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Autores

José Cleones Pereira dos Santos


Suzana Portuguez Viñas
Roberto Aguilar Machado Santos Silva
Brasil
2020
Exemplares desta publicação podem ser adquiridos com:

e-mail: Suzana-vinas@yahoo.com.br
robertoaguilarmss@gmail.com

Supervisão editorial: Suzana Portuguez Viñas


Projeto gráfico: Roberto Aguilar Machado Santos Silva
Editoração: Suzana Portuguez Viñas

Capa:. Roberto Aguilar Machado Santos Silva

1ª edição

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Autores

José Cleones Pereira dos Santos, Pedagogo, *Psicopedagogo, Neuropsicopedagogo


especialista em Educação Especial, *Especialista Em TEA-Transtorno do Espectro Autista,
*Especialista em Psicomotricidade, Especialista em Ludoterapia, especialista em
Estimulação Cognitiva e Funções Executivas e Intervenção Psicopedagogica em Idosos.

Roberto Aguilar Machado Santos Silva Etologista, Médico Veterinário, escritor


poeta, historiador Doutor em Medicina Veterinária
robertoaguilarmss@gmail.com

Suzana Portuguez Viñas Pedagoga, psicopedagoga, escritora, editora, agente literária


suzana_vinas@yahoo.com.br

3
Dedicatória

ara Deusdete Pereira dos Santos

P Deusdete Pereira dos Santos, nasceu no dia 01 de


janeiro de 1955 na cidade de Lagarto no estado de
Sergipe, mulher guerreira e cheia de propósitos e
objetivos, criou os cinco filhos de forma bastante
carinhosa, dando ensinamentos e direcionando-os
a caminhos do bem.
Mãe de Daciene, Monize, Clécia, Clécio e Cleones
filhos que ela encheu de carinhos e muito amor.
Com luta e determinação ajudou na formação
social de cada um e graças a deus todos
realizados academicamente.
No ano de 2019 foi diagnosticada com Alzheimer,
mais sempre cheia de auto-estima cativante.
Deusdete Pereira é uma guerreira vitoriosa.
Jacobina (BA), 2020.

José Cleomes Pereira dos Santos


Suzana Portuguez Viñas
Roberto Aguilar Machado Santos Silva

4
Quando a velhice chegar, aceita-a,
ama-a. Ela é abundante em
prazeres se souberes amá-la. Os
anos que vão gradualmente
declinando estão entre os mais
doces da vida de um homem.
Mesmo quando tenhas alcançado o
limite extremo dos aos, estes ainda
reservam prazeres.
Sêneca

Lúcio Aneu Séneca (português europeu) ou Sêneca


(português brasileiro) (em latim: Lucius Annaeus
Seneca; Corduba, ca. 4 a.C. — Roma, 65) foi um
filósofo estoico e um dos mais célebres advogados,
escritores e intelectuais do Império Romano. Conhecido
também como Séneca (ou Sêneca), o Moço, o Filósofo,
ou ainda, o Jovem, sua obra literária e filosófica, tida
como modelo do pensador estoico durante o
Renascimento, inspirou o desenvolvimento da tragédia
na dramaturgia europeia renascentista. Sêneca foi
simultaneamente dramaturgo de sucesso, uma das
pessoas mais ricas de Roma, estadista famoso e
conselheiro do imperador. Sêneca teve que negociar,
persuadir e planejar seu caminho pela vida. Ao invés de
filosofar da segurança da cátedra de uma universidade,
ele teve que lidar constantemente com pessoas não
cooperativas e poderosas e enfrentar o desastre, o
exílio, a saúde frágil e a condenação à morte. Sêneca
correu riscos e teve grandes feitos.[

5
Apresentação
medida que as pessoas envelhecem, ocorrem mudanças

À no cérebro que levam a diferenças de pensamento e


comportamento. Distingui-los dos estágios iniciais de um
processo anormal (doença) é bastante arbitrário; as definições
geralmente dependem de um impacto nas atividades sociais,
funcionais ou ocupacionais.
A avaliação cognitiva é uma habilidade clínica valiosa. Facilita o
diagnóstico de distúrbios que prejudicam o pensamento e permite
estimativas mais precisas da capacidade funcional. A cognição
também prediz a mortalidade durante as internações hospitalares.
Esses benefícios são claramente de valor prático, e a avaliação
cognitiva também pode ser uma habilidade que pode ser usada
na estrutura de habilidades de procedimento diretamente
observada para avaliação contínua.
José Cleones Pereira dos Santos
Suzana Portuguez Viñas
Roberto Aguilar Machado Santos Silva
Brasil
2020

6
Sumário

Introdução.....................................................................................8
Capítulo 1 - Saúde global e envelhecimento............................10
Capítulo 2 - Demência em pessoas idosas..............................24
Capítulo 3 - Avaliação e mecanismos neurais do
envelhecimento e declínio cognitivo.........................42
Epílogo.........................................................................................54
Anexos.........................................................................................55
Bibliografia consultada..............................................................86

7
Introdução

Q
uase 40% das pessoas com mais de 65 anos
experimentam algum tipo de perda de memória. Quando
não há nenhuma condição médica subjacente causando
essa perda de memória, ela é conhecida como "comprometimento
da memória associado à idade", que é considerada parte do
processo normal de envelhecimento.
Doenças cerebrais como a doença de Alzheimer, bem como
outras demências são diferentes. O comprometimento da
memória associado à idade e a demência podem ser separados
de diversas maneiras.
Medir a função cognitiva de alguém é uma das avaliações mais
importantes que os médicos fazem, particularmente os que
envolvem psiquiatria e medicina geriátrica. É fundamental para
detectar demência e delírio.
Uma multiplicidade de testes de função cognitiva foi desenvolvida.
Cada um tem suas próprias vantagens e desvantagens. Os testes
variam em quanto tempo eles levam e a quantidade de
equipamentos que você precisa para realizá-los. Alguns estão
disponíveis gratuitamente, enquanto que para outros será
necessário obter permissão e pagar uma taxa. Tem havido muitas
revisões de testes de avaliação cognitiva ao longo dos anos,
alguns dos quais relatam informações detalhadas sobre as
8
propriedades psicométricas de diferentes testes e outros que
descrevem mais simplesmente as suas propriedades.
A Associação de Alzheimer norte-americana desenvolveu o
Cognitive Assessment Toolkit para dar aos clínicos orientação
sobre quais testes estão disponíveis e como eles podem ser
usados na prática clínica. O kit de foi desenvolvido por um grupo
consultivo multidisciplinar informado pela experiência clínica e
referência à literatura relevante.
As ferramentas incluídas neste kit podem ser administradas por
qualquer profissional de saúde treinado sem a necessidade de um
especialista, embora possam ser necessárias contribuições de
especialistas para a interpretação dos resultados.
Um grande esforço envolveu a escolha e justificação de medidas
de resultados primários em estudos de pesquisa. Como a clareza
sobre os efeitos da intervenção é tão importante, a familiaridade
básica com os pontos fortes e fracos das escalas de avaliação do
UPDRS comumente usadas na demência pode ajudar a melhorar
o rigor da prática clínica.

9
Capítulo 1
Saúde global e
envelhecimento

S
egundo a Organização da Saúde (World Health
Organization, 2019 b), o mundo está enfrentando uma
situação sem precedentes: em breve teremos mais
pessoas idosas do que crianças e mais pessoas com idade
avançada do que nunca. À medida que a proporção de idosos e a
duração da vida aumentam em todo o mundo, surgem questões-
chave. O envelhecimento da população será acompanhado por
um período mais longo de boa saúde, uma sensação sustentada
de bem-estar e períodos prolongados de envolvimento social e
produtividade, ou estará associado a mais doença, incapacidade
e dependência? Como o envelhecimento afetará a saúde e os
custos sociais? Esses futuros são inevitáveis ou podemos atuar
para estabelecer uma infraestrutura física e social que promova
melhor saúde e bem-estar na velhice? Como o envelhecimento da
população terá um desempenho diferente para os países de baixa
renda que envelhecerão mais rapidamente do que seus pares,
mas antes de se tornarem industrializados e ricos?
O envelhecimento populacional é uma força demográfica
poderosa e transformadora. Estamos apenas começando a
compreender seus impactos nos níveis nacional e global. À
10
medida que nos preparamos para uma nova realidade
demográfica, esperamos que este relatório desperte a
conscientização não apenas sobre o vínculo crítico entre a saúde
global e o envelhecimento, mas também sobre a importância de
uma pesquisa rigorosa e coordenada para preencher lacunas em
nosso conhecimento e a necessidade de ação baseada em
políticas baseadas em evidências.
De acordo com a Organização das Nações Unidas (UN, 2019a), a
população global com 60 anos ou mais totalizou 962 milhões em
2017, mais de duas vezes maior do que em 1980, quando havia
382 milhões de idosos em todo o mundo. Espera-se que o
número de idosos duplique até 2050, quando se prevê que
chegue a quase 2,1 bilhões. Em 2030, espera-se que os idosos
excedam o número de crianças menores de 10 anos (1,41 bilhão
versus 1,35 bilhão); em 2050, as projeções indicam que haverá
mais idosos com 60 anos ou mais do que adolescentes e jovens
entre 10 e 24 anos (2,1 bilhões versus 2,0 bilhões). Globalmente,
prevê-se que o número de pessoas com 80 anos ou mais
aumente mais de três vezes entre 2017 e 2050, passando de 137
milhões para 425 milhões. Dois terços dos idosos do mundo
vivem nas regiões em desenvolvimento, onde seus números
estão crescendo mais rapidamente do que nas regiões
desenvolvidas. Em 2050, espera-se que quase 8 em cada 10
idosos do mundo estejam vivendo nas regiões em
desenvolvimento. O envelhecimento da população - o aumento
inevitável da parcela de pessoas idosas resultante do declínio da
fertilidade e a melhora na sobrevivência que caracteriza a

11
transição demográfica - está ocorrendo em todo o mundo. Estima-
se que cada um dos 201 países ou áreas com pelo menos 90.000
habitantes em 2017 aumente a proporção de pessoas com 60
anos ou mais entre 2017 e 2050.

Envelhecimento normal e
demência
De acordo com Prendecki et al. (2019), nos estudos psicológicos
em idosos, três subperíodos foram estratificados entre pessoas
com mais de 60 anos; estes incluíam jovens (65-75 anos de
idade), idosos (75-85 anos) e idosos (acima de 85 anos de idade).
A deterioração das funções cognitivas era visível na faixa etária
dos idosos mais velhos, enquanto alterações estruturais
assintomáticas no cérebro, como atrofia cortical, poli- e
leucoaraiose (deterioração da substância branca, presente em 8-
90% dos idosos sem sinais de demência), ou diminuição do
metabolismo da glicose e deterioração do fluxo subcortical e
cortical, poderiam ser detectados pela neuroimagem mesmo entre
os jovens mais velhos.
Conforme os mesmos autores, o envelhecimento progressivo da
população é um dos fatores que determinam a ocorrência cada
vez mais frequente de comprometimento cognitivo e síndromes
demenciais. A demência, devido à sua prevalência na população
(ocorre em aproximadamente 10% dos 65 anos de idade e em
aproximadamente 30% a 40% dos 90 anos de idade), requer
grande preocupação e cuidado clínico. Estima-se que, até 2040, o
12
número de idosos com demência no mundo ultrapasse 80
milhões.
De acordo com a classificação dos transtornos mentais no DSM-V
da Associação Americana de Psiquiatria (Manual Diagnóstico e
Estatístico de Transtornos Mentais), não há categoria diagnóstica
isolada para “demência”, mas os critérios para esse diagnóstico
estão contidos nos vários tipos de demência, por exemplo,
doença de Alzheimer (DA), doença de Parkinson (PD) ou outras
doenças. De acordo com esses critérios, um diagnóstico de
demência é necessário para determinar a presença de múltiplos
déficits cognitivos que causam distúrbios significativos no
funcionamento da exclusão social e doença mental (depressão) e
delirium. A demência é um comprometimento progressivo do
estado funcional e reduz significativamente a qualidade de vida
dos idosos em todas as suas dimensões, uma vez que a
incapacidade física e a perda do controle esfincteriano coexistem
com a demência. A causa mais comum de demência nos
pacientes mais idosos é o processo degenerativo que está
ocorrendo no cérebro no curso da DA. Na velhice, um importante
processo associado à degeneração dos neurônios na DA é a
arteriosclerose cerebral.
A demência, com neurônios que estão morrendo, é causada por
ambas as patologias. Uma alta porcentagem das causas de
demência em idosos pode desenvolver depressão. Nestes
pacientes, o seguinte é observado especialmente com frequência:
perda de interesse, distúrbios do sono, distúrbios psicomotores e

13
problemas de concentração. Por sua vez, o uso de múltiplas
drogas na demência dificulta o diagnóstico de depressão.
Entender como efetivamente promover o envelhecimento
saudável e prevenir doenças neurodegenerativas que apresentam
sintomas em adultos mais velhos, portanto, está se tornando cada
vez mais importante. Um dos maiores desafios associados ao
envelhecimento da população é a demência.

Classificação das demências


No início dos anos 1960, o Programa de Saúde Mental da
Organização Mundial da Saúde (OMS) tornou-se ativamente
envolvido em um programa com o objetivo de melhorar o
diagnóstico e classificação de transtornos mentais. Naquela
época, a OMS convocou uma série de reuniões para revisar o
conhecimento, envolvendo ativamente representantes de
diferentes disciplinas, escolas de pensamento em psiquiatria e
todas as partes do mundo no programa. A conferência de
Copenhague recomendou que os pontos de vista das diferentes
tradições psiquiátricas apresentado em publicações descrevendo
as origens da classificação na CID-10. As descrições clínicas e as
diretrizes diagnósticas foram as primeiras de uma série de
publicações desenvolvidas a partir do Capítulo V (F) da CID-10.
Esta publicação foi o culminar dos esforços de numerosas
pessoas que contribuíram para isso durante muitos anos. O
trabalho passou por vários rascunhos importantes, cada um
preparado após extensas consultas com painéis de especialistas,
14
sociedades nacionais e internacionais e consultores individuais. O
esboço em uso em 1987 foi a base de testes de campo
conduzidos em cerca de 40 países, o que constituiu o maior
esforço de pesquisa já realizado para melhorar o diagnóstico
psiquiátrico. Os resultados dos ensaios foram utilizados na
finalização de diretrizes clínicas.
Segundo o ICD-10 (Classification of Mental and Behavioural
Disorders, 1993), as demências são classificadas conforme a
seguir: orgânica, incluindo sintomática, distúrbios mentais

Demência

G1. Evidência de cada um dos seguintes:


(1) Um declínio na memória, que é mais evidente no aprendizado
de novas informações, embora em casos mais graves, a
recordação de informações previamente aprendidas também
possa ser afetada. A deficiência se aplica a material verbal e não
verbal. O declínio deve ser objetivamente verificado, obtendo-se
um histórico confiável de um informante, suplementado, se
possível, por testes neuropsicológicos ou avaliações cognitivas
quantificadas. A gravidade do declínio, com comprometimento
leve como o limiar para o diagnóstico, deve ser avaliada da
seguinte forma:

Leve: um grau de perda de memória suficiente para interferir nas


atividades cotidianas, embora não tão severo a ponto de ser

15
incompatível com a vida independente (ver comentário sobre os
aspectos culturais da "vida independente" na página 24). A
principal função afetada é a aprendizagem de novo material. Por
exemplo, o indivíduo tem dificuldade em registrar, armazenar e
relembrar elementos da vida diária, como onde foram colocados
pertences, arranjos sociais ou informações recentemente
transmitidas por membros da família.

Moderado: Um grau de perda de memória que representa uma


séria desvantagem para a vida independente. Somente material
altamente aprendido ou muito familiar é retido. Novas informações
são mantidas apenas ocasionalmente e muito brevemente. O
indivíduo é incapaz de lembrar informações básicas sobre onde
ele mora, o que ele tem feito recentemente ou os nomes de
pessoas familiares.

Grave: um grau de perda de memória caracterizado pela


completa incapacidade de reter novas informações. Apenas
fragmentos de informações previamente aprendidas permanecem.
O sujeito não consegue reconhecer parentes próximos.

(2) Um declínio em outras habilidades cognitivas caracterizadas


pela deterioração no julgamento e pensamento, tais como
planejamento e organização, e no processamento geral da
informação. Provas disso devem ser obtidas quando possível,
entrevistando-se um informante, complementado, se possível, por
testes neuropsicológicos ou avaliações objetivas quantificadas. A

16
deterioração de um nível anteriormente mais alto de desempenho
deve ser estabelecida. A gravidade do declínio, com
comprometimento leve como o limiar para o diagnóstico, deve ser
avaliada da seguinte forma:

Suave. O declínio nas habilidades cognitivas causa desempenho


prejudicado na vida diária, mas não em um grau que torna o
indivíduo dependente dos outros. Tarefas diárias mais
complicadas ou atividades recreativas não podem ser realizadas.

Moderado. O declínio nas habilidades cognitivas torna o indivíduo


incapaz de funcionar sem a assistência de outro na vida diária,
incluindo compras e manuseio de dinheiro. Dentro de casa,
apenas as tarefas simples são preservadas.
As atividades são cada vez mais restritas e mal sustentadas.
Grave. O declínio é caracterizado por uma ausência, ou ausência
virtual, de ideação inteligível. A gravidade geral da demência é
melhor expressa como o nível de declínio na memória ou outras
habilidades cognitivas, o que for mais grave (por exemplo,
declínio leve na memória e declínio moderado nas habilidades
cognitivas indicam uma demência de gravidade moderada).

G2 Preservado awarenenss do ambiente (ou seja, ausência de


turvação da consciência (como definido em F05, critério A)
durante um período de tempo longo o suficiente para permitir a
demonstração inequívoca de G1. Quando há episódios

17
sobrepostos de delirium, o diagnóstico de demência deve ser
adiado.

Awareness significa a qualidade do que está ciente, atento,


advertido. É uma expressão em inglês, derivada de aware, que
significa ter conhecimento ou percepção de algo. Awareness é a
qualidade de estar vigilante, estar percebendo tudo que está
acontecendo em sua volta.

G3 Um declínio no controle emocional ou motivação, ou uma


mudança no comportamento social, se manifesta como pelo
menos um dos
Segue:
(1) labilidade emocional;
(2) irritabilidade;
(3) apatia;
(4) comportamento social grosseiro.

G4 Para um diagnóstico clínico confiável, o G1 deveria estar


presente há pelo menos seis meses; se o período desde o início
manifesto é mais curto, o diagnóstico só pode ser tentativo.
Comentários: O diagnóstico é ainda corroborado por evidências
de danos a outras funções corticais superiores, como afasia,
agnosia e apraxia.
O julgamento sobre a vida independente ou o desenvolvimento da
dependência (sobre os outros) precisa levar em conta a
expectativa cultural e o contexto.

18
A demência é especificada aqui como tendo uma duração mínima
de seis meses para evitar confusão com estados reversíveis com
síndromes comportamentais idênticas, como hemorragia subdural
traumática (S06.5), hidrocefalia de pressão normal (G91.2) e
lesão cerebral difusa ou focal (S06 .2 e S06.3).
Um quinto caractere pode ser usado para indicar a presença de
sintomas adicionais, nas categorias F00-F03 (F00 Demência na
doença de Alzheimer; F01 Demência vascular; F02 Demência em
doenças classificadas em outra parte; F03 Demência não
especificada), como segue:
.x0 sem sintomas adicionais
.x1 com outros sintomas, predominantemente delirantes
.x2 com outros sintomas, predominantemente alucinatórios
.x3 com outros sintomas, predominantemente depressivos
.x4 com outros sintomas mistos
Um sexto caractere pode ser usado para indicar a gravidade da
demência:
.xx0 leve
.xx1 moderado
.xx2 grave
Como mencionado acima, a gravidade geral da demência
depende do nível de memória ou deficiência intelectual, o que for
mais grave.

F00. Demência na Doença de Alzheimer

19
A. Os critérios gerais para demência (G1 a G4) devem ser
atendidos.
B. Não há evidências da história, exame físico ou investigações
especiais para qualquer outra possível causa de demência (por
exemplo, doença cerebrovascular, doença de Parkinson, doença
de Huntington, hidrocefalia de pressão normal), um transtorno
sistêmico (por exemplo, hipotireoidismo, vit. B12 ou folículo).
deficiência ácida, hipercalcemia) ou abuso de álcool ou drogas.
Comentários: O diagnóstico é confirmado por evidências post
mortem de emaranhados neurofibrilares e placas neuríticas em
excesso daquelas encontradas no envelhecimento normal do
cérebro.
As seguintes características suportam o diagnóstico, mas não são
elementos necessários: Envolvimento das funções corticais
evidenciadas por afasia, agnosia ou apraxia; diminuição de
motivação e motivação, levando a apatia e falta de
espontaneidade; irritabilidade e desinibição do comportamento
social; evidência de investigações especiais de que há atrofia
cerebral, particularmente se isso puder ser demonstrado que está
aumentando ao longo do tempo. Em casos graves, pode haver
alterações extrapiramidais semelhantes ao Parkinson, logoclonia
e convulsões epilépticas.
Especificação de recursos para possíveis subtipos. Devido à
possibilidade de existirem subtipos, recomenda-se que as
seguintes características sejam verificadas como base para uma
classificação adicional: idade de início; taxa de progressão; a
configuração das características clínicas, particularmente a

20
proeminência relativa (ou falta) dos sinais temporais, parietais ou
do lobo frontal; quaisquer anormalidades neuropatológicas ou
neuroquímicas e seu padrão.
A divisão da DA em subtipos pode, no presente, ser realizada de
duas maneiras: primeiro, tomando apenas a idade de início e
marcando a DA como precoce ou tardia, com um ponto de corte
aproximado de 65 anos; ou em segundo lugar, avaliando quão
bem o indivíduo está em conformidade com uma das duas
síndromes putativas, tipo de início precoce ou tardio.
Deve-se notar que é improvável que exista uma forte distinção
entre o tipo de início precoce e tardio. O tipo de início precoce
pode ocorrer no final da vida, assim como o tipo de início tardio
pode ocasionalmente ter um início com menos de 65 anos. Os
seguintes critérios podem ser usados para diferenciar F00.0 de
F00.1, mas deve ser lembrado que o status de esta subdivisão
ainda é controversa.

F00.0 Demência na doença de Alzheimer com início precoce

1. Os critérios para demência na doença de Alzheimer (F00)


devem ser atendidos e a idade de início é menor que 65 anos.
2. Além disso, pelo menos um dos seguintes requisitos deve ser
atendido:
(a) evidência de um início e progressão relativamente rápidos;
(b) além do comprometimento da memória, há afasia (amnésica
ou sensitiva), agrafia, alexia, acalculia ou apraxia (indicando a

21
presença de comprometimento temporal, parietal e / ou do lobo
frontal).

F00.1 Demência na doença de Alzheimer com início tardio

1. Os critérios para demência na doença de Alzheimer (F00)


devem ser atendidos e a idade de início deve ser de 65 ou mais
anos.
2. Além disso, pelo menos um dos seguintes requisitos deve ser
atendido:
(a) evidência de um início e progressão muito lentos e graduais (a
taxa desta última pode ser conhecida apenas retrospectivamente
após um curso de 3 anos ou mais);
(b) predomínio do comprometimento de memória G1.1, sobre o
comprometimento intelectual G1.2 (ver critérios gerais para
demência).

00.2 Demência na doença de Alzheimer, tipo atípico ou misto

Use este termo e código para demências que tenham


características atípicas importantes ou que preencham os critérios
para o tipo de início precoce e tardio da doença de Alzheimer. A
doença de Alzheimer mista e a demência vascular também estão
incluídas aqui.
F00.9 Demência na doença de Alzheimer, não especificada

22
Se os critérios também forem preenchidos para demência na
doença de Alzheimer com início tardio (F00.1), esta categoria
F00.1 deve ser usada em combinação com a doença de
Parkinson G20.

23
Capítulo 2
Demência em pessoas
idosas

D
e acordo com D. LoGiudice e R. Watson (2014) do
Departamento de Cuidado do Idoso, The Royal
Melbourne Hospital, Melbourne, Victoria (Austrália), a
demência é uma condição comum em idosos caracterizada por
múltiplos déficits cognitivos resultando em um declínio em relação
ao nível anterior de função. Na pessoa idosa, várias patologias
contribuem, incluindo alterações comumente vistas na doença de
Alzheimer, demência com corpos de Lewy, além de alterações
vasculares. Fatores comórbidos, como depressão, delírio e
polifarmácia podem contribuir para o declínio cognitivo. Novos
biomarcadores e técnicas de neuroimagem podem ajudar em um
futuro próximo a melhorar a precisão do diagnóstico. Até o
momento, as terapias farmacológicas têm sido amplamente
malsucedidas e fornecem apenas alívio sintomático. O
diagnóstico oportuno da demência pode facilitar discussões
importantes sobre o planejamento pessoal e financeiro e introduzir
educação e suporte para a pessoa com demência e seus
cuidadores. A pessoa com demência comumente apresenta
sintomas comportamentais e psicológicos de demência que
podem causar muito sofrimento, inclusive para familiares e
cuidadores.

24
A demência tem um grande impacto na vida das pessoas com a
doença, suas famílias e cuidadores. É um transtorno que
apresenta muitos desafios aos profissionais de saúde em todo o
percurso do atendimento, desde o diagnóstico precoce até o fim
da vida. Existem muitos critérios para descrever as características
clínicas da demência, mas as características subjacentes
enfatizam uma condição adquirida, caracterizada por múltiplos
comprometimentos cognitivos, e representam um declínio da
função anterior. Os critérios do Manual Diagnóstico e Estatístico
Recente de Transtornos Mentais, Quinta Edição (DSM V, do
inglês Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders, Fifth
Edition) descrevem o comprometimento cognitivo e a demência
no reino dos distúrbios neurocognitivos. Uma parte essencial da
avaliação é a exclusão de depressão ou delírio que podem
mimetizar declínio cognitivo. As principais causas subjacentes de
demência em idosos incluem doença de Alzheimer (DA ou AD do
inglês Alzheimer Disease), comprometimento cognitivo vascular
(VCI, do inglês vascular cognitive impairment) / demência vascular
(VaD, do inglês Vascular Dementia) e demência com corpos de
Lewy (DLB, do inglês Dementia with Lewy Bodies). É cada vez
mais óbvio a partir de estudos neuropatológicos que a demência
na velhice reflete mais de um estado patológico.
Segundo com D. LoGiudice e R. Watson (2014) a demência não é
uma parte normal do envelhecimento, mas afeta
predominantemente pessoas mais velhas, com taxas de
prevalência globais acima dos 60 anos variando entre 5% e 7%,
aumentando exponencialmente com a idade com estima-se que

25
20% das pessoas com mais de 85 anos apresentem evidências
da doença. Estima-se que 322.000 pessoas na Austrália vivam
com demência, um número que deverá triplicar até 2050. Na
Austrália, os grupos com necessidades especiais incluem um em
cada oito australianos com demência que não falam inglês em
casa; Australianos indígenas com taxas documentadas de
demência de até 3 a 5 vezes não indígenas; e idosos que vivem
em áreas rurais. A demência é a principal causa da carga não
fatal da doença em pessoas com mais de 75 anos e é
responsável por 6% de todas as mortes.4 As estimativas de
sobrevida média desde o início dos sintomas variam, mas são
estimadas em 4,1 anos para homens e 4,6 anos para mulheres ,
influenciada pela idade e deficiência. A demência é caracterizada
por altos níveis de deficiência ao longo do último ano de vida, e há
um reconhecimento crescente da demência avançada como uma
doença terminal que requer uma abordagem paliativa. Idosos com
demência internados em hospitais agudos constituem um grupo
vulnerável - com maiores taxas de morbidade e mortalidade,
maior tempo de internação e maior probabilidade de experimentar
eventos adversos ou admissão em cuidados residenciais.

26
Fatores de risco e fatores potencialmente protetores para demência.
Adaptado de Lautenschlager et al. (2003).
Fatores de risco para demência
Estabelecido (não modificável)
Apolipoproteína E4 para idosos
Síndrome de Down (DA)
Mutações genéticas (AD <1%)
Provável (potencialmente modificável)
Fatores de risco vascular de meia-idade (por exemplo, hipertensão, obesidade,
hiperlipidemia)
Diabetes
Ferimento na cabeça
Depressão
Fumar
Potencialmente protetor
Educação
Atividade física
Atividade de estimulação cognitiva
Compromisso social

A DA de início precoce que se apresenta com menos de 65 anos


pode estar associada a mutações genéticas nos cromossomos,
mas é responsável por menos de 0,1% de todos os pacientes
atendidos. A apoliproproteína E4 (Apo E4) está consistentemente
documentada para aumentar o risco de DA de início tardio, mas
até 20 novos genes de suscetibilidade estão atualmente em
revisão. Parentes de primeiro grau daqueles com DA de início
tardio têm aproximadamente o dobro do risco de doença ao longo
da vida.

Fatores de risco e estratégias de


prevenção
Os principais fatores de risco comprovados para demência são
idade e predisposição genética, incluindo ApoE4. No entanto,
27
pesquisas emergentes indicam que vários fatores de risco,
inicialmente pensados para prever VaD, também estão
associados à AD. Essas condições comuns de meia-idade
incluem hipertensão, diabetes mellitus, fibrilação atrial, doença da
artéria carótida, obesidade, hiperlipidemia e hiper-
homocisteinemia. Outros fatores reconhecidos como fatores de
risco para demência, incluindo DA são traumatismo craniano
associado à perda de consciência, depressão, transtorno de
estresse pós-traumático, tabagismo e uso de medicamentos
anticolinérgicos. A importância de direcionar esses fatores de
risco é agora apoiada por dados recentes de que as taxas
específicas por idade podem de fato estar diminuindo como
resultado de uma melhora nos fatores médicos e de estilo de vida.
As possíveis estratégias preventivas destacam as evidências de
estudos em animais e humanos observacionais de que o aumento
da atividade física está associado a uma diminuição do risco de
DA, e estudos randomizados demonstraram benefícios cognitivos
da atividade física em pessoas com risco de demência. O
envolvimento social parece diminuir o risco de demência, mas o
consenso sobre o que é envolvimento social positivo e como pode
ser medido ainda não foi operacionalizado. Pessoas com ensino
superior têm menos probabilidade de desenvolver demência, mas
há evidências conflitantes sobre se a educação afeta as taxas de
declínio cognitivo ou apenas fornece uma reserva cognitiva. Além
disso, a promoção de atividades cognitivamente estimulantes,
como ler, jogar, fazer palavras cruzadas e outras, é apoiada por

28
dados limitados que documentam a melhoria nas atividades
diárias.

Características clínicas das


demências mais comuns em
pessoas idosas
O estado de transição entre o envelhecimento normal e a
demência foi classificado por diferentes nomes e critérios para
descrever déficits objetivos nas habilidades cognitivas que estão
associados a uma relativa falta de declínio funcional.
Comprometimento cognitivo leve (MCI, do inglês Mild Cognitive
Impairment) é o termo mais comumente usado (ou transtorno
neurocognitivo leve pelos critérios do DSMV). O MCI é duas
vezes mais comum que a demência e contribuído por várias
condições, como delírio, uso crônico de álcool e drogas,
depressão, doenças psiquiátricas e outras que podem ser
potencialmente reversíveis. MCI mostra instabilidade, com nem
todos progredindo clinicamente, mas as taxas de conversão para
demência permanecem significativas. A conversão para demência
é caracterizada pelo aumento do prejuízo no funcionamento social
e ocupacional, com padrões cognitivos específicos observados
em diferentes tipos de demência.

Doença de Alzheimer (DA)


29
Doença de Alzheimer (DA ou do inglês Alzheimer Disease, AD), é
a causa mais comum de demência, uma condição
neurodegenerativa que é insidiosa e progressiva. Novo
aprendizado e recordação prejudicados (perda amnéstica não
melhorada com estímulo) exibidos como um esquecimento
generalizado é uma característica inicial. Mudanças na
comunicação são notadas, com diminuição do vocabulário e
dificuldades de expressão ou de encontrar palavras. Déficits
visuoconstrutivos, desorientação espacial e dispraxia tornam-se
evidentes, principalmente com menor capacidade de julgar a
distância em tarefas, como dirigir, e a pessoa pode se perder em
ambientes familiares. O tratamento de uma pessoa com DA é
frequentemente dificultado pela falta de percepção ou
anosognosia. Embora o comprometimento da memória seja
freqüentemente um sintoma manifesto, ele não é visto em todos
os casos e pode ocorrer um platô na função cognitiva. As
síndromes corticais focais descrevem apresentações não
amnésticas atípicas de DA e incluem predominância em qualquer
idioma, visual / agnosia ou função executiva, refletindo mudanças
de maneira biparietal ou occipitotemporal. Na pessoa idosa, a
apresentação comórbida com comprometimento cognitivo
vascular (VCI do inglês Vascular cognitive impairment ou
Demência com corpos de Lewy (DLB, do inglês Dementia with
Lewy Bodies) pode alterar a apresentação típica da doença. A
DA de início precoce é incomum e mais frequentemente
associada a uma anormalidade genética, como os genes da
presenilina. Aqueles com DA de início precoce têm maior

30
probabilidade de apresentar características atípicas e a
progressão costuma ser rápida.

Corpo de Lewy: as principais anormalidades cerebrais ligadas


à demência por corpos de Lewy são nomeadas em
homenagem a Frederich H. Lewy, M. D., o neurologista que as
descobriu enquanto trabalhava no laboratório do Dr. Alois
Alzheimer durante o início do século XX. A proteína alfa-
sinucleína, o principal componente dos corpos de Lewy, é
amplamente encontrada no cérebro, mas sua função normal
ainda não é conhecida. Os corpos de Lewy também são
encontrados em outras doenças cerebrais, incluindo a doença
de Alzheimer e a demência da doença de Parkinson. Muitas
pessoas com Parkinson eventualmente desenvolvem
problemas de pensamento e raciocínio, e muitas pessoas com
demência de corpos de Lewy apresentam sintomas de
movimento, como postura curvada, músculos rígidos, andar
arrastado e dificuldade para iniciar o movimento.

Demência com corpos de Lewy


Demência com corpos de Lewy (DLB, do inglês Dementia with
Lewy Bodies) é uma forma comum de demência na idade
avançada. Está associada a maiores taxas de morbidade,
mortalidade, estresse do cuidador e pior qualidade de vida do que
a DA. Patologicamente, DLB é caracterizado pela presença de
patologia relacionada a Lewy - agregados anormais da proteína
sináptica alfa-sinucleína que formam corpos de inclusão (corpos
de Lewy) ou neurites de Lewy. As características
neuropsicológicas incluem problemas visuoespaciais precoces,
disfunção executiva com comprometimento da atenção
proeminente e memória episódica menos comprometida do que
na DA. As principais características clínicas da doença incluem
alucinações visuais recorrentes, flutuação cognitiva e

31
parkinsonismo motor e outras características comuns incluem
distúrbio comportamental do sono de movimento rápido dos olhos,
delírios, depressão, ansiedade, disfunção autonômica e quedas
recorrentes. No entanto, permanece um grande grau de
sobreposição nos sintomas clínicos e na apresentação de DA e
DLB, particularmente nos estágios mais avançados da doença.
Embora os critérios de diagnóstico clínico para DLB tenham alta
especificidade, a sensibilidade é baixa, indicando que muitos
casos são diagnosticados incorretamente durante a vida. A
maioria das demências na vida tardia tem contribuição de
múltiplas patologias, e a carga da patologia do tipo DA também
modifica a síndrome clínica DLB. Isso tem implicações clínicas
importantes, particularmente em vista das reações de
sensibilidade neuroléptica potencialmente fatais.

Relação com a doença de


Parkinson
O desenvolvimento de demência na doença de Parkinson (DP) é
bem conhecido, o risco aumenta com a idade. ‘Demência por
corpos de Lewy’ é um termo que descreve tanto DLB quanto
demência por doença de Parkinson (PDD, do inglês Parkinson
Disease Dementia), reconhecendo que eles compartilham
características clínicas e patológicas comuns e podem
representar 2 pontos ao longo de um espectro possivelmente
contínuo de doenças por corpos de Lewy. A separação entre as
condições é baseada na 'regra de 1 ano' - PDD para aqueles que
32
desenvolvem demência em DP bem estabelecida (ou seja, maior
que 12 meses após o desenvolvimento de parkinsonismo motor) e
DLB para aqueles que desenvolvem declínio cognitivo antes de
ou dentro de 12 meses do desenvolvimento de parkinsonismo
motor. Essa regra bastante arbitrária é importante para fins de
pesquisa para auxiliar em comparações entre estudos, no
entanto, na prática clínica pode ser mais útil descrever a condição
em termos do que o paciente identifica como seu problema
principal e termos gerais, como a doença por corpos de Lewy
pode ser mais útil.

Comprometimento cognitivo
vascular / demência
O termo comprometimento cognitivo vascular / demência (VCI, do
inglês Vascular cognitive impairment/dementia) foi cunhado para
abranger um espectro de doença que inclui subtipos descritos
com base em achados clínicos e radiológicos, variando de
comprometimento cognitivo leve a demencia vascular (VaD do
inglês vascular dementia) e demência neurodegenerativa mista
(por exemplo, AD e VCI). As causas subjacentes de VaD podem
incluir demência pós-AVC, demência multi-enfarte, demência
subcortical, enfarte estratégico (por exemplo, região talâmica),
hipoperfusão e causas hereditárias, pex. infartos subcorticais e
leucoencefalopatia (CADASIL).

33
A síndrome CADASIL, envolvendo arteriopatia autossômica
dominante cerebral com infartos subcorticais e
leucoencefalopatia, é a forma mais comum de transtorno de
AVC hereditário, e acredita-se que seja causada por mutações
no gene Notch 3 no cromossomo 19. A doença pertence a uma
família de transtornos chamados as leucodistrofias. As
manifestações clínicas mais comuns são enxaquecas e
ataques isquêmicos transitórios ou derrames, que geralmente
ocorrem entre 40 e 50 anos de idade, embora a ressonância
magnética seja capaz de detectar sinais da doença anos antes
da manifestação clínica da doença. A condição foi identificada
e nomeada pelos pesquisadores franceses Marie-Germaine
Bousser e Elisabeth Tournier-Lasserve na década de 1990.

A perda de memória pode não ser uma característica inicial da


demência vascular, com déficits na função executiva, incluindo
atenção, velocidade de processamento, lentidão psicomotora e
motora e distúrbios da marcha sendo mais proeminentes. A
linguagem é geralmente preservada e os déficits na recuperação
da memória (em vez da codificação) são observados. O
refinamento dos critérios é necessário para levar em consideração
o conhecimento emergente nesta área.

Neuroimagem
Imagens estruturais usando tomografia computadorizada (TC) ou
ressonância magnética (MRI) fazem parte da investigação
diagnóstica de rotina para pessoas com demência. A TC está
amplamente disponível e é mais comumente usada do que a RM.
Ele permite a avaliação da atrofia global, infartos e atrofia das
estruturas do lobo temporal medial. No entanto, sua utilidade é um
tanto limitada pelo contraste relativamente pobre do tecido.
Inicialmente usados para excluir causas raras de

34
comprometimento cognitivo, como lesões de massa, os avanços
nas técnicas de neuroimagem levaram ao desenvolvimento de
biomarcadores que fornecem informações valiosas quanto à
etiologia subjacente. Marcadores estruturais de ressonância
magnética agora estão incluídos nos critérios diagnósticos para
AD e DLB e podem auxiliar no diagnóstico clínico. Embora o uso
de muitos marcadores de imagem esteja atualmente limitado à
pesquisa, eles oferecem percepções promissoras sobre as
diferenças fisiopatológicas in vivo entre as condições, e mais
trabalhos são necessários para avaliar adequadamente a utilidade
clínica.

35
Avaliação e gestão da demência
Abordagem para diagnóstico
O diagnóstico de demência envolve a coleta de informações de
várias fontes, incluindo história do informante, sinais clínicos,
exames laboratoriais e neuroimagem. Existem várias ferramentas
de rastreamento cognitivo comumente usadas na prática clínica,
incluindo Exame Mini-Mental Status (MMSE, do inglês Mini-Mental
Status Examination) e Escala de Avaliação de Demência
Universal Rowland (RUDAS, do inglês Rowland Universal
Dementia Assessment Scale). O MMSE desenvolvido pela
primeira vez em 1975 foi sujeito a muitos estudos de validação; no
entanto, as limitações incluem viés educacional e cultural, falta de
perguntas para avaliar a função executiva e, mais recentemente,
questões de direitos autorais. O RUDAS foi desenvolvido e
validado especificamente em uma população multicultural
australiana e, além disso, aborda funções executivas. Ele está
disponível gratuitamente, pode ser traduzido diretamente para
outras línguas e parece não ser influenciado por idade, sexo, anos
de educação ou status cultural e linguisticamente diverso, e
estudos de validação iniciais demonstram sua utilidade em
pessoas com demência leve e moderada.
Outras ferramentas, como o Exame Cognitivo III de Addenbrooke
( do inglês Cognitive Examination III Addenbrooke) e a Avaliação
Cognitiva de Montreal (MoCa do inglês Montreal Cognitive
Assessment) focam na detecção precoce de domínios variáveis
36
da avaliação cognitiva. A Escala de Avaliação Cognitiva de
Kimberley (do inglês Kimberley Cognitive Assessment Scale) foi
desenvolvida especificamente para aborígenes australianos mais
velhos que vivem em áreas remotas e rurais. O manejo eficaz das
comorbidades físicas é um componente essencial do manejo
moderno do idoso com demência, incluindo a busca de sintomas
de depressão, delírio e polifarmácia. Frequentemente, há um
elemento de niilismo terapêutico com respeito ao diagnóstico de
demência devido à falta de uma cura eficaz e ao estigma
associado ao diagnóstico. No entanto, o diagnóstico oportuno, o
encaminhamento apropriado para serviços de apoio e
aconselhamento podem potencialmente aliviar o estresse
associado ao cuidado de pessoas com demência e retardar a
institucionalização.

Tratamento
Não há cura ou medicação para retardar a progressão da DA,
mas o benefício sintomático está disponível com os inibidores da
acetilcolinesterase (AChEI) (donepezil, rivastigmina e
galantamina) e memantina, que é um antagonista parcial do N-
metil-Daspartato. Os IAChE mostraram melhora sintomática
modesta na função cognitiva, no resultado global e nas atividades
da vida diária. Cerca de 40–50% das pessoas com DA respondem
sintomaticamente, embora os marcadores clínicos para indicar
aqueles com maior probabilidade de responder não estejam
estabelecidos. Na ausência de terapias mais eficazes, esses
37
medicamentos continuam sendo uma opção importante no
tratamento da DA. Os efeitos colaterais incluem náuseas, vômitos,
diarréia, tontura, perda de peso e bradicardia. As evidências
sugerem benefícios positivos para sintomas não cognitivos,
especialmente apatia, depressão e ansiedade e melhora da
função e diminuição da taxa de declínio em comparação com o
placebo. A memantina é bem tolerada, com principais efeitos
colaterais, incluindo prisão de ventre, tontura e dor de cabeça. A
autoridade do Programa de Benefícios Farmacêuticos é
necessária para o acesso subsidiado a AChEI ou memantina (não
ambos ao mesmo tempo) naqueles com uma pontuação MMSE
maior que 10, embora o relaxamento recente da aprovação para
uso continuado facilite decisões baseadas em mais clinicamente
relevantes. Uma combinação de ambas as drogas foi testada em
estudos clínicos, mas faltam evidências de melhora significativa.
Não há evidências de benefícios para a vitamina E e outros
antioxidantes, Gingko biloba, estrogênio, ácidos graxos
poliinsaturados ômega-3 e outras substâncias. A pesquisa atual
visa prevenir ou reverter o processo da doença pela manipulação
das enzimas secretase envolvidas na produção de beta amilóide e
dissolução de placas por imunomodulação, inibição da agregação
de beta amilóide por interferência com zinco e cobre, drogas para
alvejar tau e outros meios. O uso de terapias anti-amilóides na
demência estabelecida tem sido ineficaz e agora está sendo
testado na doença pré-clínica.
Da mesma forma, as opções de tratamento do VaD têm sido
decepcionantes. A aspirina não se mostrou eficaz, apesar de seu

38
benefício na prevenção secundária de AVC, mas muitos pacientes
são tratados, apesar das evidências adequadas. Foi demonstrado
que os IAChE fornecem melhora modesta nos resultados, embora
provavelmente confundam a interpretabilidade do limite de AD
associado. A memantina confere uma melhora leve nos escores
cognitivos, mas nenhuma melhora substancial na função. Na
Austrália, nenhum dos medicamentos é subsidiado no esquema
de benefícios farmacêuticos para VaD. Outros medicamentos,
como bloqueadores dos canais de cálcio, não se mostraram úteis
até o momento, embora haja evidências de que medidas
preventivas podem ser benéficas, por exemplo, um subestudo do
Estudo de Proteção do Perindopril contra AVC recorrente revelou
menos progressão de hiperintensidades de substância branca
com agressividade tratamento anti-hipertensivo.
Um dos desafios no manejo da DLB é a priorização dos sintomas,
entendendo que a melhora de um sintoma pode ocorrer às custas
da piora de outros. Os inibidores da colinesterase constituem a
base do tratamento de sintomas cognitivos e psiquiátricos em
DLB, com benefícios observados na flutuação cognitiva, delírios,
alucinações e distúrbios do sono. Efeitos benéficos leves em
alucinações visuais, delírios e sono também foram observados
com o uso de memantina. A medicação antipsicótica deve ser
evitada em pessoas com DLB, pois podem piorar o parkinsonismo
e precipitar reações de sensibilidade fatais em até 50% dos
pacientes. As reações de sensibilidade são observadas apenas
em pacientes com DLB e incluem piora repentina do
parkinsonismo, confusão e comprometimento da consciência e

39
também ocorrem com o uso de agentes atípicos (por exemplo,
risperidona, olanzapina). Portanto, os inibidores da colinesterase
devem ser usados inicialmente. O uso cauteloso de
medicamentos antipsicóticos com menos efeitos colaterais
extrapiramidais, como quetiapina ou clozapina, pode ser
considerado para o tratamento de sintomas psicóticos como
terapia de segunda linha, iniciada por especialistas em demência,
em dose baixa com monitoramento frequente e cuidadoso.
Medicamentos antiparkinsonianos podem ser úteis para o
tratamento de sintomas motores em alguns pacientes com DLB, e
os médicos geralmente devem ter como objetivo a menor dose
possível de monoterapia com levodopa e evitar (ou interromper)
outros agentes, como agonistas da dopamina devido à sua
propensão a exacerbar confusão.

Sintomas comportamentais e
psicológicos de demência
Sintomas comportamentais e psicológicos de demência (BPSD,
do inglês Behavioural and psychological symptoms of dementia),
refere-se a um amplo espectro de sintomas que incluem agressão
física, agitação, alucinações e delírios, depressão e ansiedade,
errância e distúrbios do sono e ocorrem em quase todas as
pessoas com demência em algum estágio. Gerenciar esses
sintomas pode ser extremamente desafiador, especialmente em
um ambiente hospitalar. As diretrizes de melhores práticas

40
recomendam intervenções não farmacológicas como a primeira
abordagem, excluindo delirium, abordando nutrição, constipação,
sono e déficits sensoriais. Estudos recentes documentam que o
tratamento individualizado da dor diminui significativamente os
níveis de agitação em pessoas com demência e deve ser o
tratamento de primeira linha. A identificação de gatilhos e o
objetivo de atender às necessidades não atendidas utilizando
intervenções psicossociais, como interação social e música
personalizada, costumam ser suficientes para melhorar os
sintomas de BPSD. Na realidade, medicamentos psicotrópicos,
incluindo antipsicóticos atípicos, são frequentemente usados
como primeira linha, mas a evidência de seu benefício é pequena
e superada por um perfil de efeito adverso significativo que inclui
sedação, parkinsonismo, distúrbio da marcha, quedas, infecção
torácica, desidratação, declínio cognitivo, acidente vascular
cerebral e risco de mortalidade até 60% maior. Antipsicóticos
atípicos podem ser necessários para sintomas direcionados,
como psicose e agitação em uma pequena proporção, e baixas
doses por 6 a 12 semanas com monitoramento regular são
necessárias para documentar a eficácia

41
Capítulo 3
Avaliação e mecanismos
neurais do envelhecimento
e declínio cognitivo
Durante o século passado, os tratamentos para as doenças dos
jovens e da meia-idade ajudaram a aumentar significativamente a
expectativa de vida. No entanto, o declínio cognitivo emergiu
como uma das maiores ameaças à saúde da velhice, com quase
50% dos adultos com mais de 85 anos afetados pela doença de
Alzheimer. O desenvolvimento de intervenções terapêuticas para
tais condições exige uma maior compreensão dos processos
subjacentes ao envelhecimento cerebral normal e patológico.
Recentes avanços na biologia do envelhecimento em organismos
modelo, juntamente com estudos moleculares e em nível de
sistemas do cérebro, estão começando a lançar luz sobre esses
mecanismos e seus possíveis papéis no declínio cognitivo.
A fragilidade cognitiva está emergindo como uma das maiores
ameaças à saúde do século XXI. Como a expectativa de vida da
população aumentou, também aumentou a prevalência de
declínio cognitivo e demência, principalmente na forma da doença
de Alzheimer, que agora afeta quase 50% dos adultos com mais
de 85 anos nos Estados Unidos1. Essa figura surpreendente só

1HEBERT, L.E.; SCHERR, P.A.; BIENIAS, J. L.; BENNETT, D.A.; EVANS, D. A.


Alzheimer disease in the US population: prevalence estimates using the 2000
census. Arch Neurol., v. 60, p. 1119–1122, 2003.
42
pode crescer à medida que a idade média da população aumenta,
portanto, é fundamental entender a base do declínio cognitivo
durante o envelhecimento. O maior fator de risco para o declínio
cognitivo e a doença de Alzheimer em idosos é a própria idade.
Portanto, o desenvolvimento dessas patologias deve ser
entendido no contexto da biologia molecular do processo de
envelhecimento. Felizmente, os últimos 15 anos testemunharam
um grande aumento em nosso conhecimento dos mecanismos
moleculares básicos do envelhecimento. Mais notavelmente, a
análise genética funcional identificou vias de sinalização que
atuam como reguladores mestres do envelhecimento e da
longevidade e que são conservadas em leveduras, nematoides,
moscas e mamíferos. A análise desses sistemas modelo sugere
que a taxa de envelhecimento não é inevitavelmente fixa, mas é
plástica e aberta a modificações. Da mesma forma, o declínio
cognitivo associado ao envelhecimento cerebral dos mamíferos
também parece ser variável e possivelmente aberto à
modificação. Uma questão importante é se as mudanças
cognitivas relacionadas ao envelhecimento são mediadas por
qualquer um dos principais reguladores do envelhecimento e da
expectativa de vida identificados nos organismos modelo. Além
disso, estudos recentes têm implicado essas vias no controle da
patologia cerebral relacionada à idade, levantando a possibilidade
de que a regulação alterada dos mecanismos fundamentais do
envelhecimento possa contribuir para a patogênese dos distúrbios
neuro-degenerativos.

43
Testes neuropsicológicos, neuroimagem e biomarcadores do
líquido cefalorraquidiano podem ser usados para diagnosticar o
declínio cognitivo em várias síndromes que envolvem a demência.

Quando as mudanças cognitivas começam a afetar o


funcionamento diário ou a qualidade de vida, a capacidade de
medir e diferenciar com precisão e confiabilidade as mudanças
normais dos processos de doença torna-se mais importante para
fins de planejamento.
Uma ferramenta confiável para medir a cognição em pessoas
idosas como parte de pesquisas de saúde domiciliares é
necessária: em particular, um instrumento de cultura justa para
distinguir o declínio das faixas na função cognitiva. Além disso, o
instrumento deve ser sensível a diferentes níveis de alfabetização.
As ferramentas atualmente disponíveis usadas para rastrear o
declínio cognitivo mostram variações substanciais em diferentes
países, sugerindo limitações na precisão e confiabilidade.
A demência envolve declínio progressivo e muitas vezes sem
remorso nas necessidades de cognição, função, comportamento e
cuidados. A avaliação na demência depende de informações
colaterais e derivadas do paciente. Muitas escalas de avaliação
foram desenvolvidas ao longo de décadas para uso em pesquisas
e cuidados de demência. Essas escalas são usadas para reduzir
a incerteza na tomada de decisões, por exemplo, na triagem do
comprometimento cognitivo, diagnósticos de demência e
monitoramento da mudança.

44
As escalas ideais usadas na demência devem demonstrar
validade aparente e validade concorrente em relação às
avaliações padrão-ouro, devem ser confiáveis, práticas e devem
se basear em informações objetivas, em vez de subjetivas.
Escalas de avaliação nos domínios da cognição, função,
comportamento, qualidade de vida, depressão na demência,
sobrecarga de cuidador e gravidade global da demência. A
validação e uso prático dessas escalas na prática clínica e na
pesquisa da Doença de Alzheimer e Doença de Parkinson é a
finalidade dessa pesquisa. Visto que as pistas para a presença de
demência podem ser sutis e inespecíficas. Demência não
reconhecida pode levar a doença iatrogênica, exames
desnecessários impulsionados por sintomas vagos, utilização
inadequada e dispendiosa de cuidados hospitalares e de pronto-
socorro e resultados ruins. Melhorar a nossa capacidade de
reconhecer a demência é um primeiro passo fundamental para
melhorar esta situação generalizada.

Avaliação da cognição e a
demência
O declínio físico e o distúrbio comportamental no avanço da
demência muitas vezes precipitam a internação hospitalar ou de
enfermagem. A coexistência de sintomas comportamentais ou
psicológicos e de doença física requer uma contribuição oportuna
de um número de profissionais nos serviços de saúde e sociais.

45
Numerosas escalas estão disponíveis para avaliar diferentes
aspectos da demência, incluindo cognição, psicopatologia,
qualidade de vida e sobrecarga do cuidador.
Um pacote de testes psicométricos que podem ser usados para
identificar sintomas comportamentais e psicológicos em pacientes
com demência e qualidade de vida.

Avaliação cognitiva em pacientes


com doença de alzheimer
A Doença de Alzheimer (DA) é descrita como uma doença
degenerativa crônica, progressiva, do Sistema Nervoso Central
(SNC) e o tipo mais comum de demência que afeta principalmente
pessoas com mais de 65 anos. Seus sintomas podem ser
diagnosticados erroneamente como deterioração cerebral
relacionada à idade com dificuldades de memorização. Estudos
epidemiológicos documentaram muitos fatores causais, mas
nenhuma etiologia especificada foi atribuída ao início da doença
de Alzheimer. Os pacientes são atendidos por profissionais de
saúde e familiares, quando em casa.
Emocional, estima, informação e suporte físico, suporte social em
geral, é fornecido aos indivíduos por seus cuidadores, com o
objetivo de fazê-los sentirem o controle da doença. Os cuidados
prestados principalmente por familiares próximos são complicados
e demorados, com dificuldades no dia a dia e limitações sociais.
Serviços sociais locais, como “serviços de assistência domiciliar”,
são necessários para estar envolvidos no cuidado de um paciente
46
com a doença de Alzheimer. Além disso, grupos de apoio, como
pacientes e / ou grupos relativos, podem fornecer apoio mútuo,
senso de pertença e qualquer informação necessária.
A Associação de Alzheimer - dedicada a alimentar o avanço da
detecção precoce e diagnóstico de demência - desenvolveu um
processo fácil de implementar para avaliar a cognição durante a
visita anual de bem-estar do Medicare. Desenvolvido por um
grupo de especialistas em demência clínica, permite identificar
com eficiência os pacientes com provável comprometimento
cognitivo, ao mesmo tempo em que oferece a flexibilidade de
escolher uma ferramenta de avaliação cognitiva que funcione
melhor para você e seus pacientes.

Estrutura do “cognitive assessment


toolkit” e a avaliação da função
cognitiva na Doença de Alzheimer
A bateria de testes neste estudo originou-se do Cognitive
Assessment Toolkit. Um guia para detectar o comprometimento
cognitivo de forma rápida e eficiente durante a visita de bem-estar
(“Cognitive Assessment Toolkit. A guide to detect cognitive
impairment quickly and efficiently during the Medicare Annual
Wellness Visit”).
A Associação de Alzheimer Norte-Americana- dedicada a
alimentar o avanço da detecção precoce e diagnóstico de
demência - desenvolveu um processo fácil de implementar para
avaliar a cognição durante a visita de bem-estar. Desenvolvido
47
por um grupo de especialistas em demência clínica, o processo
recomendado aqui descrito permite identificar com eficiência os
pacientes com provável comprometimento cognitivo, ao mesmo
tempo em que oferece a flexibilidade de escolher uma ferramenta
de avaliação cognitiva que funcione melhor para você e seus
pacientes.
Este kit de ferramentas de avaliação cognitiva contém:
• O Algoritmo Anual de Visita de Bem-Estar do Medicare2 , do
governo norte-americano, para Avaliação da Cognição,
incorporando o histórico do paciente, as observações do médico e
as preocupações expressas pelo paciente, família ou cuidador
• Três ferramentas de avaliação do paciente validadas: o
Avaliação Geral da Cognição (GPCOG, do inglês General
Practitioner Assessment of Cognition), o Triagem de perda de
memória (MIS, do inglês Memory Impairment Screening) e o Mini-
CogTM.
Todas as ferramentas:
›Podem ser administradas em 5 minutos ou menos
›São iguais ou superiores ao Mini Exame do Estado Mental
(MEEM3) para detectar demência
›São facilmente administrados por membros do corpo clínico que
não são médicos
›São relativamente livres de preconceitos educacionais,
linguísticos e / ou culturais

2https://www.medicare.gov/
3https://www.ncbi.nlm.nih.gov/projects/gap/cgi-bin/GetPdf.cgi?id=phd001525.1
https://bdigital.ufp.pt/bitstream/10284/2503/6/Mini-
Exame%20do%20Estado%20Mental.pdf
48
• Avaliação validada de três informantes das ferramentas do
paciente: o Formulário Curto do Questionário do Informante sobre
o Declínio Cognitivo no Idoso (IQCODE Curto), a Entrevista do
Informante com 8 Itens para diferenciar o Envelhecimento e a
Demência (AD8, do inglês Eight-item Informant Interview to
Differentiate Aging and Dementia) e o GPCOG
• As “Recomendações da Associação de Alzheimer para
Operacionalização da Detecção de Comprometimento Cognitivo
Durante a Visita Anual de Bem-Estar Médica em um Ambiente de
Atenção Primária”.

avaliador, para garantir que todas as perguntas são respondidas


de modo claro, podendo o avaliador ajudar a explicar qualquer
ambiguidade encontrada. A Parte II é desenhada para ser um
questionário de autopreenchimento, como a parte IB, porém pode
ser revista pelo investigador para garantir o seu claro e completo
preenchimento. Deve ser salientado que as versões oficiais das
Partes 1A, 1B e 2 da MDSUPDRS não têm avaliações on e off
separadas. Contudo, para programas ou protocolos específicos,
pode-se utilizar as mesmas questões para os estados on e off
separadamente. A Parte III tem instruções para o avaliador
fornecer ou demonstrar ao paciente e é preenchida pelo avaliador.
A Parte IV tem instruções para o avaliador e também instruções
para serem lidas ao paciente. Esta parte integra a informação
obtida do paciente com as observações e julgamentos clínicos do
avaliador, sendo preenchida pelo avaliador.

49
A Validação de exames do estado mental em pacientes com
suspeita de demência na Doença de Alzheimer, recomendada por
instituições renomadas no mundo como:
 Validação de exames do estado mental em pacientes com
suspeita de demência na Doença de Alzheimer, recomendado
pela Alzheimer Associaton (desenvolvido por um grupo de
especialistas em demência clínica) e Doença de Parkinson
através da validação da Avaliação neuropsicológica em pesquisa
de doença de Parkinson colaborativa, uma proposta do Instituto
Nacional de Distúrbios Neurológicos e Stroke Morris K. Udall
Centros de Excelência para Pesquisa de Doença de Parkinson na
Universidade da Pensilvânia e na Universidade de Washington.
Em anexo.

Objetivos da avaliação

Objetivo geral

 Validar testes recomendados por instituição internacional


renomada (Alzheimer Association, EUA), para avaliar a cognição
em pacientes com suspeita de demência, e melhorar a
capacidade de reconhecer a demência.

50
Objetivo específico

 Validação de exames do estado mental em pacientes com


suspeita de demência na Doença de Alzheimer, recomendado
pela Alzheimer Associaton (EUA): Cognitive Assessment Toolkit.

Estrutura do “cognitive assessment


toolkit”

Avaliação da função cognitiva na Doença


de Alzheimer

A bateria de testes neste estudo originou-se do Cognitive


Assessment Toolkit. Um guia para detectar o comprometimento
cognitivo de forma rápida e eficiente durante a visita de bem-estar
(“Cognitive Assessment Toolkit. A guide to detect cognitive
impairment quickly and efficiently during the Medicare Annual
Wellness Visit”).
A Associação de Alzheimer Norte-Americana- dedicada a
alimentar o avanço da detecção precoce e diagnóstico de
demência - desenvolveu um processo fácil de implementar para
avaliar a cognição durante a visita de bem-estar. Desenvolvido
por um grupo de especialistas em demência clínica, o processo
recomendado aqui descrito permite identificar com eficiência os
pacientes com provável comprometimento cognitivo, ao mesmo
51
tempo em que oferece a flexibilidade de escolher uma ferramenta
de avaliação cognitiva que funcione melhor para você e seus
pacientes.
Este kit de ferramentas de avaliação cognitiva contém:
• O Algoritmo Anual de Visita de Bem-Estar do Medicare4 , do
governo norte-americano, para Avaliação da Cognição,
incorporando o histórico do paciente, as observações do médico e
as preocupações expressas pelo paciente, família ou cuidador
• Três ferramentas de avaliação do paciente validadas: o
Avaliação Geral da Cognição (GPCOG, do inglês General
Practitioner Assessment of Cognition), o Triagem de perda de
memória (MIS, do inglês Memory Impairment Screening) e o Mini-
CogTM.

Todas as ferramentas:
›Podem ser administradas em 5 minutos ou menos
›São iguais ou superiores ao Mini Exame do Estado Mental
(MEEM5) para detectar demência
›São facilmente administrados por membros do corpo clínico que
não são médicos
›São relativamente livres de preconceitos educacionais,
linguísticos e / ou culturais
• Avaliação validada de três informantes das ferramentas do
paciente: o Formulário Curto do Questionário do Informante sobre

4 https://www.medicare.gov/
5 https://www.ncbi.nlm.nih.gov/projects/gap/cgi-bin/GetPdf.cgi?id=phd001525.1
https://bdigital.ufp.pt
/bitstream/10284/2503/6/Mini-Exame%20do%20Estado%20Mental.pdf
52
o Declínio Cognitivo no Idoso (IQCODE Curto), a Entrevista do
Informante com 8 Itens para Diferenciar o Envelhecimento e a
Demência (AD8, do inglês Eight-item Informant Interview to
Differentiate Aging and Dementia) e o GPCOG
• As “Recomendações da Associação de Alzheimer para
Operacionalização da Detecção de Comprometimento Cognitivo
Durante a Visita Anual de Bem-Estar Médica em um Ambiente de
Atenção Primária”, como proposto pelo National Alzheimer's
Project Act6 e Alzheimer’s Disease Research Summit 2012:
Caminho para Tratamento e Prevenção7.

6 Khachaturian ZS, Khachaturian AS, Thies W. The draft “National Plan” to


address Alzheimer’s disease - National Alzheimer’s Project Act (NAPA).
Alzheimers Dement. 2012; 8:234–236. [PubMed: 22546355]
7 Alzheimer’s Disease Research Summit 2012: Path to Treatment and

Prevention. http://
www.nia.nih.gov/newsroom/alzheimers-disease-research-summit-2012-
recommendations.
53
Epílogo

A
demência é uma condição comum em idosos e
frequentemente contribuída por múltiplas patologias e
comorbidades, incluindo delírio, depressão e
polifarmácia. O diagnóstico de demência depende muito da
avaliação clínica que inclui história colaborativa e exclusão de
doenças contribuintes. No entanto, tecnologias emergentes,
incluindo o desenvolvimento de biomarcadores e novas técnicas
de neuroimagem, podem complementar a avaliação clínica em um
futuro próximo. Embora as terapias farmacológicas tenham sido
amplamente malsucedidas no tratamento da demência, direcionar
os fatores de risco potenciais com o objetivo de diminuir a
incidência de demência é uma importante iniciativa de saúde
pública.

54
Anexos

55
ANEXO 1 – QUESTIONÁRIO DE SAÚDE GERAL

Nome: _______________________________

Data de nascimento: Idade: ____

Endereço residência: _____________________________________________


_______________________________________________________________

Cidade natal: ____________________________________________

Escolaridade: ___________________________________________________

Dois telefones para contato: _______________________________________

Profissão: ______________________________________________________

1. Possui algum tipo de doença como: pressão alta, diabetes, depressão,


tireoide?
______________________________________________________________

2. Faz uso de algum tipo de medicamento?


______________________________________________________________
______________________________________________________________

Qual? _____________________________________________________

Data: ___ / ___ / ___

56
ANEXO 2 – AVALIAÇÃO CLÍNICA DE DEMÊNCIA (CDR)

Nenhuma 0 Questionável Leve 1 Moderada 2 Grave 3


0,5

Assuntos Funcionalmente Leve Incapaz de Sem pretensão Parece muito


comunitários independente incapacidade funcionar de manter doente para
ao nível usual nestas independentemente funções ser levado
de trabalho, atividades nestas atividades, independentes para fora do
compras, ainda que possa se fora do domicilio
atividades engajar em domicilio.
voluntárias e algumas. Parece Parece
grupos sociais normal quando suficientemente
casualmente bem para ser
inspecionado. levado às
atividades fora
do domicilio
familiar.
Atividades Vida doméstica, Vida Incapacidade leve, Somente as Ausência de
domésticas e passatempo e doméstica, porém, definitiva, ações simples atividades
passatempos interesse passatempo e para atividades do estão significantes
intelectual, bem interesse lar. Abandono de preservadas; no domicílio.
mantidos. intelectual atividades mais interesse
levemente difíceis, restrito.
comprometido. passatempo
complicados.
Outros interesses
abandonados.
Cuidado Plenamente capaz de manter Necessita Requer Requer muita
pessoal autocuidado “incentivo” assistência no ajuda no
vestuário, cuidado
higiene e pessoal;
manejo de itens incontinência
pessoais. frequente.

57
Julgamento Resolve Incapacidade Dificuldade Enorme Incapaz de
e resolução problemas do leve, para moderada no incapacidade fazer
de problema dia- a-dia, resolver manejo de para manejar julgamentos
incluindo problemas; problemas, problemas, ou resolver
atividades identificar identificação de similaridades e problemas.
comerciais e similaridades e similaridades e diferenças.
financeiras; diferenças diferenças. Julgamento
capacidade de Julgamento social social
julgamento usualmente comprometido.
adequado preservado.
quando
comparada ao
desempenho
anterior
Memória Sem perda de Esquecimento Perda moderada da Perda grave da Grave perda
memória; leve memória, mais memória, com da
esquecimento consistente acentuada para retenção memória;
inconstante relembra eventos recentes. apenas de apenas
parcialmente Interferência nas dados fragmentos
eventos. atividades da vida fortemente permanecem.
“Esquecimento diária. consolidados,
benigno” novos dados
rapidamente
perdidos
Orientação Orientação Orientação Dificuldade Dificuldade Orientação
plena plena, exceto moderada com grave com apenas em
dificuldade datas, orientação datas, relação em
branda com quanto ao desorientação relação à
datas. “espaço” onde se usual quanto pessoa.
realiza exame; ao tempo.
pode apresentar Permanece
desorientação quanto ao
geográfica. espaço.

58
ANEXO 3:

VALIDAÇÃO

FERRAMENTAS DE AVALIAÇÃO COGNITIVA


Um guia para detectar o comprometimento cognitivo de
forma rápida e eficiente

COGNITIVE ASSESSMENT TOOLKIT


Alzheimer’s Association

59
ÍNDICE

Visão global ................................................................ .................................... 3


Algoritmo de Visita de Bem-Estar para Avaliação da
Cognição ...........................................................................................................4
Avaliação dA Cognição .................................................................................... 5
Avaliação da perda de memória .......................................................................7
Mini-CogTM ..................................................................................................... 9
Forma Curta do Questionário sobre Declínio Cognitivo em Idosos.................11
Entrevista com oito itens para diferenciar o envelhecimento e a demência ...14
Recomendações da Associação de Alzheimer (EUA) para Operacionalização da
Detecção de Comprometimento Cognitivos............................... .............................

60
Visão Global

A Associação de Alzheimer - dedicada a alimentar o avanço da


detecção precoce e diagnóstico de demência - desenvolveu um
processo fácil de implementar para avaliar a cognição durante a
visita anual de bem-estar do Medicare. Desenvolvido por um
grupo de especialistas em demência clínica, o processo
recomendado descrito na página 4 permite que você identifique
com eficiência os pacientes com provável comprometimento
cognitivo, dando a você a flexibilidade de escolher uma
ferramenta de avaliação cognitiva que funcione melhor para você
e seus pacientes.
Este kit de ferramentas de avaliação cognitiva contém:
• O Algoritmo Anual de Visita de Bem-Estar do Medicare8 para
Avaliação da Cognição, incorporando o histórico do paciente, as
observações do médico e as preocupações expressas pelo
paciente, família ou cuidador
• Três ferramentas de avaliação do paciente validadas: Avaliação
da Cognição (GPCOG, do inglês General Practitioner Assessment

8 Medicare é o nome do sistema de seguros de saúde gerido pelo governo dos


Estados Unidos da América e destinado às pessoas de idade igual ou maior que
65 anos ou que verifiquem certos critérios de rendimento.
https://www.medicare.gov/
61
of Cognition), de Avaliação da perda de Memória (MIS, Memory
Impairment Screen) e Mini-Cog (versão 2.0).
Todas as ferramentas:
›Podem ser administradas em 5 minutos ou menos
›São iguais ou superiores ao Mini Exame do Estado Mental9
(MMSE, do inglês Mini-Mental State Exam) para detectar
demência
›São facilmente administrados por membros do corpo clínico que
não são médicos
›São relativamente livres de preconceitos educacionais,
linguísticos e / ou culturais
• Avaliação validada de três informantes das ferramentas do
paciente: o Formulário Curto do Questionário do Informante sobre
o Declínio Cognitivo no Idoso (IQCODE, do inglês Informant
Questionnaire on Cognitive Decline in the Elderly), a Entrevista do
Informante com 8 Itens para Diferenciar o Envelhecimento e a
Demência (AD8, do inglês Differentiate Aging and Dementia8) e o
GPCOG (do inglês General Practitioner Assessment of Cognition)
• As “Recomendações da Associação de Alzheimer para
Operacionalizar a Detecção do Comprometimento Cognitivo
Durante a Visita Anual Médica de Bem-Estar em um Ambiente de
Atenção Primária”, conforme publicado na revista Alzheimer’s and
Dementia10.

9 O mini exame do estado mental, exame breve do estado mental ou teste de


Folstein é um breve questionário de 30 pontos usado para rastrear perdas
cognitivas. É comummente utilizado em medicina para rastrear demência.
10 https://www.alzheimersanddementia.com/

62
Para obter mais informações sobre a detecção, diagnóstico e
tratamento da doença de Alzheimer, bem como o acesso direto a
recursos de pacientes e cuidadores, visite nossos profissionais de
saúde e o centro de Alzheimer em alz.org/hcps.

63
64
Nome do paciente: __________________________ Data: _____________
Avaliação da Cognição
(GPCOG, do inglês General Practitioner Assessment of Cognition)
Etapa 1: exame do paciente
A menos que especificado, cada pergunta deve ser feita apenas uma vez
Nome e endereço para posterior teste de recall
1. “Vou lhe dar um nome e endereço. Depois de eu ter dito, quero que você repita.
Lembre-se desse nome e endereço, porque eu vou pedir para você contar de novo em
alguns minutos: Rua José da Silva, 321, São Paulo, RS. (Permitir no máximo 4
tentativas).

Orientação do Tempo Correto Inco


2. Qual é a data? (apenas exato)
Desenho do Relógio - use a página em branco
3. Por favor, marque todos os números para indicar as horas de um relógio
(espaçamento correto necessário)
4. Por favor, marque com as mãos para mostrar 10 minutos após onze
horas (11:10 h)

Informação Correto Incorreto


5. Você pode me dizer algo que aconteceu nas notícias
recentemente?
(Recentemente = na última semana. Se uma resposta geral
for dada, por exemplo, "guerra", "muita chuva", peça
detalhes. Somente pontuações específicas de respostas).

65
Relembrar Correto Incorreto
Nome da rua
Número?
Cidade?
Estado?
(Para obter uma pontuação total, adicione o número de itens respondidos corretamente)
Total correto (pontuação de 9, máxima)

Se o paciente tiver escores 9, não haverá comprometimento cognitivo


significativo e testes adicionais não são necessários.
Se a pontuação do paciente for 5-8, mais informações serão necessárias. Prossiga
com o passo 2, seção de informantes.
Se o escore do paciente for de 0 a 4, o comprometimento cognitivo é indicado.
Realize investigações padrões.

66
Entrevista com Informante/cuidador

Encontro: ____________
Nome do informante: ___________________________________
O relacionamento do informante com o paciente, ou seja, o informante, é o que do
paciente: _____________

Essas seis perguntas perguntam como o paciente é comparado com quando ele
estava bem, digamos 5 - 10 anos atrás
Em comparação com alguns anos atrás:

Sim Não Não sei


O paciente tem mais dificuldade em
lembrar coisas que aconteceram
recentemente do que ele / ela costumava
fazer?
Será que ele ou ela tem mais dificuldade
em recordar conversas alguns dias
depois?
Quando fala, o paciente tem mais
dificuldade em encontrar a palavra certa
ou tende a usar as palavras erradas com
mais frequência?
O paciente é menos capaz de administrar
dinheiro e assuntos financeiros (por
exemplo, pagar contas, orçamentar)?
O paciente é menos capaz de administrar
sua medicação de forma independente?
O paciente precisa de mais assistência
com transporte (privado ou público)?
(Se o paciente tiver dificuldades devido
apenas a problemas físicos, por exemplo,
perna ruim, assinale "não")

67
(Para obter uma pontuação total, adicione o número de itens respondidos como
"não", "não sei" ou "N / A")
Pontuação total (de 6)
Se o paciente tiver escore 0-3, o comprometimento cognitivo é indicado. Realize
investigações padrão.

68
AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE MEMÓRIA (MIS)

Instruções para Administração

1. Mostre ao paciente uma folha de papel com os 4 itens a serem lembrados em letras
maiúsculas de 24 pontos ou mais (do outro lado) e peça ao paciente para ler os itens
em voz alta.
2. Diga ao paciente que cada item pertence a uma categoria diferente. Dê uma sugestão
de categoria e peça ao paciente para indicar qual das palavras pertence à categoria
declarada (por exemplo, “Qual é o jogo?”). Permitir até 5 tentativas. O não cumprimento
desta tarefa indica possível comprometimento cognitivo.
3. Quando o paciente identificar todas as 4 palavras, remova a folha de papel. Diga ao
paciente que ele ou ela será solicitado a lembrar as palavras em alguns minutos.
4. Envolva o paciente na atividade do distrator por 2 a 3 minutos, como contar até 20 e
voltar, contando de 100 em 7, soletrando WORLD de trás para frente.
5. LEMBRANÇA LIVRE - 2 pontos por palavra: Peça ao paciente para indicar quantas
das 4 palavras ele pode se lembrar. Permitir pelo menos 5 segundos por item para recall
gratuito. Continue para o passo 6 se não houver mais palavras lembradas por 10
segundos.
6. LEMBRANÇA COM PALPITE - 1 ponto por palavra: Leia a sugestão de categoria
apropriada para cada palavra não lembrada durante a chamada gratuita (por exemplo,
“Qual foi o jogo?”).

69
Palavra Palpite Lembrança Livre Lembrança com Palp
Jogo de Damas Jogo
Pires Prato
Carta Mensagem
Banco do Brasil Banco

Pontuação

A pontuação máxima para a Avaliação da Qualidade da Memória é 8.


• 5-8 Sem comprometimento cognitivo
• ≤ 4 Possível comprometimento cognitivo

70
LISTA DE PALAVRAS

Jogo de Damas

Pires

Carta

Banco do Brasil

71
Mini-Cog Instruções para Administração & Escore

Nome: ______________ Data: ________________________

Etapa 1: registro de três palavras

Olhe diretamente para a pessoa e diga: “Por favor, ouça atentamente. Eu vou dizer três
palavras que eu quero que você repita para mim agora e tente lembrar. As palavras são
[selecione uma lista de palavras das versões abaixo]. Por favor, diga-as por mim agora.
”Se a pessoa não conseguir repetir as palavras após três tentativas, passe para a Etapa
2 (desenho do relógio). As seguintes listas de palavras e outras foram usadas em um ou
mais estudos clínicos. Para administrações repetidas, recomenda-se o uso de uma lista
de palavras alternativa.

Versão 1 Versão 2 Versão 3 Versão 4 Versão 5 Versão 6


Banana Líder Aldeia Rio Capitão Filha
Nascer do sol Temporada Cozinha Nação Jardim Paraiso
Cadeira Mesa Bebê Dedo Quadro Montanha

Etapa 2: desenho do relógio

Diga: “Em seguida, quero que você desenhe um relógio para mim. Primeiro, coloque
todos os números para onde eles vão. ”Quando isso for concluído, diga:“ Agora, ajuste
as mãos para 10, depois das 11 ”.
Use o círculo pré-impresso (veja a próxima página) para este exercício. Repita as
instruções conforme necessário, pois isso não é um teste de memória. Mude para o
passo 3 se o relógio não estiver concluído dentro de três minutos.

Etapa 3: três palavras relembradas

Peça à pessoa para lembrar as três palavras que você declarou no Passo 1. Diga:
“Quais foram as três palavras que eu pedi para você?
lembre-se? ”
72
Registre o número da versão da lista de palavras e as respostas da pessoa abaixo.
Versão da lista de palavras: ___________ , ________________ , _________________
Respostas da pessoa: _______________, _________________,
___________________

73
Escore
Palavra Relembrada: ______ (0-3 pontos) 1 ponto para cada palavra
espontaneamente evocada sem pistas.
Desenho do Relógio ______ (0 ou 2 Relógio normal = 2 pontos. Um relógio
pontos) normal tem todos os números colocados
na sequência correta e aproximadamente a
posição correta (por exemplo, 12, 3, 6 e 9
estão em posições de âncora) sem
números em falta ou duplicados. As mãos
estão apontando para o 11 e o 2 (11:10). O
comprimento da mão não é pontuado.
Incapacidade ou recusa em desenhar um
relógio (anormal) = 0 pontos.
Pontuação total: ______ (0-5 pontos) Pontuação total = pontuação de
recordação de palavra + pontuação de
relógio.
Um ponto de corte de <3 no Mini-Cog ™ foi
validado para o rastreamento de demência,
mas muitos indivíduos com
comprometimento cognitivo clinicamente
significativo terão uma pontuação maior.
Quando maior sensibilidade é desejada,
um ponto de corte <4 é recomendado, pois
pode indicar a necessidade de avaliação
adicional do status cognitivo.

Desenho de Relógio

Identificação: ______________ Data: ________________________

74
75
ANEXO 4

Forma Curta do Questionário ao Informante sobre


Declínio Cognitivo em Idosos

Short Form of the Informant Questionnaire


on Cognitive Decline in the Elderly (Short IQCODE)

Nota: Conforme utilizado em estudos publicados, o IQCODE foi precedido de perguntas


ao informante sobre as características sociodemográficas e a saúde física do sujeito.

76
Agora queremos que você se lembre do que seu amigo ou
parente era há 10 anos e compare com o que ele é agora. 10
anos atrás estava em 20 __. * Abaixo estão as situações em que
essa pessoa tem que usar sua memória ou inteligência e
queremos que você indique se isso melhorou, permaneceu o
mesmo ou piorou nessa situação nos últimos 10 anos. Observe a
importância de comparar seu desempenho atual com 10 anos
atrás. Então, se 10 anos atrás, essa pessoa sempre esqueceu
onde havia deixado as coisas, e ele ainda faz, então isso seria
considerado "não mudou muito". Por favor, indique as mudanças
que você observou, circulando a resposta apropriada.

Em comparação com 10 anos atrás, como era essa pessoa em:

1 2 3 4 5
1. Lembrando Bastante Um pouco Pouca Um pouco Muito pior
coisas sobre a melhorado melhorado mudança pior
família e
amigos, por
exemplo
ocupações,
aniversários,
endereços
2. Lembrando Bastante Um pouco Pouca Um pouco Muito pior
coisas que melhorado melhorado mudança pior
aconteceram
recentemente
3. Recordando Bastante Um pouco Pouca Um pouco Muito pior
conversas melhorado melhorado mudança pior
alguns dias
depois
4. Lembrando Bastante Um pouco Pouca Um pouco Muito pior
seu endereço melhorado melhorado mudança pior
e número de
telefone
5. Lembrando Bastante Um pouco Pouca Um pouco Muito pior
que dia e mês melhorado melhorado mudança pior
é

77
Continuação
1 2 3 4 5
6. Bastante Um pouco Pouca Um Muito
Lembrando melhorado melhorado mudança pouco pior
onde as pior
coisas
estão
geralmente
guardadas
7. Bastante Um pouco Pouca Um Muito
Lembrando melhorado melhorado mudança pouco pior
onde pior
encontrar
coisas que
foram
colocadas
em um
lugar
diferente do
usual
8. Saber Bastante Um pouco Pouca Um Muito
trabalhar melhorado melhorado mudança pouco pior
com os pior
eletro-
domésticos
em casa
9. Aprender Bastante Um pouco Pouca Um Muito
78
a usar um melhorado melhorado mudança pouco pior
novo eletro- pior
doméstico
em casa
10. Bastante Um pouco Pouca Um Muito
Aprendendo melhorado melhorado mudança pouco pior
coisas pior
novas em
geral

Continuação
1 2 3 4 5
11. Seguir Bastante Um pouco Pouca Um Muito
uma história melhorado melhorado mudança pouco pior
em um livro pior
ou na TV
12. Tomar Bastante Um pouco Pouca Um Muito
decisões melhorado melhorado mudança pouco pior
sobre pior
assuntos
cotidianos
13. Bastante Um pouco Pouca Um Muito
Manuseando melhorado melhorado mudança pouco pior
dinheiro pior
para fazer
compras
14. Lidar Bastante Um pouco Pouca Um Muito
79
com melhorado melhorado mudança pouco pior
questões pior
financeiras,
por ex. a
pensão,
lidar com o
banco
15. Lidar Bastante Um pouco Pouca Um Muito
com outros melhorado melhorado mudança pouco pior
problemas pior
do dia a dia,
p. saber
quanto
alimento
comprar,
saber
quanto
tempo entre
as visitas da
família ou
amigos

Continuação
1 2 3 4 5
16. Usando Bastante Um pouco Pouca Um Muito
sua melhorado melhorado mudança pouco pior
80
inteligência pior
para
entender o
que está
acontecendo
e para
raciocinar

81
AD8 Entrevista de Triagem de Demência

Lembre-se, SIM, uma NÃO, sem Não sabe


“Sim, uma mudança alteração
mudança”
indica que
houve uma
mudança nos
últimos anos
causada por
problemas
cognitivos
(pensamento e
memória).
1. Problemas
com
julgamento (por
exemplo,
problemas na
tomada de
decisões, más
decisões
financeiras,
problemas com
o pensamento)
2. Menos
interesse em
hobbies /
atividades
3. Repete as
mesmas coisas
repetidamente
(perguntas,
histórias ou

82
declarações)
4. Problemas
para aprender
como usar uma
ferramenta, um
appliance ou
um aparelho
(por exemplo,
computador,
microondas,
controle
remoto)

Continuação
SIM, uma NÃO, sem Não sabe
mudança alteração
5. Esquece
o mês ou o
ano
corretos
6. Problemas
em lidar com
assuntos
financeiros
complicados
(por exemplo,
balanceamento
de carões de
credito,
imposto de
renda,
pagamento de

83
contas)
7. Problemas
para lembrar
compromissos
8. Problemas
diários com
pensamento e /
ou memória
TOTAL AD8 _ -
ESCORE

84
As Diretrizes de Administração e Pontuação do AD8

Uma autocorreção espontânea é permitida para todas as respostas sem contar como
um erro. As perguntas são dadas ao entrevistado em uma área de transferência para
autoadministração ou podem ser lidas em voz alta para o entrevistado, pessoalmente ou
por telefone. É preferível administrar o AD8 a um informante, se disponível. Se um
informante não estiver disponível, o AD8 pode ser administrado ao paciente.
Quando administrado a um informante, peça especificamente ao entrevistado que avalie
a mudança no paciente.
Quando administrado ao paciente, peça especificamente ao paciente que avalie as
mudanças em sua capacidade para cada um dos itens, sem atribuir causalidade.
Se for lido em voz alta para o entrevistado, é importante que o clínico leia atentamente a
frase como formulada e dê ênfase para observar as alterações decorrentes de
problemas cognitivos (não problemas físicos).
Deve haver um atraso de um segundo entre itens individuais. Nenhum cronograma de
mudança é necessário.
A pontuação final é uma soma dos itens numéricos marcados como "Sim, uma
alteração".

85
Bibliografia consultada

A
AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION. Manual Diagnóstico
e Estatístico de Transtornos Mentais, 5ª Edição (DSM-5).
tradução: Maria Inês Corrêa Nascimento... et al.] ; revisão técnica:
Aristides Volpato Cordioli ...[et al.]. – 5. ed. – Dados eletrônicos. –
Porto Alegre :Artmed, 2014, 948 p.

C
CLASSIFICATION OF MENTAL AND BEHAVIOURAL
DISORDERS (ICD-10). Diagnostic criteria for research. World
Health Organization:Geneva, 1993, 263 p.

L
86
LAUTENSCHLAGER, N. T.; ALMEIDA, O. A.; FLICKER, L.
Preventing dementia: why we should focus on health prevention
now. Int Psychogeriatr, v. 15: 111–119, 2003.

LOGIUDICE, D.; WATSON, R. Dementia in older people: an


update. Internal Medicine Journal, v. 44, p. 1066-1073, 2014.

P
PRENDECKI, M.; FLORCZAK-WYSPIANSKA, J.; KOWALSKA,
M.; LIANERI, KOZUBSKI, W.; DORSZEWSKA, J. Normal Aging
and Dementia. Disponível em: <
https://www.intechopen.com/books/update-on-dementia/normal-
aging-and-dementia > Acesso em 24 nov. 2020.

87
UNITED NATIONS. World Population Ageing. Disponível em: <
https://www.un.org/en/development/desa/population/publications/p
df/ageing/WPA2017_Highlights.pdf > Acesso em: 28 mai. 2019.

W
WORLD HEALTH ORGANIZATION. Classification of Mental
And Behavioural Disorders (ICD-10). Diagnostic Criteria for
Research. World Health Organization:Geneva, 1993 a, 263 p.

WORLD HEALTH ORGANIZATION b. Global Health and Aging.


Disponível em: <
https://www.who.int/ageing/publications/global_health.pdf?ua=1 >
Acesso em: 24 nov. 2020.

88
89

Você também pode gostar