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Indicativos para Estudo de Cálculo III -

TT312A
(a ser completado!)
1 Sequências
Uma seqüência numérica é uma lista de números. Essa lista pode ter um padrão
ou não. Por exemplo,

• 1, 2, 3, 4, 5, 6, ...é uma seqüência.


• 2, 4, 6, 8, 10, 12, 14, ... é uma seqüência onde cada termo é um número par.
• 1, 3, 21, −4, 42, 33, −4, −3, −2, −1, 1, 1, 2, 23, 2, 1, 1, 1, 1, 1, 12, 12, ...é uma seqüên-
cia onde, a principio, não se sabe qual é o termo geral.
• 1, 21 , 13 , 14 , 15 , ... n1 , n+1
1
, ...é uma seqüência em que cada termo é da forma 1
n
para n correspondente a posição na lista dos n úmeros.

Uma sequencia é uma lista do tipo,

a1 , a2 , ..., an , ...

onde cada ai represente um número da lista na posição i.


Assim, a1 representa o primeiro termo da seqüência, a2 representa o segundo
termo da seqüência, an representa o n − ésimo termo da seqüência. Note que an
é o nome para o n−ésimo termo. Por exemplo, na seqüência 1, 21 , 14 , 18 , 16
1
, ... 21n ...
1 1
o valor de a4 é 4 , o valor de de a1 é 1 e o valor de a10 é 1024 .
Formalmente, uma seqüência é uma função a : N → R que associa a cada
n ∈ N um valor a(n) ∈ R. A notação para os nomes dos valores da seqüência é,
costumeiramente, indicada por an ao invés de a(n).Outras notações são:
Para a seqüência x1 , x2 , x3 , ..., xn , xn+1 , ....
x:N →R
n 7−→ xn

Para a seqüência s1 , s2 , s3 , ..., sn , sn+1 , ....

s:N →R
n 7−→ sn

As seqüências são também denotadas, de modo abreviado, por



(an ), (an )∞
n=1 , {an } , {an }n=1 .

Exemplos:

1
• 1, 1, 1, 1, 1, 1, ... A seqüência (an = 1)∞ ∞
n=1 ou {an = 1}n=1 ou ainda, {1}.
1 ∞ 1 ∞
• 1, 21 , 14 , 18 , 16
1
, ... A seqüência (an = 2n )n=1 ou {an = 2n }n=1 ou ainda,
1
{ 2n }.
1 ∞ 1 ∞
• 1, 12 , 13 , 14 , 15 , ...A seqüência (an = n )n=1 ou {an = n }n=1 ou ainda, { n1 }.

• 1, −1, 1, −1, 1, ... A seqüência (an = (−1)n )∞ n ∞


n=1 ou {an = (−1) }n=1 ou
n
ainda, {(−1) }.
Algumas seqüências interessantes:

• Seqüência de Fibonacci: 1, 1, 2, 3, 5, 8, 13, 21, 34, 55, ....

Nessa seqüência, a0 = 1, a1 = 1, a2 = 2, e cada termo seguinte (n > 2) é a


soma dos dois imediatamente anteriores, ou seja, an = an−1 + an−2 .
A seqüência 1, 12 , 212 , 213 , 214 , 215 , 216 , 217 , 218 , 219 , 2110 , 2111 , 2112 , 2113 , 2114 , ...tem seus
termos se aproximando do valor 0. De fato,
1 1 −5
214 = 16 384 = 6. 103 5 × 10 = 0.000061035
1 1 −5
215 = 32 768 = 3. 051 8 × 10 = 0.00003 051 8
1 1 −5
216 = 65 536 = 1. 525 9 × 10 = 0.00001 525 9
1 1 −6
217 = 131 072 = 7. 629 4 × 10 = 0.000007 629 4
Quando os termos de uma seqüência se aproximam, mais e mais, de uma
valor fixo, diz-se que a seqüência converge. Por outro lado, quando a seqüência
não se aproxima de um único valor, diz-se que ela diverge.
As seqüências seguintes são convergentes.

• 1, 12 , 14 , 18 , 16
1
, ...

• 1, 1, 1, 1, 1, 1, ...
• 1, 12 , 13 , 14 , 15 , ...

As seguintes seqüências são divergentes.

• 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, ...
• 1, 0, 1, 0, 1, 0, 1, 0, ...
• 1, 3, 12 , 3, 13 , 3, 14 , 3, 15 , ...
• 1, −1, 1, −1, 1, ...

Definition 1 Uma sequencia (an )∞


n=1 tem limite L, em símbolos,

lim an = L,
n→∞

se para cada  > 0 existe um n0 ∈ N tal que, se n > n0 então

|an − L| < .

2
Se lim an = L a sequência é dita ser convergente, os seus termos convergem
n→∞
para o valor L. Se lim an não existe, a sequencia é dita ser não-convergente,
n→∞
ou divergente.

Theorem 2 Seja f (x) uma função de números reais. Se lim f (x) = L e


n→∞
f (n) = an para todo n ∈ N então lim f (n) = L.
n→∞

Definition 3 A notação lim an = ∞ indica que para cada n0 ∈ N , existe um


n→∞
número natural n tal que, se n > n0 então an > n0 .

Definition 4 Sejam (an ) e (bn ) sequencias convergentes, e k um número real.


Então:

1. lim (an + bn ) = lim an + lim bn


n→∞ n→∞ n→∞

2. lim (an − bn ) = lim an − lim bn


n→∞ n→∞ n→∞

3. lim kan = k lim an


n→∞ n→∞

4. lim (an bn ) = lim an · lim bn


n→∞ n→∞ n→∞

lim an
an n→∞
5. lim = desde que lim bn 6= 0
n→∞ bn lim bn
n→∞ n→∞

6. lim k = k
n→∞

Theorem 5 Se an ≤ bn ≤ cn para n ≥ n0 e lim (an ) = lim (cn ) = L, então


n→∞ n→∞
lim (bn ) = L.
n→∞

Theorem 6 Se lim |an | = 0, então lim an = 0.


n→∞ n→∞

Definition 7 Uma sequencia (an ) é dita ser crescente se an ≤ an+1 para todo
n ≥ 1. Note que, a partir dessa definição, a sequencia a1 ≤ a2 ≤ a3 ≤ .... é
crescente.

Definition 8 Uma sequencia (an ) é dita ser decrescente se an ≥ an+1 para


todo n ≥ 1. Note que, a partir dessa definição, a sequencia a1 ≥ a2 ≥ a3 ≥ ....
é decrescente.

Definition 9 Uma sequencia (an ) é dita ser estritamente crescente se an <


an+1 para todo n ≥ 1.

Definition 10 Uma sequencia (an ) é dita ser estritamente decrescente se


an > an+1 para todo n ≥ 1.

Definition 11 As sequencias que são crescentes, decrescentes, estrita-


mente crescentes ou estritamente decrescentessão ditas sequencias mo-
nótonas.

3
Definition 12 Uma sequencia (an ) é dita ser limitada superiormente se
existir um número real Y tal que an ≤ Y para todo n ∈ N.

Definition 13 Uma sequencia (an ) é dita ser limitada inferiormente se


existir um número real X tal que X ≤ an para todo n ∈ N.

Definition 14 Uma sequencia (an ) é dita ser limitada se for limitada supe-
riormente e limitada inferiormente, ou seja, se existirem número reais X e Y
tais que X ≤ an ≤ Y para todo n ∈ N.

Definition 15 Uma sequencia (an ) de números reais é dita ter supremo se


existir um número real y tal que y ≤ Y , para todo limite superior Y . O
supremo da sequencia (an ) é o menor dos limitantes superiores.

Definition 16 Uma sequencia (an ) de números reais é dita ter ínfimo se exis-
tir um número real x tal que X ≤ x, para todo limite inferior X . O ínfimo da
sequencia (an ) é o maior dos limitantes inferiores.

O supremo e ínfimo não precisam pertencer a sequencia. Se o supremo


pertence a sequencia ele é dito ser máximo da sequencia, se o infimo pertence
a sequencia ele é dito ser mínimo da sequencia.

Theorem 17 (Axioma da Completude) Qualquer subconjunto A não vazio de


números reais que seja limitado superiormente possui supremo.

Theorem 18 Cada sequencia monótona limitada é convergente.

Theorem 19 Cada sequencia monótona convergente é limitada.

2 Series Numéricas Infinitas


Uma série numérica infinita é uma soma infinita. Por exemplo,
1 1 1 1 1
+ + + 1+ + + ... .
2 4 8 16 32
Formalmente, uma soma infinita, uma série, é representada por:

X
an = a1 + a2 + a3 + a4 + ... .
n=1
P5
é utilizada para representar somas.1 . Por exemplo, n=1 n =
P
A letra grega
1+2+3+4P + 5 representa uma soma finita. Uma série é uma soma infinita,

por exemplo, n=1 n = 1 + 2 + 3 + 4 + 5 + ....
É possível, em alguns casos, avaliar se uma série é convergente, qual será
sua soma. Para isto, uma estratégia interessante é transformar a série, numa
sequencia de somas parciais.
1A
Q Q4
letra é utilizada para representar produtos. Por exemplo, n=1 n = (1 × 2 × 3 × 4).

4
Seja a série

X
an = a1 + a2 + a3 + a4 + · · · .
n=1

Reescreve-se a soma infinita da seguinte forma:


s1 = a1
s2 = a1 + a2
s3 = a1 + a2 + a3
s4 = a1 + a2 + a3 + a4
···
sn = a1 + a2 + a3 + a4 + ··· an
Note que
sn = a1 + a2 + a3 + a4 + · · · + an−1 + an
sn = sn−1 + an

Definition 20 Seja

X
an
n=1

uma série numérica infinita e seja

sn = a1 + a2 + a3 + a4 + · · · + an−1 + an

as suas somas parciais. Se


lim sn = S
n→∞

então a série é convergente e tem com soma o valor S. Se

lim sn = +∞
n→∞

ou não existir, a série é dita ser divergente.

Sn representa a soma dos n primeiros termos da série. Se existir uma fórmula


para Sn então existe uma fórmula para calcular a soma de n termos. Como n
pode assumir qualquer valor entre 1 e +∞ então o lim Sn vai fornecer (se o
n→∞
limite existir) o valor da soma da série infinita.
1 1 1 1
Example 21 Seja a série 1 + + + + + ...
5 25 75 125
Essa série é representada, formalmente por:

X 1 1 1 1 1
n−1
=1+ + + + + ...
n=1
5 5 25 75 125

S1 = 1
1 6
S2 = 1 + 5 = 5

5
S3 = 1 + 15 + 25
1 31
= 25
1 1 1 1 471
S4 = 1 + 5 + 25 + 75 + 125 = 375
...
1
Sn = 1 + 15 + ... + 5n−1 =?

Nem sempre é fácil encontrar uma expressão para Sn . Para encontrar nesse
exercício, é preciso descobrir o termo geral (uma fórmula) que indique o próximo
termo da seqüência (de somas parciais).
6 31 94 471
1, , , , , ...
5 25 75 125
O método que será exibido na seqüência pode ser utilizado em outras situa-
ções.
Sabe-se que:
n
X
(an − bn ) = (a − b) an−k bk−1
k=1
ou

n  
n
X n
(a + b) = ap bn−p
p
p=0

Na fórmula (an − bn ) = (a − b) an−1 + an−2 b + an−3 b2 + an−4 b3 + ... + bn−1
1
fazer b = e a = 1.
5
Assim,
1 1 1 1 1
1n − ( )n = (1 − )(1n−1 + 1n−2 ( ) + 1n−3 ( )2 + ... + ( )n−1 )
5 5 5 5 5

1 1 1 1 1
1n − = (1 − )(1 + + 2 + ... + n−1 )
5n 5 5 5 5
Segue-se então que:
1
1− n
Sn = 5
1
1−
5
1
1− n 5

1

Sn = 5 = 1− n .
5−1 4 5
5 
5 1
Sn = 1− n
4 5
O valor da soma da série infinita é fornecido por:

6
 
5 1 5
lim Sn = lim 1− =
n→+∞ n→+∞ 4 5n 4
1
Note que n −→ 0 quando n → +∞
5
Portanto,
+∞
X 1 1 1 5
n−1
= 1 + + 2 + ... =
n=1
5 5 5 4
P+∞ 1
Um modo alternativo de se verificar a soma da série n=1 n−1 é através
5
das séries geométricas.
Seja a soma finita:
1 1 1 1 1 1
Sn = 1 + + 2 + 3 + 4 + 5 + ... + n−1
5 5 5 5 5 5
1
Sn é uma progressão geométrica de razão igual a , cujo termo geral é dado
5
por:

a(1 − rn )
Sn =
(1 − r)
1
Se a = 1 e r =
5
1
1− n 5

1n

Sn = 5 = 1−
4 4 5
5
1n
 
5 5
lim Sn = lim 1− =
n→+∞ n→+∞ 4 5 4
Portanto, a soma da série
+∞
X 1 5
= .
n=1
5n−1 4
P+∞
A série arn−1 = a + ar + ar2 + ... é dita ser uma série geométrica, que
n=1
a
converge para se |r| < 1 e diverge se |r| ≥ 1.
1−r

3 Séries: critérios de convergência


P+∞
• Se a série infinita n=1 un for convergente, então lim un = 0.
n→+∞
P+∞
• A série geométrica é: n=1 arn−1 = a + ar + ar2 + ar3 + ... + arn−1 + ....
a
A série geométrica converge para a soma se |r| < 1 e a série geom
(1 − r)
étrica diverge se |r| ≥ 1.

7
P+∞ P+∞
• Se n=1 an e n=1 bn são duas séries infinitas que diferem somente pelo
seus m primeiros termos, então ambas convergem ou ambas divergem.

• Seja c uma constante não-nula:


P+∞
i) Se a série n=1 un for convergente e sua soma for S, então a série
P+∞
n=1 cun também será convergente e sua soma será c · S.
P+∞ P+∞
ii) Se a série n=1 un for divergente, então a série n=1 cun também
será divergente.
P+∞ P+∞
• Se n=1 an e n=1 bn são séries infinitas convergentes com somas S e R,
respectivamente, então:
P+∞
i) n=1 (an + bn ) é uma série convergente e sua soma é S + R;
P+∞
ii) n=1 (an − bn ) é uma série convergente e sua soma é S − R.
P+∞ P+∞
• Se a série n=1 an for convergente e a série n=1 bn for divergente, então
P+∞
a série n=1 (an + bn ) será divergente.

• Uma série infinita de termos positivos será convergente se e somente se


sua seqüência de somas parciais tiver um limitante superior.
P+∞ P+∞
• (Teste da Comparação) Sejam n=1 un e n=1 vn séries infinitas de
termos positivos:
P+∞ P+∞
i) Se n=1 vn converge e un ≤ vn para todo n, então n=1 un tamb
ém converge; P
+∞ P+∞
ii) Se n=1 wn diverge e un ≥ wn para todo n, então n=1 un também
diverge.
P+∞ P+∞
• (Teste da comparação com limite) Sejam n=1 un e n=1 vn s éries
infinitas de termos positivos:
un
i) Se lim = c > 0, então ambas as séries convergem, ou ambas
n→+∞ vn
divergem;
un P+∞ P+∞
ii) Se lim = 0, e se n=1 vn converge, então n=1 un converge;
n→+∞ vn
un P+∞ P+∞
iii) Se lim = +∞ e se n=1 vn diverge, então n=1 un diverge.
n→+∞ vn

• A série

X 1 1 1 1 1 1
p
= p + p + p + p + ... + p + ...
n=1
n 1 2 3 4 n
é a série p-harmônica. Diverge se p ≤ 1 e converge se p > 1.

8
• (Teste da Integral) Seja f uma função contínua, decrescente e com
valores positivos para todo x ≥ 1. Então, a série infinita
+∞
X
f (n) = f (1) + f (2) + f (3) + ... + f (n) + ...
n=1
´ +∞
será convergente se a integral imprópria f (x)dx existir e será diver-
´b 1
gente se lim 1 f (x)dx = +∞.
b→+∞

• Se an > 0 para todo n inteiro positivo. As séries abaixo são ditas series
alternadas:

+∞
X
(−1)n+1 an = a1 − a2 + a3 − a4 + ... + (−1)n+1 an + ....
n=1
+∞
X
(−1)n an = −a1 + a2 − a3 + a4 − ... + (−1)n an + ....
n=1

(Teste de séries alternadas) Considere uma série alternada onde an > 0


e an+1 < an para todo n ∈ N . Se lim an = 0, a série alternada converge.
n→+∞
P+∞
• Diz-se que a série infinita n=1 un será absolutamente convergente se a
P+∞
série n=1 |un | for convergente.

• Uma série que é convergente, mas não absolutamente convergente, é de-


nominada nada condicionalmente convergente.
P+∞ n
Exemplo: n=1 (−1) n é condicionalmente convergente.
P+∞
• (Teste da Razão) Seja n=1 un uma série infinita com un 6= 0. Então:

un+1
i) Se lim = L < 1, a série é absolutamente convergente;
n→+∞
un


un+1
= L > 1 ou se lim un+1 = +∞, a série é

ii) Se lim
n→+∞ un n→+∞ un
divergente;
un+1
iii) Se lim = 1, o teste falha.
n→+∞ un
P+∞
• (Teste da Razão) Seja n=1 un uma série infinita com un 6= 0. Então:
p
i) Se lim n |un | = L < 1, a série é absolutamente convergente;
n→+∞
p p
ii) Se lim n |un | = L > 1, ou se lim n |un | = +∞, a série é
n→+∞ n→+∞
divergente; p
iii) Se lim n |un | = 1, o teste falha.
n→+∞

9
Roteiro para analisar séries

1. Se lim un 6= 0, a série diverge.


n→+∞

2. Verifique se é uma das séries conhecidas: Série geométrica, série p-harmônica


ou série alternada.
3. Teste da razão
4. Teste da raiz.
5. Teste da Integral

6. Teste da comparação

4 Séries de Potências
• Uma série de potências em x − a é uma série da forma:
+∞
X
cn (x − a)n = c0 + c1 (x − a) + c2 (x − a)2 + ... + cn (x − a)n + ...
n=0

• Uma série de potências em x é uma série da forma:


+∞
X
cn xn = c0 + c1 x + c2 x2 + ... + cn xn + ...
n=0

P+∞
• Seja n=0 cn xn uma série de potências. Então, uma e somente uma das
seguintes afirmações é verdadeira:

i) a série converge somente para x = 0;


ii) a série é absolutamente convergente para todos os valores de x;
iii) existe um número R > 0, tal que a série é absolutamente convergente
para todos os valores de x para os quais |x| < R e é divergente para todos os
valores de x para os quais |x| > R. (R é o raio de convergência).

• O conjunto dos valores de x para os quais a série é convergente é chamado


de intervalo de convergência.

4.1 Derivação de séries


• Se
+∞
X
cn xn
n=0

10
for uma série de potências com um raio de convergência R > 0, então a
série
+∞
X
ncn xn−1
n=0

também terá R como raio de convergência.

• Se o raio de convergência da série de potências


+∞
X
ncn xn−1
n=0

for R > 0, então o raio de convergência da série


+∞
X
n(n − 1)cn xn−2
n=2

também será R.
P+∞
• Seja n=0 cn xn uma série de potências cujo raio de convergência é R > 0.
P+∞
Então, se f for uma função definida por f (x) = n=0 cn xn . A função
f 0 (x) existirá
P+∞ para todo x no intervalo aberto (−R, R) , sendo dada por
f 0 (x) = n=1 ncn xn−1 .

4.2 Integração de séries


• Seja
+∞
X
f (x) = cn xn
n=0

uma série de potências com raio de convergência R > 0. Se x ∈ (−R, R) ,então:

ˆ x +∞
X cn n+1
f (t)dt = x ,
0 n=0
n+1
com raio de convergência R.

4.3 Série de MacLaurin


+∞ (n)
X f (0) n f 00 (0) 2 f (n) (0) n
x = f (0) + f 0 (0)x + x + ... + x + ....
n=0
n! 2! n!

11
4.4 Série de Taylor
+∞ (n)
X f (a) f 00 (a) f (n) (a)
(x−a)n = f (a)+f 0 (a)(x−a)+ (x−a)2 +...+ (x−a)n +...
n=0
n! 2! n!
.
Exemplos

x3 x5 x2n−1
   
1+x
• ln =2 x+ + + ... + + ... se |x| < 1.
1−x 3 5 2n − 1

P+∞ n x2n+1 x3 x5
• tg −1 x = n=0 (−1) =x− + − ...se |x| ≤ 1.
2n + 1 3 5
P+∞ xn x2 x3
• ex = n=0 =1+x+ + + ... para todo x.
n! 2! 3!
P+∞ (−1)n x2n+1 x3 x5 x7
• sin x = n=0 =x− + − + ....
(2n + 1)! 3! 5! 7!

P+∞ (−1)n x2n x2 x4 x6


• cos x = n=0 =1− + − + ....
(2n)! 2! 4! 6!

P+∞ x2n+1 x3 x5 x7
• sinh x = n=0 =x+ + + + ....
(2n + 1)! 3! 5! 7!

P+∞ x2n x2 x4 x6
• cosh x = n=0 = 1 + + + + ....
(2n)! 2! 4! 6!

4.5 Série binomial


• Se m for um número real qualquer, então

+∞
X m(m − 1)(m − 2)...(m − n + 1) n
(1 + x)m = 1 + x
n=1
n!

para |x| < 1.

m(m − 1)x2 m(m − 1)(m − 2)x3


(1 + x)m = 1 + mx + + + ...
2! 3!
• Observação: Comparar com o teorema binomial
   
P+∞ m m m!
• (x + a)m = k=0 x m−k k
a onde = (m−k)!k! e m é um
k k
inteiro positivo.

12
5 Equações Diferenciais Ordinárias
5.1 Classificação das equações diferenciais
O exemplo mais conhecido seja o da lei de Newton F =ma. Se u(t) é a posi-
ção no instante t de uma partícula de massa m submetida a uma força F, temos:

d2 u
 
du
= F t, u,
dt2 dt
Equações diferenciais ordinárias e equações diferenciais parciais.
Uma das classificações mais evidentes se baseia em a função desconhecida de-
pender de uma só variável independente ou de diversas variáveis independentes.
No primeiro caso, na equação diferencial só aparecem derivadas ordinárias e
a equação é uma equação diferencial ordinárias. No segundo caso, as de-
rivadas são derivadas parciais, e a equação é uma equação diferencial parcial.

d2 Q(t) dQ(t) 1
L +R + Q(t) = E(t).
dt2 dt C
Exemplos típicos de euqações diferenciais parciais são a equação do potencial

∂ 2 u(x, y) ∂ 2 u(x, y)
+ = 0,
∂x2 ∂y 2
a equação da difusão e da condução do calor

∂ 2 u(x, t) ∂u(x, t)
α2 2
= ,
∂x ∂t
e a equação da onda

∂ 2 u(x, t) ∂ 2 u(x, t)
α2 2
= .
∂x ∂t2

Sistemas de quações diferenciais Outra classificação das equações diferen-


ciais depende do número de funções desconhecidas que estão envolvidas. Por
exemplo, as queações de LotKaVolterra, ou equações do predador-presa, são
importantes na modelagem ecológica e têm a forma

dx/dt = ax − αxy

dy/dt = −cy + γxy,


onde x(t) e y(t) são populações da presa e do predador.

A ordem de uma equação diferencial é a ordem da derivada de maior ordem


que aparece na equação. De forma mais geral, a equação

F [t, u(t), u0 (t), ...., u(n) (t)] = 0

13
é uma equação diferencial ordinária de ordem n.
Por exemplo,
y 000 + 2et y 00 + yy 0 = t4
é uma equação diferencial de terceira ordem em y = u(t).
Uma solução da equação diferencial ordinária, no intervalo α < t < β.

φ(n) (t) = f [f, φ(t), φ0 (t), ...., φn−1 (t)]

Equações lineares e euqações não-lineares

F (y, y, y 0 , ...., y (n) ) = 0

é linear se F for uma função linear das variáveis y, y 0 , ....y (n) . Assim , a equação
diferencial ordinária linearm de ordem n, é

a0 (t)y (n) + a1 (t)y (n−1) + ... + an (t)y = g(t).

Uma equação que não tenha a forma acima é uma equação não-linear. O
ângulo θ que um pêndulo de comprimento L faz com a direção vertical, obedece
a equação não linear.
d2 θ g
2
+ sin θ = 0
dt L

A teoria matemática e as técnicas correspondentes para a resolução das equa-


ções lineares estão muito desenvolvidas. Em contraposição, para as equações
não-lineares a situação não é tão satisfatória.

Campos de direções
dy
= f (t, y).
dt

Geometricamente a equação acima afirma que, em qualquer ponto(t, y), o coefi-


ciente angular dy/dt da solução neste ponto é dado por f (t, y).Podemos repre-
sentar graficamente esta situação traçando um pequeno segmento de reta, no
ponto (t, y). O conjunto dos segmentos de reta é o campo campo de direções
da equação diferencial.

5.2 EDO Lineares de Primeira Ordem


y 0 + p(t)y = g(t)

• fator integrante: ´
p(t)dt
µ(t) = e

14
• solução geral: ´
µ(t)g(t)dt + c
y=
µ(t)

• condição inicial:
y(t0 ) = y0

5.2.1 Justificativa
Sobre as equações diferenciais de primeira ordem,
dy
= f (t, y),
dt
onde f é uma função conhecidade de duas variáveis.

Equações Lineares
Se a função f da equação depende linearmente da variável dependente y, então
a equação pode ser escrita na forma
dy
dt + p(t)y = g(t).
dt
e é chamada de equação diferencial linear de primeira ordem. Vamos
adimitir que p e g são funções conhecidas e contínuas no intervalo α < x < β.
Por exemplo, a equação diferencial
dy 1 3
dt + y =
dt 2 2
é uma equação linear particularmente simples, com as funções p(x) = 1/2 e
g(x) = 3/2, ambas constantes.

Fatores integrantes.Podemos encontrar uma chave que nos revela um me-


tódo de resolução de equações lineares de primeira ordem mais gerais.
k
ye−rt = − e−rt + c;
r
e depois, derivando os dois membros em relação a t, vem

(y 0 − rt)e−rt = ke−rt .

multiplicando por e−rt , obtemos a equação acima.

(ye−rt )0 = ke−rt ,

Integrando os dois membros da equação se obtem a equação acima. Em


outras palavras, uma forma de resolver, consiste primeiro multiplicar a equação

15
pela função e−rt . Como está muliplicação deixa a equação em uma forma que
é imediatamente integrável, a função e−rt é chamada de fator integrante

y 0 + p(t)y = g(t)

µ(t)y 0 + µ(t)p(t)y = µ(t)g(t)


µ0 (t) = p(t)µ(t).
µ0 (t)
= p(t),
µ(t)
d
ln µ(t) = p(t)
dt
ˆ
ln µ(t) = p(t)dt + k.
ˆ
µ(t) = exp p(t)dt.

[µ(t)y]0 = µg(t).
ˆ
µ(t)y = u(t)g(t)dt + c
´
µ(t)g(t)dt + c
y=
µ(t)
Portanto, esta expressão é uma solução geral. É de uma familia infinita de cur-
vas, uma para cada valor de c. Estas curvas são ascurvas integrais da equação
diferencial. Muitas vezes é importante selecionar um membro particular da fa-
mília de curvas integrais, o que se faz pela identificação de um ponto particular
(t0 , y0 ) por onde deve passar yna das cyrvas da solução. Esta exigência se es-
creve, usualmente, como
y(t0 ) = y0 ,
e é conhecida como uma condição inicial. Uma equação diferencial de pri-
meira ordem.

5.3 Variáveis Separáveis


M (x)dx + N (y)dy = 0
• solução geral: ˆ ˆ
M (x)dx = N (y)dy

16
5.3.1 Justificativa
Às vezes é conveniente usar x em vez de t para designar a variável independente
de uma equação diferencial. Neste caso, a equação geral de primeira ordem
assume a forma
dy
= f (x, y).
dx
Se a equação é não-linear, isto é, s f não é uma função linear da variável inde-
pendente y, não existe um método geral para resolver a equação. Reescrevemos
a equação na forma
dy
M (x, y) + N (x, y) =0
dx
m(x, y) = −f (x, y) e N (x, y) = 1

dy
M (x) + N (y) =0
dx
Uma equação deste tipo é dita separável porque é escrita na forma diferencial

M (x)dx + N (y)dy = 0,

na qual, caso se deseje, os termos que envolvem cada variável podem ser sepa-
rados pelo sinal de igualdade.
Teorema
Sejam M,N, My e Nx , onde os índices inferiores simbolizam derivadas par-
ciais, funções contínuas no domínio retangular R : α < x < β, γ < y < δ

M (x, y) + N (x, y)y 0 = 0,

é uma equação diferencial exata em R se e somente se

My (x, y) + Nx (x, y)

em cada ponto de R. Isto é, existe uma função ψ, que satisfaz as equações,

ψx (x, y) = M (x, y),

ψy (x, y) = N (x, y),


se e somente se M e N satisfazerem à equação acima.

5.4 Aplicações
• Decaimento Radioativo
• Juros Compostos
• Misturas

17
• Dinâmica de Populações

Problema da braquistócrona Um dos famosos problemas na história das


matemáticas é o problema da braquistócrona: achar a cruva que deve descrever
uma partícula que desliza sobre ela, sem atrito, de modo a atingir no tempo mí-
nimo o ponto Q, partindo de um outro ponto P que está acima do primeiro, não
na vertical. Este problema foi proposto por Johann Bernoulli, em 1696, como
um desafio aos matemáticos da época. Soluções corretas foram encontradas por
Johann Bernoulli e por seu irmão Jakob Bernoulli, por Isaac Newton Leibniz e
pelo Marquês de L’Hopital. O problema de braquistócrona foi importante no
desenvolvimento da matemática, como um dos precursores do cálculo de varia-
ções.
Ao resolver esse problema, é conveniente tomar a origem como o ponto P supe-
rior e orientar os eixos. O ponto inferior Q tem as coordenadas (x0 , y0 ).É então
possível mostrar que a curva do tempo mínimo é dada por uma função y = φ(x)
que satisfaz a equação diferencial.

(1 + y 02 )y = k 2

onde k 2 é uma constante positiva a ser determina.


1. Resolver a equação acima em y’. Por que é necessário escolher a qaiz
quadrada positiva?
2. Introduzir uma nova variável t pela relação

y = k 2 sin2 t

Mostrar que a equação (a) assume então a forma

2k 2 sin2 tdt = dx

3. Como θ = 2t, mostrar que a terceira equação que tem x = 0 quando y = 0,


é dada por
x = k 2 (θ − sin)/2
y = k 2 (1 − cos θ)/2.
As quartas equações são as equações paramétricas da solução da Equação
i, que passa por (0,0). A curva da equação iv é a ciclóide. Se fizermos
uma escolha apropriada da constante k, a ciclóide passa também pelo
ponto (x0 , y0 ) e é a solução do problema da braquistócrona. Encarte k se
x0 = 1 e y0 = 2.

18
5.5 Equações diferenciais exatas
Definição 5.1 Sejam M ,N ,My ,Nx funções continuas num domínio R
(uma região simplesmente conexa, isto é, "sem buracos"), então

M (x, y) + N (x, y)y 0 = 0

é uma equação diferencial exata em R se e somente se

My (x, y) = Nx (x, y)

em cada ponto de R. Isso significa que existe uma função φ(x, y) tal que:

φx (x, y) = M (x, y)

e
φy (x, y) = N (x, y)
se e somente se
My (x, y) = Nx (x, y).

Exemplo 5.1 A equação diferencial

(y + 2xey ) + (sin x + x2 ey − 1)y 0 = 0

é uma equação diferencial exata pois,

My (x, y) = cos x + 2xey = Nx (x, y).

Além disso, a função φ(x, y) = y + x2 ey − y satisfaz as condições de que:

φx (x, y) = M (x, y) = (y + 2xey )

e
φy (x, y) = N (x, y) = sin x + x2 ey − 1.
Portanto,
y + x2 ey − y = c

é uma solução implícita da equação diferencial exata (y + 2xey ) + (sin x +


x2 ey − 1)y 0 = 0.

19
5.6 Equações diferenciais de primeira ordem homogê-
neas
As equações diferenciais separáveis e exatas são dois tipos de equações
diferenciais de primeira ordem não-lineares que podem ser resolvidas por
processos diretos de integração. No entanto, em alguns casos, é possível
utilizar de mudanças (convenientes) de variáveis de modo a simplificar a
equação e poder resolvê-la.

Definição 5.2 Uma equação diferencial de primeira ordem é homogênea


se puder ser escrita da seguinte forma:
dy y
= F ( ).
dx x
Neste caso, faz-se as substituições
y dy dv
v= , y = vx, =v+x .
x dx dx

dy
Após isso a equação dx = F ( xy ) pode ser transformada em uma equação
separável
dv
x = F (v) − v.
dx

dy y 2 +2xy
Exemplo 5.2 Seja a equação diferencial dx = x2 . Essa equação pode
ser reescrita como:
dy y2 2xy
= 2+ 2
dx x x

dy y y
= ( )2 + 2 .
dx x x
dy
Neste caso, dx = F ( xy ). Como é então uma equação homogênea, faz-se a
substituição tal como exposta na definição de equação diferencial homogê-
nea.
dv
v+x = v 2 + 2v
dx
ou seja,

dv
= v2 + v
x
dx
Separando dx com x e dv com v se tem:
dx dv
= 2 .
x v +v

20
Por frações parciais (lado direito)
dx 1 1
=( − ).
x v v+1
Integrando ambos os lados e assumindo c como constante,
ln |x| + ln |c| = ln |v| − ln |v + 1| .
Simplificando,
v
cx = .
v+1
Refazendo as substituições originais e simplificando,
y
cx = .
y+x
dy y 2 +2xy
Portanto, a solução da equação diferencial dx = x2 é dada por:

cx2
y= .
1 − cx

5.7 Fórmula de Euler:


eiθ = cos θ + i sin θ

5.8 EDO Lineares de Segunda Ordem Coeficientes Cons-


tantes e Homogêneas
ay 00 + by 0 + cy = 0
• equação característica:
ar2 + br + c = 0
• solução geral:
– raízes reais e distintas: r1 6= r2
y = c1 er1 t + c2 er2 t

– raízes complexas: λ ± iµ
y = c1 eλt cos(µt) + c2 eλt sin(µt)

– raízes repetidas: r1 = r2
y = c1 er1 t + c2 ter1 t
• condições iniciais: y(t0 ) = y0 e y 0 (t0 ) = y00

21
5.8.1 Justificativa

Equações diferenciais homogêneas de segunda ordem e com os


coeficientes constantes

Uma equação diferencial ordinária de segunda ordem tem a forma


d2 y
 
dy
= f t, y,
dt2 dt
onde f é uma função conhecida. Dizemos que a equação é linear quando
a função f é linear, ist é, quando
 
dy dy
f t, y, = g(t) − p(t) − q(y)y
dt dt
onde g, p e q são funções da variável independete x. Neste caso, a equação
fica
y 00 + p(t)y 0 + q(t)y = g(t),
onde a linha simboliza a derivação em relação a x. Em lugar da Eq. (3),
encontramos frequentemente a equação
P (t)y 00 + Q(t)y 0 + R(t)y = G(t).
é eviddente que, se dividimos a Eq. (4) por P (t), ela se reduz a Eq. (3)
com
Q(t)
p(t) = ,
P (t)
R(t)
q(t) = ,
P (t)
G(t)
g(t) = .
P (t)

Ao discutir a Eq. (3), e ao tentar resolvê-la, vamos nos limitar a intervalos


nos quais p, q e g sejam funções contínuas.
Se a Eq. (1) não tem forma (3) ou (4) é denominada não-linear
Um problema de valor inicial é constítuido por uma equação diferencial
como a Eq. (1), (3) ou (4), e um par de condições iniciais com a forma
y(t0 ), y 0 (t0 ) = y00
onde y0 e y00 são números dados. É razoável esperar que sejam necessárias
duas condiçõe iniciais para uma equação de segunda ordem pois, falando
em termos gerais, são necessárias duas integrações para encontrar a solu-
ção e cada integração introduz uma constante arbitrária.
Uma equação diferencial de segunda ordem é homogênea se o termo g(t)
na Eq. (3), ou o termo G(t) na Eq. (4), for nulo para todo t. Não sendo
assim, a equação é não-homogênea.
P (t)y 00 + Q(t)y 0 + R(t)y = 0

22
Uma vez resolvida a equação homogênea, é sempre possível resolver a
equação correspondente, não-homgênea(4), ou pelo menos exprimir a so-
lução em termos de uma integral. Assim, o problema da resolução da
equação homogênea é um problema fundamental.
As equações nas quais as funções P , Q e R são constantes.

ay 00 + by 0 + cy = 0

onde a, b e c são constantes dadas.

Retornando a equação mais geral

ay 00 + by 0 + cy = 0

que tem coeficientes constantes (reais) arbitrários.Supondo que y = ert


onde r é um parâmetro a ser determinado. Vem y 0 = rert e y 00 = r2 ert .
Levando as expressões de y, de y 0 e de y 00 em ay 00 + by 0 + cy = 0, obtemos

ar2 + br + c = 0

A equação acima é a equação característica de equação diferencial ay 00 +


by 0 + cy = 0. O seu significado está em, no caso de r ser uma equação
polinominal (16), y = ert ser uma solução da equação diferencial ay 00 +
by 0 + cy = 0.
y = c1 y1 (t) + c2 y2 (t) = c1 er1 t + c2 er2 t
também é uma solução da Eq. (9). A fim de verificar esta afirmação

y 0 = c1 r1 er1 t + c2 r2 er2 t

y 00 = c1 r12 er1 t + c2 r22 er2 t


Levando as expressões de y, de y 0 e de y 00

ay 00 + by 0 + cy = c1 (ar12 + br1 + c)er1 t + c2 (ar22 + br2 + c)er2 t

As exprressões ar12 + br1 + c e ar22 + br2 + c são nulas. Portanto,

y = c 1 e r1 t + c 2 e r2 t

é solução da equação diferencial

ay 00 + by 0 + cy = 0.

23
5.9 Método dos coeficientes indeterminados
Seja
y 00 + p(t)y 0 + q(t)y = g(t) (1)
uma equação diferencial de segunda ordem linear e não homogênea. A
solução geral da equação acima pode ser escrita na forma

y = φ(t) = c1 y1 (t) + c2 y2 (t) + Y (t),

onde y1 e y2 constituem um conjunto fundamental de soluções da equação


homogênea correspondente

y 00 + p(t)y 0 + q(t)y = 0,

onde c1 e c2 são constantes e Y é uma solução particular da equação não


homogênea. As seguintes etapas podem ser seguidas para se obter uma
solução da equação não homogênea (1).

• Determinar a solução geral c1 y1 (t) + c2 y2 (t) da equação homogênea


correspondente.
• Determinar uma solução qualquer Y (t) da equação não-homogênea.
• Somar as funções encontradas nas duas etapas anteriores.

Exemplo 5.3 Determinar para a equação

y 00 − 3y 0 − 4y = 3e2t . (∗)

• uma solução particular


• solução geral da equação homogênea correspondente
• solução geral da equação não homogênea (*).

Para a solução particular, o objetivo é encontrar uma função Y (t) tal que

Y 00 (t) − 3Y 0 (t)0 − 4Y (t) = 3e2t .

Uma possível solução pode ser do tipo Y (t) = Ae2t . Assim, Y 00 (t) = 4Ae2t
e Y 0 (t) = 2Ae2t . Substituindo em (*) se tem que:

(4A − 6A − 4A)e2t = 3e2t .

−1
Ou seja, A = 2 . Portanto, uma solução particular é:

−1 2t
Y (t) = e .
2

24
Para a solução geral de

y 00 − 3y 0 − 4y = 0. (∗)

, se tem que a equação característica de (*) é r2 − 3r − 4 = 0, cujas raízes


são r1 = 4 e r2 = −1. Portanto raízes reais e diferentes. Isso indica que a
solução geral é:
y(t) = c1 e4t + c2 e−t .

Finalmente, para a solução geral da equação (*) deve-se somar as duas


soluções obtidas acima, ou seja,
−1 2t
y(t) = c1 e4t + c2 e−t + e .
2

5.9.1 Solução particular de ay 00 + by 0 + cy = gi (t)

Solução particular de ay 00 + by 0 + cy = gi (t)


gi (t) Yi (t)
Pn (t) = a0 tn + a1 tn−1 + ... + an ts (A0 tn + A1 tn−1 + ... + An )
Pn (t) = eαt ts (A0 tn + A1 tn−1 + ... + An )eαt
αt
Pn (t) = e sin(βt) t (A0 tn + A1 tn−1 + ... + An )eαt cos(βt)
s

+ts (B0 tn + B1 tn−1 + ... + Bn )eαt sin(βt)


Pn (t) = eαt cos(βt) ts (A0 tn + A1 tn−1 + ... + An )eαt cos(βt)
+ts (B0 tn + B1 tn−1 + ... + Bn )eαt sin(βt)

5.10 Método da variação de parâmetros


Esse método, de aplicação geral a qualquer equação não homogênea, foi
inventado por Lagrange e é uma complementação do método dos coefici-
entes indeterminados. Neste método não se precisa, a princípio, saber da
forma da solução.

Teorema 5.1 Se as funções p,q e g forem contínuas num intervalo aberto


I e se as funções y1 e y2 forem soluções linearmente independentes da
equação homogênea
y 00 + p(t)y 0 + q(t)y = 0,
correspondente à equação não homogênea

y 00 + p(t)y 0 + q(t)y = g(t),

então uma solução particular da equação

y 00 + p(t)y 0 + q(t)y = g(t),

é:

25
ˆ ˆ
y2 (t)g(t) y1 (t)g(t)
Y (t) = −y1 (t) dt + y2 (t) dt
W (y1 , y2 )(t) W (y1 , y2 )(t)
onde o Wronskiano W é:

y (t) y2 (t)
W (y1 , y2 )(t) = 10

y1 (t) y20 (t)

e uma solução geral é

y = c1 y1 (t) + c2 y2 (t) + Y (t).

26

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