Você está na página 1de 9

Universidade Estadual de Campinas

Faculdade de Tecnologia

Aluno(a): RA:
Curso: Engenharia de Telecomunicações
Disciplina EB301B - Cálculo III 24/05/2020
=⇒ GABARITO - LISTA 08 - APRENDIZAGEM ⇐=

Equações diferenciais ordinárias lineares de primeira ordem

y 0 + p(t)y = g(t)
´
p(t)dt
Fator integrante: µ(t) = e
´
µ(t)g(t)dt + c
Solução geral: y(t) =
µ(t)

Condição inicial: y(t0 ) = y0

∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗

Equações diferenciais ordinárias de variáveis separáveis

M (x)dx + N (y)dy = 0
ˆ ˆ
Solução geral: M (x)dx = N (y)dy

∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗

Equações diferenciais ordinárias exatas

M (x, y) + N (x, y)y 0 = 0


M (x, y)dx + N (x, y)dy = 0 se e somente se My (x, y) = Nx (x, y).

Solução: φ(x, y) desde que: φx (x, y) = M (x, y) e φy (x, y) = N (x, y).

∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗

EDO Lineares de Segunda Ordem com Coeficientes Constantes e Homogêneas

ay 00 + by 0 + cy = 0
Equação característica: ar2 + br + c = 0.

Solução geral:
Raízes reais e distintas: r1 6= r2 y(t) = c1 er1 t + c2 er2 t
Raízes complexas: λ ± iµ y(t) = c1 eλt cos(µt) + c2 eλt sen(µt)
Raízes repetidas: r1 = r2 y(t) = c1 er1 t + c2 ter1 t
Condições iniciais: y(t0 ) = y0 e y 0 (t0 ) = y00

∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗
1. (1, 0 ponto) Utilizar a fórmula de Euler, eiθ = cos θ + i sen θ, para expandir

r = eλ+µi .

Resposta:
r = eλ+µi = eλ .eµi = eλ .(cos µ + i sen(µ)).

2. (1, 0 ponto) Utilizar a fórmula de Euler, eiθ = cos θ + i sen θ, para expandir

r = eλ−µi .

Resposta:

r = eλ−µi = eλ .e−µi = eλ .(cos(−µ) + i sen(−µ))) = eλ .(cos µ − i sen µ).

Observação: cos(−X) = cos X sen(−X) = − sen X




3. (1, 0 ponto) Resolver a equação diferencial ty 0 + 4y = t5 (t > 0).


Resposta: É uma equação diferencial linear de primeira ordem.

y 0 + p(t)y = g(t)

Nesse caso, divide-se ambos os lados da equação ty 0 + 4y = t5 por t > 0.

4
y 0 + y = t4 .
t
Assim, tem-se que:
4
p(t) = e g(t) = t4 .
t

Cálculo do fator integrante.


´ ´ 4
´ 1 4
p(t)dt t dt
µ(t) = e =e = e4 t dt = e4 ln t = eln t = t4 .

Multiplicar ambos os lados da equação y 0 + 4t y = t4 pelo fator integrante t4 .

4
t4 (y 0 + y) = t4 t4
t

4
t4 y 0 + t4 y = t8
t

t4 y 0 + 4t3 y = t8

(yt4 )0 = t8

Integrar ambos os lados de (yt4 )0 = t8 .


ˆ ˆ
(yt4 )0 dt = t8 dt.

ˆ
yt4 = t8 dt

t9
yt4 = +k
9

2
t9 k
y= + 4.
9t4 t
Portanto, a solução geral é:

t5
y(t) = + kt−4 .
9


4. (1, 0 ponto) Resolver a equação diferencial


1
y 0 + y = sen t t > 0.
t

Resposta:
A resposta segue um método construtivo. O primeiro passo é determinar o fator integrante. Nesse
exercício

1
p(t) = g(t) = sen t.
t
Fator integrante: ´ ´ 1
p(t)dt t dt
u(t) = e =e = eln t = t.

Próximo passo, multiplicar ambos os lados da equação y 0 + 1t y = sen t pelo fator integrante t.
   
1
t. y 0 + y = t.(sen t)
t

1
ty 0 + t. y = t sen t
t

ty 0 + y = t sen t.
| {z }
(ty)0

Nesse caso, com a multiplicação dos lados da equação diferencial pelo fator integrante obtém-se que o
lado da esquerda da igualdade (ty 0 + y), corresponde a (ty)0 .
Ou seja,
(t.y)0 = ty 0 + y desde que (ty)0 = 1.y + ty 0 .

Assim,
Ao integrar ambos os lados da equação (ty)0 = t sen t obtém-se:
ˆ ˆ
0
(yt) dt = t sen tdt

ˆ
yt = t sen tdt

´
Obs: t sen tdt = sen t − t cos t + k.

yt = sen t − t cos t + k

yt = −t cos t + sen t + k

sen t k
y = − cos t + +
t t
Portanto, a solução da equação diferencial linear de primeira ordem é:

3
sen t + k
y= − cos t.
t
Essa resposta é a mesma que se obtém aplicando a fórmula geral, com fator integrante t.
´ ´
µ(t)g(t)dt + c t sen tdt + k sen t − t cos t + k sen t + k
y(t) = = = = − cos t.
µ(t) t t t

A diferença é que nesse método, as operações são desempenhadas passo-a-passo. 

5. (1, 0 ponto) Resolver e equação diferencial de variáveis separáveis

x − ex
y0 = .
y + ey
Resposta: A ideia é separar as variáveis, ou seja, deixar junto com dx as expressões que estão em
função de x, e deixar junto com dy as expressões que estão em função de y. Nota-se que nem sempre é
possível separar as variáveis, por isso é existem diferentes métodos. Cada método de solução de uma
EDO tem sua particularidade.

dy x − ex
=
dx y + ey

(y + ey ) dy = (x − ex ) dx.

O próximo passo é integrar em relação a x o lado da esquerda, e integrar em relação a y o lado da


direita.
ˆ ˆ
y
(y + e ) dy = (x − ex ) dx

ˆ ˆ ˆ ˆ
y
ydy + e dy = xdx + −ex dx.

y2 x2
+ k1 + ey + k2 = + k3 + e−x + k4
2 2

y2 x2
+ ey − − e−x = (k3 + k4 ) − (k1 + k2 )
2 2
Multiplicar a equação por 2.

y 2 + 2ey − x2 − 2e−x = 2 [(k3 + k4 ) − (k1 + k2 )]


| {z }
=k

Portanto,
y 2 − x2 + 2 ey − e−x = k


x − ex
é uma solução implícita da equação diferencial y 0 = .
y + ey


6. (1, 0 ponto) Verifique se a equação diferencial

(y cos x + 2xey ) + (sen x + x2 ey − 1)y 0 = 0

é uma equação diferencial exata e mostrar que φ(x, y) = y sen x + x2 ey − y + k é uma solução.
Resposta:
Com base na equação (y cos x + 2xey ) + (sen x + x2 ey − 1)y 0 = 0 tem-se que:

4
dy
(y cos x + 2xey ) + (sen x + x2 ey − 1)y 0 = 0 ⇒ (y cos x + 2xey ) + (sen x + x2 ey − 1) =0
dx

⇒ (y cos x + 2xey ) dx + (sen x + x2 ey − 1) dy = 0


| {z } | {z }
M (x,y) N (x,y)

A equação diferencial é exata pois:

My (x, y) = cos x + 2xey = Nx (x, y).

Além disso, a função φ(x, y) = y sen x + x2 ey − y satisfaz as condições de que:

φx (x, y) = M (x, y) = (y cos x + 2xey )

e
φy (x, y) = N (x, y) = sen x + x2 ey − 1.
Portanto,
y sen x + x2 ey − y + k = 0

é uma solução implícita da equação diferencial exata (y cos x + 2xey ) + (sen x + x2 ey − 1)y 0 = 0.


7. (1, 0 ponto) Determinar uma solução φ(x, y) para a equação diferencial exata

(y cos x + 2xey )dx + (sen x + x2 ey − 1)dy = 0.

Resposta: No exercício 6 anterior foi provado que (y cos x + 2xey )dx + (sen x + x2 ey − 1)dy = 0 é
uma equação diferencial exata.
 
 φx (x, y) = M (x, y)  I: φx (x, y) = (y cos x + 2xey )

φy (x, y) = N (x, y) II : φy (x, y) = (sen x + x2 ey − 1)
 

Integrar I em relação a x.
ˆ ˆ
φx (x, y)dx = (y cos x + 2xey )dx.

φ(x, y) = y sen x + x2 ey + h(y), (1)

haja vista que


∂h(y)
= 0.
∂x
Derivar 1 em relação a y e comparar com II.

φy (x, y) = sen x + x2 ey + h0 (y), (2)

Ao comparar II com 2 tem-se que:

h0 (y) = −1
Portanto, h(y) = −y + k, para alguma constante k ∈ R.
Segue-se, ao completar a equação 1 com o valor de h(y), que

φ(x, y) = y sen x + x2 ey − y + k. (3)

A equação 3 satisfaz as condições

5

 φx (x, y) = M (x, y)

φy (x, y) = N (x, y).


Portanto,

φ(x, y) = y sen x + x2 ey − y + k
é uma solução para a equação diferencial exata (y cos x + 2xey )dx + (sen x + x2 ey − 1)dy = 0.


8. (1, 0 ponto) Resolver a equação diferencial

y 00 + 8y 0 − 9y = 0

com as seguintes condições iniciais:

y(1) = 1 e y 0 (1) = 0.

Resposta:
A equação y 00 + 8y 0 − 9y = 0 é uma equação diferencial de segunda ordem com coeficientes constantes
e homogênea. Ou seja, é da forma:

ay 00 + by 0 + cy = |{z}
0 ⇔ 1y 00 + 8y 0 −9y = 0.
g(t)

O coeficientes constantes são: a = 1, b = 8, c = −9. É uma equação homogênea pois, nesse caso, g(t) =
0.

Equação característica. ar2 + br + c = 0.


Para a = 1, b = 8, c = −9, se tem que:
p √
−8 ± 64 − 4.1.(−9) −8 ± 64 + 36 −8 ± 10
r2 + 8r − 9 = 0 ⇒ = = .
2 2 2

−8 + 10 2
r1 = = = 1.
2 2
−8 − 10 −18
r2 = = = −9.
2 2
Portanto a solução geral é:
y(t) = k1 e1.t + k2 e−9t ,
ou seja, a solução geral, sem condições iniciais é:

y(t) = k1 et + k2 e−9t .

Condição inicial y(1) = 1. Nesse caso, se t = 1 então y = 1.


Substituir em y(t) = k1 et + k2 e−9t e obter:

1 = k1 e1 + k2 e−9 .

6
Condição inicial y 0 (1) = 0. Nesse caso, se t = 1 então y 0 = 0.
Se y(t) = k1 et + k2 e−9t então
y 0 (t) = k1 et − 9k2 e−9t .

A substituição é feita na equação y 0 (t) = k1 et − 9k2 e−9t . Assim,

0 = k1 e1 − 9k2 e−9 .

Tem-se então um sistema com duas equações e duas incógnitas.

9
 k1 e1 + k2 e−9
 
= 1  k1 = 10e

k1 e1 − 9k2 e−9 = 0. e9
k2 = 10 .
 

Portanto, a solução com as condições iniciais:

9 t e9 −9t 9 t−1 1
y(t) = k1 et + k2 e−9t ⇒ y(t) = .e + .e = .e + .e9−9t
10e 10 10 10
Portanto, a solução de y 00 + 8y 0 − 9y = 0 com as condições iniciais y(1) = 1 e y 0 (1) = 0 é:

9et−1 e9−9t
y(t) = + .
10 10


9. (1, 0 ponto) Determinar a solução do problema de valor inicial

16y 00 − 8y 0 + 145y = 0 y(0) = −2 y 0 (0) = 1.

Resposta:

16y 00 − 8y 0 + 145y = 0.

Equação característica.
16r2 − 8r + 145 = 0.

√ √ √
8± 64 − 4.16.145 +8 ± 64 − 9280 +8 ± −9216 +8 ± 96i +8 96
= = = = ± i
32 32 32 32 32 32

λ = 14

1
λ ± i.µ = ± i.3 ⇒
4 µ=3
1
Portanto, a equação característica indica soluções da forma λ ± iµ, com λ = 4 e µ = 3.

Solução geral.
y = k1 eλt cos µt + k2 eλt sen µt.

Ou seja,

t t
y(t) = k1 e 4 cos(3t) + k2 e 4 sen(3t).

Condição inicial y(0) = −2. Nesse caso, se t = 0 então y = −2.

−2 = k1 e0 cos(3.0) + k2 e0 sen(3.0)
Portanto, k1 = −2.

7
Condição inicial y 0 (0) = 1. Nesse caso, se t = 0 então y = 1.
As substituições devem ser feitas na função y 0 (t).

1 t t 1 t t
y 0 (t) = k1 e 4 cos(3t) − 3k1 e 4 sen(3t) + k2 e 4 sen(3t) + 3k2 e 4 cos(3t).
4 4

k1 0 1
1= e cos(0) − 3k1 e0 sen(0) + k2 e0 sen(0) + 3k2 e0 cos(0).
4 4

k1
1= + 3k2
4
Como k1 = −2 então

k1 −2 1 3 1
+ 3k2 = 1 ⇒ + 3k2 = 1 ⇒ 3k2 = 1 + ⇒ 3k2 = ⇒ k2 = .
4 4 2 2 2
1 t t
Portanto, com a substituição de k1 = −2 e de k2 = 2 na solução geral y(t) = k1 e 4 cos(3t)+k2 e 4 sen(3t)
obtém-se:

t 1 t
y(t) = −2e 4 cos(3t) + e 4 sen(3t).
2


10. (1, 0 ponto) Resolver a equação diferencial

y 0 + cotg(t)y = 4 sen(t)

com a condição inicial y(− π2 ) = 0.


Resposta:
É uma equação diferencial linear de primeira ordem.

y 0 + (cotg t)y = 4 sen t.

Cálculo do fator integrante.


´
u(t) = e cotg tdt
⇒ u(t) = eln | sen t| = | sen t|.

Portanto,

sen ty 0 + (sen t).(cotg t)y = 4 sen2 t.

cos t
sen ty 0 + (sen t).( )y = 4 sen2 t.
sen t

sen ty 0 + (cos t)y = 4 sen2 t.

(y sen t)0 = 4 sen2 t.

Integrar, em relação a x, ambos os lados da equação (y sen t)0 = 4 sen2 t.


ˆ ˆ
(y sen t)0 dt = 4 sen2 tdt.
ˆ
y sen t = 4 sen2 tdt

8
ˆ  
2 t sen(2t)
Sabe-se que: sen tdt = − +k
2 4
 
t sen(2t)
y sen t = 4 − + k.
2 4

y sen t = 2t − sen(2t) + k.

Portanto, a solução geral é:

2t sen 2t k
y(t) = − + .
sen t sen t sen t

Condição inicial y(− π2 ) = 0. Nesse caso, se t = − π2 então y = 0.

π.2 1 sen(−π) k
0=− . − −π +
2 sen −π sen −π
 
2 sen 2 2

k = π.

Portanto a solução com a condição inicial é:

2t sen 2t π
y(t) = − + .
sen t sen t sen t

Você também pode gostar