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+de+destila%C3%A7%C3%A3o+do+uisques&source=bl&ots=dtSX6-
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Discussão dos resultados
Perfil químico
O uísque é uma bebida que possui um perfil aromático influenciado pelos
processos de fermentação, destilação e armazenamento. Uma vasta gama de compostos
químicos foram descobertos determinando qualidades individuais de vários tipos de
uísques. O espectro de um uísque original pode ser divido em 5 faixas (A-D) que
apresentam sinais de hidrogênios característicos das diferentes classes de compostos
(Figura 1).
D
A

C
B

Figura 1: Regiões características de compostos presentes no uísque. A: álcoois


superiores; B: ácidos; C: sinais característicos dos hidrogênios de grupos -CH2 dos
álcoois citados na região A; D: carboidratos; E: compostos aromáticos.

A região A apresenta os sinais referentes aos hidrogênios dos grupos metilas (-


CH3) de álcoois típicos do processo de produção do uísque como etanol (suprimido),
amílico, butanol e propanol. Essa região pode ser descrita como etanol + alcoóis
superiores. A região B apresenta sinais de ácidos orgânicos como o ácido acético,
acetato de etila, formados durante o processo de fermentação. Vale ressaltar que o
acetato de etila é de suma importância para a bebida, pois em altas concentrações dá
uma nota semelhante a solvente ou vinagre ao produto final, enquanto em baixas
concentrações suaviza o aroma acentuado dessas bebidas.( 3 Tarko T , componentes
aromáticos de bebidas alcoólicas . Laboratório 11 : 39 - 42 ( 2006 ). A região C
apresenta os sinais característicos dos hidrogênios de grupos -CH2 dos álcoois citados
na região A. Na região D apresenta os sinais referentes aos prótons de compostos
aromáticos.
Caracterização dos perfis químicos
Alcoóis
A figura 2 mostra os principais álcoois encontrados e seus respectivos sinais de RMN
de 1H. O propanol, butanol, iso-butanol e pentanol foram descritos como álcoois superiores
como descrito em literatura. Essa classe de compostos é uma das mais importantes
quando a finalidade é a autenticação de uísques. PORQUE¿

F o i 2: Álcoois superiores
Figura f e presentes
i em uísques.
t a u m a

nobillis (Figura F) e red label (Figura G). Ao se observar a tendência nos uísques de
marca natu nobillis foi possível concluir que as amostras apreendidas UF-59, UF-62 e
UF-65 não apresentaram sinais nessa região. Já as amostras UF-6 e UF-63 apresentaram
pouquíssimas intensidades, quase não se observa. As amostras UF-160 e UF-67
apresentaram intensidades aproximadas às originais.

UF-160 NT
Figura F: Comparação das amostras de marca natu nobillis na região de alcoois
superiores.
A mesma comparação foi feita com uísques de marca red label. Como podemos
observar na figura G, a amostra UF-16 apresentou sinais com intensidades próximas a
do uísque original, as amostras Uf-6, UF-1 e UF-20 apresentaram sinais com
intensidades parecidas e menores quando comparadas com o uísque original, já as
amostras UF-2 e UF-7 quase não apresentaram sinais nessa região e a amostras UF-13
não apresentou nenhum sinal na região observada.( apresentou, mudar a figura).

RL Original
Figura G: Comparação de sinais na região de alccois superiores de uísques de marca red
label.

Carbamato de etila

Carbamato de etila ou a ainda conhecida uretana é um composto cancerígeno e é


formado naturalmente em alimentos fermentados, assim como o uísque. Dessa forma,
ele é considerado como um contaminante na bebida. A figura 4 mostra o sinal referente
ao carbamato de etila em uma amostra de uísque original.

Carbanato de
etila

Figura 3: Sinal do carbamato de etila no espectro de uísque original.


Ao fazer uma comparação dos espectros na região do sinal do carbanato de etila, apenas
as amostras de uísque NT Original, UF-16 RL e UF-67 NT apresentaram sinais
característico. As amostras originais da marca red label não apresentaram sinais na
região característica de carbamato de etila.

Ácidos orgânicos
O ácido acético é um composto produzido pela levedura durante a fermentação
alcoólica. (Bebidas alcoólicas: ciência e tecnologia) Como também pela oxidação do
etanol. A figura 5 mostra os sinais referentes ao ácido acético e acetona em uma amostra
de uísque original.
Figura 5: Sinais de acido acético e acetona em amostra de uísque original.

Ao fazer uma comparação dos espectros da marca natu nobillis na região dos
sinais citados acima (Figura 6), foi possível observar que a amostra UF-160 NT
apresentou uma intensidade de sinal de ácido acético muito maior do que as outras
amostras apreendidas, porém, quase não se observa sinal referente à acetona. A amostra
UF-67 NT, apresentou sinal de acetona mais intenso do que sinal de acido acético. Já as
amostras UF-63 NT e UF-6 NT apresentaram sinais de acetona com baixíssima
intensidade. As amostras UF-59, UF-65 e UF-62 não apresentaram sinal indicativo de
acetona. Todas as amostras apresentaram sinal de acido acético mesmo que de pouca
intensidade.

UF-62 NT
Figura 6: comparação dos espectros da marca natu nobillis na região do ácido acético e
acetona.
Quando a mesma comparação foi feita com as amostras de marca red label
(Figura 7), foi possível observar que todos os sinais referentes à acetona e ácido acético
das amostras apreendidas foram menos intensos do que o da amostra original.
RL original

Açucares
Foi feita uma comparação entre as amostras de uísques apreendidos UF-
6, UF-20, UF-7, UF-1 e a amostra original em relação à região de açúcares (Figura 5).
Observou-se que somente as amostras de uísque apreendidos apresentaram sinais nessa
região. Esses sinais intensos nessa região podem ser explicados pelo fato de que os
uísques falsos apreendidos pela Polícia Federal no Brasil são freqüentemente
formulados a partir de bebidas alcoólicas alternativas, que em sua maioria são incolores,
necessitando da adição de grandes quantidades de corante caramelo para gerar a
característica cor do uísque.18 Embora a cor comercial do caramelo possa ser
classificada em diferentes tipos com base na fabricação, a sacarose e a glicose são
sempre usadas como matéria-prima, sendo a sacarose o principal ingrediente.

UF-20 RL
Figura 5: Comparação da região de açúcares de amostras apreendidas e original de
uísques de marca red label.
As amostras apreendidas UF-13 RL, UF-16 RL e UF-2 RL não apresentaram
sinais nessa região.
A mesma comparação foi feita com os uísques de marca natu nobillis
apreendidos e originais. E apenas os uísques UF-63, UF-67 e Uf-6 apresentaram sinais
na região de açúcares (Figura 6). Vale ressaltar que os sinais da amostra UF-67 foram
muito mais intensos do que as demais amostras que apresentaram sinais na mesma
região.

NT Original
Figura 5: Comparação dos sinais na região de açúcares de uísque apreendidos e original
de marca natu nobillis.
ANALISE DE COMPONENTES PRINCIPAIS POR MARCA

NT originais e UF por perfil químico

As amostras da marca NT (originais e apreendidas) foram usadas para compor a matriz


de dados da PCA. A análise foi feita com exclusões das regiões do etanol e água para ressaltar
os perfis químicos. A figura 6 apresenta o gráfico de escores de PC 1xPC2 com variância
acumulada de 98,71%.
PC2 28,99%

Figura 6: Gráfico de escores de PC1xPC2 das amostras natu nobillis original e


apreendidas.
Os grupos de amostras NT originais e UF-160 NT foram discriminados em
escores negativos de PC1 e positivos de PC2, o que evidencia uma grande semelhança
entre seus perfis químicos. A amostra UF-67 NT apresentou padrão oposto as amostras
citadas acima. O gráfico de pesos (figura 7) indica a variável de maior influência para a
tendência observada no gráfico de escores.

δ 0,89

Figura 7: Variáveis discriminatórias da PCA.

Como é possível identificar, a variável de maior peso para os escores no sentido


negativo de PC1, apresenta deslocamento químico igual a 0,89 ppm. Esse sinal é
indicativo da presença do propanol. A multiplicidade e a região são características de
hidrogênios em grupos metilas terminais de cadeias alifáticas. O comparativo da região
de interesse (0,95-0,85 ppm) na RMN (figura 8) confirma a tendência identificada na
PCA.

NT original

Figura 8: Comparativo entre as intensidades do composto discriminatório de amostras


NT originais e UF apreendidas.

Com exceção da amostra UF-160 NT, a amostra NT original apresenta o tripleto


com intensidade superior a intensidade do mesmo sinal nas amostras apreendidas e
possivelmente adulteras. Como a intensidade do sinal de RMN apresenta linearidade
com a concentração, é plausível supor maior concentração do propanol nas amostras
originais.
Umas das formas de se adulterar uísque, é com a simples adição de água. 17 Com
tal prática, ocorre a diluição dos seus componentes, fato que pode explicar as diferentes
intensidades nos sinais de RMN do propanol observadas na figura 8.
Quando foi determinado o teor de etanol nas amostras NT originais e UF (tabela
X) encontramos um resultado similar. A média dos teores de etanol nas amostras
originais é superior quando comparada à média da concentração de etanol das amostras
apreendidas. (CONFIRMAR) Esse fato corrobora a hipótese do uso da diluição para a
adulteração de tal marca.

TabelaX. Teores de etanol das amostras pelo método ERETIC2.

Amostra % Etanol
NT original 45,25
UF-67 NT 42,98
UF-63 NT 41,68
UF-6 NT 37,99
UF-160 NT 37,09
UF-59 NT 36,46
UF-65 NT 33,85
UF-62 NT 32,51

RL originais e UF por perfil químico

UF-7 RL Figura 9. Gráfico de PCA para as amostras RL.

As amostras RL original, UF-13 RL e UF-16 RL foram discriminadas em


escores negativos de PC1 e positivos de PC2, evidenciando uma proximidade entre seus
perfis químicos. E realmente foi o que ocorreu quando foram feitas comparações na
sessão acima de perfil químico de alguns compostos (Figuras: G; 3; 7 e 5). As amostras
UF-1 RL, UF-2 RL, UF-6 RL e UF-20 apresentam padrões opostos. Já o UF-7 foi
discriminado em escores positivos de PC1 e PC2. Esse fato revela grande diferença no
perfil químico quando comparado aos demais grupos. A variável de maior peso para a
discriminação das amostras em escores positivos de PC 1 foi δ 5,38, região de açucares.
Quando a comparação é realizada entre essas amostras (Figura 5), podemos reconhecer
essa região (5,38 ppm) como principal fator de discriminação. O grupo RL-UF-6
apresenta sinais intensos nessa região, caracterizando a discriminação acompanhada nos
escores e loadings da PCA. Esses sinais intensos nessa região podem ser explicados
pelo fato de que os uísques falsos apreendidos pela Polícia Federal no Brasil são
freqüentemente formulados a partir de bebidas alcoólicas alternativas, que em sua
maioria são incolores, necessitando da adição de grandes quantidades de corante
caramelo para gerar a característica cor do uísque. 18 Embora a cor comercial do
caramelo possa ser classificada em diferentes tipos com base na fabricação, a sacarose e
a glicose são sempre usadas como matéria-prima, sendo a sacarose o principal
ingrediente. Os principais sinais apontados pelo gráfico de loadings em PC 1 negativo
(Figura 10) foram δ 0,89; (1,4 – 1,8); 1,91. Que representam a região dos alcoóis
superiores, o propanol, butanol, iso-butanol e pentanol. E quando foi feita uma
comparação dessa região (Figura G), observou-se uma diminuição de intensidade desses
sinais nas amostras. Falar do teor de etanol delas

δ 5,38

Figura 10. Gráfico de loadings de PC1.

TabelaX. Teores de etanol das amostras pelo método ERETIC2.

Amostra % Etanol
RL original 45,19
UF-13 RL 44,47
UF-6 RL 40,95
UF-16 RL 40,89
UF-1 RL 40,62
UF-2 RL 37,24
UF-20 RL 37,11
UF-7 RL 35,66

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