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O nome dado a esta sala, num primeiro momento, pode parecer estranho; à primeira vista, sem
um significado. Mas ao se refletir um pouco, o nome sugere ser um local onde se caminha sem
chegar a lugar algum.
Se formos buscar no passado significados para este nome, encontramos algumas referências
interessantes.
Existe uma expressão francesa, “salles des pas perdus”, cuja tradução seria justamente salas
dos passos perdidos, para designar espaços que não são de nossa origem, talvez nem de
nosso destino, e sim, espaços que servem apenas como transições. Segundo os franceses,
quando você se depara com uma “salle des pas perdus”, deve-se aproveitar o momento para
se adentrar e aproveitar para uma reflexão sobre uma caminhada mais solidária, mais
tolerante, com mais perdão e afeto.
É a ante-sala do templo, ou seja, uma sala que existe antes do templo, devendo ser o mais
confortável possível, servindo para a recepção dos visitantes e permanência dos obreiros, onde
ficam os Irmãos e Visitantes antes do início das sessões. Ali pode-se conversar livremente e
realizar atividades de recreação dos Maçons.
É o local onde todos chegam, se cumprimentam, são reatadas as conversas interrompidas, são
falados sobre os acontecimentos da semana, brinca-se, trata-se de negócios, o Tesoureiro faz
as cobranças, é assinado o Livro de Presenças, ou seja, uma reunião tipicamente social.
Se levarmos para o lado esotérico e místico, A Sala dos Passos Perdidos representaria o
consciente, onde se encontram os problemas do mundo profano, “de fora”. O Átrio do Templo,
por sua vez, e para que não seja confundido como a sala dos passos perdidos, representaria o
subconsciente, ou seja, onde são encontrados somente os problemas “de dentro” e onde seria
feita a preparação para o “hiper-consciente”, ou espírito, representado pelo Templo.
Simbolicamente, pode-se dizer que fora do Templo, fora da disciplina maçônica, os passos são
perdidos, sejam eles dados por profanos e seus desconhecimentos, sejam eles dados pelos
maçons, que por não estarem dentro do ritual maçônico, andam a esmo, sem rumo. É o lugar
onde suas ações e esforços tornam-se dispersos e em vãos. Como se todo o passo realizado
antes do ingresso à Maçonaria, ou que não combina com suas Leis, deve ser considerado,
simbolicamente, como perdido.
Em contraponto, ao deixar a sala dos passos perdidos e se adentrar ao templo, e se voltar para
a doutrina maçônica, todas as ações são organizadas. Unidos com os demais irmãos, pode-se
dar um destino, um caminho exato para as ações e os esforços dos maçons em prol do
desenvolvimento moral, espiritual e do bem estar da Humanidade. É nesta hora, dentro do
templo, onde tudo se organiza, que os passos não são mais perdidos, não são mais dados a
esmo, e então a sala dos passos perdidos passa a ser deixada no passado.
Bibliografia: