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Doenças transmitidas por alimentos (DTA) são aquelas causadas pela ingestão de alimentos e/ou
água contaminados. Existem mais de 250 tipos de DTA no mundo, sendo que a maioria delas são
infecções causadas por bactérias e suas toxinas, vírus e outros parasitas.
É considerado surto de DTA quando duas ou mais pessoas apresentam doença ou sintomas
semelhantes após ingerirem alimentos e/ou água da mesma origem, normalmente em um mesmo
local. Para doenças de alta gravidade, como Botulismo e Cólera, apenas um caso já é considerado
surto.
As doenças transmitidas por alimentos (DTA) são uma importante causa de morbidade e
mortalidade em todo o mundo. Em muitos países, durante as últimas duas décadas, têm emergido
como um crescente problema econômico e de saúde pública. Numerosos surtos de DTA atraem
atenção da mídia e aumentam o interesse dos consumidores. Há previsões de que o problema
aumente no século 21, especialmente com as várias mudanças globais, incluindo crescimento da
população, pobreza, exportação de alimentos e rações animais, que influenciam a segurança
alimentar internacional.
IMPORTANTE: Existem ainda as intoxicações causadas por toxinas naturais, como por exemplo,
cogumelos venenosos, toxinas de algas e peixes ou por produtos químicos prejudiciais que
contaminaram o alimento, como chumbo e agrotóxicos. Em todos os casos, é fundamental
procurar uma ajuda médica imediata, porque algumas doenças transmitidas por alimento podem,
se não tratadas adequadamente, levar à morte.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) considera as DTA uma grande preocupação de saúde
pública global e estima que, a cada ano, causem o adoecimento de uma a cada 10 pessoas e 33
milhões de anos de vida perdidos, Além disso, DTA podem ser fatais, especialmente em crianças
menores de 5 anos, causando 420 mil mortes. Na região das Américas, as doenças diarreicas são
responsáveis por 95% das DTA.
O Centers for Disease Control and Prevention (CDC), centro de vigilância de doenças dos Estados
Unidos, estima que a cada ano cerca de 1 em cada 6 americanos (ou 48 milhões de pessoas) fica
doente, 128 mil são hospitalizadas e 3.000 morrem de doenças transmitidas por alimentos.
No Brasil, a vigilância epidemiológica das DTA (VE-DTA) monitora os surtos de DTA e os casos das
doenças definidas em legislação específica. De acordo com dados do Sistema de Informação de
Agravos de Notificação (Sinan), são notificados em média, por ano, 700 surtos de DTA, com
envolvimento de 13 mil doentes e 10 óbitos.
Para mais informações sobre a magnitude das DTA no mundo, clique aqui
No Brasil, a maioria das doenças transmitidas por alimentos são causadas por bactérias
(principalmente por Salmonella, Escherichia coli e Staphylococcus). No entanto, há também surtos
de doenças transmitidas por alimentos (DTA) causados por vírus (rotavírus e norovírus) e, em
menor proporção, por substâncias químicas.
Dessa forma, os principais causadores das doenças transmitidas por alimentos são:
Salmonella.
Escherichia coli.
Staphylococcus aureus.
Coliformes.
Bacillus cereus.
Rotavírus.
Norovírus.
Como as doenças transmitidas por alimentos (DTA) podem ter várias causas, não há um quadro
clínico específico. No entanto, os sintomas mais comuns são:
náuseas;
vômitos;
dores abdominais;
diarreia;
falta de apetite;
febre.
O diagnóstico das doenças transmitidas por alimentos é feito conforme cada caso, segundo os
sintomas dos pacientes e por exames laboratoriais específicos. Dessa forma, os testes laboratoriais
devem estar de acordo com as hipóteses possíveis diagnósticas, tendo em vista que existem
diversas doenças transmitidas por alimentos.
Como os surtos geralmente são causados por bactérias, sempre é indicado realizar cultura das
fezes e dos alimentos suspeitos. Esses exames são feitos pelos Laboratórios Centrais de Saúde
Pública (LACEN) e pelos laboratórios de referência nacional. Dependendo da hipótese diagnóstica
(clínica) recomenda-se coletar amostras de fezes “in natura” para pesquisa de vírus e parasitos.
Além disso, toda investigação de surto de DTA deve ser feita de forma integrada com a vigilância
sanitária (VISA), vigilância ambiental, LACEN e outras instituições de acordo com a situação. A
autoridade sanitária local deverá realizar a inspeção sanitária dos estabelecimentos produtores
dos alimentos suspeitos, coletar amostras de água e alimentos, descrever o fluxograma da
produção, e utilizar swab para coleta de amostra de utensílios e superfícies. Os setores que
compõem o Sistema VE-DTA deverão investigar o surto imediatamente após a notificação,
desencadeando atividades de campo para obter informações epidemiológicas e propor medidas
de intervenção, prevenção e controle.
O tratamento das DTA depende da sintomatologia de cada caso, mas em geral, são doenças
autolimitadas, com exceção de alguns casos em que coexistem outras patologias, em crianças,
idosos e imunodeprimidos, e dependendo do grau de toxigenicidade do agente etiológico
envolvido. Por isso o tratamento é baseado em medidas de suporte para evitar a desidratação e
óbito.
A prevenção das doenças transmitidas por alimentos baseia-se no consumo de água e alimentos
que atendam aos padrões de qualidade da legislação vigente, higiene pessoal/alimentar e
condições adequadas de saneamento.
As recomendações que seguem são de aplicação geral, tanto para os alimentos comprados no
comércio informal como nos serviços de alimentação inspecionados:
- antes da amamentação;
Selecione alimentos frescos com boa aparência e, antes do consumo, os mesmos devem
ser lavados e desinfetados;
Os ovos devem ser lavados em água potável, um por vez, somente antes do uso (nunca
antes de estocar);
Consuma leite pasteurizado, esterilizado (UHT) ou fervido. Não beba leite nem seus
derivados crus;
Evite preparações culinárias que contêm ovos crus (Ex. gemada, ovo frito mole, maionese
caseira);
O congelamento dos produtos cárneos (-18ºC) por 7 dias elimina a maioria de cistos
teciduais causadores da toxoplasmose.
Evite o contato entre alimentos crus e alimentos prontos para o consumo para impedir
contaminação cruzada;
Evite se banhar em rios, lagos, mares e piscinas cuja água seja/esteja contaminada;
Para mais informações sobre medidas de prevenção, consulte o Guia de Alimentos e Vigilância
Sanitária
O sistema de informação em saúde utilizado para registro das notificações de agravos e doenças
no Brasil é o Sinan (Sistema de Informação de Agravos de Notificação), implantado de forma
gradual a partir de 1993 e regulamentado em 1998, com versões cada vez mais aprimoradas. Até
2006 os dados eram inseridos no Sinan Windows (SINAN W) e a partir de 2007 foi implantado o
Sinan Net, o qual incorporou mudanças nas variáveis da ficha de notificação de surtos de DTA.
Consequentemente, algumas variáveis da ficha utilizadas até 2006 diferem daquelas existentes na
ficha utilizada a partir de 2007.
Consulte aqui a situação epidemiológica dos surtos de Doenças Transmitidas por Alimentos - DTA
* Como os dados disponíveis são provenientes do Sinan Windows e do Sinan Net, foram
contempladas apenas variáveis semelhantes às duas versões. Dados do ano passado estão sujeitos
a atualizações.
Uma das maiores preocupações que afeta o turismo está relacionada à inocuidade dos alimentos.
A expansão das atividades turísticas em lugares não tradicionais leva à instalação de
estabelecimentos produtores de alimentos que são transitórios e às vezes precários, os quais
comercializam produtos “artesanais” ou “caseiros”, que não são inspecionados pela vigilância
sanitária rotineiramente. A qualidade dos alimentos e da água, os hábitos alimentares, a seleção
dos locais onde são consumidos, os procedimentos de manipulação e conservação e a própria
higiene pessoal são fatores de risco importantes para a ocorrência de doenças transmitidas por
alimentos. Entre várias infecções e intoxicações, é comum que os turistas tenham diarreia,
conhecida como “diarreia dos viajantes”, e a mesma pode ser consequência da ingestão de
alimentos ou bebidas em más condições sanitárias.
1. Salmonelose. ...
5. Amebíase. ...
6. Toxoplasmose
Principais agentes e fatores envolvidos
A Resolução – RDC nº 216, 15 de setembro de 2004 tem como objetivo estabelecer procedimentos
de Boas Práticas para serviços de alimentação, a fim de garantir as condições higiênico-sanitárias
do alimento preparado.
Para detectar se um alimento está contaminado ou não, são realizados ensaios laboratoriais tanto
físico-químico quanto microbiológico para a avaliação precisa da amostra. Sendo detectado que o
alimento está contaminado, deve-se seguir protocolos relacionados à DTA’s.
Pessoas infectadas;
Recipientes tóxicos;
Aditivos acidentais;
Aditivos intencionais;
Saneamento deficiente;
Descongelamento inadequado;
Campilobacteriose. ...
Listeria. ...
Viroses. ...
Norovirus.
Referências
1. Santos LR, Nascimento VP, Flores ML. Salmonella enteritidis isoladas de amostras
clínicas de humanos e de alimentos envolvidos em episódios de toxinfecções
alimentares, ocorridas entre 1995 e 1996, no estado do Rio Grande do Sul. Higiene
Alimentar 2002; 16(102/103): 93-99.
Dados epidemiológicos
Vários são os fatores que contribuem para o surgimento ou aumento da patogenicidade de várias
doenças, entre os quais se destacam: o crescente aumento da população, a existência de grupos
populacionais vulneráveis ou mais expostos, o processo de urbanização desordenado e a
necessidade de produção de alimentos em grande escala industrial. Aliado a todos esses fatores,
contribui ainda o deficiente controle dos órgãos públicos e privados, no tocante à qualidade dos
alimentos disponíveis para consumo às populações 31.
A higiene dos alimentos tem como principal objetivo o estudo de métodos para a produção,
acondicionamento e distribuição dos alimentos dentro de limites de segurança microbiológica,
abrangendo não só a manipulação dos gêneros alimentícios e de bebidas, mas também o emprego
de utensílios e equipamentos para o seu preparo, uso de matéria-prima de boa procedência,
adoção de boas práticas de higiene pessoal dos manipuladores e qualidade higiênico-sanitário da
área de preparação32,33. Para ilustrar a importância da manipulação na preparação de alimentos,
foi realizado um inquérito para avaliar o nível de conscientização e adoção de práticas higiênico-
sanitárias de manipuladores domésticos, em Melbourne, na Austrália, onde foi constatado que
47% não higienizavam corretamente as mãos e 70% não realizavam a limpeza adequada das
superfícies de preparação dos alimentos34. Os autores ressaltam que essas práticas inadequadas
são os principais fatores que elevam as estatísticas da toxinfecção alimentar naquele país.
Surto
Epidemia
Esse tipo de evento de saúde pública costuma mobilizar rapidamente ações locais de Prefeituras
com a finalidade de evitar o seu rápido alastramento em períodos já mapeados, antecipando-se
para que não se torne um surto e atinja outros espaços.