Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
In: SCHETTINI,
R. H. ET AL. (orgs.). Vygotsky: Uma (Re)Visita no Início do Século XXI, São Paulo: Andross,
2009, p. 17-52.
Revisitar Vigotski à luz das vivências de nosso tempo é sempre um desafio. Se por
um lado sua obra ainda se mantém contemporânea, por outro, a profusão de sentidos criados
para alguns de seus conceitos-chave, especialmente ao longo das últimas duas décadas, traz em
si complexidades para compreensão de seu quadro teórico. Com a popularização dos trabalhos
de Vigotski no ocidente, sua tradição de pesquisa do desenvolvimento humano vem sendo
recontextualizada num processo de aplicação em contextos variados. Não por acaso, dentre
aqueles que explicitamente definem sua orientação a partir dos postulados da psicologia social,
há os que incluem seus estudos numa tradição histórico-cultural (Cole, 1996; Engeström,
1996/2002), sociohistórico (Scribner, 1985; Newman e Holzman, 1993/2002) ou sociocultural
(Wertsch, 1991; Rogoff, 1995; Scribner, 1990/1997; Wells e Claxton, 2002; Lantolf e Thorne,
2006). Estas são definições que marcam diferentes contornos e tonalidades para os quadros
pintados sobre a natureza humana.
1
Agradeço à Profa Dra Maria Cristina Damianovic e à Profa Dra Simone Reis pelas contribuições ao texto.
procurado explorar a aprendizagem como processo colaborativo de ressignificação de práticas
sócio-pedagógicas e de identidades profissionais.
Com isso em mente, busco nesta discussão refletir sobre a dimensão social da
consciência e do desenvolvimento humano, bem como sobre questões de identidade envolvidas
na práxis colaborativa. De modo mais específico, minha proposta é explorar algumas noções de
transformação para, a partir delas, problematizar a (re)criação de identidades como um processo
conflituoso. Para tanto, ilustro este texto com experiências vividas no projeto Aprendizagem sem
Fronteiras, pensado para ser espaço híbrido instaurador de novas práticas culturais e (re)criador
de intersubjetividades.
CAMINHOS JÁ PERCORRIDOS2
Transformação em Vigotski
2
Parte dessas discussões teóricas encontra-se no texto da tese intitulada Atividade de aprendizagem colaborativa e inovadora de
professores: ressignificando as fronteiras dos mundos universidade-escola, que defendi pela PUC-SP, ao final de 2005.
interiorização/exteriorização, conforme proposto por Vigotski (1978/1998). Para este estudioso,
as ações externas e internas são dois aspectos inter-relacionados do mesmo fenômeno; a
estrutura instrumental da ação humana incorpora-se no sistema de inter-relacionamento com
outras pessoas e só aí pode ser compreendida. Isto porque Vigotski estudou a atividade
produtiva social que se desenvolve por meio de artefatos, sob as condições de cooperação entre
as pessoas e de transmissão entre as gerações. Essa estrutura sócio-histórica de criação e
transmissão de meios e métodos só se dá numa forma externa, “numa forma de ação ou na
forma de discurso externo” (Leontiev, 1978, p. 59).
3
Minick (1996/2002), ao discorrer sobre o desenvolvimento do pensamento de Vigotski, identifica três diferentes fases: a
primeira entre 1925 e 1930, em que a unidade de análise era a atividade mediada por signos que eram usados para controlar o
comportamento; a segunda, em que o uso de signos permitia a formação de uma nova relação entre linguagem e memória; e a
terceira a partir de 1932, em que o princípio explanatório do desenvolvimento encontrou-se na função da palavra como
mediadora da prática social. No entanto, o autor insiste em deixar claro que, comum a todas essas transformações é “a
importância da mediação de processos psicológicos pela linguagem e a natureza sócio-histórica de certos processos
psicológicos em seres humanos” (p. 33).
maturação da criança. Assim, enquanto para Piaget o desenvolvimento se explica por aquilo que
já está assimilado num dado momento, para Vigotski o desenvolvimento está naquilo que a
pessoa ainda não é capaz de fazer sozinha, ou seja, “o processo de desenvolvimento progride de
forma mais lenta e atrás do processo de aprendizagem” (Vigotski, 1978/1998, p. 118).
4
A abordagem genética vigotskiana funda-se no pressuposto de que há duas linhas qualitativamente diferentes para o
desenvolvimento psicológico: uma biológica e outra histórico-cultural. Assim, o foco na dimensão histórico-cultural não deve
levar a supor que o desenvolvimento humano se faz sem consideração aos aspectos biologicamente dados. No entanto, esses
aspectos não são suficientes para estudar os seres humanos que desenvolvem-se para além de sua herança biológica.
5
Nas palavras de Vigotski (1978/1998, p. 81), “nosso método pode ser chamado método „desenvolvimento-experimental‟, no
sentido de que provoca ou cria artificialmente um processo de desenvolvimento psicológico.”
Interpretações dessa natureza levaram pesquisadores a ressignificar o conceito de
ZPD a partir de suas orientações teórico-filosóficas. Deste modo, Rogoff (1995, p. 148) apoiou-se
no conceito de apropriação “para se referir aos processos pelos quais indivíduos transformam
sua compreensão e responsabilidade nas/pelas atividades através de sua própria participação”.
Ela opõe a isso o conceito de internalização que, em sua leitura, implica num processo pelo qual
“algo estático cruza uma fronteira do externo para o interno” (idem). A autora complementa
afirmando ainda que tradicionalmente a internalização, de acordo com pesquisas na área de
aprendizagem, tem implicado numa separação entre o indivíduo e a sociedade. Mesmo
atestando o papel do outro como relevante, os estudos acabam por focar no indivíduo e as
influências sociais aparecem para correlacionar as ações dos indivíduos isolados. Rogoff acredita
que raros são os trabalhos que focam na unidade dos participantes agindo em atividades
históricas.
6
Vigotski (1978/1998, p. 98) assim define seu método: “a tarefa com a qual a criança se defronta no contexto experimental está,
via de regra, além de sua capacidade do momento, e não pode ser resolvida com as habilidades que ela possui. Nesses casos, um
objeto neutro é colocado próximo da criança, e freqüentemente podemos observar como o estímulo neutro é incluído na
situação e adquire a função de um signo. Assim, a criança incorpora ativamente esses objetos neutros na tarefa de solucionar o
problema. Poderíamos dizer que, quando surgem dificuldades, os estímulos neutros adquirem a função de um signo e a partir
desse ponto a estrutura da operação assume um caráter diferente em essência”.
Com base em críticas como as de Newman e Holzman, Lave e Wenger (1991) se
voltam também para contextos de aprendizagem participativa e exploram o conceito de
participação periférica legítima como metáfora para a transformação. Segundo os autores, seus
estudos aproximam-se daqueles apoiados na interpretação social da ZPD, cujo interesse reside
em estudar “a aprendizagem para além do contexto de estruturação pedagógica, incluindo a
estrutura do mundo social na análise e levando em conta, de modo central, a natureza conflituosa
da prática social” (p. 49). Para tanto, Lave e Wenger têm como unidade de análise a participação
de novatos e veteranos em comunidades de prática. Em sua definição,
a aprendizagem vista como uma atividade situada tem como característica definidora
central um processo que chamamos participação periférica legítima. Com isso,
pretendemos chamar a atenção para o fato de que os aprendizes participam
inevitavelmente em comunidades de profissionais e que o domínio do conhecimento e
das habilidades exige que os novatos se encaminhem para a plena participação nas
práticas socioculturais da comunidade. A „participação periférica legítima‟ oferece uma
maneira de falar sobre as relações entre os novatos e os profissionais e sobre
atividades, identidades, artefatos e comunidades de conhecimento e prática. (Lave e
Wenger, 1991, p. 29, destaque no original).
7
A relação que Engeström estabelece entre a aprendizagem do currículo oculto e a “aprendizagem verdadeira” é análoga à idéia
expressa por Newman e Holzman (1993/2002) de que nem toda atividade é revolucionária e de que, na maior parte das vezes, a
atividade ordinária é, de fato, um comportamento socialmente determinado.
considerada errada, o aluno questionasse o livro propriamente e buscasse outras fontes de
informação. “O aspecto produtivo”, esclarece Engeström, “não pode ser eliminado da
aprendizagem 2 , mesmo sendo facilmente subordinado a ponto da invisibilidade”. Isto porque na
aprendizagem 2, o objeto é considerado problemático e, como tal, passível de transformações.
Redefinindo ZPD
Com base, portanto, numa releitura das teses vigotskianas, Engeström propõe uma
reconceitualização de desenvolvimento: (a) não mais como um processo exclusivamente positivo
de ampliação do domínio do sujeito sobre o meio ou sobre si, mas como um processo também
de negação, de destruição, de resistência, de confronto de culturas que se encontram, se
chocam e não se reconhecem; (b) não mais como transformação somente individual, mas
especialmente como transformação coletiva, um mudar-se a si com os outros; (c) não mais como
um movimento exclusivamente vertical entre níveis, em que o mais experiente puxa para cima o
menos experiente, mas como um movimento igualmente horizontal entre fronteiras, entre
mundos aparentemente incapazes de emulsão, como água e óleo 8. Esses princípios foram
agrupados numa nova definição elaborada por Engeström em 1996, quando escreveu:
“desenvolvimento significa mudar o curso da vida de alguém, incluindo a rejeição destrutiva do
velho, juntamente com outras pessoas de importância – e por meio da transposição de fronteiras
entre mundos, não somente através da ascensão nas escadas da maturidade e competência”
(1996/2005, p. 44).
Assim como Lave e Wenger (1991, p. 49) reconhecem sua filiação ao conceito de
ZPD conforme definido por Engeström em 1987, este admite algumas aproximações com a
abordagem de participação periférica legítima: ambos podem potencialmente “romper com a
encapsulação da aprendizagem escolar de um modo diferente; (...) têm a atividade ou prática
conjunta como unidade de análise (...) e dão insistente ênfase ao papel dos artefatos mediadores
na cognição e na aprendizagem humanas” (Engeström, 1996/2002, p. 176). No entanto,
Engeström é claro quanto ao seu interesse também nos contextos de prática escolar. Para ele, “a
aprendizagem escolar é, obviamente, um sistema de atividade coletivo e relativamente
duradouro” (idem, p. 183). Por isso, muitos de seus trabalhos de pesquisa se voltam para as
questões específicas da atividade de aprendizagem em contextos escolares. (i.e., Engeström,
1987, 1994, 1996/2002, Engeström, et. al., 2002).
8
Acreditava-se, até recentemente, que água e óleo não se misturam. No entanto, uma pesquisa realizada na Austrália em 2003
revelou que, no processo de congelamento e descongelamento sucessivo da matéria, e a conseqüente dissolução do gás existente
na água, é possível criar uma emulsão natural entre água e óleo (revista New Scientist, fev., 2003) Da mesma forma, o
enfrentamento e superação das contradições, torna possível a formação de novas culturas, de novos sistemas de atividade
humana.
UM POUCO SOBRE O APRENDIZAGEM SEM FRONTEIRAS
9
Condizente com a epistemologia de práxis colaborativa como espaço de aprendizagem de professores, uso o termo “professor-
novato” para me referir a professores em processo de formação inicial, tradicionalmente chamados de “aluno-professor”.
deste modelo de base dialético-marxista, como deixa ver a epígrafe deste texto, é o de que a
participação na práxis é elemento fundamental para sua compreensão e transformação. Como já
revelado em outra oportunidade (Mateus, 2005), compartilhar os esforços do processo de ensino
implica ter que tomar decisões no interior da temporalidade, dos limites e das potencialidades da
escola. Isso significa recriar o objeto da atividade não mais em função daquilo que os futuros
professores devem aprender, mas em função daquilo que juntos os professores devem produzir
para mediar a aprendizagem dos alunos na escola.
Por ser, assim, uma iniciativa que se funda na “unicidade de seus atos efetivamente
realizados; ou, em outras palavras, que se orienta a partir do vivido” (Faraco, 2003, p. 20), o
currículo de formação de professores envolvidos no Aprendizagem sem Fronteiras não se guia
por um currículo determinado a priori, mas se desenha a partir de questões que emergem das
experiências vividas na práxis de ensino colaborativo. Dito de outro modo, o currículo se define
no processo de produzir conhecimento válido para lidar com os desafios da aprendizagem de
jovens e crianças do ensino básico.
10
Ao longo de 2007, participaram do projeto 3 professoras-formadoras, 4 professoras-colaboradoras, 12 professores-novatos, 3
professoras-pesquisadoras (neste caso, alunas de pós-graduação que não participavam das práticas de ensino colaborativo) e 2
alunos-pesquisadores bolsistas de Iniciação Científica Junior (ambos alunos do 2º ano do ensino médio em escolas públicas).
modo, cada grupo de professores está presente na escola pública ao menos uma vez por
semana, durante um determinado turno, ao longo de todo ano letivo.
Para as discussões neste texto, o foco recai sobre as experiências vividas por um
grupo composto por uma formadora, Elaine, duas professoras, Altamira e Rosana 11, seis
professores-novatos, um bolsista IC Junior e duas professoras-pesquisadoras.
Durante 2006 e 2007, este grupo trabalhou com uma comunidade, em muitos
sentidos, desprivilegiada; não somente por sua localização, mas igualmente nos planos social,
econômico, político e cultural. O Colégio Estadual de Ensino Fundamental e Médio (CEEF) situa-
se na periferia da cidade, num prédio de dois andares, nos quais estão distribuídas 8 salas de
aula, com aproximadamente 60 metros quadrados cada uma. No total, a escola tem cerca de 800
alunos matriculados e distribuídos nos 3 turnos. A renda familiar média de, aproximadamente,
70% das famílias gira entre 3 e 7 salários mínimos.
No que diz respeito ao acesso a esportes e lazer, existem 9 quadras poli esportivas
nos prédios das escolas estaduais e municipais da região. Estes são, contudo, espaços
destinados exclusivamente às atividades das próprias escolas. Os quatro campos de futebol
existentes na região encontram-se em estado deficiente de conservação, limitando a prática de
atividades. Do mesmo modo, não há estruturas esportivas adequadas para a prática de outros
esportes.
11
Excetuando-se o nome da autora deste artigo, todos os demais são fictícios.
Ao longo de 2007, a prática de ensino colaborativo neste contexto se deu com jovens
numa turma de 8ª série do ensino fundamental e de 3º ano do ensino médio, sendo que a
primeira tinha cerca de 38 alunos em sala e a última, aproximadamente, 45. Além da professora-
formadora e da professora-colaboradora, Altamira, participaram na 8ª série os professores-
novatos Rodrigo e Lais. Na turma do 3ª ano estavam Elaine, Rosana e as alunas-novatas
Walkyria e Rita. Todos os professores-novatos eram alunos do último ano do curso de Letras
Anglo-Portuguesa e desenvolviam no projeto suas atividades de prática de ensino, componente
curricular obrigatório do curso.
42 Rosana: [...] espremer a Rita eu acho meio injusto, acho meio injusto porque ela
tomou a decisão pela confiança que ela tem em mim, e não porque, e não to
falando que você [Rita] é burrinha, que você faz tudo o que a gente manda, mas
é por que vai muito do que a gente fez ano passado, que ela me viu fazendo
o ano passado inteiro [...]
43 Rita: Eu tava com dificuldade de apresentar o gênero verbete pra eles [...] mas hoje
de manhã você [Rosana] perguntou: “você vai trabalhar mesmo assim?” “Eu vou
porque ano passado, o ano inteiro a gente trabalhou assim”. Então, pra mim era
mais tranqüilo, o que eu fazia parecia ótimo, dava certo, que os alunos
conseguiam aprender, foi assim ano passado inteiro, foi mais a experiência
que eu tive ano passado inteiro, trabalhando eu a Rosana e a Paula, do que,
entendeu, qualquer outra coisa, por mais simples a minha decisão [...]
49 Rosana: Eu não sei se vocês estão entendendo o que eu quero dizer, não to falando,
não é só o preparar, é que assim, a preparação ela traz muita coisa. Ela traz
conhecimento do dia-a-dia, ela traz conhecimento da teoria e eu acho que ta
faltando conhecimento teórico do que ta sendo proposto. Pra falar bem a
palavra é isso, tipo, o que é gênero, de onde que vem, porque que a Rosana
trabalha assim, o que ela espera com isso.
50 Rita: Então, sabe eu sinto isso assim, de uma forma, ela [Rosana] falou e agora eu
me identifiquei, sabe assim, queria ter mais conhecimento teórico nessa parte,
não sei, não só de gêneros, mas do jeito que você trabalha, ter mais... porque daí
a gente pode se sentir confortável de... sabe, Ah não, agora eu vou trabalhar
assim, agora acho importante trabalhar desse jeito, isso foi uma coisa que... daí
hoje eu fui ainda procurar fui ver, tentar sabe, pesquisar sobre pra aprender mais.
Para Rita, do mesmo modo que para Rosana, a agentividade passa pelo processo
deliberado de apropriação do conhecimento científico. De fato, Matusov (1996, p. 396) atesta que
“o desenvolvimento de agentividade responsável envolve o indivíduo adquirindo maior acesso à
atividade e aos processos de aprendizagem – movendo-se da participação periférica para os
centros desses processos”. Deste modo, quanto maior o domínio sobre o conhecimento que
orienta a atividade, tanto maiores as oportunidades para redefinição dialógica das práticas sócio-
pedagógicas (Johnson , 2006).
66 Elaine: Eu acho que talvez não esteja tão claro, por exemplo, de que aprendizagem
nós estamos falando aqui nesse grupo. [...] E eu acho que é isso que, de uma
certa maneira, ta colocado nessa discussão: de que aprendizagem nós estamos
falando? A expectativa de aprendizagem que eu tenho de vocês, me parece
agora, diferente da expectativa de aprendizagem que vocês têm no trabalho
do grupo [...] Então talvez a gente possa fazer uma reflexão e retomar no
começo do segundo semestre pensando [...] de que aprendizagem a gente ta
falando aqui, né [...] Eu acho que isso, talvez torne mais claro os papéis e as
inserções, as mediações. Eu certamente vou me sentir mais confortável
tendo mais claro o que é aprendizagem pra vocês.[...]
67 Altamira: Eu vejo assim mesmo a aprendizagem, tudo isso que a gente faz assim que
a gente vê que não está dando certo, que não funcionou, que saiu errado eu vejo
tudo isso como uma aprendizagem [...]
68 Elaine: [...] o que pra mim é aprendizagem? Aprendizagem é isso que você [Rita]
fez hoje; é estar na dúvida e ir lá fazer pesquisa e ir buscar aquilo que é
relevante pra responder as tuas perguntas. Porque eu posso te passar um
livro inteirinho sobre gêneros [...] mas eu não quero pedir pro Rodrigo ler isso,
porque pode ser que pro Rodrigo o caminho não seja esse e nem por isso ele vai
estar lá na escola fazendo um trabalho incompatível com o que a gente ta
fazendo. Ele pode se embasar, caminhar por uma linha de leitura crítica que
passe por outros aspectos, entendeu, e, ao final, também formar um aluno
assim [leitor crítico]. [...] Porque eu também vivo nesse dilema: digo o que tem
que fazer, assumo um papel de formadora que fala: “olha, vai fazer”. Ou
deixo criar o caminho. Eu ainda gostaria de me ver no papel de quem faz a
mediação.
Referências Bibliográficas
ALMEIDA, R. D. Integrando universidade e escola por meio de uma pesquisa colaborativa. Tese de livre
docência em Prática de Ensino de Geografia. Rio Claro: Depto. de Educação. UNESP, 2001.
BOURDIEU. Pierre. Forms of capital. In: Jonh Richardson (ed.). Handbook of theory and research for the
sociology of education. Westport: Greenwood, 1986, p. 241-258.
CARDOZO, Solange de Almeida. Universidade e escola: uma via de mão dupla ?. Rio de Janeiro, 2003. 99p.
Dissertação de Mestrado - Departamento de Educação, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro.
COLE, Michael. Cultural psychology: a once and future discipline. Cambridge: Harvard University Press,
1996.
DAVYDOV, Vassily V. On the place of the category of activity in modern theoretical psychology. In: V. P.
Lektorsky (ed.). Activity: the theory, methodology and problems. Orlando: Paul M. Deutsch Press. Inc.,
1990-a, p. 75-81.
DAVYDOV, Vassily V. Problems of activity as a mode of human existence and the principle of monism.
In: V. P. Lektorsky (ed.). Activity: the theory, methodology and problems. Orlando: Paul M. Deutsch
Press. Inc., 1990-b, p. 127-132.
DAVYDOV, Vassily V. The content and unsolved problems of activity theory. In: Yrjö Engeström, Reijo
Miettinem, Raija Punamaki (eds.). Perspectives on Activity Theory. Cambridge University Press, 1999,
p. 39-52.
DIETZSCH, Mary Julia M. Universidade e escola pública atuando em parceria. Cadernos de Pesquisa,
São Paulo, n. 94, p. 74-81, ago. 1995.
ENGESTRÖM, Yrjö, ENGESTRÖM, Ritva e KEROSUO, Hannele. The discursive construction of
collaborative care. Applied Linguistics, vol. 24, n. 3, p. 286-317, 2003.
ENGESTRÖM, Yrjö, ENGESTRÖM, Ritva e SUNTIO, Arja. Can school communities learn to master its
own future? An activity-theoretical study of expansive learning among middle school teachers. In: Gordon
Wells e Guy Claxton (eds.). Learning for life in the 21st century: sociocultural perspectives on the future
of education. London: Blackwell, 2002, p. 211-224.
ENGESTRÖM, Yrjö. From individual action to collective activity and back: developmental work research
and an interventionist methodology. In: Georg Rückriem (ed.). Developmental Work Research:
expanding activity theory in practice. Berlin: Lehmanns Media, 2000/2005, p.171-196.
ENGESTRÖM, Yrjö. Non scolae sed vitae discimus: como superar a encapsulação da aprendizagem
escolar. In: Harry Daniels (org.). Uma introdução a Vygotsky. Trad. Marcos Bagno. São Paulo: Edições
Loyola, 1996/2002, p. 175-197.
ENGESTRÖM, Yrjö. Teachers as collaborative thinkers: activity-theoretical study of an innovative
teacher team. In: I Carlgren et.al., (eds.). Teachers’ minds and actions: research on teachers‟ thinking
and practice. Falmer Press. 1994, p. 43-61.
ENGESTRÖM, Yrjö. Activity Theory and individual and social transformation. In: Yrjö Engeström, Reijo
Miettinem, Raija Punamaki (eds.) Perspectives on activity theory. Cambridge University Press, 1999-a, p.
19-38.
ENGESTRÖM, Yrjö. Development as breaking away and opening up: a challenge to Vygotsky and
Piaget. In: Georg Rückriem (ed.). Developmental Work Research: expanding activity theory in practice.
Berlin: Lehmanns Media, 1996/2005, p.37-48.
ENGESTRÖM, Yrjö. Expansive Learning at work: toward an activity theoretical reconceptualization. In:
Georg Rückriem (ed.). Developmental Work Research: expanding activity theory in practice. Berlin:
Lehmanns Media, 2001/2005, p.59-87.
ENGESTRÖM, Yrjö. Learning by expanding: an activity-theoretical approach to developmental research.
Helsisnki: Orienta-Konsultit, 1987. Disponível em
http://lchc.edu/MCA/Paper?Engestrom/expanding/ch1.htm. Acessado em 28 de outubro de 2003.
ENGESTRÖM, Yrjö. Learning by expanding: ten years after. Introdução à edição alemã de Learning by
expanding , publicada em 1999 e à publicação japonesa, publicada em 1999. 1999-b. Disponível em
http://lchc.ucsd.edu/MCA/Paper/Engestrom/expanding/intro.htm. Acessado em maio de 2003.
FARACO, Carlos A. Linguagem e Diálogo: as idéias lingüísticas do círculo de Bakhtin. Curitiba: Criar
Edições, 2003.
FOERSTE, Erineu. Parceria na formação de professores. São Paulo: Cortez, 2005.
FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. 17a. Ed. Rio de Janeiro: Terra e Paz, 1970/1987.
JOHNSON, Karen. The sociocultual turn and its challenges for second language teacher education. TESOL
Quarterly, vol. 40, n. 1, March 2006, p. 235-257.
LANTOLF, J. e THORNE, S. L. Sociocultural theory and the genesis of second language development.
Oxford: Oxford University Press. 2006.
LAVE, Jean e WENGER, Etienne. Situated Learning: legitimate peripheral participation. Cambridge
University Press, 1991.
LEONTIEV, Alexis. Activity, Consciousness, and Personality. Traduzido do russo para o inglês por Marie
J. Hall. Progress Publishers, 1978. Disponível em http://lchc.ucsd.edu/MCA/Paper/leontev acessado em
11de julho de 2003.
MATEUS, Elaine. Atividade de aprendizagem colaborativa e inovadora de professores: ressignificando
as fronteiras dos mundos universidade-escola. 2005. 327 fl. Tese (Doutorado em Lingüística Aplicada e
Estudos da Linguagem) – LAEL, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo. 2005.
MATEUS, Elaine e PICONI, Larissa. Aprendizagem colaborativa de professores em formação inicial e
contínua: investigando práticas discursivas. In: VIII Congresso Brasileiro de Lingüística Aplicada, 2007,
Brasília. Anais do VIII CBLA, 2007.
MATUSOV, Eugene. Intersubjectivity without agreement. Mind, Culture and Acitivity, vol. 3, 1996, p. 25-45.
MATUSOV, Eugene. Intersubjectivity as a way of informing teaching design for a community of learners
classroom. Teaching and Teacher Education, vol. 17, 2001, p. 383-402.
MINICK. Norris. O desenvolvimento do pensamento de Vygotsky: uma introdução a Thinking and
Speech (Pensamento e linguagem). In: Harry Daniels (org.). Uma introdução a Vygotsky. Trad. Marcos
Bagno. São Paulo: Edições Loyola, 1996/2002, p. 31-59.
NEWMAN, Fred; HOLZMAN, Lois. Lev Vygotsky: cientista revolucionario. Trad. Marcos Bagno. São
Paulo: Edições Loyola, 1993/2002.
NEWMAN, Fred; HOLZMAN, Lois. Unscientific Psychology: A Cultural Performatory Approach to
Understanding Human Life. Westport, CT: Praeger Publishers, 1996.
ORTENZI, Denise; GIMENEZ, Telma; CRISTOVÃO, Vera; FURTOSO, Viviane; PERIN, Jussara. Interação
Universidade-escola na Formação de Professores de Inglês: experiências brasileira e norte-americana. In:
XII ENDIPE - Encontro Nacional de Didática e Prática de Ensino, 2004, Curitiba. Anais do XII ENDIPE.
Curitiba : Pontifícia Universidade Católica do Paraná, 2004. v. 1. p. 239-245.
REALI, Aline e TANCREDI, Regina. Desenvolvendo uma metodologia de aproximação entre a escola e
as famílias dos alunos com a parceria da universidade. Anais do IV SEMPE – Seminário de Metodologia
para Projetos de Extensão, São Carlos 29-31, ago. 2001.
ROGOFF, Barbara. The cultural nature of human development. Oxford University Press, 2003.
ROGOFF, Barbara. Observing sociocultural activity on three planes: participatory appropriation, guided
participation, and apprenticeship. In: J. Wertsch; P. Del Rio e A. Alvarez (eds.). Sociocultural studies of
the mind. Cambridge University Press, 1995, p. 139-164.
ROTH, M. LAWLESS, D.; TOBIN, K. {Coteaching | Cogenerative Dialoguing} as Praxis of Dialectic
Method. Forum Qualitative Social Research. [online journal] vol 1, n. 3, December 2000. Disponível em:
http://www.qualitative-research.net/fqs-texte/3-00/3-00rothetal-e.pdf. Acessado em: 10 jan 2007.
SCHÖN, Donald A. Educating the Reflective Practitioner. Jossey: Bass Publishers, 1987. p. 3-40.
SCRIBNER, Sylvia. A sociocultural approach to the study of mind. In: Ethel Tobach, et. al. (eds.). Mind
and Social Practice: selected writings of Sylvia Scribner. Cambridge University Press, 1990/1997, p. 266-
280.
SCRIBNER, Sylvia. Vygotsky‟s uses of history. In: James Wertsch, (ed.). Culture, Communication and
Cognition: vigotskian perspectives. New York: Cambridge University Press, 1985, p. 119-145.
VADEBONCOEUR, Jennifer A. Child development and the purpose of education: a historical context for
constructivism in teacher education. In: Virginia Richardson (ed.). Constructivist teacher education: building
new understandings. Washington: The Falmer Press, 1997, p. 15-37.
VYGOTSKY, Lev Semyonovitch. On the problem of the psychology of the actor´s creative work. The
Collected Works of L.S.Vygotsky, vol. 6. 1932. Disponível em:
http://www.marxists.org/archive/vygotsky/works/1932/actors-creativity.htm Acesso em: 12 setembro 2006.
VYGOTSKY, Lev Semyonovitch. A Formação Social da Mente: o desenvolvimento dos processos
psicológicos superiores. Orgs. Michael Cole et al., 1978. Trad. José Cipolla Neto et al. 6ª. Edição. São
Paulo: Martins Fontes, 1998.
WELLS, Gordon; CLAXTON, Guy. Introduction: sociocultural perspectives on the future of education. In:
st
Gordon Wells e Guy Claxton (eds.). Learning for the life in the 21 century: sociocultural perspectives on
the future of education. Blackwell Publishers Ltd, 2002, p. 1-18.
WERTSCH, James. Voices of the mind: a sociocultural approach to mediated action. Cambridge
University Press, 1991.