Deve haver dentro de cada um de nós, a consciência de que a nossa responsabilidade espiritual não se limita a “vestir o branco”, e participar das Sessões Espíritas. Temos que nos mostrar sempre presentes e dispostos a ajudar, colaborando ativamente e financeiramente com a manutenção do nosso Terreiro, - nosso Chão. O Chão que o acolheu! É nosso dever mantê-lo em funcionamento, levando a sério o pagamento de nossa contribuição financeira.
Sem dinheiro, mal podemos nos locomover, não
conseguimos pegar um ônibus, comer, ou fazer parte de qualquer atividade social, a menos que essa entidade se auto mantenha, mas mesmo assim, para o Terreiro se manter de pé, alguém estará custeando as suas atividades e as nossas presenças. Quando um Terreiro nos abre as portas para uma sessão de culto e ou uma reunião festiva em louvação aos Orixás, ou mesmo para uma simples consulta espiritual, por mais humilde que seja o templo, esteja certo de que está havendo uma despesa para que essa atividade se realize! E, se somos recebidos gratuitamente, alguém está custeando as despesas para a realização dessa empreitada espiritual. Alguém irá pagar a conta.
A Umbanda não cobra DÍZIMO e nem “mão de obra” pelos
trabalhos espirituais realizados nos Templos, que são as Casas dos Orixás, espaços simples e acolhedores, onde com os nossos pés no chão, sentimos a força e a leveza da Energia Espiritual, também constatamos ali, todo o nosso potencial de realização que emana da energia do Terreiro indo além de nossa imaginação.
O fato de não se cobrar o DÍZIMO, não significa ausência
de despesas, é claro que não! Sabemos das inúmeras despesas de um Terreiro, dentre elas, luz, água, produtos de limpeza, velas, defumação, bebidas, fumo e outros materiais ritualísticos, além de encargos e cobranças relativas à legalização e contabilidade de um Terreiro!
Tudo isso, sem falarmos de pagamento de alugueres em
alguns casos.
Será que o Dirigente Espiritual, o Diretor de Culto, ou
Diretora de Culto, deve arcar com essas despesas a fim de fazer valer sua condição de “proprietário” do terreiro”? Serão os Diretores, os maiores beneficiados nos trabalhos espirituais realizados nos Terreiros? Não ! Não é ! O Terreiro é um espaço nosso, e sagrado, ele é um prolongamento da nossa casa. E, o Dirigente Espiritual, em sua Sublime condição de “Médium Dirigente”, ao realizar o seu Trabalho Espiritual em cumprimento de suas Atribuições Cármicas, simultaneamente, ele amenizando o “peso cármico” de cada um dos seus Filhos no Santo, seus afilhados espirituais. O Dirigente Espiritual, literalmente com os pés no chão”, humildemente, cumpre a sua nobre Missão Espiritual, ao mesmo tempo, trabalhando em prol de seu Crescimento Espiritual e de todo o grupo de médiuns e consulentes, pacientemente e generosamente, nos dedicando a maior parte do seu tempo. Por tudo isso e por todo o seu desprendimento, nos impõe o salutar dever Moral e Espiritual de ajudá-lo na condução e manutenção do nosso Templo.
Portanto, deve haver dentro de cada um de nós, a
consciência de que a nossa responsabilidade espiritual não se limita a “ vestir o branco”, e participar das Sessões Espíritas. Temos que nos mostrar sempre presentes e dispostos a ajudar sempre, colaborando ativamente e financeiramente com a manutenção do nosso Terreiro, - nosso Chão. O Chão que nos acolheu! É nosso dever mantê-lo em funcionamento, levando a sério também a nossa contribuição financeira.
Na verdade, o Terreiro é uma Grande Família. O
sentimento de irmandade, fraternidade, amor e respeito, reinante no seio do Terreiro, constitui a base de um Grande Elo de Corrente Espiritual. Por outro lado, todos nós temos Direitos e Deveres, temos responsabilidades e obrigações uns com os outros, essa consciência grupal faz parte de nosso trabalho espiritual. A generosidade faz parte de nossa elevada missão de Médium.
Sabemos que há muitos irmãos que só procuram o
Terreiro, quando necessitam de orientação para seus problemas existenciais, como se procurassem uma clínica médica, um Analista e seu Divã. No Terreiro, ao invés do Divã, sentam no Tosco Banquinho do Preto Velho ou da Preta Velha; contam suas magoas e queixas e, resolvidos os seus conflitos, alguns passam a condição de visitantes costumeiros, e com o passar do tempo, acabam se conscientizando da importância de suas atribuições cármicas e, como Médium em desenvolvimento, passam a fazer parte daquela Família Espírita. Outros, após sanados seus problemas interiores , se ausentam até que surja outro problema. Esses Visitantes eventuais, não conhecem intimamente a importância do exercício da mediunidade, deixam para atrás a oportunidade de fazer parte do convívio daquele Terreiro. Esses visitantes ocasionais desconhecem a verdadeira importância de ser Médium!
Um Filho de Fé não fica “parado” ouvindo discursos
preconcebidos, baseados em “verdades prontas”. O Filho de Fé é um Ser em Evolução Espiritual, buscando a sua própria Verdade. É um Elo na Escalada Espiritual, contribuindo em suas múltiplas manifestações mediúnicas, para o seu próprio aperfeiçoamento religioso e cultural, indiretamente e dentro de seus limites, contribuindo para o aperfeiçoamento da própria Espécie Humana. Dia de gira
Não é bom fazer comparações, mas se observarmos outras
religiões vamos perceber que existe por parte dos fieis uma preparação para ir à missa, ao culto, a reza e etc. É só passar em frente a uma Igreja, ou uma Sinagoga, ou uma Mesquita, ou um Templo de qualquer outra religião e verificar que os fieis estão trajados adequadamente, compenetrados e com suas obrigações cumpridas, pois é o dia de celebrar a fé. E dentro da Igreja, da Sinagoga, da Mesquita, ou em outro Templo, as pessoas ficam em silêncio, em respeito ao ambiente, que é um lugar sagrado, em respeito à liturgia que cada uma tem e em respeito ao Padre, ao Rabino, ao Imã, ao Pastor, etc. Estes locais também são de convívio social, onde as pessoas se encontram, confraternizam, fazem amizades, conversam, mas só depois que acabou a celebração. A Umbanda que é a nossa religião, não é diferente, devemos também nos preparar para ir a Gira, usar roupas claras, (branca se possível), fazer refeições leves, tomar banho de defesa, defumar a casa, e dentro do possível, passar o dia com boas vibrações, pois é o dia de celebrarmos a nossa fé. E dentro do Terreiro, silêncio e concentração. E para que tudo isso? O nosso Terreiro é preparado para a Gira, para acolher a todos que o procuram, a espiritualidade já sabe quem vem e por qual motivo. Na abertura, a presença da nossa Babá, as preleções das Entidades Chefes, e todo o transcorrer da Gira, é a nossa liturgia, que é importante e merece todo respeito. Da abertura ao encerramento, além de toda a energia que é emanada do Conga, Filhos e Assistência são rodeados pelos Orixás e por varias Entidades de muita luz que com suas vibrações preparam o ambiente e a todos para a consulta, para o passe, para o descarrego, enfim para que possam aproveitar o máximo da Gira e levarem o máximo de energia para suas casas para seu trabalho, para a família e para qualquer lugar que vá, pois dependendo do quanto se deixou absorver de energia, poderá levar o suficiente para isso e muito mais. O nosso Templo também é um local de convívio social, porém antes de mais nada é um local de prece, reflexão, compenetração e harmonia dos sentidos e bons sentimentos, do abandono dos conflitos, preocupações e maus sentimentos, é um local de fraternidade, da maior influência e aproximação da espiritualidade de luz, por tudo isso, quando é solicitado silêncio e concentração não é por nenhum outro motivo, que não seja para aproveitar uma das melhores coisas que esta Casa oferece que é sua enorme energia. E é sempre bom lembrar que energia, quando boa, não basta só sentir e preciso também absorver.
A importância de limpar um Terreiro
O terreiro é um lugar sagrado que é utilizado para giras e trabalho com os Guias Espirituais. É um local de respeito, de paz, de preces, onde pessoas buscam ajuda e luz. Ali é um lar para todos os filhos de Umbanda, foi e é aonde você desenvolve sua mediunidade, trabalha com seus Guias, descobre seus Pais de Cabeça, tem sua Ori lavada por uma Entidade de Luz Um lugar tão especial quanto esse merece todo o cuidado do mundo, certo? Mas não digo apenas o cuidado espiritual, mas o físico também. As Entidades que tanto gostamos, que nos auxiliam, nos cativam, trabalham ali e é claro que não queremos decepcioná-los, mas imagine chegar num local e ele estar sujo?! Imagine chegar em sua casa depois de um dia de trabalho e encontra-la suja?! Ou ir a casa de um amigo e quando chegar lá ela está completamente revirada?! É daí que parte a importância de limpar um Terreiro. É claro que não é uma tarefa fácil, mas também não é impossível. É uma responsabilidade sim de cada médium fazer a sua parte, estar sempre com as roupas limpas, com os matérias de seus Guias ou de trabalho, não esquecer de nenhuma de suas Guias, e zelar pela organização e limpeza do chão onde pisa. Limpar um chão sagrado é importante tanto quanto incorporar, cambonar, cantar, batucar… é uma responsabilidade de TODOS! Quando entrar em um Terreiro, pra uma corrente mediúnica, esteja ciente disso, limpar também faz parte da evolução e do desenvolvimento mediúnico de um médium, seja ele veterano ou iniciante.