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I58N 85-7244-071-2
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Apresentação 7
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os saberes, tornando-os ensináveis, exercitáveis e possíveis de avaliação é basicamente diferente das relações puramente afetivas, das outras
no quadro de uma turma, de um ano, de um horário, de um sistema de relações afetivas: ela comporta uma dose igual de apego ou mesmo de
admiração, certo modo de enraizar na pessoa do mestre, de acender
comunicação e trabalho (SOARES).
ao seu contato - e desprendimento, com algo de estrito que pode ir até
Espera-se que ele seja o promotor da união entre a competência a frieza, já que se trata, em todos os sentidos do termo, de progredir
acadêmica (domínio dos saberes) e a competência pedagógica (domí- numa 'disciplina' e, portanto, de endossar exigências rudes; por outro
nio da transmissão do saber), aliando competência, convicções e ex- lado, a relação não é, não deve resvalar para o dueto: ela é, por essên-
periências de vida (SOARES). A sua autoridade residiria também na cia, plural. Nesta relação, o professor fornece a matéria para raciocí-
nios, ensina a raciocinar, mas acima de tudo, ensina que é possível
capacidade de estabelecer uma espécie de corriunicação individual com
raciocinar. (SNYDERS)
o seu aluno, levando-o a ter intimidade com um certo passado ou, quem
sabe, com um determinado presente. O professor de História pode ensinar o aluno a adquirir as ferra-
Os dilaceramentos atingem também os alunos em sua condição mentas de trabalho necessárias; o saber-fazer, o saber-fazer-bem, lançar
de receptáculos de informações, conteúdos, currículos, livros e mate- os germes do histórico. Ele é o responsável por ensinar o aluno a captar
riais didáticos, na maioria das vezes desinteressantes, que eles lutam e a valorizar a diversidade dos pontos de vista. Ao professor cabe ensinar
por decifrar, entender ... Por isso, ainda se escuta o ressoar de suas o aluno a levantar problemas e a reintegrá-los num conjunto mais vasto
queixas, revoltas, apatias ... e embates. Agente de recusa e de contesta- de outros problemas, procurando transformar, em cada aula de História,
ção, os alunos também manifestam insegurança e temor ante os ins- temas em problemáticas.
trumentos de poder aos quais são submetidos: exames, julgamento dos Ensinar História passa a ser, então, dar condições para que o aluno
colegas e professores. Na relação pedagógica, buscam, na verdade, a possa participar do processo do fazer, do construir a História. O aluno
autonomia, procuram convencer-se por si mesmos da validade do que deve entender que o conhecimento histórico não é adquirido como um
lhes é proposto, desejam pensar por si mesmos, ser reconhecidos, ser dom - comumente ouvimos os alunos afirmarem: "eu não dou para apren-
libertados em sua originalidade na compreensão e no resgate de sua der História" -, nem mesmo como uma mercadoria que se compra bem
história. ou mal.
O professor de História, por sua vez, preocupa-se em exteriorizar A aula de História é o momento em que, ciente do conhecimento
o que sabe, tornar explícito o seu pensamento e a sua emoção. Ao que possui, o professor pode oferecer a seu aluno a apropriação do co-
mesmo tempo, ele vive a insegurança em relação àjuventude dos seus nhecimento histórico existente, através de um esforço e de uma ativida-
próprios alunos e à defasagem entre sua própria formação e o de com a qual ele retome a atividade que edificou esse conhecimento. É
aceleramento contínuo dos novos estudos e pesquisas do conhecimen- também o espaço em que um embate é travado diante do próprio saber:
to histórico. de um lado, a necessidade do professor ser o produtor do saber, de ser
É no espaço da sala de aula que professores e alunos de Histó- partícipe da produção do conhecimento histórico, de contribuir pessoal-
ria travam um embate, em que o professor, novidadeiro do passado mente. De outro lado, a opção de tornar-se apenas um eco do que os
e da memória, sente-se com a possibilidade de guiar e dominar em outros já disseram.
nome do conhecimento. Mas, ao mesmo tempo, ele se sente como A sala de aula não é apenas um espaço onde se transmite informa-
um igual e completamente aberto aos problemas e projetos dos seus ções, mas onde uma relação de interlocutores constroem sentidos. Tra-
alunos. ta-se de um espetáculo impregnado de tensões em que se torna inseparável
Na sala de aula se realiza um espetáculo cheio de vida e de so- o significado da relação teoria e prática, ensino e pesquisa. Na sala de
bressaltos. Cada aula é uma aula. Neste espetáculo, a relação pedagó- aula se evidencia, de forma mais explícita, os dilaceramentos da profis-
gica são de professor e os embates da relação pedagógica.
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o FAZER HISTÓRICO E O FAZER PEDAGÓGICO gem por repetição, por descobrimento, métodos etnográficos ou descri-
tivos, de resolução de problemas, como estudos de caso e métodos de
No que se refere ao fazer histórico e ao fazer pedagógico, um desa- investigação, entre outros.
fio se destaca dos enfrentados pelos educadores na sala de aula, e pode O conceito de método é mais amplo que o de técnica. Esta última é
ser lembrado como necessário à formação do professor de História: rea- instrumento ou ferramenta útil para o processo de ensino-aprendiza-
lizar a transposição didática dos conteúdos e do procedimento histórico gem. Trata-se de um recurso didático, por exemplo, a utilização de um
e também da relação entre as inovações tecnológicas e o ensino de His- filme através do videocassete.
tória. Recursos são os materiais de que se dispõe para a ação didática.
A noção ou o conceito de transposição didática, forjado em sua Entre eles estão os recursos humanos em que se destaca a figura do
origem por um sociólogo e iniciado pelas didáticas das matemáticas professor.
Podem ser denominadas estratégias de ensino todas as formas de
designa o processo de transformação científica, didática social, que se organizar o saber didático através de meios como o trabalho em gru-
afeta os objetos de conhecimento até a sua tradução no campo esco-
lar. Ele permite pensar a transformação de um saber dito científico em
po, aulas expositivas etc.
um saber a ensinar, tal qual aparece nos programas, manuais, na pala- Em relação à transposição didática do procedimento histórico, o
vra do professor, considerados não somente científicos (00') Isto signi- que se procura é algo diferente, ou seja, a realização na sala de aula da
fica, então, um verdadeiro processo de criação e não somente de sim- própria atividade do historiador, a articulação entre elementos consti-
plificação, de redução (00') Nós preferimos empregar um termo que
tutivos do fazer histórico e do fazer pedagógico. Assim, o objetivo é
marca mais fortemente este processo, o de recomposição didática.
(INRP,p.14) fazer com que o conhecimento histórico seja ensinado de tal forma que
dê ao aluno condições de participar do processo do fazer, do construir a
A reflexão acerca da transposição didática ou recomposição didá- História. Que o aluno possa entender que a apropriação do conhecimen-
tica do procedimento histórico implica, ainda, apontar uma certa ordem to é uma atividade em que se retoma ao próprio processo de elaboração
de questões (MARSON). Em primeiro lugar, é preciso diferenciar esta do conhecimento.
prática de outras constitutivas da formação do professor e do cotidiano Esse é um caminho da educação histórica da qual a sala de aula é
da sala de aula. um espaço privilegiado que pode possibilitar a desnaturalização de uma
É normal, por exemplo, que no dia-a-dia do magistério sejam con- visão crítica do passado que está presente em nossas vidas, levando até
sideradas sinônimas palavras como: procedimento histórico, método a conclusão de que "ser historicamente ignorante é simplesmente ser
didático, técnicas, recursos, materiais e estratégias de ensino. Todas elas, ignorante" (DOMINGUES).
é claro, referem-se a um conjunto de ações necessárias às atividades A transposição didática do fazer histórico pressupõe, entre outros
didáticas (SUAREZ). procedimentos, que se trabalhe a compreensão e a explicação histórica.
Etimologicamente a palavra método vem do grego meta (= até) e Podem ser priorizados alguns pontos da explicação histórica para serem
odos (= caminho). Na Didática Geral tem significado os meios coloca- transpostos para a sala de aula e comporem o que se denominaria a
dos em prática racionalmente para a obtenção de um resultado determi- Educação Histórica.
nado. Existem, por exemplo, métodos didáticos como o de Decroly - os Destacam-se a problematização, o ensino e a construção de
centros de interesse - que influenciaram as propostas de observação e conceitos, a análise causal, o contexto temporal e o privilégio da ex-
estudos de meio; os métodos de projetos, de Kilpatrick ou os denomina- ploração do documento histórico. É preciso, no entanto, estar atento
dos de "técnicas de Frenet". Além desses exemplos, podemos fazer re- à especificidade e à originalidade da própria explicação histórica
ferência à aplicação, no ensino de História, de métodos de aprendiza- (VEYNE).
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A problematização histórica, ao ser transposta para o ensino, traz histórica e exigem, por parte do professor, uma grande atenção aos dife-
múltiplas possibilidades e também questionamentos. Pode significar rentes ritmos dos diferentes elementos que compõem um processo his-
desde a capacidade mais simples de construir uma problemática em re- tórico, bem como às complexas inter-relações que interferem na com-
lação a um objeto de estudo, a partir das questões postas por historiado- preensão dos processos de mudança social.
res e alunos; pode também significar simples indagações ao objeto de Ademais, o procedimento histórico comporta a preocupação com
estudo: Por quê?, Como?, Onde?, Quando? a construção, a historicidade dos conceitos e a contextualização temporal.
Na prática da sala de aula, a problemática acerca de um objeto de Entende-se que da mesma forma que o passado está incorporado
estudo pode ser construída a partir das questões colocadas pelos histo- em grande parte aos nossos conceitos, ele também lhes dá um conteúdo
riadores ou das que fazem parte das representações dos alunos, de for- concreto. Assim, todo conceito é criado, datado, tem a sua história. Por-
ma tal que eles encontrem significado no conteúdo que aprendem. Dessa tanto, a construção dos conceitos, como Renascimento, humanismo,
maneira pode-se conseguir dos educandos.uma atitude ativa na cons- totalitarismo, faz parte dos procedimentos no ensino da História. Trata-
trução do saber e na resolução dos problemas de aprendizagem. É pre- se de um trabalho de elaboração de grades conceituais que poderão, de
ciso que se leve em consideração o fato de que a História suscita ques- alguma forma, permitir que o aluno analise, interprete e compare os
tões que ela própria não consegue responder e de que há inúmeras fatos históricos, construindo a sua própria síntese.
interpretações possíveis dos fatos históricos. Nesse caso, a Existe um consenso entre a maioria dos historiadores de que o pas-
problematização é um procedimento fundamental para a educação his- sado não pode ser resgatado tal qual aconteceu, ele só pode ser
tórica. reconstruído em função das questões colocadas pelo presente. Assim,
A análise causal é outro elemento a ser destacado. O ensino tradi- também é consensual que, para reconstruir o passado, o historiador ma-
cional explicava a História a partir da identificação das causas longín- nipula as características essenciais do tempo: a sucessão, a duração, a
quas e imediatas dos fatos históricos. A partir desta visão de ensino e do
1'1 próprio conhecimento histórico, as noções de casualidade levaram, muitas
vezes, a uma perspectiva teleológica e intencional da História. Sem per-
simultaneidade. Além disso, os próprios historiadores têm reconstruído
o passado a partir de periodizações e recortes temporais, bem como ten-
tado apreender a temporal idade própria das várias sociedades.
der de vista a complexidade desta questão, é importante possibilitar aos Assim, dominar, compreender e explicitar os critérios de periodiza-
alunos a compreensão de que os acontecimentos históricos não podem ção histórica, das múltiplas temporalidades das sociedades, tornar efetiva
ser explicados de maneira simplista. É necessário fazê-Ios entender que a aprendizagem da cronologia, são também desafios do procedimento
numerosas relações, de pesos e características diferentes, interferem em histórico em sala de aula.
sua realização. Finalmente, um dos elementos considerados hoje imprescindíveis
Ainda mais, é preciso buscar a explicação na multiplicidade, na ao procedimento histórico em sala de aula é, sem dúvida, o trabalho
plural idade e no encadeamento de causalidades, sem a preocupação com com as fontes ou documentos. A ampliação da noção de documento e as
a determinação finalista de causa-acontecimento-conseqüência. transformações na sua própria concepção atingiram diretamente o tra-
Na história, como em outras Ciências Sociais, a questão da causa- balho pedagógico.
lidade é bastante complexa, por isso "as causas em História, naquilo que Segundo os princípios da História, denominada positivista, e numa
poderíamos chamar em sua acepção tradicional, vêm a ser somente as perspectiva tradicional do ensino, o uso escolar do documento tem ser-
condições necessárias para o aparecimento do efeito (DOMINGUES). vido para destacar, exemplificar, descrever e tornar inteligível o que o
Muito mais que as determinações causais, é importante levar o edu- professor fala.
cando à compreensão das mudanças e permanências, das continuidades A partir das renovações teórico-metodológicas da História, bem
e descontinuidades. Essas noções são fundamentais na sua educação como das novas concepções pedagógicas, o uso escolar do documento
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passou a estimular a observação do aluno, a ajudá-Io a refletir. O aluno A transposição didática das inovações tecnológicas é, atualmente,
tem sido levado a construir o sentido da história e a descobrir os seus uma outra questão fundamental e imprescindível no ensino de História,
conteúdos através dos documentos, porque o conhecimento não deve trazendo conseqüências imediatas e complexas tanto para a formação
ser fornecido exclusivamente pelo professor (LEDUC, ALVAREZ-MARCOS, dos professores como para a prática de sala de aula.
LEPELLEO). Sabemos que a sociedade contemporânea, particularmente a partir
As mudanças têm sido importantes para fazer com que os alunos da segunda metade deste século, produziu um aumento substancial de
passem da análise, observação e descrição do documento para uma fase informações e de tecnologias usadas em sua gestão, podendo-se até afir-
em que este sirva para introduzi-Io no método histórico. Outro aspecto a mar que "estamos a nos afogar em informações, mas sedentos de conhe-
destacar é que tais mudanças podem levar à superação da compreensão cimentos".
do documento como prova do real, para entendê-I o como documento Isso significa que, apesar do crescente aumento da informação e
figurado, como ponto de partida do fazer histórico na sala de aula. Isso dos meios de difundi-Ia e gestioná-Ia, ocorre paralelamente um aumen-
pode ajudar o aluno a desenvolver o espírito crítico, reduzir a interven- to da distância entre os que sabem e os que não sabem articulá-Ias, pensá-
ção do professor, e diminuir a distância entre a história que se ensina e a Ias, refleti-Ias.
história que se escreve. Da mesma forma, constata-se a presença, direta ou indiretamente,
Importa ainda diferenciar aquelas fontes ou documentos elabora- na escola e na sala de aula das novas tecnologias de informação - desde
dos com a finalidade de transmitir os conteúdos do saber disciplinar, a imprensa, televisão, vídeo etc. até o computador, que pode sintetizar
como os textos e os filmes didáticos, dos documentos propriamente di- todos eles. Assim,
tos que podem ser utilizados com finalidades didáticas. Estes podem ser
considerados como elementos que possibilitam a construção de saberes até o momento atual os professores têm tido acesso a um conjunto de
meios de caráter diversificado, de uma forma geral utilizados isolada-
e significados que não existem em si mesmos, mas a partir de problemá-
mente - os livros, o gravador de vídeo, o gravador de áudio, o retro-
ticas, olhares e questões que lhe são colocadas. Assim, projetor, o projetor de diapositivos, o computador. O termo multimedia
aparece normalmente associado à utilização, num mesmo projeto de
pode-se denominar suportes informativos todo conjunto de signos, trabalho, de diferentes tipos de media. Se pensarmos na etimologia da
principalmente de textos, que se apresentam como um saber consti- palavra, ela é, à partida, repetitiva. Se o termo media é, em latim, o
tuído e se dão a ver e a ler como uma fonte de informações sobre um plural de medium, acrescentar-lhe multi é dizer duas vezes a mesma
objeto determinado. O texto de um manual, um fragmento de um coisa ( ... ) Nos anos 80 o termomultimedia era normalmente utilizado
livro, de jornal, um dossiê documentário tratando de um objeto dado, para definir uma coleção de diferentes media (... ) para descrever um
mas também uma curva estatística, um quadro, um mapa ou plano package de informação transmitida sob diferentes formas: texto, cas-
produzido com o objetivo de uma comunicação de informações dis- sete, áudio, vídeo etc. (... ) Nos anos 90, com o aparecimento de com-
ciplinar serão considerados como suportes informativos. Da enci- putadores pessoais que permitem acender e gerir informação áudio e
clopédia ao atlas, passando pelo manual escolar, todo discurso pro- vídeo, o termo multimedia passa a ter um novo significado. Os avan-
duzido com a intenção de comunicar os elementos do saber discipli- ços tecnológicos possibi litam agora armazenar di ferentes elementos,
nar pertencem à esfera dos suportes informativos. Estes suportes se provenientes de fontes di versi ficadas, num único medium, por exem-
apresentam como informativos, descritivos, analíticos ou sintéticos. plo, compactdisc. (SOUZA, PATO, CANAVILHAS, p. 46-47)
Por oposição aos suportes informativos, nós definiremos "documen-
to" todo conjunto de signos, visual, textual, produzido numa pers- A relação da escola com estas novas tecnologias, em geral, tem
pectiva diferente da comunicação de um saber disciplinar, mas utili-
zado com fins didáticos ... os signos que não são reconhecidos como
sido contraditória. De um lado, um certo sentimento de repulsa, no sen-
tais senão quando inseridos no quadro de uma problemática científi- 1 ido de que "a instituição é capaz de neutralizar ou de desviar todas as
ca. (INRP) medidas destinadas a transformá-Ia" (SORDIEU, p. 101). Por outro lado,
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quando acolhidas pelos educadores, tais inovações tecnológicas têm zação e estrutura curricular, na organização dos tempos letivos, nas
normalmente sido usadas como técnicas de ensino, estratégias para pre- metodologias, estratégias e atividades a implementar, quer na sala de
encher ausências de professores ou como recursos para tornar as aulas aula, quer fora dela, nos processos de avaliação e nos equipamentos
escolares. Conseqüentemente poderá levar a transformações nos pro-
menos enfadonhas. Tratam-se de adequações superficiais, na medida
gramas de formação de professores e produzir efeitos no processo de
em que "a inovação não é um produto. É um processo. Uma atitude. É aprendizagem dos alunos. (POIRIER, SULTAN, p. 7)
uma maneira de ser e estar na educação" (NOVOA, p. 5).
Estudos e pesquisas atuais apontam para a necessidade do Para que a prática de sala de aula adquira "o cheiro bom do fres-
redimensionamento de tais práticas, em direção à priorização de refle- cor", é preciso que se assumam definitivamente os desafios que a edu-
xões acerca das especificidades e das linguagens próprias das novas cação histórica enfrenta hoje em dia. Seria uma das maneiras de se con-
tecnologias de informação. Elas deverão ser retomadas à luz das novas tribuir para que os educandos se tomassem conhecedores da pluralidade
teorias das Ciências Humanas e Pedagógicas. de realidades presentes e passadas, das questões do seu mundo indivi-
Mais do que nunca, tem-se o entendimento de que dual e coletivo, dos diferentes percursos e trajetórias históricas. Os
educandos poderiam adquirir a capacidade de realizar análises,
os modos de produção das imagens remetem a um problema de natu- inferências e interpretações acerca da sociedade atual, além de olhar
reza epistemológica que teve sua origem com a invenção do aparelho
para si e ao redor com olhos históricos, resgatando, sobretudo, o con-
fotográfico, primeira máquina a registrar as imagens do mundo sensí-
vel por um procedimento mecânico. A natureza mesma destas ima-
junto de lutas, anseios, frustrações, sonhos e a vida cotidiana de cada
gens, as relações que elas estabelecem com a realidade, as diferen- um, no presente e no passado.
ciam radicalmente de outros tipos de imagens. O cinema e o vídeo
dependem do mesmo modo de existência que a fotografia (... ) Por
outro lado, as tecnologias de informação e sua interação com aquelas
BIBLIOGRAFIA
audiovisuais provocam novas e profundas modificações na produção,
tratamento, acesso e estocagem de imagens ( ...) Estas modificações BORDIEU, Pierre. Propostas para o ensino nofuturo. Cadernos de Ciên-
fizeram surgir numerosas questões no domínio do visual e interferi- cias Sociais. College de France. Lisboa: Afrohtamento, 1987. p. 101
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gem publicitária, ou a retransrnissão direta dos eventos ligados à atua- INRP. Institut National de Recherche Pédagogique. L'analyse didactique
lidade, se estabeleceu uma nova relação do grande público com o du rôle des supports informatifs dans I'enseigment de l'histoire et de
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também refletir e retomar a sua interação com os currículos e com a NADAI, Elza. O ensino de História e a pedagogia do cidadão.ln: PINSKY,
prática pedagógica em sua totalidade. Na verdade Jaime (org.). O ensino de História e a criação do fato. São Paulo:
Contexto, 1988.
a interação destes novos meios didáticos no curriculum poderá con- NOVOA, Antonio. Inovação para o sucesso educativo escolar. Lisboa:
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nomeadamente na definição das finalidades educacionais, na organi- 1'1 NSKY, Jaime. Nação e ensino de História.ln: PINSKY, Jaime (org.). O
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11 - LINGUAGEM E ENSINO
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