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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS (UFMG)

Curso Turismo
Glauce Costa Rodrigues Teixeira- 2021433034
GEO428 - Sociologia do Turismo
2021/ 1° semestre

Síntese

Turismo Urbano em São Paulo: reflexões teóricas e apontamentos


Empíricos
Thiago Allis, Heliana Comin Vargas

Os conceitos abordados são Planejamento Turístico, uma ferramenta de gestão de destinos,


focada na percepção do panorama atual em que o destino se encontra nos possíveis
panoramas futuros; Atrativos turísticos, um lugar de interesse que os turistas visitam,
geralmente por seu valor cultural inerente ou exibido, importância histórica, beleza natural ou
artificial, originalidade, porque é raro, misterioso, ou para recreação e diversão e São
Paulo(Brasil), um município brasileiro, a cidade é a 8.ª mais populosa do planeta e sua região
metropolitana, com cerca de 21 milhões de habitantes, é a 10.ª maior aglomeração urbana do
mundo.

Segundo SASSEN(1991), São Paulo assume atributos positivos e negativos que a


classificariam como “cidade global”, devido seu poder de atração nas últimas décadas. Tendo
florescido a partir da expansão do complexo cafeeiro e desenvolvido com a industrialização
(século XX), tornou-se a maior cidade brasileira e uma das maiores do mundo, atraindo
imigrantes estrangeiros e de outras regiões do Brasil.
A transformação urbana começou pela demanda das elites, depois com a dinamização
econômica, demográfica e gestão urbana incapaz de garantir a mínima qualidade de vida
refletindo no processo de urbanização periférica (baixa renda); abandono de áreas históricas e
consolidadas; imagem da cidade, marcada pelas chaminés das indústrias fordistas poluidoras
e com grandes plantas; ausência de espaço público de qualidade com parte de sua história
arquitetônica substituída. (TOLEDO, 1983). A partir de 170 viabilizou-se o desenvolvimento
de negócios, lazer e cultura para seguimentos como serviços médicos, hospitalares, eventos
acadêmicos e científicos, além dos já existentes.
Conforme o autor, os registros turísticos em São Paulo são recentes, sendo que entre 2007 e
2010, houve aumento de 67% a 68,5% e sendo expressivos os impostos e tributos do setor. A
principal motivação das viagens a São Paulo são os negócios (77%), seguido de lazer (9,6%)
e 13,3% de segmentos secundários – saúde, visitas a parentes e amigos, sendo as atividades
complementares – gastronomia e compras.
A apropriação pelas atividades turísticas nas grandes cidades, como São Paulo, mistura-se as
atividades habituais, conferindo vitalidade e diversidade à cidade contemporânea visitada. O
comportamento dos turistas e moradores é em grande parte semelhante e se confundem,
ficando difícil a concepção tradicional de “turista”, explicar o avanço do turismo urbano na
dinâmica das grandes cidades.
No Brasil vários autores abordam certos aspectos do turismo urbano em São Paulo, como
planejamento, formação e programação de ícones urbanos, dispersão da hotelaria pelo
território, além de abordagens mais gerais de Vargas (1196,1998). Os principais
investigadores têm buscado entender o turismo urbano no contexto da urbanização
contemporânea devido sua interface com as políticas e práticas de planejamento e gestão
urbana, porém não é o suficiente já que o setor se insere na economia urbana. A dinâmica de
uso do espaço urbano também é uma dificuldade, pois, moradores e turistas se misturam,
incluindo demandas de estruturas e serviços. Os moradores também podem ter o mesmo grau
de estranhamento e deslumbramento do turista, quando buscam experiências na sua própria
cidade, devendo ser incluídos nos estudos do turismo urbano.
Do ponto de vista espacial, quaisquer porções do tecido urbano poderão possibilitar o turismo
urbano, as turísticas ou as corriqueiras, tendo como elementos dominantes a infraestrutura,
rede de serviços e facilidade turística e como elementos básicos as atrações turísticas.
Compreendendo que o consumo turístico não é apenas consumo de mercadorias e serviços,
inclui-se o consumo simbólico do lugar, cidade como “produto”, Page (1995), Law (2002) e
Ashworth e Voogl (1990). Conforme Selby(2004), “residentes [que] consomem
representações e paisagens das destinações turísticas urbanas”. Os sujeitos do turismo urbano
são os “consumidores de lugar”, moradores ou turistas, (Fainbtein, Gladstone, 1999; Paiva,
2011).
Wober (2000) e Vardermey (1984), apontar dificuldades em analisar a dinâmica do setor
turístico na escala de cidade, dado que autoridades de turismo trabalham com dados nacionais
ou regionais, além da dificuldade de se isolar variáveis ao se comtemplar o turismo urbano na
sua totalidade específicas.
Em São Paulo, pesquisas nas Centrais de Informação Turística (CITs) aponta o MASP, como
local mais visitado (16,8%), seguido do Mercado Municipal Paulistano (10,6%) e o Parque
do Ibirapuera (6,7%), entre outros, como a Av. Paulista e o Centro Histórico, a rua 25 de
março e o bairro da Liberdade também são regiões visitadas, mas por excursionistas, sem
pernoite, com demanda por compra.
O Mercado é mais visitado por visitantes da Região Metropolitana, e de cidades do interior de
São Paulo. A Pinacoteca do Estado, Museu da Língua Portuguesa, Edifício Banespa,
Catedral da Sé, Mosteiro de São Bento, Igreja da Santo Antônio e Espaço Catavento, a
motivação é histórico-cultural. Todos ao redor do Mercado. Nas pesquisas da SPturis (2008)
mostram uma diminuição do público local em eventos, exceto na Fórmula Indy e carnaval,
cuja afluência de moradores aumenta.
Foi feita uma pesquisa empírica com base nos atrativos turísticos da cidade de São Paulo,
visitadas por turistas e por moradores em seu tempo de lazer. Foram selecionados, em 2011,
através de guias turísticos da cidade de São Paulo, online, com base em sua relevância
comercial ou oficialidade da fonte, resultando em 52 atrativos. A partir daí buscou-se
entender a dinâmica da visitação entre moradores e turistas, tentando consolidar algumas
informações de natureza quantitativa. A consulta aos gestores dos atrativos foram dívidas em
três: caracterização geral dos atrativos, dinâmica de visitas e impressão dos gestores sobre a
imagem turística de São Paulo.
Devido a negligência com controle de fluxo e reduzida abrangência da coleta, os resultados
foram modestos. Dos 52 atrativos listados, obtiveram-se informações de 35, sendo que nem
todos foram devidamente preenchidos, tendo recebido mais de 16 milhões de visitas em 2006
a 2010 (um mesmo visitante pode fazer várias visitas a atrativos distintos). Nem todos os
locais forneceram contagem estratificada (local de residência), sendo que os moradores de
São Paulo aparecem como o maior grupo de visitantes e a presença de estrangeiros é ínfima.
Os visitantes de outras regiões não são desprezíveis principalmente no Museu da Língua
Portuguesa e no Prédio Martinelli. Descontrói-se assim a ideia de que o fluxo turístico urbano
é feito por turistas internacionais. Como exemplo: o Museu do Louvre, 22% dos visitantes é
de Paris ou da Île-de-France, (Law,2002), representando o público local importante demanda
para os atrativos.
Os critérios de intervenção urbana, principalmente em São Paulo, acabam tendo grande
utilidade para os moradores da cidade e região, além dos visitantes que se sentem acolhidos e
retornam.
A quantidade de visitante não é a única, nem principal forma de analisar o turismo urbano,
mas o caminho para algumas deduções gerais sobre a dinâmica do turismo paulistano. O
cenário excursionista, como definidor do turismo paulistano, tem importância quando se leva
em conta que são ofertados atrativos de grande importância (principalmente o Museu da
Língua Portuguesa), além das conexões fáceis e seguras entre São Paulo e região,
estimulando a vinda de visitantes para lazer, compras, saúde, cursos e formação. A falta de
controle, contagem de visitante é séria à medida que serve como ferramenta estratégica e
elementar na gestão do turismo urbano, privando de subsídios as políticas públicas.
Experiências de tecnologia da informação, mediante ferramentas de geolocalização e os
chamados “bigdata”, produzidos espontaneamente por usuários de aparelho celular com
internet móvel já começam a compor metodologia de pesquisa em turismo urbano.
São Paulo não tem um banco de dados detalhado sobre a dinâmica de visitação de seus
atrativos. É imprescindível mais e melhor pesquisa sobre turismo urbano em grandes cidades,
com atenção a metodologias inovadoras. Múltiplas abordagens podem ser feitas, como,
gastronomia, vida noturna e teatro.
A relação entre fluxos turísticos, a disposição dos atrativos turísticos e as políticas de
planejamento e gestão urbana ilumina um conjunto de questões altamente importante para o
estudo do turismo em grandes cidades.

Turismo urbano é bem diferente do que vimos até agora, à medida que iguala o morador ao
turista e a ocupação do espaço por este morador da cidade ou região e que vão fazer a
diferença na qualidade dos atrativos oferecidos. O espaço urbano até então visto como local
poluído e sem atrativos, passa a ser o centro da atenção do turista e morador, servindo para
negócios, cultura e lazer, tornando o turismo democrático a medida que abrange toda a
população local.

As pesquisas de controle de visitantes, contagem, idade e de onde vem deveriam ser feitas em
todos os atrativos, podendo ser analisado qual o tipo de público e quantas frequentam aquele
espaço, a fim de se tentar abranger mais pessoas, oferecer novos atrativos e cobrança ou não
de ingressos para que os moradores possam usufruir mais dos atrativos. Na maioria dos locais
o controle é feito com um livro que a pessoa preenche quando chega, mas nem todos são
dispostos a deixar seus dados. A tecnologia é um meio rápido e mais preciso, que pode
fornecer dados para este controle de visitantes.
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS (UFMG)
Curso Turismo
Glauce Costa Rodrigues Teixeira- 2021433034
GEO428 - Sociologia do Turismo
2021/ 1° semestre

Síntese

Boletim Gaúcho de Geografia


O URBANO E O TURISMO: UMA CONSTRUÇÃO DE MÃO DUPLA
Maurício Ragagnin Pimentel, Antônio Carlos Castrogiovanni

O texto traz os conceitos de Turismo, conjunto de atividades que realizamos durante uma
viagem, pode significar até mesmo descobrir espaços da sua própria cidade que você
normalmente não visitaria; Cidade, área densamente povoada onde se agrupam zonas
residenciais, comerciais e industriais e Urbanização, crescimento das cidades, tanto em
população quanto em extensão territorial.

Segundo Knafou (2007), a cidade e o turismo foram historicamente constituídos em campos


distintos: os especialistas da cidade ignoram geralmente o turismo e os especialistas do
turismo ainda não assimilaram o caráter fundamentalmente urbano da atividade que eles
estudam, reservando o qualificativo de urbano ao turismo e genericamente abrangentes – à
cidade.
O texto tem como objetivo apresentar a relação entre o processo de urbanização e o turismo;
como a cidade torna-se palco de práticas turísticas; analisar o discurso turístico sobre a cidade
tendo em vista os desenvolvimentos da urbanização recente nas cidades latino-americanas.
Para Paquat (2007), cidade e urbano, não possuem uma definição e um saber consensual,
restando heterogêneos, por vezes conflitantes, neste início de milênio. Com o capitalismo e a
industrialização, surge uma mudança importante entre cidade e campo. A cidade
industrializada extrai do campo excedentes agrícolas e mão de obra assalariada, ocorrendo
uma revolução urbana. É nessa revolução urbana que surge e expande o turismo, com
melhorias do transporte e direito a férias. Na cidade a concentração de pessoas, atividades,
instrumentos, pensamentos, entendendo a urbanização a sociedade como um todo.

A partir do século XVIII, o turismo aparece como opção de se conhecer novos territórios,
uma satisfação pessoal, lazer e recreação e as cidades são os locais destinados ao turismo. O
campo e locais não povoados eram vistos como hostis, perigosos. Posteriormente surge o
Grand Tour, voltado a educação do jovem burguês e viagem por prazer. No século XIX, com
o crescimento da industrialização e da cidade industrial ganha vigor o discurso antiurbano,
vendo a cidade como poluída, barulhenta, sem beleza, com problemas sociais e a natureza
passa a ser o escape do cotidiano, das aglomerações. Porém ao se transferir o turismo para o
litoral, parques nacionais, sítios de lazer, transfere-se também a urbanização, a infraestrutura.
Junto a busca de novos panoramas, surgem banhos de mar, caminhadas pela orla, pesca
esportiva, regatas, trilhas, escalada, esqui, novos modos de fazer turismo.
Novos locais urbanizados surgiram para o turismo. Praias, montanhas, capo, termas,
conjuntos patrimoniais, darão origem a “tipos urbanos” que, em comum, se caracterizam com
lugares turísticos (ÉQUIPE MIT, 2008). Cidades criadas para o turismo como Iraí (RS) ou
Rio Quente (GO), ou cidades que se expandiram a partir do impulso urbanizador do turismo,
como Torres (RS); cidades em que o turismo é parte da dinâmica urbana, como as grandes
metrópoles, São Paulo (SP) e Rio de Janeiro (RJ).
Neste sentido, questiona-se a expressão “turismo urbano”, que tem a cidade como principal
palco de experiências. Segundo Duhamel (2007), é mal nomeado, pois o “turismo urbano”
significa “turismo na cidade”, e não dá conta da diversidade de situações provocadas pelo
turismo e estações turísticas, cidades de segunda residência, etc.
Conforme o autor o turismo pode ser visto como um produto da sociedade urbana e um vetor
da expansão da urbanização, que também atua na cidade, já que esta também faz parte das
práticas turísticas.
Nos últimos 40 anos isso se torna mais claro, à medida que cidades importantes transformam
seus espaços de recreação, terceirizam suas economias e produzem marcas para atração de
investimentos e criam políticas específicas voltadas para o turismo (Violler e Zarate, 2007).
As cidades polivalentes tem o truísmo como mais uma rede das atividades e funções na rede
urbana. A cidade turistificada tem seu território identificado como destino de práticas
turísticas, mas seu principal atributo não é acolher o visitante, enquanto cidade turística tem o
turismo como principal mobilizador de sua economia urbana.
Para se distinguir o turista nas grandes cidades é preciso um grau de turísticidade elevada, por
exemplo o estrangeiro, que se revela turista aos olhos dos habitantes. As cidades são centros
emissores de visitantes e também são destinos turísticos. Para Duhamel (2007), cidade é o
espaço de co-presença, feita para maximizar a interação, tendo a possibilidade de múltiplos
encontros, permitidos pela aglomeração. Encontros que tem apelo turístico ao gerar a
oportunidade de trocas sociais, econômicas, culturais, estéticas e que são um signo de
cosmopolitismo e de urbanidade. Ele destaca 3 recursos para o funcionamento turístico na
metrópole: valorização da redescoberta do patrimônio; o gosto pela modernidade, expressa
nas grandes realizações arquitetônicas e urbanísticas; grandes eventos que alimentam essa
modernidade urbana e permitem aos turistas participar dos lugares e momentos da vida da
cidade.
A busca pelo panorama, parece ser o único do turismo na cidade, sem vínculo com serviços
ou comércio. Urban (2002), cita um guia turístico de Nova York, para o qual conhecer a
cidade é explora-la estar na rua, conviver com os locais, abandonar os pontos turísticos. A
viagem torna-se a experiência de si, e o código de leitura são as impressões e emoções que o
encontro com o lugar produz no visitante.
Antes era nítido o tempo de trabalhar e de não trabalhar, que agora dá lugar a uma liga entre
práticas recreativas e produtivas no cotidiano, sendo as experimentações turísticas da cidade
vivenciadas pelos habitantes temporários e por seu próprio habitante.
Com a difusão e interconectividade urbanas, pessoas se instalam por um período do ano ou
semana em uma cidade e o restante em outra. Nas viagens curtas e fins de semana a cidade é
a escolhida. É também considerada o local de festas, do encontro, da diversidade, da cultura,
do consumo, do patrimônio histórico e das inovações modernas.
Para Gastal (2006), o imaginário turístico de cidade está ligado a: praça, lugar de encontro;
monumento, memória de diferentes tempos; palco, local para ver e ser visto, espaço público.
Entende-se como praça, um shopping, metrô, um monumento e outros.
Com a tecnologia e facilidade de mobilidade as organizações buscam por vantagens
locacionais, créditos, desencadeando a descentralização e flexibilização, desindustrialização
das cidades e sua progressiva terceirização. Pra Souza (2008), a cidade deveria ser como
empresa e atrair investimentos e visitantes, tornando-se competitiva com as demais,
modernizando-se, fazendo alianças entre Estado, sociedade civil e empresários, oferecendo
vantagens e benefícios a investidores, como incentivos fiscais e relaxamento de normas de
uso do solo urbano. No contexto competitivo e de grande mobilidade a promoção de imagem
urbana e de cidade enquanto marca (valores relacionados a recreação, entretenimento,
consumo e qualidade de vida), ganham importância.
As cidades buscam diminuir a sazonalidade e rentabilizar os investimentos diversificando a
oferta. Algumas iniciativas são: criação de equipamentos de lazer; intervenções urbanas para
magnetizar visitantes, como ícones arquitetônicos ou realização de eventos; promoção e
publicidade da cidade como destino turístico; ativação e valorização turística de seu
patrimônio. Deste modo o turismo, antes como prática de fuga da cidade industrial,
atualmente um signo de urbanidade (festa, multiculturalidade e poder).
O sucesso da condução de uma política de turismo e a promoção de uma imagem depende
não só do setor público, mas de alianças com outros setores, como a população residente
(hospitalidade).
Souza (2008), aponta cidades brasileiras chamadas cidades do medo, em que a segurança é
valorizada implicando no uso do espaço público e paisagem urbana, ameaçando e limitando a
autonomia individual e coletiva, causam medo e são cercadas ou abandonadas, tornando o
espaço público vítima da “síndrome da cidade vigiada”.
Shelby (2004), questiona como uma paisagem urbana marcada por grades, câmeras de
vigilância, medo das ruas, com uma carga simbólica e histórica, marcada pela ineficiência na
manutenção dos espaços públicos, pode dialogar com um discurso turístico? Apesar de não
haver resposta, contata-se o aumento do turismo no Brasil, por exemplo.

O texto traz a história o início do turismo e como o turismo urbano surgiu como opção tanto
para turistas como para moradores locais e do entorno, se diferenciando de todos os outros
textos lidos até agora, pois coloca o morador como protagonista. A valorização do espaço
urbano, como lugar a ser explorado e conhecido pelos próprios moradores, tirando o foco do
turista estrangeiro causador de problemas como massificação do turismo e Turismofobia.

Pela primeira vez vejo a valorização do morador no turismo, sua importância para o
crescimento e valorização do espaço urbano. O morador local ou do entorno visto como
turista mesmo quando não pernoita, mas sai à procura de conhecer a sua própria cidade, seus
espaços, como praças, teatros, patrimônios históricos, a cultura local, fazendo com que
políticas públicas invistam no bem estar deste visitante local, com melhor mobilidade,
conservação dos atrativos e oferecendo sempre novidades.
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS (UFMG)
Curso Turismo
Glauce Costa Rodrigues Teixeira- 2021433034
GEO428 - Sociologia do Turismo
2021/ 1° semestre

Síntese da Aula

A aula trabalha os conceitos de espaço urbano, regiões das cidades, definido como o conjunto
que integra e sobrepõe as diferentes atividades e é onde pode ser a capital; politicas públicas,
é a soma das atividades dos governos, que agem diretamente e que influenciam a vida dos
cidadãos.

Conforme o que foi debatido na aula a questão central do turismo urbano tem a ver com o
conceito, no qual os autores buscam englobar, moradores e turistas, onde o turista e morador
tem os mesmos interesses, são os “consumidores de lugares”, ou usuários da cidade. É um
conceito ambicioso, que distingue a diferença entre turista e morador, chamando a atenção
para os pontos em comum.
A definição de turismo urbano, abole a definição de turismo, que segundo a OMT deve haver
um deslocamento e permanência de pelo menos 24 horas. Para o turismo urbano a categoria
pivô, não é a economia, o desenvolvimento econômico gerado pelo turismo, e sim o consumo
do espaço urbano, que não passa por deslocamento e nem por pernoite, tendo como foco
específico o morador do local e não o turista, como o espaço urbano é consumido pelos
moradores, muito mais que pelos turistas. A metrópole tem uma oferta muito grande de
atrativos culturais e turísticos que atrai os moradores da cidade e da região no seu entorno.
A discursão de turismo urbano passa pelas políticas públicas e não pelo mercado, que deve
fazer circular este consumidor local fazendo-o se apropriar do espaço. Tanto turista e
morador estão interessados no consumo da paisagem urbana, consumo simbólico, mais do
que no consumo do mercado. As políticas públicas podem promover o turismo urbano
tornado a cidade atrativa para os moradores, como o circuito cultural da Praça da Liberdade
ou conjunto arquitetônico, cultural da Pampulha e feira de artesanato da Av. Afonso Pena,
que atrai o morador e pessoas do entorno de Belo Horizonte, assim como turistas.
Para conhecer o turismo urbano é preciso conhecer o perfil dos consumidores do espaço
urbano, trabalho que deve ser feito pelos gestores, porém este controle não é perfeito, não
existe um perfil do usuário dos atrativos. Cabe aos gestores treinar sua equipe para que seja
feita a pesquisa do perfil do usuário, sendo que em pesquisas já feitas grande parte dos
usuários identificados são moradores locais, e é este usuário que as políticas públicas tem de
alcançar no turismo urbano.
No turismo convencional a cidade era vista mais como emissora de turistas, onde se via a
cidade como poluidora, congestionada, local de pobreza, feia. No turismo urbano há uma
valorização da cidade, ambiente urbano como espaço de diversidade, riqueza, interação,
deixa de ser apenas emissor de turista, rompe com a visão negativa da cidade.
As políticas públicas tem a função de fazer circular o morador facilitando o acesso(espaço
pago ou gratuito), facilitando o deslocamento físico, através da mobilidade urbana, fazendo
publicidade, promoção destes espaços, rompendo barreiras para que os moradores do entorno
também tenham acesso a cidade, a seus atrativos, tendo assim grande importância as
pesquisas de perfil.
Uma das principais propriedades do turismo urbano é a democratização. As ofertas de
atrativos devem sempre ser ampliada para abranger mais pessoas, mulheres, crianças, idosos,
jovens, de todas as classes.
Em São Paulo a Av. Paulista é fechada para os moradores se apropriarem do espaço aos fins
de semana, com música, artes, esportes. Um corredor cultural que durante a semana não para,
é movimentado. Para isso precisa-se de uma política pública contínua, que faça circular o
morador e se apropriar do espaço. Para se investir na cultura é preciso que haja público para
se justificar o investimento, para isso precisa-se promover a mobilidade urbana, promover a
apropriação, acesso financeiro. Além da oferta o espaço tem de ser compatível para que mais
pessoas possam usufruir.
O turismo urbano é definido por alguns autores como anti-turismo, pelo fato do foco se
deslocar do turista para os moradores, do mercado para as políticas públicas, sendo a quebra
do extraordinário, do cotidiano, rotina e férias.
O tema turismo urbano se conecta com democratização a partir do momento que foca mais no
morador e cabe as políticas públicas promover os atrativos turísticos e culturais, promover a
mobilidade para que a população tenha acesso, com ingressos a preços acessíveis, dando
oportunidade a todas as classes.

Turismo urbano é a forma dos excluídos do turismo conhecerem e se apropriarem da sua


própria cidade ou das proximidades, dos seus espaços de lazer, dos espaços culturais,
cinemas, teatros, shows, praças, parques, é oque faz dele o mais democrático.

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