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Curso Turismo
Glauce Costa Rodrigues Teixeira- 2021433034
GEO428 - Sociologia do Turismo
2021/ 1° semestre
Síntese
Turismo urbano é bem diferente do que vimos até agora, à medida que iguala o morador ao
turista e a ocupação do espaço por este morador da cidade ou região e que vão fazer a
diferença na qualidade dos atrativos oferecidos. O espaço urbano até então visto como local
poluído e sem atrativos, passa a ser o centro da atenção do turista e morador, servindo para
negócios, cultura e lazer, tornando o turismo democrático a medida que abrange toda a
população local.
As pesquisas de controle de visitantes, contagem, idade e de onde vem deveriam ser feitas em
todos os atrativos, podendo ser analisado qual o tipo de público e quantas frequentam aquele
espaço, a fim de se tentar abranger mais pessoas, oferecer novos atrativos e cobrança ou não
de ingressos para que os moradores possam usufruir mais dos atrativos. Na maioria dos locais
o controle é feito com um livro que a pessoa preenche quando chega, mas nem todos são
dispostos a deixar seus dados. A tecnologia é um meio rápido e mais preciso, que pode
fornecer dados para este controle de visitantes.
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS (UFMG)
Curso Turismo
Glauce Costa Rodrigues Teixeira- 2021433034
GEO428 - Sociologia do Turismo
2021/ 1° semestre
Síntese
O texto traz os conceitos de Turismo, conjunto de atividades que realizamos durante uma
viagem, pode significar até mesmo descobrir espaços da sua própria cidade que você
normalmente não visitaria; Cidade, área densamente povoada onde se agrupam zonas
residenciais, comerciais e industriais e Urbanização, crescimento das cidades, tanto em
população quanto em extensão territorial.
A partir do século XVIII, o turismo aparece como opção de se conhecer novos territórios,
uma satisfação pessoal, lazer e recreação e as cidades são os locais destinados ao turismo. O
campo e locais não povoados eram vistos como hostis, perigosos. Posteriormente surge o
Grand Tour, voltado a educação do jovem burguês e viagem por prazer. No século XIX, com
o crescimento da industrialização e da cidade industrial ganha vigor o discurso antiurbano,
vendo a cidade como poluída, barulhenta, sem beleza, com problemas sociais e a natureza
passa a ser o escape do cotidiano, das aglomerações. Porém ao se transferir o turismo para o
litoral, parques nacionais, sítios de lazer, transfere-se também a urbanização, a infraestrutura.
Junto a busca de novos panoramas, surgem banhos de mar, caminhadas pela orla, pesca
esportiva, regatas, trilhas, escalada, esqui, novos modos de fazer turismo.
Novos locais urbanizados surgiram para o turismo. Praias, montanhas, capo, termas,
conjuntos patrimoniais, darão origem a “tipos urbanos” que, em comum, se caracterizam com
lugares turísticos (ÉQUIPE MIT, 2008). Cidades criadas para o turismo como Iraí (RS) ou
Rio Quente (GO), ou cidades que se expandiram a partir do impulso urbanizador do turismo,
como Torres (RS); cidades em que o turismo é parte da dinâmica urbana, como as grandes
metrópoles, São Paulo (SP) e Rio de Janeiro (RJ).
Neste sentido, questiona-se a expressão “turismo urbano”, que tem a cidade como principal
palco de experiências. Segundo Duhamel (2007), é mal nomeado, pois o “turismo urbano”
significa “turismo na cidade”, e não dá conta da diversidade de situações provocadas pelo
turismo e estações turísticas, cidades de segunda residência, etc.
Conforme o autor o turismo pode ser visto como um produto da sociedade urbana e um vetor
da expansão da urbanização, que também atua na cidade, já que esta também faz parte das
práticas turísticas.
Nos últimos 40 anos isso se torna mais claro, à medida que cidades importantes transformam
seus espaços de recreação, terceirizam suas economias e produzem marcas para atração de
investimentos e criam políticas específicas voltadas para o turismo (Violler e Zarate, 2007).
As cidades polivalentes tem o truísmo como mais uma rede das atividades e funções na rede
urbana. A cidade turistificada tem seu território identificado como destino de práticas
turísticas, mas seu principal atributo não é acolher o visitante, enquanto cidade turística tem o
turismo como principal mobilizador de sua economia urbana.
Para se distinguir o turista nas grandes cidades é preciso um grau de turísticidade elevada, por
exemplo o estrangeiro, que se revela turista aos olhos dos habitantes. As cidades são centros
emissores de visitantes e também são destinos turísticos. Para Duhamel (2007), cidade é o
espaço de co-presença, feita para maximizar a interação, tendo a possibilidade de múltiplos
encontros, permitidos pela aglomeração. Encontros que tem apelo turístico ao gerar a
oportunidade de trocas sociais, econômicas, culturais, estéticas e que são um signo de
cosmopolitismo e de urbanidade. Ele destaca 3 recursos para o funcionamento turístico na
metrópole: valorização da redescoberta do patrimônio; o gosto pela modernidade, expressa
nas grandes realizações arquitetônicas e urbanísticas; grandes eventos que alimentam essa
modernidade urbana e permitem aos turistas participar dos lugares e momentos da vida da
cidade.
A busca pelo panorama, parece ser o único do turismo na cidade, sem vínculo com serviços
ou comércio. Urban (2002), cita um guia turístico de Nova York, para o qual conhecer a
cidade é explora-la estar na rua, conviver com os locais, abandonar os pontos turísticos. A
viagem torna-se a experiência de si, e o código de leitura são as impressões e emoções que o
encontro com o lugar produz no visitante.
Antes era nítido o tempo de trabalhar e de não trabalhar, que agora dá lugar a uma liga entre
práticas recreativas e produtivas no cotidiano, sendo as experimentações turísticas da cidade
vivenciadas pelos habitantes temporários e por seu próprio habitante.
Com a difusão e interconectividade urbanas, pessoas se instalam por um período do ano ou
semana em uma cidade e o restante em outra. Nas viagens curtas e fins de semana a cidade é
a escolhida. É também considerada o local de festas, do encontro, da diversidade, da cultura,
do consumo, do patrimônio histórico e das inovações modernas.
Para Gastal (2006), o imaginário turístico de cidade está ligado a: praça, lugar de encontro;
monumento, memória de diferentes tempos; palco, local para ver e ser visto, espaço público.
Entende-se como praça, um shopping, metrô, um monumento e outros.
Com a tecnologia e facilidade de mobilidade as organizações buscam por vantagens
locacionais, créditos, desencadeando a descentralização e flexibilização, desindustrialização
das cidades e sua progressiva terceirização. Pra Souza (2008), a cidade deveria ser como
empresa e atrair investimentos e visitantes, tornando-se competitiva com as demais,
modernizando-se, fazendo alianças entre Estado, sociedade civil e empresários, oferecendo
vantagens e benefícios a investidores, como incentivos fiscais e relaxamento de normas de
uso do solo urbano. No contexto competitivo e de grande mobilidade a promoção de imagem
urbana e de cidade enquanto marca (valores relacionados a recreação, entretenimento,
consumo e qualidade de vida), ganham importância.
As cidades buscam diminuir a sazonalidade e rentabilizar os investimentos diversificando a
oferta. Algumas iniciativas são: criação de equipamentos de lazer; intervenções urbanas para
magnetizar visitantes, como ícones arquitetônicos ou realização de eventos; promoção e
publicidade da cidade como destino turístico; ativação e valorização turística de seu
patrimônio. Deste modo o turismo, antes como prática de fuga da cidade industrial,
atualmente um signo de urbanidade (festa, multiculturalidade e poder).
O sucesso da condução de uma política de turismo e a promoção de uma imagem depende
não só do setor público, mas de alianças com outros setores, como a população residente
(hospitalidade).
Souza (2008), aponta cidades brasileiras chamadas cidades do medo, em que a segurança é
valorizada implicando no uso do espaço público e paisagem urbana, ameaçando e limitando a
autonomia individual e coletiva, causam medo e são cercadas ou abandonadas, tornando o
espaço público vítima da “síndrome da cidade vigiada”.
Shelby (2004), questiona como uma paisagem urbana marcada por grades, câmeras de
vigilância, medo das ruas, com uma carga simbólica e histórica, marcada pela ineficiência na
manutenção dos espaços públicos, pode dialogar com um discurso turístico? Apesar de não
haver resposta, contata-se o aumento do turismo no Brasil, por exemplo.
O texto traz a história o início do turismo e como o turismo urbano surgiu como opção tanto
para turistas como para moradores locais e do entorno, se diferenciando de todos os outros
textos lidos até agora, pois coloca o morador como protagonista. A valorização do espaço
urbano, como lugar a ser explorado e conhecido pelos próprios moradores, tirando o foco do
turista estrangeiro causador de problemas como massificação do turismo e Turismofobia.
Pela primeira vez vejo a valorização do morador no turismo, sua importância para o
crescimento e valorização do espaço urbano. O morador local ou do entorno visto como
turista mesmo quando não pernoita, mas sai à procura de conhecer a sua própria cidade, seus
espaços, como praças, teatros, patrimônios históricos, a cultura local, fazendo com que
políticas públicas invistam no bem estar deste visitante local, com melhor mobilidade,
conservação dos atrativos e oferecendo sempre novidades.
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS (UFMG)
Curso Turismo
Glauce Costa Rodrigues Teixeira- 2021433034
GEO428 - Sociologia do Turismo
2021/ 1° semestre
Síntese da Aula
A aula trabalha os conceitos de espaço urbano, regiões das cidades, definido como o conjunto
que integra e sobrepõe as diferentes atividades e é onde pode ser a capital; politicas públicas,
é a soma das atividades dos governos, que agem diretamente e que influenciam a vida dos
cidadãos.
Conforme o que foi debatido na aula a questão central do turismo urbano tem a ver com o
conceito, no qual os autores buscam englobar, moradores e turistas, onde o turista e morador
tem os mesmos interesses, são os “consumidores de lugares”, ou usuários da cidade. É um
conceito ambicioso, que distingue a diferença entre turista e morador, chamando a atenção
para os pontos em comum.
A definição de turismo urbano, abole a definição de turismo, que segundo a OMT deve haver
um deslocamento e permanência de pelo menos 24 horas. Para o turismo urbano a categoria
pivô, não é a economia, o desenvolvimento econômico gerado pelo turismo, e sim o consumo
do espaço urbano, que não passa por deslocamento e nem por pernoite, tendo como foco
específico o morador do local e não o turista, como o espaço urbano é consumido pelos
moradores, muito mais que pelos turistas. A metrópole tem uma oferta muito grande de
atrativos culturais e turísticos que atrai os moradores da cidade e da região no seu entorno.
A discursão de turismo urbano passa pelas políticas públicas e não pelo mercado, que deve
fazer circular este consumidor local fazendo-o se apropriar do espaço. Tanto turista e
morador estão interessados no consumo da paisagem urbana, consumo simbólico, mais do
que no consumo do mercado. As políticas públicas podem promover o turismo urbano
tornado a cidade atrativa para os moradores, como o circuito cultural da Praça da Liberdade
ou conjunto arquitetônico, cultural da Pampulha e feira de artesanato da Av. Afonso Pena,
que atrai o morador e pessoas do entorno de Belo Horizonte, assim como turistas.
Para conhecer o turismo urbano é preciso conhecer o perfil dos consumidores do espaço
urbano, trabalho que deve ser feito pelos gestores, porém este controle não é perfeito, não
existe um perfil do usuário dos atrativos. Cabe aos gestores treinar sua equipe para que seja
feita a pesquisa do perfil do usuário, sendo que em pesquisas já feitas grande parte dos
usuários identificados são moradores locais, e é este usuário que as políticas públicas tem de
alcançar no turismo urbano.
No turismo convencional a cidade era vista mais como emissora de turistas, onde se via a
cidade como poluidora, congestionada, local de pobreza, feia. No turismo urbano há uma
valorização da cidade, ambiente urbano como espaço de diversidade, riqueza, interação,
deixa de ser apenas emissor de turista, rompe com a visão negativa da cidade.
As políticas públicas tem a função de fazer circular o morador facilitando o acesso(espaço
pago ou gratuito), facilitando o deslocamento físico, através da mobilidade urbana, fazendo
publicidade, promoção destes espaços, rompendo barreiras para que os moradores do entorno
também tenham acesso a cidade, a seus atrativos, tendo assim grande importância as
pesquisas de perfil.
Uma das principais propriedades do turismo urbano é a democratização. As ofertas de
atrativos devem sempre ser ampliada para abranger mais pessoas, mulheres, crianças, idosos,
jovens, de todas as classes.
Em São Paulo a Av. Paulista é fechada para os moradores se apropriarem do espaço aos fins
de semana, com música, artes, esportes. Um corredor cultural que durante a semana não para,
é movimentado. Para isso precisa-se de uma política pública contínua, que faça circular o
morador e se apropriar do espaço. Para se investir na cultura é preciso que haja público para
se justificar o investimento, para isso precisa-se promover a mobilidade urbana, promover a
apropriação, acesso financeiro. Além da oferta o espaço tem de ser compatível para que mais
pessoas possam usufruir.
O turismo urbano é definido por alguns autores como anti-turismo, pelo fato do foco se
deslocar do turista para os moradores, do mercado para as políticas públicas, sendo a quebra
do extraordinário, do cotidiano, rotina e férias.
O tema turismo urbano se conecta com democratização a partir do momento que foca mais no
morador e cabe as políticas públicas promover os atrativos turísticos e culturais, promover a
mobilidade para que a população tenha acesso, com ingressos a preços acessíveis, dando
oportunidade a todas as classes.