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Código Logístico
57406
9 788538 764410
Legislação trabalhista,
previdenciária e
contratos
Apresentação 7
1 Admissão de empregados 9
1.1 Recrutamento e seleção de candidatos 9
1.2 Admissão e registro 10
1.3 Relação Anual de Informações Sociais (Rais) 16
2 Contratos de trabalho 21
2.1 Configuração do vínculo empregatício 21
2.2 Modalidades de contrato de trabalho 21
2.3 Trabalho do menor 25
2.4 Trabalho da mulher 27
3 Duração do trabalho 31
3.1 Jornada normal 31
3.2 Prorrogação e compensação de jornada 34
Gabarito 127
Apresentação
Esta obra pretende abordar os principais direitos dos trabalhadores empregados e as princi-
pais obrigações devidas pelas empresas, desde o momento da contratação até a fase final da relação
empregatícia, denominada rescisão contratual. Dessa forma, a obra encontra-se dividida em 10
partes, da seguinte forma:
No Capítulo 1 será abordada a admissão de empregados, que tem por objetivo explicar a
fase inicial do vínculo empregatício, detalhando a documentação necessária para a contratação,
o preenchimento da CTPS e do livro de registro de empregados, a opção pelo vale-transporte e o
envio de informações nos formulários Caged e Rais.
Os contratos de trabalho serão expostos no Capítulo 2, que tem por objetivo demonstrar as
principais hipóteses permitidas de contratação e as peculiaridades de cada contrato de trabalho.
Intervalos para alimentação e repouso são os temas do Capítulo 4, que objetiva informar
sobre a existência e a duração dos intervalos interjornada e intrajornada, detalhando também o
direito ao repouso semanal remunerado.
Férias e gratificação natalina serão expostas no Capítulo 6, que tem por objetivo explicar
as principais obrigações a serem observadas pela empresa contratante e por seu empregado com
referência às férias e à gratificação natalina.
No capítulo final, a rescisão contratual por justa causa será exposta, tendo por objetivo
detalhar o procedimento e os direitos existentes nas rescisões contratuais por justa causa, tanto
do empregado quanto de seu empregador (rescisão indireta).
1
Admissão de empregados
como com características pessoais que auxiliem sua adaptação ao quadro funcional já existente;
entretanto esse poder diretivo não se relaciona a atos discriminatórios, o que de forma alguma
pode ser aceito.
1 Conselho Regional de Engenharia e Agronomia; Ordem dos Advogados do Brasil; Conselho Regional de Odonto-
logia, respectivamente.
Admissão de empregados 11
O sistema informatizado deve conter, também, rotinas autoexplicativas para facilitar o aces-
so e o conhecimento dos dados registrados, além de possibilitar à fiscalização o acesso imediato às
informações e aos dados dos últimos 12 meses, conforme disposições da Portaria MTE n. 41/2007
(BRASIL, 2007).
A anotação das informações na CTPS é obrigatória, devendo a empresa observar o prazo de
48 horas para a devolução do documento, conforme orienta o artigo 29 da CLT (BRASIL, 1943).
Nele devem constar os dados relativos ao contrato de trabalho, como a data de admissão, o tipo de
remuneração, a forma de pagamento, a função e a condição específica, se houver.
Caso seja o contrato pactuado por prazo determinado, é recomendável uma menção a res-
peito na seção “Anotações gerais” da CTPS.
A seção da CTPS destinada à identificação da conta vinculada do Fundo de Garantia
do Tempo de serviço (FGTS) não necessita ser preenchida pelo empregador, uma vez que a
Constituição Federal (CF) de 1988 determinou a obrigatoriedade desse benefício para todos os
empregados e por se encontrarem as contas centralizadas na Caixa Econômica Federal. Os mode-
los de CTPS, aprovados pela Portaria do Ministro de Estado do Trabalho e Emprego n. 44/1997
(BRASIL, 1997), inclusive, não contêm espaço próprio para essa anotação, permanecendo essa
seção apenas nas carteiras mais antigas.
Já a anotação referente à contribuição sindical permanece como procedimento obrigató-
rio do empregador, conforme artigo 601 da CLT. Como as atuais Carteiras de Trabalho não con-
têm espaço próprio destinado a tal finalidade, recomenda-se que o empregador o faça na seção
“Anotações gerais” até que a legislação determine procedimento diverso. Isso quando o empregado
optar pelo pagamento da contribuição sindical, uma vez que a Lei n. 13.467/2017 (BRASIL, 2017)
alterou o artigo 545 da CLT, dando faculdade com relação ao desconto da referida verba destinada
ao sindicato.
As anotações referentes à atualização de dados na CTPS (salário, férias, função e contribui-
ção sindical, por exemplo) devem ser feitas sequencialmente, sem abreviaturas, ressalvando-se no
fim de cada assentamento as emendas, entrelinhas e quaisquer circunstâncias que possam ocasio-
nar dúvidas nas seguintes ocasiões:
a) na data-base;
b) a qualquer tempo, por solicitação do trabalhador;
c) no caso de rescisão contratual; ou
d) necessidade de comprovação perante a Previdência Social. (BRASIL, 1943,
art. 29, § 1º, e art. 33)
Cumpre ressaltar, por fim, que anotações incorretas ou falsas, assim como a ausência das
condições contratuais na CTPS, são práticas que configuram crime de falsificação de documento
público, tipificado no artigo 297 do Código Penal (CP), com pena de reclusão variável entre dois e
seis anos, além de multa.
Admissão de empregados 13
1.2.4 Vale-transporte
A oferta de vales-transporte aos empregados é um benefício oferecido pelo empregador,
pessoa física ou jurídica, para o deslocamento de ida e volta entre a residência e o local de trabalho.
Segundo a Lei n. 7.418/1985, artigo 1º, implica a utilização de transporte coletivo público, urba-
no, intermunicipal ou interestadual, desde que semelhante ao urbano (BRASIL, 1985). Segundo o
Decreto n. 95.247/1987, art. 2º, assume-se “como deslocamento a soma dos segmentos componen-
tes da viagem do beneficiário, por um ou mais meios de transporte, entre sua residência e o local
de trabalho” (BRASIL, 1987).
Se fornecido e utilizado corretamente, o valor correspondente não tem natureza salarial,
não incorpora a remuneração do trabalhador, não constitui base de incidência da contribuição
previdenciária ou fundiária (FGTS) e não representa rendimento tributável para fins de Imposto
de Renda.
São beneficiários do vale-transporte os trabalhadores em geral:
• empregados celetistas;
• empregados domésticos;
• trabalhadores de empresas de trabalho temporário;
• empregados a domicílio;
• empregados do subempreiteiro, em relação a este e ao empreiteiro principal;
• atletas profissionais2. (BRASIL, 1987)
2 O benefício do vale-transporte, segundo o Decreto n. 95.247/1987 (BRASIL, 1987), é dedicado àqueles atletas
profissionais dos quais a Lei n. 6.354/1976 (BRASIL, 1976) tratava. Contudo esta foi revogada pela Lei n. 12.395,
de 2011 (BRASIL, 2011a), que instituiu o Bolsa-Atleta. Apesar disso, os atletas profissionais permanecem indicados
entre os beneficiários no citado Decreto.
14 Legislação trabalhista, previdenciária e contratos
Exemplo:
Exemplo:
De acordo com o Decreto n. 95.247/1987, artigo 12, a base de cálculo para determinação da
parcela a cargo do beneficiário será:
• o salário básico ou vencimento mensal do empregado, excluindo-se horas extras, adi-
cionais noturnos, adicionais de insalubridade ou periculosidade, gratificações, anuênios,
quinquênios e demais adicionais ou vantagens por este recebidas3;
• o total pago no período, por tarefa ou serviço, aos trabalhadores remunerados ou quando
se tratar de remuneração que envolva comissões, percentagens, gratificações, gorjetas ou
equivalentes (BRASIL, 1987).
Referindo-se a empregados horistas, a base de cálculo utilizada deve ser o total de horas
efetivamente trabalhadas durante o mês, ou seja, 220 horas ou 227 horas e 20 minutos, conforme o
número de dias no mês (30 ou 31 dias, respectivamente).
Cumpre ao empregador observar que o repouso semanal remunerado é parte integrante
do salário do empregado horista e, portanto, se remunerado separadamente do salário mensal,
deve ser somado ao mesmo, compondo a base de cálculo para o citado desconto.
Em face do exposto, a base de cálculo para a apuração dos 6% a serem custeados pelo
empregado somente será inferior ao salário básico mensal em duas hipóteses:
• quando o valor dos vales-transporte (total fornecido) for inferior a 6% do salário básico,
sendo descontado do beneficiário, portanto, o valor total dos vales fornecidos;
• quando o empregado sofrer redução de salário motivada, por exemplo, por faltas injusti-
ficadas, oportunidade em que há de se verificar o período a que ele (o salário) se refere,
desprezando-se o seu valor total mensal.
Em se tratando de empregados que recebam salário fixo mais comissões, a base de cálculo
deve ser a soma das duas parcelas (fixo mais comissões percebidas no mês), tendo em vista a natu-
reza salarial das comissões, segundo o artigo 457, parágrafo 1º, da CLT (BRASIL, 1943).
3 Horas extras: aquelas trabalhadas além da jornada normal diária e remuneradas com acréscimo mínimo de 50%, em
relação ao valor da hora normal.
Adicional noturno: adicional de 20% incidente sobre a hora normal, pago quando o trabalhador efetua as atividades no
período das 22h às 5h.
Adicional de insalubridade: percentual variável conforme o grau de risco à saúde verificado no ambiente de trabalho
(10%, 20% ou 40%), incidente sobre o salário-mínimo ou o piso salarial da categoria.
Adicional de periculosidade: percentual de 30%, incidente sobre o salário contratual, quando o local de trabalho coloca
em risco a vida do trabalhador.
Gratificação: valor geralmente pago para gratificar um determinado cargo, o cumprimento de metas de produção ou o
tempo de serviço.
Anuênio: geralmente consta em documentos coletivos (acordos ou convenções) e corresponde a um valor ou percentual
incidente sobre o salário, para cada ano completo de serviço.
Quinquênio: geralmente consta em documentos coletivos (acordos ou convenções) e corresponde a um valor ou percen-
tual incidente sobre o salário, para cada cinco anos completos de serviço.
16 Legislação trabalhista, previdenciária e contratos
4 A Declaração Rais negativa pode ser realizada por meio de um formulário on-line ou, como na Declaração Rais,
via o programa de transmissão Gdrais. Esse programa, específico para a entrega de Rais, está disponível para download
aos usuários na página governamental: <http://www.rais.gov.br/> Acesso em: 05 nov. 2018. (BRASIL, 2018b).
5 É importante considerar que anualmente é publicada uma portaria atualizada. Neste caso, convém sempre acom-
panhar a obrigatoriedade entorno da declaração da Rais por meio dos canais oficiais. Portanto, a portaria é apresentada
ao leitor com fins didáticos, sendo necessário avaliar a portaria vigente na ocasião da leitura desta seção.
6 Cartórios são locais onde se guardam documentos, títulos ou papéis. Consórcio de empresas, conforme De Plácido
e Silva (1987, p. 389), é “uma das muitas modalidades de cooperação econômica, em virtude da qual as empresas asso-
ciadas regulam entre si a maneira de executar as suas operações, alienando, por ela, parte de sua autonomia econômica,
pois que ficam, neste particular, sob a dependência da direção do consórcio”.
Admissão de empregados 17
Segundo a Portaria MTE n. 10/2011 (BRASIL, 2011b), além das informações de seus pró-
prios empregados, devem dispor informações sobre esses trabalhadores o sindicato, o órgão gestor
de mão de obra ou as empresas contratadas que, no ano-base, congregaram trabalhadores avulsos.
A empresa tomadora desses serviços, nesse sentido, não deve declarar os referidos trabalhadores
em sua Rais.
Ainda, pautando-se no artigo 430, II, da CLT (BRASIL, 1943), os trabalhadores aprendi-
zes com exercício de atividades práticas em outra empresa, porém contratados por entidades
sem fins lucrativos, devem ser informados na Rais declarada pela respectiva entidade contra-
tante, portanto, onde o aprendiz exerce as atividades práticas de sua aprendizagem não deve
declará-lo na sua Rais.
Por sua vez, os servidores cedidos ou requisitados devem ser declarados na Rais tanto pelo
órgão cedente (ou requisitante) quanto pelo cessionário (ou requisitado), incluindo-se as remune-
rações de cada vínculo, se houver (BRASIL, 2011b).
Atividades
1. Assinale a alternativa correta quanto ao processo de recrutamento e seleção de candidatos.
a) Por não se configurar ainda uma relação contratual entre a empresa e o candidato,
a fase de recrutamento e seleção não apresenta riscos de reclamatórias trabalhistas à
empresa contratante.
b) Determinada empresa, em teste admissional, solicitou a elaboração de fluxogramas,
os quais seriam aproveitados para atender a um cliente. Tal procedimento pode acarretar
problemas à empresa na Justiça do Trabalho.
c) A Constituição da República proíbe a discriminação de qualquer natureza. Por tal razão,
não se pode, em nenhuma hipótese, definir um sexo específico para qualquer vaga ofertada.
d) O momento da contratação permite que a empresa selecione, dentre os candidatos, aquele
que esteja no perfil adequado e condizente com sua política. Um dos itens expressamente
avaliados pode ser a restrição cadastral do candidato junto às instituições bancárias e/ou
de crédito.
Admissão de empregados 19
a) CTPS.
b) CTPS e comprovante de residência.
c) CTPS e Certidão de Nascimento.
d) CTPS e RG.
Referências
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09 ago. 2018.
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set. 1976. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L6354.htm>. Acesso em: 14 ago. 2018.
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17 dez. 1985. Disponível em: <https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L7418.htm>. Acesso em: 09 ago.
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DF, 18 nov. 1987. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto/D95247.htm>. Acesso em:
09 ago. 2018.
20 Legislação trabalhista, previdenciária e contratos
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Acesso em: 14 ago. 2018.
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Disponível em: <http://www.normaslegais.com.br/legislacao/portariamte10_2011.htm>. Acesso em: 10 ago.
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_____. Portaria n. 31, de 16 de janeiro de 2018. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 17 jan. 2018a. Disponível
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Sociais – Rais. Disponível em: <http://www.rais.gov.br/>. Acesso em: 09 ago. 2018b.
_____. Ministério do Trabalho. Secretaria de Políticas Públicas de Emprego. Quem não deve ser relacionado.
Brasília/DF. Disponível em: <http://rais.gov.br/sitio/quem_nao_deve_ser_relacionado.jsf>. Acesso em: 19
out. 2018c.
A máxima duração dos contratos por prazo determinado (exceto experiência) não pode
ultrapassar dois anos, permitindo-se uma única prorrogação quando estipulado por período infe-
rior. Havendo mais de uma prorrogação ou, se somadas as partes, passar de dois anos, o contrato
começa a vigorar sem determinação de prazo, ou seja, de acordo com os artigos 445 e 451 da CLT,
é considerado “contrato por prazo indeterminado” (BRASIL, 1943).
Em se tratando do contrato de experiência, o prazo máximo é de apenas 90 dias, igualmente
permitindo-se uma única prorrogação se ajustado por período inferior.
Em qualquer modalidade de contrato por prazo determinado, para que seja celebrado novo
contrato com o mesmo empregado, é necessário um intervalo de, no mínimo, seis meses, sob pena
de o referido contrato transformar-se em prazo indeterminado, segundo o artigo 452 da CLT
(BRASIL, 1943).
2 Fundamentado no artigo 2º do Decreto n. 31.546/1952 (BRASIL, 1952); nos artigos 428 a 433 da CLT (BRASIL,
1943), com as alterações introduzidas pela Lei n. 10.097/2000 (BRASIL, 2000).
Contratos de trabalho 25
Ainda, segundo o artigo 9º da Lei n. 11.788/2008 (BRASIL, 2008), o estagiário deve estar
protegido por seguro contra acidentes pessoais, a ser providenciado pela instituição de ensino ou
pela parte concedente da oportunidade.
Respeitadas as condições impostas pela legislação, o estágio curricular não acarretará vínculo
empregatício de qualquer natureza. Assim, não são devidas ao estagiário verbas como salário, férias
remuneradas, gratificação natalina, depósitos de FGTS e outras próprias da relação de emprego.
• Aos empregados menores, as férias devem ser concedidas de uma só vez, ainda que sejam
coletivas. O empregado estudante, menor, tem o direito de fazer coincidir suas férias com
as escolares.
• De conformidade com o artigo 440 da CLT (BRASIL, 1943), contra os menores não corre
nenhum prazo prescricional.
do reembolso-creche. alimentos.
(salário-maternidade), sendo esta última paga pela empresa e passível de reembolso quan-
do do recolhimento das contribuições previdenciárias patronais. Em se tratando de aborto
espontâneo, a licença terá duração de apenas duas semanas. O salário-maternidade se en-
contra positivado na Lei n. 8.213/1991 (BRASIL, 1991).
• As mães adotivas têm direito à licença, sendo esta proporcional à idade da criança adotada:
• crianças até 1 ano de idade – licença de 120 dias;
• crianças entre 1 e 4 anos de idade – licença de 60 dias;
• crianças entre 4 e 8 anos de idade – licença de 30 dias.
• Durante o afastamento, terá a mulher empregada direito aos depósitos de FGTS, contri-
buições previdenciárias e recebimento da remuneração integral (salário-maternidade),
sendo esta última paga pela própria Previdência Social.
• Para amamentação, segundo o artigo 396 da CLT (BRASIL, 1943), até que a criança com-
plete seis meses de idade, a mulher terá direito, durante a jornada de trabalho, a dois
períodos de descanso de meia hora cada um.
• A gestante empregada possui estabilidade provisória no emprego, desde o momen-
to da confirmação da gravidez até cinco meses após o parto, nos termos do Ato das
Disposições Constitucionais Transitórias (ADCT), art. 10, II, b, da Constituição Federal
(BRASIL, 1988).
• Durante a gravidez, a empresa possui direito à transferência de função, quando as con-
dições de saúde assim exigirem, sendo assegurada a retomada da função anteriormente
exercida logo após o retorno da licença-maternidade.
• A empregada gestante possui direito à dispensa do horário de trabalho pelo tempo
necessário para a realização de, no mínimo, seis consultas médicas e demais exames
complementares.
• Conforme determinações da Lei n. 9.799/1999 (BRASIL, 1999b), é vedada qualquer prá-
tica discriminatória que afete a mulher no mercado de trabalho.
Atividades
1. Sobre a relação de trabalho, assinale a alternativa correta.
a) O contrato de experiência é possível pelo prazo máximo de 90 dias, podendo haver uma
única prorrogação, se efetuado em prazo menor.
b) Os contratos por prazo determinado são possíveis pelo prazo de 1 ano, podendo ser
prorrogado por mais 1 ano.
c) Decorrido o primeiro ano do contrato por prazo determinado, o mesmo é convertido
para a modalidade “por prazo indeterminado”.
d) Decorrido o primeiro ano do contrato por prazo determinado, o mesmo é cancelado.
Referências
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______. Lei n. 8.069, de 13 de julho de 1990. Diário Oficial da União, Poder Legislativo, Brasília, DF, 16 jul.
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30 Legislação trabalhista, previdenciária e contratos
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______. Lei n. 11.788, de 25 de setembro de 2008. Diário Oficial da União, Poder Legislativo, Brasília, DF,
26 set. 2008. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/Lei/L11788.htm>.
Acesso em: 10 ago. 2018.
Exemplo:
Convém considerar que o artigo 58-A da CLT (BRASIL, 1943) estabelece como trabalho
em regime de tempo parcial uma duração que não exceda 30 horas semanais, sem a possibilidade
de horas suplementares semanais, ou 26 horas semanais, com a possibilidade de acrescer até seis
horas semanais.
Cumpre ainda ressaltar a existência de jornadas específicas para determinadas atividades
profissionais, fato a ser observado pelo empregador na legislação que regulamenta a profissão con-
tratada (médicos, telefonistas e outros). Com referência à atividade de telefonista, por exemplo,
disciplina o artigo 227 da CLT (BRASIL, 1943) ser a jornada diária máxima de seis horas, conforme
também orientam o Precedente Administrativo n. 10 da Fiscalização do Trabalho (BRASIL, 2009)
e a Súmula n. 178 do Tribunal Superior do Trabalho (TST) (BRASIL, 2003a).
Entretanto serão aplicadas as normas sobre duração do trabalho “quando o salário do cargo
de confiança, compreendendo a gratificação de função, se houver, for inferior ao valor do respec-
tivo salário efetivo acrescido de 40%” (BRASIL, 1943).
Dessa forma, para que as normas sobre a duração do trabalho não sejam aplicadas aos geren-
tes, diretores e chefes de departamento ou filial, devem ser observados alguns requisitos:
• Seja o gerente (ou equiparado) detentor de cargo de gestão, isto é, de comando, investido
de poder decisório, sendo válidos os atos que venha a praticar em nome do empregador,
como se proprietário fosse do estabelecimento.
• Que sua remuneração seja de padrão mais elevado, não só com intuito de compensar a res-
ponsabilidade do cargo exercido, bem como cobrir despesas adicionais decorrentes do seu
desempenho. E esse acréscimo na remuneração tem um limite mínimo de 40% do salário
normal do cargo, tendo sido determinado expressamente pela Lei n. 8.966/1994 (BRASIL,
1994), quando da inclusão do parágrafo único ao artigo 62 da CLT (BRASIL, 1943).
Exemplo:
1 “Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição
social: [...] XIII – duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro semanais, facultada a
compensação de horários e a redução da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho” (BRASIL, 1988,
art. 7º, XIII).
Duração do trabalho 35
categoria profissional (acordo coletivo, convenção coletiva ou dissídio coletivo) estipular percen-
tual mais benéfico.
Sendo habitual a prorrogação da jornada de trabalho, deve ser elaborado por escrito o
acordo individual de prorrogação do horário, em duas vias, ficando a primeira com o empregado
e a segunda, arquivada junto ao registro. Nesse sentido, o Precedente Administrativo n. 30, da
Fiscalização do Trabalho, informa:
JORNADA. PRORROGAÇÃO. CONVENÇÃO OU ACORDO COLETIVO.
A mera inserção em acordo ou convenção coletiva de cláusula com previsão
de percentuais acima de cinquenta por cento para a remuneração das horas
extraordinárias, por si só, não autoriza o elastecimento da jornada normal de
trabalho. Imprescindível autorização expressa, pois o acessório, exigido pelo
§1.º do art. 59, não substitui o principal, cuja obrigação decorre do caput.
REFERÊNCIA NORMATIVA: art. 59 da CLT. (BRASIL, 2001)
Cumpre, ainda, ao empregador observar que as horas extras, se habituais, integram o salário
do empregado para todos os efeitos legais, inclusive sem a observância da limitação constante do
artigo 59 da CLT (BRASIL, 1943), conforme Súmula n. 376 do TST (BRASIL, 2005). Assim, não
existindo razão excepcional comprovada para o trabalho extraordinário, de forma a não configurar
habitualidade, as horas suplementares integram a remuneração do trabalhador, para todo e qual-
quer efeito legal, inclusive às seguintes verbas:
• 13º salário – a apuração da média de horas extras é efetuada mediante a soma do nú-
mero delas no ano em questão, dividindo-se o resultado pelos meses trabalhados (mês
civil) na empresa durante o ano. O resultado deve ser multiplicado pelo valor de uma
hora extra atual. O valor encontrado é, então, acrescido ao salário do empregado para
efeito do cálculo do 13º salário.
• Férias – a apuração da média de horas extras é efetuada mediante a soma do número
delas no período aquisitivo das férias, dividindo-se o resultado por 12 meses, se férias
vencidas, ou por período menor – número de meses apurados, se férias proporcionais.
O resultado deve ser multiplicado pelo valor de uma hora extra atual. O valor encontra-
do é, então, acrescido ao salário do empregado para efeito do cálculo das férias.
• Aviso prévio indenizado – a apuração da média de horas extras é efetuada mediante a
soma do número delas nos últimos 12 meses trabalhados, dividindo-se o resultado pelo
número de meses apurados (12). O resultado deve ser multiplicado pelo valor de uma
hora extra atual. O valor encontrado é, então, acrescido ao salário do empregado para
efeito do cálculo do aviso prévio indenizado.
Em todos esses cálculos, anteriormente à sua efetuação, o empregador deve verificar o do-
cumento coletivo da categoria (acordo ou convenção coletiva), ao qual precisa obedecer caso
conste orientação mais benéfica quanto ao número de meses a serem apurados. Note-se que o
cálculo da média observa o número de horas efetivamente prestadas (média física), aplicando-se,
posteriormente, o valor da hora extraordinária devido à época do pagamento das verbas. Esse é o
entendimento do TST, consubstanciado na Súmula n. 347 (BRASIL, 2003a).
36 Legislação trabalhista, previdenciária e contratos
deve observar a média das horas suplementares efetivamente trabalhadas nos últimos 12 meses,
multiplicada pelo valor da hora extra do dia da supressão (BRASIL, 2011b).
Exemplo:
Essa indenização, por não ter caráter salarial, não sofre incidências de INSS e FGTS. Não é
devida, igualmente, a integralização deste valor para efeito de férias, 13º salário, aviso prévio inde-
nizado, entre outras parcelas garantidas pela legislação trabalhista.
A compensação de horário deve ser ajustada por acordo escrito, individual ou coletivo, ou
ainda por convenção coletiva. O Tribunal Superior do Trabalho, por meio da Súmula n. 85, mani-
festou entendimento, inclusive, de que é válido o acordo individual para compensação de horas,
exceto se existir cláusula em documento coletivo de trabalho em sentido contrário (BRASIL, 2016).
Anteriormente à publicação da Lei n. 9.601/1998 (BRASIL, 1998a) – que alterou a redação
do artigo 59 da CLT (BRASIL, 1943), acrescentando-lhe os parágrafos 2º e 3º –, a compensação de
horas deveria ocorrer na mesma semana, ou seja, todas as horas suplementares trabalhadas precisa-
vam ser compensadas no mesmo período semanal, como a compensação do sábado. Compensações
em período maior deveriam ser acordadas expressamente entre as partes, preferencialmente com
anuência do sindicato profissional. A alteração celetista trazida pela Lei n. 9.601/1998 (BRASIL,
1998a) permitiu que a compensação se desse até em um período de 120 dias. Com a publicação da
Medida Provisória n. 1.709/1998 (BRASIL, 1998b), e suas reedições, o período para a compensação
passou a ser de, no máximo, um ano.
A redação do artigo 59 da CLT (BRASIL, 1943), após a Lei n. 13.467/2017 (BRASIL, 2017),
não manteve obrigatória a participação do sindicato no ajuste da compensação de horas, podendo
ocorrer “por acordo individual, convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho”. Não obstante,
sendo a compensação superior ao período de uma semana, o empregador deverá ter um maior
controle das horas trabalhadas e das horas de folga. Esse “controle” denomina-se banco de horas,
no qual são consignadas periodicamente as horas que envolverem compensação. E como o período
pode ser extenso (máximo de um ano), é aconselhável (e não arbitrária) a participação do sindicato
da categoria para evitar possível prejuízo à parte obreira ou cláusula arbitrária no acordo de com-
pensação que possa levar o documento à nulidade.
Podem, portanto, ser relacionadas as seguintes considerações sobre o banco de horas:
• Por envolver uma alteração na relação de trabalho passível de acarretar prejuízos ao em-
pregado, e prevenindo aborrecimentos com a Fiscalização do Ministério do Trabalho,
apesar de não obrigatórias, são aconselháveis a previsão e a estipulação de regras gerais
para a adoção do banco de horas em documento coletivo da categoria (acordo ou con-
venção coletiva).
• No instrumento coletivo a ser produzido deve constar o período (máximo de um ano) em
que vigorará o banco de horas, nele compreendidas aquelas laboradas extraordinariamen-
te e suas respectivas compensações e/ou vice-versa.
• Devem ser acordadas, também, outras normas que sejam de interesse das partes, desde
que não contrariem os textos legais.
Atividades
1. Sobre jornada de trabalho, é correto afirmar que:
a) Em uma jornada normal de trabalho, pode haver a ocorrência de mais de oito horas diá-
rias laboradas sem o respectivo pagamento ou compensação do tempo adicional desde
que, ao final do mês, o limite de 220 horas não tenha sido ultrapassado.
b) Em uma jornada normal de trabalho, pode haver a ocorrência de mais de oito horas diá-
rias laboradas sem o respectivo pagamento ou compensação do tempo adicional desde
que, ao final da semana, o limite de 44 horas não tenha sido ultrapassado.
c) O empregador é livre para ajustar com seu empregado a jornada diária, não havendo
proibição em pactuar jornada inferior, com pagamento proporcional às horas trabalha-
das, desde que observados os limites legais.
d) O empregador é livre para ajustar com seu empregado a jornada diária a ser laborada, não
havendo proibição em pactuar jornada inferior, respeitando-se a remuneração mínima
de um salário-mínimo, mesmo que a jornada seja inferior àquela definida na legislação.
Referências
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9 ago. 1943. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del5452.htm>. Acesso em:
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Brasília, DF, 5 out. 1988. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.
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______. Ato Declaratório n. 3, de 29 maio de 2001. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 30 mai. 2001.
Disponível em: <http://www.normasbrasil.com.br/norma/ato-declaratorio-3-2001_3167.html>. Acesso em:
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Acesso em: 16 ago. 2018.
______. Resolução n. 121, de 28 de outubro 2003. Diário de Justiça da União, Brasília, DF, 19 nov. 2003a.
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______. Orientação Jurisprudencial SDI-I n. 323. Diário Oficial de Justiça, Brasília, DF, 9 dez. 2003b.
Disponível em: <http://www3.tst.jus.br/jurisprudencia/OJ_SDI_1/n_s1_321.htm>. Acesso em: 13 ago. 2018.
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20 abr. 2005. Disponível em: <http://www.trtsp.jus.br/geral/tribunal2/TST/Resol/Res_129_05.html>. Acesso
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______. Lei complementar n. 123, de 14 de dezembro de 2006. Diário Oficial da União, Poder Legislativo,
Brasília, DF, 15 dez. 2006. Disponível em: <http://www.trtsp.jus.br/geral/tribunal2/LEGIS/LCP/123_06.
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Disponível em: <http://www.normaslegais.com.br/legislacao/adsit10_2009.htm>. Acesso em: 15 ago. 2018.
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28 fev. 2011a. Disponível em: <https://www.diariodasleis.com.br/busca/exibelink.php?numlink=216438>.
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Judiciário, Brasília, DF, 27 mai. 2011b. Disponível em: <https://juslaboris.tst.jus.br/bitstream/handle/
20.500.12178/13179/2011_res0174.pdf?sequence=3&isAllowed=y>. Acesso em: 13 ago. 2018.
Duração do trabalho 41
BRASIL. Resolução n. 209, de 30 de maio de 2016. Diário de Justiça da União, Poder Judiciário, Brasília,
DF, 1 jun. 2016. Disponível em: <http://www.tst.jus.br/documents/10157/6b135d25-52e6-471e-a54d-f6e-
c884190b2>. Acesso em: 13 ago. 2018.
______. Lei n. 13.467, de 13 de julho de 2017. Diário Oficial da União, Poder Legislativo, Brasília, DF, 14 jul.
2007. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13467.htm>. Acesso
em: 09 ago. 2018.
4
Intervalos para alimentação e repouso
4.1 Intervalos
Os intervalos estabelecidos por lei para o descanso e a alimentação do profissional contrata-
do exercem papel importante na qualidade do trabalho realizado. A seguir, apresentamos algumas
orientações legislativas a esse respeito.
4.1.1 Interjornada
O artigo 66 da CLT (BRASIL, 1943) determina que deve existir, entre duas jornadas de
trabalho, um período mínimo de 11 horas consecutivas para descanso, denominado intervalo
interjornada. Assim, após o encerramento de uma determinada jornada diária, esse intervalo é
necessário para o início da próxima, sob pena de as horas de descanso suprimidas serem pagas
como extraordinárias, conforme disposto na Súmula 110 do Tribunal Superior do Trabalho (TST)
(BRASIL, 2003).
4.1.2 Intrajornada
A duração do intervalo intrajornada, a ser concedido obrigatoriamente pelo empregador
com fundamento no artigo 71 da CLT, depende da jornada total diária pactuada com o trabalhador.
Orienta-se pelas seguintes regras:
• Jornada diária normal superior a seis horas – é obrigatória a concessão de um intervalo
para repouso ou alimentação que deve corresponder, no mínimo, a uma hora. Salvo acor-
do escrito ou contrato coletivo em contrário, não pode ser superior a duas horas.
• Jornada diária normal entre quatro e seis horas – é obrigatória a concessão de um in-
tervalo de 15 minutos.
• Jornada diária de até quatro horas – não é obrigatória a concessão de qualquer intervalo.
Esses intervalos obrigatórios não são computados na jornada de trabalho. Dessa forma,
o empregado pode trabalhar efetivamente as oito horas da jornada diária, possuindo o intervalo de
uma ou duas horas para descanso e alimentação.
O limite mínimo de uma hora de intervalo (para jornadas superiores a seis horas diárias)
pode ser reduzido e/ou fracionado por meio de convenção ou acordo coletivo de trabalho, “ante
a natureza do serviço e em virtude das condições especiais de trabalho” (CLT, art. 71, § 5º). Esse
processo é possível desde que os empregados não estejam submetidos a regime de trabalho
prorrogado, e desde que o estabelecimento empregador atenda às exigências concernentes à
organização dos refeitórios e demais normas regulamentadoras de segurança e saúde no traba-
lho, segundo a Portaria MTE n. 1.095/2010 (BRASIL, 2010).
44 Legislação trabalhista, previdenciária e contratos
Exemplo 1:
• Jornada diária normal → das 8 às 12 horas e das 13 às 17 horas
(8 horas diárias).
• Intervalo para alimentação e repouso → das 12 às 13 horas.
• Salário-hora → R$ 2,00.
Em determinado dia, o empregado não usufrui do intervalo, mas é libe-
rado às 16 horas pelo empregador.
Cálculo da remuneração diária:
• Horas efetivamente trabalhadas → 8 horas (já que o empregado não
gozou do intervalo).
• 8 horas . R$ 2,00 = R$ 16,00.
• Indenização pela não concessão do intervalo → 1 hora (duração do
intervalo) = R$ 3,00 (hora acrescida de 50%).
• Remuneração diária → R$ 16,00 (horas normais) + R$ 3,00 (indeni-
zação) = R$ 19,00.
(Exemplo considera o art. 71 da CLT, § 5º)
Intervalos para alimentação e repouso 45
Exemplo 2:
• Jornada diária normal → das 8 às 12 horas e das 13 às 17 horas
(8 horas diárias).
• Intervalo para alimentação e repouso → das 12 às 13 horas.
• Salário-hora → R$ 2,00.
Em determinado dia, o empregado não usufrui do intervalo, sendo libe-
rado no horário normal (17 horas) pelo empregador.
Cálculo da remuneração diária:
• Horas efetivamente trabalhadas → 9 horas (já que o empregado não
gozou do intervalo).
• 8 horas (limite constitucional): R$ 2,00 (valor hora) = R$ 16,00.
• Indenização pela não concessão do intervalo → 1 hora (duração do
intervalo): R$ 3,00 (hora acrescida de 50%) = R$ 3,00.
• Hora extraordinária (das 16h às 17h) → 1 hora: R$ 3,00 (hora acres-
cida de 50%) = R$ 3,00.
• Remuneração diária → R$ 16,00 (horas normais) + R$ 3,00 (indeniza-
ção) + R$ 3,00 (hora extraordinária) = R$ 22,00.
(Exemplo considera o art. 71 da CLT, § 5º)
4.2.1 Feriados
Os feriados civis ou nacionais, declarados nas Leis federais n. 662/1949 (BRASIL, 1949c) e
n. 6.802/1980 (BRASIL, 1980), estão fixados nas datas: 1º de janeiro (Confraternização Universal),
21 de abril (Tiradentes), 1º de maio (Dia do Trabalho), 7 de setembro (Independência), 12 de
outubro (Nossa Senhora Aparecida), 2 de novembro (Finados), 15 de novembro (Proclamação
da República) e 25 de dezembro (Natal). Soma-se, ainda, a data de realização das eleições – Lei
n. 4.737/1965, que institui o Código Eleitoral, artigo 380 (BRASIL, 1965).
Os feriados de âmbito estadual, permitidos pela Lei n. 9.093/1995 (BRASIL, 1995), corres-
pondem às datas magnas (importantes) dos estados e devem ser pesquisados junto à legislação
estadual. É conveniente, portanto, registrar que nem todos os estados fixam as mesmas datas
como feriados.
Os feriados municipais ou religiosos, por sua vez, são declarados em lei municipal, con-
forme a tradição local, em número não superior a quatro, neste incluída a Sexta-Feira da Paixão
(BRASIL, 1995, art. 2º). São exemplos de feriados locais:
• 6 de janeiro – Dia de Reis;
• data móvel em fevereiro/março – Carnaval e Cinzas;
• data de fundação da cidade;
• data móvel em março/abril – Páscoa.
48 Legislação trabalhista, previdenciária e contratos
II - COMÉRCIO
1. Varejistas de peixe.
2. Varejistas de carnes frescas e caça.
3. Venda de pães e biscoitos.
4. Varejistas de frutas e verduras.
5. Varejistas de aves e ovos.
6. Varejistas de produtos farmacêuticos (farmácias, inclusive manipulação
de receituário).
7. Flores e coroas.
8. Barbearias (quando funcionando em recinto fechado ou fazendo parte do
complexo do estabelecimento ou atividade, mediante acordo expresso com
os empregados).
9. Entrepostos de combustíveis, lubrificantes e acessórios para automóveis (pos-
tos de gasolina).
10. Locadoras de bicicletas e similares.
11. Hotéis e similares (restaurantes, pensões, bares, cafés, confeitarias, leiterias,
sorveterias e bombonerias).
12. Hospitais, clínicas, casas de saúde e ambulatórios.
13. Casas de diversões (inclusive estabelecimentos esportivos em que o ingresso
seja pago).
14. Limpeza e alimentação de animais em estabelecimentos de avicultura.
15. Feiras-livres e mercados, comércio varejista de supermercados e de hiper-
mercados, cuja atividade preponderante seja a venda de alimentos, inclusive os
transportes a eles inerentes.
16. Porteiros e cabineiros de edifícios residenciais.
17. Serviços de propaganda dominical.
18. Comércio de artigos regionais nas estâncias hidrominerais.
19. Comércio em portos, aeroportos, estradas, estações rodoviárias e ferroviárias.
20. Comércio em hotéis.
21. Agências de turismo, locadoras de veículos e embarcações.
22. Comércio em postos de combustíveis.
23. Comércio em feiras e exposições.
III - TRANSPORTES
1. Serviços portuários.
2. Navegação (inclusive escritório, unicamente para atender ao serviço
de navios).
3. Trânsito marítimo de passageiros (exceto de escritório).
4. Serviço propriamente de transportes (excluídos os transportes de carga urba-
nos e os escritórios e oficinas, salvo as de emergência).
50 Legislação trabalhista, previdenciária e contratos
IV - COMUNICAÇÕES E PUBLICIDADE
1. Empresa de comunicação telegráfica, radiotelegráfica e telefônica (excluídos
os serviços de escritório e oficinas, salvos os de emergência).
2. Empresas de radiodifusão, televisão, de jornais e revistas (excluídos os
escritórios).
3. Distribuidores e vendedores de jornais e revistas (bancas e ambulantes).
4. Anúncios em bondes e outros veículos (turma de emergência).
V - EDUCAÇÃO E CULTURA
1. Estabelecimentos de ensino (internatos, excluídos os serviços de escritório
e magistério).
2. Empresas teatrais (excluídos os serviços de escritório).
3. Bibliotecas (excluídos os serviços de escritório).
4. Museus (excluídos os serviços de escritório).
5. Empresas exibidoras cinematográficas (excluídos os serviços de escritório).
6. Empresas de orquestras.
7. Cultura física (excluídos os serviços de escritório).
8. Instituições de culto religioso.
VI - SERVIÇOS FUNERÁRIOS
1. Estabelecimentos e entidades que executem serviços funerários.
As empresas com atividades que exijam o trabalho em dias de repouso, porém que não
constem na relação mencionada, devem encaminhar obrigatoriamente seu pedido de permissão
à Superintendência Regional do Trabalho, obedecendo aos trâmites legais previstos na Portaria
MTE n. 945/2015 (BRASIL, 2015) e observando a Instrução Normativa SRT n. 1/1983 (BRASIL,
1983). Nesses casos, a autorização é concedida de forma transitória, com discriminação do cor-
respondente período, conforme artigo 68 da CLT (BRASIL, 1943) e Portaria MTE n. 945/2015
(BRASIL, 2015).
Intervalos para alimentação e repouso 51
Nos dias de repouso em que for permitido o trabalho, é vedada às empresas a execução de
serviços que não se enquadrem nos motivos determinantes da permissão.
Por fim, cumpre registrar ser ainda admitido o trabalho em dias de repouso nas seguintes
situações excepcionais:
• quando ocorrer motivo de força maior, cumprindo à empresa justificar a ocorrência pe-
rante a DRT no prazo de dez dias;
• quando for preciso atender à realização ou conclusão de serviços inadiáveis ou cuja inexe-
cução possa acarretar prejuízo manifesto. Nesse caso, a empresa necessita obter junto à
DRT autorização prévia na qual se discrimina o período autorizado que, a cada vez, não
pode exceder sessenta dias. A remuneração das horas trabalhadas deve ser em dobro.
4.3 Remuneração
Nos serviços em que for permitido o trabalho nos feriados civis e religiosos, bem como nos
dias destinados ao repouso semanal, a remuneração dos empregados deve ser paga em dobro, salvo
se a empresa determinar outro dia de folga – conforme Súmula n. 146 (BRASIL, 2003).
O entendimento jurisprudencial dominante determina que o trabalho prestado em domin-
gos e feriados não compensados deve ser pago em dobro, sem prejuízo da remuneração relativa ao
repouso semanal. O trabalhador recebe, portanto, o dia de repouso somado às horas trabalhadas
com valor extraordinário.
Exemplo:
1 Fundamentado na Lei n. 605/1949 (BRASIL, 1949a), regulamentada pelo Decreto n. 27.048/1949 (BRASIL, 1949b);
Portarias n. 417/1966 (BRASIL, 1966) e n. 945/2015 (BRASIL, 2015); Lei n. 9.093/1995 (BRASIL, 1995).
Intervalos para alimentação e repouso 53
Atividades
1. Assinale V para as assertivas corretas e F para as falsas.
a) I e II são verdadeiras.
b) I e III são verdadeiras.
c) II e III são verdadeiras.
d) I é verdadeira.
I. João se ausentou por cinco dias, apresentando a certidão de casamento em seu retorno.
II. Patrícia faltou por dois dias, apresentando o comprovante de alistamento eleitoral.
III. Manoel faltou dois dias consecutivos, apresentando declaração de doação de sangue.
IV. Leonardo faltou ao trabalho por um dia, por ter sido arrolado como testemunha judicial.
V. Figueira faltou um dia e alegou compensação de horas extras realizadas.
Das cinco ocorrências, por serem justificáveis, o repouso semanal remunerado não será des-
contado de:
54 Legislação trabalhista, previdenciária e contratos
Referências
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1949a. Disponível em: <https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L0605.htm>. Acesso em: 13 ago. 2018.
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31 jul. 1969. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/1965-1988/Del0715.htm>.
Acesso em: 22 out. 2018.
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dez. 1985. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/1980-1988/L7415.htm>. Acesso em:
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Intervalos para alimentação e repouso 55
BRASIL. Lei n. 9.853, de 27 de outubro de 1999. Diário Oficial da União, Poder Legislativo, Brasília, DF, 28
out. 1999. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9853.htm>. Acesso em: 13 ago. 2018.
______. Lei n. 10.101, de 19 de dezembro de 2000. Diário Oficial da União, Poder Executivo, Brasília, DF,
20 dez. 2000. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L10101.htm>. Acesso em: 13 ago.
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ago. 2018.
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6 dez. 2007. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2007/Lei/L11603.htm>.
Acesso em: 13 ago. 2018.
______. Lei n. 11.689, de 9 de junho de 2008. Diário Oficial da União, Poder Executivo, Brasília, DF, 10 jun.
2008. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/Lei/L11689.htm>. Acesso
em: 22 out. 2018.
______. Portaria n. 1.095, de 19 de maio de 2010. Diário Oficial da União, Poder Judiciário, Brasília, DF,
20 mai. 2010. Disponível em: <http://www.trtsp.jus.br/geral/tribunal2/ORGAOS/MTE/Portaria/P1095_10.
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______. Portaria MTE n. 945, de 08 de julho 2015. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 9 jul. 2015. Disponível
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5
Remuneração, salários e trabalho noturno
pode ser o mínimo vigente, o piso salarial da categoria profissional ou valor superior, ajustado muneração recebida
pelo empregado.
livremente pelas partes.
O piso salarial pode ser fixado por legislação ordinária (situação dos médicos veterinários,
por exemplo), por convenção ou acordo coletivo de trabalho, ou até mesmo por legislação estadual,
como ocorre com o Paraná, Lei Estadual n. 18.466/2016 (PARANÁ, 2016).
Remuneração é a soma do salário contratual com outras vantagens e/ou adicionais, que
possuam natureza salarial, percebidos pelo empregado em decorrência do exercício de suas ati-
vidades. A partir do artigo 457 da Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT) (BRASIL, 1943),
consideram-se os exemplos:
• gorjetas;
• gratificações contratuais;
• comissões.
É relevante considerar que, no tocante às importâncias pagas ao empregado, “a título de
ajuda de custo, auxílio-alimentação, vedado seu pagamento em dinheiro, diárias para viagem,
prêmios e abonos”, ainda que habituais, “não se incorporam ao contrato de trabalho e não cons-
tituem base de incidência de qualquer encargo trabalhista e previdenciário”, conforme o artigo
457, parágrafo 2º, da CLT (BRASIL, 1943).
Sendo assim, todas as vezes que a empresa fornecer ao empregado utilidade ou parcela, de
modo que ele não necessite arcar com a referida despesa – o que deveria fazer caso não a recebesse
do empregador –, é considerada salário in natura. São desta forma compreendidos, por exemplo,
os aluguéis residenciais pagos pelo empregador.
A legislação trabalhista (CLT), em seu artigo 82, ao determinar sobre a composição do
salário-mínimo, proíbe que o do empregado seja pago exclusivamente em utilidades, sendo-lhe
garantido, em dinheiro, um mínimo de 30%. Por analogia, também a remuneração do trabalha-
dor deve observar um mínimo de 30% em pecúnia, sendo o restante passível de outras formas
de pagamento. Observe-se, porém, que no contrato de trabalho firmado entre as partes deve ser
especificada a remuneração correspondente às utilidades, discriminadas em folha de pagamento
e recibos de salários, posto que, por integrarem a remuneração, constituem base de incidência
para as contribuições previdenciárias e os depósitos de Fundo de Garantia do Tempo de Serviço
(FGTS), conforme exposto no artigo 15, caput, da Lei n. 8.036/1990 (BRASIL, 1990) e no artigo
214 do Decreto n. 3.048/1999 (BRASIL, 1999a).
5.1.3 Salário-utilidade
Existem alguns benefícios ou materiais fornecidos habitualmente pelo empregador que não
são considerados como salário, a título de prestações in natura, e não integram a remuneração
prestada. Em seu artigo 458, parágrafo 2º, a CLT (BRASIL, 1943) traz uma relação de benefícios e
acessórios a esse título:
I. vestuários, equipamentos e outros acessórios fornecidos aos empregados e
utilizados no local de trabalho, para a prestação do serviço;
II. educação, em estabelecimento de ensino próprio ou de terceiros, com-
preendendo os valores relativos a matrícula, mensalidade, anuidade, livros
e material didático;
Remuneração, salários e trabalho noturno 59
Com referência à identidade de função, o TST esclarece, por meio da Súmula n. 6, tratar-
-se de identidade de tarefas, não sendo relevante se os cargos possuem a mesma denominação
(BRASIL, 2015b). Por mesma localidade, deve-se compreender, em princípio, o mesmo município
ou municípios distintos que, comprovadamente, pertençam à mesma região metropolitana.
Não servirá de paradigma o trabalhador readaptado em nova função por motivo de defi-
ciência física ou mental (BRASIL, 1943, art. 461, § 4º). Da mesma forma, não caberá equiparação
salarial quando a empresa tiver pessoal organizado em quadro de carreira, cujas promoções devem
obedecer aos critérios de antiguidade e merecimento, alternadamente, além de ser homologado
perante o Ministério do Trabalho e Emprego (BRASIL, 1943, art. 461, § 2º).
Sobre as penalidades, de acordo com a CLT, “no caso de comprovada discriminação por
motivo de sexo ou etnia, o juízo determinará, além do pagamento das diferenças salariais devidas,
multa, em favor do empregado discriminado, no valor de 50% (cinquenta por cento) do limite má-
ximo dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social” (BRASIL, 1943, art. 461, § 6º).
5.1.7 Descontos
O artigo 462 da legislação trabalhista autoriza o desconto no salário do empregado apenas
quando resultante de adiantamentos, dispositivos da lei ou de contrato coletivo (BRASIL, 1943).
Entretanto, segundo a Orientação Jurisprudencial SDI-I 160 do TST, desde que exista autorização
prévia e por escrito do empregado, é possível o desconto salarial, quando em benefício do empre-
gado e dos seus dependentes, para ser integrado em planos de assistência odontológica, médico-
-hospitalar, de seguro, de previdência privada ou de entidade cooperativa, cultural ou recreativa
associativa dos seus trabalhadores, salvo se ficar demonstrada a existência de coação ou de outro
defeito que vicie o ato jurídico (BRASIL, 1999b).
Na hipótese de dano causado pelo empregado ao empregador, o desconto somente é lícito se
essa possibilidade for acordada entre as partes ou na ocorrência de dolo (intenção) do empregado
(BRASIL, 1943, art. 462, art. 1º).
Ainda, em se tratando de rescisão contratual, a CLT (art. 477, § 5º) define que qualquer
compensação no pagamento das verbas rescisórias não pode exceder o equivalente a um mês de
remuneração do empregado (BRASIL, 1943).
1 Fundamentação: CLT, artigos 459, parágrafo 1º (com redação da Lei n. 7.855/1989), 463 e 465; Lei n. 10.272/2001.
Remuneração, salários e trabalho noturno 61
Na contagem dos dias úteis, para o pagamento mensal é incluído o sábado, excluindo-se
apenas domingos e feriados, mesmo os municipais. Quando o feriado for apenas bancário, é con-
siderado dia útil para efeito de pagamento salarial.
O não cumprimento do prazo para pagamento dos salários, segundo a Súmula n. 381
(BRASIL, 2005a), acarreta à empresa multa administrativa e a incidência de correção monetária
aos valores devidos.
Em caso de rescisão de contrato de trabalho, e “havendo controvérsia sobre o montante das
verbas rescisórias, o empregador é obrigado a pagar ao trabalhador, à data do comparecimento ao
Tribunal de Trabalho, a parte incontroversa dessas verbas” (desde que não haja litígio, estando as
partes de acordo), sob pena de pagá-las acrescidas de 50% (BRASIL, 1943, art. 467).
Caso a empresa não satisfaça tais exigências, caberá à fiscalização trabalhista a aplicação das
penalidades quando apurada a infração.
5.2.1 Percentual
Quando acima dos limites de tolerância do Ministério do Trabalho, conforme orienta o
artigo 192 da CLT (BRASIL, 1943), o trabalho em condições insalubres assegura a percepção
de adicional de 40%, 20% e 10% do salário-mínimo, respectivamente, considerando a classifica-
ção nos graus máximo, médio e mínimo. Conforme entendimento do TST, consubstanciado na
Súmula n. 228 (BRASIL, 2008; 2012b), a base de cálculo do adicional somente é o salário-mínimo
se não houver fixação de salário profissional em lei, convenção coletiva ou sentença normativa.
O adicional de insalubridade somente é devido enquanto perdurarem as condições desfavo-
ráveis à saúde do trabalhador. Uma vez modificadas essas condições, impõe-se o ajuste da obriga-
ção ou mesmo o total desaparecimento desta.
Se o trabalho extraordinário for realizado no mesmo ambiente insalubre, é jus o empregado
ao respectivo adicional. Assim, e em face da natureza salarial do adicional de insalubridade, o cál-
culo do serviço suplementar é composto do valor da hora normal acrescido do respectivo adicional
de insalubridade, segundo a Súmula n. 264 do TST (BRASIL, 2003a). Cumpre ao empregador ob-
servar, entretanto, que prorrogações de horário de trabalho nas atividades insalubres
só poderão ser acordadas mediante licença prévia das autoridades competen-
tes em matéria de higiene do trabalho, as quais, para esse efeito, procederão
aos necessários exames locais e à verificação dos métodos e processos de tra-
balho, quer diretamente, quer por intermédio de autoridades sanitárias fede-
rais, estaduais e municipais, com quem entrarão em entendimento para tal fim.
(BRASIL, 1943, art. 60)
Tratam-se de agentes fatais, que colocam em risco não a saúde, mas a vida do trabalhador.
A discriminação das atividades perigosas envolvendo inflamáveis e explosivos consta, ainda, dos
anexos da NR-16 da Portaria n. 3.214/1978 (BRASIL, 1978).
O Ministério do Trabalho e Emprego, pela Portaria n. 518/2003 (BRASIL, 2003b), determina
o pagamento do adicional de periculosidade também aos trabalhadores expostos a radiações ioni-
zantes ou substâncias radioativas. Este entendimento é ratificado pela Orientação Jurisprudencial
SDI-I 345 do TST (BRASIL, 2005b).
Conforme já mencionado, a caracterização e a classificação da periculosidade, segundo
as normas do Ministério do Trabalho e Emprego, são realizadas por perícia a cargo de Médico
do Trabalho ou Engenheiro do Trabalho. É facultado às empresas e aos sindicatos das catego-
rias profissionais interessadas requererem ao próprio Ministério, por suas Delegacias Regionais
do Trabalho, a realização de perícia em estabelecimento ou setor da empresa, com o objetivo de
caracterizar e classificar atividade perigosa.
5.3.1 Percentual
As condições de periculosidade asseguram ao trabalhador a percepção de adicional de
30%, incidente sobre o salário contratual, porém sem os acréscimos de gratificações, prêmios ou
2 Fundamentação: artigos 189 a 192 e 194 a 197 da CLT (BRASIL, 1943); Súmulas n. 80, 248 e 289 (BRASIL, 2003a);
Portaria n. 3.214/1978 – NR-15 e NR-26 (BRASIL, 1978).
Remuneração, salários e trabalho noturno 65
participações nos lucros da empresa, conforme NR-16 da Portaria n. 3.214/1978 (BRASIL, 1978).
Entretanto, se porventura lhe for devido, o empregado poderá optar pelo adicional de insalubridade.
Em se tratando de empregados que exercem atividade no setor de energia elétrica em con-
dições de periculosidade, o adicional é de 30% sobre o salário que perceberem – totalidade das
parcelas de natureza salarial –, segundo Súmula n. 191 (BRASIL, 2016a).
3 Fundamentação: artigos 193 a 197 da CLT (BRASIL, 1943); NR-16 e NR-26 da Portaria n. 3.214/1978 (BRASIL, 1978).
66 Legislação trabalhista, previdenciária e contratos
4 Fundamentação: artigo 73 da CLT (BRASIL, 1943); artigo 7º, parágrafo único, da Lei n. 5.889/1973 (BRASIL, 1973);
artigo 7º, IX e XVI, da Constituição Federal (CF) (BRASIL, 1988) .
Remuneração, salários e trabalho noturno 67
Exemplo:
Dados
• Salário-base → R$ 1.000,00 para jornada mensal de 220 horas.
• Salário-hora → R$ 1.000,00 : 220 horas = R$ 4,54.
• Adicional noturno → R$ 4,54 . 20% = R$ 0,90.
• Número de horas extras noturnas no mês → 10 horas.
Cálculo
I. R$ 4,54 . 20% = R$ 0,90.
II. R$ 0,90 + R$ 4,54 = R$ 5,44.
III. R$ 5,44 . 1,50 (50%) = R$ 8,16 → valor da hora extra noturna.
IV. R$ 8,16 . 10 horas = R$ 81,60.
Exemplo:
Dados
Salário-base → R$ 1.000,00 para jornada mensal de 220 horas.
Salário-hora → R$ 1.000,00 : 220 horas = R$ 4,54.
Adicional noturno → R$ 4,54 . 20% = R$ 0,90.
Número de horas extras em horário noturno no mês → 10 horas.
Cálculo
I. R$ 4,54 . 20% = R$ 0,90.
II. R$ 0,90 . 10 horas = R$ 9,00.
III. R$ 4,54 . 1,50 (50%) = R$ 6,81.
IV. R$ 6,81 . 10 horas = R$ 68,10.
V. R$ 9,00 (adicional noturno) + R$ 68,10 (adicional de horas extras) = R$ 77,10.
68 Legislação trabalhista, previdenciária e contratos
Tendo o empregado sua jornada de trabalho prorrogada, de forma que seja estendida além
das 5 horas do dia seguinte, existe entendimento jurisprudencial dominante no sentido de ha-
ver também a prorrogação do trabalho noturno. Conforme tal corrente, amparada inclusive pela
Súmula n. 60 do TST (BRASIL, 2005a), se a jornada normal de trabalho for cumprida integralmen-
te no período noturno e prorrogada (horas extraordinárias), é devido também o adicional noturno
quanto a estas horas, por interpretação ao artigo 73, parágrafo 5º, da CLT (BRASIL, 1943).
Exemplo:
Dados
• Empregado trabalhou das 22h às 3h.
Cálculo
• 22 às 3 horas → 5 horas normais (de 60 minutos).
• 5 . 1,1428571 = 5,7142855.
• 0,7142855 . 60 : 100 = 0,42 (adota-se este procedimento, uma vez que
a máquina de calcular trabalha em escala de 0 a 100).
• 5 horas normais correspondem a 5 horas e 42 minutos noturnos.
Remuneração, salários e trabalho noturno 69
Atividades
1. Qual é a periodicidade de pagamento de salários permitida pela CLT?
a) Gorjetas.
b) Participação nos lucros e resultados.
c) Ajuda de custo superior a 50% do valor do salário-base.
d) Comissões.
( ) adicional de periculosidade.
( ) salário complessivo.
( ) salário in natura.
( ) adicional de insalubridade.
( ) salário-utilidade.
Referências
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1973. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L5889.htm>. Acesso em: 20 ago. 2018.
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6
Férias e gratificação natalina
6.1 Férias
6.1.1 Convenção 132 – modificações na legislação de férias
Com a publicação do Decreto n. 3.197/1999 (BRASIL, 1999a), instituto de promulga-
ção da Convenção 132 da Organização Internacional do Trabalho (OIT) sobre férias anuais
remuneradas, várias alterações foram incorporadas na legislação. Entretanto não é unânime a
opinião dos doutrinadores sobre os efeitos jurídicos da ratificação, pelo Brasil, de determinada
Convenção Internacional. Os juristas, pois, divergem se imprescindível ou não a existência de
lei para que comece a vigorar, perante o ordenamento jurídico interno, as disposições contidas
nas referidas convenções.
Partilha-se aqui da corrente doutrinária que defende a vigência das Convenções indepen-
dentemente de lei específica (teoria monista), uma vez que:
• a Constituição Federal (CF) (BRASIL, 1988), ao determinar sobre a recepção dos tra-
tados internacionais no ordenamento jurídico, estabelece competir privativamente ao
presidente da República a celebração de tratados, convenções e atos internacionais, mas
determina também que estes estejam sujeitos a referendo do Congresso Nacional. Assim,
e conforme expressamente previsto no texto constitucional, cabe ao Congresso Nacional
“resolver definitivamente sobre tratados, acordos ou atos internacionais que acarretem
encargos ou compromissos gravosos ao patrimônio nacional” (BRASIL, 1988, art. 49, I).
Ora, determina então a CF que o tratado internacional deve ser aprovado pelo presidente
da República, bem como pelo Congresso Nacional para que participe do ato e também se
responsabilize por ele. Uma vez aprovado, está o tratado internacional referendado e, por
essa forma, obtém toda a eficácia legal de que necessita para que se encontre vigente em
todo o território nacional (BRASIL, 1988, art. 84, VIII);
• ainda, o texto constitucional, referindo-se aos tratados internacionais (BRASIL, 1988,
art. 5º, § 2º e art. 105, III, a), concede-lhes a eficácia jurídica necessária, reconhecendo sua
vigência perante o ordenamento jurídico interno.
1943) demonstra, inclusive, a adoção dessa teoria pelo legislador brasileiro ao determinar prevale-
cer a condição mais favorável ao trabalhador, quando do confronto entre a Convenção Coletiva de
Trabalho e o Acordo Coletivo de Trabalho.
Conclui-se, pois, encontrar-se em pleno vigor a Convenção 132 da OIT (CONFERÊNCIA
GERAL DA ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL DO TRABALHO, 1970), tratado internacional
autoexecutável. Configura-se, nesse sentido, em direito e garantia constitucional, complemen-
tando, alterando e, até mesmo, revogando a legislação preexistente.
O direito de férias, assim como posto na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), é abor-
dado nos tópicos seguintes, fazendo referência às alterações provenientes da Convenção 132 da
OIT ao final de cada subitem.
Para que seja adquirido o direito às férias, e para que o empregador as conceda sem que es-
teja obrigado a pagá-las em dobro, é necessária a observância de dois períodos:
• Período aquisitivo de férias – refere-se aos 12 meses trabalhados pelo empregado, a con-
tar de sua admissão, para que adquira o direito ao gozo de férias.
Exemplo:
• Admissão em 15/03/2018.
• 1º período aquisitivo = 15/03/2018 a 14/03/2019.
• 2º período aquisitivo = 15/03/2019 a 14/03/2020.
• ...
Exemplo:
• Admissão em 15/03/2018.
• 1º período aquisitivo = 15/03/2018 a 14/03/2019.
• 1º período concessivo = 15/03/2019 a 14/03/2020.
• 2º período aquisitivo = 15/03/2019 a 14/03/2020.
• 2º período concessivo = 15/03/2020 a 14/03/2021.
• ...
2 Fundamentação: artigos 130, 131 e 133 da CLT (BRASIL, 1943) e Súmula n. 89 do TST (BRASIL, 2003).
76 Legislação trabalhista, previdenciária e contratos
ensejar: possibilitar; A contagem das faltas injustificadas que ensejam a redução proporcional dos dias de gozo
justificar.
das férias deve corresponder apenas aos dias em que, havendo expediente de trabalho, o empre-
gado, sem motivo justo e justificado, deixa de comparecer ao serviço. Não devem ser computados
atrasos, faltas de meio período e repousos semanais que porventura tenha o empregado deixado
de perceber em virtude dessas faltas injustificadas, mas tão somente os dias úteis integrais em que
não compareceu ao trabalho.
Conforme visto no capítulo 4, o artigo 473 da CLT (BRASIL, 1943) indica serem conside-
radas justificadas – sem levar à redução do período de férias – a ausência por:
• até dois dias úteis e consecutivos em virtude de falecimento do cônjuge, ascendente,
descendente, irmão ou pessoa que, declarada na Carteira de Trabalho e Previdência
Social (CTPS) do empregado, viva sob sua dependência econômica;
• até três dias úteis e consecutivos, em virtude de casamento;
• um dia, em cada doze meses de trabalho, em caso de doação voluntária de sangue;
• até dois dias úteis, consecutivos ou não, para o fim de alistamento eleitoral;
• período necessário ao cumprimento das exigências do serviço militar;
• prestar depoimento como testemunha, desde que arrolada ou convocada;
• estar comprovadamente realizando provas de exame vestibular para ingresso em estabe-
lecimento de ensino superior;
• atuar como representante de entidade sindical em reunião oficial do organismo do qual o
Brasil seja membro (pelo tempo que se fizer necessário).
Ainda, pela Lei n. 605/1949 (BRASIL, 1949a, art. 6º), que disciplina sobre o repouso semanal
remunerado, são justificadas as faltas que ocorrerem:
• por doença ou acidente do trabalho, devidamente comprovada;
• a critério da administração do estabelecimento, mediante documento por esta fornecido;
• por paralisação do serviço nos dias em que, por conveniência do empregador, não tenha
havido trabalho.
Férias e gratificação natalina 77
O “período necessário” a que se refere o parágrafo 1º, supra, no entanto, deve ser fixado
pelo legislador brasileiro para a obtenção do direito de férias integral, conforme assim autoriza
o artigo 5º da Convenção 132 (CONFERÊNCIA..., 1970). Tal período, no entanto, não pode ser
superior a seis meses, o que significa, então, que um trabalhador, para ter garantido o direito de
férias de 21 dias, deve trabalhar no mínimo seis meses durante o período aquisitivo.
78 Legislação trabalhista, previdenciária e contratos
Dessa forma, restam prejudicados os incisos III e IV do artigo 130 da CLT (BRASIL, 1943),
ao determinarem a proporcionalidade das férias quando da ocorrência de faltas injustificadas em
número superior a 15 dias no período aquisitivo. Isso porque, com tais dispositivos, o trabalhador
necessita trabalhar mais de dez meses para fazer jus a férias com duração igual ou superior a 21
dias, contrariando as disposições da Convenção 132 da OIT (CONFERÊNCIA..., 1970).
Os adicionais por trabalho extraordinário, noturno, insalubre ou perigoso, bem como ou-
tros adicionais ou vantagens percebidas pelo empregado, também devem ser computados no
salário a servir de base para o cálculo da remuneração das férias. Para tanto, calcula-se a média
dessas variáveis, tomando-se os valores recebidos e/ou o número de horas trabalhadas durante
o período aquisitivo das férias, exceto se houver previsão mais benéfica no documento coletivo
da categoria profissional.
Observe-se, por fim, que o artigo 7º da Constituição Federal, XVII (BRASIL, 1988), assegura
aos trabalhadores urbanos e rurais, inclusive domésticos, gozo de férias anuais remuneradas com
pelo menos um terço a mais que o salário normal, o que veio a ser confirmado pela Súmula n. 328
do TST (BRASIL, 2003), que estendeu esse direito também quando das férias indenizadas.
A remuneração das férias, quando gozadas, bem como do respectivo terço constitucional,
sofre incidência previdenciária, fundiária e de Imposto de Renda. Quando indenizadas em rescisão
contratual (vencidas ou proporcionais), não sofrem incidências de Instituto Nacional de Seguro
Social (INSS) e Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), sujeitando-se, tão somente,
ao desconto do Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF).
Em se tratando de férias coletivas, o abono pecuniário deve ser objeto de acordo coletivo
entre o empregador e o sindicato representativo da respectiva categoria profissional, independendo
de requerimento individual a concessão do mesmo (BRASIL, 1943, art. 143, § 2º).
Se o empregado converter 1/3 de seu descanso em trabalho, a remuneração dos dez dias,
na hipótese de direito a 30 dias de férias, em que prestará serviços deve constar de folha de
pagamento, juntamente com a remuneração mensal dos demais empregados da empresa. O pa-
gamento precisa, então, ser efetuado até o quinto dia útil do mês subsequente, sem o acréscimo
do terço constitucional.
O abono pecuniário e as gratificações ou abonos ajustados a título de reforço do valor das
férias, resultantes de contrato individual de trabalho, regulamento interno ou documento coletivo
da categoria, desde que não excedam o equivalente a 20 dias de salário, não integram a remunera-
ção do empregado para os efeitos da legislação trabalhista e da Previdência Social. Se, entretanto,
a gratificação de férias, estabelecida por contrato individual, regulamento ou mesmo documento
coletivo (acordo ou convenção), exceder o valor correspondente a 20 dias de salário, deve-se apli-
car o artigo 457 da CLT (BRASIL, 1943), considerando-se parcela de natureza salarial para todo e
qualquer efeito.
Segundo o artigo 140 da CLT (BRASIL, 1943), “os empregados contratados há menos
de 12 meses gozarão, na oportunidade, férias proporcionais, iniciando-se, então, novo período
3 Fundamentação: artigos 130, 139 a 141, 146, 457 e 458 combinado com o artigo 462 da CLT (BRASIL, 1943);
artigo 7º, XVII, da CF (BRASIL, 1988) e artigo 51, V, da Lei Complementar n. 123/2006 (BRASIL, 2006).
Férias e gratificação natalina 81
aquisitivo”. Assim, o empregado com apenas seis meses de trabalho em determinada empresa não
fará jus a 30 dias de férias coletivas, mas a apenas 15 dias.
Se as férias coletivas forem, portanto, de 20 dias, o respectivo período de gozo é superior
ao direito adquirido do empregado. Nesse caso, e na impossibilidade de a empresa vir a utilizar os
serviços desse empregado nos cinco dias além do período de férias a que tem direito, considera-se
o gozo dos dias excedentes ao direito como licença remunerada, a qual deve ser paga em folha de
pagamento normal a fim de evitar a redução salarial, sem ser devido, inclusive, o acréscimo cons-
titucional de um terço de férias. Esses dias considerados como licença remunerada não podem ser
compensados nem descontados do empregado em hipótese alguma, quaisquer que sejam as verbas
trabalhistas recebidas.
Pode acontecer, ainda, de o direito de gozo de férias de um empregado admitido há menos
de 12 meses ser superior ao número de dias de férias coletivas concedido pela empresa. Se a empre-
sa concede 15 dias de férias coletivas, por exemplo, o empregado com dez meses de serviço tem di-
reito a 25 dias de gozo. Nessa hipótese, para esses empregados inicia-se um novo período aquisitivo
a contar do primeiro dia de férias coletivas, o que traz a pergunta: Quando, então, seriam concedidos
os dias remanescentes (no exemplo descrito, dez dias)? Esses dias remanescentes, se o empregador
não pôde deixar esses empregados gozarem todo o período de direito seguidamente (retornando
ao trabalho após os demais empregados), devem ser concedidos até o final do suposto período
concessivo, como se não tivesse sido modificado o período aquisitivo dos empregados em questão.
Exemplo:
• Admissão em 15/09/2007.
• Direito a férias por dez meses de trabalho → 25 dias.
• Férias coletivas de 15 dias → 16/07/2008 a 30/07/2008.
• Concessão dos dez dias restantes → até 14/09/2009, que seria o térmi-
no do período concessivo se não houvesse as férias coletivas.
• Início de novo período aquisitivo → 16/07/2008, data de início das
férias coletivas.
O artigo 132 da CLT (BRASIL, 1943) orienta, ainda, que o “tempo de trabalho anterior à
apresentação do empregado para serviço militar obrigatório será computado no período aquisiti-
vo”, isso se ele comparecer ao estabelecimento dentro de 90 dias desde a respectiva baixa.
Conforme o tratado internacional, tal empregado não perde o direito às férias, e sim faz jus
ao gozo proporcional da mesma por não ter trabalhado, durante o período aquisitivo, o tempo
mínimo exigido para adquiri-las integralmente.
Férias
até 5 faltas de 6 a 14 faltas de 15 a 23 faltas de 24 a 32 faltas
proporcionais
Cumpre ao empregador observar que, para a verificação de um doze avos de férias, considera-
-se o mês de trabalho, contado da data de admissão, e não o mês civil/calendário.
Exemplo:
O 13º salário deve ser pago em duas parcelas. A primeira entre os meses de fevereiro e no-
vembro de cada ano, e a segunda até 20 de dezembro.
Atividades
1. Um determinado empregado foi admitido em 10/03/2008 e a empresa lhe concedeu
gozo de 30 dias de férias no período de 01/03/2009 a 30/03/2009. O procedimento está
correto? Justifique.
2. Informe três exemplos de faltas que não serão consideradas para reduzir o período de férias
de um trabalhador.
c) O 13º salário deve ser pago em duas parcelas, sendo a primeira entre os meses de
fevereiro e novembro de cada ano, e a segunda até 20 de dezembro.
d) Por opção do empregado, o 13º salário pode ser pago integralmente no dia 20 de
dezembro.
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88 Legislação trabalhista, previdenciária e contratos
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______. Lei n. 11.689, de 9 de junho de 2008. Diário Oficial da União, Poder Executivo, Brasília, DF, 10 jun.
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Disponível em: <http://www.trtsp.jus.br/geral/tribunal2/ORGAOS/MTE/Ementas/Ementas_SRT.html>.
Acesso em: 20 ago. 2018.
Eventuais faltas injustificadas, portanto, ocorridas após o fechamento da folha podem per-
feitamente ser descontadas na folha do mês subsequente. Caso se tenha trabalhado extraordi-
nariamente ou em horário noturno, no entanto, as horas extras e o adicional noturno devidos
devem ser pagos até o 5º dia útil do mês seguinte, sob pena de a empresa estar descumprindo a
legislação sobre o tema.
até R$ 1.693,72 8%
de R$ 1.693,73 a R$ 2.822,90 9%
1 O valor total da remuneração do trabalhador, limitado ao teto máximo fixado pelo Ministério da Previdência.
É a base de cálculo das contribuições previdenciárias.
Folha de pagamento, contribuição previdenciária e depósito de FGTS 91
obrigados a contribuir para o Serviço Social de Transporte (SEST) (1,5%) e para o Serviço Nacional
de Aprendizagem do Transporte (SENAT) (1,0%), percentuais que também devem ser retidos pela
empresa (incidência sobre 20% da remuneração paga, assim como ocorre com a contribuição pre-
videnciária) e entregues à Previdência Social juntamente com as contribuições a seu cargo.
Efetuada a retenção, a empresa deve fornecer ao trabalhador (autônomo ou empresário) um
comprovante de pagamento pelo serviço prestado consignando:
além dos valores da remuneração e do desconto feito a título de contribui-
ção previdenciária, a sua identificação completa, inclusive com o número no
Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ) e o número de inscrição do con-
tribuinte individual no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). (BRASIL,
2003b, art. 14)
As contribuições devidas pela empresa, bem como aquelas descontadas dos seus emprega-
dos e contribuintes individuais que lhe prestaram serviços, devem ser repassadas à Previdência
Social até o dia dez do mês subsequente, por meio da Guia da Previdência Social (GPS). A contri-
buição incidente sobre o valor bruto da gratificação natalina – 13o salário – deve ser calculada em
separado e recolhida até o dia 20 do mês de dezembro, antecipando-se o vencimento para o dia útil
imediatamente anterior, se não houver expediente bancário, sendo devida quando do pagamento
ou crédito da última parcela.
depósitos referentes ao mês da rescisão e ao imediatamente anterior (8%), que ainda não houver
sido recolhido, sem prejuízo das cominações legais cabíveis.
Em se tratando de despedida sem justa causa, segundo o artigo 18, parágrafo 1º, da Lei
n. 8.036/1990 (BRASIL, 1990b), a empresa deve depositar na conta vinculada do trabalhador no
FGTS também uma multa correspondente a 40% do montante de todos os depósitos realizados
durante a vigência do contrato de trabalho, atualizados monetariamente e acrescidos dos respec-
tivos juros, ainda que parte tenha sido sacada pelo trabalhador. Ocorrendo “despedida por culpa
recíproca ou força maior, reconhecida pela Justiça do Trabalho”, esse percentual de multa deve ser
de 20%, conforme o parágrafo 2º da referida legislação.
Ainda se considera que, segundo o artigo 484-A da CLT (BRASIL, 1943), incluído pela
Lei n. 13.467/2017 (BRASIL, 2017), o “contrato de trabalho poderá ser extinto por acordo entre
empregado e empregador”, desde que sejam devidas, por metade, o aviso prévio quando inde-
nizado e a indenização sobre o saldo do FGTS, além de as demais verbas trabalhistas a serem
pagas integralmente.
Atividades
1. Qual é a periodicidade da folha de pagamento?
3. Uma vez apurados todos os proventos (valores a receber) e descontos, procede-se à elabora-
ção da folha de pagamento, que deverá observar os seguintes procedimentos, exceto:
a) A folha deve ser elaborada mensalmente, por estabelecimento, obra de construção civil
ou tomador de serviços, contendo, de forma discriminada, o nome de cada trabalhador e
a indicação do cargo, função ou serviço por ele prestado.
b) Os trabalhadores devem ser agrupados por categoria, separando-se os empregados, os
trabalhadores avulsos e os contribuintes individuais (autônomos e empresários).
c) A folha deve discriminar os proventos (horas normais, horas extras, adicionais, salários in
natura etc.) e os descontos (contribuição previdenciária, adiantamentos, vales-transporte
etc.), com indicação de cada subtotal. Do total das parcelas aditivas deduz-se o das subtra-
tivas, obtendo-se como resultado o valor líquido a ser percebido pelo empregado.
d) As empregadas que estejam em gozo de salário-maternidade não devem constar da folha,
posto que estarão sendo remuneradas pelo INSS.
96 Legislação trabalhista, previdenciária e contratos
Referências
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______. Ministério da Fazenda. Secretaria de Previdência. Benefícios: Índice de reajuste para segurados que
recebem acima do mínimo é de 2,07% em 2018. Disponível em: <http://www.previdencia.gov.br/2018/01/
beneficios-indice-de-reajuste-para-segurados-que-recebem-acima-do-minimo-e-de-207-em-2018/>.
Acesso em: 21 ago. 2018.
8
Rescisão contratual e exame médico demissional
Tratando-se de dispensa sem justa causa, por outro lado, a duração normal da jornada de
trabalho deve ser reduzida em duas horas diárias, sem prejuízo do salário integral, segundo a
Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), artigo 488 (BRASIL, 1943). Não é permitido ao empre-
gador substituir essa redução pelo pagamento de horas extraordinárias, conforme dispõe a Súmula
n. 230 do Tribunal Superior do Trabalho (TST) (BRASIL, 2003), sob pena de nulidade do aviso
prévio. No entanto permite-se ao trabalhador optar por cumprir normalmente sua jornada, sem
qualquer redução, pelo período de 23 dias, faltando ao serviço nos últimos sete dias, isento de pre-
juízos ao salário integral, hipótese em que pode realizar horas extras nos dias trabalhados.
Quando o empregado cumpre o aviso prévio trabalhando, a remuneração do período obe-
dece normalmente à forma contratual. O empregado recebe os dias trabalhados como saldo de sa-
lário, sendo devido o pagamento de adicionais ou outras vantagens contratuais. Em se tratando de
empregado comissionista, o aviso prévio trabalhado corresponde ao valor das comissões auferidas
no período, somado aos repousos semanais e acrescendo-se a parte fixa, se houver.
1 Fundamentação: artigo 7º da Constituição Federal (CF), XXIX (BRASIL, 1988a); artigos 449, 501 e 487 da CLT
(BRASIL, 1943); artigos 3º e 7º da Lei n. 7.713/1988 (BRASIL, 1988b); artigo 15 da Lei n. 8.036/1990 (BRASIL, 1990) e
Decreto n. 3.048/1999 (BRASIL, 1999).
100 Legislação trabalhista, previdenciária e contratos
Exemplo:
Nessa hipótese, os primeiros 15 dias de afastamento somados aos já trabalhados são sufi-
cientes, e até ultrapassam a data prevista para o término do aviso prévio. Assim, a rescisão se faz
normalmente no dia previsto, 30/07, sendo devido ao empregado apenas a remuneração dos 22
dias trabalhados e dos oito dias de atestado médico – complemento do período de aviso prévio.
2. Os dias trabalhados somados aos primeiros 15 dias de afastamento não completam o
período de aviso prévio.
Exemplo:
Com relação às estabilidades adquiridas no curso do aviso, também não é pacífico o enten-
dimento no sentido de ser ou não devido o direito à garantia de emprego, uma vez que a concessão
do aviso prévio acarreta a eficácia extintiva da relação de emprego. Portanto, em face da inexistên-
cia de legislação específica a respeito, pode a empresa adotar o procedimento que julgar adequado,
ciente de que o empregado, sentindo-se prejudicado, reserva-se no direito de ajuizar reclamatória
trabalhista, ficando a decisão final a critério da Justiça.
pessoal e duas para a movimentação do FGTS junto ao banco depositário) e a quarta ficando em
poder do empregador. O formulário atualmente em vigor foi aprovado pela Portaria n. 2.685/2011
(BRASIL, 2011b).
2 Ação para consignar o pagamento na Justiça. Consignar significa confiar o dinheiro à Justiça para que ela provi-
dencie o pagamento ao trabalhador.
Rescisão contratual e exame médico demissional 103
Observações:
Atividades
1. O aviso prévio pode ser cumprido das seguintes formas:
a) A rescisão contratual deve ser calculada com base na maior remuneração percebida pelo
empregado, assim considerada na época de seu desligamento, compondo-se de salário con-
tratual, média de parcelas variáveis percebidas e demais parcelas percebidas habitualmente.
b) A rescisão contratual deve ser calculada com base na média das 12 últimas remunerações
percebidas pelo empregado, compondo-se de salário contratual, média de parcelas variá-
veis percebidas e demais parcelas percebidas habitualmente.
c) O pagamento da rescisão ou recibo de quitação deverá ser até o primeiro dia útil imedia-
to ao término do contrato.
d) O pagamento da rescisão ou recibo de quitação poderá ocorrer até trinta dias, após o
término do contrato.
3. Sobre o exame médico demissional, aponte a afirmativa correta.
Referências
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106 Legislação trabalhista, previdenciária e contratos
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9
Homologação, indenização adicional
e modalidades de rescisão
Antes Depois
Quando se tratava de empregado estável, com mais de
um ano prestando serviços para a mesma empresa, a ho-
A rescisão contratual já não requer qualquer assistên-
mologação da rescisão contratual somente seria válida
cia para sua validação, podendo ser realizada na própria
quando feita com a assistência do respectivo sindicato.
empresa entre empregador e empregado.
Na ausência desta, o pedido deveria ser firmado perante
a autoridade local competente do Ministério do Trabalho.
O prazo para a homologação da rescisão contratual ajus- Segundo o artigo 477, parágrafo 6º, da CLT (BRASIL,
tava-se de acordo com a modalidade do aviso prévio: 1943), independentemente da modalidade do aviso pré-
No caso do aviso prévio trabalhado, a homologação vio, o prazo tanto para a homologação da rescisão con-
ocorria até o primeiro dia útil seguinte ao término do aviso. tratual quanto para o pagamento dos valores devidos
No caso do aviso prévio indenizado, o prazo era até o dé- desta rescisão é de dez dias, contados a partir do térmi-
cimo dia, contado da data da notificação da demissão. no do contrato.
do término do contrato”. Conforme acordo entre as partes, o valor pode ser pago “em dinheiro,
depósito bancário ou cheque visado2” (BRASIL, 1943, art. 477, § 4º).
Em se tratando de depósito bancário, é necessário que o trabalhador seja comprovadamente
cientificado do mesmo. O estabelecimento bancário deve estar, também, situado na mesma cidade
do local do trabalho, segundo o artigo 23 da Instrução Normativa da Secretaria de Relações do
Trabalho (BRASIL, 2010).
Por fim, cumpre salientar que, em se tratando de empregado menor ou analfabeto, o paga-
mento é efetuado, obrigatoriamente, em dinheiro ou depósito bancário.
Essa indenização adicional tem por finalidade a proteção econômica do empregado a ser
demitido próximo a sua correção salarial. Conforme a Súmula n. 182 do TST (BRASIL, 2003),
o tempo do aviso prévio, ainda que indenizado, deve ser incluído para fins da contagem dos
30 dias antecedentes.
Existem, portanto, três situações distintas:
• Dispensa sem justa causa há mais de 30 dias anteriores à data-base – o empregado
não faz jus ao recebimento da indenização adicional nem de qualquer correção.
• Dispensa sem justa causa dentro do período de 30 dias anteriores à data-base –
o empregado faz jus à indenização adicional, equivalente a um salário mensal, ainda
2 Tipo de cheque em que o banco coloca um visto, indicando que a quantia respectiva foi debitada da conta do emi-
tente e se encontra à disposição do favorecido.
Homologação, indenização adicional e modalidades de rescisão 111
que a empresa efetue o pagamento das verbas rescisórias com o salário corrigido, con-
forme dispõe a Súmula n. 314 do TST (BRASIL, 2003).
• Dispensa sem justa causa dentro do mês da data-base – o empregado não faz jus à in-
denização adicional, mas recebe as verbas rescisórias com base no salário já corrigido.
Na hipótese de o aviso prévio ser indenizado e de sua projeção terminar dentro do mês
da data-base, faz-se ressalva de futura rescisão complementar, quando então é conheci-
do o índice de correção salarial.
Exemplo:
Sendo a rescisão motivada pelo empregado (pedido de demissão), antes do tempo estipu-
lado, este deve indenizar o empregador pelos prejuízos resultantes de seu ato, no valor correspon-
dente às perdas ocasionadas, sempre limitado à metade da remuneração a que teria direito até o
término do contrato. É indispensável, entretanto, para que essa indenização lhe seja descontada, a
comprovação pelo empregador de que o pedido de demissão do empregado tenha causado prejuí-
zos (BRASIL, 1943, art. 480).
Essas indenizações não são computadas para fins de pagamento de 13º salário e férias pro-
porcionais, por não se considerar esse período como tempo de serviço.
Cumpre ainda ao empregador observar que existem situações em que o contrato por prazo
determinado se equipara ao por prazo indeterminado, quando então é devido o pagamento do
aviso prévio. São as hipóteses:
• quando o contrato contiver cláusula assecuratória (que assegura) do direito recíproco de
rescisão antecipada, e tal direito for exercido por qualquer das partes, conforme dispõe o
artigo 481 da CLT (BRASIL, 1943) e a Súmula n. 163 do TST (BRASIL, 2003);
• quando o contrato por prazo determinado for prorrogado por mais de uma vez (BRASIL,
1943, art. 451);
• quando o contrato por prazo determinado suceder a outro também por prazo determi-
nado dentro de seis meses, salvo se a expiração deste dependeu da execução de serviços
especializados ou da realização de certos acontecimentos (BRASIL, 1943, art. 452);
• quando o contrato por prazo determinado ultrapassar o máximo de dois anos (BRASIL,
1943, art. 445, caput).
As verbas rescisórias devidas no caso de rescisão antecipada de contrato por prazo determi-
nado variam conforme a iniciativa da dispensa: dispensa sem justa causa por parte do empregador,
pedido de demissão do empregado ou Plano de Demissão Voluntária.
Na hipótese da rescisão contratual, esta deve ter por data o último dia de contrato, ainda
que recaia em domingo ou feriado, caso em que se faz necessário notificar o empregado no dia útil
anterior.
Exemplo:
Não existindo dependentes ou sucessores, os valores devidos são revertidos em favor, res-
pectivamente, do Fundo de Previdência e Assistência Social, do FGTS ou do Fundo de Participação
PIS/PASEP (BRASIL, 1981, art. 7º).
Cumpre ressaltar que a empresa não se obriga ao pagamento das despesas funerárias, salvo
se previsto em convenção coletiva de trabalho. Quanto às verbas rescisórias, são devidas as parcelas:
• 13º salário proporcional;
• férias vencidas e proporcionais;
• 1/3 das férias;
• saldo de salário;
• salário-família, se preenchidos os requisitos da Lei n. 8.213/1991 (BRASIL, 1991).
Sobre o direito de FGTS, são devidos:
• depósito de 8% referente ao mês da rescisão contratual;
• código de saque 23: o saque dos valores depositados durante o vínculo empregatício é
autorizado pela Caixa Econômica Federal, efetuando o pagamento em partes iguais para
os dependentes habilitados ou sucessores da lei civil.
Atividades
1. Qual é o prazo que a empresa deve observar para o pagamento das verbas rescisórias?
Referências
BRASIL. Decreto-Lei, n. 5.452, de 1º de maio de 1943. Diário Oficial da União, Poder Executivo, Brasília, DF,
9 ago. 1943. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del5452.htm>. Acesso em:
09 ago. 2018.
______. Lei n. 6.708, de 30 de outubro de 1979. Diário Oficial da União, Poder Legislativo, Brasília, DF, 30
out. 1979. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/Ccivil_03/leis/1970-1979/L6708.htm>. Acesso em:
24 ago. 2018.
116 Legislação trabalhista, previdenciária e contratos
BRASIL. Lei n. 6.858, de 24 de novembro de 1980. Diário Oficial da União, Poder Executivo, Brasília, DF,
25 nov. 1980. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L6858.htm>. Acesso em: 24 ago.
2018.
______. Decreto n. 85.845, de 26 de março de 1981 Diário Oficial da União, Poder Executivo, Brasília, DF,
27 mar. 1981. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto/D85845.htm>. Acesso em: 24
ago. 2018.
______. Lei n. 7.238, de 29 de outubro de 1984. Diário Oficial da União, Poder Legislativo, Brasília, DF, 31
out. 1984. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7238.htm>. Acesso em:
24 ago. 2018.
______. Lei n. 8.213, de 24 de julho de 1991. Diário Oficial da União, Poder Executivo, Brasília, DF, 25
jul. 1991b. Disponível em: <https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L8213cons.htm>. Acesso em: 09 ago.
2018.
______. Decreto n. 3.048, de 6 de maio de 1999. Diário Oficial da União, Poder Executivo, Brasília, DF, 7 mai.
1999. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/D3048.htm>. Acesso em: 16 ago. 2018.
______. Resolução n. 121, de 28 de outubro de 2003. Diário de Justiça da União, Brasília, DF, 19 nov. 2003.
Disponível em: <http://www.normasbrasil.com.br/norma/?id=99175>. Acesso em: 13 ago. 2018.
_____. Instrução Normativa SRT n. 15, de 14 de julho de 2010. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 15 jul.
2010. Disponível em: <http://www.normaslegais.com.br/legislacao/insrt15_2010.htm>. Acesso em: 08 nov.
2018.
______. Ementas de Orientação Normativa SRT n. 2 e 3. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 19 set. 2014.
Disponível em: <http://www.trtsp.jus.br/geral/tribunal2/ORGAOS/MTE/Ementas/Ementas_SRT.html>.
Acesso em: 22 ago. 2018.
______. Lei n. 13.467, de 13 de julho de 2017. Diário Oficial da União, Poder Legislativo, Brasília, DF, 14 jul.
2017. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13467.htm>. Acesso
em: 09 ago. 2018.
CAIXA ECONÔMICA FEDERAL. Condições e documentos para saque do FGTS. Disponível em: <http://
www.caixa.gov.br/beneficios-trabalhador/fgts/condicoes-e-documentos-para-saque-do-FGTS/Paginas/
default.aspx>. Acesso em: 24 ago. 2018.
10
Rescisão contratual por justa causa
10.1 Rescisão por justa causa – falta grave cometida pelo empregado
A rescisão por justa causa ocorre quando o empregado comete alguma das faltas relaciona-
das no artigo 482 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) (BRASIL, 1943). Configura-se por
três elementos: gravidade, atualidade e imediação entre a falta e a rescisão.
10.1.1 Gravidade
O poder disciplinar, como manifestação do poder de direção, é o direito do empregador
de impor sanções disciplinares aos seus empregados. Cumpre ao empregador, contudo, analisar a
gravidade da falta cometida e aplicar ao empregado uma penalidade proporcional, sob pena de se
responsabilizar pelo abuso do poder de comando. Assim, uma falta leve requer punição leve, assim
como uma grave exige punição grave.
As formas de punição admitidas na legislação e doutrina pátrias se limitam à advertência
verbal, advertência escrita, suspensão disciplinar e rescisão contratual por justa causa.
As advertências caracterizam uma primeira penalidade, aplicada quando o empregado co-
mete falta leve. O empregador, verbalmente e/ou por escrito, repreende seu empregado comuni-
cando a falta cometida e ressaltando que a reincidência constante poderá ensejar a dispensa por
justa causa. Caso seja adotada a advertência escrita, recusando-se o empregado faltoso a assiná-la,
o empregador deve chamar duas testemunhas para que, na sua presença, assinem o respectivo
documento. Dessa forma, entende-se como comprovado o fato de que o obreiro está ciente de seu
incorreto procedimento.
A suspensão disciplinar deve ser sempre expressa, caracterizando penalidade aplicada a
uma reincidência de faltas leves ou mesmo a uma primeira falta um pouco mais grave. Tem por
consequência, além da proibição do trabalho durante o seu cumprimento, a perda dos salários
dos respectivos dias e do repouso semanal remunerado da semana subsequente.
A CLT, em seu artigo 474 (BRASIL, 1943), orienta que a suspensão disciplinar do empre-
gado “por mais de 30 dias consecutivos importa na rescisão injusta do contrato de trabalho”, de
modo que a medida deve considerar este prazo. São, portanto, usuais as suspensões disciplinares
de um, três e cinco dias, ou até mais, comunicadas ao empregado por carta de suspensão, não como
forma prevista em lei, mas como decorrência de praxe ou de previsão em regulamentos internos
das empresas.
Finalmente, a demissão por justa causa caracteriza penalidade máxima aplicada em razão
de falta grave cometida pelo empregado. Trata-se de uma medida que pode ser aplicada, também,
em consequência de várias reincidências em faltas leves, já tendo o empregador providenciado
118 Legislação trabalhista, previdenciária e contratos
advertências e/ou suspensões, sem que obtivessem atenção ou resultado quanto ao procedimento
faltoso do empregado.
10.1.2 Atualidade
A punição deve ser aplicada em seguida à falta. Assim, uma vez caracterizado e conhecido
o erro cometido pelo empregado, a reprimenda deve ocorrer de imediato, não sendo permitido
infligir punição a uma falta que não tenha sido cometida atualmente.
Se a falta somente for descoberta pela empresa algum tempo depois de cometida, ainda é
possível punir o funcionário sem caracterizar o perdão. Isso porque a empresa não tinha conheci-
mento da falta em momento anterior.
10.1.3 Imediação
É necessário que seja estabelecida a relação entre causa e efeito, deixando claro existir uma
vinculação direta entre a falta cometida pelo trabalhador e a punição aplicada pela empresa. A não
imediatidade da punição, se conhecida pelo empregador a falta cometida, implica perdão tácito,
não sendo lícita sua aplicação posterior.
competente solicita ao empregador que o afaste do serviço, embora deva continuar pa-
gando-lhe salários durante os primeiros 90 dias. Também se deve dar ciência desses fatos
à Procuradoria Regional do Trabalho, a fim de que esta abra inquérito administrativo.
Para a caracterização da falta, é irrelevante se o ato foi praticado dentro ou fora do serviço,
e ainda se teve ou não conexão com a relação de trabalho.
• Perda da habilitação ou dos requisitos estabelecidos em lei para o exercício da pro-
fissão, em decorrência de conduta dolosa do empregado – adicionado à CLT pela Lei
n. 13.467/2017 (BRASIL, 2017), considera-se falta grave o empregado perder a habi-
litação específica do exercício de sua profissão por conduta dolosa, ou seja, por algu-
ma prática que gerou um resultado intencional ou que assumiu o risco de produzi-lo.
Muitos são os empregados que necessitam de uma habilitação para suas atividades la-
borais, tais como médico, advogado, motorista e contador. A perda da habilitação por
ato doloso, portanto, pode levar à dispensa por justa causa.
serviço ou qualquer outra questão, é motivo suficiente para que pleiteie o empregado a
rescisão indireta do contrato.
• Exemplos: atraso no pagamento de salário, 13o salário ou FGTS; recusa em anotar na
Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS) do empregado etc.
• Praticar o empregador ou seus prepostos, contra ele ou pessoas de sua família, ato le-
sivo da honra e boa fama – atos lesivos à boa fama são gestos ou palavras que exponham
outrem ao desprezo de terceiros; e atos lesivos contra a honra é o que possa magoá-lo em
sua dignidade pessoal.
• Exemplo: ociosidade imposta pelo empregador ao empregado, violando a dignidade deste.
• O empregador ou seus prepostos ofenderem-no fisicamente, salvo em caso de legítima
defesa, própria ou de outrem – ofensas físicas não são apenas as lesões corporais causa-
das ao trabalhador, mas também as simples agressões e suas tentativas. Cumpre observar
que somente se caracteriza a despedida indireta quando a agressão física não ocorre em
legítima defesa. De acordo com o Direito Penal, age em legítima defesa todo aquele que,
“usando moderadamente dos meios necessários, repele injusta agressão, atual ou iminen-
te, a direito seu ou de outrem” (BRASIL, 1940, art. 25).
• O empregador reduzir o seu trabalho, sendo este por peça ou tarefa, de forma que
afete sensivelmente a importância dos salários – a redução do trabalho do tarefeiro (que
recebe por tarefa) ou peceiro (que recebe por peça produzida), reduzindo-lhe sensivel-
mente a remuneração habitual, considera-se alteração contratual injustificada, uma vez
que traz prejuízos ao empregado. Assim, o que caracteriza a rescisão indireta é justamente
essa alteração contratual irregular.
Nas hipóteses mencionadas no quarto e sexto itens, é permitido ao trabalhador pleitear judi-
cialmente a referida rescisão permanecendo no serviço até a final decisão do processo. Nos demais
casos, o empregado deve se afastar da empresa, sob pena de sua reclamação não ser conhecida.
Atividades
1. Quais são os três elementos que caracterizam falta grave, a fim de possibilitar a dispensa por
justa causa?
3. Ocorrendo uma falta grave, quando a empresa poderá aplicar a punição correspondente?
Referências
BRASIL. Decreto-Lei n. 2.848, de 7 de dezembro de 1940. Diário Oficial da União, Poder Executivo, Brasília,
DF, 31 dez. 1940. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del2848.htm>. Acesso
em: 09 ago. 2018.
______. Decreto-Lei, n. 5.452, de 1º de maio de 1943. Diário Oficial da União, Poder Executivo, Brasília, DF,
9 ago. 1943. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del5452.htm>. Acesso em:
09 ago. 2018.
______. Portaria SIT n. 6, de 9 de março de 1983. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 14 mar. 1983.
Disponível em: <https://www.diariodasleis.com.br/busca/exibelink.php?numlink=211059>. Acesso em: 27
ago. 2018.
______. Decreto n. 95.247, de 17 de novembro de 1987. Diário Oficial da União, Poder Executivo, Brasília,
DF, 18 nov. 1987. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto/D95247.htm>. Acesso em:
09 ago. 2018.
______. Lei n. 8.213, de 24 de julho de 1991. Diário Oficial da União, Poder Executivo, Brasília, DF, 25
jul. 1991b. Disponível em: <https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L8213cons.htm>. Acesso em: 09 ago.
2018.
______. Lei n. 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Diário Oficial da União, Poder Legislativo, Brasília, DF,
11 jan. 2002. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/2002/L10406.htm>. Acesso em: 10
ago. 2018.
______. Resolução n. 121, de 28 de outubro de 2003. Diário de Justiça da União, Brasília, DF, 19 nov. 2003.
Disponível em: <http://www.normasbrasil.com.br/norma/?id=99175>. Acesso em: 13 ago. 2018.
______. Lei n. 13.467, de 13 de julho de 2017. Diário Oficial da União, Poder Legislativo, Brasília, DF, 14 jul.
2017. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13467.htm>. Acesso
em: 09 ago. 2018.
Rescisão contratual por justa causa 125
1 Admissão de empregados
1. b
2. a
3. b
2 Contratos de trabalho
1. d
2. a
3. d
3 Duração do trabalho
1. c
2. a
3. d
128 Legislação trabalhista, previdenciária e contratos
2. b
3. e – a – c – d – b
2. Três dias em virtude de casamento; um dia a cada ano para doação de sangue; dias em que
estiver realizando prova de vestibular, ou qualquer uma das faltas justificadas apresentadas
neste capítulo.
3. c
2. A empresa deve aplicar a alíquota devida pelo trabalhador, conforme tabela de salário de
contribuição divulgada pelo Ministério da Previdência Social, e descontar essa contribuição
da remuneração a ele devida, repassando-a aos cofres previdenciários até o dia dez do
mês subsequente.
3. d
2. a
3. b
3. d
2. Advertência verbal, advertência escrita, suspensão disciplinar e dispensa por justa causa.
3. De imediato ou tão logo tome conhecimento da falta, sob pena de caracterização do per-
dão tácito.
Legislação trabalhista, previdenciária e contratos
Esta obra pretende
abordar os
principais direitos
dos trabalhadores
empregados e
as principais
obrigações devidas
pelas empresas,
desde o momento
da contratação até a
fase final da relação
empregatícia,
denominada rescisão
contratual.
Cláudia Salles Vilela Vianna
Código Logístico
57406
9 788538 764410