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CÂMARA MUNICIPAL DE BELO HORIZONTE - ANO II - Nº 01 - NOVEMBRO DE 2014

passeio
RECONSTRUINDO
BELO HORIZONTE

virtual
bh 1911
1911
QUAIS PRÉDIOS
Conheça o DAQUELA ÉPOCA
processo de criação,
os objetivos e ainda EXISTEM
imagens do acervo hoje? 1
de pesquisa

CONSELHO DELIBERATIVO
DE BELO HORIZONTE
UMA BREVE HISTÓRIA DA
PRIMEIRA CÂMARA
MUNICIPAL DE BH
2
Programa Pró-Memória Legislativa
O programa Pró-Memória Legislativa foi criado cipal, para formação de banco de dados e, a partir
em 2009, por meio da Portaria nº 11.819, com o obje- daí, elaboração de novos produtos culturais, visando
tivo de promover pesquisa, conservação e difusão superar a omissão percebida e ainda persistente nos
de informações relacionadas à história da Câmara estudos sobre a capital mineira.
Municipal, incluindo a elaboração de livro referente Ao se amealhar vasto manancial de informações
aos debates parlamentares que levaram à mudança por dois anos e perceber-se que muito ainda havia
da capital para Belo Horizonte. para apurar, analisar e produzir, viu-se haver conve-
A criação desse programa veio emprestar orga- niência em tornar o programa um instrumento per-
nicidade a uma iniciativa do biênio presidencial manente de ação, o que se concretizou por meio da
imediatamente anterior, que, por meio da Portaria Deliberação nº 1/2013.
nº 10.919/2007, determinou providências visando A presente revista, que ecoa uma iniciativa embrioná-
exatamente a elaboração daquela obra literária, por ria de todo esse processo de recuperação da memória
oportunidade das comemorações oficiais do 110º institucional, toma de empréstimo o nome de sua símile
aniversário de Belo Horizonte. editada em 2006; mais do que simples homenagem, é
Tal obra literária foi finalizada no ano de 2010, uma forma de se confirmar o intento em prol da com-
quando foi publicada sob o título “Ciclones e maca- preensão do papel legislativo “na história da própria
réus: o parlamento na história de Belo Horizonte”. cidade, com as peculiaridades de cada tempo e nos
Durante o largo processo de detecção, obtenção mais diversos contextos”, promovendo, dessa forma, “o
e análise do acervo documental pertinente à mudan- estreitamento das relações entre a Câmara Municipal
ça da capital para Belo Horizonte percebeu-se que de Belo Horizonte e o cidadão”.
não apenas esse tema estava a merecer o enfoque De fato, esse é o objetivo focal do Pró-Memória,
afinal recebido, mas que toda a história da cidade sendo que os vários projetos já em andamento ou em
merecia um novo olhar, visto que este habitualmente fase de conclusão permitem afirmar que a intenção de 3
foca apenas o Poder Executivo local. todos esses anos, abraçada sem perda de continuidade
Por isso é que, por meio da Portaria nº 12.712/2011, por todos os Presidentes e Mesas Diretoras da Câmara
decidiu-se pela persistência do processo de pesquisa desde 2005, não foi em vão e os cidadãos têm muito o
de dados relacionados à história da Câmara Muni- que aproveitar desse esforço conjunto.

Janus - símbolo do programa


Pró-Memória Legislativa

Segundo diz a lenda greco-romana, Janus nasceu humanidade, da vida primitiva à civilização, do obscu-
na região da Tessália na Grécia. Como rei, o seu rantismo à ciência. Janus era, ainda, responsável por
governo destacou-se por significativo desenvolvi- abrir os anos, o que levou a se denominar o primeiro
mento, marcado em especial pela prática do cultivo mês do calendário romano de janeiro.
e elaboração de leis. Esse desenvolvimento teria Janus é representado por duas faces, sendo que
levado o seu reino a um período próspero e de paz. uma se volta para o passado, e outra aponta para o
Foi declarado deus, depois de sua morte, devido à futuro, ou seja, a projeção das ideias, proporcionadas
sua vida dedicada às transformações. pelo pensamento, ao lado das recordações, propicia-
Janus, na mitologia clássica, é o deus dos inícios das pela memória.
e dos fins, dos portais e das transições. A ele tam- A estátua mais conhecida de Janus encontra-se,
bém são conferidas as mudanças por que passa a atualmente, no Museu do Vaticano, em Roma.
1911: QUAL A RaZÃO DESTA DATA?
Pág. 09

passeio virtual belo horizonte


1911: história e objetivos
Pág. 13

pesquisa iconográfica
Pág. 18

processo e descobertas
Pág. 25

passeio virtual belo horizonte


4
1911: criação
Pág. 37
reconstruíndo a
belo horizonte de 1911
Pág. 44

conselho deliberativo
de belo horizonte
Pág. 47

francisco bicalho
Pág. 50

+MAIS

Apresentação pág. 07
Praça da Estação pág. 35
arte conceitual Pág. 38 5
equipe de criação pág. 52
Expediente Pág. 54
6
apresentação

O programa Pró-Memória
Legislativa pretende con-
tar, por intermédio de uma varia-
Década após década, livros,
crônicas, teses e até romances
foram escritos, tratando dessa
federativas brasileiras: o Con-
gresso Nacional e a Assembleia
Legislativa. 7
da gama de produtos, a história cidade que se pretendia, ao Tal como mencionado para
de Belo Horizonte sob um ângulo tempo de sua inauguração, o o caso municipal, também para
um tanto quanto diferente do símbolo da própria República. com essas casas legislativas a
que é habitualmente manusea- Chega a ser incrível, no atenção é nula, consistindo as
do por historiadores, cronistas entanto, que, apesar dessa exceções em singelas casua-
e analistas políticos. prodigalidade literária, ine- lidades, por estarem elas “no
De fato, a pretensão é nar- xista abordagem da mesma lugar certo, na hora certa”.
rar os fatos pela perspectiva história pelo olhar do ou com
específica do Poder Legisla- olhar para o Parlamento cita- Chega a
tivo local, viés negligenciado dino, seja o antigo Conselho
ser incrível,
por quase todos que volverem Deliberativo (1900-1930), seja
seu olhar para a trajetória da a Câmara Municipal, em suas
no entanto, que,
capital mineira. duas manifestações (1936-1937 apesar dessa
É pacífico que a história de e 1947 até hoje). prodigalidade
Belo Horizonte foi e continua É claro que alguns autores literária, inexista
sendo muito bem visitada, com fizeram menções pontuais sobre abordagem da mesma
olhares os mais variados, todos esse órgão político, mas, quan- história pelo olhar
eloquentes, todos merecedores do isso se deu, foi de forma do ou com olhar
da mais elevada admiração. meramente tangencial, quase
Isso, talvez, se deva ao fato imperceptível.
para o Parlamento
de se tratar de uma cidade Esse fenômeno, há de se
concebida inteiramente nova, ser honesto em registrar, não Realmente, quando se depa-
substituindo pela raiz um arraial envolve apenas o Parlamento ra com uma dessas exceções,
pré-existente, dele pouco se belo-horizontino, estendendo- o que se percebe é a circuns-
aproveitando, como se fosse se às entidades que lhe são tância de o fato alvejado ter se
imprescindível zerar o passado. símiles nas demais ambiências dado no ambiente parlamentar
ou envolvendo algum de seus A Câmara Municipal de Belo como a cidade era e compa-
membros, mas, o verdadeiro Horizonte, fazendo uso da ele- rando-a como ela é hoje, será
alvo da preocupação do autor gante e intrigante tecnologia, possível pensar sobre o que
respectivo é o chefe do governo. “recriou” a cidade, na forma queremos para o seu amanhã e
Ou seja, entre nós, a super- como ela existiu em 1911. como cada um de seus morado-
lativização do Poder Executivo Por meio de um passeio virtu- res pode influir nesse caminhar.
é acompanhada por igual exor- al, incluindo informações e diver- Tendo isso em mente, fica
bitância do interesse social por sões, o programa Pró-Memó- aí o convite para que se leia
esse naco no poder estatal; não ria Legislativa viabiliza que se esta revista; se passeie pela
sendo este, entretanto, o cerne tenham as mesmas sensações Belo Horizonte de 1911; se veja
do que se pretende refletir neste que moradores e visitantes da como a cidade era e se lembre
texto, fica essa constatação como cidade tiveram quando andavam de como ela é.
convite à reflexão. nas ruas, avenidas e praças em Após esse exercício imagé-
Aqui, releva a intenção de seus primeiros anos. tico, após essa “comparação
iniciativas como a do programa Sensações, frise-se, bem visual crítica”, será possível a
Pró-Memória Legislativa, por comezinhas, como ver pesso- cada um decidir como interferir
meio do qual se busca preencher as perambulando pelos espa- para que a cidade venha a ser
lacunas decorrentes daquele ços públicos, animais correndo aquilo que se quer para ela.
tipo de abordagem omissiva despreocupadamente, o vento Fazendo agitar as cordas
quanto à história oficial. importunando uns e outros...; e míticas da memória e da imagi-
O objetivo do programa não também outras curiosas, como nação, muito certamente serão
é, pois, limitadamente contar conhecer os instrumentais urba- robustecidas as relações de
a história da instituição que o nos então existentes e a largueza cada um com a cidade; esse
8 criou, mas sim a da cidade, sob do horizonte daquele tempo. é, ao fim e ao cabo, o grande
a perspectiva do Poder Legis- Por isso e por muito mais, objetivo do Passeio Virtual Belo
lativo local. é o Passeio Virtual Belo Hori- Horizonte 1911.
Ora, o Parlamento é, em qual- zonte 1911 um produto lúdico
quer instância, onde se dá o com forte carga didática e
debate múltiplo dos temas de informativa.
interesse social, rompendo os Mas, acima disso, trata-se de Prédio dos Correios situado na
av. Afonso Pena entre a rua da
contornos estreitos do órgão um convite ao pensar-se.
Bahia e a rua dos Tamoios
monolítico do Poder Executivo. Vendo com certa exatidão
Alguns dos produtos do Pró-
Memória Legislativa serão, pois,
específicos sobre a atuação do
Conselho Deliberativo ou da
Câmara Municipal, revelando
à sociedade a forma como os
parlamentares citadinos bus-
caram equacionar as questões
que atormentaram a população.
Outros, entretanto, ainda que
buscando integrar a história
institucional com a da cidade,
colocam esta última em maior
ápice, conforme o cerne de
seu objeto.
É desta última lavra o produ-
to de que se trata na presente
revista.
1911: qual a razão
dessa data?

1911! abastado. A fotografia, naquele


Até onde o programa Pró- momento, era um expediente
Memória Legislativa conseguiu para poucos, mas a circunstância
apurar, não se trata de um ano de se estar vivendo, literalmen-
com relevâncias dignas de nota te, um momento sabidamente
naqueles momentosos anos ini- histórico estimulou a sanha pelo
ciais. Logo após a rápida edifica- a escolha feita não carrega registro.
ção do que era essencial para a nenhum mistério e nenhuma O sonho acalentado por
capital funcionar, o ritmo tornou- motivação digna de espan- décadas durante a Monarquia
se brando, quase parando, com to; ela se impôs por questões nem precisou aguardar tanto
uma ou outra ocorrência ilhada de meramente práticas, uma obra tempo para ser efetivado, e isso
marasmo. Ao que se descobriu, do acaso. precisava ser cristalizado para
naquele ano nenhuma obra ou Belo Horizonte, até pelo fato as gerações futuras e mesmo
evento se destacou a ponto de de ter seu erguimento coincidido para as mentes mais descren-
angulá-lo na história. Foi apenas com uma época na qual também tes dentre os contemporâneos
mais um ano, dentro de vários a fotografia desabrochava entre daquela epopeia da engenharia.
arrastados anos daquela primeira nós, foi bastante registrada em Não por acaso, os registros se
década e meia de existência da seus primeiros anos. Boa parte do davam mostrando como era e,
Belo Horizonte cidade. desaparecimento do arraial que com o passar do tempo e das
Qual o motivo, então, de se lhe cedeu o lugar e a elevação obras, como ficou. Tratava-se,
escolher um ano tão passivo? dos primeiros edifícios merece- pois, de um recurso fortemente
Não se trata de nenhuma ram a atenção das autoridades, propagandístico.
preferência especial por tal de seus braços avançados e É curioso, no entanto, que
ano. Na verdade, a razão para até de algum aventureiro mais essa pródiga peregrinação ima-
gética centrou-se quase tedio-
samente nos mesmos edifícios,
em idênticos locais. Chega a
ser impressionante a igualda-
de entre as fotos, que quase se
revela a mesma, com pouco
mais ou pouco menos luz. Aliás,
a semelhança siamesa detectada
virtualmente coloca em cheque
a confiança na datação aposta
hodiernamente, aconselhando
crer se tratar, mesmo, da mesma
imagem!
Após muito labutar espe-
culativamente da causa dessa
repetição monótona, chegou-se
à conclusão de que ela não se
deveu a uma escolha ideológica
e nem estética. Na verdade, ela
se deveu a fatos muito casuís-
ticos, sendo mesmo inevitável
diante do cenário que em reali-
dade existia para ser registrado.
10 Os vazios eram muitos e eram
insistentes. Entre uma edificação
e outra, por quase toda a curta
cidade de então, vastos ‘nadas’
se impunham, com arvoredos e
matas que teimavam em duvidar
que, ali, se fazia presente uma
sonhada metrópole.
Ora, a capital de Minas, que
fora concebida e erguida para
personificar a heroica história
alterosa e o lugar de destaque no novo proscênio e o caminho Consciente ou inconscien-
no então novo regime destrona- escolhido para visualizar essa sua temente, fruto de uma escolha
do, não podia ser vista emoldu- posição alvejada era a ousadia bem definida ou mero reflexo
rada em bananais! Isso seria, de fazer brotar uma nova cidade. da vontade de registrar algo
desculpem o trocadilho, por Tal pretensão, por óbvio, neces- diferente da natureza que se
demais banal! sitava de certa ostentação, em esticava, o fato é que os fotó-
As fotos que eram tiradas, nada se coadunando com um grafos daquela época tiveram
com forte intuito de alçar entu- volume de prédios que teimava de se ater ao que havia para
siasmo, tinham que retratar outro em não se multiplicar; aquela ser fotografado. Talvez hoje,
cenário, idealizado, compatível pretensão não era compatível com a riqueza tecnológica, o
com os sonhos acalentados com ruas em deserto, arrasta- processo tivesse passado por
de opulência política. Minas, dos ocasos urbanos, incômodas outra opção, mas com as limi-
que tivera uma participação cenas bucólicas, que precisavam tações de antanho, o caminho
minúscula, ou mesmo nula, no ser ocultadas, mesmo que para encontrado pode - e deve - ter
processo de alteração do regime, isso se repetisse à exaustão os sido a singela e quase ingênua
precisava firmar-se solidamente registros que se faziam. repetição.
Afinal, vale repetir, seria inad- marcadas pela insistência em cobrir o momento com a maior
missível frisar as ausências rei- registrar os mesmos ângulos e informação disponível sobre a
teradas no ambiente, pois isso os mesmos prédios. Para recons- parte da cidade então encoberta
significaria deixar em relevo a truir a cidade, em seu local mais pelos buracos do desinteresse
falta de quem se interessasse ocupado e utilizado, seria preciso dos contemporâneos da implan-
em se fixar no novo espaço bem mais do que a imagem de tação da capital.
urbano. Todo o processo em um punhado de edifícios, visto Após uma ou outra frustração
prol da mudança da capital se o passeio pressupor, no âmago preambular, eis que se deparou
batera na premissa de que essa de sua lógica, uma reprodução com duas alternativas bem con-
representava uma vontade de o mais próxima possível do que fiáveis e satisfatórias. Os anos
grande e imbatível maioria esta- existia naquele tempo (qualquer de 1908 e de 1911 se revelaram,
dual, se não mesmo uma quase que fosse a época escolhida). de fato, viáveis para o intuito
unanimidade dos mineiros. Se Nesse sentido, fazia-se gerencial e criativo.
assim o era, como explicar a imprescindível que fosse esco- A primeira dessas alternativas
persistência dos vazios, das lhido um momento da história da guardava direta relação com uma
lacunas? Essa contradição se cidade relativamente ao qual se iniciativa quase insana de Olinto
acentuava ainda mais consi- tivesse o maior número de infor- Belém, um ativo profissional des-
derando a já enunciada pre- mações possível. Informações sa arte chamada fotografia. Ele,
tensão de que a nova cidade estas, registre-se, nem só quanto visando participar da Exposição
representava o novo regime. aos prédios já edificados, mas Nacional que teria lugar no Rio de
Ora, configuraria um absurdo também da ambiência social, Janeiro, em 1908, elaborou uma
que a nascente capital, simbo- econômica e política, já que fotopintura e a apelidou ‘Pano-
11
lizando a República emergente, o passeio também exige essa rama de Belo Horizonte - Minas
tivesse por ‘absurda realidade’ imersão no cotidiano. Foi isso Gerais’. Aquele evento foi realiza-
o desinteresse das pessoas em tudo pensando que a pesquisa do em comemoração ao primeiro
para lá se destinarem. encetada buscou responder, tão centenário da abertura dos portos
Pode até ser que esse qua- sinceramente quanto possível, às nações estrangeiras, medida
dro agora traçado não fosse, sobre qual o tempo que melhor esta promovida pelo rei D. João
à época, uma emanação ana- responderia aos reclames pró- VI, quase simultaneamente à sua
lítica racional. Afinal, a cidade prios do produto então apenas chegada ao Brasil, com toda sua
era grande e o tempo era ainda gestado ideologicamente. família e a Corte Imperial, fugindo
pouco para reclamar-se de sua A recriação do conjunto espa- da agressão que Portugal esta-
desocupação. Mesmo levando cial urbano da pequena área va em iminência de sofrer por
isso em conta, fixar em imagens onde se concentrava quase Napoleão Bonaparte.
os espaços ignorados não faria toda a densidade belo-horizon- Seu trabalho, que recebeu
sentido, dentro de um contex- tina no início de sua história, é uma medalha comemorativa
to de divulgação insistente da de se insistir, revelou-se difícil, no grau ouro, media 5,27 x 1,04
empreitada mineira. quase mesmo impossível face metros e apresentava uma visão
Qualquer que seja a hipó- a muitas e extensas lacunas. ampla da cidade, a partir da
tese - ou mesmo um pouco de Como não se abria mão de rua Sapucaí. Nele, vê-se, em
cada uma -, o que importa para emprestar ao trabalho a maior primeiro plano, as edificações
permitir uma resposta à inda- confiabilidade possível, pelo e a praça da estação ferroviária,
gação formulada no título do respeito inalienável ao público na época o principal ponto de
presente artigo, e repetida nos de hoje, esforçou-se a equipe chegada à capital. Ao fundo, a
seus parágrafos vestibulares, é do Pró-Memória Legislativa, cidade se descortinava em meio
que as fotografias que chega- no começo da trajetória agora a poucas e baixas construções,
ram até aqui efetivamente estão concluída, por procurar des- misturadas à predominância do
colorido verde da paisagem, tante, além de exibir registros Os conselheiros foram revi-
confirmando tudo aquilo que de alguns prédios específicos, vidos conversando, entre si,
antes se falou a respeito da deso- apresentava também outras às portas do antigo prédio da
cupação ainda predominante. panorâmicas da cidade, a partir Câmara dos Deputados de
Vale dizer, sobre essa fotopin- de pontos variados. Esse con- Minas Gerais, próximo ao local
tura, que a fotografia sobre a qual junto de fatores viabilizou uma onde, pouco depois, se ergueria
ela se baseou não deve ter sido visão de conjunto mais orgânica. o belo edifício de sua primei-
realizada visando à exposição Mesmo esse conjunto não ra sede. Procurou-se insinuar,
na qual foi apresentada, e nem sendo completo, ele se mostrou com isso, que eles estariam se
mesmo deve ter sido produzida o mais adequado aos objetivos preparando para uma sessão
no próprio ano de 1908. É que alvejados - até pelo fato de as ou saindo dela. Como o Con-
a fotografia germinal apare- diversas panorâmicas serem, selho não possuía, ainda, sua
ce publicada em um encarte em comparação com a de 1908, sede, suas reuniões se davam
no Guia de Belo Horizonte de parciais -, não abarcando, pois, em local disponibilizado por
1912, sendo que, ali, se informa toda a cidade de então e todas as outro órgão, sendo crível que,
expressamente que se trata de latitudes visuais. Vale dizer que eventualmente, possa ter havi-
uma realização feita em 22 de a fotopintura de Olinto Belém do alguma delas no prédio de
junho de 1906. Inexistindo qual- foi muito útil no trabalho de sua entidade-irmã. Mas mesmo
quer motivo para se duvidar de ‘reconstrução’ da cidade antiga, que em verdade isso nunca
tal afirmativa, muito provavel- ajudando complementarmente tenha ocorrido, ainda assim a
mente o que vemos naquela na definição dos espaços ocu- colocação dos conselheiros
visão panorâmica recua, pois, pados e no apontamento de ali pode ser identificada como
12 nesses dois anos. volumetrias importantes para o uma visita à Casa Parlamentar
A outra possibilidade que se processo. Essa ação conjugada que, anos depois, se tornaria a
mostrou viável para as preten- não prejudicou a veracidade Assembleia dos dias de hoje,
sões do programa Pró-Memória do resultado final, seja pela ficando aí uma homenagem a
Legislativa era, como já dito, minúscula distância temporal essa instituição.
o ano de 1911, que terminou entre as duas fontes, seja pelo Com a escolha feita, pois,
sendo a escolhida. Neste ano, fato de que a ação construtiva conseguiu-se, a um só tempo,
foi publicado o Álbum de Belo na época era bem mais lenta do rememorar nossa cidade e tam-
Horizonte, uma iniciativa de que hoje, permitindo, assim, uma bém a história oficial dela. Tudo
Raimundo Alves Pinto e Tito recomposição bem confiável. o que se poderia pretender, no
Lívio Pontes, responsáveis, res- A escolha feita se confirmou início da caminhada, terminou
pectivamente, pela organização de forma taxativa, em conclusão, sendo alcançado, e até um pou-
artística e textual da obra. por se encontrar, no álbum de co mais.
Essa publicação contém 1911, fotos de todos os membros O ex-presidente estaduni-
registros visuais e redacionais do antigo Conselho Deliberativo, dense Woodrow Wilson (1913-
referentes às autoridades esta- primeira manifestação do Poder 1921) alertou, de certa feita, que,
duais e municipais, bem como Legislativo em Belo Horizonte. conhecendo bem a tarefa que
dados variados sobre a cidade e Ora, em se tratando de um pro- nos é entregue, conhecer-se-á
sua administração. Além disso, duto concebido e executado pela o tempo em que se está inseri-
e mais importante para guiar a Câmara Municipal, nada mais do. Pensando nisso, e em tudo
opção feita, apresenta uma série razoável que esse ingrediente o que foi dito antes, pode-se
de fotografias de vias públicas, se impusesse, por ser a todos afirmar que 1911 se mostrou o
testemunhando a forma como muito caro respeitar os antece- ano perfeito para se promover
estas se apresentavam então. dentes da matriz ofertadora do o passeio na Belo Horizonte de
Por fim, mas não menos impor- passeio virtual. ontem.
Passeio Virtual
Belo Horizonte 1911:
história e objetivos
13

O
surgimento, a organiza- te, os republicanos - e também vesse fisicamente apta a con-
ção e, de certa forma, aqueles que aderiram de pronto catenar o progresso integrado
os primeiros anos no à nova situação -, desprepara- das diversas frações de Minas,
desenvolvimento de Belo Hori- dos para assumir o governo sem ancorá-lo sob dificuldades
zonte foram, pode-se dizer, arti- assim, de repente, precisavam geográficas e herança simbólica
ficiais. Não se afirma isso como criar projetos e símbolos de das práticas de antanho.
rigorosa crítica historicista, mas poder, consolidando a ordem Abstraindo das opções possí-
apenas como testemunho de ‘acontecida’. veis para viabilizar esse intento
uma realidade factual. A capital Espelhando essa premên- e, ainda, da causa determinante
mineira foi decidida, concebida e cia, na Constituinte Mineira de para a escolha ao final ocorri-
erguida a partir de uma escolha 1891 ecoaram vários anseios da, o fato é que a preferência
consciente dos poderosos do por temas caros ao tempo em recaiu sobre o espaço onde se
Estado, que pretendiam, com que ela se deu, como coope- localizava um pequeno vilarejo,
ela, marcar posição vistosa na rativismo regional, colonização sem qualquer relevância. Essa
então nascente República. racional e municipalismo; pro- escolha, aliás, se deu por isso -
A mudança de regime políti- postas para sua inserção na Lei dentre, claro, outras razões de
co, determinada por um golpe Maior do Estado não faltaram e ordem prática e de oportunida-
de Estado ocasional, coman- provocaram ácidos debates. No de -, já que a insignificância do
dado quase inercialmente por bojo desse processo de criar antigo Curral Del Rei permitira
algumas lideranças militares, às pressas os pilares para a sua absoluta supressão, para dar
exigia medidas e posturas que mudança política já ocorrida, lugar a algo inteiramente novo.
a justificasse. Tal como o povo, resgatou-se antiga pretensão Assim, a nova cidade e capital foi
que a tudo assistiu inconscien- por uma nova capital, que esti- erguida simultaneamente com
rências cotidianas em grande despontar de edifícios oficiais e
parte daquilo que foi efetivado das residências dos transferidos
na primeira década e meia de para cá, com uma ou outra exce-
existência da capital. ção, fato que viabilizava a defi-
Também as regulações de nição oficial de onde construir,
como deveriam se dar os fatos a partir dessa nova fase foram
econômicos e sociais decorre- brotando casas - de moradia e de
ram não dos moradores que negócios - dos que escolheram
ali se assentaram, ou de uma mudar para Belo Horizonte, que
entidade que os representasse, passaram a locarem-se onde
mas da vontade unilateral do lhes apetecia pessoalmente.
presidente do Estado (deno- Superado o titubeio inicial,
minação então adotada para inspirado pelo medo de se aven-
o atual cargo de governador). turar em um lugar totalmente
Outorgadas verticalmente, sem novo, essas transferências para
nem ao menos serem discutidas a capital ainda recém-instalada
pelos parlamentares estaduais, foram se avolumando e, com
essas normas buscavam organi- elas, foi se esvaindo a capaci-
zar a tudo e a todos pelo prisma dade governativa de controlar o
solitário do Palácio. desenvolvimento local, permitin-
Isso significava que a pró- do aquela jejunal desenvoltura
pria orientação para o desen- própria da cidade.
14 o soçobrar imposto ao arraial
volvimento físico e funcional Até que esse processo se
que a antecedeu, dele deixando
da cidade era ditada por essas consolidasse - o que demo-
mínimos rastros.
escolhas arbitrárias; e se assim rou muito -, os longos vazios
Da mesma maneira que
o era, não raro se dava inconsis- dominaram a paisagem, mes-
se deu com o erguimento da
tência nesse caminhar, que ora mo considerando só o restrito
cidade, também o seu proces-
incentivavam e que ora se desin- pedaço escolhido para sediar o
so evolutivo foi marcado pelo
teressavam em orientar aquele núcleo germinal. Um sobrado
dirigismo, ainda que um tanto
processo em tal ou qual direção. aqui e acolá, um amontoado de
quanto capenga. Exatamente
Voluntarismo, puro e simples! restos de construção por todo
pelo fato de ter sido criada por
Daí ser possível afirmar-se que, lado e largas vias empoeiradas
ato de governo, e erigida em
também quanto à evolução ini- pelas quais quase nada passa-
prazo cruel, ela não teve um
cial da cidade, a artificialidade va. Belo Horizonte era a própria
desenvolvimento natural, acom-
foi a tônica dominante. personificação da contraditória
panhando as circunstâncias
Como, no entanto, não se República que também saía de
das gentes que a ocuparam;
consegue segurar por tempo um relutante cueiro!
ao contrário, parte considerável
demais a água entre as mãos, em Conhecer essa cidade inci-
do núcleo central de Belo Hori-
algum momento a cidade tomou piente, de poucas sombras,
zonte foi traçado e implantado
seu destino para si e adquiriu um devia ser um exercício hercúleo,
sem que nada houvesse para
ritmo próprio de crescimento. pois, mais do que exigir um
ocupá-lo. As vastas ruas e ave-
Muito provavelmente assim se esforço físico para percorrer as
nidas, pensando-se sob o olhar
deu sem consciência; simples- distâncias abastadas entre um
de rotina de mais de cem atrás,
mente aconteceu, fruto natural ponto e outro de ocupação, exi-
não eram ainda emolduradas por
da vida, que passa a ignorar o gia generosidade para enfrentar
edificações; não havia pessoas,
dirigismo. Se a princípio a ocu- a monotonia ditada pelo nada,
não havia vida, não havia ocor-
pação do lugar se resumiu ao distanciando ainda mais aque-
les pontos com gentes. Diante personagens que brandiam as entre os próprios importantes
dos discursos reiterados desde complexas bandeiras da política de outrora. O tempo era outro;
a decisão por se mudar para ali e da administração. Presiden- lento, calmo, vagaroso.
a capital de Minas, falando de tes, secretários, conselheiros Provavelmente, filhos que
uma cidade emocional e mere- e cientistas conversavam ani- somos do impulsivo, sofreríamos
cedora de todos os entusiasmos, madamente com visitantes do de tédio ou teríamos um ‘treco’
a insistência dos vazios apelava interior ou com interessados sob um dia-a-dia tão alongado.
por uma rica imaginação, per- locais, nos passeios ou que tais, Provavelmente ou... ...surpreen-
mitindo que se vislumbrasse um sem ainda o cuidado excessivo dentemente talvez não!
grande centro, com prédios de decorrente do progresso. Tudo Pode ser que, ao contrário
todos os usos, com pessoas, com era como nas remotas locali- desse cínico entender, a gente
alaridos civilizatórios. Em Belo dades de Minas, sem grandes aprendesse que a vida pode ser
Horizonte, era só quase silêncio; dificuldades, sem qualquer mais respeitosa com a qualidade
o som que ainda predominava temor ou tremor. do cotidiano, com um estresse
era o dos pássaros renitentes. Belo Horizonte era assim! mais “sob controle”. Pode ser
Percorrer essas ruas, aveni- Claro, toda cidade já o foi tam- que a gente aprendesse a olhar
das e praças; vislumbrar edifí- bém; o que diferencia a capital para os lados, sorrisse para o
cios baixos e de arquitetura algo de Minas, para tornar em excla- correr impúbere de uma crian-
artística; eventualmente assistir mação tal afirmativa historica- ça ou para a brincadeira gentil
ao sempre desejado atuar do mente inevitável, era exatamente de alguns cãezinhos. Pode ser
carro-pipa que atenuava o des- o fato de ela ter sido concebida que ainda parássemos para um
conforto da insistente poeira; para nascer grandiosa; para já ‘dedo de prosa’ com um estra-
15
verificar a existência de espaços nascer fulgurante, e não apenas nho, um estrangeiro ou um alto
imaginados para os presentes assim se tornar. Teimosamente, dignatário. Pode ser que, sem
e então inevitáveis equídeos... ela impôs seu tempo para isso a obrigação hoje só de turistas,
Belo Horizonte era de uma acontecer! Os registros - oficiais, simplesmente nos quedássemos
pequenez, de uma singeleza literários e midiáticos contem- diante de um ou outro prédio e
pueril, que impressionava. Mais porâneos -, e que são muitos!, nos entretivéssemos vendo suas
do representar o regime, ela testemunham por um bom naco linhas construtivas.
terminava por fazer lembrar as de décadas para o sonhado Pode ser; pode ser!
paisagens urbanas do passado começar a se fazer fato. Como essa cidade não exis-
ainda próximo, apenas com Hoje, mais de século depois, te mais, tais divagações mais
contornos mais modernos, sal- quando não se precisa abrir a parecem um exercício nostál-
picados de nadas. janela - de casa, do escritório ou gico estéril, já que aquilo que
Hoje, décadas longínquas de um automóvel - para sermos passou inapelavelmente saiu
dali e moradores de uma cida- ensurdecidos por uma miríade de nosso alcance. Realmente,
de que não tem quase espaço de sons perturbadores e de ima- elas parecem uma mera adivi-
algum de frescor aos olhos, é gens contínuas sem descanso, nhação, certo!?
quase inimaginável esse cená- nem ao menos conseguimos Não, não é bem assim. A tec-
rio. Um cenário com uns poucos imaginar tal cenário remanso- nologia de hoje a tudo permite.
transeuntes de terno pesado so. Hoje, quando nem mesmo Sensações, surpresas e emoções
e quase sempre escuro; um gente como a gente consegue de um século atrás podem ser
cenário com alguns animais desvencilhar-se do frenesi, e revividas com elevado grau de
domésticos soltos, rivalizando simplesmente ‘bater papo’ em fidedignidade. Sem o dissabor
no espaço e na cacofonia coti- uma esquina, nos nega a cria- de respirar aquela poeira fina
diana; um cenário inocente, ção mais imaginosa acreditar de um canteiro de obras que
mesmo quando povoado por que essa era a regra impositiva resistia ao término, podemos
Ilustração: Rafael Guimarães
16 ‘sujar’ os sapatos e as barras das no tempo, e será possível fazê-lo ços e gentes, determinando o
calças e vestidos, conhecendo com o seu próprio andar, o seu cotidiano de hoje e de amanhã.
nossa capital quando, em seus próprio ritmo. Não há, como nos O passeio virtual não se pre-
prolegômenos, mais parecia um filmes, um final inevitável; no tende o resultado dessa emprei-
vilarejo de prédios bissextos. passeio virtual, cada um pode- tada; o que se quer, com ele, é
Fazer esse percurso, desco- rá perambular como quiser, e que cada um reflita, vendo o
brindo curiosidades, divertir-se por quanto tempo quiser. Cada passado e lembrando do presen-
ou só perambular! Ao longo um o aproveitará conforme sua te, como se quer seja o futuro e
desse devaneio, refletir sobre curiosidade. como se pode e se deve influir
o tipo de vida, de rotina, de Vale frisar, no entanto, que para a concretização disso. A
aborrecimentos que queremos esse passeio virtual é muito mais visualização comparativa entre
ter, que precisamos suportar... do que um simples divertimen- os espaços de tempos diversos
O passeio virtual à Belo Hori- to; sem deixar de ser lúdico, é viabiliza essa reflexão, desde,
zonte de 1911, pois, pretende ele um instrumento de fazer claro, que se queira.
exatamente isso. Em absoluto, pensar. Revelando as ‘curvas Quem, no entanto, não quiser
sem pedir que se abdique do longamente retas’ da capital, pensar em nada disso, ainda
que a vida de hoje oferece ou ele nos faz pensar sobre como assim se trata de um belo ins-
impõe, esse instrumento que devemos lidar com nossa cida- trumento de ocupação leve do
a Câmara Municipal de Belo de. Isso, vale dizer, não com um tempo, de descanso, de brinca-
Horizonte, por seu programa senso arrivista por um tempo que deira despretensiosa.
Pró-Memória Legislativa, lega à se nega a voltar, quando a vida Cada um, pois, escolherá
sociedade, permite que conhe- era tão fácil e amistosa; o que se como será o seu passeio!
çamos, em detalhes impressio- pretende é, simplesmente, que Ao passear pelas ruas que
nantes, aquela pacata cidade se reflita sobre como podemos nem pareciam ser as nossas,
e o seu modo de vida. Por ele, e devemos, sob os influxos da pretende-se viabilizar uma expe-
realmente será possível voltar realidade, interagir com espa- riência divertida, pedagógica e
analítica; tudo isso, ou só algo
disso. Cada um que decida! E
decida a cada vez que voltar
a fazer o passeio. Pode ser só
passatempo, sob deliciosas
inspirações; mas pode ser mais,
muito mais. Pelo Passeio Virtual
Belo Horizonte 1911, será pos-
sível descobrir novidades do
passado.
Por ele, ao adentrar nesse
universo feérico, é plenamente
possível nos situarmos no nos-
so lugar e dar a este a roupa-
gem que entendermos a mais
salutar. É uma experiência de
‘possuimento’: de sermos da
cidade e de ela ser nossa! É
uma experiência muito, muito
interessante mesmo.
Na correria, deixamos de
lado tudo isso; quem sabe, se
17
voltarmos alguns passos, con-
seguiremos voltar a isso, hoje!?
A vida moderna não deixará de
ser o que é: intensa, anônima,
curta. Mas, em cada ângulo
seu, podemos, sim, ver algo
que nos passa despercebido,
por andarmos olhando para o
chão. Queremos que todos vol-
temos a olhar para o lado e para
frente, reconheçamos o nosso
espaço e o nosso vizinho, nos
conciliemos com a nossa cidade.
Esse, o objetivo do Passeio
Virtual Belo Horizonte 1911!
Divertir e ensinar, capaz de nos
tornar indivíduos de um lugar.

Conheça esse intrigante expe-


rimento, nas páginas seguintes e,
mais ainda, com idas e voltas ao
endereço de nossa cidade: www.
cmbh.mg.gov.br/pro-memoria
PESQUISA
ICONOGRÁFICA
Conheça parte do importante acervo
que foi referência para a criação do
Passeio Virtual Belo Horizonte 1911

18

Praça da Liberdade
Acervo do Arquivo Público da Cidade de
Belo Horizonte. Foto anterior a 1910
Estação de bondes (esquina de av. Afonso Pena e rua Bahia), com 2º relógio público (1910-1920).
Acervo Museu Histórico Abílio Barreto
19

O edifício foi idealizado para ser um grande hotel, que não chegou a se concretizar. Ainda em meados de 1906, o Governo
do Estado de Minas Gerais adquiriu a construção em andamento e a transformou no Quartel do 2o. Batalhão de Briga-
da Policial. Entre sua inauguração em 1906 e 1911, o edifício sofreu várias reformas, e passou a abrigar também a Junta
Comercial e órgãos do Ministério da Guerra. Em 1911, a força pública se transferiu para Juiz de Fora, e o edifício passou a
ser sede da Escola Livre de Engenharia - Acervo Arquivo Público Mineiro
20
Vista do antigo Fórum de Belo Horizonte - MG, mais tarde transformado em Escola Normal e depois
no Instituto de Educação. Acervo Arquivo Público da Cidade de Belo Horizonte.

Cia de Luz situada na av. Afonso Pena.


Vista do Grande Hotel de Belo Horizonte (MG) à avenida do Paraopeba (chamada Augusto de Lima a partir de 1935)
esquina com rua da Bahia onde mais tarde construiu-se o edifício Arcângelo Maleta. Acervo Museu Histórico Abílio Barreto 21

Vista da antiga Igreja de Nossa Senhora da Boa Viagem em Belo Horizonte - MG.
Ao fundo, a Igreja do Sagrado Coração de Jesus e o Fórum, mais tarde
transformado em Escola Normal e depois no Instituto de Educação.
Acervo Arquivo Público da Cidade de Belo Horizonte.
Rua Goyás, atual rua Goiás, com vista parcial do Teatro Municipal (esq.) e do Palácio de
Justiça ao fundo. Foto do Álbum Belo Horizonte 1911. Acervo Particular.

22

Vista do Teatro Municipal de Belo Horizonte - MG à rua Goiás esquina com a rua da Bahia. Em 1942 foi transformado no
Cine Metrópole e demolido em 1983. Acervo Arquivo Público Mineiro.
23

Página do Álbum Belo Horizonte 1911. Acervo Particular.


24 Ponte Artística. Localizada onde hoje
há o viaduto Santa Tereza. Ao fundo o
imponente prédio dos Correios. Acervo
do Museu Histórico Abílio Barreto.

Igreja Metodista, onde hoje é o edifício


Acaiaca; fundada em 14 de outubro
1898, foi demolida em 1937.
Fotografia entre 1905 e1908.
Acervo Museu Histórico Abílio Barreto
Relatos de curiosidades e descobertas
durante o processo de criação do Passeio Virtual

PROCESSO E
DESCOBERTAS 25
Localização: Praça da Liberdade
Tipo de uso em 1911: residência
de Francisco Narbona e posteriormente
Escola de Odontologia* SOLAR
O prédio Solar Narbona, loca-
lizado na praça da Liberda-
de, é um dos poucos exemplos
Expansão

que resistiram ao tempo e à


constante modernização da
cidade. A equipe de criação
não encontrou dificuldades para
identificá-lo já que pôde estudá
-lo in loco por meio de registros
fotográficos.
Situado em área aberta e de
fácil acesso, sem muita interfe-
rência do outros aparatos urba-
nos como placas, árvores e
outras edificações, este parecia
26
ser um dos mais simples pro-
jetos de modelagem até então. tridimensional, fotografias são encontrados registros visuais
Nessa primeira etapa do pro- bidimensionais, e é claro, com daquela época, o que acarretou
jeto ainda não se tinha convê- isso não foi possível adquirir na utilização de referências de
nios com órgãos que pudessem informações de todos os lados datas próximas, anteriores ou
fornecer as plantas de todos para reproduzir os detalhes na posteriores a 1911.
os prédios, e mesmo que já o hora de reconstruir virtualmente. O Solar Narbona se tornou
tivesse, sabe-se que nem todos A terceira limitação refere-se uma referência interessante no
as plantas estão disponíveis para a qualidade da imagem. processo de criação do ambiente
o público. Optou-se, então, por Problemas de foco, repro- virtual, já que foi um dos pri-
usar fotos recentes de satélite, duções com perda de quali- meiros prédios a serem mode-
realizar visitas aos locais e pes- dade, danos causados por má lados. A aparente facilidade se
quisas no acervo fotográfico que conservação ou ação natural tornou uma armadilha. Depois
se tinha acesso. do tempo, bem como falhas de coletar imagens in loco, o
A análise de conjuntos arqui- no processo de revelação que artista conceitual fez o projeto das
tetônicos por meio de fotografias levaram à deterioração da foto- fachadas, depois o modelador
possui alguns problemas. grafia, dentre outros. Ainda, reconstruiu o prédio e utilizou as
O primeiro problema é a em alguns casos a resolução mesmas cores do prédio atual
escala e a exatidão das medi- das imagens digitalizadas era para as texturas e ornamenta-
das. Por mais que os objetos, muito baixa, o que dificultou o ções. Um belo trabalho. Até que
* Fonte: descubraminas.com.br

pessoas, postes e outros ele- trabalho. o arquiteto Bruno Destéfani des-


mentos urbanos nos forneçam Por fim, a questão referen- cobriu na internet uma imagem
uma certa segurança da escala, te a datação das fotografias e supostamente de 1930, de baixa
a exatidão das medidas não documentos. resolução, que comprovava que
estará presente. Em muitos casos obter a em alguma data posterior, houve
O segundo é a limitação de datação correta foi um proble- uma reforma e um acréscimo no
visão da imagem. Arquitetura é ma, em outros, sequer foram tamanho do prédio.
NARBONA

27

Na primeira imagem, tirada


aproximadamente na década
de 1930, vemos o prédio sem a
expansão atual.
No cartão postal do meio, sem
data, confirmamos o formato
original da fachada.
Na imagem atual fica
clara a ampliação do
imóvel.

A imagem maior, na parte superior, é o Solar Narbona já modelado e texturizado como aparece no Passeio Virtual
Liga a praça da Liberdade
à Praça da República, atual
Praça Afonso Arinos av. joão
A
o longo da história de servassem o estilo arquitetônico
Belo Horizonte os nomes da época.
de diversas ruas e aveni-
das foram alterados, como por Entre Guajajaras e Aimorés
exemplo a atual av. João Pinheiro
que até 1908 era chamada de A partir de 1911 a prefeitura
av. da Liberdade.Avenida esta deixou o primeiro pavimento da
que faz a ligação entre a praça Secretaria de Agricultura, na
Afonso Arinos com a Praça da praça da Liberdade, e ocupou
Liberdade. Outro exemplo é a prédio próprio na Av. da Liber-
própria Praça Afonso Arinos, que dade esquina com Aymorés.
à época era chamada de Praça O prédio abriga hoje o Arquivo
da República. Optou-se no caso Público Mineiro. Do mesmo
da João Pinheiro, por manter o lado, pouco abaixo, num sobra-
nome original, mesmo que em do, estava instalado o Senado
28 1911 já estivesse alterado, e foi Mineiro, também conhecido
necessário fazê-lo também em como Senadinho. Ambos pre-
outras localidades. servam, ainda hoje, boa parte
Esta área é um bom exemplo das características das facha-
de registros fotográficos raros, das originais. Além disso, por
o que levou-se a debater o que se tratar de prédios oficiais, as
fazer no caso de não encontrar imagens dá época são de boa
nenhuma documentação dos qualidade.
lotes, mesmo sabendo que ali No mesmo lado da rua, na
existiam construções. De posse esquina com a Rua Timbiras,
do cronograma de execução, morava João Pinheiro, o Gover-
percebeu-se que aprofundar nador que deu o atual nome da
nas pesquisas para além das alameda. O próximo quarteirão,
imagens fornecidas pelo MHAB, entre Timbiras e Guajajaras tam-
APM e APCBH, poderia tomar bém possui registros fotográfi-
um tempo que não se tinha. cos datados entre 1905 e 1910.
Optou-se por dar segmento ao Ademais, o álbum Belo Horizonte
trabalho preenchendo as áreas 1911, publicado no mesmo ano,
“vazias” com prédios, sobrados nos forneceu algumas imagens
e casas fictícias, mas que pre- importantes.

Imagem virtual da Av. João Pinheiro: render Marcos Maciel


pinheiro
A casa das
ramente queriam registrar uma
bananeiras
metrópole que representasse o
Aqui começa uma curiosa progresso?
etapa do trabalho realizado. Evidente que a resposta a
Por que as fotografias somente tal pergunta não é afirmativa
abrangiam a parte direita de para todas as construções. Uma
quem sobe a avenida? Além imagem digitalizada de página
disso, ao pesquisar fotografias de uma revista antiga* e com
da rua dos Guajajaras perce- qualidade não muito perfeita,
beu-se que elas também não acabou confirmando que a casa
mostravam a casa que fazia da esquina, também à direita de
esquina com a avenida. quem sobe, não apresentava o
Sem possuir as plantas e as glamour das outras construções
datas das construções da parte vizinhas.
esquerda, a equipe criativa não Era uma casa simples, cheia
teve dificuldade em fantasiar um de bananeiras enormes, com 29
pouco e preencher a área. muitas plantas no quintal. Igno-
Será que as construções da rada por alguns fotógrafos, ela
esquerda da João Pinheiro eram se tornou o nosso prêmio. Lá
esteticamente reprováveis ao está ela no passeio, e também
gosto dos fotógrafos que, cla- no game.

*Única imagem encontrada que registra parcialmente a


casa da esquina da av. João Pinheiro e Guajajaras
Atual praça Afonso Arinos.
Nunca teve o seu projeto
finalizado Praça
Na Praça da República, vale destacar
a Faculdade Livre de Direito (1), que
já não existe na sua forma original e o
Palácio de Justiça (6) que ainda hoje
pode ser visto na avenida Afonso Pena.

Outras edificações importantes na


região: a Agência de Bondes (22), a
casa Arthur Haas (19), o Teatro Muni-
cipal (18), a Câmara dos Deputados
(3), o Clube Floriano Peixoto e Escola
de Artífices (8), a Escola Livre de
Música (9) e a casa do artista alemão,
Frederico Steackel (5).

30

A Faculdade Livre de Direito como era


em 1911 (acima em preto e branco) e a
recriação virtual (acima em cores).
da república

31

Desenho conceitual da fachada do Palácio da Justiça baseado na fotografia acima.


Principal corredor cultural e
de comércio da cidade
rua da

32 Acervo Arquivo Público da Cidade de Belo Horizonte

A
rua da Bahia é emblemá- Haas, ainda na esquina com
tica em termos culturais Afonso Pena. No próximo quar-
para a cidade de Belo teirão temos o Teatro Municipal,
Horizonte. Quem caminhar logo a frente o Grande Hotel,
por ela nos dias de hoje vai se mais acima a Capela de Lour-

II Batalhão da PM - Faculdade de Engenharia. Acervo Arquivo Público Mineiro


deparar, na altura da Avenida des (hoje, o Colégio Sagrado
Álvares Cabral, com um monu- Coração de Jesus) e, por fim, o
mento que eterniza um trecho do Instituto Manguinhos (esquina
samba de Rômulo Paes: “A minha com Olegário Maciel), já na
vida é esta: subir Bahia, descer altura da Praça da Liberdade.
Floresta...”. Não seria possível A Bahia corta toda a exten-
dar menos importância a ela no são do cenário, possui o maior
projeto do Passeio Virtual. número de prédios modelados
Para ser mais preciso, a rua e por isso, consumiu o maior
da Bahia é a coluna vertebral número de horas trabalhadas
do passeio, começando pela do projeto. Apesar disso, tam-
Casa do Conde Santa Marinha, bém optou-se por adicionar, em
passando pela Faculdade de alguns trechos, prédios fictícios
Engenharia e pelo suntuoso para acelerar o processo de
prédio dos Correios, na esquina construção e manter o foco nas
com Afonso Pena. O trecho mais edificações mais importantes,
intenso e elegante da época, no contexto do projeto.
tinha de um lado o Hotel Globo Esta decisão foi reforçada
e do outro lado a Casa Arthur ainda, pelo fato de um longo
bahia
Na rua da Bahia com Goiás
ficava o Teatro Municipal.
(esq.)

O segundo Batalhão de
Polícia, que posteriormente
tornou-se Escola de Enge-
nharia, fica na Bahia com
Av. do Comércio (atual Av.
Paraná). Hoje seu prédio
abriga a o Centro Cultural
da UFMG.
(esq. abaixo)

33

trecho da rua ser ocupada pelo Prédio dos Correios.


comércio, e, talvez por isso, Situado na Av. Afonso
percebeu-se nas fotografias Pena com Bahia, era um
várias alterações de fachadas dos mais imponentes
num curto intervalo de tempo. da cidade
Uma rica rua cultural e
comercialmente não poderia
mesmo ser estática. A ela cou-
be abrigar uma boa curiosi-
dade do passeio virtual. Belo
Horizonte era conhecida por
ter muita poeira no período de
seca, pois nem todas as ruas
ainda eram calçadas e o asfalto
chegou um pouco mais tarde.
A solução encontrada na época
foi um bonde “pipa”, que subia
a Bahia cheio de água e descia
acalmando a poeira que invadia
o fino comércio da região.
Principal porta de entrada
para a cidade
praça

34

O
cronograma de exe- leigo, acostumado a jogos de de processamento (considere
cução da construção ação realistas não perceba. Na que tudo que aparecer na tela
da cidade foi dividido prática, foi preciso remontar do usuário, terá que ser proces-
em três fases. A primeira fase mais quarteirões, pesquisar sado pelo computador).
perfez a construção do cenário mais prédios e detalhar mais Contudo, utilizar da neblina
referente a Praça da Liberdade, os cenários. como meio para economizar
enquanto que na fase dois se Há técnicas consolidadas processamento, nos privaria
deu pela constituição da Praça para se fazer isso sem tornar da oportunidade de mostrar o
da República e, por fim na fase o cenário “pesado” e assim, horizonte, que é o grande trunfo
três a Praça da Estação, sendo acabar exigindo que o usuário desta bela cidade. A conclusão
que nesta última ficaram evi- do aplicativo possua um com- foi que seria necessário mostrar
dentes alguns desafios extras. putador moderno e caro. Uma no passeio virtual as monta-
Montar um cenário para apli- das técnicas mais usadas é nhas, que hoje estão escondi-
cativo com interação em tempo o uso da neblina. Explicando das pelas torres de concreto
real, que possua ampla área de uma forma simplista, pode- e trabalhar a otimização para
aberta, onde a profundidade mos dizer que, com a neblina, economizar processamento
de visão é longa, cria alguns a visibilidade em profundidade de outra forma.
problemas técnicos interes- se torna pequena e tudo acaba Apesar do acervo fotográfico
santes, que talvez o público ficando mais “leve” em termos da época, que estava em poder
da estação

35

dos colaboradores deste projeto detalhes a praça da Estação e Posteriormente, já com aces-
ser vasto, aparentemente nem o seu entorno, com visualização so ao acervo de plantas do Arqui-
todos os locais da região eram do Mercado (atual rodoviária) vo Público da Cidade de Belo
“interessantes” o suficiente para até as áreas, então com pou- Horizonte, confirmou-se a pre-
que fossem amplamente foto- cas moradias, do atual bairro cisão do trabalho de Thiago e
grafados. Ou seja, tinha-se em Lagoinha. Uma imagem com ainda foi possível acrescentar
detalhes o prédio da estação profundidade, nitidez e bastante mais detalhes.
central, algumas indústrias e informação. Ainda assim, por uma ques-
não muito mais. Comparando as imagens tão de prioridade no cumpri-
Entretanto, uma fotografia individuais de prédios como o mento do cronograma, optou-se
datada de 1908, do fotógrafo da Estação Central, do Centro por deixar algumas áreas vazias
Olinto Belém, foi a peça chave Industrial Mineiro, e outras, o ou apenas com estruturas de
para todo o processo de levan- artista conceitual Thiago Bacelar andaimes e caixas, como se
tamento e criação do cenário. pôde descobrir e desenhar os ainda não estivessem prontas.
Trata-se de uma montagem prédios de comércio daque- Isso na verdade acrescentou
panorâmica que provavelmen- la região. Neste caso, o belo mais charme e reforçou o con-
te foi clicada de algum ponto trabalho tem muito mérito na ceito de uma cidade em plena
do atual bairro Floresta que capacidade e talento do artista. construção, como realmente
mostra com grande riqueza de Deixar de citar isso seria injusto. era em 1911.
36
Acima: edifício da Estação Central. Um
exemplo de imagem bem conservada que Abaixo: a imagem possibilitou o
nos forneceu preciosos detalhes para a entendimento da parte dos fundos da
construção de uma obra demolida na Estação, além de mostrar a posição e a
década de 1920. fachada de vários prédios no seu entorno.
Acervo Arquivo Público da Cidade O paisagismo da av. Amazonas
de Belo Horizonte também foi um belo achado.
Acervo Museu Histórico Abílio Barreto
Criação

37
arte conceitual

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O artista conceitual faz o que


chamamos de pré-produção.
Ele é o responsável pela inter-
pretação das imagens e criação
dos desenhos necessários para
que os modeladores consigam
38 executar seu trabalho.
Como nem todos os edifí-
cios possuiam projetos dispo-
níveis, coube a ele redesenhar
as fachadas, os personagens e
os objetos de cena de acordo
com as fotografias da época.

Projeto de fachada de casa datada de


1908. Cedido pelo Arquivo Público da
Cidade de Belo Horizonte

Arte conceitual da Câmara dos Deputados por Thiago Bacelar


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39

Detalhes da arte conceitual do prédio dos Correios


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modelagem
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40

Na etapa de modelagem, os artistas Igreja São José, modelada por Bruno Destefani. Cena da Praça da Estação com modelos de vários artistas.
utilizaram o software gratuito Blender,
para dar forma aos projetos. Modelar
um objeto tridimensional digitalmen-
te basicamente implica em inserir as
informações de largura, altura e profun-
didade. Apaser de parecer simples, não
o é. Principalmentes em se tratando de
objetos muito detalhados.
Como o objetivo da modelagem é
encontrar um meio termo entre o deta-
lhamento dos edifícios e a capacidade
dos computadores de processar em tem-
po real, os modelos possuem apenas as
formas cruciais para que se assemelhem
com a realidade.
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ão
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TEXTURAS Após a conclusão da modelagem, outro
artista precisa dar cor ao objeto e fazer
cada material parecer o mais convin-
cente possível aos olhos do público.
A texturização consiste em desenhar,
manipular fotografias e criar efeitos
para que cada material diferente, seja
ele vidro, mármore, metal, etc, seja
identificado no modelo.
A textura bidimensional é mapeada e
depois posicionada de forma a cobrir
todo modelo, como vemos nas imagens
desta página. 41
Como a grande maioria das imagens de
referência é monocromática, a paleta
de cores foi uma escolha baseada hora
em postais pintados à mão, hora por
criação do texturizador.

Objetos, pessoas, vegetação e prédios da Praça a Liberdade já texturizados


ra

animação
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an

42

Cabe aos animadores dar vida aos per-


sonagens não apenas colocando-os em
movimento, mas dando personalidade
a cada um.

No passeio virtual você vai encontrar


cidadão comuns caminhando pela
cidade, cada um com seu destino.
Encontrará também líderes políticos
debatendo entre si, cavalos, cães,
pássaros nas gramas das praças
e nos céus.

Todos receberam alma por meio dos


animadores para fazer seu passeio
mais divertido e agradável.
Level desing
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ão
ra sig

o de
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g
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O passeio virtual não é apenas um amon-


toado de prédios posicionados cada um
em seu endereço. Muito mais que isso, ele
pretente resgatar uma pequena parte da
ambientação, do clima e das sensações
subjetivas que se podiam ter na época.

Para isso o profissional de level design


precisou reunir todos os elementos arquite-
tônicos como, objetos, arbustos e plantas 43
ornamentais, os bancos das praças, a luz,
o céu e juntamente com o programador
foram inseridas pessoas, animais, sons
ambientes e trilha sonora.Tudo isso para
compor cena por cena e adicionar emoção
e vida ao passeio.

O programador acaba ficando com o


trabalho de fazer tudo funcionar bem, sem
ter imagens próprias para emoldurar. Mas
sua assinatura está em cada detalhe do
DNA do aplicativo.
Reconstituindo a
Belo Horizonte de 1911

A reconstituição da cidade
de Belo Horizonte, tal qual
existia em 1911, implicou, por
certo, “reerguer” os prédios à
época localizados no núcleo
central da cidade e que foram
posteriormente subtraídos da
paisagem urbana; esse processo
de recuperação se deu apenas
quanto aos prédios sobre os
quais tenham sido descobertas
informações consistentes sobre
sua aparência visual externa e,
44
ainda, sobre seu posicionamento
na trama citadina. Ao lado desses
prédios, foram inseridos aqueles
que, já existindo há pouco mais
de um século, resistiram ao fre-
nesi do desenvolvimento, tanto
quanto possível com a aparência
que tinham então.
Visando promover com um
mínimo de veracidade a reconsti-
tuição da cidade, foram inseridos
no passeio prédios que não retra-
tam o que efetivamente existiu
ali, naquele ano de 1911; não
tendo sido possível descobrir a
realidade fática correspondente,
mas havendo informações confi-
áveis sobre a ocupação do local
(com imagens panorâmicas ou
apenas parciais), foram criadas
edificações respeitando o estilo
de época, de forma a permitir
uma visualização ideológica de
como era Belo Horizonte, em
termos de ocupação.
Em homenagem a personali-
dades relevantes para a cidade
Prédios ainda existentes Prédios subtraídos da paisagem

Praça da Liberdade
Palácio da Liberdade Chefia de Polícia
Secretaria do Interior Instituto Manguinhos
Secretaria de Finanças residência de Irineu Ribeiro
Secretaria de Agricultura Palacete Dolabela
Solar Vivacqua réplica da pico do Itacolomi
Solar Narbona
Reservatório de água
Avenida João Pinheiro (antiga avenida Liberdade)
Prefeitura residência de João Pinheiro
Senado
residência de secretários estaduais
Avenida Afonso Pena
Igreja São José Companhia de Eletricidade
Fórum Escola Livre de Música
Clube Floriano Peixoto e Escola de
Artífices
Correios
Agência de Bondes
Hotel Globo
Casa Arhur Haas
Delegacia Fiscal
Palacete Thibau
Igreja Metodista 45
Colégio Izabela Hendrix
Praça da República (atual Afonso Arinos)
Palácio da Justiça Faculdade Livre de Direito
Câmara dos Deputados
Centro Telefônico
Teatro Municipal
Largo da Boa Viagem
Igreja da Boa Viagem
Solar Frederico Steackel
Rua da Bahia
Inspetoria da Guarda Civil Ginásio Mineiro
Banco Crédito Real Palacete Olintho
Quartel do 2º Batalhão Capela Nossa Senhora de Lourdes
Drogaria Araújo Grande Hotel
Equitativa
Concepção artística em Praça da Estação
3D da ocupação urbana da
época (acima). Companhia Industrial de Belo Horizonte Estação Central do Brasil
residência do conde de Santa Marina Fábrica de Colarinhos e Punhos
Mapa artístico da ocupação Mecânica de Minas
do entorno da Praça da Repú- Empresa Prado Lopes
blica, baseados em registro Grande Serraria e Carpintaria Garcia
fotográficos entre 1898 a de Paiva & Pinto
1911 (ao lado). Estabelecimento Industrial Mineiro
Outras localidades
Arte de Marcos Maciel e
Thiago Bacelar Igreja Sagrado Coração de Jesus
respectivamente Colégio Sagrado Coração de Jesus
Arthur Bernardes, secretário
estadual das Finanças em
conversa com um líder do Personagens do Passeio Virtual
interior do Estado.
Bueno Brandão
Presidente do Estado

Antônio Martins
Vice-presidente do Estado

Wenceslau Braz
Ex-presidente do Estado e
vice-presidente da República

Ezequiel Dias
Diretor do Instituto Manguinhos
de Belo Horizonte

Oswaldo Cruz
Diretor nacional do
Instituto Manguinhos

Arthur Bernardes
Secretário estadual das Finanças

46 Américo Ferreira Lopes


Chefe de Polícia
e para o Estado naquele ano to Manguinhos, sendo eles os
de 1911, algumas delas foram responsáveis diretos pela admi- Christiano Alves Pinto
inseridas no passeio, sempre nistração daquela entidade, o Comandante geral
da Força Policial
em espaço público, tão próximo primeiro em Belo Horizonte e
quanto possível da sua área de o segundo, no Rio de Janeiro. Levindo Ferreira Lopes
atuação. Na praça da República, Presidente do
Assim, encontram-se defronte em frente ao antigo prédio da Conselho Deliberativo
o Palácio da Liberdade os senho- Câmara dos Deputados, conver-
res Bueno Brandão, Antônio Mar- sam os membros do Conselho Alberto Cintra
Conselheiro
tins e Wenceslau Braz, os dois Deliberativo, Levindo Ferreira
primeiros sendo o presidente Lopes (que era seu presidente), Alcides Batista
e vice-presidente em exercício Alberto Cintra, Alcides Batista, Conselheiro
naquela época, e o último, o Benjamin Flores, Narciso Coe-
antecessor imediato na Presidên- lho, Pedro Sigaud e Olyntho Benjamin Flores
cia estadual, cargo que deixou Meirelles. Conselheiro
após ser eleito vice-presidente Por fim, os senhores Amé-
Narciso Coelho
da República. rico Ferreira Lopes, chefe de Conselheiro
Em frente à Secretaria do Polícia, e Christiano Alves Pin-
Interior, o senhor Arthur Bernar- to, comandante geral da Força Pedro Sigaud
des atende a um líder político Policial, estão em frente à Chefia Conselheiro
do interior. de Polícia.
Olyntho Meirelles
Ainda na praça, os senhores Pelo restante da capital, pes-
Conselheiro
Ezequiel Dias e Oswaldo Cruz soas anônimas, como em todas
conversam à porta do Institu- as cidades, de todos os tempos...
Conselho Deliberativo
de Belo Horizonte

N o quarteirão entre a rua da


Bahia, a avenida Álvares
Cabral e a avenida Paraibuna
antes referida.
Por fim, o terceiro prédio
instalado nos antigos jardins
(atual Augusto de Lima), se da Câmara.
localizava, em 1911, a Câmara Esse edifício foi erguido para
dos Deputados de Minas Gerais; servir de sede para o Conselho
o sobrado em dois andares era Deliberativo de Belo Horizonte,
ladeado por jardins artísticos. que vem a ser a primeira mani-
Esses jardins foram, em festação do Poder Legislativo
momentos distintos, diminuí- na capital mineira; ele constitui 47
dos, para ceder espaço a pré- exemplar único em Minas do
dios diversos. Na parte deles estilo arquitetônico neogótico
que margeava a rua da Bahia, manuelino, tendo sido inaugu-
por exemplo, foram erguidos rado em 1914.
três prédios que ainda existem Em 1930, todas as casas
e hoje compõem o patrimônio legislativas do país foram fecha-
histórico da cidade. das, após a revolução que levou
O primeiro deles, construído Getúlio Vargas ao poder, inician-
em 1932 e localizado na esquina do um longo período de governo
com a avenida Álvares Cabral, ditatorial, com brevíssimo inter-
sedia atualmente o Museu Inimá valo constitucional. Durante esse
de Paula, após ter hospedado o intervalo, o mesmo prédio rece-
Clube Belo Horizonte e o Cine beu a Câmara Municipal, mas
Guarani; no segundo, logo abai- por apenas um biênio (1936-37),
xo deste, funciona uma agência pois novamente Vargas decretou
dos Correios. o fechamento dos parlamentos.
Há um projeto, cuja imagem Quando, enfim, terminou a
ilustra esta matéria, que indica ditadura do Estado Novo e foram
ter havido, de início, o planeja- retomadas as práticas democrá-
mento por outra destinação do ticas, a Câmara Municipal voltou
espaço que abriga esses dois a funcionar naquele prédio, ali
prédios acima mencionados, permanecendo até 1973, quan-
qual seja, a instalação do Ban- do se transferiu para a rua dos
co Agrícola; isso, no entanto, Tamóios; quinze anos depois,
terminou não se efetivando, ela se mudou para a sede atual,
permitindo a edificação dupla à avenida dos Andradas.
No cartão postal:
à direita o prédio do Grande
Hotel, na esquina de Bahia
com Paraopeba (atual Augus-
to de Lima). À esquerda os
jardins da Câmara dos Depu-
tados ainda sem o prédio do
Conselho.

Abaixo:
48 à esquerda o desenho da
fachada do Conselho. À direi-
ta a planta do lote onde foi
construído o Conselho, com
com seu vizinho planejado, o
Banco Agrícola.
Epílogo

Bernardo Pinto Montei- invocava-se - entre cínica e


ro, prefeito da jovem capital condescendentemente - a
mineira ao tempo em que necessidade de, primeiro,
se aprovou a criação do autonomia, desde que as ins- concluir a obra física ainda
Conselho Deliberativo corres- tituições garantidoras de sua em andamento de edificação,
pondente, festejou o formato efetividade, na prática, ofereçam não de uma cidade, mas de um
político-institucional adotado os piores resultados”. monumento à mesma República
para a cidade: “A Lei nº 275, de Todo esse conjunto expositi- tão aviltada. Não se tratava de
vo, mas, em particular, as duas 49
12 de setembro de 1899, criou um bom começo! (...)
na capital um Conselho para afirmativas finais expendidas, (...) essa anormalidade ins-
votar os impostos e decretar revelavam em definitivo o esva- titucional se reverteu, de forma
as despesas necessárias aos ziamento de parcela significativa progressiva, ao longo dos trinta
negócios e serviços peculia- do ideário republicano, antes anos de existência do Conselho
res da sua administração. (...) bradado com ênfase e mesmo Deliberativo, assumindo este, ao
Esta organização tem merecido intolerância. (...) Nesse sentido, final do trintênio, o perfil de efe-
aplausos de notáveis homens ajuizar a priori que haveria má tivo Poder Legislativo Municipal.
políticos de fora do Estado. gestão citadina se esta decorres- Quando isso se deu, a capital e
A tendência que se observa se de um processo que contem- seu Parlamento chegaram, final-
hoje em povos cultos, onde a plasse democracia e autonomia mente, à maturidade política: a
democracia é uma realidade, local traduz não só a contradição demora, se confirmou por um
afirma-se no sentido de garantir ideológica antes aventada, mas lado a relatividade dos valores
a intervenção dos governos nas um preconceito de difícil, se sacados para mudar-se o regime
administrações municipais das não impossível, compreensão e brasileiro, por outro, revelou-se
grandes cidades, revestindo aceitação. A crença nos valores a verdadeira e talvez primeira
os cargos de todas as cautelas republicanos não durara, pois, grande conquista da própria
possíveis. (...) Se os governos tempo suficiente para que eles cidade. Isso, no entanto, fica
e as representações estaduais se mostrassem adequados e para outra reflexão...
ou nacionais têm residência eficientes; consolidada a subs-
legal forçada nas capitais, é tituição de regime, abdicar-se
excerto de Ciclones e macaréus: o
justo tenham o direito de inter- daquela crença e abraçarem-se parlamento na história de Belo Hori-
vir na administração local (...). práticas avoengas antes tão repu- zonte. Câmara Municipal, Programa
Também não se compreende diadas não causava incômodo Pró-Memória. Belo Horizonte: CMBH,
o excessivo zelo pela chamada algum. Justificando a tudo isso, 2010. Páginas 711, 712 e 721
50
Visita de Afonso Pena e Bias Fortes
ao canteiro de obras.
Acervo Arquivo Público da
Cidade de Belo Horizonte

Convite de 31/8/1895, subscrito por Francisco Bicalho,


para a inauguração do ramal férreo na área onde se edificava
a nova capital - o que facilitaria a chegada de materiais e de
profissionais -, bem como para o lançamento da pedra funda-
mental do palácio presidencial, do Congresso e
das secretarias de Estado.
51

FRANCISCO BICALHO
A data de lançamento do Pas-
seio Virtual Belo Horizonte
1911 - 13 de novembrodo pas-
no mineiro a contratá-lo para,
em 1895, conduzir a Comissão
Construtora da Nova Capital,
tiva do Vereador Ataliba Lago,
emprestou seu nome ao prédio-
sede da Câmara Municipal (Lei
samento de Francisco de Pau- responsável pela edificação de nº 1.562/1968, § 3º do art. 3º),
la Bicalho, que faleceu nesta Belo Horizonte. que, na época, funcionava ain-
mesma data, há 95 anos (1919). No exercício dessa espinho- da no edifício localizado à rua
Esse engenheiro de São João sa missão, conseguiu que em da Bahia, no cruzamento desta
Del Rei possuía larga experiên- apenas 2 (dois) anos e 5 (cinco) com a avenida Augusto de Lima.
cia adquirida em importantes meses, superando melindrosos
projetos e serviços públicos nas problemas de abastecimento
duas décadas finais do Império, e de ausência de mão-de-obra Foto: representação artística do
como, por exemplo, direção especializada em quantidade banquete em comemoração aos
e prolongamento da Estrada suficiente, a edificação essencial eventos de que trata o convite de
de ferro Pedro II (Central do fosse encerrada, viabilizando a 31/8/1895, na qual aparece, à
esquerda, o então presidente do Esta-
Brasil) e abastecimento do Rio inauguração da capital dentro do, Bias Fortes, levantando brinde;
de Janeiro, dentre várias outras do prazo legal. à esquerda, assentado, o presidente
ocupações. Exatamente em virtude de Afonso pena, que iniciou as obras
Suas qualidades técnicas sua importância ímpar para a de fundação de Belo Horizonte; ao
e gerenciais levaram o gover- história da cidade, por inicia- centro, em pé, Francisco Bicalho.
Nem todos os colaboradores
aqui representados ficaram no
projeto até a presente data, mas
a participação e a dedicação de
cada um acrescentou muito na
qualidade do projeto.
Agradecemos a todos!
Rafael Guimarães Thiago Bacelar
Coordenação de produção e Artista conceitual e
Direção de arte Direção de arte

52 Gabriel Brandão de Oliveira* Marcos H. Maciel de Souza Pedro César Bento Mendes
Animador Animador Level designer etapa III

Solvano Jr. Gustavo Moreira Silva Anderson Geraldo Teixeira Silva


Modelador e animador Game designer Ilustrador e texturizador
* Foto: Vanessa Oliveira

Hamilton Junior Israel Chaves Paulo Henrique Abreu


Level designer etapa II Level designer e animador etapa I Programador etapa I, II e III
EQUIPE DE CRIAÇÃO Pró-memória - Belo Horizonte 1911

Guilherme Nunes de Avelar Neto


Idealizador e Coordenador do Programa Pró-Memória Legislativa

Rafael Guimarães
Coordenação de produção e Direção de Arte

Gilberto Antonio de Souza Filho


Lucíola Barreto
Bruno Destefani Produção
Modelador
Thiago Felipe Bacelar Vignoli
Concept Art e Direção de arte

Gabriel Brandão de Oliveira


Marcos Henrique Maciel de Souza
Animação

Bruno Guimarães Destefani


Marcos Henrique Maciel de Souza
Silvano José de Faria Junior
Modelagem 3D

Gabriel Brandão de Oliveira


Gilberto A. de Souza Filho Anderson Geraldo Teixeira Silva 53
Produtor etapa III Bruno Guimarães Destefani
Thiago Felipe Bacelar Vignoli
Marcos Henrique Maciel de Souza
Silvano José de Faria Junior
Texturas

Marcos Henrique Maciel de Souza


Rig

Paulo Henrique Abreu


Eder Moreira
Programação

Pedro César Bento Mendes


Lucíola Barreto Israel Chaves
Produtora etapa I e II Hamilton Junior
Level Design

Gustavo Moreira Silva


Game design

Marcos Henrique Maciel de Souza


Efeitos de Som

Trilha Sonora
Música: Ave Libertas de Leopoldo Rodriguez
Álbum: Aurora Luminosa, Música Brasileira no Alvorecer do Século XX
Eder Moreira Executada por: Orquestra Sinfônica Nacional da
Programador etapa I Universidade Federal Fluminense
Cedida por: dominiopublico.gov.br
EXPEDIENTE
Jornalista responsável As imagens utilizadas nessa revista
ADRIANA LAGE DA SILVA foram obtidas junto a instituições que
MG04040JP - DRTE/MG muito colaboram na preservação da
memória: Arquivo Público da
Concepção e coordenação Cidade de Belo Horizonte, Museu
GUILHERME NUNES DE AVELAR NETO Histórico Abílio Barreto, Arquivo
Público Mineiro e Hemeroteca
Capa, projeto gráfico e diagramação Histórica; a todas elas agradeçemos o
RAFAEL PEREIRA GUIMARÃES empenho com que protegem a história
da cidade e de Minas. Também a seus
Textos responsáveis, somos gratos por tal
GUILHERME NUNES DE AVELAR NETO dedicação para com Belo Horizonte.
e RAFAEL PEREIRA GUIMARÃES
Também nos foi muito útil e prático o
Leitura crítica acervo do sites BH Nostalgia
ELIANA WIERMAM DE MELO (bhnostalgia.blogspot.com.br) e Curral
Del Rey (curraldelrei.blogspot.com.br)
Imagens (pesquisa e/ou criação)
EQUIPE DO PRÓ-MEMÓRIA LEGISLATIVA Por fim, foram utilizadas imagens
obtidas ou criadas pela própria equipe
Realização técnica do Pró-Memória, colaboração
PROGRAMA PRÓ-MEMÓRIA LEGISLATIVA desta nessa cruzada por manter vívida
54 DA CÂMARA MUNICIPAL DE BELO HORIZONTE a trajetória da capital mineira.

Os créditos acompanham as
respectivas imagens.

Câmara Municipal
de Belo Horizonte
Av. dos Andradas, 3.100
Santa Efigênia - Belo Horizonte - MG
CEP:30260-900
Apresentação da segunda etapa do Passeio Virtual ao então governador Antônio Telefone geral: (31) 3555-1122
Anastasia (centro). Da direita para a esquerda: o Presidente da Câmara, vereador Léo Horário de funcionamento:
Burguês de Castro, Dr. Guilherme Avelar, coordenador do Pró-Memória, Paulo Abreu e 7:30 às 19h
Rafael Guimarães da equipe de criação.

Para baixar o aplicativo, visite o site do Pró-memória:


www.cmbh.mg.gov.br/pro-memoria
Francisco Bicalho
Engenheiro
Câmara Municipal
de Belo Horizonte
Biênio 2013 - 2014

Léo Burguês de Castro - Presidente


Wellington Magalhães - 1° Vice Presidente
Orlei - 2° Vice Presidente
Leonardo Mattos - Secretário Geral
Vilmo Gomes - 1° Secretário
Veré da Farmácia - 2° Secretário

Adriano Ventura
Alexandre Gomes
Antônio Torres - Gunda
Arnaldo Godoy
Autair Gomes
Bim da Ambulância
Bispo Fernando Luiz
Bruno Miranda
Coronel Piccinini
Daniel Nepomuceno
Delegado Edson Moreira
Doutor Sandro
Dr. Nilton
Elaine Matozinhos
Elvis Côrtes
Gilson Reis
Henrique Braga
Iran Barbosa
Joel Moreira Filho
Jorge Santos
Juliano Lopes
Juninho Los Hermanos
Juninho Paim
Marcelo Álvaro Antônio
Marcelo Aro
Pablo César - Pablito
Pedro Patrus
Pelé do Vôlei
Preto Prédio do
Professor Ronaldo Gontijo Conselho Deliberativo.
Professor Wendell Primeira sede da
Sérgio Fernando Pinho Tavares Câmara Municipal de
Silvinho Rezende Belo Horizonte
Tarcísio Caixeta
Valdivino

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