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Laboratório de Eletrônica I
Prof. Alessandro L. Koerich
1. Introdução
O SPICE é um simulador de propósito geral de circuitos analógicos que é utilizado para verificar projetos de circuitos e
prever o comportamento dos circuitos. Isto é de particular importância para circuitos integrados. Foi por isso que ele foi
inicialmente desenvolvido no Electronics Research Laboratory da University of California, Berkeley (1975), e o acrônimo
SPICE significa:
O SPICE pode realizar diferentes tipos de análise de circuitos, dentre as quais destacam-se:
Adicionalmente, o PSPICE tem bibliotecas analógicas e digitais de componentes padrão (como NAND, NOR, flip-flops, e
outras portas digitais, amplificadores operacionais, etc). Isso o torna uma ferramenta útil para uma ampla gama de
aplicações analógicas e digitais.
Todas as análises podem ser feitas em diferentes temperaturas. A temperatura padrão é 300K (27C).
Apesar destas declarações poderem aparecer em qualquer ordem, é recomendado que elas sejam fornecidas na ordem
acima. Duas outras declarações são necessárias: a declaração de título e a declaração de encerramento. A declaração
de título é a primeira linha e pode conter qualquer informação, enquanto a declaração te encerramento é sempre .END.
Esta declaração deve estar em uma linha seguido de um carriage return! Adicionalmente podemos inserir declaração de
comentário, que deve começar com um asterisco (*) e são ignoradas pelo SPICE.
DECLARAÇÃO DE TITULO
DECLARAÇÃO DE ELEMENTOS
.
.
DECLARAÇÃO DE COMANDOS (CONTROLE)
DECLARAÇÃO DE SAÍDA
.END <CR>
Formato: A declaração tem um formato livre e consiste de campos separados por um espaço em branco. Se
continuarmos a declaração na próxima linha, devemos utilizar o sinal "+" (sinal de continuidade) no início da próxima
linha. Os números podem ser inteiros ou de ponto flutuante. Por exemplo:
Tanto letras maiúsculas quanto minúsculas são permitidas. Por exemplo, podemos especificar um capacitor de 225
picofarad das seguintes maneiras:
2.1 Declarações
Fontes CC Independentes
Fonte de tensão:
Fonte de corrente:
onde:
N1 é o nó do terminal positivo
N2 é o nó do terminal negativo
Type p
pode ser DCC, AC ou TRA AN, depende endo do tipo de análise (v
ver declaraçõões de contrrole)
Value fornece o va
alor da fonte
me de uma fo
O nom onte de tensãão e de corre
ente deve co
omeçar com V e I, respecctivamente.
Exemplos:
Vin 2 0 DC 10
Is 3 4 D
DC 1.5
A dire
eção da corre
ente positiva através da fonte
f de corrrente ou tens
são é do nó positivo
p (N1)) para o nó negativo (N2)):
Convenções
C s de Tensão
o e Correntee:
O valoor da corren
nte será possitivo se ela fluir do term
minal positive
e para o neggativo atravéés da fonte, como no exxemplo
acimaa. Algumas vversões do PSPICE
P perm
mite-nos con nhecer uma corrente
c avés de um resistor sem
atra m utilizar uma
a fonte
de ten
nsão (Ex: I(R
R1) fornece a corrente noo resistor R1)).
Fonte
es Dependen
ntes
Ename N1
1 N2 NC1 NC2
N Value
1 N2 NC1 NC2
Gname N1 N Value
Hname N1
1 N2 Vcont
trol Value
e
1 N2 Vcont
Fname N1 trol Value
e
onde:
N1 e N
N2 são os teerminais positivos e nega ativos de umaa fonte dependente respeectivamente.
NC1 e NC2 são oss terminais positivos
p e ne
egativos de uma
u fonte de
e tensão conntrolada, resp
pectivamente e.
Vconttrol é a fonte
e de tensão de valor zerro usada pra a medir a coorrente de coontrole (a co
orrente posittiva flui
para o terminal poositivo da fon
nte de tensãoo de controle
e!).
Exemplos:
F1 0 3 V
Vmeas 0.5
Vmeas 4 0 DC 0
Resis
stores
Rname N1
1 N2 Value
e
Capac
citores (C) e Indutores (L)
Cname N1
1 N2 Value
e <IC>
Lname N1
1 N2 Value
e <IC>
onde:
N1 é o nó positivoo
N2 é o nó negativo o
IC é a condição innicial (tensão
o ou corrente
e CC).
O sím
mbolo < > significa que o campo é opccional. Se nã
ão especifica
ado, é assum
mido ser zero
o. No caso de
e um
induto
or, a corrente
e flui de N1 para
p N2.
Exemplo:
Cap5 3 4 35E-12 5
L12 7 3 6.25E-3 1m
1
Fonte
es Senoidais
s
Vname N1
1 N2 SIN(V
VO VA FREQ
Q TD THETA
A PHASE)
que re
epresenta um
ma fonte de tensão
t senoiidal amortec ida que segu
ue a seguinte
e equação:
onde:
VOO: tensão de offset em voolts.
VAA: amplitude em volts.
f = FREQ: a frequênccia em hertz..
TDD: atraso em segundos
THHETA: mortecimento
fator de am o por segund
do
Phase: fase em grraus
Se TD
D, THETA e P
PHASE não forem espec assumido serrem zero (0).
cificadas, é a
Exemplo:
VG 1 2 S
SIN(5 10 50
5 0.2 0.1
1)
VG2 3 4 SIN(0 10 50)
O ultim
mo exemplo é uma senoide sem amo
ortecimento, sem atraso com uma am
mplitude de 110V e frequê
ência de 50 Hz.
H
Vcos 1 2 SIN(0 5 50 0 0 90
0)
Fonte
e Linear Partticionada (P
PWL)
Vname N1
1 N2 PWL(T
T1 V1 T2 V2
V T3 V3 .
...)
Exem
mplo:
Pulso
o
Vname N1
1 N2 PULSE
E(V1 V2 TD
D Tr Tf PW
W Period)
Chave
es Controla
adas por Ten
nsão e Corre
ente
Contro
olada por Te
ensão:
Sname N1
1 N2 C1 C2
2 Mname
Contro
olada por Co
orrente:
Wname N1
1 N2 Vname
e Mname
N1 e N2 são os terminais da chave.
C1 e C2 são os terminais de controle.
Vname é fonte de tensão de valor zero cuja corrente controla a chave.
Mname se refere ao modelo da chave que é definida em outra declaração (ver declaração de modelo).
A declaração .MODEL permite-nos especificar os parâmetros de uma variedade de dispositivos usados no SPICE, tais
como chaves, diodos, transistores, etc. No caso de uma chave temos:
S15 3 5 8 9 SMOD
Um amplificador operacional pode ser simulado de diferentes maneiras. O primeiro método é modelar o amplificador por
resistores, capacitores e fontes dependentes. Como exemplo, um amplificador operacional ideal é facilmente simulado
usando uma fonte de tensão dependente de tensão. A segunda opção usa transistores para modelar o AmpOp. A
biblioteca de dispositivos contém modelos dos AmpOp mais comuns. A versão educacional do PSPICE possui macro
modelos para os amplificadores lineares LM324 e uA741 que estão incluídos no arquivo EVAL.LIB. A versão profissional
vem com bibliotecas de diversos amplificadores e dispositivos comerciais.
Um exemplo do primeiro método (modelo AC linear) é apresentado abaixo para o AmpOp uA741. Definimos um sub-
circuito para o AmpOp.
Sub-circuitos
Um sub-circuito permite-nos definir uma coleção de elementos como um sub-circuito (e.g. um amplificador operacional) e
inserir esta descrição no circuito global (como faríamos para qualquer outro elemento).
Definindo um Sub-circuito
Um sub-circuito é definido através de uma declaração de controle .SUBCKT, seguido pela descrição do circuito como se
segue:
Usando um sub-circuito
A declaração de elementos para um sub-circuito é similar a qualquer outro elemento. O formato é como se segue:
na qual Xname se refere aos elementos (sub-circuito) sendo usados; N1, N2, N3 são os nós aos quais os nós externos
do sub-circuito são conectados, e SUBNAME é o nome do sub-circuito sendo usado.
Um exemplo de um circuito inversor com amplificador operacional usando o sub-circuito do uA741 é apresentado
abaixo. O sub-circuito é chamado de x1.
vs 1 0 dc 5
r1 1 2 200
rf 2 3 1k
x1 0 2 3 opamp741
.dc vs 0 10 1
.plot dc v(3)
.end
Dispositivos Semicondutores
A maioria dos elementos que foram descritos anteriormente necessitam somente de poucos parâmetros para especificar
suas características elétricas. Entretanto, os modelos para dispositivos semicondutores necessitam de muitos valores de
parâmetros. Um conjunto de parâmetros de modelo de dispositivo é definido em uma declaração separada .MODEL para
a qual é atribuída um nome único. Este método alivia a necessidade de especificar todos os parâmetros do modelo em
cada utilização do elemento. Portanto, um dispositivo semicondutor é especificado por duas linhas de comando: uma
declaração do elemento e uma declaração de modelo.
onde MODName é o nome do modelo para o dispositivo. Type refere-se ao tipo do dispositivo e pode ser qualquer um
dos seguintes:
TYPE Dispositivo
D Diodo
NPN Transistor Bipolar npn
PNP Transistor Bipolar pnp
NMOS Transistor nmos
PMOS Transistor pmos
NJF Modelo JFET canal N
PJF Modelo JFET canal P
Os valores dos parâmetros especificam as características dos dispositivos como explicado a seguir.
Diodo
Declaração do elemento:
Dname N+ N- MODName
Declaração do modelo:
O nome do elemento começa com D para indicar que o elemento é um diodo, N+ e N- são os dois números dos nós e
MODName é o nome do modelo do diodo que é especificado na linha .MODEL. Os valores que podem ser especificados
incluem:
a corrente de saturação, IS (default=1E-14A)
o coeficiente de emissão, N (=1)
a resistência em série, RS (=0 ohm)
capacitância da junção, CJO (=0F)
tempo de trânsito, TT (=0sec)
tensão de ruptura para polarização reversa, BV (=infinito)
corrente de ruptura para polarização reversa, IBV (=1xE-10A).
Como exemplo, os parâmetros do modelo para um diodo comercial 1N4148 são os seguintes:
Transistor Bipolar
Declaração do elemento:
Qname C B E BJT_modelName
Declaração do modelo:
na qual BF é o ganho de corrente de emissor comum ß, IS é a corrente de saturação e VAF é a tensão de Early. Se
valores não forem especificados, os valores padrão são assumidos (ß=100; IS=1E-16A e VAF=[infinito]). Outros
par6ametros podem ser especificados, incluindo as capacitâncias de junção CJE (0pF) e CJC (0pF), os tempos de
trânsito TT (0sec) e TR (0sec), as resistências da base RB (0 Ohm), emissor RE (0 Ohm) e coletor RC (0 Ohm).
Como exemplo, os parâmetros de modelo para o transistor 2N2222A NPN são apresentados abaixo:
.model Q2N2222A NPN (IS=14.34F XTI=3 EG=1.11 VAF= 74.03 BF=255.9 NE=1.307
ISE=14.34F IKF=.2847 XTB=1.5 BR=6.092 NC=2 ISC=0 IKR=0 RC=1 CJC=7.306P MJC=.3416
VJC=.75 FC=.5 CJE=22.01P MJE=.377 VJE=.75 TR=46.91N TF=411.1P ITF=.6 VTF=1.7 XTF=3
RB=10)
Note que um sinal de continuação “+“ deve ser adicionado no início de uma nova linha.
MOSFETS
Elemento:
O nome do transistor MOS (Mname) deve começar com um M; ND, NG, NS e NB são os números dos nós dos terminais
de Dreno (Drain), Porta (Gate), Fonte (Source) e Substrato (Bulk), respectivamente. ModName é o nome do modelo do
transistor. L e W são o comprimento e largura da porta (em metros).
Os parâmetros acima são geralmente suficientes para especificarmos transistores discretos. Entretanto, para simulações
de circuitos integrados devemos especificar outros valores de parâmetros relacionados a geometria do transistor. Estes
são opcionais.
na qual
AD e AS são de difusão da fonte e do dreno (em m2).
PD e PS são os valores (em m) do perímetro da fonte e do dreno.
NRD é o número de quadrados da difusão do dreno para cálculos de resistência.
OFF ajusta a condição inicial para desligado.
A especificação da condição inicial usando IC=VDS, VGS, VBS está relacionada ao uso com a opção UIC de
.TRAN, quando uma análise de transitório é desejada, mas começando em um ponto diferente do ponto de
operação quiescente.
Declaração de modelo:
no qual KP=uCox e VTO é a tensão de limiar (threshold). Os valores padrão são KP=20uA/V2; e o restante igual a zero
(0). Existem diversos outros parâmetros do transistor que podem ser especificados, em particular quando realizamos
simulações de circuitos integrados. O formato geral da declaração .MODEL é a seguinte:
LEVEL diz respeito ao modelo MOSFET que descreve as características I-V do terminal dos transistores. LEVEL 1 é o
modelo Mosfet mais simples e em geral suficiente para descrever transistores discretos. Entretanto, para simular
transistores de circuitos integrados, necessitamos utilizar modelos mais sofisticados. LEVEL 2 inclui modelos de segunda
ordem, enquanto LEVEL 3 é um modelo semi-empírico que é melhor adaptado para transístores de canal curto. Outro
modelo que é especialmente adaptado para modelar os efeitos de canal curto é chamado de modelo BSIM.
JFETS
Elemento:
Jname ND NG NS ModName
onde ND, NG e NS são os números dos nós dos terminais Dreno, Porta (Gate) e Fonte (Source), respectivamente.
ModName é o nome do modelo do transistor.
Declaração de modelo:
para o N-JFET e P-JFET respectivamente. Uma lista parcial dos parâmetros que podem ser especificados é: VT0
(tensão de limiar (threshold), -2V padrão para N_JFET), BETA (coeficiente de transcondutância, 1E-4 A/V2), LAMBDA
(modulação do comprimento do canal, 0 /V), IS (corrente de saturação da porta p-n, 1E-14A), CGD e CGS (capacitâncias
de junção do dreno e fonte para polarização zero, 0pf), RD e RS (resistências de dreno e fonte, 0 Ohm).
.OP
tensão no nós
corrente em cada fonte de tensão
ponto de operação para cada elemento
No PSPICE geralmente não é necessário especificar .OP, pois ele fornece automaticamente as tensão CC dos nós.
.DC
Esta declaração permite incrementar uma fonte independente em uma determinada faixa com um passo especificado. O
formato é o seguinte:
na qual SRC name é o nome da fonte que desejamos variar; START e STOP são os valores inicial e final,
respectivamente; e STEP é o tamanho do incremento.
Exemplo:
.DC V1 0 20 2
Quando os valores START e STOP são idênticos (e Step é zero), o comando .DC produz um único valor.
Podemos aninhar comandos DC que são frequentemente utilizados para traçar características do transistor, como a
corrente de dreno ids versus a tensão dreno-fonte Vds para diferentes tensões da porta Vgs. Isso pode ser feito como se
segue:
Exemplo:
No exemplo acima, a tensão Vds será incrementada de 0 a 5V em passos de 1V para cada valor de Vgs.
.TF
Exemplo:
O comando .TF pode ser usado para encontrar o equivalente Thevenin da resistência de pequenos sinais. (A tensão
Thevenin é dada pela tensão nodal no terminal de circuito aberto, como um resultado do comando .OP).
.SENS
Instrui o PSpice a calcular as sensibilidades CC de pequeno sinal para cada variável de saída especificada em relação a
cada parâmetro do circuito.
.SENS VARIABLE
Exemplo:
.SENS V(3,0)
.TRAN
Este comando especifica o intervalo de tempo no qual a análise de transitório será realizada e os incrementos de tempo.
O formato é o seguinte:
.IC
Este comando fornece uma maneira alternativa para especificar condições iniciais dos nós (e portanto sobre
capacitores).
.AC
Este comando é usado para especificar a análise em frequência (AC). O formato é como se segue:
onde LIN se refere a variação linear de frequência, DEC e OCT para variações de décadas e oitavas respectivamente.
NP se refere ao número de ponto e ND e NO ao número de pontos de frequência por década e oitava. FSTART e
FSTOP são as frequencias de início e fim em Hertz
Exemplo:
2.3 Saída
Estas declarações irão instruir o PSpice a qual saída gerar. Se não for especificada uma saída, o PSpice irá calcular
sempre os pontos de operação CC. Os dois tipos de saída são impressa e traçado. A impressa é uma tabela de pontos
de dados e um traçado é uma representação gráfica.
na qual TYPE especifica o tipo da análise a ser impressa ou traçada e pode ser:
DC
TRAN
AC
As variáveis de saída são OV1, OV2 e podem ser tensões ou corrente em fontes de tensão. Tensões nodais e correntes
nos dispositivos podem ser especificadas como magnitude (M), fase (P), real (R) ou imaginário (I) adicionando os sufixos
abaixo à V ou I:
M: Magnitude
DB: Magnitude in dB (deciBells)
P: Fase
R: Parte real
I: Parte imaginária
Exemplos: