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A Doutrina da Predestinação

Declarada e Estabelecida à Luz da Escritura

John Gill
Traduzido do original em Inglês
The Doctrine Of Predestination Stated, And Set In The Scripture Light; In Opposition to Mr.
Wesley's Predestination calmly Considered, with a Reply to the Exceptions of the said Writer to
The Doctrine of the Perseverance of the Saints.
By John Gill

Via: PBMinistries.org
(Providence Baptist Ministries)

Tradução por Camila Almeida


Revisão e Capa por William Teixeira

1ª Edição: Janeiro de 2016

O apêndice deste volume foi traduzido por oEstandartedeCristo.com, com permissão, a partir do
original em Inglês: Whitefield’s Letter To Wesley On Election Via: ChapelLibrary.org © Copyright 1999
Chapel Library

Salvo indicação em contrário, as citações bíblicas usadas nesta tradução são da versão Almeida
Corrigida Fiel | ACF • Copyright © 1994, 1995, 2007, 2011 Sociedade Bíblica Trinitariana do Brasil.

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A Doutrina da Predestinação
Declarada e Estabelecida à Luz da Escritura
Por John Gill

Em Oposição à Predestinação Calmamente Considerada do Sr. John Wesley, Com


uma resposta para as Exceções do já citado autor À Doutrina da Perseverança dos
Santos.

Sr. Wesley tem-se declarado como o autor dos Serious Thoughts upon the Perseverance of
the Saints [Sérios Pensamentos Sobre a Perseverança dos Santos], para os quais eu
recentemente retornei uma resposta; o mesmo teve o prazer de mudar a controvérsia da
Perseverança para a Predestinação: contentando-se com algumas baixas, medianas e im-
pertinentes exceções para uma parte do que tenho escrito sobre o assunto da Perseve-rança;
não tentando responder a qualquer argumento apresentado por mim em defesa desta; e ainda
assim ele tem assegurado nos jornais públicos, chamando este seu miserá-vel escrito,
principalmente escrito sobre outro assunto, A full answer to Dr. Gill’s pamphlet on
perseverance [Uma resposta completa ao panfleto do Dr. Gill sobre a Perseverança]; qualquer
outro homem, além do Sr. Wesley, após reflexão, estaria coberto de vergonha e confusão;
embora para dar-lhe o que lhe cabe, em sua grande modéstia, ele deixou de fora a palavra
“completa” [full] em alguns jornais posteriores; como sendo consciente de si mesmo, ou seja,
alguns de seus amigos apontaram para ele, que era uma imposição sobre o público, e
tendiam muito a expor a ele mesmo e sua causa, desde que ele me concedeu propriedade
em todos os meus argumentos; os quais eu não direi que são irrespondíveis, embora eu
pense que eles são; e parece que o Sr. Wesley também pensava assim, vendo que ele não
tentou responder a algum deles; mas isto eu posso dizer: que absolutamente ainda não foram
respondidos, e muito menos uma resposta completa foi dada a eles.

E agora, embora eu pudesse estar muito bem escusado de segui-lo nesta perseguição
selvagem sobre o tema da predestinação; desde que ele não tratou do meu argumento em
favor da Perseverança dos Santos; já que ele não prosseguiu com esse assunto, como seu
título prometia; e uma vez que ao longo de todo este ele não a discute, apenas discursa sobre
ela; e apenas uma parte dela, a reprovação, o que ele pensou que serviria melhor à sua
finalidade; ainda assim, por causa de mentes fracas e honestas, para que pela sua astúcia,
eles não sejam corrompidos da simplicidade que há em Cristo, eu vou esforçar-me para
estabelecer a Doutrina da Predestinação, e colocá-la em uma verdadeira luz de acordo com
as Escrituras, com as provas extraídas dali; e tomar nota das principais objeções levantadas
pelo Sr. Wesley em sua discussão nas parte que dizem respeito à reprovação;

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e, em seguida, concluo este tratado com uma resposta às suas exceções insignificantes
ao que tenho escrito sobre o assunto da Perseverança dos Santos.

Quanto à Doutrina da Predestinação, ela pode ser considerada:

I. Em geral, com relação a todas as coisas que existiram, existem ou existirão, ou feitas no
mundo; cada coisa vem sob a determinação e nomeação de Deus; “Ele, como a Assembleia
de Teólogos dizem em sua Confissão, desde toda a eternidade, imutavelmente, ordenou tudo
quanto acontece”; ou, como eles expressam em seu Catecismo, “os decretos de Deus são os
atos sábios, livres e santos do conselho da Sua vontade pela qual, desde toda a eternidade,
Ele, para Sua própria glória, imutavelmente preordenou tudo o que acontece no tempo” e esta
predestinação e pré-designação de todas as coisas, podem ser concluídas a partir da
presciência de Deus; conhecidas diante de Deus são todas as suas obras desde o início do
mundo, απ αιωνος, desde a eternidade (Atos 15:18); elas eram conhecidas por Ele como
futuras, como elas seriam, pois se tornam assim por Sua determinação delas; pois, a razão
pela qual Ele sabia o que seria, é que Ele determinou que deveria ser. Também em relação à
providência de Deus, e Seu governo do mundo, que é totalmente de acordo com o conselho
da Sua própria vontade (Efésios 1:11): por que Ele faz todas as coisas de acordo com isso, ou
como Ele determinou em Sua própria mente. A Predestina-ção eterna, neste sentido, não é
outra senão a providência eterna, da qual a providência realizada no tempo é a execução.
Negar isso é negar a providência de Deus e o Seu governo do mundo, o que ninguém, senão
deístas e ateístas farão; ou pelo menos é pensar e falar indignamente de Deus, como se Ele
não fosse o Onisciente e Todo-Sábio e Sobera-no governante do mundo. Ele no passado
realizou grandes maravilhas, revelando ou predizendo o que ocorrerá, e isso não poderia ser
assim sem que Ele houvesse feito uma predestinação delas; destas, há muitos casos nas
Escrituras, como a permanência dos israelitas no Egito, e sua partida de lá; os 70 anos do
cativeiro dos judeus na Babilônia, e seu retorno no final deste período; a exata vinda do
Messias em um determinado momento; com muitos outros, e alguns aparentemente mais
casuais e contingentes; como [predizer] o nascimento de pessoas por nome, cem ou centenas
de anos antes deles nascerem, como Josias e Ciro; e de um homem carregando um vaso de
água, em tal momento e em tal lugar (1 Reis 13:2; Isaías 44:28; 45:1, Lucas 22:10,13): como
poderiam estas coisas serem predi-tas com certeza, a não ser que fossem determinados e
designadas que deveriam aconte-cer? Nada ocorre por acaso a Deus, nada é feito sem o Seu
conhecimento, nem sem a Sua vontade ou permissão, nada ocorre sem a Sua determinação;
cada coisa, mesmo a coisa mais específica, no que diz respeito às Suas criaturas, e que se
faz neste mundo em todos os períodos e eras do tempo, é por Sua designação; para provar
isto veja as seguintes passagens:

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• Eclesiastes 3:1-2 – Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo o
propósito debaixo do céu. Há tempo de nascer, e tempo de morrer, etc. há um prazo
estipulado no propósito de Deus para cada um deles.

• Jó 14:5 – Visto que os seus dias estão determinados, contigo está o número dos
seus meses; e tu lhe puseste limites, e não passará além deles. Capítulo 23:14: Porque
cumprirá o que está ordenado a meu respeito, e muitas coisas como estas ainda tem
consigo.

• Daniel 4:35 – Ele opera com o exército do céu e os moradores da terra; não há
quem possa estorvar a sua mão, e lhe diga: Que fazes?

• Efésios 1:11 – Havendo sido predestinados, conforme o propósito daquele que faz
todas as coisas, segundo o conselho da sua vontade.

• Atos 15:18 – Conhecidas são a Deus, desde o princípio do mundo, todas as suas
obras. Capítulo 17:26: determinando-lhes os tempos já dantes ordenados, e os limites da
sua habitação.

• Mateus 10:29-30 – Não se vendem dois passarinhos por um ceitil? e nenhum deles
cairá em terra sem a vontade de vosso Pai. E até mesmo os cabelos da vossa cabeça
estão todos contados.

II. A Predestinação pode ser considerada como especial, e como relativa às pessoas
parti-culares, e às coisas espirituais e eternas; ao passo que existe predestinação nos
aspectos gerais de todas as criaturas e coisas, até mesmo as coisas temporais e civis.

Em primeiro lugar, o próprio Cristo é o objeto da predestinação; Ele foi preordenado para
ser o mediador entre Deus e o homem; para propiciação pelo pecado; para ser Ele o Re-
dentor e Salvador do Seu povo; para ser o Cabeça da Igreja, Rei dos santos e Juiz do
mundo; por isso Ele é chamado, o eleito de Deus, e Seu escolhido; e tudo o que caiu
sobre Ele, ou foi feito para Ele, foi determinado pelo conselho e presciência de Deus;
mesmo todas as coisas relacionadas com Seus sofrimentos e morte, para provar isto
podemos ler as seguintes Escrituras:

• Romanos 3:15 – A quem Deus propôs, προεθετο, preordenou para propiciação.

• 1 Pedro 1:20 – O qual, na verdade, em outro tempo foi conhecido, ainda antes da
fundação do mundo. Veja o capítulo 2:4.

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• Lucas 22:29 – E eu vos destino o reino, como meu Pai mo destinou.

• Atos 17:31 – Porquanto tem determinado um dia em que com justiça há de julgar o
mundo, por meio do homem que destinou. Veja também o capítulo 10:42.

• Isaías 42:1 – Eis aqui o meu servo, a quem sustenho, o meu eleito, em quem se
apraz a minha alma. Veja Mateus 12:18.

• Lucas 22:22 – E, na verdade, o Filho do homem vai segundo o que está


determinado; mas ai daquele homem por quem é traído!

• Atos 2:23 – A este que vos foi entregue pelo determinado conselho e presciência
de Deus, prendestes e etc. Capítulo 4:28: Para fazerem tudo o que a tua mão e o teu
conselho tinham anteriormente determinado que se havia de fazer.

Em segundo lugar, os anjos também são os objetos da predestinação, bons e maus; os


anjos bem-aventurados são escolhidos para a vida, e para continuar em seu estado feliz
por toda a eternidade; e sua perseverança nela, e felicidade eterna, e tudo isso devido à
escolha eterna deles em Cristo, a sua cabeça; Conjuro-te diante de Deus, e do Senhor
Jesus Cristo, e dos anjos eleitos, que guardes estas coisas (1 Timóteo 5:21). Os anjos
maus são rejeitados por Deus, e deixados nesse miserável estado que sua apostasia os
levou, sem qualquer provisão de graça e misericórdia para eles: eles estão reservados na
escuri-dão e em prisões eternas até ao juízo daquele grande dia [Judas 1:6]; e
eternamente o fogo está preparado para eles, de acordo com o determinado conselho e
vontade de Deus (2 Pedro 2:4; Mateus 25:41).

Em terceiro lugar, a predestinação a qual as Escrituras principalmente tratam é a que diz


respeito aos homens, e é composta por duas partes, eleição e reprovação; a primeira é
uma predestinação para a vida e a outra para a morte.

I. A eleição, que é uma predestinação para a vida, é um ato da livre graça de Deus, de Sua
vontade soberana e imutável, pela qual desde toda a eternidade Ele escolheu em Cristo, a
partir da massa comum da humanidade, alguns homens, ou um certo número deles, para
participar das bênçãos espirituais aqui, e da felicidade no futuro, para a glória de Sua graça.

1. Os objetos da eleição são alguns homens, não todos, o que supõe uma escolha; se todos
fossem tomados não haveria escolha; chamado, portanto, de um remanescente segundo a
eleição da graça (Romanos 11:3). Trata-se de um certo número, que apesar de desconhe-
cido para nós, quantos e quem são eles, são conhecidos por Deus; o Senhor conhece os

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que são Seus (2 Timóteo 2:19). E embora eles são em si uma grande multidão, que
nenhum homem pode numerar (Apocalipse 7:9), no entanto, quando comparados com
aqueles de quem eles são escolhidos, eles são poucos; muitos são chamados, mas
poucos escolhidos (Mateus 20:16). Estes são escolhidos a partir da mesma massa
comum da humanidade, seja esta considerada como corrupta ou pura; todos estavam em
pé de igualdade quando a escolha foi feita; não tem o oleiro poder sobre o barro, para da
mesma massa fazer um vaso para honra e outro para desonra (Romanos 9:21)? Estes
não são nações inteiras, igrejas e comunidades, mas determinadas pessoas, cujos nomes
estão escritos no livro da vida do Cordeiro; “Amei a Jacó...”; “Saudai a Rufo, eleito no
Senhor”; “Como também nos elegeu nele...” (Romanos 9:13; 16:13; Efésios 1:4), e não
um conjunto de preposições, mas pessoas; não características, mas homens; ou não os
homens sob tais e tais caracterís-ticas, como crentes, santos e etc., mas os homens como
não tendo eles ainda nascido, nem tendo feito bem ou mal (Romanos 9:11).

2. Este ato da eleição, é um ato da livre graça de Deus, pois Ele não é movido por qualquer
motivo ou condição no objeto escolhido; pelo que é chamado de a eleição da graça; a respeito
da qual o raciocínio do apóstolo é forte e invencível; se é por graça, já não é pelas obras; de
outra maneira, a graça já não é graça. Se, porém, é pelas obras, já não é mais graça; de
outra maneira a obra já não é obra (Romanos 11:5-6), é de acordo com a vontade soberana e
imutável de Deus, e não de acordo com a vontade ou obras dos homens; nos predestinou
para filhos de adoção por Jesus Cristo, para si mesmo, segundo o beneplácito de sua
vontade (Efésios 1:5), e novamente, verso 11, havendo sido predestinados, confor-me o
propósito daquele que faz todas as coisas, segundo o conselho da sua vontade; por-tanto,
está imutavelmente firme e seguro, para que o propósito de Deus, segundo a eleição, ficasse
firme, não por causa das obras, mas por aquele que chama (Romanos 9:11).

3. Este ato da eleição é independentemente da fé, santidade e boas obras como causas ou
condições da mesma; fé flui a partir dela; é um fruto e efeito dela, é assegurada por ela, e é
tida como consequência da eleição: e creram todos quantos estavam ordenados para a vida
eterna (Atos 13:48), por isso é chamado de a fé dos eleitos de Deus (Tito 1:1), e embora a
santidade seja um meio fornecido no ato da eleição, não é a sua causa; os homens são
escolhidos, não porque eles são santos, mas para que eles sejam santos (Efésios 1:4), as
boas obras não são anteriores, mas são consequentes à eleição; a eleição não provém das
obras, como antes observado, e ela ocorreu antes que qualquer uma das boas obras fossem
feitas (Romanos 9:11; 11:5-6), elas são os efeitos do decreto de Deus, e não a causa dele;
Deus as preordenou para que andássemos nelas (Efésios 2:10).

4. O ato da eleição foi feito em Cristo, como a cabeça, em Quem todos os eleitos foram es-
colhidos, e em cujas mãos, por este ato de graça, foram colocadas as suas pessoas, graça

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e glória; e este é um ato eterno de Deus nEle; como também nos elegeu nEle antes da
fun-dação do mundo (Efésios 1:4), e assim o apóstolo diz aos tessalonicenses (2 Tessalo-
nicenses 2:13), ...vos ter Deus elegido desde o princípio para a salvação; não a partir da
primeira pregação do Evangelho para eles, ou a partir do momento de sua conversão por
meio da pregação, mas desde o início dos tempos, até mesmo desde toda a eternidade,
como o termo é utilizado em Provérbios 7:23, portanto, nada feito no tempo poderia ser a
causa ou a condição disso.

5. Para que os homens são escolhidos por este ato: graça aqui, e glória no porvir; todas as
bênçãos espirituais, adoção, justificação, santificação, fé da verdade, e a salvação por Jesus
Cristo. Salvação é o fim proposto no que diz respeito aos homens; santificação do Espírito e
fé na verdade, são os meios apontados e preparados para essa finalidade. Efé-sios 1:4-5,
Como também nos elegeu nele antes da fundação do mundo, para que fôssemos santos e
irrepreensíveis diante dele em amor; e nos predestinou para filhos de adoção...”.
2 Tessalonicenses 2:13, Mas devemos sempre dar graças a Deus por vós, irmãos
amados do Senhor, por vos ter Deus elegido desde o princípio para a salvação, em
santificação do Espírito, e fé da verdade. 1 Pedro 1:2, Eleitos segundo a presciência de
Deus Pai, em santi-ficação do Espírito, para a obediência e aspersão do sangue de Jesus
Cristo...”. 1 Tessa-lonicenses 5:9: “Porque Deus não nos destinou para a ira, mas para a
aquisição da salva-ção, por nosso Senhor Jesus Cristo”.

6. Tanto os meios quanto o fim são seguros para os eleitos, uma vez que este é um ato da
vontade imutável de Deus; estes são redimidos pelo sangue de Cristo: Ele morreu por seus
pecados, e fez expiação por eles; eles são justificados pela Sua justiça, e nenhuma acusa-ção
pode ser feita contra eles; eles são eficazmente chamados pela graça de Deus; eles são
santificados pelo Seu Espírito; eles perseverarão até o fim, e não podem total e final - mente,
ser enganados e cair, mas serão eternamente glorificados, Romanos 8:33-34: Quem intentará
acusação contra os escolhidos de Deus? É Deus quem os justifica. Quem é que condena?
Pois é Cristo quem morreu...; Romanos 8:30: E aos que predestinou a estes também chamou;
e aos que chamou a estes também justificou; e aos que justificou a estes também glorificou.
Mateus 24:24: Porque surgirão falsos cristos e falsos profetas, e farão tão grandes sinais e
prodígios que, se possível fora, enganariam até os escolhidos.

7. O fim último de tudo isso, no que diz respeito a Deus, é a Sua própria glória; a glória de
todas as Suas perfeições Divinas; a glória de Sua sabedoria na formação de um tal
esquema, ao estabelecer tal propósito, e preparar meios adequados para ele; a glória da
Sua justiça e santidade, na redenção e salvação desses escolhidos, através do sangue,
justiça e sacrifício de Seu Filho; e da glória da Sua rica graça e misericórdia
demonstradas em Sua bondade para com eles por meio dEle; e a suma disso é para o
louvor da glória de sua graça, pela qual nos fez agradáveis a si no Amado (Efésios 1:6).

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Esta agora é a doutrina Bíblica da Predestinação, ou aquela parte dela que é chamada de
eleição; donde parece ser absoluta e incondicional, independentemente de qualquer coisa
no homem como a causa e condição dela. O Sr. Wesley acredita que a “eleição é uma
designação Divina de alguns homens para a bem-aventurança eterna”; de modo que ele
confessa uma eleição particular e pessoal, e chama-lhe de um decreto eterno; mas
acredita que é condicional: mas se for condicional, a condição deve ser nomeada; deixe-o
citar a condição dela; deixe-o indicá-la para nós, e em que passagem da Escritura ela
está; o ônus disso está sobre ele, para que o faça, e eu insisto sobre isso, ou então ele
deve desistir de sua ideia não-bíblica de eleição condicional. Marcos 16:16 não é
nenhuma expressão desse decreto, mas uma declaração da vontade revelada de Deus, e
indica-nos qual será o estado eterno dos crentes e descrentes. Mas os crentes, como tais,
não são os objetos do decreto de Deus; é verdade, de fato, que os que são verdadeiros
crentes são os eleitos de Deus; mas, então, a razão pela qual eles são os eleitos de Deus
não é porque eles são crentes, mas eles se tornam crentes, porque eles são os eleitos de
Deus; sua fé não é a causa ou condição de sua eleição, mas a sua eleição é a causa de
sua fé; eles foram escolhidos quando não tinham feito nem bem nem mal, e assim, antes
que eles cressem; e eles creem no tempo, em consequência do fato de haverem sido
preordenados para a vida eterna, desde a eternidade: a fé ocorre tempo, a eleição antes
que o mundo existisse; nada temporal, pode ser a causa ou condição do que é eterno.
Esta é a doutrina das Escrituras; se o Sr. Wesley não concordar com isso, ouça os artigos
da sua própria Igreja [Anglicana]; o décimo sétimo é assim expresso:

Predestinação para a vida é o propósito eterno de Deus, pelo qual (antes da fundação
do mundo) Ele constantemente tem decretado por Seu conselho, secreto para nós, livrar
da maldição e condenação aqueles que elegeu em Cristo dentre o gênero huma-no, e
trazê-los a Cristo para a salvação eterna, como vasos feitos para honra. Portan-to,
aqueles que são dotados com um tão excelente benefício da parte de Deus, são
chamados de acordo com o propósito de Deus por Seu Espírito, que opera no tempo
devido: eles, pela graça, obedecem à vocação: eles são justificados gratuitamente: eles
são feitos filhos de Deus por adoção; são feitos conforme a imagem de Seu Filho
unigênito Jesus Cristo; eles andam religiosamente em boas obras, e finalmente pela
1
misericórdia de Deus, eles alcançam a bem-aventurança eterna.

Este é um artigo conforme a Escritura; um artigo de sua própria Igreja; um artigo da qual
ele, como um verdadeiro filho da Igreja, traiçoeiramente renunciou; um artigo que o Sr.

__________
[1] Artigo XVII: Da Predestinação e Eleição, extraído de 39 Artigos da Religião, os quais são uma espécie de
“Confissão de Fé”, da Igreja Anglicana ou Igreja da Inglaterra — N.R.

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Wesley deve ter subscrito e jurado ; um artigo que olhará na face dele enquanto as subs-
crições e os juramentos forem válidos para qualquer coisa para com ele.

A doutrina da eleição, como foi estabelecida acima, estando em tão brilhante luz nas
Sagra-das Escrituras, e aparecendo com tanta evidência, de forma a ser impossível que
toda a destreza e sofismas de homens a anulem; o outro ramo da predestinação segue
necessa-riamente, o que não negamos, mas sustentamos. O Sr. Wesley gostaria de ter
uma eleição revelada que não implicasse em reprovação; mas que eleição esta pode ser,
a inteligência do homem não pode conceber; pois, se alguns são escolhidos, outros
devem ser rejeitados; e própria noção de eleição do Sr. Wesley o implica; pois, como ele
diz, “eleição é um apon-tamento Divino de alguns homens para a bem-aventurança
eterna”; então, outros devem estar de fora dessa escolha, e rejeitados. Eu prossigo assim,

II. Em relação ao outro ramo da predestinação, comumente chamado de reprovação; que


é um decreto imutável de Deus, segundo a Sua vontade soberana, pelo que Ele determinou
deixar alguns homens na massa comum da humanidade, dos quais Ele escolheu outros, e
para puni-los por causa do pecado com a perdição eterna, para a glória do Seu poder e
justiça. Este decreto é composto por duas partes, uma negativa e uma positiva; a primeira
é chamada por alguns de preterição, ou passar por, deixando alguns, quando outros são
escolhidos; o que não é outra coisa senão não-eleição; a última é chamada de pré-
condena-ção, sendo o decreto de Deus para condenar ou punir os homens pelo pecado.

Primeiro, preterição é ato Divino de passar por, ou deixar alguns homens quando Ele
escolheu outros, segundo a Sua vontade soberana e prazer; sobre este ato de Deus há

__________
[2] “Creio não haver no mundo, tanto nos idiomas antigos como nos modernos, uma liturgia impregnada de
uma piedade mais sólida, bíblica e racional do que a do Livro de Oração Comum [o qual contém os 39
Artigos da Religião, e obviamente o Artigo XVII: Da Predestinação e Eleição]. E mesmo considerando que
foi esta obra compilada há mais de duzentos anos, sua linguagem não só é pura, como também forte e
elegante em essência” — John Wesley (Fonte: IgrejaAnglicana.com.br).

Outro fato importante a se destacar sobre a apostasia de Wesley em relação aos 39 Artigos da Igreja da
Inglaterra, especialmente o Artigo XVII, é que isto foi um ponto determinante para seu afastamento e divisão
doutrinária em relação a George Whitefield, conforme nos informa o Dr. Martyn Lloyd-Jones:

“George Whitefield era um seguidor do ensino de Calvino. Era um homem verdadeiramente reformado em
sua doutrina, ao passo que Wesley era arminiano. Daí ocorreu esta divisão. Ora, evidentemente, isto liga
Whitefield a Calvino. Whitefield permaneceu mais leal aos Trinta e Nove Artigos da Igreja da Inglaterra do
que João Wesley. A ênfase desses Artigos é calvinista, e Whitefield se apegou a isso, enquanto que João
Wesley se afastou e, portanto, foi o principal responsável pela divisão” (Os Puritanos: Suas Origens e Seus
Sucessores. 1ª Ed. São Paulo: PES, 1993, p. 114) — N.R.

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uma clara evidência na Sagrada Escritura; assim como ele está necessariamente implícito
no ato Divino da eleição, que tem tal prova clara e incontestável. Estes são οι λοιποι, o
restante, aquelas que permanecem não-eleitos, enquanto outros são escolhidos; a eleição
o obteve ou as pessoas eleitas obtêm justiça, vida e salvação, em consequência da
serem eleitos; e os outros foram endurecidos (Romanos 11:7), sendo deixados, eles
permanecem em sua escuridão e ignorância natural, e por seus pecados são
abandonados à cegueira judicial e dureza de coração. Estes são os que ficam de fora do
livro da vida, enquanto outros têm os seus nomes escritos nele; de quem se diz, esses
cujos nomes não estão escritos no livro da vida do Cordeiro que foi morto desde a
fundação do mundo (Apocalipse 13:8; 17:8).

Em segundo lugar, pré-condenação é o decreto de Deus para condenar os homens por causa
do pecado, ou puni-los com a condenação eterna por causa dele. E este é o sentido das
Escrituras; e esta é a perspectiva que elas nos dão dessa doutrina (Provérbios 16:4), O
Senhor fez todas as coisas para atender aos seus próprios desígnios, até o ímpio para o dia
do mal. Não que Deus fez o homem para condená-lo; a Escritura não diz tal coisa, nem nós;
nem é o sentido da doutrina pleitear por isso; nem isso deve ser inferido a partir dela. Deus
fez o homem não para condená-lo, nem salvá-lo, mas para a Sua própria glória, que
é Seu fim último em criá-lo, seja ele salvo ou perdido; mas o significado é que Deus deter-
minou todas as coisas para a Sua glória, e, particularmente, Ele designou o ímpio para o
dia da ruína e destruição por sua impiedade. Judas, verso 4: Porque se introduziram
alguns, que já antes estavam escritos para este mesmo juízo. Mas quem são eles? Eles
estão descritos posteriormente como homens ímpios, que convertem em dissolução a
graça de Deus, e negam a Deus, único dominador e Senhor nosso, Jesus Cristo. Assim,
os objetos deste decreto são chamados vasos de ira preparados para a destruição, ou
seja, pelo pecado (Romanos 9:22). E agora, o que há ali de chocante nesta doutrina, ou
desagradável às perfeições de Deus? Deus não condena nenhum homem, senão por
causa do pecado, e Ele decretou não condenar ninguém, senão pelo pecado.

Em terceiro lugar, este decreto, nós dizemos, é de acordo com a vontade soberana de Deus,
pois nada pode ser a causa de Seu decreto, senão a Sua própria vontade de deixar o objeto
desta parte do decreto, que é chamada de Preterição, seja considerado tanto na massa
corrupta ou pura da humanidade, como criaturas caídas ou não-caídas, eles devem ser
considerados na mesma visão e, como em igualdade e nível com os que são escolhidos e,
portanto, nenhuma outra razão pode ser dada, senão a vontade de Deus, que Ele escolha
um, e deixa outro. E, embora nesse ramo dela, que é uma designação de homens para
condenação, o pecado seja a causa do que é decretado, a condenação; ainda assim, esta
é a vontade de Deus, que é a causa do próprio decreto, por esta razão invencível; ou de
outra forma, Ele poderia ter designado todos os homens para a condenação, uma vez que

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todos são pecadores. Que qualquer outra razão seja atribuída se for possível, a saber, para o
fato dele haver designado condenar alguns homens por seus pecados, e não outros.

Em quarto lugar, o propósito de Deus em tudo isso é a glorificação de Si mesmo, Seu


poder e Sua justiça; todos os seus desígnios são para Si mesmo, para a Sua própria
glória, e isso entre os demais: E que direis se Deus, querendo mostrar a sua ira, a Sua
justiça vindicativa, e dar a conhecer o seu poder, suportou com muita paciência os vasos
da ira, preparados para a perdição! (Romanos 9:22).

A doutrina da reprovação, considerada a esta luz, não tem nada nela contrária à natureza e
perfeições de Deus. Em relação a expressões severas e frases descuidadas, que alguns
podem ter usado em falar ou escrever sobre esta doutrina, não tomarei sobre mim a respon-
sabilidade de defender, mas enquanto ela é assim definida, eu acho que é defensável,
igualmente como a doutrina da eleição, e é demonstrável por ela. As Escrituras são de fato
mais escassas de uma do que da outra, e faz-nos concluir uma a partir da outra, em grande
medida, embora não sem nos dar evidência clara e completa; pois, embora a reprovação não
seja tão abundantemente citada, no entanto, é claramente mencionada nas Escrituras
Sagradas. Portanto, sobre esta consideração, julgamos mais adequado e prudente, não tanto
insistir sobre o assunto em nossos discursos e escritos; não a partir de qualquer consciência
de falta de evidência, mas por causa do assombro do assunto. Disso os nossos adversários
estão cientes; e, portanto, nos pressionam sobre este assunto, a fim de tornar a doutrina da
eleição desprezível para homens fracos ou carnais; e fazem seus primeiros ataques a este
ramo da predestinação, o que é começar errado, desde que a reprovação não é outra coisa,
senão a não-eleição, ou o que se opõe à eleição; deixe a doutrina da eleição ser demolida e a
outra cairá naturalmente; mas isso custará muitas dores; e eles encontram ser uma melhor
consideração para com as mentes fracas, escolher outro méto-do; um método que os
Remonstrantes anteriormente estavam desejosos de usar, no Sínodo de Dort, se isso tivesse
sido autorizado, um método que o Dr. Whitby escolheu em seu discurso sobre os cinco
pontos; e este é o método que o Sr. Wesley considerou neces-sário escolher, e de fato, ele
limita-se inteiramente a este assunto, pois embora ele chame o seu panfleto de
Predestinação Calmamente Considerada; no entanto, ele considera ape-nas uma parte dela,
a reprovação, e isso não em uma forma de argumentação, mas de discussão; não tomando
conhecimento dos nossos argumentos a partir das Escrituras ou da razão, apenas fazendo
algumas exceções capciosas a ela; as quais tem alguma aparên-cia de objeção, reunida,
assim como eu posso perceber, a partir daquela performance selvagem e sem método, que
ele considerada adequada. E,

Em primeiro lugar, ele deseja que seja considerado imparcialmente, como é possível
conciliar a reprovação com as seguintes Escrituras: Gênesis 3:17 e 4:07; Deuteronômio

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7:9, 12; 12:26-28 e 30:15; 2 Crônicas 15:1; Esdras 9:13-14; Jó 36:5; Salmo 145:9; Provér-
bios 1:23; Isaías 65:2; Ezequiel 18:26; Mateus 7:26; 11:20; 12:41; 13:11-12; 22:8; e
capítulo 25; João 3:18 e 5:44; Atos 8:20; Romanos 1:20; e 2 Tessalonicenses 2:10
(Predestinação Calmamente Considerada, p. 13). Em todas estas Escrituras não há uma
única palavra que milita contra a doutrina da reprovação; nem é comentado nada digno de
consideração: nós sabemos muito bem, não é contrário a essa doutrina, que a maldição
caiu sobre os homens por causa do pecado; e que é isso o que os torna inaceitáveis a
Deus, e é a razão pela qual, finalmente, nenhum deles deve ser encontrado nEle, nem Ele
favorável a eles: há um arrependimento que pode ser encontrado em pessoas não-eleitas;
ocorrências desse tipo não enfraquecem, em absoluto, a doutrina. Mateus 13:11-12,
comprovam isso. A palavra ninguém, não está no texto original em Jó 36:5. É certo que
há alguns que Deus despreza, Salmo 53:5 e 73:20. É uma pena, que ele haja apenas
transcrito duas ou três centenas de passagens mais enquanto estava empenhado nisso;
até mesmo os livros inteiros de Crônicas e o livro de Ester, o que serviria tanto para o seu
propósito como aqueles que ele reproduziu.

Em segundo lugar, ele propõe que as seguintes Escrituras que declaram a disposição de
Deus de que todos sejam salvos, sejam reconciliadas com a doutrina da reprovação:
Mateus 21:9; Marcos 16:15; João 5:34; Atos 17:24; Romanos 5:18 e 10:12; 1 Timóteo 2:3-
4; Tiago 1:5; 2 Pedro 3:9; 1 João 4:14 (Predestinação Calmamente Considerada, pp. 16-
17). Algumas das quais não se relacionam à salvação eterna em absoluto, mas à
salvação física dos judeus; e outras não têm relação com a salvação em qualquer sentido;
algumas falam apenas da vontade de Deus de salvar os Seus eleitos, para quem Ele é
longânimo; e outras de Sua vontade que os gentios bem como judeus, sejam salvos; e
que é o Seu prazer que alguns de todos os tipos sejam salvos por Cristo; nenhuma das
quais militam contra a doutrina da Reprovação.

Em terceiro lugar, ele encontra que esta doutrina é incompatível com as seguintes Escri -
turas, que declaram que Cristo veio para salvar todos os homens; que Ele morreu por todos;
que Ele fez expiação por todos, mesmo por aqueles que finalmente perecem: Mateus 17:11;
João 1:29; 3:17 e 7:14; Romanos 14:15; 1 Coríntios 7:11; 2 Coríntios 5:14; 1 Timóteo 2:6;
Hebreus 2:9; 2 Pedro 2:1 e 1 João 2:1, 2 (Predestinação Calmamente Considerada, pp. 16-
17). Mas estas Escrituras não dizem que Cristo veio salvar todos os que se perdem; ou que
Ele veio salvar todos os homens, ou morreu por todos os homens, por todos os indivíduos da
natureza humana; não há um texto da Escritura em toda a Bíblia que diga isso; o que mais
parece com isso é Hebreus 2:9, para que, pela graça de Deus, provasse a morte por todos os
homens [tradução literal]; mas a palavra homens não está no texto original [esta palavra
também não aparece na versão ACF — N.T.]; é apenas υπερ παντος, por todos; por cada um
dos filhos de Deus, dos filhos, dos irmãos de Cristo, e descendência de Abraão

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em um sentido espiritual, conforme o contexto determina. Quanto às passagens acima
cita-das, elas consideram tanto o mundo dos eleitos de Deus; ou os gentios, como
distintos dos judeus; ou todos os tipos de homens; mas não todos os indivíduos da
humanidade: e aque-les que são representados como tais que podem perecer, ou em
perigo disso, são tais que apenas professavam ser comprados por Cristo ou, então, eram
Cristãos verdadeiros cujas paz e conforto estavam em perigo de ser destruídas, mas não
as suas pessoas; e nenhuma das passagens militam contra a doutrina em consideração.

Em quarto lugar, esta doutrina é representada como contrária e incompatível com a


justiça de Deus, e com aquelas Escrituras que a declaram, particularmente Ezequiel 18
(Predesti-nação Calmamente Considerada, p. 19). Ao que pode ser respondido que, esse
Capítulo em Ezequiel diz respeito apenas ao povo dos judeus, e não a toda a
humanidade; e consi-dera apenas as relações providenciais de Deus com eles, com
relação a questões civis e temporais, e uma reivindicação em relação à desigualdade e
injustiça cometidas por eles; e não das coisas espirituais e eternas: ou a salvação e
condenação dos homens; e, por conseguinte, é impertinentemente reproduzido. E se
qualquer um apenas considerar séria e imparcialmente a doutrina como foi citada acima,
eles não verão nenhuma razão para acusar a Deus de injustiça, nem encontrarão
qualquer dificuldade em conciliá-la com a Sua justiça. No primeiro ramo deste decreto,
chamado Preterição, sejam os objetos criaturas caídas ou não-caídas, isso não lhes
acrescenta; isso os deixa como os encontrou; e, por-tanto, não lhes faz injustiça: no outro
ramo do mesmo, a designação para a condenação, é apenas devida ao pecado; há
injustiça da parte de Deus por causa disso? Não, certamente; se não há injustiça nEle ao
condenar os homens por causa do pecado, pode haver injustiça nEle ao decretar
condená-los por causa do pecado, e se não teria nenhuma injustiça nEle ter condenado
todos os homens por causa do pecado, e ter determinado tê-lo feito, como Ele sem dúvida
poderia; não pode haver nenhuma forma contrária à Sua justiça condenar alguns homens
pelo pecado, e determinar assim fazê-lo; portanto, tudo o que é dito sob este título é tudo
falácia, mero ruído e nada significa. Que o argumento acima seja refutado, se possível.

Em quinto lugar, esta doutrina é representada como contrária ao julgamento geral; e que,
após este esquema não pode haver juízo vindouro, nem qualquer estado futuro de recom-
pensa e punição (Predestinação Calmamente Considerada, pp. 26, 30): mas por quê? Como
isso é evidenciado? Por que, de acordo com o nosso esquema, “Deus no passado ordenou a
esta condenação”, mas, então, isso foi pelo pecado; e se pelo pecado, como isso se opõe a
um julgamento futuro? Isso, antes, o faz necessário; e certo é que um julgamento futuro é
compatível com isso, e completamente inevitável por meio disso; Deus decreta condenar os
homens pelo pecado; os homens pecam, e são trazidos ao tribunal de Deus, e são justamente
condenados por isso. O julgamento de Deus ocorre, e a justa recompensa

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da punição de acordo com o justo propósito de Deus, e de acordo com as regras da justiça.
Mas este escritor tem a certeza de afirmar que nós dizemos: “Deus vendeu os homens para
que cometam a iniquidade, desde o ventre de sua mãe; e os entregou a uma mente réproba,
mesmo quando estavam sobre os seios de sua mãe”. Isto é completamente falso; nós não
dizemos tal coisa; nós dizemos, com a Escritura, que os homens se vendem [1 Reis 21:25]
para cometer a iniquidade à medida que eles crescem; e que Deus entrega aos homens uma
disposição mental reprovável, após um longo caminho e curso de pecado; e deve ser algo
justo diante de Deus trazer essas pessoas a julgamento, e condená-las por sua iniquidade.
Mas, então, é dito que eles estão condenados “por não terem aquela graça que Deus
decretou que eles nunca teriam”. Novamente, isso é falso; nós não dizemos tal coisa; nem a
doutrina que sustentamos nos obriga a isso; nós podemos dizer, de fato, que a graça de Deus
é Sua própria; e se este é o sentido do texto em Mateus ou não, não importa, é uma verdade
que Ele pode fazer o que quiser com a Sua própria graça: nós confessamos que Ele
determinou concedê-la a alguns e não a outros, como vemos que na verdade Ele faz; mas,
então, nós dizemos que Ele não condenará ninguém por falta desta graça que Ele não acha
apropriado conceder-lhe; nem por eles não crerem que Cristo morreu por eles; mas por seus
pecados e transgressões de Sua justa lei. E não há aqui o suficiente para evidenciar o justo
julgamento e proceder?

Além disso, os decretos soberanos de Deus, com relação ao estado final dos homens, estão
tão longe de tornar o futuro julgamento desnecessário, pois este procederá de acordo com
aqueles, junto com outras coisas, porque com outros livros que serão abertos na ocasião, o
livro da vida será um, no qual os nomes de alguns homens são escritos, e outros não; e os
mortos serão julgados pelas coisas que estão escritas nos livros, de acordo com as suas
obras. E aquele que não foi achado escrito no livro da vida foi lançado no lago de fogo
(Apocalipse 20:12, 15); Nunca vos conheci; apartai-vos de mim (Mateus 7:23).

Em sexto lugar, esta doutrina é dita desconcordar muito com a verdade e sinceridade de
Deus, em mil declarações, como estas: Ezequiel 18:23, 32:32; Deuteronômio 5:29; Salmo
81:12; Atos 17:30; Marcos 16:15 (Predestinação Calmamente Considerada, pp. 31, 33). Ao
que eu respondo, que algumas dessas declarações relacionam-se apenas aos judeus, e não
à toda a humanidade; e são apenas questões de compaixão e desejos veementes pelo seu
bem-estar civil e temporal, e, no máximo, apenas mostram o que é agradável a Deus e
aprovado por Ele, e o que estava faltando neles; com o que eles são censurados, não
obstante as suas vãs ostentações em contrário. Outras somente mostram qual é o comando
da vontade de Deus, ou o que Ele fez ser o dever do homem; não, quais são os Seus propó-
sitos do que os homens farão, ou o que Ele concederá a eles; e nenhuma delas sugere
qualquer insinceridade em Deus, com respeito à doutrina da reprovação. O Evangelho é de
fato ordenado a ser pregado a toda criatura a quem é enviado e chegar; mas ainda assim,

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nunca foi levado a todos os indivíduos da natureza humana; houve multidões em todas as
eras que não o ouviram. E que existem ofertas universais de graça e salvação feitas para
todos os homens isto eu absolutamente nego; não, eu nego que elas são feitas a
qualquer um; senão aos eleitos de Deus; graça e salvação são fornecidas para eles no
Pacto Eterno, adquiridas por eles por Cristo, anunciadas e reveladas no Evangelho e
aplicadas pelo Espírito; muito menos são feitas para os outros, portanto, esta doutrina não
é acusável de insinceridade por causa disso. Deixe que os patronos da oferta universal
defendam-se de tal objeção; eu não tenho nada a ver com isso; até que se prove que
existem tais ofertas universais, então, o raciocínio do Dr. Watts neste tópico, exigirá um
pouco de atenção; mas não até então.

Em sétimo lugar, é dito que as doutrinas da eleição e reprovação menos ainda concordam
com o relato bíblico do amor e bondade de Deus (Predestinação Calmamente Considerada, p.
135). A doutrina da eleição certamente nunca pode discordar do amor e bondade de Deus;
desde que a Sua escolha de homens para a salvação é o fruto e efeito de Seu eterno amor e
livre graça; os motivos pelos quaisquer pessoas são escolhidas, é porque elas são amadas de
Deus; a eleição pressupõe amor: isso o apóstolo pontua claramente para nós, quando ele diz,
Mas devemos sempre dar graças a Deus por vós, irmãos amados do Senhor, por vos ter
Deus elegido desde o princípio para a salvação (2 Tessalonicenses 2:13). E a bondade de
Deus evidencia-se muito em consequência deste decreto na reden-ção dos escolhidos por
Cristo, na regeneração e santificação deles pelo Espírito, e em trazê-los finalmente à eterna
glória e felicidade de acordo com o seu propósito original. Mas
é possível que seja a doutrina da reprovação somente, embora ambas são colocadas juntas
pelo nosso autor, que discordam do amor e bondade de Deus. Isso não é inconsistente com a
Sua bondade providencial; em cujo sentido o Senhor é bom para todos, e as suas mise-
ricórdias são sobre todas as suas obras [Salmos 145:9]; e não obstante este decreto, todos os
homens têm uma grande parcela desta bondade de Deus; e embora eles possam abusar
dessa bondade, o que será um agravamento de sua condenação; este é seu próprio pecado e
culpa, e não deve ser acusado sobre o decreto de Deus, como este escritor falsamente faz;
quem diz que Deus, de acordo conosco, concede aos homens os bens deste mundo com o
propósito de aumentar a sua condenação; e cada um de seus confortos, por um decreto
eterno de Deus, deverá lhes custar mil dores no Inferno; ao passo que o abuso das
misericórdias dadas, o que aumentará a sua condenação, não flui do decreto, mas a partir de
sua própria impiedade. As especiais misericórdia e bondade de Deus são negadas a tal fato,
o que está em Sua soberana vontade dar a quem Lhe apraz; Quem terá misericórdia de quem
tiver misericórdia [Êxodo 33:19; Romanos 9:15]: o ato da eleição é um ato de amor Divino, e
flui a partir dele; a reprovação de fato flui de Seu ódio, sendo um desígnio de Sua ira; mas,
então, é a partir de Seu ódio ao pecado, o que de nenhuma maneira é contrário a Ele ser um
Deus de amor e bondade; além disso, há uma maior demonstração do amor,

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graça, misericórdia e bondade de Deus em escolher alguns homens para a salvação e
infalivelmente assegurá-la para eles, e trazê-los em segurança para o gozo da mesma,
que a noção contrária: segundo a qual nenhum homem é absolutamente escolhido para a
salvação; a salvação não é segura para nenhuma pessoa; é deixada à vontade precária e
inconstante do homem: e é possível, de acordo com essa noção, que nenhum homem
seja salvo; ou melhor, é impossível que qualquer homem seja salvo pelo poder de seu
próprio livre-arbítrio. Que seja julgado, então, qual noção é mais misericordiosa e bondosa
para os homens, e mais digna do Deus de amor e bondade. No todo, a doutrina da
reprovação, embora definida em tão má luz, e representada de uma maneira tão odiosa, é
uma doutrina defensável quando declarada e esclarecida; nem nós temos receio de
confessá-la e sustentá-la.

Este pé fendido não nos assusta; assim o Sr. Wesley chama (Predestinação Calmamente
Considerada, p. 11), como ele pensa, belamente, mas de modo mui blasfemo, um ato da
vontade Divina; nem esta é uma pedra de mó que paira sobre o pescoço de nossa
hipótese, como ele, sem dúvida, muito elegantemente o expressa (Predestinação
Calmamente Con-siderada, p. 77); mas permita-me dizer-lhe, será a Divina misericórdia
distintiva, se não houver uma pedra de mó sobre seu próprio pescoço. A partir daí, ele
vagueia para o livre-arbítrio e para a graça irresistível: às vezes, ele é pelo livre-arbítrio,
às vezes, pela livre graça; às vezes, pela graça resistível, e, às vezes, pela graça
irresistível. Quando ele conse-guir concordar consigo mesmo, ele aparecerá em uma luz
melhor, e poderá ser mais digno de nota. O que ele diz sobre o livre-arbítrio de um lado e
de reprovação, de outro, como concordando ou discordando com as perfeições de Deus,
pode ser reduzido a uma ou outra das objeções acima, onde elas tiveram a sua resposta.

É escassamente digno do meu tempo observar o que se diz sobre o Pacto da Graça (Pre-
destinação Calmamente Considerada, p. 52); sobre o que ele confessa não possuir enten-
dimento; e eu acredito nele, que “Deus Pai fez um pacto com Seu Filho, antes que o mundo
existisse, em que o Filho concordou em sofrer tais e tais coisas e o Pai deu-Lhe almas tais e
tais por uma recompensa, em consequência do que estes devem ser salvos”. E, então, ele
pergunta onde isso está escrito? E em que parte da Escritura este Pacto deve ser encon-
trado? Agora, não para informar ou instruir o Sr. Wesley, mas por causa de tais que estão
dispostos a serem informados e instruídos, leiam o Salmo 40:6-8; Isaías 49:1-6 e 53:10-12;
Salmo 89:3-4, 28-36, pois, nestas passagens aparecerá traços e passos claros de um pacto,
ou acordo, de uma estipulação e reestipulação, entre o Pai e o Filho; em que o Pai propõe
uma obra ao Seu Filho, e chama-O a isso, mesmo à redenção do Seu povo; ao que o Filho
concorda, e diz: Eis aqui venho, para fazer, ó meu Deus, a Tua vontade, e por uma
recompensa de seu Ser uma oferta pelo pecado, e derramar a Sua alma na morte; é
prometido que Ele verá a sua posteridade, prolongará os seus dias, terá a parte de muitos,

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e com os poderosos repartirá o despojo. E que isto foi o conteúdo de um pacto
subsistindo antes que o mundo existisse é claro; pois, poderia haver um mediador
estabelecido desde a eternidade, como havia, e uma promessa de vida antes que o
mundo começasse, feita para Cristo e colocada em Sua mão, e todas as bênçãos
espirituais providas, e toda a graça dada ao Seu povo nEle, antes da fundação do mundo;
e ainda assim, nenhum pacto existir? Veja Provérbios 8:23; Tito 1:2; 2 Timóteo 1:1, 9 e
Efésios 1:3. O pacto da circuncisão feito com Abraão, e aquele feito com os israelitas no
Monte Sinai, não são exemplos do pacto da graça; mas são os pactos que envelheceram
e desapareceram; e não dizem respeito a nós que não estamos debaixo da lei, mas
debaixo da graça, mas, embora esses pactos te-nham sido condicionais para os que
estavam debaixo deles; o Pacto da Graça é absoluto e incondicional para conosco, sendo
feito com Cristo, nossa cabeça, que cumpriu todas as condições do mesmo.

Mas, eu devo prosseguir agora para reivindicar o que escrevi sobre o tema da Perseverança
Final dos Santos, a partir das exceções feitas a ele. O Sr. Wesley diz (Predestinação Calma-
mente Considerada, p. 57), “esta é uma opinião tão gratificante, tão agradável à carne e
sangue, tão adequada para o que permanece da natureza daqueles que provaram a graça de
Deus, que eu vejo que nada, senão o poder de Deus, pode conter qualquer um que ouvir isso
de concordar com ele”. Estranho! que a doutrina da perseverança na graça e santi-dade, pois
não pleiteamos por outra perseverança, seja tão gratificante e agradável à natu-reza corrupta,
de muitos dos que provaram a graça de Deus, pois enquanto eles tiverem um princípio de
graça neles, não podem facilmente ceder a uma doutrina que manifesta-mente gratifica a
natureza corrupta, mas se oporiam e a rejeitariam; certamente deve haver grande evidência,
que nada, senão o poder de Deus pode impedir de que se concorde com ela; e com a qual
eles concordam, e não para saciar as suas corrupções, mas para incenti-var a sua fé e
esperança, e promover a santidade de coração e vida; ao que são induzidos tanto por
argumentos, quanto por experiência própria e a partir das Escrituras; o primeiro parece pesar
apenas pouco com aqueles que creem na possibilidade de cair; e este último não são claros e
convincentes. Há algumas Escrituras, é dito, contra a perseverança, e determinam o contrário;
os argumentos delas foram considerados em um primeiro tratado; ao que o Sr. Wesley fez
algumas exceções, e ao que agora devo responder.

O primeiro texto citado contra a Perseverança dos Santos é Ezequiel 18:24. Mas, desvi-ando-
se o justo da sua justiça, etc. Esta passagem, e todo o contexto, eu tenho observado total e
unicamente diz respeito à casa de Israel, e é impertinente reproduzido. O Sr. Wesley convida-
me a provar isso. Que prova ele gostaria de ter? Que ele leia o Capítulo, e ele o verá com os
seus próprios olhos; a casa de Israel é mencionada pelo nome, e ela somente; os discursos
são feitos a ela somente; as admoestações e raciocínios são apenas para eles; e as
exortações são para eles; a disputa é entre Deus e eles, a acusação contra Deus

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é feita por eles; e a resposta dEle é devolvida para eles. Deixe o Sr. Wesley refutar isso se
puder; está sobre ele o ônus de apontar qualquer outro povo ou pessoas além da casa de
Israel, a quem qualquer passagem neste Capítulo é dirigida. A justiça do homem justo, que
é citada, tenho afirmado ser sua justiça própria, e não a justiça da fé, nem há o menor
indício da graça santificadora do Espírito na consideração disso. Para refutar isso, o Sr.
Wesley se refere ao verso 31: Lançai de vós todas as vossas transgressões com que
trans-gredistes, e fazei-vos um coração novo etc. Monstruoso! Esta é uma prova mui
evidente de que os judeus não tinham verdadeira justiça; que, não obstante as suas
pretensões a isso, eles não tinham lançado fora as suas transgressões, e estavam sem
qualquer princípio interior de graça ou santidade. Eu ainda observo que o que foi dito
sobre o homem justo, admitindo-o ser verdadeiramente justo, é apenas uma suposição.

Isso o Sr. Wesley nega terminantemente. Mas se ele ler todo o Capítulo que ele cita, ele
encontrará os fatos supostos, e não afirmados, verso 5: Sendo, pois, o homem justo etc.;
verso 10, E se ele gerar um filho — que não cumprir nenhum destes deveres, etc.; verso 14,
se ele gerar um filho que veja todos os pecados que seu pai cometeu, etc.; e na pas-sagem
em questão, verso 24, quando o justo se desvia da sua justiça; ou seja, se ele o fizesse; e
assim é traduzido na versão Vulgata Latina, e por Pagnine, e é o sentido de nossa própria
tradução; pois, uma suposição é bem expressa por quando, um advérbio de tempo, como
pela conjunção se: Por exemplo; quando o Sr. Wesley escrever mais para o propósito, ele
merecerá mais atenção; ou seja, se ele o fizesse. Considerando que eu expliquei a morte no
verso 26, de um e mesma morte, morte física pelo pecado; isso não é uma coisa incomum
para alguém e a mesma coisa a ser expressa por palavras diferentes; e este pode ser o caso
aqui, sem forçar de qualquer forma o texto, ou fazendo-o dizer um disparate; para o que eu
dei uma razão que não é notada, e que esta morte é temporal e não eterna,
é claro, porque ela estava agora sobre eles, e sobre o que eles se lamentavam, e da qual
eles poderiam ser libertos mediante o arrependimento e reforma; e, o que, eu repito, não
pode ser dito da morte eterna, quando uma pessoa está de uma vez debaixo dela. No
todo, como este Capítulo não se refere à salvação ou condenação eterna, a passagem a
partir dele é uma prova insuficiente da apostasia dos verdadeiros santos.

O segundo texto da Escritura trazido em favor da referida doutrina é 1 Timóteo 1:19:


Conservando a fé, e a boa consciência, a qual alguns, rejeitando, fizeram naufrágio na fé;
a respeito do qual eu tenho observado que não é evidente que estes homens referidos,
cujos nomes são mencionados no verso seguinte, alguma vez tiveram os seus corações
purificados pela fé; mas eram homens ímpios, e assim, não há exemplo de apostasia dos
verdadeiros crentes. A isso, nenhuma resposta é dada. Eu ainda observo que rejeitar uma
boa consciência, não necessariamente supõe que eles a tinham, mas, sim, que eles não a
tinham; o que eu sustento pelo uso da mesma palavra em Atos 13:46, onde os judeus são

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ditos rejeitarem a Palavra de Deus. Este exemplo o Sr. Wesley diz ser plenamente contra
mim, sendo inegável que eles tinham a Palavra de Deus até que a rejeitaram. Mas isso eu
devo negar; eles nunca a tiveram; eles nunca a receberam, nunca deram o seu consenti -
mento a ela, ou a abraçaram, mas a contradisseram e blasfemaram; e por isso este é um
exemplo do uso da palavra para o meu objetivo. É confessado por ele que os homens po-
dem ter uma boa consciência, em algum sentido, sem a verdadeira fé; mas tal não é o
que o apóstolo fala, porque ele exorta Timóteo a conservá-la. Sendo assim, ainda não é
eviden-ciado que aqueles homens tiveram uma tal consciência que surge a partir de um
coração purificado pela fé; portanto, rejeitá-la, nós compreendemos, não prova isso. E,
além disso, merece consideração que não é dito que eles fizeram naufrágio de uma boa
consciência, o que não é evidente mesmo se eles a houvessem possuído, mas da fé que
uma vez professaram, mesmo a doutrina da fé, assim aquela fé significa apenas a
doutrina da fé. Entretanto Sr. Wesley diz querer uma prova melhor. Que prova ele gostaria
de ter? Eu tenho demonstrado que o termo nunca é usado, senão significando a doutrina
da fé, e tenho apontado as passagens onde ele é assim utilizado; ou melhor, tenho
apontado a doutrina particular a respeito de qual é a fé da qual eles fizeram naufrágio. O
ônus de desmentir isso encontra-se sobre ele. A partir do todo, parece que isso também é
uma prova insuficiente da apostasia dos verdadeiros santos.

O terceiro texto da Escritura insistido como uma prova desta doutrina é Romanos 11:17-24,
sobre o quebrar dos ramos, e a remoção daqueles que são enxertados na oliveira; cuja
oliveira eu não entendo como sendo a igreja invisível, mas o estado exterior de igreja
evangélica, ou a igreja evangélica visível. Isso o Sr. Wesley diz, eu afirmo, e ele diz provar o
contrário. Mas, embora eu afirme, ainda assim não sem uma razão para isso; uma razão que
ele ignora, nem dá qualquer resposta; e como ele prova o contrário, a saber, que seria a igreja
invisível? Ora, porque ela consiste de crentes santos, o que nada senão a igreja invisível
consiste. Mas, a igreja visível não consiste dos tais? Será que não existem crentes santos
nela? Leia sobre as epístolas às igrejas visíveis, e você encontrará que os membros delas
são chamados de santos e de crentes, santos e fiéis em Cristo Jesus. Eu observo que
aqueles intencionados por galhos quebrados, nunca foram crentes em Cristo, e por isso não
são exemplos da apostasia dos tais. A isso, ele responde: Que ele não estava falando dos
judeus. Muito bem, mas eu estava; mas sobre os gentios, exortados a continuar em sua
bondade, e assim verdadeiros crentes; e ainda assim passíveis de serem cortados. Assim,
eles podem ser, embora não necessariamente seja consequente à exortação do apóstolo; que
deve ser entendida não sobre a bondade do amor e favor de Deus; mas sobre a bondade de
um estado de igreja evangélica, as ordenanças do mesmo, e uma partici - pação nelas, e
caminhar dignos delas; ou de outro modo, eles eram passíveis de ser corta-dos do estado de
igreja em que eles estavam. Isto é considerado ser uma construção forçada e artificial, e
requer algum argumento para apoiá-lo. Porém, do que mais eles

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poderiam ser cortados? Se a oliveira na qual eles são ditos ser enxertados, não é a invisível,
mas a igreja visível, como é provado por um argumento não respondido; em seguida, o corte
da oliveira, deve ser um corte dela. E considerando que há uma forte sugestão de que os
judeus, os ramos quebrados, podem ser enxertados novamente; por que não podem ser
enxertados novamente aqueles que são cortados, quando restaurados através do arrepen-
dimento, que é frequentemente o caso. Resta, então, que esta passagem da Escritura não faz
a mínima militância contra a perseverança final dos santos.

O quarto texto da Escritura citado como contrário à doutrina da perseverança é João 15:1-5,
sobre os ramos em Cristo, a videira, o quais não obedecem, são retirados, são lançados fora
e murcham, e são lançados no fogo e queimados. Eu observo que há dois tipos de ramos em
Cristo, um frutífero, o outro infrutífero; um nEle pela graça regeneradora, o outro somente por
profissão de fé; deste último tipo são todos os acima citados como sendo cortados, não os do
primeiro tipo. Isso o Sr. Wesley diz que está forçando a questão, e tomando como certo que
este ponto deve ser provado. Longe disso, eu respondo ao exem-plo alegado, ao distinguir os
diferentes ramos da videira; eu provo a distinção entre texto e contexto; bem como o ilustro
por exemplos do tempo das igrejas na Judéia e Tessalônica, sendo ditos estarem em Cristo;
todos os membros das quais não poderiam ser pensados estarem verdadeiramente nEle, a
não ser por profissão de fé. Há alguns que nunca deram frutos, e por isso nunca deram
qualquer evidência de sua condição de verdadeiros crentes, e, consequentemente, pode
haver casos de apostasia dos tais. Há outros que dão frutos e são podados, para que
produzam mais fruto, e para que os frutos permaneçam, e são exemplos de perseverança.
Que seja provado, se possível, se qualquer daqueles que nunca deram qualquer fruto, sobre
os quais lemos, eram verdadeiros crentes em Cristo; ou alguma vez receberam a verdadeira
graça ou a vida a partir dEle, os quais são ditos ser lançados fora e queimados; e que
qualquer daqueles que frutificaram e foram cultivados e podados pelo Pai de Cristo, para que
produzissem mais fruto, alguma vez secaram e se perderam. Até que isso seja feito, esta
passagem não será de nenhuma utilidade para a apostasia, ou contra a perseverança dos
santos.

O quinto texto da Escritura insistido como argumento contra perseverança dos santos é, 2
Pedro 2:20-21, a respeito daqueles que escaparam das corrupções do mundo pelo conheci-
mento de Cristo, sendo novamente envolvidos nelas e vencidos. Sobre os quais eu obser-var
que não parece que essas pessoas tinham um conhecimento interior e experimental de
Cristo; o que deve ser provado, ou então, não fornece nenhum argumento contra a perse-
verança dos verdadeiros santos. Se eles tivessem tal verdadeiro conhecimento, eu acres-
cento, eles não poderiam tê-lo perdido. Isso o Sr. Wesley alegando forçar a questão. Pode
parecer assim, se meu argumento tivesse parado aqui; mas eu dei razões pelas quais tal
conhecimento não pode ser perdido; o que ele oculta e não toma conhecimento; como a

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promessa de Deus, que tais devem prosseguir em conhecê-lO, e a declaração de Cristo,
que a vida eterna está inseparavelmente ligada a esse conhecimento (Oséias 6:3, João
15:3). Escapar das corrupções do mundo não prova que as pessoas tenham esse
conheci-mento, ou sejam santos verdadeiros, uma vez que significa nada mais, digo eu,
que uma reforma exterior. Aqui, diz ele, eu não viso provar nada. Deixe-o fazer mais
sobre isso, se puder. Ele confessa que essas pessoas podem ser chamadas cães e
porcos antes de sua profissão religiosa e depois de se desviarem da mesma, mas não
enquanto sob ela, porém, isso não pode ser dito com verdade a menos que ele possa
provar que eles passaram por uma mudança real, e foram verdadeiramente convertidos,
do que o seu ter conhecimento e escapar das corrupções do mundo não são provas; eles
poderiam muito bem merecem a denominação durante o tempo de sua profissão, tanto
antes como depois. Se algo é concluído sobre qualquer profissão a partir desse exemplo,
deve ser provado que aqueles homens tinham um conhecimento interior espiritual e
experimental; que de cães e porcos eles se tornaram ovelhas de Cristo, e tinham a
natureza de tais, e de ovelhas de Cristo, tornaram-se cães e porcos novamente; ou isso
nunca pode ser pensado ser uma prova da final e total queda dos verdadeiros crentes.

O sexto texto produzido em favor da apostasia dos santos é Hebreus 6:4-6, que fala sobre
pessoas iluminadas, e de tais que provaram o dom celestial, etc., caindo. Sobre o que eu
observo, que as palavras contêm apenas uma suposição, se eles recaírem. O Sr. Wesley diz
que não há se no original. Eu respondo que embora isso não esteja expresso, é implícito, e o
sentido é o mesmo, como se estivesse; e que as palavras no original estão literalmente assim:
Porque é impossível que os que já uma vez foram iluminados, και παραπεσοντας, e recaíram,
sejam outra vez renovados para arrependimento; ou seja, se eles caíssem, ou se eles se
desviassem. Aqui o Sr. Wesley ergue-se em grande ira, e pergunta: “Um homem estará
mentindo para Deus. Ou você ou eu?”, e afirma que as palavras não estão literal-mente
assim; e que elas são traduzidas por ele, e tendo recaído, tão literalmente quanto a língua
Portuguesa suportará; e insta a todos os que conhecem o Grego para julgar entre nós. Eu
estou muito contente, e extremamente desejoso que eles fizessem isso, e até mesmo
disposto de que seja determinado por eles, qual é a versão mais literal, a minha, que o traduz
como um particípio como ele é; ou a sua, que o torna como um verbo, o que não é. Estou
apoiado pela autoridade do grande e erudito Dr. Owen (Sobre a Perseverança, c. 17), cujo
conhecimento da língua Grega ninguém que está familiarizado com seus escritos duvidará.
Ele diz, que verbum de verbo, ou, literalmente, que as palavras se encon-tram no texto, e eles
recaindo, exatamente como eu as traduzi. Tome alguns exemplos do particípio do mesmo
tempo, tanto na raiz simples da palavra como em outras composições, como também
traduzido por nossos tradutores; πεσων (1 Coríntios 14:25), lançando-se sobre o seu rosto;
προσπεσουσα (Lucas 8:47), prostrando-se ante ele; περιπεσοντες (Atos 27:41), Dando,
porém, num lugar de dois mares. Será que esses homens instruídos men-

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tem para Deus? O equívoco do Sr. Wesley é porque o particípio não é do presente, mas do
aoristo: os exemplos agora apresentados são do mesmo tempo. Todo aquele que aprendeu a
sua Gramática Grega sabe que o aoristo ou indefinido, como ele o chama, é assim chama-do
porque ele é indeterminado quanto ao tempo, sendo usado tanto sobre o tempo presente
como a respeito do tempo passado (Sobre os quais veja exemplos na Gramática de Grego de
Dugard, p. 126); e quando no último, ele é deixado indeterminado, se aconteceu exata-mente
agora ou há algum tempo atrás, entende-se apenas à medida que as circunstâncias do lugar
o demonstram; mas que seja traduzido de qualquer forma, seja no presente ou no passado, o
sentido é o mesmo, e a condição é implicada; seja eles recaindo, ou tendo eles recaído; pois,
um ou outro deve ocorrer para traduzi-lo literalmente; ou seja, caíssem eles, ou tendo eles
caído; ou, em outras palavras, se eles caíssem.

E agora, por que toda essa ira, grosseria e indecência? Esta é a Calma Consideração, como
o título de seu livro promete? O homem é apertado e se enfurece. Isso me faz lembrar de uma
história de um companheiro nativo escutando com muita atenção a uma disputa de Latim; o
que um cavalheiro observando, aproximou-se dele, e disse: Amigo é melhor você ir para o
seu negócio, do que ficar aqui gastando o tempo ouvindo o que você não entende. Ao que ele
respondeu: “Eu não sou tão grande tolo, contudo eu sei quem está irado”. Disse isso
sugerindo que pelo temperamento dos disputantes, estando um deles com muita raiva, ele
sabia quem tinha o melhor, e quem tinha o pior argumento. E desde que o Sr. Wesley trouxe
isso para este dilema, que ou ele ou eu estamos mentindo para Deus. Estou muito indisposto
a tomá-lo para mim mesmo, não vendo razão para isso, e, portanto, sem um cumprimento,
deve conduzi-lo a ele, e retirá-lo ou removê-lo, como ele puder. Mas, para voltar ao
argumento; que seja uma suposição ou um fato contido nas palavras; a questão é: quem são
essas pessoas supostas ou ditas cair, e do que elas caíram? Não há nada nas características
deles, como tem sido observado, que demonstrem serem pessoas regenera-das, verdadeiros
santos e os verdadeiros crentes em Cristo. Isso deve ser provado, antes que eles possam ter
a possibilidade de ser exemplos da apostasia de tais; à medida que eles são distintos deles, e
se opõem a eles como aprece nos versos 7-9. Não há nada no relato sobre eles, senão o que
pode ser dito de um Balaão, que tinha os olhos abertos e viu a visão do Todo-Poderoso, e de
tais que são somente doutrinariamente esclarecidos; ou de um Herodes que ouviu João de
boa mente, e dos ouvintes do solo pedregoso, que rece-beram a Palavra com alegria; ou de
um Judas que tinha, sem dúvidas, tanto dons ordinários quando dons extraordinários do
Espírito, e um poder de realizar obras miraculosas, chama-dos de os poderes do mundo
vindouro, ou a dispensação do Evangelho. Assim é, então, que a partir daí nada pode ser
concluído contra a perseverança dos santos.

A sétima passagem da Escritura trazida para esta controvérsia é Hebreus 10:38: Mas o
justo viverá pela fé; e, se ele recuar, a minha alma não tem prazer nele. Todavia, de modo

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muito impertinente; uma vez que aquele que ele é dito viver pela fé, e aquele que é suposto
recuar, não é uma e a mesma pessoa. O Sr. Wesley pergunta: “Quem é então? Pode
qualquer um recuar da fé quem nunca chegou a isso?”. Ao que eu respondo, embora ele não
possa recuar da fé que ele nunca teve, contudo, ele pode recuar de uma profissão de fé que
ele fez. A fim de fazer parecer que se entende uma e a mesma pessoa, o Sr. Wesley,
encontrando falha em nossa tradução, traduz as palavras assim: Se o homem justo que vive
pela fé recuar, a minha alma não tem prazer nele. Esta tradução eu chamo de impre-cisa. Ele
deseja saber no que e eu direi a ele. Εαν, se, é pela força removido do seu devido lugar,
mesmo a partir de uma frase de para outra; inserir a palavra que antes de vive é fazer
violência ao texto; pois é traduzir ζνσεται, que vive, como se estivesse no tempo presente,
quando é futuro, e deveria ser viverá. Deixando de fora και, e ou mas, que distingue duas
proposições; assim confundindo-as e tornando-as uma. E afinal de contas, fosse uma e a
mesma pessoa intencionada, é apenas uma suposição, que, eu digo novamente, não prova
nenhuma questão do fato; deixe o Sr. Wesley mostrar que isso prova, se ele puder: é um caso
evidente, que o homem justo no texto, e o que recua, são dois tipos de pessoas. Isto
é mui evidente, e além de toda contradição, que no texto original em Habacuque 2:4 o
homem cuja alma se exalta com orgulho e presunção de si mesmo, e cuja mesma não é
reta nele, não tem a verdade da graça nele, é a pessoa que tanto de acordo com o
Apóstolo e a Septuaginta deve recuar; de quem o homem justo que vive pela fé é distinto,
e a quem ele se opõe, e pelo Apóstolo são sempre citados dois tipos de pessoas no
contexto, tanto antes como depois; além disso, que estes dois devem ser diferentes e não
o mesmo, é evidente, uma vez que é certamente prometido quanto ao homem justo que
ele viverá; o que não seria verdade a respeito dele se ele recuasse rumo à perdição.
Assim que este também é um testemunho insuficiente contra a perseverança dos santos.

O oitavo texto da Escritura usado para provar a apostasia dos verdadeiros crentes é He-breus
10:29: De quanto maior castigo cuidais vós será julgado merecedor aquele que pisar o Filho
de Deus, e tiver por profano o sangue da aliança com que foi santificado, e fizer agravo ao
Espírito da graça? A ênfase desta prova recai sobre a pessoa que está sendo santificada com
o sangue da aliança, que é suposta ser a mesma que pisou o Filho de Deus. Mas, eu tenho
observado que o antecedente para o relativo ele é o Filho de Deus, e assim,
consequentemente, Ele, e não o apóstata, é dito ser santificado com o sangue da aliança;
portanto as palavras não são prova da apostasia das pessoas verdadeiramente santificadas.
O Sr. Wesley diz que eu esqueci de olhar para o original, ou a minha memória falhou. Nem o
um nem o outro é o caso. No entanto, eu olhei novamente para refrescar minha memória,
caso ela tivesse falhado; e encontrei, de fato, outras palavras indo antes, mas nenhum outro
substantivo, apenas υιος, o Filho de Deus, a Quem o relativo ele pode se referir; e que isso se
refere ao Filho de Deus na cláusula imediatamente anterior, não é uma opinião singular
minha, aquele erudito holandês Gomarus (Comentário sobre Hebreus

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10:29), e os nossos compatriotas muito eruditos Dr. Lightfoot (Harmonia, etc. p. 341), e
Dr. Owen (Sobre a Perseverança, p. 432), do último século, e o Dr. Ridgley (Corpo de
Divin-dade, vol. II, p. 125), do presente, são do mesmo sentimento. Mas, admitindo que
isso se refere ao apóstata, uma vez que isso pode ser entendido sobre ele ser santificado
ou sepa-rado dos outros por uma profissão de religião, por membresia de igreja e
participação na Ceia do Senhor, no que o sangue da aliança é representado; e do seu ser
santificado por ele em sua própria estima e na estima dos outros, quando ele não era
interiormente santifi-cado pelo Espírito; isso não pode ser nenhuma prova da apostasia de
um verdadeiro santo. Deve ser provado, que esta deve ser entendida como santificação
interior, ou então não serve como prova o ponto em debate. O Sr. Wesley acha que pode
ser assim entendido, e isso por esta razão; porque as palavras imediatamente seguintes
são, fizer agravo ao Espírito da graça. É surpreendente que um homem tendo feito agravo
ao Espírito da graça, seja alguma vez prova de ter sido interiormente santificado por ele;
isso pode ser mais razoavelmente pensado como sendo uma prova do próprio inverso.
Assim, pois, permane-ce, que esta passagem também não milita contra a doutrina da
perseverança final dos santos.

O Sr. Wesley considerou necessário acrescentar vários outros textos, que ele propõe à
consideração, como prova de que um verdadeiro crente pode, finalmente, cair; mas como
ele não desenvolveu qualquer argumento sobre eles, eu não entrei em qualquer exame
deles, e sobre o peso que eles têm nesta controvérsia; e, além disso, sendo eles, não
relaci-onados aos verdadeiros crentes, sobre os quais é a questão, ou apenas eles caindo
de algum grau da graça e firmeza dela, e não intencionando uma total e definitiva queda;
ou então eles somente intencionando pessoas que recebem a doutrina da graça e caem
desta, e assim não são nada para o propósito. E a menos que algo a mais para o
propósito seja oferecido, além do que já foi, eu não acho que eu mesmo estou em
qualquer obrigação de considera-lo.

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Apêndice:

Uma Carta de George Whitefield a John Wesley Sobre a


Doutrina da Eleição

Prefácio

Estou muito bem ciente de que diferentes efeitos esta publicação da presente carta contra
o sermão do querido Sr. Wesley produzirá. Muitos dos meus amigos que são árduos
defen-sores da redenção universal serão imediatamente ofendidos. Muitos dos que são
zelosos, do outro lado serão muito alegrados. Aqueles que são mornos, em ambos os
lados, e são levados por raciocínio carnal, desejarão que esse assunto nunca tivesse sido
trazido em debate. As razões pelas quais iniciei a carta, eu acho que são suficientes para
corresponder a toda a minha conduta aqui. Desejo, portanto, que aqueles que sustentam
a eleição não queiram triunfar, ou fazer uma festa, de um lado (pois eu detesto tal coisa) e
que aqueles que têm preconceito contra esta doutrina, não sejam tão ofendidos, por outro
lado. Conhecidos de Deus são todos os Seus caminhos, desde o início do mundo. O
grande dia desvelará por que o Senhor permite que o caro Sr. Wesley e eu tenhamos
uma maneira diferente de pensar. No momento, eu não farei nenhuma investigação sobre
esse assunto, além do relato que ele mesmo deu sobre isso na seguinte carta, que
recentemente recebi de suas próprias mãos queridas:

Meu querido irmão, eu agradeço por você, 24 de Maio. O caso é bastante simples.
Há fanáticos, tanto pela predestinação e contra ela. Deus está enviando uma
mensagem para aqueles, em ambos os lados. Mas também não a receberão, a não
ser da parte de alguém que seja de sua própria opinião. Portanto, por um momento,
você sofre por ser de uma opinião, e eu de outra. Mas quando Seu tempo chegar,
Deus fará o que o homem não pode, ou seja, nos fará de uma mente. Então, a
perseguição se extinguirá, e será visto se nós consideramos as nossas vidas
queridas para nós mesmos, assim, que possamos terminar nossa jornada com
júbilo. Eu sou, meu queridíssimo irmão, — sempre seu, John Wesley.

Assim meu honrado amigo, eu sinceramente peço a Deus que apresse o tempo, sendo por
Ele claramente iluminado, em todas as doutrinas da revelação Divina, para que possamos,
assim, estar estreitamente unidos em princípio e julgamento, bem como em coração e
afeição. E então, se o Senhor nos chamou para isso, eu não me importo se eu for com ele

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para a prisão ou à morte. Pois, como Paulo e Silas, espero que cantemos louvores a
Deus, e consideremos isso a nossa maior honra: sofrer por amor de Cristo, e dar a nossa
vida pelos irmãos. — George Whitefield, Londres, 09 de agosto de 1740.

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Carta de Whitefield para Wesley sobre a Doutrina da Eleição

“E, chegando Pedro à Antioquia, lhe resisti na cara, porque era repreensível.” (Gálatas 2:11)

Introdução

Reverendo e mui querido irmão,

Somente Deus sabe a indizível tristeza de coração que eu senti por sua causa desde que
eu deixei a Inglaterra pela última vez. Quer seja debilidade minha, ou não, eu francamente
confesso que Jonas não poderia ir com mais relutância contra Nínive, do que eu agora
tomo a pena na mão para escrever contra você. Foi essencial falar, eu preferiria morrer a
fazê-lo; e, ainda assim, se eu sou fiel a Deus, e a mim mesmo e às almas dos outros, eu
não de-vo permanecer neutro por mais tempo. Estou muito apreensivo de que nossos
adversários comuns se regozijarão ao verem diferenças entre nós mesmos. Mas o que eu
posso dizer? Os filhos de Deus estão em perigo de cair em erro! Não, muitos foram
enganados, a quem Deus tem se agradado de operar sobre o meu ministério, e um
número maior ainda está clamando em voz alta sobre mim, para que eu expresse também
a minha opinião. Devo então mostrar, que eu não conheço nenhum homem segundo a
carne, e que eu não tenho respeito às pessoas, além do que é consistente com o meu
dever para com o meu Senhor e Mestre, Jesus Cristo.

Esta carta, sem dúvida, me fará perder muitos amigos, e por este motivo, talvez, Deus colo-
cou essa difícil tarefa sobre mim, mesmo para ver se eu estou disposto a abandonar tudo por
Ele, ou não. A partir de tais considerações como estas, eu acho que é o meu dever sus-tentar
um testemunho humilde, e sinceramente pleitear as verdades das quais estou con-vencido
serem claramente reveladas na Palavra de Deus. Na defesa das quais eu devo usar da maior
simplicidade no falar, e tratar meus mais queridos amigos sobre a terra com a maior
simplicidade, fidelidade e liberdade, deixando as consequências de tudo a Deus.

Por algum tempo antes, e especialmente desde a minha última partida da Inglaterra, tanto em
público e privado, através da pregação e impressão, você tem propagado a doutrina da
redenção universal. E quando eu me lembro de como Paulo repreendeu Pedro por sua dis-
simulação (Gálatas 2:11), temo que eu tenha permanecido pecaminosamente em silêncio por
muito tempo. Oh, então, não fique com raiva de mim, querido e honrado senhor, se ago-ra eu
entrego a minha alma, dizendo-lhe que eu o considero nisto grandemente errado.

Não é meu plano adentrar em um longo debate sobre os decretos de Deus. Refiro-me ao

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Dr. Edwards, seu Veritas Redux, que eu acho que é incontestável, exceto em um certo
pon-to, sobre uma espécie intermediária entre eleitos e réprobos, que ele mesmo
efetivamente condena depois.

Eu apenas farei algumas observações sobre o seu sermão, intitulado “Livre Graça”. E antes
que eu entre no discurso em si, permita-me tomar uma pequena nota de que, em seu prefá-
cio, você expressa uma obrigação indispensável para torná-lo público para todo o mundo. Eu
devo confessar que eu sempre pensei que você estava muito enganado sobre aquele ponto.
O caso (você sabe) permanece assim: quando você estava em Bristol, eu acho que você
recebeu uma carta de uma mão secreta, ordenando-lhe a não pregar o Evangelho, porque
você não pregava a eleição. Sobre isso, você tomou partido: a resposta foi “pregar e imprimir”.
Tenho muitas vezes questionado, como eu faço agora, se ao fazê-lo, você não tentou o
Senhor. Um oportuno exercício de prudência religiosa, sem uma sorte, o teria conduzido
nesse assunto. Além disso, eu nunca ouvi falar que você consultou a Deus, se a eleição era
ou não uma doutrina evangélica. Mas temo que, considerando isto como certo que não era,
você só perguntou se deveria ficar em silêncio, ou pregar e imprimir contra ela. Seja isso o
que for, a sorte saiu “pregar e imprimir”; consequentemente, você pregou e imprimiu contra a
eleição. A meu desejo, você suprimiu a publicação do sermão, enquanto eu estava na
Inglaterra; mas logo o enviou ao mundo após a minha partida. Oh, que você o mantivesse
guardado! No entanto, se esse sermão foi impresso em resposta a uma sorte, estou apto a
pensar uma razão pela qual Deus deve fazer com que você esteja enganado, por isso, uma
obrigação especial pode ser colocada sobre mim, para fielmente declarar a doutrina bíblica da
eleição, para que assim o Senhor possa me dar uma nova oportunidade de ver o que estava
em meu coração, e se eu seria fiel à sua causa ou não, como você não poderia admitir, Ele
fez uma vez, anteriormente, dando-lhe um outra tal sorte em Deal. Na manhã em que eu parti
de Deal para Gibraltar [1 de Fevereiro de 1738], você chegou da Geórgia. Em vez de
conceder-me a oportunidade de conversar com você, apesar de que o navio não estava muito
longe da costa, você lançou uma sorte, e imediatamente seguiu em direção a Londres. Você
deixou uma carta para atrás, na qual havia palavras para esse efeito: “Quando eu vi a Deus,
pelo vento que o levou para fora, trazido a mim, pedi conselho de Deus. Sua resposta você a
tem lacrada”. Isto era um pedaço de papel, em que foram escritas estas palavras: “Faça-o
voltar para Londres”.

Quando recebi isto, fiquei um pouco surpreso. Aqui estava um bom homem me dizendo que
ele havia lançado uma sorte, e que Deus queria que eu voltasse para Londres. Por outro lado,
eu sabia que o meu chamado era para a Geórgia, e que eu havia partido de Londres, e não
conseguiria justamente sair dos soldados que estavam comprometidos com o meu encargo.
Dirigi-me, com um amigo, em oração. Aquela passagem no primeiro Livro de Reis, Capítulo
13, foi fortemente impressa em minha alma, onde nos é dito que o profeta

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que foi morto por um leão foi tentado a voltar devido a outro profeta dizer-lhe que Deus
queria que ele fizesse isso [mesmo que fosse contrário à ordem expressa de Deus]. Eu
escrevi-lhe a palavra que eu não poderia voltar para Londres. Nós navegamos imedia-
tamente. Alguns meses depois, recebi uma carta sua na Geórgia, onde você escreveu
pala-vras para esse efeito: “Ainda que Deus nunca houvesse me dado antes uma sorte
errada, ainda assim, talvez, Ele me deixou ter tal sorte naquela época, para provar o que
estava em seu coração”. Eu nunca deveria ter publicado esta conversar particular para o
mundo, não houvesse a glória de Deus me convocado a isso. É claro que você tinha uma
sorte errada concedida a você aqui, e com justiça, porque tentou a Deus na elaboração
de uma, e assim, eu acredito que é no presente caso. E se assim for, não faça com que
os filhos de Deus, que são meus e seus amigos íntimos, e também partidários da
redenção universal, pensem que a doutrina é verdadeira, porque você a pregou em
conformidade a uma sorte concedida da parte de Deus!

Isso, eu penso, pode servir como uma resposta a essa parte do prefácio em seu sermão
impresso, onde você diz: “nada, senão a mais forte convicção, não apenas de que o que é
aqui desenvolvido é a verdade como está em Jesus, mas também estou
indispensavelmente obrigado a declarar essa verdade para todo o mundo”. Que você
creia que o que você es-creveu seja a verdade, e que você honestamente vise a glória de
Deus por ter escrito, eu não tenho a menor dúvida. Mas então, honrado senhor, não
posso deixar de pensar que você tem sido muito enganado, ao imaginar que sua tentação
a Deus, lançando uma sorte da maneira que você fez, poderia colocar-lhe sob a
obrigação indispensável a respeito de qualquer ação, muito menos para publicar seu
sermão contra a doutrina da predestinação para a vida.

Devo observar, a seguir, que como você foi infeliz ao imprimir, em absoluto, sob tal
manda-do imaginário, assim você foi infeliz na escolha de seu texto. Honrado senhor,
como poderia entrar em seu coração o escolher um texto para refutar a doutrina da
eleição a partir do Capítulo 8 de Romanos, onde esta doutrina é tão claramente afirmada.
Uma vez que, ao falar com um Quaker sobre este assunto, ele não teve outra maneira de
fugir à força da afir-mação do apóstolo, do que dizendo: “Creio que Paulo estava errado”.
E um outro amigo, ultimamente, que já foi altamente preconceituoso contra a eleição,
ingenuamente confes-sou: “que ele costumava pensar que o próprio São Paulo estava
enganado, ou que ele não era corretamente traduzido”.

Na verdade, honrado senhor, é claro, além de toda a contradição, que São Paulo, através de
todo o oitavo [Capítulo] de Romanos, está falando dos privilégios apenas daqueles que estão
realmente em Cristo. E deixe que qualquer pessoa sem preconceitos leia o que vem antes e o
que segue o seu texto, e ele deve confessar que a palavra “todos” significa apenas

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aqueles que estão em Cristo; e a última parte do texto claramente prova, o que, eu creio,
caro Sr. Wesley não cederá de maneira alguma. Quero dizer, a perseverança final dos
filhos de Deus. “Aquele que nem mesmo a seu próprio Filho poupou, antes o entregou por
todos nós [isto é, todos os santos], como nos não dará também com ele todas as coisas?”
(Roma-nos 8:32). Graça, em particular, para nos capacitar a perseverar, e tudo o mais
necessário para nos conduzir para casa, para o reino celestial de nosso Pai.

Tivesse alguém uma mente para provar a doutrina da eleição, bem como a perseverança
final, ele dificilmente poderia desejar um texto mais apropriado para o seu propósito do
que aquele que você escolheu para refutá-la. Aquele que não o conhece, suspeitaria se
você mesmo era consciente disso: pois, após o primeiro parágrafo, eu mal sabia se você
o havia mencionado isto tal como outrora, através de todo o seu sermão.

Mas o seu discurso, em minha opinião, é tão pequeno para o propósito quanto o seu
texto, e em vez de distorcer, faz apenas mais e mais confirmar-me na crença da doutrina
da eleição eterna de Deus.

Não mencionarei quão ilogicamente você procedeu. Se você tivesse escrito claramente, você
deveria primeiro, honrado senhor, ter provado a sua proposição: “que a graça de Deus
é livre para todos”. E, a seguir, por meio de inferência, exclamado contra o que vocês cha-
mam de terrível decreto. Mas você sabia que as pessoas (porque o Arminianismo, ultima-
mente, tem abundado tanto entre nós) eram geralmente preconceituosas contra a doutrina
da reprovação, e, portanto, pensei que se você mantivesse a sua antipatia por ela, você
derrubaria a doutrina da eleição inteiramente. Pois, sem dúvida, as doutrinas da eleição e
da reprovação devem permanecer ou cair juntas.

Mas, passando por isso, como também a sua definição equivocada da palavra “graça”, e
a sua falsa definição da palavra “livre”, e para que eu possa ser o mais breve possível, eu
francamente reconheço, eu acredito na doutrina da reprovação, neste ponto de vista: que
Deus intenciona conceder graça, através de Jesus Cristo, apenas para um determinado
número, e que o restante da humanidade, depois da Queda de Adão, sendo justamente
deixado por Deus a continuar no pecado, finalmente sofrerá aquela morte eterna, que é o
seu salário apropriado (Romanos 6:23). Esta é a estabelecida doutrina da Escritura, e
reconhecida como tal Septuagésimo artigo da Igreja da Inglaterra, como o próprio Bispo
Burnet confessa. Ainda assim, o querido Sr. Wesley absolutamente a nega!

Mas as objeções mais importantes, que você instigou contra esta doutrina como as razões
pelas quais você a rejeita, sendo seriamente consideradas e fielmente provadas pela

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Palavra de Deus, parecem, absolutamente, não possuir nenhuma força. Permita que o
assunto seja humilde e calmamente revisto, como nos seguintes princípios.

1. Toda a Pregação aos Eleitos é Vã ou Inútil?

Em primeiro lugar, você diz, “se isto é assim [ou seja, se há uma eleição de Deus], então
pregar é totalmente vão. É desnecessário para os que são eleitos, pois eles, seja com ou
sem a pregação, infalivelmente serão salvos. Portanto, a finalidade de pregar para salvar
almas é nula no que diz respeito a eles. E, é inútil para os que não são eleitos, pois eles
não podem ser salvos, eles, seja com ou sem a pregação, infalivelmente serão
condenados. A finalidade da pregação é, portanto, nula semelhantemente em relação a
eles. De modo que em ambos os casos a nossa pregação é vã, e sua audição também é
vã” (página 10, parágrafo 9).

Ó caro senhor, que tipo de raciocínio, ou melhor, de sofisma, é este! Deus, Quem indicou a
salvação a um certo número, também não indicou a pregação da Palavra, como um meio de
trazê-los a isso? Será que alguém sustenta a eleição em qualquer outro sentido? E se assim,
como a pregação é inútil para aqueles que são eleitos, quando o Evangelho é desig-nado pelo
próprio Deus para ser o poder de Deus para a salvação eterna deles? E desde que nós não
sabemos quem são eleitos e quem são os réprobos, devemos pregar sem distinção a todos.
Pois, a Palavra pode ser útil até mesmo para os não-eleitos, ao restringi-los de tanta
impiedade e do pecado. No entanto, é suficiente exercitar a máxima diligência na pregação e
audição, quando consideramos que por estes meios, alguns, mesmo, a todos quantos o
Senhor tem ordenado para a vida eterna, devem certamente ser vivificados e habilitados a
crer. E aquele que atende, especialmente com reverência e cautela, porven-tura, não pode
dizer que ele pode ser encontrado dentre o bem-aventurado número?

2. Ela Destrói a Santidade e as Ordenanças de Deus?

Em segundo lugar, você diz, “que ela [a doutrina da eleição e reprovação] diretamente
tende a destruir a santidade, que é o fim de todas as ordenanças de Deus”. Pois, diz o
querido enganado Sr. Wesley, “são totalmente retirados aqueles primeiros motivos para
seguir a ela, tão frequentemente proposto nas Escrituras. A esperança da recompensa
futura, e temor da punição, a esperança do céu e o temor do inferno, etc.”.

Eu pensei que aquele que conduz a perfeição, a tal alto nível, como o caro Sr. Wesley o
faz, saberia que um verdadeiro amante do Senhor Jesus Cristo esforça-se para ser santo,
por amor de ser santo, e trabalha para Cristo, por amor e gratidão, sem qualquer relação

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com as recompensas do céu ou com o medo do inferno. Você se lembra, meu caro senhor, o
que Scougal diz: “O amor é o motivo mais poderoso que os impulsiona”. Mas passando por
isso, e admitindo que recompensas e punições (como certamente o são) podem ser motivos a
partir dos quais um Cristão seja honestamente compelido a agir para Deus, como
é que a doutrina da eleição destrói esses motivos? Os eleitos não sabem que quanto mais
boas obras eles fizerem, maior será o seu galardão? E não é este incentivo o suficiente
para firmá-los, e levá-los a perseverar em trabalhar para Jesus Cristo? E como é que a
doutrina da eleição destrói a santidade? Quem mais pregou qualquer outra eleição além
da que o apóstolo pregou, quando ele disse: “Elegido [...] em santificação do Espírito, e fé
da verdade” (2 Tessalonicenses 2:13). Não, não é a santidade feita uma marca de nossa
elei-ção por todos que a pregam? E como pode, então, a doutrina da eleição destruir a
santi-dade?

O exemplo que você traz para ilustrar sua afirmação, de fato, meu caro senhor, é muito
impertinente. Pois você diz: “Se um homem doente sabe que ele deve inevitavelmente mor-rer
ou inevitavelmente recuperar-se, embora ele não saiba o que, não é razoável tomar qualquer
medicamento, em absoluto”. Caro senhor, que raciocínio absurdo é feito aqui? Você esteve
alguma vez doente em toda a sua vida? Se assim for, a mera probabilidade ou possibilidade
de sua recuperação, embora você saiba que era inalteravelmente fixo que você deva viver ou
morrer, não o encorajaria a tomar o remédio? Pois, como você saberia se, porventura, o
próprio medicamento não fosse o meio de Deus destinado a recuperá-lo? Exatamente assim
é com a doutrina da eleição. Eu sei que está inalteravelmente estabele-cido, pode alguém
dizer, que eu devo ser condenado ou salvo; mas desde que eu não sei, com certeza, por que
eu não me esforçaria, embora no momento em um estado natural, já que eu não sei, senão
que esse esforço pode ser o meio que Deus tenha a intenção de abençoar, a fim de me pôr
em um estado de graça? Caro senhor, considere estas coisas. Faça uma aplicação imparcial
e, em seguida, julgue que pouca razão você tinha para con-cluir o décimo parágrafo, página
12, com estas palavras: “Então esta doutrina diretamente tende a fechar a própria porta da
santidade em geral, impedir os homens profanos de alguma vez se aproximarem dela, ou se
esforçarem para entrar por ela”.

“Como diretamente”, você diz, “a doutrina tende a destruir vários ramos particulares da
santidade, como mansidão, amor, etc.”. Eu devo dizer pouco, querido senhor, em resposta a
este parágrafo. O prezado Sr. Wesley talvez tenha disputado com alguns homens mornos de
espírito estreito que sustentavam a eleição, e então, infere que a sua mornidão e estrei-teza
de espírito eram devidas aos seus princípios? Mas o caro Sr. Wesley não conhece muitos
filhos amados de Deus que são predestinarianos, e que ainda assim, são mansos, humildes,
piedosos, corteses, compassivos, amáveis, de um espírito universal, e que esperam ver o
mais vil e devasso dos homens convertido? E por quê? Porque eles sabem

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que Deus os salvou por um ato de Seu amor eletivo, e eles não conhecem nada, senão que
Ele pode ter elegido aqueles que agora parecem ser os mais perdidos. Mas, meu caro se-
nhor, não devemos julgar a verdade dos princípios, em geral, nem este da eleição em parti-
cular, inteiramente a partir da prática de alguns que professam sustenta-los. Se assim for,
tenho certeza que muito pode ser dito contra o seu próprio. Pois eu apelo para o seu próprio
coração, se você sentiu ou não em si mesmo, ou observou em outros, um espírito estreito, e
alguma desunião de alma, em relação àqueles que sustentam a redenção universal. Se assim
for, então de acordo com sua própria regra, a redenção universal está errada, porque destrói
vários ramos da santidade, como mansidão, amor, etc. Mas para não insistir nisso, peço-lhe
que observe, que a sua inferência é inteiramente posta de lado pela força do argu-mento do
apóstolo, e da linguagem que ele expressamente utiliza em Colossenses 3:12-
13: “Revesti-vos, pois, como eleitos de Deus, santos e amados, de entranhas de
misericór-dia, de benignidade, humildade, mansidão, longanimidade; Suportando-vos uns
aos outros, e perdoando-vos uns aos outros, se alguém tiver queixa contra outro; assim
como Cristo vos perdoou, assim fazei vós também”. Aqui vemos que o apóstolo os exorta
a revestirem-se de entranhas de misericórdia, de benignidade, humildade, mansidão,
longanimidade e etc. sobre esta consideração, a saber, porque eles eram eleitos de Deus.
E todos os que experimentalmente sentiram essa doutrina em seus corações, encontram
que essas graças são os efeitos genuínos de serem eleitos de Deus.

Mas, talvez, o querido Sr. Wesley pode estar enganado neste ponto, ao chamar de
paixão, o que é apenas zelo pelas verdades de Deus. Você sabe, meu caro senhor, o
apóstolo nos exorta “a batalhar pela fé que uma vez foi dada aos santos” (Judas 1:3), e,
portanto, você não deve condenar todo aquele que parece zeloso da doutrina da eleição,
como estreito de espírito ou perseguidor, porque eles acham que é dever deles se opor a
você. Tenho a certeza de que eu te amo nas entranhas de Jesus Cristo, e acho que eu
poderia dar a minha vida por sua causa. Mas, ainda assim, meu caro senhor, eu não
posso ajudar tenazmente a oposição de seus erros sobre este importante assunto, porque
eu penso que você caloro-samente, embora não intencionalmente, se oponha à verdade,
como está em Jesus. Que o Senhor remova as escamas de preconceito dos olhos de seu
espírito, e lhe conceda um zelo de acordo com o verdadeiro conhecimento Cristão!

3. Isto Destrói Consolos e Felicidade?

Em terceiro lugar, diz seu sermão: “Esta doutrina tende a destruir os consolos da religião,
a felicidade do Cristianismo, etc.”.

A experiência real

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Mas, como é que o Sr. Wesley sabe disso, alguém que nunca acreditou na eleição? Eu
acredito que aqueles que já passaram por isso concordarão com o nosso Artigo XVII:

“Que a piedosa consideração da predestinação e eleição em Cristo, é plena de


doçura, deleite e conforto indescritível para pessoas piedosas, e tal como sentem
em si mes-mas o operar do Espírito de Cristo, mortificando as obras da carne, e
seus membros terrenos, e inclinando os seus espíritos às coisas altas e elevadas,
bem como porque isso grandemente estabelece e confirma a sua fé e salvação
eterna, a ser desfrutada por meio de Cristo, por esta causa veemente arde o seu
amor em direção a Deus, etc.”

Isso claramente demonstra que os nossos reformadores piedosos não pensaram que a
eleição destrói a santidade, ou o consolo da religião. Quanto a mim, esta doutrina é o meu
apoio diário: Eu totalmente afundaria sob o temor de minhas iminentes tribulações se eu
não estivesse firmemente persuadido que Deus me escolheu em Cristo antes da
fundação do mundo; e que agora sendo eficazmente chamado, Ele não permitirá que
ninguém me arrebate de Sua mão onipotente.

Consolo

Você prossegue assim: “Isso é evidente como a todos aqueles que acreditam ser repro-
vados, ou apenas suspeitam ou temem isso; todas as grandes e preciosas promessas
estão perdidas para eles; elas não lhes fornecem nenhum raio de consolo”.

Em resposta a isso, deixe-me observar, que nenhum vivificado, especialmente ninguém


que é desejoso por salvação, pode conceber que eles não são do número dos eleitos de
Deus. Ninguém, senão o não-convertido pode ter qualquer motivo justo ao ponto de temer
isso. E, caro Sr. Wesley, daria consolo, ou se atreveria a aplicar as preciosas promessas
do Evangelho, sendo o pão dos filhos, para os homens em um estado natural, enquanto
eles continuam assim? Deus me livre! E, se a doutrina da eleição e reprovação suscita
algu-ma dúvida? Assim ocorre com a da regeneração. Mas, não é esta dúvida um bom
meio pa-ra instá-los a investigar e se esforçar; e esta luta, um bom meio para fazer firme a
sua vocação e sua eleição? Esta é uma razão, entre muitas outras, pelo que eu admiro a
dou-trina da eleição, e estou convencido de que ela deve ter um lugar na ministração do
Evan-gelho, e deve ser apregoada com fidelidade e cautela. Ela apresenta uma tendência
natural para elevar a alma de sua segurança carnal. E, portanto, muitos homens carnais
clamam contra ela. Enquanto que a redenção universal é uma noção tristemente
adaptada para manter a alma em sua condição de sono letárgico, e, portanto, muitos
homens naturais a admiram e a aplaudem.

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Escuridão e dúvidas

O seu décimo terceiro, décimo quarto e décimo quinto parágrafos veem em seguida a ser
considerados. “O testemunho do Espírito, (você diz) demonstra ser muito obstruído por
esta doutrina”. Mas, meu querido senhor, a experiência de quem? Não é a sua própria;
pois, no seu Diário, a partir de seu embarque para a Geórgia, ao seu retorno a Londres,
você parece reconhecer que você não o tem, e, portanto, você não é juiz competente
nesta matéria. Você deve querer dizer, então, a experiência de outros. Por que você diz
no mesmo pará-grafo: “Mesmo aqueles que provaram desta boa dádiva, ainda em breve a
perdiam nova-mente [eu suponho que você queira dizer, perdiam a percepção disso
novamente], e caíram de volta para as dúvidas, e os medos e as trevas, mesmo terrível
escuridão pôde ser sentida e etc.”.

Agora, quanto à escuridão da deserção, não foi esse o caso do próprio Jesus Cristo,
depois de ter recebido a unção imensurável do Espírito Santo? Não esteve a Sua alma
cheia de tristeza até a morte, no jardim? E Ele não foi rodeado de uma escuridão horrível,
até mesmo uma escuridão que pôde ser sentida, quando na Cruz Ele clamou: “Meu Deus!
Meu Deus! por que me desamparaste” (Mateus 27:46)? E que todos os Seus seguidores
são passíveis ao mesmo, não é evidente a partir das Escrituras? “Porque”, diz o apóstolo:
“naquilo que Ele mesmo, sendo tentado, padeceu, pode socorrer aos que são tentados”
(Hebreus 2:18). E não é a sua suscetibilidade a isso consistente com a conformidade a
Ele no sofrimento, que Seus membros devem suportar?

Por que então as pessoas caem em escuridão, depois de terem recebido o testemunho do
Espírito, seria qualquer argumento contra a doutrina da eleição? “No entanto”, você diz,
“muitos, muitíssimos daqueles que não a sustentam, em todas as partes da terra, têm
desfrutado o testemunho ininterrupto do Espírito, a luz contínua da face de Deus, a partir do
momento em que eles acreditaram, primeiramente, por muitos meses ou anos, até o dia de
hoje”. Mas como é que o caro Sr. Wesley sabe disso? Será que ele consultou a experiên-cia
de muitos, muitíssimos em todas as partes da terra? Ou ele pode ter certeza de que ele
antecipou-se em fundamentos suficientes, seguiria que eles mantiveram esta luz porque não
acreditaram na doutrina da eleição? Não, ela, de acordo com os sentimentos de nossa igreja
“grandemente confirma e estabelece uma verdadeira fé Cristã da salvação eterna, por Cristo”,
e é uma âncora de esperança, segura e firme, quando ele caminha nas trevas e não vê
nenhuma luz, como certamente ocorre, mesmo depois de haver recebido o teste-munho do
Espírito, seja o que for que você ou outros possam imprudentemente afirmar em contrário.
Então, estimar a aliança eterna de Deus, e lançar-se sobre o distintivo livre amor daquele
Deus que não muda, fará com que ele erga as mãos pendentes e fortaleça os joelhos
enfraquecidos. Mas, sem a crença na doutrina da eleição, e na imutabilidade do

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amor gratuito de Deus, eu não consigo ver como é possível que alguém tenha uma
garantia consoladora da salvação eterna.

O que isso poderia significar para um homem, cuja consciência está completamente des-
pertada, e que é alertado a buscar livramento da ira vindoura, embora ele tenha certeza de
que todos os seus pecados passados foram perdoados, e que ele é agora um filho de Deus,
se, não obstante isso, ele venha a tornar-se um filho do Diabo, e ser lançado no inferno, por
fim? Poderia tal garantia conceder qualquer consolo duradouro sólido para uma pessoa
convencida da corrupção e da traição de seu próprio coração, e da malícia, astúcia e poder de
Satanás? Não! Apenas o que merece o nome de uma plena segurança de fé, é uma tal
garantia que encoraja o crente, sob o sentido de sua participação no amor distintivo, para
desafiar a todos os seus adversários, sejam homens ou demônios, e que, com relação a
destruição de todas as tentações futuras, bem como do presente, digam com o apóstolo:

“Quem intentará acusação contra os escolhidos de Deus? É Deus quem os justifica. Quem
é que condena? Pois é Cristo quem morreu, ou antes quem ressuscitou dentre os mortos, o
qual está à direita de Deus, e também intercede por nós. Quem nos separará do amor de
Cristo? A tribulação, ou a angústia, ou a perseguição, ou a fome, ou a nudez, ou o perigo, ou
a espada? Como está escrito: Por amor de ti somos entregues à morte todo o dia; Somos
reputados como ovelhas para o matadouro. Mas em todas estas coisas somos mais do que
vencedores, por aquele que nos amou. Porque estou certo de que, nem a morte, nem a vida,
nem os anjos, nem os principados, nem as potestades, nem o presente, nem o porvir, Nem a
altura, nem a profundidade, nem alguma outra criatura nos poderá separar do amor de Deus,
que está em Cristo Jesus nosso Senhor” (Romanos 8:33-39).

Isto, meu querido senhor, é a linguagem triunfante de cada alma que atingiu uma plena cer-
teza da fé. E essa garantia só pode surgir a partir de uma crença no eletivo amor eterno de
Deus. Que muitos têm uma garantia de que eles estão em Cristo hoje, mas não se preocu-
pam, ou não tem a certeza de que estarão nEle amanhã, ou melhor, por toda a eternidade,
é mais a sua imperfeição e infelicidade do que seu privilégio. Eu oro a Deus para trazer
todos esses a um sentimento de Seu amor eterno, para que eles já não possam mais
edificar sobre a sua fidelidade, mas sobre a imutabilidade daquele Deus, cujos dons e
voca-ção são sem arrependimento. Pois aqueles a quem Deus uma vez justificou, Ele
também glorificará (Romanos 8:30).

Eu observei antes, caro senhor, que nem sempre é uma regra segura julgar a verdade dos
princípios a partir da prática das pessoas. E, portanto, supondo que todos os que defendem a
redenção universal em sua maneira de explicá-la, depois de terem recebido a fé, fruíram de
visão contínua, ininterrupta da face de Deus, isso não quer dizer que este é um fruto do

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seu princípio. Pois esse, eu tenho certeza, apresenta uma tendência natural a manter a alma
na escuridão para sempre, porque a criatura é assim ensinada, que a sua permanên-cia no
estado de salvação é devida ao seu próprio livre-arbítrio. E que alicerce de areia é este, sobre
o qual uma pobre criatura constrói as suas esperanças de perseverança (Ma-teus 7:26-27)?
Cada recaída no pecado, cada surpresa pela tentação, deve lança-lo “em dúvidas e medos,
na horrível escuridão, mesmo em trevas que se podem sentir”.

Por isso, é, que as cartas que têm sido ultimamente enviadas a mim por aqueles que sus-
tentam a redenção universal, são mortas e sem vida, secas e inconsistentes, em compa-
ração àquelas que eu recebo das pessoas do lado contrário. Aqueles que se
estabeleceram no esquema universal, embora possam começar no Espírito (seja o que
for que eles pos-sam dizer do contrário), estão terminando na carne, e edificando uma
justiça fundamentada em sua própria vontade, enquanto os outros triunfam na esperança
da glória de Deus, e edificam sobre a promessa de Deus que nunca falha, e amor
imutável, mesmo quando Sua presença sensível é retirada deles.

Mas eu não julgaria a verdade da eleição pela experiência de qualquer pessoa em


particu-lar: se eu o fizesse (oh, suporte comigo esta loucura de jactância), eu acho que eu
mesmo poderia gloriar-me na eleição. Pois nesses cinco ou seis anos, tenho recebido o
testemunho do Espírito de Deus; desde que, bendito seja Deus, eu não duvidei por um
quarto de hora de uma participação salvífica em Jesus Cristo; mas com tristeza e humilde
vergonha eu re-conheço, eu tenho caído em pecado, muitas vezes, desde então. Embora
eu não me atrevo licenciar a qualquer uma única transgressão, ainda assim, até agora eu
não fui (nem espero, enquanto eu estiver neste mundo que jamais serei) capaz de viver
um dia perfeitamente livre de todos os defeitos e pecados. E uma vez que as Escrituras
declaram: “não há homem justo sobre a terra”, não, nem dentre aqueles que mais
altamente cresceram na graça, “que faça o bem e não peque” (Eclesiastes 7:20), nós
temos a certeza de que este será o caso de todos os filhos de Deus.

A experiência universal e o reconhecimento disto entre os piedosos de todos os tempos são


abundantemente suficientes para refutar o erro daqueles que defendem, em sentido absoluto,
que depois que um homem nasce de novo não pode cometer pecado, especial-mente, uma
vez que o Espírito Santo condena as pessoas que dizem que não pecam, como enganando a
si mesmos, como sendo privadas da verdade, e como fazendo de Deus um mentiroso (1 João
1:8, 10). Eu também estive contristado por várias provações, e espero estar muitas vezes
assim antes de morrer. Assim ocorreu com os próprios apóstolos e Cristãos primitivos. Assim
foi com Lutero (1546), aquele homem de Deus, que, tanto quanto eu posso encontrar, não
categoricamente, pelo menos, defendeu a eleição; e o grande John Arndt (1621), esteve em
extrema perplexidade, apenas um quarto de hora antes de morrer,

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e ainda assim ele não era predestinariano. E se eu devo falar livremente, eu acredito que sua
luta tão árdua contra a doutrina da eleição, e suplica tão veemente por uma perfeição sem
pecado, estão entre as razões ou causas culpáveis, pelo que você está mantido fora das
liberdades do Evangelho e, daquela plena segurança da fé que fruem aqueles que
experimentalmente provaram, e diariamente alimentam-se do amor eterno, eletivo de Deus.

Mas, talvez, você possa dizer que Lutero e Arndt não eram Cristãos, pelo menos, dos
mais fracos. Eu sei que você pensa mesquinhamente de Abraão, embora ele fora
eminentemente chamado de amigo de Deus, e, creio eu, também de Davi, o homem
segundo o coração de Deus. Não é de admirar, portanto, que em uma carta que você me
enviou uma vez, há não muito tempo, [tenha escrito]: “que nenhum escritor Batista ou
Presbiteriano que havia lido, sabiam algo sobre as liberdades em Cristo”. O quê! nem
Bunyan (1688), Henry (1714), Flavel (1691), Halyburton (1712), nem os teólogos da Nova
Inglaterra e Escócia? Veja, meu caro senhor, que espírito estreito e falta de caridade
emergem de seus princípios, e então, também, não reclame mais contra a eleição por
considerá-la sendo “destrutiva da mansidão e do amor”.

4. Há Milhares e Milhões de Homens sem Culpa Condenados ao Fogo Eterno?

Em quarto lugar, prosseguirei agora a outro tópico. Diz o caro Sr. Wesley: “Quão descon-
fortável é este pensamento, que milhares e milhões de homens, sem qualquer ofensa pre-
cedente ou culpa deles, foram imutavelmente condenados ao fogo eterno?”

Mas, quem alguma vez afirmou que milhares e milhões de homens, sem qualquer prece-
dente ofensa ou culpa deles, foram imutavelmente condenados ao fogo eterno? Eles não
acreditam que os homens condenados por Deus ao fogo eterno, também creem que Deus
olhou para eles como homens caídos em Adão? E que o decreto que instituiu a punição,
primeiro considerou o crime pelo qual foi merecida? Como, então, eles são condenados sem
qualquer culpa anterior? Certamente o Sr. Wesley confessará a justiça de Deus, ao imputar o
pecado de Adão à sua posteridade; e, também, que, depois que Adão caiu, e a sua
posteridade nele (Romanos 5; 1 Coríntios 15), Deus poderia justamente ter passado por todos
eles, sem enviar o Seu próprio Filho para ser um Salvador para qualquer um. A menos que
você concorde plenamente com esses dois pontos, você não acredita no peca-do original
corretamente. Se você os confessar, então você confessará a doutrina da elei - ção e
reprovação sendo altamente justa e razoável. Porque, se Deus pode justamente imputar o
pecado de Adão a todos, e depois passou por todos, então Ele pode justamente passar por
alguns. Vire à direita ou à esquerda, você está reduzido a um dilema inextricável. E, se você
fosse consistente, você deveria ou abandonar a doutrina da imputação do pe-

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cado de Adão, ou receber a amável doutrina da eleição, com uma santa e justa reprovação
como sua consequente. Pois, se você pode acreditar ou não, a Palavra de Deus permanece
fiel: “os eleitos o alcançaram, e os outros foram endurecidos” (Romanos 11:7).

Seu décimo sétimo parágrafo, página 16, eu passo por cima. O que foi dito no nono e
déci-mo parágrafos, com uma pequena alteração, responderá a isso. Direi apenas: é a
doutrina da eleição que mais me pressiona a abundar em boas obras. Estou disposto a
sofrer todas as coisas por causa dos eleitos. Isto me faz pregar com consolo, porque eu
sei que a sal-vação não depende do livre-arbítrio do homem, mas o Senhor os torna
dispostos no dia do Seu poder, e pode usar-me para trazer alguns eleitos para casa,
quando e onde Ele se agradar. Mas,

5. Isto Subverterá a Totalidade da Religião Cristã?

Em quinto lugar, você diz: “Esta doutrina tem uma direta tendência manifesta para
subverter toda a religião Cristã. Pois”, você diz, “supondo aquele eterno decreto imutável,
uma parte da humanidade deve ser salva, embora a revelação Cristã não seja presente”.

Meios, não Causa e Efeito

Mas, querido senhor, como é que isto ocorre? Uma vez que é apenas pela revelação Cristã
que somos familiarizados com o plano de salvação de Sua igreja pela morte de Seu Filho.
Sim, é estabelecido na aliança eterna, que esta salvação deve ser aplicada aos eleitos
através do conhecimento e da fé nEle. Como diz o profeta: “com o seu conhecimento o meu
servo, o justo, justificará a muitos” (Isaías 53:11). Como, então, a doutrina da eleição tem uma
tendência direta para subverter toda a revelação Cristã? Quem alguma vez pensou que a
declaração de Deus a Noé que o tempo de plantio e colheita nunca cessaria, poderia permitir
um argumento para a negligência de lavrar ou semear? Ou que o imutável propósito de Deus
que a colheita não falharia tornou o calor do sol ou a influência dos corpos celestes
desnecessário para produzi-la? Não mais o propósito absoluto de Deus de salvar Seus
escolhidos exclui a necessidade da revelação do Evangelho, ou o uso de qualquer um dos
meios através do qual Ele determinou que o decreto fosse efetuado. Nem o entendimento
correto ou a crença reverente do decreto de Deus, jamais permitirá ou fará com que um
Cristão, em qualquer circunstância, separe os meios do fim, ou o fim dos meios. E já que
somos ensinados pela própria revelação, que isto [a pregação do Evangelho] foi concebido e
dado por Deus como um meio de trazer para casa os Seus eleitos, nós, portanto, recebe-mos
com alegria, o valorizamos grandemente, a usamos em fé e esforçamo-nos para espa-lha-lo
por todo o mundo, em plena certeza que aonde quer que Deus o envie, mais cedo ou

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mais tarde, será salvificamente útil a todos os eleitos em sua chamada. Como, então, em
sustentar esta doutrina, nos unimos com os incrédulos modernos em considerar a
revelação Cristã desnecessária? Não, caro senhor, você errou. Infiéis de todos os tipos
estão do seu lado da questão. Deístas, Arianos e Socinianos acusam a soberania de
Deus, e apoiam a redenção universal. Peço a Deus, que o querido sermão do Sr. Wesley,
como este tem entristecido o coração de muitos dos filhos de Deus, não possa também
fortalecer as mãos de muitos de Seus inimigos mais declarados! Aqui eu quase poderia
deitar e chorar. “Não o noticieis em Gate, não o publiqueis nas ruas de Ascalom, para que
não se alegrem as filhas dos filisteus, para que não saltem de contentamento as filhas dos
incircuncisos” (2 Samuel 1:20)!

Romanos 9:13

Além disso, você diz: “Esta doutrina faz que a revelação em si mesma se contradiga”. Por
exemplo, você diz: “Os defensores desta doutrina interpretam aquele texto da Escritura:
“Amei a Jacó, mas odiei a Esaú” (Romanos 9:13), como indicando que Deus, num sentido
literal, odiou a Esaú e todos os réprobos desde a eternidade! E, quando considerados
como caídos em Adão, não eram objetos de Seu ódio? E Deus não pode, de Sua própria
boa vontade, amar ou demonstrar misericórdia a Jacó e aos eleitos, e ainda, ao mesmo
tempo não fazer nada errado ao réprobo? Mas você diz: “Deus é amor”. E Deus não pode
ser amor, a menos que Ele demonstre a mesma misericórdia a todos?

Romanos 9:15

Mais uma vez, diz o querido Sr. Wesley: “Eles inferem daquele texto: “Terei misericórdia
de quem eu quiser ter misericórdia” (Romanos 9:15), que Deus é misericordioso apenas
para alguns homens, a saber, os eleitos; e que Ele apenas tem misericórdia para aqueles,
ao contrário do que é categoricamente todo o teor da Escritura, como é esta expressa
decla-ração, em especial: “O Senhor é bom para todos, e as suas misericórdias são sobre
todas as suas obras” (Salmos 145:9).

E assim é, mas não a Sua misericórdia salvífica. Deus é amor para todos os homens: Ele
envia a Sua chuva sobre o mal e sobre o bom. Mas você diz: “Deus não faz acepção de
pessoas”. Não! Pois cada um, seja judeu ou gentio, que crê em Jesus, e pratica a justiça,
é aceito por Ele: “mas quem não crê já está condenado” (João 3:18). Porque Deus não faz
acepção de pessoas, em relação a qualquer condição externa ou circunstância de vida que
seja; nem a doutrina da eleição no mínimo supõe que Ele seja assim. Mas, como o Senhor
soberano sobre tudo, Aquele que não é devedor de ninguém, Ele tem o direito de fazer o que
quer com o que é Seu, e dispensar Seus favores para com os objetos que Ele escolhe,

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apenas por Sua vontade. E o Seu supremo direito é clara e fortemente afirmado aqui nestas
passagens da Escritura, onde Ele diz: “Terei misericórdia de quem eu quiser ter miseri -
córdia, me compadecerei de quem eu me compadecer” (Romanos 9:15, Êxodo 33:19).

Além disso, você nos representa como inferindo do texto: “Porque, não tendo eles ainda
nascido, nem tendo feito bem ou mal (para que o propósito de Deus, segundo a eleição,
ficasse firme, não por causa das obras, mas por aquele que chama), foi-lhe dito a ela: O
maior servirá ao menor” (Romanos 9:11-12); que a nossa predestinação para a vida de
nenhuma maneira depende da presciência de Deus. Mas quem infere isso, caro senhor?
Pois se a presciência significa aprovação, como acontece em várias partes da Escritura,
então nós confessamos que predestinação e eleição de fato dependem da presciência de
Deus. Mas se por presciência de Deus, você entende a previsão de algumas boas obras
de Deus feitas por Suas criaturas como o fundamento ou razão de escolhê-las, e,
portanto, de elegê-las, então nós dizemos que, neste sentido, a predestinação não
depende de ma-neira nenhuma da presciência de Deus. Mas eu encaminho você, no
início desta carta, ao Veritas Redux do Dr. Edwards, que eu lhe recomendei em uma carta
recente, com Elisha Coles (1688) sobre a soberania de Deus. Agrade-se em ler estes, e
também os excelentes sermões do Sr. Cooper de Boston em Nova Inglaterra, que eu
também lhe envio, e eu não duvido, senão que você verá todas as suas objeções
respondidas. Todavia, eu gostaria de observar que, depois de toda a nossa leitura em
ambos os lados da questão, nunca nesta vida seremos capazes de investigar os decretos
de Deus em perfeição. Não, antes deve-mos humildemente adorar o que não podemos
compreender, e com o grande apóstolo no final de nossas investigações clamar: “Ó
profundidade, etc.”, ou com o nosso Senhor, quan-do Ele estava admirando a soberania
de Deus: “Sim, ó Pai, porque assim te aprouve” (Ro-manos 11:33; Mateus 11:26).

Ninguém condenado?

No entanto, não pode ser deixado de tomar conhecimento, de que, se estes textos: “O
Senhor [...] não querendo que alguns se percam” (2 Pedro 3:9), “Porque não tenho prazer
na morte do que morre” (Ezequiel 18:32, veja também 33:11), e tais semelhantes, forem
considerados em seu sentido estrito, então, ninguém será condenado. Mas aqui está a
distinção. Deus não tem nenhum prazer na morte do pecador, de modo a deleitar-se sim-
plesmente em sua morte; mas Ele tem prazer em magnificar a Sua justiça, ao infligir o
cas-tigo que suas iniquidades têm merecido. Como um justo juiz, que não tem prazer em
con-denar um criminoso, ainda pode, com justiça lhe ordenar a ser executado, para que a
lei e a justiça sejam satisfeitas, mesmo que esteja em seu poder conceder-lhe um indulto.

Reprovação sobre Deus

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Gostaria de ir mais longe e sugerir que você injustamente acusa a doutrina da reprovação
de blasfêmia, ao passo que a doutrina da redenção universal, como você a expressa, é
realmente a maior reprovação sobre a dignidade do Filho de Deus e o mérito do Seu
sangue. Considere se não é um tanto blasfemo dizer como você o faz: “Cristo não
somente morreu por aqueles que são salvos, mas também por aqueles que perecem”. O
texto que você mal aplicou para comentar isso, veja explicado por Ridgely, Edwards,
Henry e eu propositalmente omito responder seus textos eu mesmo, para que você possa
ser condu-zido a ler esses tratados, que, abaixo de Deus, lhe anunciarão o seu erro. Você
não pode tornar boa a afirmação: “Que Cristo morreu por aqueles que perecem”, sem
sustentar (como Peter Bohler, um dos irmãos da Morávia, a fim de compreender a
redenção universal, recen-temente francamente confessou em uma carta), “que todas as
almas condenadas, futura-mente serão retiradas do inferno”. Eu não posso pensar que o
Sr. Wesley está assim incli-nado. E, no entanto, sem que isto possa ser provado, esta
redenção universal, considerada no sentido literal, cai totalmente por terra. Pois, como
podem todos ser universalmente resgatados, se todos não são finalmente salvos?

Livre Graça ou Livre-Arbítrio

Prezado senhor, pelo amor de Jesus Cristo, considere como você desonra a Deus,
negando a eleição. Você claramente faz a salvação depender não somente da livre graça
de Deus, mas do livre-arbítrio do homem; e se assim, isto é mais do que provável, Jesus
Cristo não teria tido a satisfação de ver o fruto de Sua morte na salvação eterna de uma
alma. A nossa pregação seria, então, vã, e todos os convites para as pessoas crerem
nEle também seriam em vão. Mas, bendito seja Deus, nosso Senhor sabia por quem Ele
morreu. Houve um Pacto eterno entre o Pai e o Filho. Um determinado número foi nessa
ocasião dado a Ele, como a compra e recompensa de Sua obediência e morte. Por estes
Ele orou (João 17), e não pelo mundo. Por estes, e estes somente, Ele agora está
intercedendo, e com a sal - vação deles, Ele estará plenamente satisfeito.

Eu propositalmente omiti fazer quaisquer observações particulares sobre as várias últimas


páginas de seu sermão. Na verdade, não tinham o seu nome, caro senhor, estando prefixa-
dos ao sermão, eu não poderia ter sido tão desamoroso a ponto de pensar que você foi o
autor de tal sofisma. Você suplica o questionamento, dizendo: “Que Deus declarou [se bem
que para você próprio, eu suponho, alguns serão condenados] que Ele salvará a todos”, ou
seja, cada pessoa individualmente. Você toma isto por garantido (pois, você não tem
nenhuma prova sólida) que Deus é injusto, se Ele passa por alguém, e então você exclama
contra o decreto horrível. E, ainda assim, como antes eu sugeri, ao manter a doutrina do
pecado original, você professa crer que Ele poderia justamente ter passado por todos.

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Querido, caro senhor, oh, não se ofenda! Por amor de Cristo não seja imprudente! Dê-se à
leitura. Estude o pacto da graça. Rebaixe o seu raciocínio carnal. Seja uma pequena cri -
ança; e então, em vez de penhorar a sua salvação, como você fez em um hinário recente, se
a doutrina da redenção universal não for verdadeira; em vez de falar de perfeição sem
pecado, como você fez no prefácio daquele livro de hinos, e fazendo com que a salvação do
homem dependa de seu próprio livre-arbítrio, como você o fez neste sermão; você com-porá
um hino em louvor ao distintivo amor soberano. Você alertará os fiéis contra esforços para
operar uma perfeição fora de seus próprios corações, e imprimirá outro sermão inverso
àquele, e o intitulará deveras: a livre graça. Livre, não porque gratuita a todos; mas livre,
porque Deus pode retê-la ou concedê-la a quem e quando Lhe aprouver.

Até que você faça isso, eu tenho que duvidar se você conhece ou não a si mesmo. Entre-
tanto, não posso senão culpa-lo por censurar o clero de nossa igreja por não manter os
seus artigos, quando você mesmo por seus princípios, nega positivamente o nono,
décimo e décimo sétimo. Caro senhor, essas coisas não deveriam ser assim.

Deus conhece o meu coração; como eu lhe disse antes, assim eu declaro novamente, nada
além de unicamente considerar a honra de Cristo obrigou esta minha carta. Eu amo você e o
honro por causa dEle; e quando eu vier a juízo agradecerei diante dos homens e dos anjos,
pelo que você tem feito, abaixo de Deus, à minha alma. Não, eu estou persuadido, o verei,
caro Sr. Wesley, convencido da eleição e do amor eterno. E muitas vezes me enche de
deleite, pensar como eu o verei lançando sua coroa aos pés do Cordeiro, e como isto será
cheio de um santo corar por se opor à soberania Divina na forma que você o fez.

Mas eu espero que o Senhor lhe mostrará isso antes que você se vá daqui. Oh, como eu
anelo por esse dia! Se o Senhor se agradasse em fazer uso desta carta para essa finali-
dade, seria abundantemente alegre o coração, querido e honrado senhor, do seu
afeiçoado, embora indigno, irmão e servo em Cristo,

George Whitefield; Bethesda, em Geórgia, 24 de dezembro de 1740.

Sola Scriptura!
Sola Gratia!
Sola Fide!
Solus Christus!
Soli Deo Gloria!

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— Sola Scriptura • Sola Gratia • Sola Fide • Solus Christus • Soli Deo Gloria —
2 Coríntios 4
1 Por isso, tendo este ministério, segundo a misericórdia que nos foi feita, não
desfalecemos;
2 Antes, rejeitamos as coisas que por vergonha se ocultam, não andando com astúcia nem
falsificando a palavra de Deus; e assim nos recomendamos à consciência de todo o homem,
na presença de Deus, pela manifestação da verdade. 3 Mas, se ainda o nosso evangelho está
encoberto, para os que se perdem está encoberto. 4 Nos quais o deus deste século cegou os
entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória de
Cristo, que é a imagem de Deus. 5 Porque não nos pregamos a nós mesmos, mas a Cristo
Jesus, o Senhor; e nós mesmos somos vossos servos por amor de Jesus. 6 Porque Deus,
que disse que das trevas resplandecesse a luz, é quem resplandeceu em nossos corações,
para iluminação do conhecimento da glória de Deus, na face de Jesus Cristo. 7 Temos, porém,
este tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus, e não de nós.
8
Em tudo somos atribulados, mas não angustiados; perplexos, mas não desanimados.
9 Perseguidos, mas não desamparados; abatidos, mas não destruídos; 10 Trazendo
sempre por toda a parte a mortificação do Senhor Jesus no nosso corpo, para que a vida de
Jesus
se manifeste também nos nossos corpos; 11 E assim nós, que vivemos, estamos sempre
entregues à morte por amor de Jesus, para que a vida de Jesus se manifeste também na
nossa carne mortal. 12 De maneira que em nós opera a morte, mas em vós a vida. 13 E temos
portanto o mesmo espírito de fé, como está escrito: Cri, por isso falei; nós cremos também,
por isso também falamos. 14 Sabendo que o que ressuscitou o Senhor Jesus nos ressuscitará
também por Jesus, e nos apresentará convosco. 15 Porque tudo isto é por amor de vós, para
que a graça, multiplicada por meio de muitos, faça abundar a ação de graças para glória de
Deus. 16 Por isso não desfalecemos; mas, ainda que o nosso homem exterior se corrompa, o
interior, contudo, se renova de dia em dia. 17 Porque a nossa leve e momentânea tribulação
produz para nós um peso eterno de glória mui excelente; 18 Não atentando nós nas coisas que
se veem, mas nas que se não veem; porque as que se veem são temporais, e as que se
não veem são eternas. Issuu.com/oEstandarteDeCristo

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