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GRANDE DO SUL
LETÍCIA DE MORAES
Ijuí (RS)
2015
LETÍCIA DE MORAES
Ijuí (RS)
2015
Dedico este trabalho as pessoas mais
importantes da minha vida, meus queridos
pais Alcindo e Rosmeri de Moraes e ao meu
namorado Eduardo Marasca, pelo incentivo,
apoio e confiança em mim depositados
durante toda a minha jornada.
AGRADECIMENTOS
Primeiramente a Deus por ter me sustentado a chegar até aqui. A minha família, que
sempre esteve presente e me incentivou com apoio e confiança nas batalhas da vida e com
quem aprendi que os desafios são as molas propulsoras para a evolução e o desenvolvimento.
O presente trabalho de conclusão de curso faz uma análise da real função do Ministério
Público, a fim de propiciar a demonstração da legitimidade da função investigatória do
Ministério Público, a partir do perfil Institucional que lhe é conferido na Constituição Federal
de 1988. A questão é polemica e origina-se de diferentes interpretações delineadas aos
dispositivos da Constituição Federal e demais Legislações pertinentes. Os argumentos de
ambas correntes de entendimentos conduzem o juízo à ideia de que o Ministério Público é sim,
órgão legitimado para exercer diligencias investigatórias no âmbito criminal, atividade essa,
que deve ser informada por uma necessidade circunstancial passível de efetivo controle
jurisdicional.
This course conclusion work analyzes the actual function of the Public Ministry, in
order to provide a demonstration of the legitimacy of the investigative function of the Public
Ministry, from the Institutional Profile conferred on it in the Constitution of 1988. The
question is controversy and stems from different interpretations outlined the provisions of the
Federal Constitution and other relevant legislations. The arguments of both current
understandings lead judgment the idea that the public prosecutor is yes, legitimate body to
exercise investigative due diligence in the criminal context, this activity, which must be
informed by a circumstantial necessity subject to effective judicial review.
INTRODUÇÃO ........................................................................................................................ 8
CONCLUSÃO......................................................................................................................... 38
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 40
ANEXO I ................................................................................................................................. 42
ANEXO II................................................................................................................................ 45
ANEXO III .............................................................................................................................. 47
8
INTRODUÇÃO
Neste sentido foi proposta a PEC 37 que objetivava conferir exclusivamente à Policia
atribuições para atuar na investigação criminal. Não obstante, ao se analisar as razões da
rejeição de tal proposta pelos parlamentares percebe-se que houve grande pressão midiática
para este resultado.
É notório que o tema em epígrafe vem tomando maiores proporções quando das
investigações que tem o Ministério Publico procedido, especialmente ao grande índice de
criminalidade que enfrentamos atualmente, normalmente com inegável êxito com
acompanhamos em noticias divulgadas pela mídia.
Para tanto, é um órgão que desperta interesse diante de sua polêmica atuação a
respeito de investigações criminais e dos seus limites no desempenho das atribuições que lhe
são conferidas na Constituição Federal.
Neste sentido foi proposta a PEC 37 que objetivava conferir exclusivamente a Policia
atribuições para atuar na investigação criminal. Não obstante, ao se analisar as razões da
rejeição de tal proposta pelos parlamentares percebe-se que houve grande pressão midiática
para este resultado.
O Ministério Público não surgiu de repente, num só lugar, por força de algum ato
legislativo, formou-se lenta e progressivamente, em resposta as exigências históricas.
a ser usada com frequência nos provimentos legislativos do século XVIII, ora para referir-se a
um magistrado especifico, ora para designar as funções próprias daquele oficio publico.
Mario Vellani (1996, p. 02), ao se referir à expressão Ministério Público diz que esta
“nasceu inadvertidamente, na prática”, quando os procuradores e advogados do rei falavam de
seu próprio ministério.
Os princípios que regem o Ministério Público, conforme o art. 127 § 1º da CF/88 são:
a unidade a indivisibilidade e a independência funcional, porem a doutrina aponta outros
princípios relacionados a atividade do Ministério Publico, são eles Principio da
indisponibilidade, irrecusabilidade, irresponsabilidade, devolução e substituição.
Assim, o princípio do juiz natural (apenas um juiz tem o direito e dever de julgar
aquele caso naquela instância), pelo princípio da indivisibilidade, os membros do Ministério
Público estadual podem ser substituídos uns pelos outros. Eles não ficam vinculados a um
processo. Basta o procurador-geral de justiça do estado querer substituí-los (o que não poderia
acontecer, por exemplo, entre magistrados, no judiciário). O mesmo ocorre com o MP federal.
De acordo com Antônio Augusto Mello de Camargo (1999, p. 107) além da autonomia
funcional, ou seja, a liberdade de exercer o ofício em face de outros órgãos e Instituições do
Estado, a Lei também assegura aos agentes do Ministério Publico a independência funcional,
que é a liberdade com que estes exercem seu oficio, agora em face de outros órgãos da própria
instituição de Ministério Público.
Pelo principio da Devolução entendemos que o superior pode exercer a função própria
do subordinado como nos casos de avocação, designação, etc. E o principio da substituição
alega que o procurador geral poderá designar outro membro da Instituição para propor
determinada ação penal.
De acordo com o Art. 128 § 5º, I, da CF/88, os membros do Ministério Público assim
como os magistrados possuem garantias, onde visa proporcionar mais segurança no exercício
de suas funções.
Art. 128:
§ 5º. Leis complementares da União e dos Estados, cuja iniciativa é facultada
aos respectivos Procuradores Gerais, estabelecerão a organização, as
atribuições e os Estatutos de cada Ministério Público, observadas,
relativamente aos seus membros:
I -As seguintes Garantias:
a) vitaliciedade, após dois anos de exercício, não podendo perder o cargo
senão por sentença judicial transitado em julgado;
b) inamovibilidade, salvo por motivo de interesse publico, mediante decisão
do órgão colegiado competente do Ministério Publico, pelo voto da maioria
absoluta de seus membros assegurada ampla defesa;
c) irredutibilidade de subsidio, fixada na forma do art. 39 § º e ressalvado o
disposto nos arts. 37,X e XI, 150, II, 153, III, 153, § 2º.,I; (VADE MECUM,
2014).
Entende-se por vitaliciedade que após dois anos de exercício do cargo, o promotor de
justiça não poderá perder o cargo se não por sentença judicial transitada em julgado.
Antônio Augusto Mello de Camargo Ferraz (1999, p.110) diz que como regra geral a
vitaliciedade é garantia em face dos governantes, no Ministério Público passou a ser também
garantia da própria Instituição, que não mais pode demitir seus membros se não por processo
judicial.
Ministério Público gozam também de garantias de foro por prerrogativa de função, conforme
previsto nos artigos 102, I, b; 52, II; 105, I, a; 108, I, a e 96, III.
O Ministério Público é por excelência ou deveria ser acima de tudo, fiscal da Lei e não
um atropelador desta, pois como expressado pelo STF:
Cabe ao Ministério Publico a persecução criminal, pois é ele o titular da ação punitiva
do Estado quando esta é levada ao juízo. O Estado administração como titular da pretensão
punitiva do Estado tem no Ministério Publico o órgão a quem delega as funções destinadas a
tornar efetivo o direito de punir, (MIRABETE, 2005).
Nos crimes de ação penal privada, tenha ou não feito qualquer aditamento, deve o
Ministério Publico atuar como custos legis, já que o art. 257 do CPP lhe confere a função de
fiscalizar a execução da lei.
Essa ideia sugere uma reflexão para melhor situarmos essa instituição no mundo
jurídico, lança um triplo desafio: contribuir para o desenvolvimento da cidadania; saber sua
real função na persecução penal; reconhecer ainda tratar-se de uma instituição cuja
maturidade parece não ter sido alcançada.
A Polícia judiciária é aquela que tem como o principal objetivo reprimir as infrações
penais, e apresentar à justiça aos infratores para suas devidas sanções. A polícia judiciária
também investiga delitos que a policia administrativa não conseguiu abster que fossem
cometidos.
Percebe-se que o legislador destinou às polícias civis, pelo menos, duas atividades
originárias e distintas: as funções de polícia judiciária e a apuração de infrações penais, exceto
as militares. Ate então se torna fácil a interpretação, a questão se torna um pouco mais
complexa quando buscamos definir o que são, em sua essência, esses serviços.
Direito a existência de um juiz cujas ordens fossem ignoradas ou não se efetivassem e, nesse
aspecto, o cumprimento de mandados, por excelência, se apresentaria como função de polícia
judiciária, proposição aceita pacificamente na doutrina.
Para Mirabete citado por Fernando Capez (2005, p.67), a polícia judiciária “é uma
instituição de direito público, destinado a manter a paz pública e a segurança individual”.
Portanto, há uma distinção entre a polícia administrativa da polícia judiciária assim descrito
também pelo professor Celso Bastos (2001, p. 153):
E continua:
O autor foi bem-sucedido ao afirmar sem meios termos que não existe órgão de
segurança pública denominada “polícia judiciária”, tratando-se, pois, de funções atribuídas a
determinado órgão, necessariamente inserido nos incisos do artigo 144 como relatado. Dessa
forma, temos uma impropriedade técnica no Estado do Mato Grosso, onde a Polícia Civil é
legalmente denominada de Polícia Judiciária Civil.
Não é exigido muito para se compreender que a expressão “funções” no plural em que
é utilizada na Carta Magna evidencia um conjunto de atividades classificadas como de polícia
judiciária, mas quais são elas?
Enxergar, entretanto, as funções de polícia judiciária somente sob esse ponto de vista
traz inquietações que foram e ainda são ignoradas desde o estabelecimento da nova ordem
constitucional.
Já a Polícia Judiciária tem sua atuação regida, entre outros dispositivos legais, pelo
Código de Processo Penal, predominando o seu caráter repressivo, pois sua principal função é
punir os infratores das leis penais. De acordo com seu próprio nome, a Polícia Judiciária atua
22
Em seu artigo 129, inciso VII a Constituição Federal instituiu o controle da atividade
policial, remetendo à legislação complementar da União e dos Estados de iniciativa facultada
ao Ministério Público. Sendo assim as Leis Orgânicas dos Ministérios Públicos da União e
dos Estados da Federação regulamentam a forma de efetivação e realização do controle
externo.
Observa-se que em seu conceito, o autor abrangeu tanto as atividades das Polícias
Administrativas como as das Polícias Judiciárias como objeto do referido controle externo.
24
Sobre o art. 9° e seus incisos, Aury Lopes Jr. (2003, p. 151) afirma: “nada mais faz do
que dispor acerca do acesso a estabelecimentos e documentos, possibilidade que o promotor
fiscalize a legalidade da atuação policial e exerça um limitado controle formal do inquérito”.
Perante o art. 10º o Promotor Rodrigo Guimarães (2002, p. 78) destacou que:
Poderia ainda, ter invocado a disciplina de inquéritos policiais pelo Ministério Público,
pois assim facilitaria o controle externo em casos de irregularidades, no qual,
excepcionalmente, o MP poderia assumir a condução da investigação criminal, controlando
efetivamente a atividade policial.
É válido destacar que como titular da ação penal, o Ministério Público precisa ter os
elementos necessários para a propositura da denúncia, portanto, o controle externo da
atividade policial é essencial para que se possa ter uma boa investigação criminal, obtendo as
provas suficientes para a realização da Justiça.
27
A Permissão legal para que o Ministério Público possa atuar na investigação criminal
está prevista nos artigos 127 e 129 da Constituição Federal.
O labor do M.P. está atrelado às destinações constitucionais que lhe foram conferidas.
Isso se da em razão das infrações penais afrontam os interesses da comunidade, ou seja, os
interesses sociais e, além disso, ofender a ordem jurídica uma vez que transgride os tipos
penais estabelecidos no ordenamento penal. Valter Foleto Santin (2007, p. 240).
De acordo com a legitimidade não há base alguma em dizer que a lei não conferiu ao
Ministério Público poderes investigatórios. Como nada no direito é absoluto, além das
posições favoráveis existem posições desfavoráveis quanto à atuação do Ministério Público na
investigação Criminal.
Ainda, conforme noticia do ST, em ação com pedido de cautelar, a Adepol alega
ofensa constitucional do contido nessas leis em relação às atribuições de membros do MP que
“passarão a colher, diretamente e sem qualquer controle, as provas da fase preliminar e,
depois, a de emitir a „opinio delicti‟ [suspeita de existência de delito], desencadeando a ação
penal, com base nas provas produzidas, ao seu talante (arbítrio)”.
Para Fábio Motta Lopes (2009, p. 88), “o fato de ser o inquérito policial dispensável
como preceitua o Código de Processo Penal (CPP), não transfere ao Ministério Publico a
função investigatória […]”. Diante desse argumento, que foi atribuída à legitimidade a Policia
Judiciaria para realizar os atos investigatórios, e que não há dispositivo legal afirmando o
contrario, é que a doutrina desfavorável vai se sustentando. Para Fábio Motta Lopes (2009, p.
91):
Nesse sentido, afirma Fábio Motta Lopes (2009, p. 98): “Conceder ao MP, pessoal e
diretamente, a produção de provas na fase pré – processual, fere o principio da paridade de
armas […]”. Devem estar em pé de igualdade à acusação e a defesa. Entretanto, ao conceder
ao MP a legitimidade para desempenhar os atos investigatórios, estaria prejudicando a defesa.
parquet, possuirá o órgão ministerial um poder sem controle, permitindo-se a uma das partes
a colheita de provas e, posteriormente, o desencadeamento da ação penal ao seu talante”.
Resultante desta analise de falta de fiscalização, é levantada outra situação, qual seja a
concentração de execução e fiscalização.
2.3 Investigação criminal presidida pelo Ministério Público sob a ótica dos Tribunais
Para entender de forma mais precisa a visão dos Tribunais em relação a Legitimidade
do Ministério Público na investigação criminal realizou-se uma pesquisa de jurisprudências
em relação ao entendimento do Supremo Tribunal Federal nos anos de 2013, 2014 e 2015.
Para Valter Foleto Santin (2001, p. 245) no que diz respeito ao STJ: “há confirmação
pacifica da atuação do Ministério Publico na fase investigatória, conforme se desprende
diversas decisões”.
Porém, ele citou um livro do desembargador Alberto José Tavares da Silva, em que
diz "a investigação de crimes não está incluída no círculo das competências legais do
Ministério Público", levando diversos processos a serem analisados e questionados nos
tribunais superiores.
Para essa afirmação, foram utilizados dados do Conselho Nacional de Justiça (CNJ),
esse grupo alegava que apenas 11% das ocorrências sobre crimes comuns são convertidos em
investigações policiais e, no caso dos homicídios, somente 8% são apurados.
repassados à Polícia Federal, os crimes poderiam não ser julgados. Eles acabariam prescritos
caso as investigações não se concluíssem a tempo.
De acordo com noticia do STF foram 430 votos contrários e 9 favoráveis, além de
duas abstenções. Se fosse aprovada, o poder de investigação criminal seria exclusivo das
polícias federais e civis, retirando esta atribuição de alguns órgãos e, sobretudo, do Ministério
Público.
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http://www.cnmp.mp.br/portal/comites/143-uncategorised/1336-audiencia-publica229
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http://www.cnmp.mp.br/portal/comites/143-uncategorised/1336-audiencia-publica229
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Ocorreu recentemente, uma sessão dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF)
realizada no dia 14 de maio de 2015, no qual, o mesmo reconheceu a legitimidade do
Ministério Público para promover, por autoridade própria, investigações de natureza penal e
fixou os requisitos para a atuação do Ministério Público.
Embora proferido num caso específico, o entendimento servirá de orientação para demais
processos semelhantes que tramitam em tribunais inferiores.
Ministros deixaram claro que, assim como nas investigações da polícia, aquelas
feitas pelo Ministério Público também deverão garantir à defesa acesso às provas
produzidas contra o investigado e garantir a ele direito de ficar calado e assistência de
advogados durante depoimentos.
O MP, no entanto, não poderá fazer alguns atos próprios da polícia esses serão somente
autorizados pela Justiça, como executar mandados de busca domiciliar, fazer interceptação
telefônica e conduzir coercitivamente pessoa sob investigação.
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Ele foi acompanhado à época por Ricardo Lewandowski e, neste dia 14 de maio, também
por Dias Toffoli. Também votaram a favor do poder investigatório do MP os ministros Gilmar
Mendes, Celso de Mello, Joaquim Barbosa, Luiz Fux e Ayres Britto. E, Rosa Weber e Cármen
Lúcia aderiram a essa posição.
Já Rosa Weber, por sua vez, entendeu que, a exemplo da investigação realizada por outros
órgãos como em crimes, pela Receita; em crimes financeiros, pelo Banco Central; ou em crimes
contra a administração realizada, pela Controladoria Geral da União (CGU) ou pelo Tribunal de
Contas da União (TCU) o MP também poderia fazer as apurações em crimes comuns.
A ministra, no entanto, ressaltou que eventuais erros e abusos deverão ser corrigidos pelo
Judiciário.
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Retirado de: https://www.youtube.com/watch?v=XwErX37629I
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Retirado de: https://www.youtube.com/watch?v=XwErX37629I
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Não se quer aqui estabelecer cisão entre Ministério Público de um lado e polícia
de outro. O que se quer é a cooperação de ambos. Não se trata aqui de estabelecer
o trabalho de um contra o do outro.
"É dia de festa para o Ministério Público Federal e para o MP brasileiro porque
hoje conseguimos alcançar uma situação que buscamos há mais de 10 anos. (...)
Uma peleja que se arrastava há mais de dez anos, e nesse período, aguardávamos
ansiosos para o bem, não de um interesse corporativo, mas da sociedade como
um todo. Essa vitória justa e histórica ocorre quase 27 anos após a promulgação
da constituição e assegura ao MP o cumprimento de sua árdua missão
constitucional (informação verbal)5.
Enfim, ante todo o exposto, o Ministério Público não deve e não foi privado de
investigar delitos criminais, porquanto tem demonstrado seriedade, capacidade e agilidade em
cumprir essa tarefa, sempre visando à realização da justiça.
5
Retirado de: https://www.youtube.com/watch?v=XwErX37629I
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CONCLUSÃO
É possível concluir, tendo em vista, tudo o que foi explanado e à proporção que gerou
o tema estudado, que há conceitos em nosso ordenamento jurídico que devem ser repensados,
sobretudo a cerca da investigação criminal e suas peculiaridades.
Tendo o órgão ministerial a titularidade da ação penal pública, nada mais justo, que o
mesmo possua acesso direto nos elementos probatórios, a fim de formar a opinio delecti com
maior precisão.
O que se objetiva com esse trabalho é propor uma atuação em conjunto, isto é,
Ministério Público e Polícia, ambos os órgãos estatais de persecução penal atuando atrelados
pela sociedade.
Podemos evidenciar aqui, que o tema proposto neste trabalho acadêmico, obteve uma
conclusão positiva em termos de entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF), o qual
julgou em sessão plenária do dia 14 de maio de 2015 a Legitimidade do MP para promover a
Investigação no âmbito Criminal.
Diante disso, entendo ser um grande avanço para justiça Brasileira, pois há essa
necessidade de aproximação entre os órgãos com a ideia de buscar a celeridade e a eficácia,
tanto na investigação de crimes, quanto na ação penal de modo a satisfazer os interesses da
sociedade.
40
REFERÊNCIAS
ANDRADE, Mauro Fonseca. Ministério Público e sua investigação criminal. Porto Alegre:
Fundação Escola Superior do Ministério Público, 2001.
BASTOS, Celso Ribeiro. Curso de direito administrativo. 5. ed. São Paulo: Saraiva, 2001.
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. 35. ed. São Paulo: Saraiva,
2014.
_______. Lei nº 8.625, de 12 de fevereiro de 1993. Dispõe sobre. Lei Orgânica Nacional do
Ministério Público. Disponível em:<www.planalto.com.br>. Acesso em 05 jan. 2015.
_______. Lei nº 3.689, de 3 de outubro de 1941. Dispõe sobre. Código de processo penal.
Disponível em: <www.planalto.com.br>. Acesso em: 04 out. 2014.
CAPEZ, Fernando. Curso de processo penal. 17 ed. São Paulo: Atlas S.A, 2005.
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito administrativo. 14. ed. São Paulo: Atlas, 2002.
GOMES, Luiz Flávio. Ministério Público não tem poder para presidir investigação, Revista
Consultor jurídico, 20 maio 2004.
MAZZILI, Hugo Nigro. Introdução ao Ministério Público. São Paulo: Saraiva, 1997.
41
____________. Regime jurídico do Ministério Público. 2. ed. São Paulo, Editora Saraiva,
1995.
MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro, São Paulo: Malheiros, 1999.
____________. Direito administrativo brasileiro. 25. ed. São Paulo: Malheiros, 1996.
MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Curso de direito administrativo. São Paulo:
Malheiros, 2006.
____________. Curso de direito administrativo. 17. ed. São Paulo: Malheiros, 2004.
MIRABETE, Júlio Fabrini. Processo penal. 17. ed. São Paulo: Atlas, 2005.
MORAES, Alexandre de. Direito constitucional. 21. ed. São Paulo: Atlas, 2007.
SILVA, José Afonso da, Curso de direito constitucional positivo. 17. ed. Editora Revista do
Tribunais, 2000.
____________. Curso de direito constitucional positivo. 19. ed. São Paulo: Malheiros,
2000.
____________. Curso de direito processual penal. 3. ed. [S.l.]: Editora Juspodivm, 2009.
ANEXO I
(STF - RHC: 122839 SP , Relator: Min. CELSO DE MELLO, Data de Julgamento: 07/10/2014,
Segunda Turma, Data de Publicação: DJe-211 DIVULG 24-10-2014 PUBLIC 28-10-2014)
ANEXO II
ANEXO III
reinquirido, estando, em tese, furtando-se a prestar novo depoimento, não existindo outra prova mais
robusta que o aponte como o autor do crime. Pois bem. Se é certo que a evasão do distrito da culpa é
motivo idôneo para decretação da prisão, não é menos correto afirmar que este fundamento, por si só,
dissociado de outras provas, não permite a constrição cautelar. Veja-se que até o requerimento de
prisão preventiva formulado pelo agente ministerial, o paciente figurava como testemunha, passando à
condição de acusado a partir do momento em que não foi localizado para ser reinquirido. Outrossim,
trata-se o paciente de pessoa primária e de bons antecedentes. Assim sendo, não vislumbro, por ora, a
necessidade da manutenção de sua custódia. Diante do exposto, defiro em parte a liminar postulada,
para o fim de conceder ao paciente Emilio Oliviel Abraão Souza o direito de aguardar em liberdade o
trâmite do processo contra ele movido, mediante as seguintes condições, cujo descumprimento
acarretar recolhimento à prisão; manter o endereço atualizado nos autos; comparecer quinzenalmente
perante o juízo processante, a fim de informar e justificar suas atividades; fazer-se presente a todas as
audiências, sempre que intimado e não se ausentar da comarca de sua residência, por mais de trinta
dias, sem prévia autorização da autoridade processante. Oficie-se à autoridade apontada como coatora,
comunicando-lhe a concessão da liminar acima deferida, solicitando-lhe que expeça o competente
alvará de soltura em prol do paciente, se por "AL" não estiver preso, bem como colha o compromisso
antes referido e advirta-o das conseqüências do descumprimento das condições impostas. Tal decisão
vai mantida, evitando o desgastante e desnecessário prende e solta, que, por muitas das vezes, serve
apenas para desestabilizar o já tão fragilizado sistema prisional. LIMINAR RATIFICADA. ORDEM
CONCEDIDA, EM PARTE. (Habeas Corpus Nº 70062140843, Segunda Câmara Criminal, Tribunal
de Justiça do RS, Relator: José Antônio Cidade Pitrez, Julgado em 12/02/2015).