pena. No próximo quar-
para a cidade de Belo teirão temos o Teatro Municipal,
Horizonte. Quem caminhar logo a frente o Grande Hotel,
por ela nos dias de hoje vai se mais acima a Capela de Lour-
O segundo Batalhão de
Polícia, que posteriormente
tornou-se Escola de Enge-
nharia, fica na Bahia com
Av. do Comércio (atual Av.
Paraná). Hoje seu prédio
abriga a o Centro Cultural
da UFMG.
(esq. abaixo)
33
34
O
cronograma de exe- leigo, acostumado a jogos de de processamento (considere
cução da construção ação realistas não perceba. Na que tudo que aparecer na tela
da cidade foi dividido prática, foi preciso remontar do usuário, terá que ser proces-
em três fases. A primeira fase mais quarteirões, pesquisar sado pelo computador).
perfez a construção do cenário mais prédios e detalhar mais Contudo, utilizar da neblina
referente a Praça da Liberdade, os cenários. como meio para economizar
enquanto que na fase dois se Há técnicas consolidadas processamento, nos privaria
deu pela constituição da Praça para se fazer isso sem tornar da oportunidade de mostrar o
da República e, por fim na fase o cenário “pesado” e assim, horizonte, que é o grande trunfo
três a Praça da Estação, sendo acabar exigindo que o usuário desta bela cidade. A conclusão
que nesta última ficaram evi- do aplicativo possua um com- foi que seria necessário mostrar
dentes alguns desafios extras. putador moderno e caro. Uma no passeio virtual as monta-
Montar um cenário para apli- das técnicas mais usadas é nhas, que hoje estão escondi-
cativo com interação em tempo o uso da neblina. Explicando das pelas torres de concreto
real, que possua ampla área de uma forma simplista, pode- e trabalhar a otimização para
aberta, onde a profundidade mos dizer que, com a neblina, economizar processamento
de visão é longa, cria alguns a visibilidade em profundidade de outra forma.
problemas técnicos interes- se torna pequena e tudo acaba Apesar do acervo fotográfico
santes, que talvez o público ficando mais “leve” em termos da época, que estava em poder
da estação
35
dos colaboradores deste projeto detalhes a praça da Estação e Posteriormente, já com aces-
ser vasto, aparentemente nem o seu entorno, com visualização so ao acervo de plantas do Arqui-
todos os locais da região eram do Mercado (atual rodoviária) vo Público da Cidade de Belo
“interessantes” o suficiente para até as áreas, então com pou- Horizonte, confirmou-se a pre-
que fossem amplamente foto- cas moradias, do atual bairro cisão do trabalho de Thiago e
grafados. Ou seja, tinha-se em Lagoinha. Uma imagem com ainda foi possível acrescentar
detalhes o prédio da estação profundidade, nitidez e bastante mais detalhes.
central, algumas indústrias e informação. Ainda assim, por uma ques-
não muito mais. Comparando as imagens tão de prioridade no cumpri-
Entretanto, uma fotografia individuais de prédios como o mento do cronograma, optou-se
datada de 1908, do fotógrafo da Estação Central, do Centro por deixar algumas áreas vazias
Olinto Belém, foi a peça chave Industrial Mineiro, e outras, o ou apenas com estruturas de
para todo o processo de levan- artista conceitual Thiago Bacelar andaimes e caixas, como se
tamento e criação do cenário. pôde descobrir e desenhar os ainda não estivessem prontas.
Trata-se de uma montagem prédios de comércio daque- Isso na verdade acrescentou
panorâmica que provavelmen- la região. Neste caso, o belo mais charme e reforçou o con-
te foi clicada de algum ponto trabalho tem muito mérito na ceito de uma cidade em plena
do atual bairro Floresta que capacidade e talento do artista. construção, como realmente
mostra com grande riqueza de Deixar de citar isso seria injusto. era em 1911.
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Acima: edifício da Estação Central. Um
exemplo de imagem bem conservada que Abaixo: a imagem possibilitou o
nos forneceu preciosos detalhes para a entendimento da parte dos fundos da
construção de uma obra demolida na Estação, além de mostrar a posição e a
década de 1920. fachada de vários prédios no seu entorno.
Acervo Arquivo Público da Cidade O paisagismo da av. Amazonas
de Belo Horizonte também foi um belo achado.
Acervo Museu Histórico Abílio Barreto
Criação
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arte conceitual
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modelagem
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Na etapa de modelagem, os artistas Igreja São José, modelada por Bruno Destefani. Cena da Praça da Estação com modelos de vários artistas.
utilizaram o software gratuito Blender,
para dar forma aos projetos. Modelar
um objeto tridimensional digitalmen-
te basicamente implica em inserir as
informações de largura, altura e profun-
didade. Apaser de parecer simples, não
o é. Principalmentes em se tratando de
objetos muito detalhados.
Como o objetivo da modelagem é
encontrar um meio termo entre o deta-
lhamento dos edifícios e a capacidade
dos computadores de processar em tem-
po real, os modelos possuem apenas as
formas cruciais para que se assemelhem
com a realidade.
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TEXTURAS Após a conclusão da modelagem, outro
artista precisa dar cor ao objeto e fazer
cada material parecer o mais convin-
cente possível aos olhos do público.
A texturização consiste em desenhar,
manipular fotografias e criar efeitos
para que cada material diferente, seja
ele vidro, mármore, metal, etc, seja
identificado no modelo.
A textura bidimensional é mapeada e
depois posicionada de forma a cobrir
todo modelo, como vemos nas imagens
desta página. 41
Como a grande maioria das imagens de
referência é monocromática, a paleta
de cores foi uma escolha baseada hora
em postais pintados à mão, hora por
criação do texturizador.
animação
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A reconstituição da cidade
de Belo Horizonte, tal qual
existia em 1911, implicou, por
certo, “reerguer” os prédios à
época localizados no núcleo
central da cidade e que foram
posteriormente subtraídos da
paisagem urbana; esse processo
de recuperação se deu apenas
quanto aos prédios sobre os
quais tenham sido descobertas
informações consistentes sobre
sua aparência visual externa e,
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ainda, sobre seu posicionamento
na trama citadina. Ao lado desses
prédios, foram inseridos aqueles
que, já existindo há pouco mais
de um século, resistiram ao fre-
nesi do desenvolvimento, tanto
quanto possível com a aparência
que tinham então.
Visando promover com um
mínimo de veracidade a reconsti-
tuição da cidade, foram inseridos
no passeio prédios que não retra-
tam o que efetivamente existiu
ali, naquele ano de 1911; não
tendo sido possível descobrir a
realidade fática correspondente,
mas havendo informações confi-
áveis sobre a ocupação do local
(com imagens panorâmicas ou
apenas parciais), foram criadas
edificações respeitando o estilo
de época, de forma a permitir
uma visualização ideológica de
como era Belo Horizonte, em
termos de ocupação.
Em homenagem a personali-
dades relevantes para a cidade
Prédios ainda existentes Prédios subtraídos da paisagem
Praça da Liberdade
Palácio da Liberdade Chefia de Polícia
Secretaria do Interior Instituto Manguinhos
Secretaria de Finanças residência de Irineu Ribeiro
Secretaria de Agricultura Palacete Dolabela
Solar Vivacqua réplica da pico do Itacolomi
Solar Narbona
Reservatório de água
Avenida João Pinheiro (antiga avenida Liberdade)
Prefeitura residência de João Pinheiro
Senado
residência de secretários estaduais
Avenida Afonso Pena
Igreja São José Companhia de Eletricidade
Fórum Escola Livre de Música
Clube Floriano Peixoto e Escola de
Artífices
Correios
Agência de Bondes
Hotel Globo
Casa Arhur Haas
Delegacia Fiscal
Palacete Thibau
Igreja Metodista 45
Colégio Izabela Hendrix
Praça da República (atual Afonso Arinos)
Palácio da Justiça Faculdade Livre de Direito
Câmara dos Deputados
Centro Telefônico
Teatro Municipal
Largo da Boa Viagem
Igreja da Boa Viagem
Solar Frederico Steackel
Rua da Bahia
Inspetoria da Guarda Civil Ginásio Mineiro
Banco Crédito Real Palacete Olintho
Quartel do 2º Batalhão Capela Nossa Senhora de Lourdes
Drogaria Araújo Grande Hotel
Equitativa
Concepção artística em Praça da Estação
3D da ocupação urbana da
época (acima). Companhia Industrial de Belo Horizonte Estação Central do Brasil
residência do conde de Santa Marina Fábrica de Colarinhos e Punhos
Mapa artístico da ocupação Mecânica de Minas
do entorno da Praça da Repú- Empresa Prado Lopes
blica, baseados em registro Grande Serraria e Carpintaria Garcia
fotográficos entre 1898 a de Paiva & Pinto
1911 (ao lado). Estabelecimento Industrial Mineiro
Outras localidades
Arte de Marcos Maciel e
Thiago Bacelar Igreja Sagrado Coração de Jesus
respectivamente Colégio Sagrado Coração de Jesus
Arthur Bernardes, secretário
estadual das Finanças em
conversa com um líder do Personagens do Passeio Virtual
interior do Estado.
Bueno Brandão
Presidente do Estado
Antônio Martins
Vice-presidente do Estado
Wenceslau Braz
Ex-presidente do Estado e
vice-presidente da República
Ezequiel Dias
Diretor do Instituto Manguinhos
de Belo Horizonte
Oswaldo Cruz
Diretor nacional do
Instituto Manguinhos
Arthur Bernardes
Secretário estadual das Finanças
Abaixo:
48 à esquerda o desenho da
fachada do Conselho. À direi-
ta a planta do lote onde foi
construído o Conselho, com
com seu vizinho planejado, o
Banco Agrícola.
Epílogo
FRANCISCO BICALHO
A data de lançamento do Pas-
seio Virtual Belo Horizonte
1911 - 13 de novembrodo pas-
no mineiro a contratá-lo para,
em 1895, conduzir a Comissão
Construtora da Nova Capital,
tiva do Vereador Ataliba Lago,
emprestou seu nome ao prédio-
sede da Câmara Municipal (Lei
samento de Francisco de Pau- responsável pela edificação de nº 1.562/1968, § 3º do art. 3º),
la Bicalho, que faleceu nesta Belo Horizonte. que, na época, funcionava ain-
mesma data, há 95 anos (1919). No exercício dessa espinho- da no edifício localizado à rua
Esse engenheiro de São João sa missão, conseguiu que em da Bahia, no cruzamento desta
Del Rei possuía larga experiên- apenas 2 (dois) anos e 5 (cinco) com a avenida Augusto de Lima.
cia adquirida em importantes meses, superando melindrosos
projetos e serviços públicos nas problemas de abastecimento
duas décadas finais do Império, e de ausência de mão-de-obra Foto: representação artística do
como, por exemplo, direção especializada em quantidade banquete em comemoração aos
e prolongamento da Estrada suficiente, a edificação essencial eventos de que trata o convite de
de ferro Pedro II (Central do fosse encerrada, viabilizando a 31/8/1895, na qual aparece, à
esquerda, o então presidente do Esta-
Brasil) e abastecimento do Rio inauguração da capital dentro do, Bias Fortes, levantando brinde;
de Janeiro, dentre várias outras do prazo legal. à esquerda, assentado, o presidente
ocupações. Exatamente em virtude de Afonso pena, que iniciou as obras
Suas qualidades técnicas sua importância ímpar para a de fundação de Belo Horizonte; ao
e gerenciais levaram o gover- história da cidade, por inicia- centro, em pé, Francisco Bicalho.
Nem todos os colaboradores
aqui representados ficaram no
projeto até a presente data, mas
a participação e a dedicação de
cada um acrescentou muito na
qualidade do projeto.
Agradecemos a todos!
Rafael Guimarães Thiago Bacelar
Coordenação de produção e Artista conceitual e
Direção de arte Direção de arte
52 Gabriel Brandão de Oliveira* Marcos H. Maciel de Souza Pedro César Bento Mendes
Animador Animador Level designer etapa III
Rafael Guimarães
Coordenação de produção e Direção de Arte
Trilha Sonora
Música: Ave Libertas de Leopoldo Rodriguez
Álbum: Aurora Luminosa, Música Brasileira no Alvorecer do Século XX
Eder Moreira Executada por: Orquestra Sinfônica Nacional da
Programador etapa I Universidade Federal Fluminense
Cedida por: dominiopublico.gov.br
EXPEDIENTE
Jornalista responsável As imagens utilizadas nessa revista
ADRIANA LAGE DA SILVA foram obtidas junto a instituições que
MG04040JP - DRTE/MG muito colaboram na preservação da
memória: Arquivo Público da
Concepção e coordenação Cidade de Belo Horizonte, Museu
GUILHERME NUNES DE AVELAR NETO Histórico Abílio Barreto, Arquivo
Público Mineiro e Hemeroteca
Capa, projeto gráfico e diagramação Histórica; a todas elas agradeçemos o
RAFAEL PEREIRA GUIMARÃES empenho com que protegem a história
da cidade e de Minas. Também a seus
Textos responsáveis, somos gratos por tal
GUILHERME NUNES DE AVELAR NETO dedicação para com Belo Horizonte.
e RAFAEL PEREIRA GUIMARÃES
Também nos foi muito útil e prático o
Leitura crítica acervo do sites BH Nostalgia
ELIANA WIERMAM DE MELO (bhnostalgia.blogspot.com.br) e Curral
Del Rey (curraldelrei.blogspot.com.br)
Imagens (pesquisa e/ou criação)
EQUIPE DO PRÓ-MEMÓRIA LEGISLATIVA Por fim, foram utilizadas imagens
obtidas ou criadas pela própria equipe
Realização técnica do Pró-Memória, colaboração
PROGRAMA PRÓ-MEMÓRIA LEGISLATIVA desta nessa cruzada por manter vívida
54 DA CÂMARA MUNICIPAL DE BELO HORIZONTE a trajetória da capital mineira.
Os créditos acompanham as
respectivas imagens.
Câmara Municipal
de Belo Horizonte
Av. dos Andradas, 3.100
Santa Efigênia - Belo Horizonte - MG
CEP:30260-900
Apresentação da segunda etapa do Passeio Virtual ao então governador Antônio Telefone geral: (31) 3555-1122
Anastasia (centro). Da direita para a esquerda: o Presidente da Câmara, vereador Léo Horário de funcionamento:
Burguês de Castro, Dr. Guilherme Avelar, coordenador do Pró-Memória, Paulo Abreu e 7:30 às 19h
Rafael Guimarães da equipe de criação.
Adriano Ventura
Alexandre Gomes
Antônio Torres - Gunda
Arnaldo Godoy
Autair Gomes
Bim da Ambulância
Bispo Fernando Luiz
Bruno Miranda
Coronel Piccinini
Daniel Nepomuceno
Delegado Edson Moreira
Doutor Sandro
Dr. Nilton
Elaine Matozinhos
Elvis Côrtes
Gilson Reis
Henrique Braga
Iran Barbosa
Joel Moreira Filho
Jorge Santos
Juliano Lopes
Juninho Los Hermanos
Juninho Paim
Marcelo Álvaro Antônio
Marcelo Aro
Pablo César - Pablito
Pedro Patrus
Pelé do Vôlei
Preto Prédio do
Professor Ronaldo Gontijo Conselho Deliberativo.
Professor Wendell Primeira sede da
Sérgio Fernando Pinho Tavares Câmara Municipal de
Silvinho Rezende Belo Horizonte
Tarcísio Caixeta
Valdivino