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Art.

1: Veículos elétricos (VE) são aqueles acionados por pelo menos um


motor elétrico. Equipara-se a VE o carro elétrico automotivo para transporte de carga e de
pessoas com propulsão elétrica.

Art. 2: Atualmente, os carros elétricos movidos a bateria e a células de


combustível de hidrogênio vendidos no país não pagam o imposto de importação e tem a
alíquota de IPI reduzida para 7%. Contudo, considerando o alto custo de aquisição, a alíquota de
IPI será reduzida pela metade para veículos até R$ 60.000,00 à R$ 100.000,00 e zero para carros
até R$ 60.000,00. A redução tem prazo determinado de 10 anos.

Art. 3: A indústria nacional terá favorecimento de financiamento, pesquisa


e desenvolvimento de tecnologias para a produção de veículos elétricos em solo nacional.

Art. 4: A frota de veículos nacional pública deverá ser substituídas


gradativamente.

Art. 5: Os estados poderão zerar as tributações de Imposto sobre a


Propriedade de Veículos Automotores, IPVA, na quota cabível ao estado, incidentes sobre os
veículos movidos exclusivamente à propulsão elétrica pelos próximos 05 anos.

Justificativa:

A presente propositura busca incentivar a disseminação de veículos


movidos à propulsão elétrica e híbridos beneficiando todo o estado com diminuição da poluição
e consequente melhora do meio ambiente e da qualidade de vida da população, inclusive
reduzindo futuramente os gastos do Poder Público com a saúde decorrentes dos problemas
provocados pelos carros à combustão.1

1
PROJETO DE LEI Nº 1256, DE 2019, Autoriza o Governo de Estado a estabelecer uma política estadual de
incentivo ao uso de carros movidos à propulsão elétrica e híbridos e dá outras providências.
O Brasil emitiu um total de 1,9 gigatonelada de carbono equivalente
(GtCO2eq) em 2018, de acordo com os números do Seeg, o Sistema de Estimativa de Emissões
de Gases de Efeito Estufa.2

Essa quantidade faz com que o Brasil represente 3,4% das emissões
mundiais, e coloca o país como o sétimo maior emissor do mundo, atrás de China, EUA, União
Europeia, Índia, Indonésia e Rússia. Se os países europeus forem considerados de forma
separada, não no bloco da UE, Brasil passa a ser o sexto maior emissor.

De acordo com dados do Global Carbon Atlas,

"Apesar de consumidores globais, de indivíduos a empresas, serem os emissores finais de


dióxido de carbono, nós nos concentramos nas empresas de combustíveis fósseis que, em
nossa opinião, produziram e venderam esses combustíveis a bilhões de consumidores
com o conhecimento de que seu uso conforme previsto vai piorar a crise climática".3

As empresas4 com maiores emissão de CO2.

Em bilhões de toneladas de dióxido de carbono equivalente e percentual


do total global.

Saudi Aramco (estatal, Arábia Saudita) 59,26 (4,38%)

Chevron (privada, EUA) 43,35 (3,20%)

Gazprom (estatal, Rússia) 43,23 (3,19%)

ExxonMobil (privada, EUA) 41,90 (3,09%)

National Iranian Oil Co (estatal, Irã) 35,66 (2,63%)

BP (privada, Reino Unido) 34,02 (2,51%)

2
WRI Brasil. Brasil é o sétimo maior emissor de CO2 do mundo. As emissões caíram ou aumentaram? Disponível
em: <<https://wribrasil.org.br/pt/blog/2019/11/brasil-7-maior-emissor-de-co2-do-mundo-emissoes-brasileiras-estao-
caindo-ou-aumentando>, acesso em 20/04/2021.
3
BBC. Os 15 países que emitiram mais CO2 nos últimos 20 anos (e em que posição está o Brasil). Disponível em:
<ttps://www.bbc.com/portuguese/brasil-50811386>, acesso em 20/04/2021.
4
O GLOBO. 20 maiores poluidores respondem por um terço de toda a emissão de CO2 no mundo, segundo
estudo; Petrobras está na lista. Disponível em: <https://g1.globo.com/natureza/noticia/2019/10/10/20-maiores-
poluidores-respondem-por-um-terco-de-toda-a-emissao-de-co2-no-mundo-segundo-estudo-petrobras-esta-na-
lista.ghtml>, acesso em 20/04/2021.
Royal Dutch Shell (privada, Países Baixos e Reino Unido) 31,95 (2,36%)

Coal India (estatal, Índia) 23,12 (1,71%)

Pemex (estatal, México) 22,65 (1,67%)

Petróleos de Venezuela-PDVSA (estatal, Venezuela) 15,75 (1,16%)

PetroChina (estatal, China) 15,63 (1,15%)

Peabody Energy (privada, EUA) 15,39 (1,14%)

ConocoPhillips (privada, EUA) 15,23 (1,12%)

Abu Dhabi National Oil Co (estatal, Emirados Árabes Unidos) 13,84


(1,01%)

Kuwait Petroleum Corp (estatal, Kuwait) 13,48 (1,00%)

Iraq National Oil Co (estatal, Iraque) 12,60 (0,93%)

Total SA (privada, França) 12,35 (0,91%)

Sonatrach (estatal, Argélia) 12,30 (0,91%)

BHP Billiton (privada, Austrália e Reino Unido) 9,80 (0,72%)

Petrobras (estatal, Brasil) 8,68 (0,64%)

Assim, diante do massivo aumento na frota de carros nacional, bem como


o consumo exorbitante de combustíveis fosseis, há necessária intervenção estatal. Desta forma, o
Estado imbuído do poder de proteger o meio ambiente para as futuras gerações legislará para
incentivar o consumidor/cidadão a troca gradativa dos veículos comuns para elétricos.

Não obstante, o legislador constituinte ainda viabilizou, por meio do artigo 170, VI, a
interferência estatal na atividade produtiva, ao prever expressamente que a defesa do
meio ambiente se dará “inclusive mediante tratamento diferenciado conforme o impacto
ambiental dos produtos e serviços e de seus processos de elaboração e prestação” 5

5
http://www.conteudojuridico.com.br/consulta/Artigos/45294/o-papel-do-estado-no-incentivo-ao-
desenvolvimento-sustentavel-por-meio-de-institutos-de-direito-tributario
Dentre os instrumentos que viabilizam a intervenção do Estado na
economia, com vistas à proteção do meio ambiente, tem-se a tributação.

Existem várias espécies de incentivos fiscais, podendo consistir em imunidades,


investimentos privilegiados, isenções, alíquotas reduzidas, suspensão de impostos,
créditos especiais, dentre tantos outros. Independentemente do mecanismo adotado, todos
eles têm a finalidae de impulsionar ou atrair os particulares para a prática de atividades
elegidas pelo Estado como prioritárias. (ATALIBA; et al, 1991, p. 167)

Portanto, conforme exposto, o presente projeto de lei tem por finalidade:


aquecer a indústria nacional para produção de carros híbridos/elétricos (consequentemente
gerando novos empregos), incentivar a substituição de veículos comuns (com queima de
combustível fóssil) para elétrico e reduzir drasticamente a queima de CO2 (estima-se uma
redução de 50% até o ano de 2035).

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