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PALAVRA DO EDITOR
Que alegria poder me dirigir até você!
Como executivo dos Batistas Norte Caxiense
nesse tempo, tenho a honra de participar des-
se projeto intensamente, e ver a unidade do
povo de Deus, sabendo que essa revista vai
perpassar todas as barreiras denominacionais,
e atender todo povo de Deus.
DIALOGANDO COM O NOSSO TEMPO é uma
revista atual, com temas contemporâneos, cujo
foco principal é salvaguardar os valores da fa-
mília, e da nossa fé.
Como Editora Crescimento, só temos a agradecer a Deus em
poder colocar os nossos serviços a disposição do povo batista.
Não podemos esquecer de forma nenhuma do nosso:
(STBNC - Seminário Teológico Batista Norte Caxiense), da
(ABAC- Associação Brasileira dos Apologistas Cristãos), e da
(FACETAM – Faculdade de Educação teológica das Américas.
Minha Gratidão também a (ABTL- Academia Brasileira Teológica
de Letras do Rio de Janeiro), em abrilhantar o nosso lançamento.
A Deus toda a glória! Gratidão pelos presidentes das Associa-
ções: Norte e Caxiense, por entender o propósito de Deus e se
unirem nesse projeto. Agradecemos todos os autores em escre-
ver as lições, e ao Departamento Editorial Batista Caxiense.
(DEBC); Na pessoa dos pastores:
André Romualdo de Assis
Bruno Conceição
Guilherme Pamplona Pr. Ailton Bezerra
Pedro Durval Editor Jornalista
Wladimir Lamenha Lins Reg. Tem: 38.403/RJ

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PALAVRA INSTITUCIONAL
Como Batistas Caxiense, alinhados aos anseios denominacionais
de promover a unidade do povo Batista na cidade, entendendo que:
através da comunhão Deus ordena a benção, partilhando do mesmo
propósito de termos um Brasil melhor. Promover o diálogo é voltar
as nossas origens. Nós Batistas brasileiros, comemoramos 150 anos
de atuação no país, primando pela liberdade de expressão e liberda-
de religiosa, esse direito faz parte do preâmbulo da nossa declaração
de fé. Para tanto, uma vez que publicamos esse periódico, cremos
que, dialogar com a Bíblia aberta em tempo de crises institucionais,
crises ideológicas, será uma obra salutar nas consciências, trazendo
luz e claridade bíblica. Esse é o nosso alvo! Antes de ser uma revista
teológica, é uma revista que objetivará alinhar a história antiga com
a contemporaneidade. Assim como fez o rei Davi em seu tempo.

“Porque, na verdade, tendo Davi servido à sua pró-


pria geração, conforme o desígnio de Deus, adormeceu,
foi para junto de seus pais e viu corrupção.” (Atos 13.36)

Serviu a sua geração, fez uma leitura correta do seu tempo, to-
davia, de acordo com os desígnios de Deus.
Esse é o nosso desafio!

OS PRESIDENTES
Alberto Martins
Carlos dos Santos

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Biografia dos Autores
Lição 01- Dialogando sobre
Amor ao próximo
ANDRÉ ROMUALDO DE ASSIS.
Bacharel e Licenciado em Letras Portu-
guês /Grego pela UFRJ (Universidade Fe-
deral do Estado do Rio de Janeiro); Ba-
charel em Teologia pelo Seminário Teo-
lógico Batista do Sul do Brasil; Bacharel
em Teologia pela FACETEN -
(Faculdade de Ciências, Educação e Teologia do Norte do Brasil) ;
Formado em Hebraico pelo CLAC UFRJ; Pós Graduado em Litera-
tura e Cultura Judaica Pela UFRJ, Mestrando em Teologia pela
FACTEBA; Especialista em Ministério Pastor al Urbano STBSB; Dire-
tor Pedagógico do Seminário Teológico Batista Norte Caxiense;
Pastor Titular da Primeira Igreja Batista em Vila Operaria; Fund a-
dor e Presidente da Associação Semear; Diretor da Casa de Rec u-
peração Jesus Transforma.

Lição 02- Dialogando sobre


Conectar Pessoas.

ALBERTO MARTINS DA SILVA


Pastor Presidente na Primeira Igreja
Batista em Xerém. Bacharel em Teolo-
gia pelo Seminário Teológico Batista do
Sul do Brasil, Licenciatura em Pedago-
gia pela FAEL- formando em Psicanálise
pela FACETAM , professor do STBNC.
Diretor Pedagógico no CENTRO EDUCACIONAL DOM PIETRO
Ltda. Duque de Caxias- RJ. Presidente da Associação Batista Nor-
te Caxiense - Casado com Miriam Cristina, Pai de Giulia e Caio e
a neta Jade.
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Lição 03- Dialogando sobre
Cidadania

ORLANDO ANTÔNIO DUARTE


Pastor Sênior há 28 anos da Igreja Batista
Memorial em Jardim Primavera, Vice Pre-
sidente da OPBB-NC. Bacharel em Teologia
pelo Seminário Batista do RJ. Bacharel em
Pedagogia e Administração Educacional
pelo Seminário do Sul, Convalidação em
Teologia pela Faceten. Bacharel em Direito
pela Estácio. Casado a Trinta e um Anos
com Marcia Duarte Pedagoga e Psicóloga.
Pai de Miguel Duarte 28 anos Economista UFRJ e Daniel Duarte 25
anos Bacharel em Direito Unigranrio

Lição 04- Dialogando sobre


Espiritualidade

RAMON ALVES SIQUEIRA.


Pastor Presidente na Igreja Batista Col o-
nial. Formado em Bacharel em Teologia
pelo STBDC, Bacharel em Letras Portu-
guês-Grego e Mestre em Letras Clássicas
pela UFRJ. Professor das disciplinas de
Grego, Português e Teologia Sistemática
do STBNC.

Estude conosco, 28 Anos de Tradição


no ensino teológico em
Duque de Caxias
Rua: São Judas Tadeu, nº13,Figueira,
Duque de Caxias - Rio de Janeiro

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Lição 05- Dialogando sobre
Tecnologia na Igreja
ELIZEU GOMES DA ROCHA.
MBA em mídias digitais. Pós-graduado em
Educação a Distância pela UNISEB (2015),
Bacharel em Teologia pela Faculdade Unida de
Vitória (2011), Tecnólogo em Marketing pela
Universidade Norte do Paraná (2010).
Licenciatura em história pela Estácio-RJ
(2019). Fundador do Instituto John Huss,
Presidente da SIB em Gramacho.
Executivo da Ordem de Pastores Batista de Duque de Caxias - RJ.
Tem experiência na área de Teologia, Educação a Distância e m i-
nistra em várias áreas com ênfase em Teologia e ensino religioso.
Conteudista de material online para teologia e história.

Lição 06- Dialogando sobre


a política e o Cristão

CARLOS ALBERTO DOS SANTOS.


Casado com Neuzi Carvalho, pai Igor, Iago e
Ítalo. Pastor presidente da Segunda Igreja
Batista em Pilar há 14 anos; Presidente da
Associação Batista Caxiense no segundo
mandato. Sua formação: Bacharel em Teologia
Teologia pelo Seminário Teológico Batista
Sul do Brasil; Graduado em Administração de Empresas; Pós -
graduando em Gestão Pública; Autor do livro: Fé, Politica e Cidad a-
nia. Idealizador do fórum fé e política no Pilar-Duque de Caxias-RJ.
Apresentador e idealizador do Programa: Pastoreando com Palavras,
exibido semanalmente no rádio Brasileiro.

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Lição 07- Dialogando sobre o
cristão e as Artes

WLADIMIR FERNANDO DA SILVA


LAMENHA LINS
Pastor Batista, membro da Igreja Batista
Penha Circular, Bacharel em Teologia
pelo Seminário Teológico Batista do Sul
do Brasil com convalidação pela Faculda-
de Unida de Vitória, Licenciado em Letras
Português e Grego pela Universidade
Federal do Rio de Janeiro.
Mestre e Doutorando em Letras Clássicas na linha de pesquisa
Modos e Tons do Discurso Grego pela Universidade Federal do Rio
de Janeiro, atualmente lecionando português na Prefeitura Mun i-
cipal de Rio das Ostras e grego no Seminário Teológico Batista
Nordeste Carioca. Casado com Maria da Penha, pai de Samara,
Isabela e Vitória e Avô de Rafael, Maria Luíza e Pétros.

Lição 08- Dialogando sobre o


Cuidado
PEDRO DURVAL DA SILVA
Casado com Josely de Freitas Bazete
Silva, Pai de Sarah Bazete Durval e
Maria Eduarda Bazete Durval
Pastor, professor, escritor, psicanalista
clínico, e autor de obras na área da
saúde emocional, teologia, discipula-
do, vida cristã.
Auxiliar na Primeira Igreja Batista em Parque Eldorado, a
frente da Missão Batista em Morabi.

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Lição 09- Dialogando sobre o
Mercado Gospel

GUILHERME PAMPLONA
Casado com Márcia do Socorro de Almei-
da Feio, há 32 anos (2021), têm três filhos
dessa união. Graduado em teologia pela
Faculdade Brasileira de Teologia (FABR A-
TE-DF). Bacharel em Teologia pelo Semi-
nário Teológico Batista Norte Caxie nse
(DC-RJ). Licenciado em pedagogia pela
faculdade Albert Einstein, Brasíli-DF.
Pós-graduado em psicopedagogia pela faculdade Albert Einstein,
Brasíli-DF.Graduado em Psicanálise Analítica pelo Instituto Brasile i-
ro de Psicanálise Clínigca, Ciências Humanas e Sociais (IBRAPCHS-
RJ).Doutorado em Honoris Causa pela Faculdade de Teologia e
Filosofia (FATEFIL). Especialista com formação e aperfeiçoamento
em Telecomunicações.Cursos na Área de Gestão de Qualidade e
Liderança de Pessoal. Pastor Auxiliar na Primeira Igreja Batista em
Parque Eldorado (DC-RJ).

Lição 10- Dialogando sobre


Igreja Virtual na pandemia

BRUNO ALMEIDA CONCEIÇÃO


Bacharel em Teologia pelo STBSB,
Professor de teologia no STBNC;
Pastor Senior da Igreja Batista Bosque
do Ipê. Casado com Michelle e pai do
Breno e Bruna

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Lição 11- Dialogando sobre
Cultura X Cultura Cristã

AILTON BEZERRA
Bacharel em Teologia com especialização em
ministério Pastoral no STBDC – Campus I Uni-
granrio. Convalidação de créditos na FACETEN –
Faculdade de Ciências, Educação e Teologia do
Norte do Brasil, tendo assim, seu curso reco-
nhecido pelo MEC. Licenciatura em Filosofia
pela FAEME – Faculdade Evangélica do Meio
Norte do Brasil. Mestrado em Teologia, com
especialização no Novo Testamento pela FACE-
TAM – Faculdade de Educação Te ológica das
Américas, Graduado em Psicanálise Clínica pelo IBRAPSH – Instituto
Brasileiro de Psicanálise Clínica, Ciências Humanas e Sociais.
1. O primeiro doutorado foi pela ABTL – Academia Brasileira Teoló-
gica de Letras, onde é membro efetivo, cátedra 22, e compõe a direto-
ria ocupando a função de delegado no biênio 2018-2020.
2. O segundo foi pela Faculdade de Teologia, Filosofia e Pedagogia
Macaense.
3. O terceiro foi pela FATEFIL – Faculdade de Teologia e Filosofia do
Rio de Janeiro.
Casado com a Psicopedagoga Geruza Bezerra, pai de Ana Caroline e
Emanuelle Vitória. Pastor presidente da Primeira Igreja Batista em
Parque Eldorado, RJ. Escritor com mais de oito obras publicadas e
comentarista da Bíblia de Estudo Apologética com os Apócrifos no
Brasil.

Lição 12- Dialogando sobre


Educação X Escolarização: AILTON BEZERRA

Lição 13- Dialogando sobre


Mídias Sociais e Igreja: BRUNO ALMEIDA CONCEIÇÃO

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INTRODUÇÃO
homens subiram ao templo,
Sem generalizações, acredito
para orar; um fariseu, e o outro
que somos todos narcisistas.
publicano. O fariseu, estando
Algumas pessoas em um grau
em pé, orava consigo desta
elevado, outros em um grau
maneira: ó Deus, graças te dou,
menos elevado. Porém todos
porque, não sou como os de
sofrendo do mesmo mal.
mais homens, roubadores, in-
Narcisismo: Características de
justos e adúlteros; nem ainda
personalidade que incluem o-
como este publicano, Jejuo du-
pinião muito elevada sobre si
as vezes na semana, e dou os
mesmo, alta necessidade de
dízimos de tudo quanto possuo.
admiração, crença de que as
O publicano, porém, estando
outras pessoas são inferiores e
em pé, de longe, nem ainda
falta de empatia pelos outros.
queria levantar os olhos ao céu,
A psicologia vai considerar o mas batia no peito, dizendo: ó
narcisismo como um transtorno Deus, tem misericórdia de mim,
da personalidade que necessita pecador! “Digo-vos que este
de tratamento; uma doença. A desceu justificado para sua ca-
bíblia vai considerar como pe- sa, e não aquele; porque qual-
cado. Jesus conta no evangelho quer que a si mesmo se exalta
de (Lucas 18.10-14), que: “dois será humilhado, e qualquer que
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a si mesmo se humilha será e- ao nosso próximo; o outro, co-
xaltado”. mo a nós mesmos.
O fariseu na história de Jesus só No entanto, a realidade é que
enxerga a si mesmo, e isso di- acabamos por amar somente
ante de Deus em oração. Age, aquilo que é nosso. O eu, está
tipicamente, como alguém que sempre em primeiro lugar. Eu
não se importa com os outros, amo a minha casa, eu amo a
com o seu próximo. minha vida, eu amo quem eu
Próximo: qualquer pessoa da sou. Eu amo o que eu tenho, eu
família, vizinhos, amigos, des- amo a função que ocupo. Eu
conhecidos. O ser humano em amo minhas ilusões, eu amo o
geral criado a imagem e seme- meu carro, eu amo os meus
lhança de Deus. Pessoas boas, bens acima de tudo e de todos.
pessoas ruins. Porque que valor Sentimento ruim e tóxico.
há em amar somente quem nos Alguns chegam ao radicalismo
ama? (Mateus 5.46). de amar até mesmo a sua pró-
O apóstolo Paulo, escrevendo a pria imagem.
igreja que estava em Roma, em Como na personificação do mal
sua carta, no capitulo 12 versí- representada pela cidade de
culo 3, vai dizer o seguinte: Babilônia que está no texto de
Porque pela graça que me é Isaías capítulo 14, versículos de
dada, digo a cada um dentre 12-15: “Como caíste desde o
vós que não pense de si mesmo, céu, ó estrela da manhã, filho
além do que convém; antes, da alva! Como foste cortado
pense com moderação, con- por terra, tu que debilitavas as
forme a medida da fé que Deus nações! E tu dizias no teu cora-
repartiu a cada um. ção: Eu subirei ao céu, acima
1- O NARCISISMO IMPEDE das estrelas de Deus exaltarei o
A PESSOA DE ENXERGAR meu trono, e no monte da con-
O OUTRO gregação me assentarei, aos
lados do norte. Subirei sobre as
De ver a necessidade do outro alturas das nuvens, e serei se-
de procurar entender o outro. melhante ao Altíssimo. E, con-
De sentir a dor do outro; de ter tudo levado serás ao inferno,
empatia para com o outro. ao mais profundo do abismo”.
A bíblia diz que devemos amar Como podemos perceber nesse
a Deus sobre todas as coisas e texto a ação, a atitude, o com-
portamento narcisista que era
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visto no império babilônico, bandonam conosco. Não vol-
que foi visto em Lúcifer, e que tam nem para saber como es-
está em quase todos nós, fato, tão – Se houve melhora, se es-
que é veementemente condena- tão precisando de ajuda, se tem
do nas escrituras. parentes, se precisam de algum
recurso financeiro. Nada, abso-
2- A PRIORIDADE DO REINO lutamente, nada. Acredito que
DOS CÉUS para descarregar a consciência,
e atender a certos sentimentos
Podemos afirmar que a priori-
de religiosidade, algumas pes-
dade no reino dos céus, na igre-
soas acolhem os incautos, po-
ja de Cristo, é amar a Deus de
rem, em seus corações, não
todo coração, de toda alma, de
existe amor.
todo entendimento, e ao pró-
ximo como a si mesmo. 3- AMAR AO PRóXIMO SEM
Amar ao próximo na prática. RESTRIÇÕES
Amar com atitudes práticas, Não podemos escolher a quem
não somente na teoria como se vamos amar e ajudar. Não po-
vê. Tomar a atitude de ajudar demos criar uma classe, uma
alguém, de contribuir para a casta de necessitados do nosso
restauração de uma pessoa, de amor, e ajudar um grupinho em
solidarizar-se com uma neces- particular. É bem verdade que a
sidade imediata, quando se fala palavra de Deus nos orienta a
em amar na prática, significa auxiliar primeiro aos domésti-
que é preciso abrir mão do cos da fé. Deus, a igreja, a famí-
tempo, disponibilizar recurso lia deve ser o alvo do nosso
para fazer acontecer. amor, todavia, o amor não po-
Amar ao próximo sem fingi- de fazer acepção de pessoas,
mentos. Amar sem fingimento não pode ser restrito a nossa
é ajudar alguém de verdade. galera. Tem que ser um amor
Querendo fazer algo. Em nosso incondicional.
projeto de recuperação, de, de- Não podemos exigir condições
pendentes químicos, recebemos para amar alguém. Exigir condi-
muitas pessoas e igrejas, que ções não é amor. É possessão, é
nos trazem usuários de drogas dominação. Amar alguém sem
que estão em situação de rua. olhar a quem é um ditado justo,
Infelizmente, trazem os doentes, e remete ao amor incondicional
simplesmente, os deixam, os de Cristo. Seja quem for, rico

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ou pobre, branco ou preto, jus- lhas de caráter por conta do
to ou injusto, santo ou profano, não constrangimento do filho,
homem ou mulher, não impor- da filha, do esposo, ou esposa,
ta, o amor dispensado deve ser do amigo, ou não amigo, foco
o mesmo e não estabelecer do nosso amor. Não podemos
condições. Os mendigos, os deixar de pregar sobre o que é
drogados, os presos, os bons e pecado, sobre condenação, so-
os maus, todos precisam, ne- bre inferno com a desculpa de
cessitam de amor. A graça é a que o amado ou a amada vai se
prova do amor incondicional do constranger. Deus corrige aos
nosso Deus para conosco. Se filhos que ama, e se o filho fica
Deus exigisse alguma coisa em sem correção, esse não é filho.
função do amor dele para co- Hebreus capítulo 12, versículo
nosco, nós estaríamos perdidos, 6, mostra essa verdade clara-
porque, não temos como pagar mente para nós.
o preço que foi pago na cruz do
calvário. Jesus é o nosso maior PARA PENSAR E AGIR:
exemplo de amor incondicional. 1- Você ama o próximo?
2- O que você tem feito para
CONCLUSÃO
revelar seu amor?
Amar ao próximo não significa 3-Já perdeu amizade por dizer
aceitar tudo que o próximo faz, a verdade?
crê, entende e pratica. “O amor 4- O amor aceita tudo?
não aceita tudo”. Deus ama o
pecador, mas abomina o peca-
do. Por esta razão, ele provi-
denciou a redenção do homem,
para que os pecados fossem :
perdoados e retirados. Não po-
demos aceitar ações destruti-
vas de um individuo simples-
mente porque o amamos, não
podemos aceitar atitudes que
levam a morte só para não que- .
remos perder aqueles, ou aque-
las, que devemos amar. Não
podemos deixar de corrigir fa-

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INTRODUÇÃO
contexto religioso, o que in-
Ao dialogar com este tempo, clui como plano principal em
precisamos entender que já nossa análise, o contexto e a
houve na história humana pe- representatividade bíblica.
ríodos de várias eras, e agora Verificamos esse contexto em
quero apresentar esta era, I Samuel 22.1-2. O texto que
naquilo que vou chamar de diz: “Davi retirou-se dali e se
“Era Cinzenta”. Para tanto, refugiou na caverna de Adu-
precisamos nos posicionar lão; quando ouviram isso
diante de tudo que está acon- seus irmãos e toda a casa de
tecendo a nossa volta, e de seu pai, desceram ali para ter
alguma forma, conectar pes- com ele. Ajuntaram-se a ele
soas neste tempo, e isso vai todos os homens que se a-
requerer de seus líderes, seja chavam em aperto, e todo
qual for o seguimento, uma homem endividado, e todos
habilidade tremenda para li- os amargurados de espírito, e
dar com contextos, culturas, ele se fez chefe deles; e eram
educação, fobias, e até vícios, com ele uns quatrocentos
freqüentes na sociedade. homens.”
Fazendo uma análise da histó- O contexto ao qual lemos
ria, e olhando para o nosso descreve perseguição, fuga
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entre outras situações, po- A pergunta é: como conse-
rém o que nos interessa é: guir conectar essas pessoas?
Como um homem comum Da mesma forma o apóstolo
conseguiu naquele momento Paulo em um momento mais
conectar pessoas as suas próximo do nosso tempo,
convicções e ao seu sistema também conseguiu conectar
de trabalho, sem que houves- pessoas a sua volta para ofe-
se a quantidade de instru- recer e desenvolver suas ap-
mentos, e facilidades atuais? tidões, valores e dons, logi-
Outro exemplo muito claro camente, dentro de uma es-
para nós está no contexto perança divina.
Neotestamentário, quando o
apóstolo Paulo, na carta aos 1- O PROBLEMA
Romanos, cap. 16, cita vários CONTEMPORÂNEO NA VIDA
cooperadores, e o interessan- DIÁRIA
te desses exemplos, e desses Ao voltarmos nosso olhar pa-
indivíduos, é de que naquela ra o nosso tempo presente,
época não havia nenhuma observamos que pessoas não
das facilidades que existem estão dispostas a permitir o
hoje. O que podemos apren- senso da audição, da escuta,
der então com esse tempo, o e ligado a isto, o que repre-
que nos faz sermos indiví- senta o ser humano, o próxi-
duos ligados uns aos outros? mo neste momento. O que
No caso da caverna de Adu- foi construído com o passar
lão, por exemplo, podemos dos tempos nas vidas das
usar, na era presente, no pessoas, quais ideologias es-
contexto da Igreja do Novo tão por de trás de tudo isso?
testamento, como J.C. Ryle Entendemos que:
usa, e desta forma de ilustrar, A- A sensibilidade fazia parte
para dizer as circunstancias do cotidiano daquele povo
experimentadas pela igreja que andava antenado com as
de Cristo, e seu povo, viven- coisas de Deus.
do sob perseguição, despre- B- O absolutismo fazia parte
zados, considerados insignifi-
do entendimento de cons-
cantes para o mundo.

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trução das civilizações grupos sociais historicamente
monoteístas; excluídos dos direitos básicos
C- O hedonismo não fazia por questões étnicas, de ori-
parte do contexto, até gem, por questões financei-
porque, tudo era muito ras, e por fim, questões de
simples e objetivo; gênero e sexualidade. Tam-
bém entram nesse processo
D- Entre outros.. Então ficava
pessoas que se encontram
muito fácil entender as
em situação de vulnerabili-
pessoas naquele tempo. dade social, como idosos e
Um líder tinha o tempo ao portadores de necessidades
seu favor, ele dava aten- especiais. Veja, no decorrer
ção, e se aplicava em de- destes anos, desde o Antigo
dicação a elas, em com- testamento até hoje, quantas
preender seus problemas, situações entraram e entram
suas aflições, suas ambi- no contexto religioso. A ca-
ções, e, lógico, sempre verna continua a mesma, a
com um fim compensató- arca e a Igreja também, po-
rio. Hoje observamos to- rém os problemas mais com-
plexos se apresentaram.
talmente o contrário des-
tes simples princípios a- 2- O PROBLEMA CONTEM-
presentados. A humani- PORÂNEO DA TRANSIÇÃO
dade se tornou consumis-
Em virtude de tudo isso, uma
ta, insensível ao outro, re-
evolução rápida precisou e
lativistas em suas ques- precisa ser ainda trabalhada
tões pessoais, espirituais, e melhorada, a comunicação.
morais, sem dizer ainda no Conversando com um médico
aspecto dos prazeres. psiquiatra, certa feita, ele me
falou: “A mente do ser hu-
Olhando para o aspecto da
mano não foi preparada para
sociologia, pejorativamente,
viver esse momento, precisa-
o que chamamos aqui de mi-
ria de uma transição mais
norias são, quantitativamen-
amena, gradativa, para que
te, a maioria da população,
este pudesse se adaptar à
mas este termo refere-se, a
nova realidade.”
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Entendemos que o ser huma- centração, aumenta a ansie-
no não aguenta por muito dade, e desgasta a saúde físi-
tempo esse massacre de in- ca e mental.
formações a que são subme- Em meados de 2019, pesqui-
tidos diariamente, seja nos sas já mostravam pelo mundo
quesitos financeiro, intelec- a fora, as danosas conse-
tual, conhecimento, e outras quências do uso abusivo de
áreas. A base está na tecno- internet para a saúde mental.
logia. O ser humano com a O coordenador Cristiano Na-
evolução da Nanociência e buco, PHD, do núcleo de te-
nanotecnologia, ou seja, a rapias virtuais do hospital das
produção de materiais inteli- Clinicas da USP, apontava pa-
gentes para todo tipo de apli- ra os problemas causados por
cações, fica que como fasci- essa nova fase, por conta da
nado por tudo isso, e somado dispersão, estresse, e, princi-
a isto, a facilidade e a instan- palmente, uma incômoda
taneidade. Porém, quanto mais sensação de vazio, desenca-
uso destes recursos, mais doe- deada por excesso de infor-
tes ficam. mações, estímulos e gratifi-
Observe a ruptura de certas cações (Compartilhamentos,
profissões com o advento dos curtidas, mensagens, etc.). E,
APP’S, deixando as classes triste realidade para nós,
totalmente desconfiguradas, constatamos que o Brasil se
e precisando se readaptarem tornou campeão mundial em
ao sistema novo. Assim são, tempo de acesso.
ou melhor, estão às mentes,
em busca de informações, e o 3- UMA PISTA CONTEMPO-
tempo todo sendo informa- RÂNEA PARA SE CONECTAR
das instantaneamente. Preci- PESSOAS
samos diminuir nosso ritmo O que percebemos, então,
de vida, “A Síndrome do Pen- que a vida deve ser mais sim-
samento Acelerado, identifi- ples, e baseada na unidade e
cada por Augusto Cury, nos comunhão, de relacionamen-
mostra que a mente fica o tos presenciais e saudáveis.
tempo todo completamente Para vivermos essa realidade, se
cheia, o que dificulta a con- faz, necessário algumas atitudes:
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compromisso, disciplina, hon- Noé na arca, que na convivên-
ra e respeito ao próximo, o cia deixava seu cheiro. O pro-
papel da escuta, “olho no o- blema não é como se entrava
lho”, como já mencionamos nos lugares e nas conexões,
nos exemplos anteriores, o na verdade naquilo que se
que nos mostram o rei Davi, formava nas pessoas através
um homem segundo o próprio da convivência, é na saída
coração de Deus, não em vir- destes lugares.
tude de suas transgressões, a
essência de Davi se conforma- CONCLUSÃO
va à Sua vontade. Apesar de Quem deseja conectar pesso-
ter praticado uma transgres- as com o objetivo, para um
são impulsiva, Davi foi capaz objetivo maior, precisa, se
de se arrepender verdadeira- desarmar, praticar a resiliên-
mente. A Bíblia registra que, cia e o altruísmo.
após ter pecado, o rei Davi Ainda mais, como igreja de
orou a Deus, dizendo: “Volta- Jesus, nossa ênfase pós-
te, Senhor, livra a minha alma; moderna tem sido conectar
salva-me por tua misericórdia. virtualmente, mas, as cone-
‘‘… toda noite faço nadar em xões interpessoais, não vão
lágrimas a minha cama, inun- nada bem. Não é fácil lidar
do com elas o meu leito” com pessoas nestes dias com
(Salmos 6:4,6). Ele investia o excesso de atividades, com-
tempo com Deus, e não va- portamentos dos mais diver-
mos nos conectar a ninguém sos e variados, precisamos
se não alcançarmos essa vi- nos apoiar nos conceitos de
são, se não nos afeiçoarmos outro homem de Deus, bem
ao próximo como expressão como, o apóstolo Paulo que
da essência de Deus. E por também demonstrou essa ha-
isso precisamos pensar que ao bilidade, deixando sua vida
mesmo tempo Davi, estava acadêmica, não quero entrar
perto das pessoas, tanto nas no mérito de que isso não sir-
guerras pessoais e de nações, va, mas ele se absteve depois
como também na caverna que de conquistado tal feito, dei-
aproximava um do outro. Um xando seu prestigio, suas vitó-
outro exemplo, muito claro, rias aparentes, para uma cau-
23
sa maior: o EVANGELHO DO
REINO. Ele, a partir dessas ati-
tudes, demonstrou uma vida
simples, onde usava de seus
papiros para a construção de
valores eternos. Precisamos
conectar pessoas ao que vi-
vemos, e vivermos com pes-
soas o que conectamos.

PARA PENSAR E AGIR:

1- Consigo me permitir usar


a sensibilidade da escuta, ou-
vir o próximo, e a Bíblia, co-
mo algo absoluto de Deus,
para um bem maior, o Reino
de Deus?
2- Como tenho me compor-
tado diante do desafio de e-
xercer atividades sem o uso
frequente de produtos tecno-
lógicos?
3- Me dou o direito de exer-
cer as minhas atividades cris-
tãs, usando como exemplo
personagens bíblicos, ou rela-
tivizo, estas questões ?

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INTRODUÇÃO Um paradoxo: Somos tantos
evangélicos no Brasil, em uma
Parafraseando o Mestre Jesus sociedade, totalmente degra-
Nosso reino não é deste mundo..’’, dada e corrompida em seus
( João 18.36), ou as palavras de valores éticos, morais, sociais e
Paulo: ‘‘Niguém que milita se espirituais. O Instituto de Pes-
embaraça com negócios desta quisa Datafolha publicou, em
vida... (II Timóteo 2.4). 2020, que os evangélicos repre-
Esses textos sempre foram sentam 31% da população bra-
usados para justificar a nossa sileira, o que, à época, equivalia
recusa, e, não envolvimento nos a 65,4 milhões, o que nos leva
problemas sociais. a refletir: Qual é o papel da
Será que esta alienação nos igreja nesta geração? Como
tornou um sal sem sabor? podemos cumprir o propósito
"Vós sois o sal da terra; mas se do Cristo que nos alistou para
o sal se tornar insípido, com sermos profetas e sacerdotes
que se há de restaurar-lhe o no meio do povo, e desta soci-
sabor que para nada mais edade?
presta, senão para ser lançado
1- O CRISTÃO E A POLÍTICA
fora, e ser pisado pelos ho-
mens". Mateus 5.13. Nunca João Calvino nos deixou um
antes foi tão relevante o papel grande legado não apenas teo-
da igreja, como nos dias atuais. lógico. Em seus ensinos, lutou
25
contra as injustiças sociais ao de- para nós nos dias atuais.
fender que a igreja precisa orar Você já participou de alguma
pela salvação das autoridades roda de amigos que contam
políticas, encorajar o Estado a piadas ridicularizando negros?
defender os pobres e os fracos, Portugueses?Nordestinos?
contra os juros elevados, por Crentes de outras denomina-
oportunidades de empregos. ções? Você se posicionou co-
Afirmou em alto e bom som mo cristão ou foi omisso?
que os ministros são “as bocas Você acha que isso ainda é
de Deus” (Prov. 29.18), deven- uma forma de mascarar o pre-
do falar contra a injustiça, con- conceito? Você já foi vítima de
tra a negligência do dever e algum tipo de preconceito? De
contra aqueles que agem como forma objetiva compartilhe.
se Deus não existisse. Você
3- O CRISTÃO E A AÇÃO
acha relevante que a igreja
SOCIAL
também se posicione contra as
injustiças sociais em nossos Os ensinamentos de Jesus,
dias? O que você pensa a res- como a Parábola do Bom Sa-
peito disso? maritano, serve ainda hoje
como embasamento para as
2-O CRISTÃO E O
noções modernas de direitos
PRECONCEITO
humanos, e para medidas hu-
Martin Luther King disse para manitárias. Os evangélicos brasi-
centenas de milhares de pes- leiros em geral, tem se envolvido
soas: “Eu tenho um sonho”. Ele envolvido de forma, muitopre-
lutou pela igualdade social e sente em períodos de catástro-
racial nos EUA, combateu a fes em nosso País, e em outras
desigualdade entre brancos e nações. Os batistas se desta-
negros, foi reconhecido rece- cam através das Juntas de Mis-
bendo o “Nobel da Paz”. Ele foi sões Estaduais, Nacionais e
um desses homens de Deus Mundiais, também prestam
que não se acovardou, não se grandes ajudas humanitárias
escondeu debaixo de um falso com apoio de nossas igrejas
manto de santidade, (Isaias (Mateus 25.35-45). Como você
58:6), entendeu o propósito de acha que pode ajudar a sua
Deus em sua vida e a impor- igreja local a ter ações sociais
tância do sacerdócio profético mais efetivas? Você tem se
em sua geração. Um exemplo envolvido em algum projeto
26
humanitário pessoal ou atra- gos de forma pessoal ou nas
vés da sua igreja ou denomina- suas redes sociais com os valo-
ção? res do Cristo?
4- O CRISTÃO E A SUA MISSÃO 3- Você já ganhou alguma alma
NO REINO para Jesus?
O principal desafio da Igreja é
parecer menos com o mundo e
mais com Cristo,e assim poder
cumprir a sua grande comis-
são. Transformando frequen-
tadores de igreja em verdadei-
ros discípulos do Mestre ama-
do, ensinando-os a alcançar os
filhos deste reino que vaguei-
am lá fora, sem rumo, sem di-
reção, tendo como essência o
Cristo crucificado, ressurreto
no revestimento do Espírito
Santo, (I Pedro 3.18), se assim
não o fizer deixará de ser igre-
ja, se tornará qualquer outra
coisa (Mat.28.18-20).
Um exemplo a ser observado,
é a decadência do evangelho
na Europa, berço dos grandes
reformadores nos serve de a-
lerta.
PARA PENSAR E AGIR:
1- Você acha que as pessoas
hoje se reúnem para cumprir a
missão do Cristo ou simples-
mente para serem abençoa-
das? (João 6.26-27)
2- Você tem exercitado a sua
cidadania celestial, influenci-
ando os seus familiares e ami-

27
INTRODUÇÃO Somos pecadores, “todos peca-
ram e destituídos estão da gló-
“Ao iniciar nossa caminhada
ria de Deus” (Romanos 3.23), e
com Jesus,além de iniciarmos o
por conta disso merecíamos a
caminho, Ele inicia um caminho
morte, já que, “o salário do pe-
em nós.”
cado é a morte” (Romanos
1- INICIANDO MINHA 6.23a), mas, mesmo sendo nós
JORNADA ainda pecadores, Deus nos
AMOU de forma exponencial e
No encontro com Jesus toma- enviou Jesus para nos salvar. Se
mos conhecimento de quem Deus nos amou, e ama do jeito
nós verdadeiramente somos. A que somos, nós precisamos a-
palavra de Deus diz que bem prender a nos amarmos do jeito
aventurado são os pobres de que somos, pois só aceitando e
espírito (Mateus 5.3), aqueles reconhecendo quem somos, de
que reconhecem suas imperfei- fato, daremos início à caminha-
ções, pecados, limitações dian- da.
te de Deus. Só é possível iniciar
o caminho, a partir do momen- 2- ENTENDENDO A JORNADA
to que reconhecemos quem de Hoje tem sido apresentada uma
verdade nós somos. falsa espiritualidade, que prega
28
uma perfeição que não existe argumento para vivermos uma
na terra, estamos em constante vida longe da comunidade Cris-
desenvolvimento espiritual em tã ou do relacionamento uns
constante aperfeiçoamento na com os outros. A palavra de
vida cristã. Deus nos mostra que Deus ori-
“Tendo por certo isto mesmo: enta o relacionamento com
que aquele que começou a boa outras pessoas. No Antigo Tes-
obra a aperfeiçoará até o Dia tamento temos várias orienta-
de Jesus Cristo.” Filipenses 1.6. ções para um bom relaciona-
Essa jornada que se inicia den- mento uns com os outros. Um
tro de nós, é o que podemos código de leis e normas para o
chamar de santificação, o pro- bom convívio do povo. Jesus
cesso que o próprio Deus na quando é questionado sobre
pessoa do Espírito Santo, vai qual seria o grande mandamen-
fazendo em nosso ser. O Após- to, diz que é amar a Deus e o
tolo Paulo aprendeu que ele segundo, amar ao próximo, e,
não precisa se envergonhar de que desses dois mandamentos
ser quem ele é, fraco, pois o depende toda lei e os profetas.
poder de Deus se aperfeiçoa na (Mateus 22.34-40). É importan-
fraqueza. E aqui aprendemos te entender que esses dois
um mistério maravilhoso, quan- mandamentos estão intima-
to mais apresentamos nossas mente relacionados, pois não é
fraquezas a Deus, mais Ele nos possível amar a Deus e não a-
aperfeiçoa. Isso é viver uma mar ao seu irmão. (I João 4.20).
espiritualidade transformadora, O nosso amor a Deus passa pe-
é ser quem você é,e ver o que la vida das pessoas. Jesus disse
Deus é em você. que quando fazemos um bem
ao próximo necessitado esta-
3- VIVENDO A JORNADA
mos fazendo um bem a Ele.
Precisamos aprender nessa ca- (Mateus 25.35-45).
minhada a nos relacionarmos O ser humano é a imagem e
com as pessoas. Alguns acham semelhança de Deus. Muitas
que quanto mais nos afastamos pessoas têm fugido de relacio-
das pessoas,mais espirituais nos namentos por frustrações, desen-
tornamos. Talvez é fato que há tendimentos e mágoas, e para
momentos que precisamos es- se protegerem, constroem mu-
tar sozinhos, buscando a Deus, ros, porém,o mesmo muro que
mas não podemos fazer disso protege,também aprisiona.
29
Conclusão
A bíblia nos ensina a servir a-
mar ao próximo. Existe um tex-
to que nos fala muito a esse
respeito em Eclesiastes quando
diz que melhor é serem dois do
que um, pois se um cair o outro
levanta o seu companheiro,
mas ai de quem andar sozinho,
pois caindo não haverá quem o
levante (Eclesiastes 4.9-12).
Vivemos para servir ao outro,
quando servimos a Deus servi-
mos ao próximo, só quando
entendemos isso conseguimos
trilhar com êxito nosso cami-
nho.

PARA PENSAR E AGIR:

1 - Faça como o salmista e peça Adquira o livro


a Deus para sondar o seu cora- Apocalipse do
ção, e ver se há em você, algo Pr. Ailton Bezerra.
que precise ser corrigido. Con-
fesse os pecados a Deus e arre-
penda-se não tenha medo.
2 - Peça ao Senhor para te for-
talecer nas suas fraquezas, e
lembre-se que o poder de Deus
se aperfeiçoa nas suas fraque-
zas.
3 - Não caminhe sozinho (a),
Deus sempre tem uma pessoa
amiga para te apresentar

30
Indivíduos próximos.

INTRODUÇÃO Instituições religiosas inseridas


nestes contextos, não podem
A sociologia estuda o compor- fechar os olhos para este tem-
tamento humano e a forma po. Sua Cosmovisão precisa
como o homem lida com seus pensar o todo. Não se pren-
próprios problemas. O homem dendo apenas a sua realidade
dotado de inteligência e criati- local, mas também global. Pau-
vidade faz com que viva em lo dizia: “(...) fiz-me tudo para
sociedade uma troca com ou- todos, para por todos os meios
tros indivíduos. Criando e man- chegar a salvar alguns” (I Cor.
tendo interações intersubjeti- 9.22b). Naquele tempo, Paulo
vas a todo o momento, criando não desfrutava dos meios de
coisas novas e buscando solu- comunicação de hoje: rádio,
ções de problemas. A tecnolo- internet, TV, jornais, revistas e
gia ajuda a aproximar pessoas outros. Mas possuía a visão de
de forma virtual, ela apróxima aproveita ilimitávei formas para
as pessoas que estão geografica- que o evangelho chegasse a todos
mente distantes, e ao mesmo te- as pessoas. Com o passar do tem-
mpo afasta as que estão perto. po e as evoluçoes científicas e
31
tecnológicas, somado ao cresci- igreja em suas mãos. What-
mento da população mundial, sApp, e-mail ou aplicativos são
chegando a 7 bilhões em 201 1, e, ferramentas de comunicação
em 2020, a 7,8 bilhões. Precisamos que facilitam a interação entre
refletir como a tecnologia pode lideranças, pastores, membros
ser útil na pregação do evangelho. e líderes no desenvolver da
missão. Reuniões online, prega-
1- COMUNICAÇÃO: A FORÇA ções transmitidas ao vivo ou
VITAL DA INSTITUIÇÃO estudos gravados são ferra-
RELIGIOSA mentas que fogem do presen-
cial e da limitação física de es-
Sem dúvida a comunicação é a paço no templo e o tempo cada
força vital da igreja para base dia menor na vida das pessoas.
da missão. Reconheço que mui- A igreja fecha após o culto de
tos líderes ainda não se envol- domingo, mas a mensagem
veram com a comunicação digi- continuar de forma virtual nas
tal e outros não acreditam nela. plataformas como youtube ou
A tecnologia facilitou a tradu- facebook mantendo o público
ção e distribuição da bíblia. Ho- conectado 24 horas por dia.
je em qualquer aplicativo ou na Na pregação do evangelho não
internet estão disponíveis vá- é diferente. Através de um ca-
rias traduções em vários idio- dastro de e-mails ou lista de
mas. Sem dúvida um dos ga- whatsApp de visitantes a igreja
nhos da incorporação da tecno- pode interagir com pessoas du-
logia no dia a dia das pessoas é rante a semana. Enviando suas
a melhora da comunicação. pastorais, meditações diárias e
Quando se trata de comunica- oração levando a palavra para
ção interna da instituição reli- um campo missionário sem
giosa, entendemos que o bole- fronteiras. A educação religiosa
tim impresso, mural ou panfle- também sofreu influência das
to ainda tem força. Mas com a tecnologias. No passado, con-
chegada do celular todos de seguir algumas literaturas es-
alguma forma estão com sua pecíficas eram um grande desa-
32
fio financeiro. Hoje as plata- são características fortes das
formas de vídeos, blogs educa- novas tecnologias, sabendo cri-
cionais e acadêmicos possuem ar conteúdo para a instituição,
vastos materiais como: artigos, podem se beneficiar alavan-
tratados, documentos históri- cando a audiência.
cos, mapas, viagem virtuais em Um exemplo clássico e dificul-
3D, e outros. Desafio para os dade que enfrentamos em rela-
educadores que precisam se ção à educação religiosa. As
atualizar e acompanhar a co- lições monótonas e leitura de
municação que avança e muda revistas sem qualquer conexão
todo o tempo. com a realidade dos ouvintes,
destrói motivações em partici-
2- PROMOVER A
par dos encontros, pela EBD ou
INTERATIVIDADE
cursos promovidos pelas igre-
Sabemos que a tecnologia ain- jas. Existe um êxodo aconte-
da é uma ferramenta pouco cendo em muitas instituições.
explorada por parte das igrejas Salas de aulas desmotivadas
no Brasil. Comparada com ou- como o despreparo do profes-
tros países e ministérios, que sor, falta de equipamentos a-
desenvolvem quase uma pro- dequados ao ensino e assuntos
gramação semanal de ativida- sem qualquer sentido para os
des, palestras e ministrações. desafios da atualidade.
Por um tempo, as igrejas ape- A interatividade pode ser de-
nas focaram no rádio e na TV senvolvida através da tecnoló-
como meios de comunicação gica como provocador de as-
eficiente para a divulgação do suntos durante a semana, di-
evangelho. Ferramentas foram vulgação das mensagens pasto-
sendo criadas e disponibilizada rais manhã e noite. Apresen-
ao público. Corporações em- tando um resumo ou as aplica-
presariais imediatamente abri- ções pastorais incentivando as
ram seus canais na expectativa reações e possibilidades de tirar
de aumentar suas vendas. A dúvidas ou se aprofundar nos
interatividade e o engajamento temas. Desta forma, os temas
33
pregados ou assuntos aborda- acontece em muitos casos pou-
dos pelas igrejas, percorrem do cos minutos após o término.
púlpito as salas de aulas da Sem falar nos pedidos de ora-
EBD, invadindo as casas através ção enviados ao púlpito por
dos pequenos grupos semanais pessoas que estão assistindo ao
e possibilitando também o te- vivo. Deixo aqui um conselho,
ma, estar nas redes sociais para deixe um canal aberto entre
o público externo. suas igrejas e a comunidade.
Ações e engajamentos fazem o Um canal entre o pastor e seu
público se sentir participativos público também seria funda-
e incluídos nos temas aborda- mental para uma interação
dos pelas igrejas e líderes. Os mais efetiva.
monólogos são deixados de
3-EXPANSÃO DO REINO
lado e a participação dos deba-
DE DEUS
tes e interações produzem for-
talecimento educacional e espi- A igreja busca crescimento e
ritual. Estas tecnologias são desenvolvimento dentro da
positivas também para ministé- comunidade que está inserida.
rio pastoral, facilitando o conta- Neste caso a tecnologia pode
to com as pessoas através de ajudar. Possibilitando o conhe-
uma vídeo chamada, gravando cimento de sua comunidade de
orações e compartilhando em forma mais próxima e real. A-
grupos ou enviando de forma través do cadastro, o raio X da
individual. Tenho várias experi- igreja será exposto, facilitando
ências dessa interação imediata a propagação do evangelho
após o culto. Quando a mensa- como os dados das necessida-
gem toca e faz a reflexão des- des que cada família possui.
pertar a fé dos ouvintes, no ce- Grupos sociais, nível educacio-
lular da igreja podemos obser- nal, quantidade de crianças,
var várias mensagens de agra- jovens e adultos no seu bairro
decimentos, pedidos de oração, ou cidade, esta pesquisa pode
reconciliações e até informa- ser realizada através um formu-
ções de como se batizar. Isto lário digital compartilhado pelo

34
WhatsApp. Infelizmente exis- 3- As cidades estão saturadas
tem instituições que não co- de pessoas e a população não
nhecem seus membros, e outras para de crescer. A tecnologia
que não sabem o que se passa pode alcançar milhares em suas
do muro para fora de sua instu- casas e condomínios com uma
ição. A expansão do evangelho lista de e-mails ou por um vídeo
passa pela ação social, acolhi- gravado.
mento, interação e exposição
das escrituras. Imagine tentar
levar o evangelho, investir re-
cursos em distribuições de bí-
blias e somente depois de tudo
feito, descobrir que 80% das
pessoas não sabem ler. Conheça
sua comunidade, seu bairro,
seu povo. Utilize a tecnologia
para a expansão e cuidado de
pessoas preciosas para Cristo.

PARA PENSAR E AGIR:


1- Nosso mundo moderno vive
na base da informação. A pes-
soa mais humilde busca conhe-
cer o que se passa com seu ti-
me ou sobre a criminalidade na
sua cidade.
2- A tecnologia produz pessoas
solitárias e sem habilidade soci-
al. As igrejas precisam inverter
este valor motivando o estar
junto em comunidade.

35
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36
INTRODUÇÃO Olhando para os evangelhos
percebemos como todo o ensi-
Nosso objetivo é levar o cristão namento de Jesus traz consigo
a compreender seu papel polí- as exigências sobre as questões
tico na sociedade, e qual deve sociais. Ele está sempre a cha-
ser a postura da igreja, e o tipo mar atenção para questões
de envolvimento que esta deve como: amor ao próximo, cari-
ter? dade, justiça, solidariedade,
O cristão deve envolver-se posi- vida em comunidade, partilha.
tivamente na política? Seus ensinamentos encontram-
Se a resposta for sim, qual deve se pautados pela necessidade
ser sua postura política? de trabalhar nas questões que
A vida de Jesus de Nazaré e de afeta a vida do povo, princi-
seus discípulos, ao longo da palmente a dos mais pobres.
história, mostra a inseparabili- Ele chega a desafiar o poder
dade entre fé e política. Elas estabelecido e subverte a or-
formam uma unidade quando dem e os valores do poder do
pensamos a dinâmica da vida mundo: “o maior é aquele que
humana em sociedade. serve”. Jesus seguia os ensina-
37
mentos vindos das experiências tal. Etimologicamente política
de seus antepassados. Desde o vem do grego: Politéia (πολιτε-
Antigo Testamento, essas ques- ία), politiké (política em geral) e
politikós (relativo aos cidadãos)
tões se fazem presentes na rea-
e estava relacionado à organi-
lidade da vida das pessoas. Os zação das polis, as cidades es-
profetas já denunciavam as tados gregas – uma nova forma
questões políticas que afeta- de organização política e social
vam e oprimiam o Povo de que ocorreu na Grécia Antiga.
Deus. Toda a história de Moisés Desde então, a política passou
se move em torno da batalha a denominar a arte ou ciência
da organização, direção e ad-
para a libertação do povo o-
ministração de nações ou Esta-
primido pelo Faraó do Egito. dos. A cidadania celestial, longe
Isaías questionava a elaboração de alienar, deve tornar o cristão
de projetos iníquos carregados num cidadão brasileiro radi-
de normas que propunham a calmente amoroso: perseveran-
negação da justiça ao fraco e a te na prática do bem e do direi-
fraude do direito dos pobres (Is to, que proclama e modela o
evangelho de Cristo. Mas, co-
10-1-2). É nesse sentido, colo-
mo? O cristão deve servir como
cando-se no cumprimento da um norteador moral na socie-
‘Palavra proclamada’, que os dade. Embora o nosso cenário
cristãos são chamados a se co- político seja mais negativo e de
locarem frente às exigências do descrédito, o cristão precisa
Evangelho e assumir suas res- aprender a votar e fiscalizar o
que os governantes e políticos
ponsabilidades nas questões
fazem. É preciso deixar a famo-
políticas sociais sendo como sal sa “troca de favores” de lado. A
na terra e luz no mundo. índole do brasileiro de “dar um
1- O QUE É POLÍTICA? jeitinho” ou “levar vantagem
em tudo” deve ser questionada
Desde os filósofos e pensadores e combatida. E isso, não se faz
gregos, os fatos relativos ao com discursos, mas com ação
governo da sociedade humana prática. Ficar de braços cruza-
vêm sendo objeto de estudos, dos, observarem o que de ruim
exercendo influência profunda ocorre na sociedade e apenas
e duradoura na cultura ociden- lamentar é o mesmo tipo de
38
indiferença dos líderes religio- para sua herança.
sos, que não acudiram ao ho- (Salmos 33.12)
mem ferido da história narrada
Os cristaõs devem contribuir
por Jesus sobre “o bom samari-
tano”. Fica provado por essa oferecendo à sociedade sua pro-
parábola que temos a total posta de construção, de um mu-
possibilidade de fazer algo pela ndo mais justo e igualitário:
sociedade, de agirmos como “não basta fazer o diagnó stico
genuínos e exemplares cida- da atual crise;” impõe-se uma
dãos, que façamos isso. Pagan- tomada de decisão sobre os
do impostos, cuidando do meio
meios mais justos e eficientes
ambiente, reciclando lixo, envol-
vendo- se, com causas comuni- para a sua superação, e esta é
tárias, votando de forma cons- uma decisão política”.
ciente, sem vender seu voto Nós somos cidadãos e não po-
por algum benefício pessoal, demos deixar de nos envolver
enfim, sendo cidadão na essên- nos assuntos que nos atingem
cia. Cidadania para o cristão diretamente. Temos que enten-
não se restringe a votar em
der como funcionam os proce-
bons candidatos. Tem muito
mais a ver com ser cidadão e ssos de criação das políticas
cidadã e entender política não públicas, atuar diretamente neles
como uma atividade partidária para fazer do poder público um
repleta de atos interesseiros e local de promoção dos príncipios
desonestos. Infelizmente, exis- estabelecido por Jesus Cristo, para
te esse viés negativo da ativi- para fazer do mundo um lugar
dade política. Mas, há um ca- melhor para se viver!
minho mais amplo para quem
se diz seguidor de Cristo. O cris- Esse é o nosso desafio!
tão pode e deve se envolver em A participaca ̧ ̃ o política não se
causas úteis para a coletivida- restringe aos atos formais de
de, para o bem comum. votar ou de se reunir em asso-
2- SERÁ QUE UM CRISTÃO ciações comunitárias, sindicatos
DEVE SE ENVOLVER EM e partidos políticos. O que inclui
POLÍTICA? a participação em grupos culturais,
“Bem-aventurada é a na- étnicos, que ocorrem fora dos es-
ção cujo Deus é o SENHOR, paços institucionais.
e o povo ao qual escolheu
39
essa concepcã̧o , ganha impor- samos ambos os aspectos po-
tan
̂ cia o monitoramento dos demos optar conscientemente
poderes: Executivo, Legislativo pela participação tomando ini-
e Judiciário , na esfera munici- cialmente como modelo os que
pal, estadual e federal. deixaram exemplos dignos de
Entende-se que é uma obrigação serem imitados.
do cristão envolver-se na política. José do Egito é um dos maiores
Nós cristãos não podemos fazer exemplos de servos fiéis a Deus
como Pilatos: lavar as mãos! e também de bom governante,
Devemos ser participativos na o qual manteve suas caracterís-
na política, pois, a política é uma ticas mesmo estando no gover-
das formas mais altas da carida- no, o mesmo se manteve:
dade, porque, deve buscar o bem 1. Fiel a Deus
comum. 2. Fiel ao seu projeto de Go-
verno
̃
3- E OS LEIGOS CRISTA OS,
DEVEM TRABALHAR NA 3. De forma nenhuma esque-
POLÍTICA? ceu suas raízes nacionais e
familiares.
Você, então, me dirá : Mas não
é fácil, pois a poli ́tica está muito 4- EXEMPLOS BÍBLICO DE
suja! É então, eu pergunto : A LÍDERES QUE ATUARAM NA
política está suja, por quê? POLÍTICA
Não será, por que os cristãos se Vamos aos exemplos: Daniel e
envolveram na poli ́tica sem o os seus amigos Sadraque, Me-
espírito do Evangelho? Faço-lhe saque e Abede-Nego, que fo-
outra pergunta: É fácil dizer que ram bons administradores no
a culpa é de outro, mas, eu o governo de Babilônia, e se
que estou fazendo ? É um dever mantiveram fiéis a Deus e aos
trabalhar para o bem comum , é seus princípios de fé, conser-
um dever do cristão? vando seus costumes como Is-
Há bons exemplos de líderes raelitas. De igual modo, muito
governamentais, como também importante foi também Ester,
maus exemplos. Quando anali- esposa do Rei Assuero, que

40
conquistou a liberdade para seu O Estado deve reprimir o crime
povo quando muitos queriam praticado nessas circunstâncias
sua destruição, por isso reafir- da mesma forma e com o
mamos: o cristão em especial, mesmo rigor com que reprime
não pode se declarar apolítico. o delito cometido em circuns-
Nosso chamado para sermos tâncias normais. Ora, o Brasil é,
discípulos de Jesus, vem acom- por definição constitucional,
panhado de um desafio proféti- um país laico.
co que nos convoca a brilhar
nos lugares mais escuros.

Concluindo
Nota Especial:
Em suma, a Igreja como institu-
ição, nunca deve se envolver
com questões políticas, pois o
objetivo original da mesma não
é esse, a Igreja, como institui-
ção, tem um foco: a missão de
pregar o evangelho para as
pessoas, no entanto, os cristãos
pertencentes a ela têm o dever,
direito e responsabilidades co-
mo cidadãos.

PARA PENSAR E AGIR:


É importante ressaltar que cada
um deve votar por conta pró-
pria, e não seguindo orienta-
çoẽs de “líderes religiosos”, que
muitas vezes usam o nome de
Deus e os púlpitos para isso.

41
INTRODUÇÃO
através da arte. Uma vez que a
Pensando na relação do cristão
arte é manifestação, podemos
com a cultura, Richard Niebuhr
assim refletir:
em sua obra Cristo e Cultura
O cristão deve produzir ar-
(NIEBUHR, Richard. Cristo e cul-
te?
tura. Rio de Janeiro: Editora Paz
Que tipo de arte?
e Terra, 1967) propõe cinco
A arte secular pode ser usu-
conceitos relacionados às mani-
fruída por um cristão leal a Je-
festações culturais e Cristo:
sus?
Cristo contra a cultura; Cristo
O cristão pode produzir arte
da cultura; Cristo acima da cul-
secular?
tura; Cristo e a cultura em pa-
Para responder a essas pergun-
radoxo; Cristo, o transformador
tas, iremos conversar de forma
da cultura. Do mesmo modo,
bem sucinta, acerca de como
podemos pensar na relação do
deve ser a relação do cristão
cristão com a arte, a influência
com a arte, em primeiro lugar,
dessa, na vida daquele, e, tam-
procurando explicar o conceito
bém, como o cristão pode in-
de arte, em seguida, pensando
fluenciar a sociedade moderna
em como definir através do
42
senso crítico se a arte apresen- Jesus para fazermos boas o-
tada é viável e, finalmente, que bras, as quais Deus preparou de
tipo de arte deve ser produzida antemão para que nós as prati-
pelo cristão cássemos.” A palavra que no
texto da NVI é traduzido como
1- O QUE É ARTE
criação é ποίημα (poíema), que
A Wikipedia define arte da se- significa, literalmente, com o
guinte maneira: Arte (do termo sufixo - ma,o produto da ação
latino ars, significando técnica de criar (ποίησις, poíesis, ação
e/ou habilidade) pode ser en- de criar). Têm o mesmo radical
tendida como a atividade hu- as nossas palavras poema, poe-
mana ligada às manifestações sia, poeta, poético, que, em
de ordem estética ou comuni- nossa cultura ocidental, estão
cativa, realizada por meio de ligadas a uma das manifesta-
uma grande variedade de lin- ções artísticas chamada de lite-
guagens, tais como: arquitetu- ratura. O autor do texto bíblico,
ra, desenho, escultura, pintura, sendo profundo conhecedor da
escrita, música, dança, teatro e cultura grega, se utiliza de uma
cinema, em suas variadas com- expressão que era amplamente
binações. O processo criativo se utilizada nessa cultura para ex-
dá a partir da percepção com o pressar quem nós somos com
intuito de expressar emoções e relação a Deus e o que deve-
ideias, objetivando um signifi- mos realizar enquanto criaturas
cado único e diferente para ca- Dele, ou seja, manifestar a gló-
da obra. ria dele através do nobre traba-
(https://pt.wikipedia.org/wiki/Arte) lho, traduzido comumente por
Como se pode notar nesse con- boas obras. Com isso, pode-se
ceito, a arte se dá a partir de dizer que o ser humano e toda
um processo criativo que tem a criação são o resultado da
como objetivo expressar emo- mente criativa de Deus que, ao
ções e ideias. O texto de Efésios fim da criação, viu que tudo o
2.10 diz: “Porque somos criação que havia criado era muito bom
de Deus realizada em Cristo (Gênesis 1.31). Assim, a arte
43
deve fazer parte da vida do cris- flexão, considerar se a obra vai
tão nas suas diversas manifes- lhe trazer edificação, acrescen-
tações. A questão que ainda se tar à vida, ao conhecimento, à
levanta é sobre como o cristão sabedoria e, até mesmo, à de-
pode produzir e usufruir da ar- voção, como reflexo da imagem
te, sem que isso cause danos à de Deus naquele que a produz.
sua devoção ao Criador, uma É evidente que para esse tipo
vez que a arte sofre influência análise, deve-se considerar o
dos mais diversos pensamen- cristão como alguém que busca
tos, filosofias e ideologias. Em o conhecimento, se aplica à
meio a essa influência, pode-se leitura da Palavra de Deus e
perceber manifestações diame- assim procura forjar em sua
tralmente opostas, e até mes- mente o caráter de Jesus de
mo ofensivas, à fé cristã. Qual Nazaré. Nesse sentido, a opini-
deverá ser então, a atitude do ão do crente é formada a partir
Cristão? da reflexão que ele faz ao sub-
meter às diversas manifesta-
2- SENSO CRÍTICO DIANTE DA
ções artísticas, com inteligência
ARTE APRESENTADA
e sabedoria, ao crivo da vonta-
Podemos aplicar o texto de de de Deus e à ação do Espírito
I Tessalonicenses 5.21, que diz: Santo, que nos ensina, nos faz
“Examinem todas as coisas, re- lembrar os ensinos de Cristo,
tenham o que é bom.”, a essa nos orienta e nos convence do
questão. É necessário ao cris- pecado.
tão, diante de uma obra artísti-
3- PRODUÇÃO DE ARTE QUE
ca, seja ela cênica, plástica, lite-
REFLETE A IMAGEM DE DEUS
rária, musical, cinematográfica
e etc., refletir sobre o que está Mentes cristãs brilhantes, ao
sendo manifesto, sobre o que o longo da história, com o intuito
artista pretende expor, quais de produzir obras em louvor a
são as suas verdadeiras inten- Deus, foram capazes de presen-
ções ou o que é apresentado tear a humanidade com verda-
através da obra. Após essa re- deiras obras-primas. Quem, por

44
exemplo, não se emociona ao outros cristãos no templo, can-
ouvir Jesus, alegria dos ho- tando músicas de louvor e es-
mens, de Johann Sebastian Bach. tudando a Palavra de Deus, mas
A obra é simplesmente uma das também, refletindo em todo o
grandes maravilhas da música seu percurso, a glória de Deus?
clássica, juntamente com um Certamente que sim, pois esse
grande acervo de música sacra é o caráter da adoração a que
que foi composto por ele, que, Cristo veio inaugurar quando
por sua obra, mostra a sua fé disse à mulher samaritana, em
em Jesus Cristo. É claro que João 4.23: “No entanto, está
esse é apenas um exemplo de chegando a hora, e de fato já
artistas que exaltaram a vida e chegou, em que os verdadeiros
a obra do Senhor Jesus. Outros, adoradores adorarão o Pai em
ainda, produziram música, poe- espírito e em verdade. São es-
sia, crônicas, narrativas, peças tes os adoradores que o Pai
teatrais, filmes, pinturas, den- procura.”
tre outras manifestações artís- Assim, a verdadeira adoração
ticas, com o objetivo de adora- acontece no lugar em que atu-
ção a Deus ou de proclamação amos, pois, o lugar especial on-
do seu Evangelho. de Deus quer ser adorado é
Mas, o cristão genuíno só pode onde quer que estejamos, com
produzir arte para ser utilizada o coração e a mente voltadas
nos cultos? para ele, reconhecendo-o como
O louvor e a adoração se re- Senhor de todas as coisas, de
sumem mesmo ao ambiente toda a criação. E o reconheci-
eclesiástico? mento de que tudo o que Deus
Será que a arte não deve refle- criou é muito bom, inclusive a
tir, muito mais, um estilo de capacidade do homem de se
vida cristã, em que o adorador expressar artisticamente, refle-
é aquele que entendeu que a tindo a beleza do ato criador de
vida deve ser vivida intensa- Deus. Assim, a arte produzida
mente, não somente no mo- por cristãos, em todas as esfe-
mento que está reunido com ras socioculturais, não só no
45
ambiente eclesiástico, deve tran- glória em um mundo corrompi-
smitir os valores do Reino de do pelo pecado.
Deus, tais como, justiça, igual-
dade, liberdade, paz, fidelidade,
amor, bondade, generosidade,
lealdade, beleza,

PARA PENSAR E AGIR:


Os cristãos sempre produziram
arte e cultura de maneira geral.
Nos dias de hoje, a arte vem
sendo muito influenciada pelas
diversas ideologias em voga no
mundo e nós devemos buscar
uma fé racional que não demo-
nize a arte de maneira geral,
mas que com senso crítico possa-
mos refletir sobre aquela que
nos é apresentada, se revela a
imagem de Deus ou se manifes-
ta um espírito contrário a Ele e
à sua Palavra.
A produção artística se torna,
assim, algo de fundamental im-
portância para os cristãos da
atualidade, uma vez, que o artista
é influenciador da sociedade e
formador de opinião, ele tem a
oportunidade de levar os valo-
res do Reino de Deus para a
sociedade, manifestando a sua

46
INTRODUÇÃO. na construção dialética do e-
vento criacional do Jardim do
A nossa sociedade atual está Éden.
enfrentando diversos desafios, Este é o principio que devemos
embora, a mesma, tenha um rever para que apresentemos
grande avanço nas áreas soci- uma proposta que abarque o
ais, científicas e tecnológicas. que, de fato, e com relevância,
As marcas que a podem definir nossa família, comunidade, so-
de maneira evidente, nos últi- ciedade, e mundo, precisam.
mos tempos, percebíveis, são: Vamos abordar aspectos cujos
fundamentos podem trazer es-
• Narcisista;
perança de dias melhores, e
• Individualista;
num mundo perverso cuidar de
• Inversão de valores;
pessoas e servir a sociedade.
• Apostasia;
• Esfriamento do amor.
1 - NECESSITAMOS COMPRE-
Contudo, precisamos abordar ENDER NOSSO PROPóSITO
não somente o sentido, mas (GN 2.15).
também, o propósito intrínseco
Não há como servir bem sem
compreender quem somos e
47
qual o nosso papel no propósito “Ora, ele disse isto, não pelo
de Deus. Em Gênesis 2.15 está cuidado que tivesse dos pobres,
escrito: mas porque era ladrão e tinha a
“E tomou o Senhor Deus o ho- bolsa, e tirava o que ali se lan-
mem, e o pôs no jardim do É- çava (Jo 12.6)”.
den para o lavrar e o guardar”.
“Para que não haja divisão no
No sentido mais estrito do tex- corpo, mas antes tenham os
to podemos entender: “O ami- membros igual cuidado uns dos
go que cuida...”. Somos coope- outros. De maneira que, se um
radores de Deus, agentes parti- membro padece, todos os
cipantes desde o princípio. Este membros padecem com ele; e,
fato está explícito no texto a se um membro é honrado, to-
seguir: dos os membros se regozijam
“Havendo, pois, o Senhor Deus com ele (I Cor 12.25-26)”.
formado da terra todo o animal
2 - COMBATER O ISOLAMENTO
do campo, e toda a ave dos
(GN 2.18).
céus, os trouxe a Adão, para
este ver como lhes chamaria; e O isolamento, seja de que
tudo o que Adão chamou a to- natureza o for, é considerado
da a alma vivente, isso foi o seu ausência de sabedoria.
nome – Gn 2.19”.
“Busca satisfazer seu próprio
Agir, interagir, participar. Adão
desejo aquele que se isola; ele
não apenas deu os nomes, mas
se insurge contra a verdadeira
precisava lavrar e cuidar daque-
sabedoria (Pv 18.1)”.
le jardim e o que nele havia.
Assim, o cuidado com a criação
Existem dois tipos de isolamen-
do Eterno é um assunto da teo-
to:
logia.
• Isolar-se – manter-se do lado
“Mas, se alguém não tem cui-
de fora.
dado dos seus, e principalmen-
• Isolar – manter o outro do
te dos da sua família, negou a
lado de fora.
fé, e é pior do que o infiel – I
Tm 5.8”. Não é bom estar sozinho, em
ambos sentidos! O próprio
“Ora, o mercenário foge, por-
Deus foi quem disse isto:
que é mercenário, e não tem
cuidado das ovelhas
(Jo 10.13)”.
48
“E disse o Senhor Deus: Não é Como viver em sociedade, com
bom que o homem esteja só;... o outro, em família, sem reali-
(Gn 2.18)”. zarmos a nossa transição de
Isto consola, renova suas for- maneira satisfatória?
ças, ajuda na construção de Veja que não é o menino nem a
novos objetivos e a recuperar a criança...... É o homem. Quando
alegria de viver. este momento chega a transi-
Nossa unidade vai trazer pers- ção é possível de ser realizada.
pectiva para outras pessoas e
Como entender a teologia do
para o contexto onde estamos
cuidar sem amadurecermos?
inseridos. Ou seja, somente
Do cuidar de Si Mesmo?
relacionamentos maduros po-
dem ser referências para este Do Cuidar do Outro, que está
mundo caído. Zigmunt Bauman implícito na conjuntura do tex-
evoca que há uma fluidez nas to acima?
relações afetivas na pós- Como cuidar do terceiro que
modernidade. Ou seja, as rela- surgirá nesta estrutura?
ções são líquidas, descartáveis. E nas outras que formarão a
Mas, a proposta bíblica é de comunidade e a sociedade?
relacionamentos cuja base está Doutra sorte, temos uma soci-
dimensionada e aprofundada edade que pode ser descrita
por um amor não fingido (Rm pelas palavras de Jesus, em sua
12.9-15). época, que são, extremamente,
atuais:
3 - AMADURECER, REALIZAR
TRANSIÇÕES E MINISTRAR “Quem tem ouvidos para ouvir,
ESTE APRENDIZADO ouça. Mas, a quem assemelha-
(GN 2.24). rei esta geração? É semelhante
aos meninos que se assentam
Na vida, de fato, nós precisa- nas praças, e clamam aos seus
mos aprender o sentido das companheiros, e dizem: Toca-
coisas, à medida do possível. mo-vos flauta, e não dançastes;
O texto a seguir é elucidante: cantamo-vos lamentações, e
“Portanto deixará o homem o não chorastes (Mt 11.15-17)”.
seu pai e a sua mãe, e apegar- Esta sociedade, em que vive-
se-á à sua mulher, e serão am- mos, não sabe o que quer. É
bos uma carne (Gn 2.24)”. confusa, é emocionalmente

49
frágil, melindrosa, mimada, in- perdidos e prisioneiros no pe-
fantil, sem discernimento, in- cado.
vertendo os valores. São meni- Compartilhar o que recebemos
nos enredados por muitos fas- e vivemos em Cristo é o cami-
cínios. nho – este brilhar resplandece-
Temos muito trabalho pela rá em muitos corações.
frente. Precisamos ganhar as
almas para Cristo, e após, tra-
balhar as pessoas nas várias
áreas de suas vidas.
É um processo demorado! Ta l-
vez comecemos, mas não so-
mos nós que o terminaremos.
Ao não negarmos a nós mes-
mos o crescimento, e sem nar-
rativas vazias, podemos minis-
trar pessoas no processo de seu
crescimento moral, ético, soci-
al, espiritual.

PARA PENSAR E AGIR:


Nada muda se não mudamos!
Tudo é questão de visão.
Precisamos remeter nossa vida
aos alvos do coração de Deus,
fazendo-os nossos próprios al-
vos.
Precisamos deixar que os ho-
mens saibam que são amados
por Deus através do amor que
demonstrarmos a eles, em o
nome de Jesus.
É preciso que brilhemos a luz
do Evangelho de Cristo, que é a
única solução para um mundo
perdido, para homens maus,

50
UMA REALIDADE CULTURAL
INTRODUÇÃO. tempo, esse termo passou a ser
Gospel é uma palavra de ori- utilizado para designar o estilo
gem inglesa que em português de música de alguns cultos reli-
se traduz por Evangelho. giosos. Portanto, gospel tornou-
Gospel é o diminutivo de “God se sinônimo de ritmos. A músi-
Spell”, que pode ser entendido ca gospel é um sucesso tanto no
como Palavra de Deus, boas brasil, quanto em outros países.
notícias, boas novas, entre ou- Atualmente, apesar de ter inú-
tros. Este termo surgiu nos Es- meros admiradores, muitos não
tados Unidos como um tipo de fazem ideia de como esse estilo
canto das comunidades afro- surgiu, e como se distanciou das
americanas, no cotidiano dos suas característica originais
cultos de adoração ao Senhor; passando, além da música, em
se tratava de um ritmo dos cul- referir-se às mais diversificadas
tos que possuía uma melodia manifestações culturais e religi-
simples, e era mesclado com osas; entre elas destacamos:
músicas folclóricas e um pouco livros, filmes, teatros, entre ou-
de blues e jazz. Com o passar do outros.

51
1 - A HISTóRIA GOSPEL Ana Paula Valadão, Aline Barros
NO BRASIL. e muitos outros.
Hoje, são vários os estilos que
A música gospel foi trazida para
inspiram os novos nomes da
o Brasil, por missionários batis-
música cristã, desde o eletrôni-
tas e presbiterianos dos Esta-
co até o sertanejo. Portanto,
dos Unidos, no início do século
além da influência, a renovação
XX. Algumas igrejas brasileiras
e reinvenção dos estilos, o gos-
traduziram alguns hinos ameri-
pel conquista novos fãs e segue
canos para o português, e mui-
transmitindo sua mensagem
tos deles estão presentes nos
para as novas gerações. Para
hinários oficiais de algumas i-
tanto, são gravadas canções
grejas evangélicas brasileiras.
para qualquer ocasião, desde
Porém, esses louvores mais an-
os encontros com os irmãos,
tigos estavam restritos ao am-
até as situações mais exóticas
biente religioso dos cultos e dos
da vida.
encontros entre cristãos. Por
esse motivo, são poucos os ar- 3 – GOSPEL: O MERCADO QUE
tistas que ainda são lembrados DEU CERTO.
pelos fiéis.
Hoje, “Gospel”, se tornou um
Entretanto, foi na década de
mercado lucrativo tal como
1980 que o “gospel” ganhou
predito pelo Apóstolo Paulo:
maior visibilidade no país, com
farão comércio de vós.
um estilo bem diferente do tra-
“Um estudo feito pela Escola
dicional; com melodias mais
Superior de Propaganda e Mar-
fortes e inspiradas no rock e no
keting (ESPM) estima que o
pop; o público em geral passou
mercado de produtos religiosos
a se interessar pela música
cristãos, em sua maioria volta-
gospel nacional.
dos aos evangélicos, movimen-
2 - GOSPEL BRASILEIRO HOJE. ta 12 bilhões de reais por ano.
Somente o segmento de musica
É notório que outros ritmos
gospel fatura 1,5 bilhão de reais
também influenciaram os can-
por ano, e é visto como um a-
tores do gospel, formando um
lento para a indústria fonográ-
estilo próprio de produção mu-
fica em crise. Os fiéis também
sical. Alguns nomes de desta-
alavancam as vendas de livros,
que dessa fase são: Oficina G3,
dispõem de cartões de credito
exclusivos, feiras setoriais que
52
recebem mais de 150 mil visi- mercado que cresce num ritmo
tantes por ano, e uma rua de acelerado de 33% ao ano.
um comercio popular no centro Além de impressionar com es-
de São Paulo, a Conde de Sar- ses números, o estilo vem ga-
zedas, com dezenas de lojas nhando diversas vertentes, a-
especializadas”. postando em diversos estilos
(Revista Carta Capital, julho de musicais como reggae, funk e
2012, reportagem intitulada “O até música eletrônica. Com is-
Brasil evangélico”.) so, ganha cada vez mais adep-
tos e novos seguidores.
A revista ainda informou que a
https://www.connectmix.com/
explosão numérica dos evangé-
musica-gospel/ (acessado em
licos deve-se, em grande parte
4/7/21 as 11h10)
a flexibilização dos costumes e
à emergência do movimento 5 - CONCLUINDO.
neopentecostal nos anos 1980: A liturgia cristã, desde tempos
“A despeito da flexibilização antigos, tratou de delinear seus
dos costumes, os especialistas princípios e propósitos numa
são unânimes num ponto: A adoração única e exclusiva ao
explosão numérica dos evangé- Senhor, porém, com o influxo
licos deve-se, em grande parte, das músicas de cunho gospel,
à emergência do movimento essa liturgia ganhou novo sta-
neopentecostal nos anos tus, e pouco se pergunta pela
1980.” motivação de seus autores e,
possivelmente, aqui se enraíze
4.- GOSPEL: UM DOS MAIORES
nossa ingenuidade frente ao
CRESCIMENTO NO MERCADO
referido movimento. Mesmo
MUSICAL.
sendo verdade que música é
Segundo dados da Associação para se ouvir, ou cantar, há ,
de Empresas e Profissionais entretanto, uma infinidade de
Evangélicos (Abrepe) de 2018, interesses escondidos, uma vez
estima-se que a música gospel que, o Gospel perdeu o sentido
responde por 20% do mercado original da adoração espontâ-
fonográfico brasileiro, movi- nea e o louvor que só cabem ao
mentando R$ 2 bilhões por ano Senhor, ainda que haja os que
em vendas. São em torno de dizem: “Mas é só uma música!
4,5 mil cantores e bandas, num Que mal há nisso?”

53
PARA PENSAR E AGIR:
É notório que o foco, antes a-
penas no Senhor Jesus, "Ao ú-
nico Deus, sábio, seja dada gló-
ria por Jesus Cristo para todo o
sempre. Amém." (Romanos
16.27), agora concentra-se na
experiência antropocêntrica de
cada autor, espelhada e repli-
cada nos seus seguidores e ad-
miradores, desconstruindo a
essência da real comunhão com
Deus. Assim, finalizamos com o
relato de Xabier Basurko, em
sua obra: O canto cristão na
tradição primitiva: “De um mo-
do simples e conciso, a clara
noção do mistério da fé cristã,
celebrado nos ritos da Igreja,
foi o eixo aglutinador dos crité-
rios musicais da tradição da
Igreja, por muitos séculos.”

54
surgem junto com a Pandemia
é o valor da Igreja Virtual.

INTRODUÇÃO
INTRODUÇÃO

“mas, se eu demorar, saiba surgem junto com a Pandemia


como as pessoas devem com- é o valor da Igreja Virtual. Antes
portar-se na casa de Deus, que mesmo da pandemia, esse te-
é a igreja do Deus vivo, coluna ma já era debatido, mas sem a
e fundamento da verdade.” força que o isolamento social
I Timóteo 3:15 deu para este debate. A grande
Vivemos novos tempos nesse questão é: A Igreja virtual subs-
mundo afligido pela pandemia, titui a Igreja Presencial? A igreja
momento nunca antes vivenci- Virtual tem algum valor?
ado na história. Essa experiên- A fim de responder essas ques-
cia nos levou, como igreja, a tões vamos pensar sobre o que
viver novos desafios e novos é Igreja e sua funcionalidade.
questionamentos que não terí- Diante dessa reflexão conclui-
amos em outras circunstâncias. remos o valor da Igreja Virtual
Hoje uma das perguntas que no mundo hodierno!

55
1-O QUE É A IGREJA? “acesso” a ela. Apesar do avan-
ço na tecnologia, o número de
“Igreja é uma congregação lo- pessoas sem acesso à internet
cal de pessoas regeneradas e ainda é muito grande, cerca de
batizadas após 25% da população brasileira
profissão de fé” não tem acesso à internet, e os
que possuem acesso, nem
Assim a declaração doutrinária sempre o tem com qualidade.
da Convenção Batista Brasileira Logo, a igreja virtual é incapaz
define o que cremos sobre igre- de substituir a presencial por
ja. Essa declaração fala que as ser seletiva. Igreja é para todos!
únicas restrições que cabem a A virtual hoje é para um grupo!
igreja é a de pessoas Regenera-
das, batizadas, sobre a mesma 2- QUAL A FUNCIONALIDADE
base de fé! A igreja virtual é DA IGREJA?
capaz de compreender e aten-
der esta realidade. Sim, pode- A igreja de Cristo presencial foi
mos ter uma igreja virtual com estabelecida na terra para
pessoas regeneradas, as cone- cumprir alguns propósitos, en-
xões não impedem que o ba- tre eles aqui destacamos: Ado-
tismo seja vivenciado numa ração, Evangelização, Discipu-
experiência virtual. Uma igreja lado, Serviço e Comunhão.
virtual não tem nenhuma difi- Se avaliarmos cada um desses
culdade em manter uma mes- propósitos vamos observar que
ma fé apesar da questão da no que diz respeito:
distância. Assim sendo, quanto
a isso, a igreja virtual está ali- À Adoração - na igreja virtual é
nhada com aquilo que pensa- um instrumento poderoso, se
mos e cremos ser Igreja. usarmos todos os recursos que
A questão é que a igreja virtual o mundo virtual nos oferece
tem elementos que restringem podemos preparar e oferecer
o “acesso” de pessoas, que não celebrações exponenciais para
existem na igreja presencial. A a glória de Deus.
igreja é lugar de receber pesso-
as, sem exceções, para serem À Evangelização - nunca, na
transformadas e saradas. A i- história da igreja, existiram tan-
greja Virtual é seletiva quando tos recursos para anunciar o
impede que pessoas não tem
56
evangelho e alcançar os mais
distintos grupos de pessoas. 3-O QUE FAZER DA IGREJA
Ao que diz respeito ao Discipu- VIRTUAL?
lado - ganhou no mundo virtual
uma ferramenta capaz não só Diante desse quadro, os mais
de promover discípulos, mas de ortodoxos poderiam celebrar a
impactar no ensino e na instru- falência da igreja virtual, mas
ção nas escrituras, desde o no- será essa conclusão que deve-
vo crente ao curso teológico, e mos chegar mesmo? Na verda-
as mais variadas especializa- de, precisamos entender que
ções. dificilmente a Igreja Virtual
Ao Serviço - dentre as funções substituirá a Igreja Presencial.
da igreja é um dos propósitos No entanto isso não significa
que deixa de alcançar algumas que ela não tem o seu valor. A
áreas e visualizar outras novas, verdade é que não devemos ver
logo o serviço na igreja virtual na igreja virtual uma oportuni-
não é pleno, mas alcança áreas dade de substituir a Igreja pre-
novas para uma nova realidade. sencial, mas talvez possamos
A Comunhão, no entanto, deixa enxergar como uma ferramen-
a desejar, porque apesar de o ta!
mundo virtual aproximar quem A Igreja virtual é uma realidade
está longe, e você deve ter vá- que não pode ser vista como
rias experiências de amigos e um inimigo da igreja presencial,
familiares que hoje se tornaram mas uma ferramenta poderosa
próximos, graças ao mundo que, bem equipada e alinhada
virtual. O mesmo mundo virtual com a Igreja local, é capaz de
afasta quem está perto. Logo,é alcançar resultados poderosos
incapaz de criar comunhão pro- no Reino de Deus. Não pode-
funda, mas superficial. Não foi mos desprezar a igreja virtual
essa comunhão que Jesus pla- pelo fato de não atender todos
nejou para igreja. os requisitos para ser igreja.
Precisamos tirar proveito da
A igreja virtual diante dessa igreja virtual para fazer o que a
pequena comparação, apesar presencial não consegue e al-
de amplificar muitas das fun- cançar o que a presencial não
ções da igreja, ela é incapaz de alcança.
cumprir plenamente o propósi- Hoje toda igreja local precisa se
to da Igreja. equipar para ser igreja de Cristo
57
e ter como ferramenta para
servir os ministérios a igreja
Virtual!

PARA PENSAR E AGIR:

1. Hoje há uma variedade de


modelos eclesiásticos, até onde
eu posso adaptar a igreja ao
meu jeito e até que ponto pre-
ciso me submeter ao modelo
bíblico?
2. Hebreus começa o seu texto
revelando as várias formas co-
mo Deus falou “A mesma men-
sagem” a humanidade. O que é
possível contextualizar no nos-
so jeito de ser Igreja e o que
intocável na pratica da Igreja
Cristã?
3. Talvez em nenhum outro
tempo da história da igreja foi
necessário clamar por discer-
nimento e conhecimento da
Adquira o livro do
palavra. A falta de conhecimen-
Pr. Onesmo Reis Almeida.
to bíblico pode nos levar a ter
E, abençoe a construção
experiências na igreja que não
do novo templo!
vem de Deus, porém a mesma
falta de conhecimento pode
fazer com que rejeitamos aqui-
021- 98665-1702
lo que Deus quer usar!
Crendo nesse princípio a Igreja
Virtual não veio para competir
com a igreja local, mas para ser
uma arma poderosa nas mãos
da igreja local a serviço do Rei-
no de Deus.

58
tura em que estamos.
INTRODUÇÃO Existem duas afirmativas fortes
e contundentes que muitos de-
Porque, na verdade, tendo Da-
fendem, quando o assunto é
vi servido à sua própria gera-
cultura:
ção, conforme o desígnio de
Deus, adormeceu, foi para jun- 1ª “O Evangelho é uma contra-
to de seus pais e viu corrupção. cultura a cultura imposta.”
(Atos 13.36)
2ª “O Missionário não deve ir
Esse é o nosso grande desafio para outros povos para acultu-
servir ao Senhor de acordo com rar o povo, e amoldar a sua
sua vontade, sem negar a fé, e cultura de origem”.
ao mesmo tempo comunicando
o evangelho com a geração a- As duas afirmativas são verda-
tual, sem se corromper ou cor- deiras e estão consubstancia-
rompê-lo. Ser como filhos de das na Palavra de Deus, é o que
Deus, amáveis, irrepreensíveis vamos ver no decorrer dessa
no meio de uma geração per- lição. Contudo, vamos concei-
versa e corrompida (Fl 2.15). tuar cultura e dividir didatica-
Para alcançarmos esse objetivo mente o tema, para obtermos
Temos que compreender a cul - êxito no aprendizado.

59
1 - CULTURA querer converter o neófito à
Conjunto de crenças e valores, sua cultura, é nesse sentido de
modos operantes de uma co- respeitar a história, e os modos
munidade; tipo de comida, operantes daquela comunida-
roupa, religião, música, dialeto, de. O primeiro concílio da Igreja
vestimenta, comunicação etc. primitiva (Atos 15.1-25), nos
Ou seja, cultura é um conceito traz luz sobre isso, pois, no
vasto entre as ciências huma- mesmo foi definido como os
nas. Cultura vem do termo em gentios deveriam se comportar
latim colere, que significa cui- com relação às comidas sacrifi-
dar, cultivar e crescer. Os ele- cadas aos ídolos, a forma das
mentos que compõem uma relações sexuais, que naquele
cultura são compartilhados pe- tempo eram contrárias a natu-
los membros da sociedade, cri- reza, como bem salientou Paulo
ando-se, assim, uma identidade aos Romanos 1.26. Nesse e-
cultural. Segundo a Antropolo- xemplo fica claro a cultura que
gia Cultural, o Brasil é uma ter- Paulo pregou, estava além dele
ra totalmente miscigenada, mesmo, até porque outrora, o
sendo colonizada por Europeus, mesmo perseguiu os cristãos
Africanos e Americanos. Por por causa dos dogmas judaicos
isso, em cada estado brasileiro impostos para salvação do ho-
parece que cada um desenvol- mem. Nessa visão, se define
veu sua cultura local. A Cultura que os traços da cultura de um
brasileira se popularizou co- povo devem ser respeitados
nhecida por suas grandes festas sempre, porém, tudo que en-
como o carnaval, a diversidade volve a fé deve ser submetido
musical e futebol. Esses são ao crivo da Palavra.
elementos que midiatizaram o
3 - CULTURA CRISTÃ X
país no mundo. Nesse sentido
CULTURA IMPOSTA
antropológico, pensamos ser
ponto pacífico em linhas gerais. Acreditamos que ficou clara a
Mas, o ponto conflitante não é compreensão, que cultura e
esse, e sim a cultura das rela- traços da cultura são salva-
ções humanas. guardados, desde que, os
mesmos não atentem contra os
2 - CULTURA DOGMÁTICA princípios da fé cristã. É nessa
Quando dissemos que o mis- premissa que o evangelho en-
sionário não deve ir ao campo e tra como contra cultura a cultu-
60
ra imposta. Até porque, o Brasil O apóstolo Paulo já trabalhou
é conhecido como o país do esse conceito de liberdade cris-
futebol, do carnaval, e etc., tã, dentro do viés analítico prá-
mas, também do mesmo modo, tico, individual e coletivo, onde
é conhecido como país dos “es- cada servo de Deus deve ter o
pertalhoẽs”, dos “corruptos”, mínimo de senso critico sobre
dos que praticam a lei de Ger- sua conduta e guia - lá na dire-
son. O jovem jogador de fute- ção do Espírito Santo. Ele fala
bol, que na década de 70, fez isso para uma igreja que vivia
um comercial para venda de numa ambiência de cultura:
cigarros, e disse a icônica frase: promíscua e devassa, a igreja
“Eu gosto de levar vantagem de Corinto. A bíblia em diver-
em tudo, certo? Não podemos sos textos nos adverte sobre a
nos esquecer do ditado popu- prática cristã em relação aos
lar, que dizia: padrões do mundo.
“Farinha pouca, meu pirão Não ameis o mundo, nem o que
primeiro’’ há no mundo. Se alguém ama o
Tudo isso são conceitos que estão mundo, o amor do Pai não está
arraigados na cultura brasileira que nele. Porque, tudo o que há no
vem na contramão da nossa fé. mundo, a concupiscência da
Até porque, evangelho é partilha: carne, a concupiscência dos
olhos e a soberba da vida, não
[..“Coisa mais bem-aventurada vem do Pai, mas sim do mundo.
é dar do que receber”]. Ora, o mundo passa, e a sua
( Atos 20.35) concupiscência; mas aquele
Evangelho é: faça ao outro o que faz a vontade de Deus,
que você deseja receber permanece para sempre. (I Jo-
(Mateus 7.12). ão 2.15-17).
A. A cultura pós-moderna: sua
4 - CULTURA CRISTÃ
proposta é destruir os valores
X CULTURA PóS - MODERNA.
da família, o conceito de pai e
Todas as coisas me são lícitas, mãe, a identidade sexual da
mas, nem todas as coisas con- criança, e colocar em descrédi-
vêm. Todas as coisas me são to a Palavra de Deus;
lícitas; mas, eu não me deixarei B. Acabar com o conceito patri-
dominar por nenhuma delas arcal de família: proposta destruir
( I Coríntios 6.12). o princípio de hierarquia.

61
C. Para essa sociedade esses alegria no Espírito Santo”
conceitos de família fomentam (Romanos 14.17).
o capitalismo, por isso tentam Essa é a cultura do Reino: paz,
nos colocar numa briga de clas- alegria, justiça no Espírito San-
ses sociais. Minorando a nossa to. Por isso, toda proposta so-
cultura, desconsiderando nossa ciológica, que projeta um mun-
história que foi construída so- do melhor, naufragará; quer
bre os valores judaicos cristãos; seja socialista, comunista ou
D. Tudo isso, a pretexto de um capitalista. Por quê? Segundo o
conceito falido de mundo, para evangelista Lucas: “nem dirão:
Ei-lo aqui! ou: Ei-lo ali! pois o rei-
os que se consideram ultra-
no de Deus está dentro de vós.
intelectuais,
(Lucas 17.21); ou seja, a cultura
E. De outro modo, quem é o do Reino é a cultura do céu. No
patriarca? É o pai, o chefe de 4º século da Era Cristã, Marcion
família que vai para “polis” ci- não compreendeu bem isso, e
dade em busca do pão, da pro- criou seu (cânon sagrado), ter-
teção da sua prole, buscando mo grego κανών ("régua" ou
empreender, para ter sua pro- "vara de medir"). Os cristãos,
priedade privada com intuito foram os primeiros a utilizar o
de prover: conforto, alívio e termo para fazer referência às
segurança. O que é factual. Po- Escrituras Sagradas.
rém, para eles, isso é uma a- Ele não aceitou a Bíblia na con-
meaça ao sistema econômico; cepção que a temos, pois, para
F. Nesse sentido o evangelho ele, o Deus do Antigo testa-
do Reino não vai compactuar mento é mau, que fez com que
com isso. o Deus do Novo Testamento
(Jesus) morresse pela sua mal-
5 - CULTURA DO REINO dade. Nessa linha Marciônica,
São os valores absolutos do muitos questionam e dizem:
Reino, que não tem nada haver Deus disse não matarás (Êxodo
com o transitório, momentâ- 20.7), mas, Ele mandou matar.
neo, efêmero, passageiro e cir- Esses são questionamentos que
cunstancial. circundam em algumas mentes
“porque o reino de Deus não e corações. Contudo, a resposta
consiste no comer e no beber, a isto é mais simples que pare-
mas, na justiça, na paz, e na ce.

62
RESPOSTA.
Na cultura dos povos semitas, PARA PENSAR E AGIR:
eles venciam e conquistavam Você tem vivido sobre qual cul-
outros povos pela guerra, po- tura?
rém, quando venciam, não era Em que momento, a cultura do
apenas a vitória do seu povo, Reino passou a fazer parte da
mas, sobre tudo, a vitória do sua vida?
seu Deus. A cultura brasileira é linda. Em
Foi assim com os filisteus quan- quais aspectos você admira?
do eles venceram Israel, pega-
ram a arca para zombar do
Deus de Israel. Ela simbolizava
a presença de Deus entre o po-
vo, e colocaram na casa de Da-
gom no templo, em Asdode,
mas, no dia seguinte Dagom
estava prostrado diante da ar-
ca, e no outro dia, ele estava
prostrado, com cabeça e pal-
mas das mãos cortadas, so-
brando apenas o tronco (I Sa-
muel 5. 7-17). O que aprende-
mos: que não era apenas a
guerra do povo, mas, do seu
Deus.
Nesse episódio, o Deus de Isra-
el, se mostrou poderoso. Assim,
foi em todas as guerras de Isra-
el. Por isso, Deus permitiu ma-
tar, era dessa forma que eles
lutavam e dominavam o inimigo
era traço dessa cultura.
Todavia, é bom afirmar:
“Deus se revelou na cultura de
um povo, e nessa cultura se fez
conhecido”

63
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64
INTRODUÇÃO Não bastasse isso, ainda temos
A educação é um dos principais que concorrer com a doutrina-
temas das escrituras, desde o ção ideológica, que tem aconte-
Antigo Testamento, o próprio cido em muitas escolas brasile-
Deus já avisou pela boca do iras. Assunto que vamos tratar
profeta Oséias. nessa lição, contudo, o grande
“O meu povo está sendo des- questionamento é o que as
truído, porque lhe falta o co- escrituras dizem; sobre, cria-
nhecimento (Oséias 4:6, p-a). ção, e, educação dos nossos
filhos.
O conhecimento é parte fun-
damental da vida cristã. Lucas o 1- A EDUCAÇÃO NA CULTURA
JUDAICA
evangelista registra como foi o
A- Educação na cultura judaica:
crescimento de Cristo.
toda criança judia, minimamen-
E crescia Jesus em sabedoria, te, fala três idiomas, o hebrai-
estatura e graça, diante de co, o inglês e o Árabe. Quando
Deus e dos homens. (Lucas o assunto é educação, os ju-
2.52). Tristemente, muitos pais deus são extremamente rigoro-
Cristãos, servos de Deus, estão sos, desde a época de Jesus, o
terceirizando a criação dos seus menino ao completar (12) anos,
Filhos, através dos aparelhos era considerado filho da lei, tinha
eletrônicos, através da internet. que saber ler, escrever, devia

65
declarar o “Shemar”, três vezes escrituras, e Deus não escon-
ao dia (Deuteronômio 6.1-9), e deu nenhum deles:
conhecer toda Torá. 1º Caim matou Abel, seu irmão
B- Só no livro de provérbios (Gênesis 4.1-7)
temos vários postulados sobre 2º Amnom estuprou Tamar, sua
a criação de filhos. irmã, ambos eram filhos do rei
Davi (II Samuel 13.1-20)
Vejamos: 3º Hofni e Fineias, cometeram
A vara e a disciplina dão sa- atrocidades na casa do Senhor
bedoria, mas, a criança entre- (II Samuel 2.12-17)
gue a si mesma, vem a enver- 2- A EDUCAÇÃO CRISTÃ.
gonhar a sua mãe (Provérbios
29.15). “pela recordação que guardo
Não retires da criança a dis- de tua fé, sem fingimento, a
mesma que, primeiramente,
ciplina, pois, se a fustigares
habitou em tua avó Lóide e em
com a vara, não morrerá. Tu a
tua mãe Eunice, e estou certo
fustigarás com a vara e livrarás de que também, em ti.” (II Ti-
a sua alma do inferno (Provér- móteo 1.5)
bios 23.13-14). Traz como pano de fundo os
O que retém a vara aborre- valores judaicos cristãos, nesse
ce a seu filho, mas o que o ama, texto quando o apóstolo Paulo
cedo, o disciplina (Provérbios fala de Timóteo que era judeu,
13.24). mas de pai grego. O destaque
A estultícia está ligada ao que o texto dá é da fé que sua
coração da criança, mas a vara família praticava, uma fé sem
da disciplina a afastará dela fingimento, uma fé como estilo
(Provérbios 22.15). de vida. Assim, deve ser a vida
cristã, baseada no exemplo,
C- A sociedade pós-moderna diferente dos fariseus que Jesus
quer tirar dos pais, o direito de advertiu a praticar, tudo que
criar seus filhos. A Bíblia nunca eles ensinavam, mas, não as
defendeu o espancamento ou suas práticas (Mateus 23.3).
maus tratos as crianças, mas, a Educação cristã se resume no
mesma, nunca trabalhou com exemplo, exemplo e exemplo.
passividade, covardia e omis- Por isso, no Novo Testamento a
são. Inclusive, temos alguns orientação aos pais é: criai os
casos trágicos na história das vossos filhos, na disciplina e
66
admoestação do Senhor, não Seu crescimento se deu em
provocando a eles a íra (Efésios três direções:
6.1-3). Estatura: crescimento físico
3- A CRIAÇÃO QUE JESUS Graça: crescimento espiritual
RECEBEU. Conhecimento: crescimento inte-
ctual.
Temos na história da criação de
Jesus, alguns pontos interes- Aqui está o foco principal da
santes que chamam a nossa educação cristã:
atenção:
A participação, a interação e a
1º Temos Jesus com 12 anos, total influência dos pais sobre
no templo, interrogando os os filhos, em primeira e últi-
doutores (Lucas 2.46). ma instância da vida, os valo-
2º Temos Jesus ativo nas festas res, os princípios da fé, é le-
judaicas, conhecido pela sua gado dos pais. A família é a
profissão (Marcos 6.3). precursora na formação do
3ª Temos o relato do seu cres- caráter dos filhos.
cimento em estatura, graça e
conhecimento, diante de Deus
4 - EDUCAÇÃO X ESCOLARIZAÇÃO
e dos homens (Lucas 2.52).
Por que tudo isso aconteceu? Ensina a criança no caminho em
que deve andar, e, ainda quan-
Não basta gerar, tem que par- do for velho, não se desviará
ticipar. José e Maria eram dele (Provérbios 22.6). Segundo
participativos na vida do me- a Bíblia, e a legislação brasilei-
nino Jesus, e, sobretudo,prati- ra, educação começa dentro de
cavam a sua fé, participando casa. O conceito de educação,
de todas as celebrações e fes- diz respeito basicamente ao
tas. processo de ensino aprendiza-
Ele aprendeu a mesma profis- gem. De forma ampla, pode-
mos definir educação, como o
são que seu pai, e se tornara
meio fundamental para que os
um excelente profissional, a
hábitos, costumes, comporta-
ponto de ser conhecido como mentos e valores, de uma soci-
o carpinteiro; seu pai o influ- edade, sejam transferidos de
enciou para o trabalho. geração em geração, de acordo

67
com a evolução da coletividade gica partidária, a “idiotização” e
como um todo. domesticação do pensamento.
O jovem se não receber senso
A- O QUE DIZ A LDB (Lei diretri-
critico, a começar em casa, ele
zes de base da Educação Na-
sai da faculdade alienado, com
cional) Art. 2º: A educação, de-
a idéia formada que família e
ver da família e do Estado, ins-
religião atrapalham o progresso
pirada nos princípios de liber-
da sociedade.
dade, e nos ideais de solidarie-
Temos no Brasil uma guerra
dade humana, tem por finali-
cultural, onde a proposta é
dade o pleno desenvolvimento
romper com o paradigma social
do educando, seu preparo para
e castrar todo pensamento
o exercício da cidadania e sua
contrário, rotulando-o como
qualificação para o trabalho.
retrógrado, antiquado e funda-
(www.planalto.gov.br ).
mentalista. O retrato dessa
Educação não se confunde
realidade foi descrita por Paulo
com escolarização, pois a es- em 62 d.C.: ‘Sabe, porém, isto:
cola não é o único lugar onde nos últimos dias, sobrevirão
a educação acontece. A edu- tempos difíceis, pois os homens
cação também se dá à esco- serão egoístas, avarentos, jac-
las. Em todo o lugar, existem tanciosos, arrogantes, blasfe-
redes e estruturas, transfe- madores, desobedientes aos
rência de uma geração para a pais, ingratos, irreverentes, de-
outra. safeiçoados, implacáveis, calu-
B- Educação nasce dentro de niadores, sem domínio de si,
casa, no convívio da família. cruéis, inimigos do bem, traido-
C- Escolarização: é o processo res, atrevidos, enfatuados, mais
ensino aprendizagem das disci- amigos dos prazeres que ami-
plinas que compõem a grade gos de Deus, tendo forma de
curricular da formação, ou seja; piedade, negando-lhe, entre-
matemática, português, quími- tanto, o poder. Foge também
ca, física, biologia, historia, etc. destes” (II Timóteo 3.1-5).
5- A TRISTE REALIDADE DA 6- O IDEAL DA EDUCAÇÃO
EDUCAÇÃO NO BRASIL. SEGUNDO A BÍBLIA.
Não se pratica mais escolariza- Foi também congregada a seus
ção, que é a educação escolar, pais, toda aquela geração; e
mas sim, a doutrinação ideoló- outra geração, após eles se le-
68
vantou, que não conhecia o ouvia tudo quanto seus filhos
Senhor, nem tampouco as o- faziam a todo o Israel, e como
bras que fizera a Israel (Juízes se deitavam com as mulheres
2.10). que ministravam à porta da
A- Ensinar os filhos a conhecer tenda da revelação. E disse-
a Deus. lhes: Por que fazeis tais coisas?
A maior prova que é factual, foi Pois, ouço de todo este povo os
o ter salvo a Daniel em Babilô- vossos malefícios. Não, filhos
nia. Ele tinha 16 anos quando meus, não é boa fama esta que
foi exilado. Logo, quando che- ouço. Fazeis transgredir o povo
gou, mudaram seu nome, obje- do Senhor. Se um homem pecar
tivo claro de macular sua iden- contra outro, Deus o julgará;
tidade, lhe ensinaram uma no- mas, se um homem pecar con-
va cultura, uma nova língua, o tra o Senhor, quem intercederá
tiraram da casa de seus pais, por ele? Todavia eles não ouv i-
lhe tiraram da casa de Deus em ram a voz de seu pai, porque o
Jerusalém ( Daniel 1,2). Tiraram Senhor os queria destruir (I
tudo de Daniel, mas, não rou- Samuel 2. 22-25).
baram sua fé. Na ocasião, PARA PENSAR E AGIR:
quando tentaram que o mesmo Como você tem sido com seus
contaminasse sua fé, ao comer filhos? Tem participado da vida
comida sacrificada aos ídolos, deles?
sua resposta foi: Você, filho, tem honrado seus
“Daniel, porém, determinou no pais, como Jesus honrou José e
seu coração não se contaminar Maria? Jesus estava onde seus
com a porção das iguarias do pais estavam.
rei, nem com o vinho que ele
bebia; portanto pediu ao chefe
dos eunucos que lhe concedes-
se não se contaminar.” ( Daniel
1.8).
B- Discipliná-los quando neces-
sário
Foi o que Eli, o sacerdote não
fez. Cuidou muito bem do filho
dos outros e esqueceu, dos
seus. Eli era já muito velho; e

69
INTRODUÇÃO. sabem é que a Liturgia original
da Igreja Batista era sem músi-
“Então o Senhor respondeu:
ca e a introdução de hinos na
Escreva claramente a visão em
liturgia foi uma grande luta, no
tabuinhas, para que se leia fa-
entanto, pouco a pouco o que
cilmente” (Habacuque 2.2)
antes era visto com preocupa-
Durante dois mil anos de histó- ção agora é uma benção.
ria a igreja, na sua caminhada, A pergunta é: historicamente
teve que aprender a se adaptar como lidamos com essas ques-
as novidades que surgiram em tões? Essa reflexão vai nos aju-
cada tempo. Hoje muitos olham dar a entender esse fenômeno
para trás e batem no peito com que hoje é a Rede social e como
ar de satisfação para falar que extrair o melhor dessa ferra-
têm uma tradição, no entanto, menta sem cair nas armadilhas
as pessoas não compreendem que ela possui.
que aquilo que hoje é tradição
1 – A REDE SOCIAL DE DEUS OU
um dia foi uma novidade.
DO DIABO?
Os Batistas têm em sua história
uma tradição de música cristã Infelizmente nós tratamos mui-
de qualidade, só no contexto de tos assuntos na vida desse jeito,
Brasil. Temos dois hinários que ou pertence a Deus ou perten-
foram produzidos em nossa his- ce ao Diabo. Sem, na verdade,
tória. O que poucas pessoas perceber que existem coisas
70
que foram criadas com um pro- dido atrás de um celular, temos
pósito e o que define se aquilo a coragem de falar o que não
é bom ou ruim não é o propósi- falamos em público, no entanto
to para qual foi criado, mas o aquilo que publicamos soa co-
destino que você decidiu dar mo alguém que fala em uma
àquilo que está na sua mão. imensa praça pública. É preciso
A história nos revela a frustra- ter muito cuidado e se lembrar
ção de Santos Dumont ao ver a que para o Cristão o seu pro-
sua criação sendo usado numa nunciamento deve ser “... o seu
guerra para matar pessoas, es- ‘sim’, ‘sim’, e o seu ‘não’, ‘não’;
se não foi o propósito original, o que passar disso vem do Ma-
mas aquilo que antes foi criado ligno" (Mateus 5.37).
para favorecer a humanidade é Nas redes sociais as pessoas,
usado para sua destruição. As- também, acabam demonstran-
sim é a Rede social, ela pode do ser algo que na verdade,
ser boa ou má. Quem define elas não são. Nesse momento,
isso somos nós, e o propósito somos desafiados a fugir de
com o qual utilizamos estas fer- uma cultura de aparência para
ramentas. O Universo, e tudo vivermos a vida de integridade
que Deus, criou tem como ob- que o Evangelho nos instrui a
jetivo glorificar ao Pai. O inimi- viver. Uma armadilha perigosa
go sempre vai buscar deturpar é do vício. As redes sociais po-
as coisas para tirar proveito e dem se tornar uma aventura
gerar o caos. A tecnologia que sem volta em busca de um pra-
temos hoje é fruto do desen- zer superficial produzido pelas
volvimento do intelecto huma- falsas sensações que rede social
no e deve ser usada com sabe- produz. Portanto é necessário
doria para a glória de Deus. muito equilíbrio, objetividade e
consciência daquilo que que-
2 – ARMADILHAS DA REDE.
remos extrair da nossa relação
As redes sociais têm as suas com as redes sociais.
armadilhas e nós precisamos
3 – BENEFÍCIOS DA REDE.
como igreja, estarmos atentos
a maneira como fazemos uso Não podemos apenas olhar o
das redes sociais. Vejamos al- lado negativo, precisamos iden-
gumas armadilhas: Um dos en- tificar os benefícios das Redes
ganos das Redes Sociais é falsa Sociais para o Reino de Deus.
sensação de anonimato. Escon-
71
Se usadas com sabedoria as sumirem responsabilidade pe-
redes sociais são armas pode- los seus erros, logo é mais fácil
rosas para amplificar o alcance culpar as coisas do que assumir
da mensagem que pregamos. que eu usei algo de maneira
Se as Cartas de Paulo Revolu- errada. Logo, muitos preferem
cionaram a Igreja Primitiva, i- colocar a culpa nas Redes Soci-
magina se o Apóstolo tivesse ais ao invés de assumir a res-
um blog? Ou Podcast? As fer- ponsabilidade pelo mal uso.
ramentas estão a nossa disposi- - O que a nossa história nos en-
ção, precisamos como Paulo sina sobre mudanças? Como foi
“fazer tudo para glória de aceitar certos instrumentos na
Deus”. Até mesmo navegar na igreja, aceitar tipo de vestimen-
Internet. As redes sociais têm tas, aceitar novos hábitos?
um poder de conectar pessoas Quantas coisas que, no passa-
e gerar identificação. Através do, brigamos, e hoje nos são
das redes você pode identificar úteis? Qual lição podemos tirar
e alcançar grupos com a sua para a chegada das redes soci-
real necessidade. Logo, é mais ais na igreja?
fácil falar de maneira direta e - Ser Luz em meio às trevas é o
objetiva porque você sabe com nosso desafio. Infelizmente, nas
quem está se comunicando. redes, vemos pessoas que co-
Cada conteúdo e linguagem se metem delitos e se escondem
torna específico. atrás de um perfil. É possível se
A igreja, através das Redes So- manter íntegro e cristão, mes-
ciais, tem o poder de anunciar mo estando logado a um perfil?
com leveza e criatividade o con- - De que maneira você já foi ou
teúdo do evangelho atraindo tem sido beneficiado pela Rede
para si um novo olhar. As pes- social? Como isso pode ser apli-
soas passam a nos enxergar por cado a sua igreja?
um novo prisma, sem, com isso,
perder seu conteúdo, até por-
que o Evangelho já é uma Boa
Notícia. Porque não anunciar
como tal?
PARA PENSAR E AGIR:
- Vivemos num tempo onde é
muito fácil as pessoas não as-

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Assessoria as igrejas, um projeto em parceria com a
ABNC -Associação Batista Norte Caxiense
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