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Disciplina: Física – Introdução à Mecânica

Aulas teóricas
Professora: Maria Simone

Sumário
• Unidade 1: Medidas e vetores: Introdução, Unidades e
Dimensões
• Unidade 2: Movimento em uma dimensão
• Unidade 3: Movimento em duas e três dimensões
• Unidade 4: Leis de Newton
• Unidade 5: Aplicações das Leis de Newton
• Unidade 6: Trabalho e Energia
• Unidade 7: Conservação da Energia
• Unidade 8: Conservação da quantidade de movimento linear
• Unidade 9: Movimento Rotacional

Unidade 1

1
Revisão - Vetores

Grandezas escalares e vetoriais


• Uma grandeza física é um escalar quando pode ser
caracterizada apenas por um número, sem necessidade
de associar-lhe alguma orientação.

• Exemplos:
– Massa de uma bola: 0,25 kg.
– Tempo para a massa mover-se de uma certa distância.
– Energia de um corpo.

• Algumas grandezas escalares são sempre positivas (ex:


massa). Outras podem ter os dois sinais (ex: carga
elétrica).

Escalar versus vetor


• Algumas grandezas NÃO podem
ser descritas por escalares.
• Para a velocidade não importa só
apenas o seu
valor, por exemplo 2m/s, mas tam
bém a direção do seu movimento.
• Definição:
 quantidades descritas por uma
magnitude (sempre positiva) e uma
direção e sentido são chamadas de
vetores.

2
Vetores

Posição em um mapa

Exemplo de vetor: deslocamento em um mapa

3
Soma de vetores

Subtração de vetores

Componentes vetoriais

4
Representação polar de um vetor

Soma de vetores pelo método da componentes cartesianas

Produto escalar

5
Propriedades do produto escalar

Produto escalar usando componentes

Produto vetorial

6
Propriedades do produto vetorial

Produto vetorial usando componentes

O produto vetorial e o determinante

7
Unidades de medidas

Introdução
• Física , a ciência física mais fundamental,
lida com os princípios básicos do
universo.
• Ela é a fundamentação sobre a qual estão
baseadas as outras ciências, tais como
biologia, química, astronomia e geologia.

Faz-se necessário a utilização de alguns conceitos


e de uma matemática que possibilite a realização
da ponte entre a teoria e a prática (experiência).

Física clássica e física


moderna
Clássica Moderna
• Corresponde ao conjunto de • É a denominação dada ao
fenômenos e teorias que eram conjunto de teorias surgidas
objetos de estudo até o final do
século XIX:
no início do século XX,
 Mecânica
principiando com a
 Luz
mêcanica quântica e a
 Calor
teoria da relatividade.
 Som
 Eletricidade
 Magnetismo

8
Unidades e dimensões

Medida A realização de medidas requer a utilização de padrões –


unidades de medida

SI – Sistema
Unificação dos padrões de medida
internacional
de unidades

Metro

MKS Quilograma
Comprimento (L) Massa (M) Tempo (T) Segundo

Unidades e dimensões

Comprimento - L 1m = Distância atravessada pela


luz no vácuo durante o
tempo de 1/299792458 s (c)
m - Metro

Tempo - T
1s = 9192631770 x o período de
oscilação da radiação do
s - Segundo átomo de césio

Massa - M 1kg = massa de um cilindro de


uma liga platina – irídio
mantido no BI de Pesos e
kg- quilograma Medidas

http://www.bipm.org/

Unidades de medida

9
Unidades e Dimensões
Comprimento Tempo Massa
Dimensão L T M
Unidade (SI) m s kg

• Todas as dimensões utilizadas na mecânica são derivadas dessas três


unidades básicas.

• A dimensão nos fornece a informação sobre a natureza física da


grandeza.
Exemplo
Dx L
Velocidade: v  [v ] 
Dt T
Dimensão da velocidade

No Sistema Internacional de unidades (SI) a unidade da velocidade é o m/s.

10
Unidades e Dimensões
Exemplo
Massa

m M
Densidade:   [] 
V L3
Dimensão da densidade
Volume

No Sistema Internacional de unidades (SI) a unidade da densidade é kg/m3.

Análise Dimensional

Fundamental para verificar a grandeza de uma medida

As dimensões podem ser tratadas como grandezas algébricas

O ponto fundamental da análise dimensional é o chamado


Princípio da Homogeneidade Dimensional. Este afirma que só é
possível comparar grandezas de mesma dimensão.

Exemplo:
1 hora = 1 quilograma
1 hora = 3600 segundos 1 hora > 1 quilograma
1 hora < 1 quilograma

Regras para a Análise Dimensional

• Em uma equação podemos apenas adicionar ou subtrair


quantidades as quais tem a mesma dimensão;

• As quantidades sobre cada lado de uma igualdade deverão


ter a mesma dimensão.

11
Padrões de Comprimento, Massa e Tempo

Na mecânica três grandezas são fundamentais: comprimento,


Em
massa e tempo. No SI estas três grandezas tem como unidades:
metro (m), quilograma (kg) e segundo (s). Todas as outras
grandezas podem ser expressas usando estas três unidades.

Exemplo: A unidade de força é o Newton (N).

m
N  kg
s2

Exemplo de análise dimensional


A posição de um carro que sai do repouso no tempo t=0 é dada por

1 2
x(t )  at
2
onde a é a aceleração do carro. Verifique as dimensões.

1 2
x(t )  at
2
Posição x O lado direito da
equação também deve
[ x]  L ter dimensão de
comprimento (L).

Exemplo de análise dimensional


1 2 1
x(t )  at  [ x]   a t 2    1 [a ] [t 2 ]
2 2   
  2

1
é um número, não tem dimensão.
2

Dv [v] L/T L
a  [a ]   [a ]   [a ]  2
Dt [t ] T T

L 2
L T LL
T2

12
Exercício
A equação abaixo está correta dimensionalmente?

1
x  v0t  a t2
2
onde a é a aceleração do carro.

Dica: use análise dimensional.

Exercício

Para manter um objeto em movimento circular


com velocidade constante, é necessária uma
força denominada força centrípeta. Desenvolva
uma análise dimensional da força centrípeta.

Ponto de partida:

Solução:

Conversão de unidades

Para converter de um sistema de unidades para outro basta saber o


quanto uma unidade vale no outro sistema.

Exemplo:

Considere um velocista que corre 100 metros em 10 segundos. Qual sua


velocidade em quilômetros por hora?

1
1 km  1000 m 1m  km
1000

1
1 h  3600 s 1s  h
3600

13
Conversão de unidades

100 metros em 10 segundos em km/h?

Dx 100m m
v v v  10
Dt 10 s s

 1 
 km
1000  3600km
v  10   10  36km / h
 1  1000h
 h
 3600 

14
Notação científica
É usual em ciência e engenharia o uso da chamada notação
científica, que emprega potências de 10.

2
1  10 0 ; 10  101 ; 100  10 ; 1000  103 ; etc...

Exemplo: c  299800 km / s (velocidade da luz no vâcuo):

c  299800 km / s  299 800 000 m / s  2,998 108 m / s

Notação científica
É também comum o uso de prefixos indicando as potências de 10

Ordens de Grandeza

Dizemos que a ordem de grandeza


c  2,998 108 m / s da velocidade da luz é 108.

Para determinar a ordem de grandeza de um número, escreva este


número em notação científica. Se o número multiplicando a potência de
10 for menor ou igual a 5, então a ordem de grandeza é o expoente. Se o
número for maior que 5, então a ordem de grandeza é o expoente mais
1.
Exemplo: Qual é a ordem de grandeza da velocidade de um carro?
(Suponha uma velocidade de 110 km/h)
2
v  110 km/h  1,10 10 2 km/h ~ 10 km/h
A ordem de grandeza da
velocidade do carro 102.

15
Estimativa

Estimativa da ordem de grandeza

Exercício: Qual a ordem de grandeza do volume ocupado pelos oceanos


da Terra, em m3?

Dados:
Raio da Terra = 6,37 x 106 m

Profundidade média do oceano = 4000m

Os oceanos ocupam aproximadamente ¾ da superfície da Terra.

R. :Estimativa da ordem de grandeza: 1017 m3

Algarismos significativos

• Os algarismos significativos de uma medida


têm sua origem na natureza do instrumento
usado na medição.

16
Algarismos significativos

Leitura da medida = 7, 8 cm

Algarismo duvidoso

Leitura da medida = 4,22 cm

Paquímetro
• O paquímetro permite a execução de medidas com
até 0,05mm de exatidão.

Exemplo de medida: 1,27 cm

Algarismos significativos

Número de algarismos significativos de uma medida (a.s.)

Regra geral: Contam-se todos os algarismos, da esquerda


para a direita, a partir do primeiro algarismo diferente de
zero.

2,54 cm  3 a.s.
0,0001 kg  1 a.s.
1,0000 x 103 J  5 a.s.
0,020001 s  5 a.s.
10,00001 V  7 a.s.
1 x 10100 J  1 a.s.

17
Algarismos significativos
Quando multiplicamos ou dividimos várias grandezas, o número de
algarismos significativos final será o da grandeza que tem menor
número de significativos.

Quando números são somados ou subtraídos, o número de casas


decimais no resultado deve ser igual ao menor número de casas
decimais de qualquer um dos termos.

Importante: Utilizar notação científica.

L  1500 km  1,50  103 km

Três algarismos significativos

Operações com algarismos significativos

Soma e subtração

Regra: Mantém-se o algarismo duvidoso de maior ordem.

0,2 m a.d. da ordem de décimo


+12,46 m a.d. da ordem de centésimo
--------------
=12,66 m
---------------
≈ 12,7 m a.s. da ordem de décimo

Operações com algarismos significativos

Multiplicação e Divisão

Regra: Mantém-se o menor número de a.s. dos fatores.

(1,2 m) x (3,457 m) = 4,1484 m2 ≈ 4,1 m2


2 a.s. 4 a.s. 2 a.s.

(0,007231 m) / (4,31 x 10-6 s) = 1.677,7262 ... m/s ≈ 1,68 x 103 m/s


4 a.s. 3 a.s. 3 a.s.

18
Exercício
• Desenvolva uma relação para o tempo
de queda de uma maçã de massa M,
solta de uma altura H e que cai sob a
ação da aceleração da gravidade, g.
a
t  M H bg c

:
Ponto de partida
H
t 
g
Solução:

Conclusão do exercício

Unidade 2

19
Movimento unidimensional

Introdução
A mecânica clássica pode ser dividida em 2 partes principais

Dinâmica Cinemática

Estudo do Descrever o movimento


movimento e da utilizando conceitos de
relação deste com espaço e tempo, sem se
conceitos como preocupar com as causas
força e massa

Movimento

Modifica a posição de um corpo no espaço

Objetivo do estudo da Cinemática


• Descrever o movimento dos corpos e fazer previsões
acerca do movimento.

20
Posição
• Definição: A posição de um corpo é definida por
meio de suas coordenadas ou do seu vetor posição
em relação a um referencial.

Deslocamento
• Definição: Deslocamento de um ponto A até um
ponto B é a diferença entre a posição de B até a
posição de A, em relação a um certo referencial
espacial.

Posição e Deslocamento

21
Deslocamento

Deslocamento e distância percorrida


  
• Deslocamento: Dr  r2  r1
• Distância: Ds

D s  s 2  s1

Tempo
• Instante e intervalo de tempo
Na mecânica clássica, a linha do tempo sempre cresce
no sentido positivo.

Instante de tempo: t = 3s
Intervalo de tempo:

Dt  (5s) (3s)  2s

22
Velocidade média
• Definição: A velocidade média em que um móvel vai de
um ponto A até um ponto B, é a razão entre o
deslocamento de A até B e o intervalo de tempo
decorrido neste deslocamento.
DxAB xB  xA
vm, AB  
Dt AB tB  t A
• Ou, Dx
vm 
Dt

Velocidade média
Dx
vm 
Dt

xB  xA (52m)  (30m) 22m


vm, AB     2,2m / s
tB  t A (10s)  (0s) 10s

Velocidade média

Interpretação gráfica

Dx
 tanq
Dt

Inclinação da
reta P1P2

23
Velocidade escalar média
• A velocidade escalar média é a razão entre a
distância percorrida e o intervalo de tempo
decorrido.
Ds
v em 
Dt

É uma grandeza escalar!

Velocidade escalar média e velocidade média

Exemplo

• Uma viagem de Joinville a Florianópolis é feita, em média em


2 horas. A distância entre estas duas cidades é de 180 km.
Quais são a velocidade média e escalar média numa viagem
de ida e volta à Florianópolis, com uma parada total de 2
horas durante o percurso?
A) 60 e 0 km/h
B) 0 e 60 km/h
C) 90 e 60 km/h
D) 60 e 90 km/h
E) Nenhum das acima

24
Velocidade instantânea

• A velocidade instantânea é o limite da velocidade média


quando o intervalo de tempo tende a zero. Ela é igual a taxa
da variação do posição com o tempo.
Dx dx
v  lim 
Dt 0 Dt dt
dx
é a derivada primeira da função x(t) em relação ao tempo.
dt

Velocidade instantânea
• Aproximando-se cada vez mais o ponto B do ponto A, a
velocidade média entre A e B tende para a velocidade
instantânea em A.

xt Dt  xt dx
v  lim 
Dt 0 Dt dt

Velocidade instantânea

25
Velocidade instantânea
Velocímetro

v = 29km/h

O velocímetro de um carro marca a velocidade escalar instantânea e não a velocidade,


já que ele não pode determinar a direção e o sentido do movimento.

Movimento Retilíneo Uniforme (MRU)

x 2  x1
v t1 t 2 
x t 2  t1
x4
x3 No movimento uniforme:

x2
x 2  x1 x 3  x 2
x1   ...
t 2  t1 t 3  t2
a

t0 t1 t2 t3 t4 t  v t1 t 2  v t 2  t 3  ...  v

x (x1 – x0)
x4

x3

x2 (t1 – t0)
x1
x1  x 0
v
x0
t1  t 0
t0 t1 t2 t3 t4 t x1 = x0 + v x (t1 – t0)

Generalizando para qualquer t: x(t) = x0 + v x (t – t0)

26
Aceleração média
Definição :

DvAB vB  vA Dv
am, AB   ou am 
Dt AB tB  tA Dt

Exemplo

Aceleração instantânea
• A aceleração instantânea é o limite da aceleração
média, quando o intervalo de tempo tende a zero. Ela é
igual a taxa de variação da velocidade com o tempo.
2
Dv dv d x
a  lim   2
Dt 0 Dt dt dt
dv É a derivada primeira da função v(t)
dt em relação a t.

d 2x É a derivada segunda da função x(t) em


dt 2 relação a t.

27
Aceleração instantânea
• Em um gráfico da velocidade da partícula em função do
tempo, v(t) = f(t), a aceleração instantânea em qualquer
ponto, é igual à inclinação da tangente da curva nesse ponto.

Velocidade x Aceleração

O problema inverso

Vimos que tendo x(t), podemos calcular v(t) e a(t), derivando a


função x(t).
Agora vamos ver o problema inverso, isto é: Conhecendo a(t),
como determinar v(t) e x(t)?

Dt
v

t0 t

28
Diferenciação x Integração

Derivada Integral
Área sob a curva
Inclinação da
reta tangente x   vdt
Posição

dx v   adt
v  Velocidade
dt

dv
a Aceleração
dt

MRU
Dx
vv
Dt
x(t) - x(t 0 )
v Dt
t - t0 v

Chamando x(t0)=x0 :

x(t)  x 0  v  (t - t 0 ) t0 t
Se t0 = 0,

x(t)  x 0  v  t Área = v x Dt = Dx

Ou seja, x(t) pode ser obtida (para v=const.), calculando-se a área,


mais uma constante que pode ser obtida das condições iniciais

Gráfico velocidade x tempo

O deslocamento de um corpo pode ser obtido geometricamente


pela área total sobre a curva de um gráfico velocidade x tempo

29
Velocidade e posição por integração
v  adt 1 2
 x   vdt ,  v 0 t 
2
at

Olhando com mais detalhes o caso em que v não é constante:

t0 t
Dti
Dt

Área  v(t 0 )Dt 0  v(t1 ) Dt1   v

Área   v(t i )Dt i


i

t0 t
Dti
Dt

O valor vai ser exatamente a área quando fazemos o limite:

t
Área  lim  v(t i )Dt i   v(t , )dt ,
Dt i 0 i
t0

Integral definida

30
Podemos então escrever:
t
x(t)   v(t , )dt ,
t0

Quando não são especificados os limites de integração,


a integral é dita integral indefinida (também chamada anti-derivada).

x(t)   v(t , )dt ,  f ( t )  const .

Sabendo que x(t0)=x0, quando t=t0, podemos obter o valor da


constante.

Movimento Retilíneo Uniformemente Acelerado


(MRUV)
Em muitos tipos de movimentos a aceleração ocorre de modo
praticamente constante. Ex: queda livre

d v d2x
a   constante
dt dt 2

Sabendo que integral é a operação inversa da derivada,


podemos obter v(t) integrando a aceleração:

v(t)   adt  a  t 0 dt

v(t)  at  const.

Sabendo que t0=0, v(t=0)=v 0, escrevemos,

v(t  0)  v 0  a  0  const.  const.  v 0

Conseqüentemente:

v(t)  v 0  at

31
dx
Sabemos que v , para determinar x(t) é preciso integrar v(t).
dt

vdt  dx   vdt   dx
,
x(t)   vdt
, ,
x(t)   (v  at )dt
0

, , ,
x(t)   v dt  a  t dt
0

t2
x(t)  v 0 t  a  const .
2

Por fim, determinamos a constante, lembrando que x(t=0)=x0:

(0) 2
x(t  0)  x 0  v 0  0  a  const .
2
 const .  x 0

Com isso, obtemos,

t2
x(t)  x 0  v 0 t  a
2

Equações da cinemática

32
GP de Mônaco

Vettel no GP de Mônaco

Distância percorrida e velocidade


escalar média

33
Aceleração

Queda livre de corpos


• Segundo a visão aristotélica, corpos mais
pesados deveriam cair mais rápido.

t0 t1

vM

vB

Queda livre de corpos


• Galileo imaginou que se um corpo leve fosse
amarrado a um corpo pesado, o leve atrasaria a
queda do mais pesado.

t1
t0

vMB vB

34
Queda livre de corpos
• Galileo concluiu que isso entra em contradição com a ideia de
que os corpos mais pesados (o martelo amarrado à bigorna)
deveriam cair mais rápido do que os mais leves (o martelo).

t0 t1

vB

vMB

Queda livre de corpos


A conclusão de Galileo foi que todos os corpos
devem cair com a mesma aceleração.

t0 t1

vB
vMB

Queda livre de corpos


Equações

x y
a  g

35
Queda livre de corpos

Algumas derivadas importantes

Algumas integrais importantes

36
Exercício 1

• Uma partícula está em movimento ao


longo do eixo x de acordo com a equação
x (t )  ( 2,00  3,00 t  t 2 ) m

Em t=3,00s, encontre (a) a posição; (b) a


velocidade e (c) a aceleração da partícula.

Exercício 2

• Uma bola é lançada do solo verticalmente


para cima com uma velocidade inicial de
15,0m/s. (a) Quanto tempo leva para a
bola alcançar a altura máxima? (b) Qual é
a altura máxima? (c) Determine a
velocidade e a aceleração da bola em
t=2,00s.

Unidade 3

37
Movimento em 2 dimensões

O vetor posição


r (t )

x

r (t ) Vetor posição

O vetor deslocamento

y

r (t )


r (t  D t )
x

38
O vetor deslocamento

y
Vetor deslocamento

 
r (t ) Dr

r (t  D t )
x
  
r (t )  D r  r (t  D t )
  
 D r  r (t  D t )  r (t )

O vetor deslocamento

Representando através dos componentes:


 
r (t ) Dr

   
r (t  D t )
r (t )  x (t ) i  y ( t ) j
x
  
r (t  D t )  x ( t  D t ) i  y ( t  D t ) j

  
D r  D x i  Dy j

Exemplo 1

39
O vetor velocidade

y
Velocidade média no intervalo Dt:
  
 Dr r (t ) Dr
vt  t  Dt 
Dt 
r (t  D t )
x
Separando os componentes x e y:
 
 Dx i  Dy j Dx  Dy 
vt  t  D t   i j
Dt Dt Dt
  
vt  t  Dt  v x i  v y j

O vetor velocidade

y
 
r (t ) Dr

r (t  D t )
x

O vetor velocidade

y 
Dr

tangente

r (t )

r (t  D t )

40
O vetor velocidade

y 
Dr

r (t )

r (t  D t )

x

Quando Dt tende a zero, D r aponta na direção tangente à trajetória da partícula.

Definimos velocidade instantânea:


 
 Dr  dr
v (t )  lim v (t ) 
Dt  0 D t dt

O vetor velocidade

y 
v

r (t )

x

 dr d  
v (t )   x i  y j 
dt dt
 dx  dy    
v (t )  i j v (t )  v x i  v y j
dt dt

O vetor aceleração

y 
v (t )
 
r (t ) v (t  D t )


r (t  Dt )
x

Aceleração média entre os instantes t e t+Dt:


  
 v (t  Dt )  v (t ) Dv
a t  t  Dt  
Dt Dt

41
O vetor aceleração

y 
v (t )
 
r (t ) v (t  Dt )


r (t  D t )
x

Da mesma forma que foi definida uma velocidade instantânea,


podemos definir uma aceleração instantânea:

 
 v (t  D t )  v (t )  d 
a (t )  lim a (t )  v (t ) 
Dt  0 Dt dt

O vetor aceleração

y 
v (t )
  
r (t ) v (t  Dt )  v (t )

r (t  D t )  
v (t  D t ) Dv
x
A direção do vetor aceleração média
pode ser obtida calculando-se:

  
D v  v (t  D t )  v (t )

Exemplo 2

42
Exercício 1

• Um carro viaja para o leste a 60 km/h. Ele realiza uma curva e, 5,0 s após,
está viajando para o norte a 60 km/h. Encontre a aceleração média do
carro em m/s2.

Movimento relativo
• Até agora vimos a descrição do movimento
em um sistema de coordenadas.

• Como seria a descrição do movimento visto


em um sistema de coordenadas que se move
em relação ao primeiro com velocidade
constante?

43
Movimento Relativo
yB
P

yA

 rPB
rPA Referencial B

 xB
rBA

Referencial A
xA

  
rPA  rPB  rBA

Movimento Relativo
P

yA


rPA

xA
A velocidade do ponto P no referencial A é dada por:


 dr
v PA  PA
dt

Movimento Relativo
yB
P
Lembrando que

   yA
rPA  rPB  rBA 
 rPB
rPA
podemos escrever

 xB
rBA
  
 dr d ( rPB  rBA )
v PA  PA  xA
dt dt

 
 d ( rPB ) d ( rBA )   
v PA 
dt

dt
v PA  v PB  v BA

44
Velocidade relativa
  
v PA  v PB  v BA

vPA • Velocidade da partícula em relação ao referencial A

v PB • Velocidade da partícula em relação ao referencial B


vBA • Velocidade do referencial B em relação ao referencial A

 
Aceleração relativa: a PA  a PB

Movimento Relativo - Exemplo

Exemplo 3

45
Exercício 2
• Um piloto deseja voar orientado para o norte em relação ao
solo . A rapidez do aeroplano em relação ao ar é de 200 km/h
e o vento está soprando de oeste para leste a 90 km/h. (a)
Qual a orientação que o aeroplano deve adotar? (b) Qual é a
rapidez do aeroplano em relação ao solo?

Aplicações de movimento em duas


dimensões

Movimento de projéteis

Movimento circular

Movimento de Projéteis

46
Movimento de Projéteis

y max


v0
q0
R x

Movimento de Projéteis

y 
g


v0
q0
x

Movimento de Projéteis

Durante todo o movimento


y a única aceleração é a
aceleração da gravidade,
apontando para baixo na
direção do eixo y.

 g
g 
g

v0
q0
x

47
Movimento de Projéteis

 
v0 y v0
y
q0

v0x

v0
q0
x
O movimento pode ser decomposto em dois, um movimento uniforme em x,
e um movimento uniformemente acelerado em y.

Movimento de Projéteis

 
v0 y v0

q0

v0 x
  
v0  v0 xi  v0 y j
  
v0  v0 cos q 0 i  v0 sen q 0 j

Movimento de Projéteis
O movimento na horizontal (uniforme) pode ser descrito por:
x (t )  x 0  v0 xt
Considerando x0=0,

x ( t )  v 0 cos q 0 t
O movimento na vertical é uniformemente acelerado:
g 2
y (t )  y 0  v0 y t  t
2 Sistema de referência na
direção de y apontando
g para cima
y (t )  v 0 sen q 0 t  t 2
2

48
Movimento de Projéteis
As equações que descrevem o movimento são:

x ( t )  v 0 cos q 0 t

g 2
y (t )  v 0 sen q 0 t  t
2

A velocidade em y é dada por

v  v 0  at v y  v 0 sen q 0  gt

Equação da trajetória
y
y  f (x)

Como vimos, as posições x e y variam no tempo de acordo com:


x
x ( t )  v 0 cos q 0 t t 
v 0 cos q 0
g 2
y ( t )  v 0 sen q 0 t  t
2

Equação da trajetória

x
Substituindo t 
v 0 cos q 0

g 2
na equação y ( t )  v 0 sen q 0 t  t
2
2
 x  g  x 
y  v 0 sen q 0     
v
 0 cos q 0  2 v
 0 cos q 0 

( v 0 sen q 0 ) x gx 2
y  
2 v 0 cos q 0 
2
v 0 cos q 0

49
Equação da trajetória

( v 0 sen q 0 ) x gx 2
y  2
v 0 cos q 0 2 v 0 cos q 0 

sen q 0  g  2
y  ( )x   2 
x
cos q 0  2 ( v 0 cos q 0 ) 
Trajetória parabólica!

 g  2
y  (tan q 0 ) x   2 x
 2 ( v 0 cos q 0 ) 

Alcance horizontal

y
y  f (x)

x
R

Para obter o alcance R, basta utilizar a equação da trajetória e


considerar que, quando y=0, x=R.

 g  2
y  (tan q 0 ) x   2 
x
 2 ( v 0 cos q 0 ) 

Fazendo y=0, temos:

 g  2
(tan q 0 ) x   2 
x  0
 2 ( v 0 cos q 0 ) 

Colocando x em evidência:

  g  
x  (tan q 0 )   2
 x   0
  2 ( v 0 cos q 0 )  

50
  g  
x  (tan q 0 )   2
 x   0
  2 ( v 0 cos q 0 )  
A equação acima tem duas soluções, uma quando x=0, outra o que
está entre colchetes é igual a zero, que é quando x=R.

Portanto: y

 g 
(tan q 0 )   2
 x  0
 2 ( v 0 cos q 0 ) 
x
2 ( v 0 cos q 0 ) 2 R
R  tan q 0 . Trajetória simétrica!
g
2
2 . sen q 0  cos q 0 . cos q 0 .v 2 v0
R  . x  R  sen ( 2 q )
cos q 0  g g

Valores complementares do ângulo inicial, resultam no mesmo alcance!

Altura Máxima
y

vy  0

x
O movimento em y é descrito pelas equações:

g 2
y (t )  v 0 sen q 0 t  t
2
v y (t )  v 0 sen q 0  gt

51
Altura Máxima
y
vy  0
v y (t )  v 0 sen q 0  gt
h
Substituindo vy=0 na equação acima
vamos obter o tempo necessário para x
atingir a altura máxima.

v 0 sen q 0  gt  0

v 0 sen q 0
th 
g

Altura Máxima
y
Para encontrar a altura máxima basta
substituir o tempo th na equação para a
h
altura.

x
h  y (t  t h )
g 2
y (t )  v 0 sen q 0 t  t v 0 sen q 0
2 th 
g

2
 v sen q 0  g  v 0 sen q 0 
h  v 0 sen q 0  0    
 g  2 g 

Altura Máxima
2
 v sen q 0  g  v 0 sen q 0 
h  v 0 sen q 0  0    
 g  2 g 
v 02 sen 2q 0 g  v 02 sen 2q 0 
h   
g 2  g2  Trajetória simétrica!

2 2 2 2
v sen q 0 v sen q 0
0 0
h 
g 2g y

v 02 sen 2q 0 h
h
2g x

52
Exercício 3

Numa pista de motocross, o piloto e sua moto deixam uma rampa no ponto A e, após
voar por alguns segundos, retornam à pista no ponto B. (a) Com que velocidade eles
devem abandonar a rampa? (b) Com que velocidade eles tocam a pista, na retomada?

Resp.: (a) 18,3 m/s; (b) 24,0 m/s

Movimento Circular Uniforme


y

v


yp r
q
x
xp

Decompondo o vetor velocidade:

y y

  q
v v
 
r r
q q
x x
o
  90  q

53
Decompondo o vetor velocidade:

y y

q q
 
v v
 
r r
q q
x x

Decompondo o vetor velocidade:

y Para calcular o valor da aceleração centrípeta


decompomos o vetor velocidade:
q  
 
v v  v xi  v y j
yp  

 v   v sen q i  v cos q j
r
q
x
xp

Calculando a aceleração centrípeta

y Por outro lado, podemos escrever:

q yp
 sen q 
v
yp r
 xp
r cos q 
r
q
x
xp

54
Calculando a aceleração centrípeta

  
v   v sen q i  v cos q j
Substituindo a expressão
para seno e cosseno

 yp  xp 
v  v i v j
r r
 
 dv r  | r |  constante
Lembramos que a 
dt 
v  | v |  constante

Calculando a aceleração centrípeta


Substituindo, então, temos:


 dv d  y  x 
a     v p i  v p j 
dt dt  r r 

  v   dy  v   dx
a   i  p   j  p
 r  dt  r  dt

  v  v 
a    i v y   j v x
 r  r 

Calculando a aceleração centrípeta


Mas, como vimos,
v x   v sen q e v y  v cos q

  v  v  y
a    i v y   j v x
 r  r  q

v
Substituindo yp

r
 v 2  v2  q
a   cos q i  sen q j
r r x
xp

55
Calculando a aceleração centrípeta
Como já sabemos, a direção da aceleração é perpendicular a direção da
velocidade, apontando para o centro do círculo. Vamos calcular o módulo
da aceleração.

ac  (a x ) 2  (a y ) 2

v4 2 v4 2
ac  cos q  sen q
r2 r2
v2
ac  cos 2 q  sen 2
q
r
2
ac  v
r

Aceleração tangencial e radial


Considere o movimento de uma partícula em uma trajetória
curva, na qual a velocidade muda tanto de direção quanto de
módulo.

Aceleração tangencial: mudança na velocidade escalar;

dv
Aceleração radial: mudança na direção do vetor
at | |
dt

v2
a r  ac  
r

Aceleração tangencial e radial

• A aceleração centrípeta é a componente do vetor aceleração


total
  
a  ar  at
• Podemos escrever o movimento de uma partícula movendo-
se em um círculo com rapidez constante em termos do tempo
T necessário para uma volta completa, chamado período.

2 r
v 
T

56
Exercício 4
Você está em um carrinho de montanha russa, na parte
ascendente de uma das voltas. Neste momento, o carrinho viaja
a 20 m/s, perdendo rapidez à taxa de 5,0 m/s2. O raio de
curvatura do trilho é 25 m. Quais são os componentes centrípeta
e tangencial de sua aceleração neste instante?

Resp.: 16,0m/s2

Exercício 5

Um carro de autorama percorre uma pista


que contém um “loop”, como no esquema.
No ponto P são fornecidos:

  
v  (  1 , 00 i  1, 73 j )m / s
  
a t  ( 2 , 50 i  4 , 33 j )m / s 2
R  50 cm
0
q  30

(a) Determine a aceleração centrípeta no ponto P;

(b) A expressão cartesiana da aceleração do carro no ponto P.

Resp.: (a) 8,0m/s2; (b) (-4,43i -8,33j)m/s2

Unidade 4

57
Leis de Newton

As leis dos movimento

©2008 by W.H. Freeman


and Company

Introdução

58
Leis de Newton

Leis de Newton

Obra mais importante de história da


ciência – descreve as leis da
gravitação e lei de Newton

Nature and Nature's laws lay hid in night, God said: "Let Newton be," and all was light.
Alexander Pope

Leis de Newton
Físico e matemático inglês

Formulou conceitos e leis básicas da


mecânica
Lei da gravitação universal
Métodos matemáticos do cálculo

Explicou os movimentos dos planetas,


subidas das marés e muitas
características especiais dos movimentos
da lua e da Terra

Interpretou observações fundamentais


sobre a natureza da luz.

Estátua de Newton na Trinity college

59
O conceito de força

-Temos um conhecimento intuitivo do conceito de força.

F - Podemos definir força pelo efeito causado em uma


mola.

1 unidade
2F

A distância na qual a mola estica pode ser


utilizada para medir a intensidade da força

- Nem sempre força está associada a 1 unidade Lei de Hook, 1678


movimento. Principia, 1687

Forças são vetores


Uma força produz efeitos diferentes conforme a direção e sentido em que é aplicada,
o que sugere uma representação de tipo vetorial.

 
F1  F3
F1


F2
P
Sob a ação simultânea das

 3 forças, P permanece em equilíbrio.

F2


F3

Forças são vetores

A natureza vetorial de uma


força é testada com uma balança
de mola.

60
Tipos de força

TIPOS DE FORÇA

Força de contato:

Força de campo:

A nível macroscópico pode-se fazer esta divisão

Primeira Lei de Newton


Inicialmente se pensava que a tendência de um
corpo era a de parar


v


v
Inicialmente Galileu observou que excluindo as
causas externas da retardação de um movimento
a velocidade é mantida

v

61
Primeira Lei de Newton
Mesa de hóquei de ar – redução do atrito e consequentemente o corpo pode ser deslocado com
velocidade constante – em um movimento inercial.

Outro exemplo: nave espacial – para mudar sua velocidade precisa de um sistema de
propulsão, caso contrário anda sempre com v constante.

O princípio da inércia
Newton formalizou o enfoque do movimento realizado por Galileu e descreveu a sua primeira lei:

“Na ausência de forças agindo sobre um corpo, este tende a


permanecer em repouso ou movimento retilíneo uniforme.”

Quando não há forças agindo sobre um corpo, sua


aceleração é nula.


v

http://www.cleber_sm.oi.com.br/primeira_lei_newton-enunciado1.htm

Referenciais inerciais

A primeira lei de Newton define um conjunto especial de


sistemas de referência chamado referenciais inerciais.

“Um sistema de referência é chamado inercial se neste sistema a


primeira lei é válida.”

Qualquer sistema de referência em movimento com velocidade constante em relação a um referencial inercial,
é ele próprio, um referencial inercial.

A terra pode ser considerada um referencial inercial.

62
Resumindo...

A primeira lei de Newton explica o que ocorre a um


corpo quando nenhuma força age sobre ele: permanece
em repouso ou com velocidade constante.

Permite identificar um sistema de referência inercial

Permite identificar força como aquilo que modifica o


movimento

Segunda Lei de Newton


F
m

Superfície
sem atrito.


m
a

Segunda Lei de Newton

 m

F
m

Superfície
sem atrito.


a
m
2

63
Segunda Lei de Newton

 m

2F
m

Superfície
sem atrito.


m
a
m

A aceleração de um corpo é diretamente proporcional à força resultante agindo sobre ele e inversamente
proporcional a sua massa.

Segunda Lei de Newton

   
F ma F  ma
Está relacionado com a
Massa inercial
dificuldade em colocar um
corpo em movimento

“Massa inercial é a medida da resistência de um corpo a uma mudança


no movimento.”

Obs: “A massa inercial é igual em valor à massa gravitacional, que determina a atração gravitacional.”

Peso # Massa

Como quantificar a massa?



Comparando as acelerações que F produz em corpos distintos:
 
F a1
m1 m1

 
F a2
1kg 1kg


  a
m1a1  1kg a2 m1  kg 2
a1

64
Como quantificar a massa?
Conhecendo a massa de um corpo padrão podemos encontrar m 1


F 2m / s 2
m1 m1


F 4m / s 2
1kg 1kg

4m / s 2
m1  kg m1  2kg
2m / s 2
O que é massa? Propriedade que relaciona uma força que age sobre o corpo à aceleração
resultante.

Unidade de força

F 1 m / s2
1kg 1kg

1 N  1 kg m/s 2
Força que ao atuar sobre 1kg de massa produz aceleração de 1m/s2

Sistema de unidades Massa Aceleração Força


M L/T2 ML/T2
SI kg m/s2 N=kg.m/s2
CGS g cm/s2 dina
Sistema inglês slug ft/s2 lb=slug.ft/s2

Força Gravitacional e Peso


Um corpo próximo da superfície da Terra sofre uma aceleração g
que aponta na direção do centro da Terra.
g3

 
Força gravitacional: Fg  mg g2

g1

Peso: Fg  mg
g1>g2>g3

Observação: A aceleração gravitacional depende da distância do corpo em relação ao centro da terra,


conseqüentemente, o peso não é uma propriedade inerente a um corpo, como é a massa.

65
Uma outra forma de quantificar a massa

A massa desconhecida é colocada em um dos pratos e múltiplos ou frações da


massa padrão, são colocados no outro prato até que o equilíbrio da balança seja
atingido.
Desta forma a massa desconhecida por ser determinada, pois ambas as massas
estão submetidas à mesma força, a da gravidade.

Momento Linear

 
É interessante observar que a formulação F  m a não corresponde
à formulação original de Newton. Este começa definindo o momento
linear, também chamado de quantidade de movimento:

 
p  mv
O momento linear é o produto da massa da partícula por sua
velocidade.

Na seqüência, Newton afirma: “A variação do momento é proporcional à


força impressa, e tem direção da força.”

Assim:

 
dp d(mv)

dt dt
Considerando a massa constante:

 
d(mv) d(v) 
m  ma
dt dt
 
F  ma

66
Terceira Lei de Newton
Considere um astronauta (A) em órbita fora da estação espacial (E).

Se o A aplicar uma força na superfície da E, ele será acelerado no sentido contrário.


FAE ?

 
 vA vE
FAE

Terceira Lei de Newton

 
 vA vE
FAE

Se olharmos para o conjunto astronauta e estação espacial, podemos tratá-los como


um sistema isolado, ou seja, sem que outras forças atuem sobre ele. Assim escrevemos:


dp
0
dt

Terceira Lei de Newton


Após o astronauta empurrar a estação, ambos adquirem velocidade:

 
d[mA v A  m E v E ]
0
dt
 
dv dv
mA A  mE E  0
dt dt
 
m A aA  m E aE  0
 
FAE   FEA

67
Terceira Lei de Newton
De um modo geral, podemos afirmar:

“Se dois corpos interagem, a força



exercida pelo corpo 1 no corpo 2, F12
, é igual em módulo, mas oposta em direção à
força exercida pelo corpo 2 sobre o corpo 1.”

F21  
F12   F21

As forças de ação e de reação são sempre aplicadas em corpos diferentes e são do mesmo tipo (contato/campo)

Diagramas de corpo livre – método de simplificação



F
Exemplo 1:

 
N F


mg

Diagramas de corpo livre

Exemplo 2:


F 

68

 
F 

 
F
F
 
Para resolver um problema com diversas forças é necessário desenhar o
diagrama de corpo livre, determinar a resultante das forças nos eixos x,
y e z, e aplicar a segunda lei de Newton.


mg

“ Receita” para aplicar a 2a. Lei de Newton:

1. Escolha o sistema a ser estudado


2. Faça um esboço do sistema.
3. Escolha um sistema de coordenadas apropriado.
4. Identifique todas as forças que atuam sobre o sistema. Nomeie elas no DCL.
5. Aplique as Leis de Newton do movimento no sistema.

Exemplos de aplicação da segunda lei

Exemplo 1: Plano Inclinado:


Fg
q

69
Plano inclinado

Em problemas de plano
inclinado, uma boa
estratégia é colocar os
eixos x e y, com a mesma
inclinação do plano. q
q

Fg

Suponha que o bloco esteja descendo o plano inclinado


Fgx

q Fgy x
q  q
 Fg
Fg
F x  ma x
Em x será:
Fgx   Fgsenq  mgsenq
 mgsenq  m(a)
Em y será: Fgy   Fg cosq  mg cosq
a  gsenq

Exemplo de aplicação da segunda Lei

Exemplo 2: Máquina de Atwood:


a?

Movimento positivo no sentido T?
horário!

70
Máquina de Atwood
DCL:

Adicionado (1) e (2):

Objeto 1:

Substituindo (3) em (1):

Objeto 2:

Exemplo 3: Pendurando um quadro (Tipler pag. 106)

DCL:

o
60o 30o 30 
T2 30o
T2 
T1 60o
60o T1


Fg


Note que o quadro não deve se mover, ou seja,
F  0


F  0 30o
 
T2 y T2 T 60o T
1y 1
 
T2 x
F  0 x
T1x

Fg
F  0 y

Na direção x, temos,

F  0 x  T 2 sen 30 o  T1 sen 60 o  0

71
30o

F  0 x

T2 y T2 T 60o T
1y 1

F  0 y T2 x 
T1x

Fg
Na direção y, temos,

F  0 y T 2 cos 30 o  T1 cos 60 o  F g  0

30o
 
o
 T 2 sen 30  T1 sen 60  0 o
T2 y T2 T 60o T
1y 1
 
T2 x T1x
T 2 cos 30 o  T1 cos 60 o  F g  0 
Fg

 3 1
 T  T 0
 2 1 2 2

1 T  3 T  F
 2 1 2
2 g

3 1
T2  Fg ; T1  Fg
2 2

Aplicação
• Pesando-se em um elevador A leitura é igual ao módulo da força normal
que a balança exerce sobre o passageiro.

• Um passageiro ilustre está de pé em uma Do DCL, vemos que as forças que agem
balança no interior de um elevador. Qual é sobre o passageiro são normal e
a leitura da balança quando o elevador gravitacional.
está parado e quando está se movendo
para cima e para baixo? Devemos aplicar a 2ª Lei a referenciais
inerciais. Desta forma escolhemos o solo
como um referencial.

DCL F y  ma
FN  Fg  ma FN  Fg  ma
FN  mg  ma  m( g  a)
Logo a leitura da balança depende da
aceleração vertical.

72
Exemplo 4:Um bloco empurra outro
Um bloco empurra outro
• Aceleração do sistema?
• A força entre os dois blocos?

Força de contato: Isola-se um dos blocos


Diagrama de corpo livre:

Exercício 1

Exercício 2

73
Unidade 5

Aplicações das Leis de Newton

Lei da Gravitação Universal

A magnitude da força entre 1 e 2 é diretamente proporcional ao produto


das massas e inversamente proporcional ao quadrado da distância.

74
Lei da Gravitação Universal

Lei da Gravitação Universal

A constante G é chamada de constante gravitacional. Seu valor no SI é:

A força entre dois corpos de massa 1kg situados a um metro de


distância é 6,67 10 11 N

A interação gravitacional é a mais fraca das interações fundamentais

Interações Eletromagnéticas: liga os átomos e moléculas em


compostos para formar a matéria comum.

q1
r12

q2

Cargas de mesmo tipo


Cargas de tipos diferente


 F12
F12
q1
q1
 
F21 F21
q2
q2

75
Interações Eletromagnéticas

Lei de Coulomb
q1

q2

A força entre dois corpos de carga 1C situados a um metro de


distância é 9  10 9 N

Obs: a Lei de Coulomb descreve apenas as interações eletrostáticas.

- Quando as cargas encontram-se em repouso –


quando há movimento, forças magnéticas devem ser consideradas.

Interações forte

A menor quantidade de carga isolada encontrada na natureza é


a carga de um próton ou de um elétron.

e  1,9  10 19 C
Segunda metade século XX: teoria de que
prótons e neutrôns sejam
constituídos de partículas menores

Cromodinâmica
Quarks quântica

2 1
e ou - e
3 3

Lei de Hooke: relacionada com energia potencial elástica


Homenagem a Robert Hooke – cientista inglês século XVII

Sentido sempre oposto ao deslocamento da extremidade livre da mola


  x0 x0
F  k x
Constante

Quando a mola é comprimida:

Quando a mola é distendida:

0 x

k Constante de mola – constante elástica – medida da rigidez da mola

Quanto maior o valor de k maior a resistência ao deslocamento

76
Força de atrito - história

Atrito estático e atrito cinético

Atrito estático e atrito cinético

77
Coeficientes de atrito

Medidas de força de atrito: sistema de blocos

Medidas da força de atrito: plano inclinado

78
Atrito de rolamento
• A força de atrito de rolamento (fr) é aquela que
desacelera naturalmente o movimento de uma roda
que rola sobre uma superfície horizontal plana.

f r  r N

Atrito de rolamento

• A origem da força de atrito de rolamento está na


deformação sofrida pela roda e na separação das
superfícies durante o rolamento.

Forças que atuam sobre um automóvel de tração dianteira, que acelera a partir
do repouso.

O motor transmite potência para o eixo que faz com que as rodas dianteiras girem. Se
a estrada fosse sem atrito, essas rodam patinariam. Com o atrito existente, a força de
atrito exercida pela estrada sobre os pneus aponta para frente, em oposição à tendência
da superfície do pneu de escorregar para trás.

©2008 by W.H. Freeman and Company

79
Os freios ABS

• Os freios ABS – Antilock


Breaking Systems -
impedem o travamento
das rodas durante a
frenagem. Logo, a
desaceleração do
veículo se dá pela
atuação da força de
atrito estático.

Atrito em fluidos: força de arraste

Força de arraste e velocidade terminal

80
Velocidade terminal: queda dos corpos
Dividindo por m

Quando a aceleração torna-se nula, temos:

E a partícula atinge a velocidade terminal:

Velocidade terminal: queda dos corpos

Força resistiva proporcional ao quadrado da velocidade

A força de arraste é proporcional a


densidade do ar. Para grandes altitudes
a densidade do ar é menor e portanto a
força de arraste é menor

Aviões voam a altitudes


elevadas para aproveitar a
reduzida força de
resistência do ar

Possibilita atingir velocidades maiores até um


dado limite – equilibrio entre voar mais alto e
com velocidade maior
http://www.youtube.com/watch?v=_43tiYFq-tQ

81
Melhor aproximação para a força de arraste

Força no Movimento Circular Uniforme

Movimento circular uniforme

82
Exemplo: Fazendo uma curva em uma pista inclinada

Estude a relação entre a inclinação da curva e o coef. de atrito estático.

Exemplo: Fazendo uma curva em uma pista inclinada

As forças que atuam no carro neste momento são:

A força centrípeta é composta pelas projeções das forças em x

Exemplo: Fazendo uma curva em uma pista inclinada

83
Exemplo: Fazendo uma curva em uma pista inclinada

As equações são, portanto,

Dividindo uma equação pela outra:

Se q = 0: Se s = 0:
2
v
s 
gr

84
Exemplo: Força normal e movimento circular

Movimento circular não uniforme

Exemplo
Uma pequena esfera de massa m
está ligada a um fio de comprimento
R, que gira sob a influência da força
gravitacional em um círculo vertical
ao redor de um ponto fixo O.
Determine a tensão no fio, quando a
velocidade escalar da esfera é v e
quando o fio faz um ângulo θ com a
vertical.

85
Exemplo

Quando a esfera está no topo:

Quando a esfera está no fundo:

Exercícios de fixação

1. Um bloco encontra-se em repouso sobre um plano inclinado que forma


um ângulo θ com a horizontal. O bloco está na iminência de entrar em
movimento e o coeficiente de atrito entre o bloco e o plano inclinado é
µ. Calcular a força de atrito que mantém o bloco em repouso.

2. Um bloco desliza sobre um plano inclinado de 30 graus em


relação a horizontal. Se o coeficiente de atrito entre o bloco
e o plano é µ = 0,35, calcule a aceleração do bloco ao longo
do plano inclinado.
3. Uma esfera de chumbo de massa m = 30 g está presa na
extremidade de uma corda de comprimento L = 0,50 m e
gira em torno de um pino, descrevendo no plano horizontal
uma trajetória circular, com velocidade constante v = 4 m/s.
Determinar a força que a corda exerce sobre a esfera para
manter o movimento circular e uniforme.

86
4. Uma esfera de massa M, presa ao teto por uma corda de
comprimento L, se move em uma circunferência horizontal de
raio R com velocidade constante (a corda descreve um cone
perfeito). Um arranjo desse tipo, é denominado de pêndulo
cônico. Determinar a força de tração da corda e a aceleração
radial do movimento.

Unidade 6

Trabalho e transferência de
energia

87
Introdução

“Na natureza, nada se cria, nada se perde, tudo se


transforma”
Antoine Lavosier, 1774

Porque?

Leis de conservação

O que são estas leis


A que se referem? Conservação do que?
de conservação?

Introdução
No mundo físico existem várias leis de
conservação, algumas exatas, outras aproximadas

Basicamente uma lei de conservação é a consequência


de alguma simetria básica do universo

Leis de conservação

Energia Momento Angular

Massa

Número barônico Momento Linear

Carga elétrica

Conservação de Energia

É uma manifestação de invariância sob uma


translação temporal

Ex: um objeto cai no mesmo tempo


independente do dia da semana no qual foi
lançado (translação temporal – deslocamento
do tempo).

88
Conservação do Momento Linear

Ao se deslocarem, os objetos apresentam


uma velocidade “v” e uma massa “m”

O produto m.v representa o momento linear ou quantidade de movimento do corpo

Esta quantidade se conserva em processos físicos

É a lei de conservação central para o estudo de colisões (macro e


microscópicamente)

Conservação do Momento Linear

A conservação do momento linear é uma manifestação de invariância sob uma translação


espacial

Mesmo que se mude o espaço no qual a variação ocorre


não se altera o momento (translação espacial)

Ex: um objeto cai no mesmo tempo independente do


telhado do qual foi lançado, desde que a altura seja a
mesma (translação espacial– deslocamento do espaço).

Conservação do Momento Angular

Consideremos um objeto em uma trajetória circular

O produto m.v.r representa o momento angular

Esta quantidade se conserva em processos físicos

É esta lei de conservação, que explica a maior facilidade em se equilibrar em uma bicicleta
em movimento do que parada.

89
Conservação do Momento Angular

A conservação do momento angular é uma


manifestação de invariância sob uma rotação

Se o sistema físico se conserva,


independente de como está orientado no
espaço, girando ou não, o momento angular é
conservado

Leis de Conservação

Resultam de invariâncias inerentes à transformações


ocorridas em sistemas físicos

As invariâncias se originam de simetrias

Simetrias são consequência da ação de


forças e tema que ainda necessita de
pesquisas

Leis de Conservação

“Existe um fato ou, se você preferir, uma lei


que governa todos os fenômenos naturais
conhecidos até agora. Não se conhece
nenhuma exceção a essa lei – ela é exata,
pelo que sabemos. A lei chama-se
conservação da energia... Não é a descrição
de um mecanismo ou de algo concreto; é
apenas um fato estranho de que podemos
calcular certo número e, quando
terminamos de observar a natureza em suas
peripécias e calculamos o número de novo,
ele é o mesmo.”
Richard Feynman – Lectures on Physics

90
Historicamente…

Em 1638, Galileu publicou


sua análise de diversas
situações nas quais a energia
potencial é convertida em
energia cinética e vice-versa.

A primeira tentativa de expressar matematicamente a


conservação da energia deve-se a Leibniz. (1676)

Historicamente…

A energia se transforma…

91
Conceituando trabalho ...

O trabalho é pensado como algo


que requer esforço físico ou
mental.
Mas em física, o trabalho está
relacionado à transferência de
energia.

Exemplo: quando esticamos uma


mola puxando-a com a mão,
energia é transferida de você para
a mola e esta energia é igual ao
trabalho realizado pela força de sua
mão sobre a mola.
©2008 by W.H. Freeman and Company
A energia transferida para a mola,
fica evidente quando você a solta e
a observa contrair rapidamente e
vibrar.

Trabalho

Se você empurrar um objeto por uma dada


distância, subir uma montanha, jogar uma
pedra… você estará realizando trabalho

Trabalho

E ao abrir uma porta? Por que a maçaneta da porta é na parte


mais externa da mesma?

Relação com a força aplicada e com a


distância ao eixo de rotação.

92
Trabalho

O trabalho W feito por uma força constante sobre o sistema é o produto da


componente Fcosθ da força na direção do deslocamento, pelo módulo do
deslocamento d:

Note: uma força não realiza trabalho sobre um sistema se o ponto de aplicação da força não se mover, ou seja, d=0.

Trabalho

Trabalho

• Qual é a fórmula dimensional da grandeza


física trabalho (M L T)?

[W ]  [ F ][ d ][cos q ]
2
[W ]  ( M . L .T ). L
2 2
[W ]  ML T

93
Exemplo

Uma senhora puxa uma mala com uma força de 50,0N. A força
faz um ângulo de 30o com a horizontal. Considerando um
deslocamento de 3,0m para a direita, calcule o trabalho realizado
por esta força!

W  F .d . cos q
W  (50)(3) cos 300
W  130 N .m  130 J

Trabalho da Força centrípeta

deslocameno

Trabalho

94
Energia cinética e trabalho

Energia cinética e trabalho

v 2f  v i2  2 a x d

Energia cinética e trabalho

95
Energia cinética e trabalho

Energia cinética e trabalho

Energia cinética

• Qual é a fórmula dimensional da grandeza


física energia cinética (M L T)?

[ K ]  [1 / 2 ][ m ][ v 2 ]
[ K ]  M .( L / T ) 2
[ K ]  ML 2 T 2

96
Trabalho realizado pela força peso

Trabalho realizado pela força peso

Trabalho realizado pela força peso

97
Exemplo

Qual o trabalho realizado pela


força gravitacional?

Qual o trabalho realizado pela


força gravitacional?

98
Qual o trabalho realizado pela
força normal?

Qual o trabalho realizado pela


força de tração?

Exercício
• Prove que o trabalho realizado pela força
gravitacional (peso) de um corpo não depende da
trajetória (caminho), depende apenas da sua altura.
Na prática isso quer dizer que, tanto faz você subir
um prédio de 10 andares pelas escadas ou pelo
elevador, o trabalho do nosso peso é o mesmo, só
depende da altura do prédio!

99
Trabalho realizado por uma força variável

Trabalho realizado por uma força variável

Área

Exemplo: Força elástica; força que um cinto de segurança exerce sobre um passageiro de um
automóvel no caso de uma redução brusca de velocidade.

Trabalho realizado por uma mola

Força restauradora

Age em direção a posição de equilíbrio

100
Trabalho realizado por uma mola

 kx f

Trabalho realizado por uma mola

 kx f

Trabalho realizado por uma mola

101
Exemplo

Exemplo

Exemplo

102
Mudança na energia cinética do sistema devida ao atrito
Considere um bloco que foi lançado por uma superfície. Imagine que o bloco tenha
uma velocidade inicial e que se torne mais lento devido ao atrito como a única força
na direção horizontal. A força resultante sobre o bloco é a força de atrito cinético, que
tem direção oposta ao deslocamento.

1 2 1 2
(  Fx )Dx   f k Dx  mv f  mvi  DK
2 2
Se existem outras forças além do atrito agindo sobre o corpo, a mudança
na energia cinética é a soma da mudança devida às outras forças (vindas
do teorema do trabalho e energia cinética) e da mudança devida ao atrito:

DK   fk Dx  Woutras forças

Potência
Pense na seguinte situação:

Dois carros saem da praia em direção a serra. Um dos carros realiza a viagem em
1hora, o outro demora 2horas para chegar. Qual dos carros realizou maior
trabalho?

Nenhum dos dois.

O Trabalho foi exatamente o mesmo. Entretanto, o carro que andou mais rápido
desenvolveu uma Potência maior.

Potência

Trabalho: mecanismo de transferência de energia de um corpo


para outro

A taxa temporal com que a energia é transferida de um corpo


para outro é chamada POTÊNCIA

Potência média quando realizado trabalho por uma força externa em um


intervalo de tempo Dt

103
Potência Instantânea

Valor limite da potência média quando o intervalo


de tempo se aproxima de zero.

Valor infinitesimal de trabalho

Potência

Potência

104
Potência

Importante:

O trabalho é uma das formas de transferência de energia,


existem outras formas... Ondas mecânicas, calor, transferência
de matéria, transmissão elétrica e radiação eletromagnética.

Potência – Expressão geral

Taxa na qual a energia está


atravessando a fronteira do
sistema para um dado mecanismo
de transferência

Potência – unidades

Sistema inglês de unidades: HP (Horse Power) = 550 ft.lb/s=746W

105
Potência – unidades
1kwh – quilowatt-hora: energia transferida em 1 hora à taxa constante de 1kW.

Energia
1kWh=(103W).(3600s)=3,60x106J

Exemplo: Potência de um motor

Um pequeno motor é usado para operar um elevador que pesa 500N até uma
altura de 10m, em 20s, com velocidade constante. Sabendo que a carga total
do elevador nesta condição é de 300N, calcule a potência necessária a ser
desenvolvida pelo motor para relizar este trabalho.

Exemplo: Potência de um motor

106
Unidade 7

Energia potencial

Energia Potencial

Gravitacional Elástica

Associada ao estado de separação entre dois


ou mais corpos que se atraem através da Associada ao estado de compressão ou
força gravitacional distensão de um objeto elástico.

Este tipo de energia fica armazenada


no sistema podendo ser utilizada para
produzir trabalho (movimento)

107
Energia Potencial

Energia Potencial

Energia potencial

Energia Potencial

Sabendo que trabalho é a energia transferida para o sistema


ou para fora deste sistema, e conhecendo a expressão que
define energia potencial, podemos escrever o trabalho como
sendo a variação da energia potencial do sistema.

A expressão é válida somente quando não há energia


dissipada na forma de calor (atrito)

108
Energia potencial

• Qual é a fórmula dimensional da grandeza


física energia potencial (M L T)?

[U ]  [ m ][ g ][ h ]
[U ]  M .( L / T 2 ). L
[U ]  ML 2 T 2

Energia Mecânica em um sistema isolado

Energia Mecânica em um sistema isolado

109
Energia Mecânica em um sistema isolado

Soma das energias cinética e potencial de um sistema

Energia potencial Gravitacional

v =0; K=0, U>0, y=ymáx


(1)

(2)

vo
(3)
K>0, U=0, y=0
vo
mv 2
K + U =E =  mgy
2

Exemplo: Bola caindo em queda livre

110
Exemplo: Bola caindo em queda livre

Exemplo: Bola caindo em queda livre

A velocidade está relacionada apenas com a gravidade no local e a


diferença de altura entre a posição final e inicial

Forças Conservativas e não conservativas

A energia potencial gravitacional depende apenas da altura vertical do corpo acima da superfície
da Terra.

A quantidade de trabalho realizado sobre um sistema corpo-Terra se o corpo é levantado


verticalmente da Terra ou se ele começa do mesmo ponto e é empurrado sobre um plano
inclinado é a mesma.

Independe da trajetória

111
Forças Conservativas e não conservativas

Forças Conservativas e não conservativas

Se uma força muda o estado de um sistema e se uma


mudança de energia potencial pode ser associada a essa
mudança de estado, dizemos que a força é conservativa

Caso contrário é uma força não conservativa

Força gravitacional (peso)


Força elástica
Força de arraste
Força de atrito

Forças Conservativas e não conservativas

112
Forças Conservativas e não conservativas
Testes para verificação

Um objeto (bola) lançado para cima retornando ao mesmo lugar percorre um circuito fechado.

A energia que é fornecida ao objeto ao arremessá-lo é armazenada como energia potencial do sistema bola-Terra.

A variação total de energia potencial do sistema para qualquer circuito fechado deve ser nula D U=0 e W=0.

Ao completar o circuito fechado toda a energia armazenada durante a subida é transformada em energia cinética

Uma força é conservativa se o trabalho realizado por ela numa partícula


que percorre um circuito fechado é igual a zero, caso contrário é não
conservativa.

Forças Conservativas e não conservativas


Exemplos

Força gravitacional é conservativa W W


(-) (+)

v
Força de atrito é não-conservativa
W
Fat
(-)
v
W
Fat
(-)

Forças Conservativas e não conservativas

113
Conservação de Energia

Generalização

Para um sistema isolado

DK  DU  DEint  0
Onde DEint representa a variação da energia interna sob a forma, por exemplo, de energia térmica.

De forma ainda mais geral:


DK  DU  DEint  ( )  0
Onde  representa a variação de todas as outras formas de energia.

Lei de Conservação de Energia

Num sistema isolado, a energia pode ser transformada de uma


forma para outra, mas a energia total do sistema permanece
constante.

Esta lei é confirmada experimentalmente, nunca tendo sido


violada em nenhuma experiência ou observação na natureza.

Força conservativa: Força elástica

Depende apenas das posições inicial e final da mola


– é nulo para um sistema fechado

Forma como a energia é


armazenada no sistema

114
Força dissipativa e energia interna

Exemplo: caixa deslizando sobre uma rampa

Exemplo: caixa deslizando sobre uma rampa

yi
sen30 0 
1,00

115
Exemplo: caixa deslizando sobre uma rampa

Energia potencial para forças gravitacionais

Energia potencial gravitacional para corpos


Para baixo em direção a Terra próximos a superfície da terra

A força gravitacional é conservativa

Energia potencial para forças gravitacionais

A força gravitacional é conservativa: pode-se identificar uma função energia potencial tal que o trabalho feito pela força
depende apenas dos valores inicial e final da função.

116
Energia potencial para forças gravitacionais

Energia potencial para forças gravitacionais

Energia potencial para forças gravitacionais

117
Energia potencial para forças gravitacionais

Exemplo: mudança na energia potencial

Exemplo: mudança na energia potencial

118
Exemplo: mudança na energia potencial

Fg GM T 
g  r
m r2

Energia potencial elétrica

Lei de Coloumb

Energia potencial elétrica


Para sistemas de corpos sob ação de uma força atrativa, a energia potencial diminui na medida em que os corpos se
aproximam.

Definimos a energia potencial como sendo nula em uma separação infinita, logo para todas as separações reais a
energia tende a ser menor que a inicial.

Força gravitacional – sempre ocorre atração – logo o sinal negativo é explicitado na função.

Força elétrica – atrativa ou repulsiva – o sinal da expressão é resultado do produto das cargas com seus respectivos
sinais (positiva ou negativa).

Fazer com que partículas que se repelem possam se juntar a partir de uma separação infinita requer que trabalho seja
feito sobre o sistema, aumentando a energia potencial.

119
Diagramas de energia e estabilidade do equilíbrio
Um diagrama de energia mostra a energia potencial do sistema como função da posição de um dos membros do
sistema.

Diagramas de energia e estabilidade do equilíbrio

A força é igual ao negativo da inclinação da curva de Us contra x.

Diagramas de energia e estabilidade do equilíbrio


Um par de átomos neutros ou moléculas é sujeito a duas forças distintas no limite de maior e
menor separação: uma força atrativa a grande distância e uma força repulsiva em menores
distâncias. O potencial de Lennard-Jones é um modelo matemático simples que representa
este comportamento.

120
Exercícios de fixação
1. Considere um carrinho de 150 kg, colocado inicialmente em repouso no topo de uma
montanha-russa e altura 25,0 m em relação ao solo. (a) Qual é a energia potencial
gravitacional armazenada no sistema carrinho-Terra (em relação ao solo) no instante inicial
(ponto A)? (b) Qual é a energia cinética do carrinho no instante em que sua altura em
relação ao solo é de 10,0 m (ponto B)? Desprezar atritos e a resistência do ar.
2. Os sistema mola-massa é conservativo. O corpo de massa 2,50 kg está apoiado em uma
superfície horizontal encostado a uma mola de constante elástica 150 N/m, a qual se
encontra comprimida de 15,0 cm por este corpo. Em certo instante, o fio que prende o
corpo se rompe, a mola se distende e o corpo é empurrado para frente perdendo o contato
com a mola ao passar pelo ponto B. Qual a velocidade com que o corpo abandona a mola
em B?

(Ex. 2)
(Ex. 1)

Unidade 8

Momento e colisões

121
Momento linear e sua conservação

Consideremos a seguinte situação….

v=2,0m/s

v=2,0m/s

O que geraria mais estrago????

Momento linear e sua conservação

Momento linear e sua conservação

reduz a

122
Momento e sistemas isolados

Lei de conservação do momento


linear

Momento e sistemas isolados

Exemplo 1: recuo do canhão

Um canhão montado, apontando numa direção 30 graus com a horizontal, atira uma bala de 50kg, cuja
velocidade na boca do canhão é de 300m/s. A massa total do canhão é de 5 toneladas. Calcule a
velocidade de recuo do canhão.

123
Exemplo 1: recuo do canhão

vx

Exemplo 1: recuo do canhão

Exemplo 2: patinadores
Um garoto de 60kg e uma garota de 40kg, ambos de patins, estão de frente um para o outro em repouso. A garota
empurra o garoto mandando-o para leste com velocidade escalar de 4,0m/s. Qual o módulo e sentido da
velocidade da garota?

phi  pmi  phf  pmf


0  60  0  40  4  60  40  v
v  6,0m / s
Sentido: oeste

124
Impulso e momento

Impulso e momento

Impulso e momento

125
Exemplo 3: Força média

Exemplo 3: Força média

Exemplo 3: Força média

126
Exemplo 4: Brincadeira de mau gosto
Em uma brincadeirinha de mau gosto, alguém puxa uma cadeira quando uma pessoa
está prestes a se sentar, fazendo com que a vítima caia no chão. Suponha que a vítima
tem 70kg e que cai de uma altura de 0,50m e a colisão com o piso dura 0,082s. Quais
são os módulos (a) do impulso e (b) da força média aplicada pelo piso sobre a pessoa
durante a colisão?
I  D p  p f  p i  m .v f  m .v i
vf  ?
Consideran do que temos um movimento em queda livre, fazemos :
2 2
v f  vi  2 g D y
v f 2  0  2  9 ,8  0 , 5
v f  3 ,13 m / s
Assim calculamos o impulso :
I  D p  p f  p i  70  3 ,13  0  219 ,13 kg .m / s
Para calcular a força devemos lembrar que :
D P 219 ,13
F    2672 ,3 N
Dt 0 , 082

Colisões
O termo colisão é usado tanto para descrever interações macroscópicas de
contato, quanto interações microscópicas por meio de campos.

O objetivo do estudo de colisões é determinar o estado final, dada as condições


iniciais, mesmo que os detalhes do que o ocorre durante a interação sejam
desconhecidos.

Colisões
A forças envolvidas em um processo de colisão podem ser extremamente complicadas. Mas, considerando o sistema
isolado, podemos aplicar a conservação do momento.

Uma colisão é chamada de elástica quando a energia cinética do sistema é


conservada

Uma colisão é perfeitamente inelástica, quando os corpos movimentam-se


juntos, após a colisão.

http://www.walter-fendt.de/ph14br/collision_br.htm

127
Colisões unidimensionais perfeitamente inelásticas
Considere dois corpos de massa m1 e m2 em movimento
com velocidades v1i e v2i, como na figura.

Se a colisão é perfeitamente inelástica os corpos ficam


grudados após a colisão. Ou seja, eles se movem com a mesma
velocidade. Como o momento se conserva, podemos escrever:

m 1 v 1i  m 2 v 2i  ( m 1  m 2 )v f

m1 v1i  m 2 v 2i
vf 
( m1  m 2 )

Colisões unidimensionais elásticas

Considere uma colisão perfeitamente elástica, como momento e


energia cinética se conservam, podemos escrever:

Conservação de momento linear

m 1 v 1i  m 2 v 2 i  m 1 v1 f  m 2 v 2 f

Conservação de energia cinética

1 1 1 1
m 1 v 12i  m 2 v 22i  m 1 v 12 f  m 2 v 22 f
2 2 2 2

Colisões unidimensionais elásticas


Normalmente, em um problema de colisão queremos obter as velocidades pós-colisionais, portanto, temos duas
incógnitas e duas equações.

1 1 1 1
m 1 v 12i  m 2 v 22i  m 1 v 12 f  m 2 v 22 f
2 2 2 2

m 1 v 12i  m 2 v 22i  m 1 v 12 f  m 2 v 22 f

m 1 v 12i  m 1 v 12 f  m 2 v 22 f  m 2 v 22i

m 1 ( v 12i  v 12 f )  m 2 ( v 22 f  v 22i )

128
Colisões unidimensionais elásticas

m 1 ( v 12i  v 12 f )  m 2 ( v 22 f  v 22i )

m 1 ( v 1 i  v 1 f )( v 1 i  v 1 f )  m 2 ( v 2 f  v 2 i )( v 2 f  v 2 i )

Da equação da conservação do momento linear temos:

m 1 v 1i  m 2 v 2 i  m 1 v1 f  m 2 v 2 f

m 1 v 1i  m 1 v1 f  m 2 v 2 f  m 2 v 2 i

m 1 (v1i  v1 f )  m 2 (v 2 f  v 2 i )

Colisões unidimensionais elásticas

m 1 ( v 1 i  v 1 f )( v 1 i  v 1 f )  m 2 ( v 2 f  v 2 i )( v 2 f  v 2 i )

m 1 (v1i  v1 f )  m 2 (v 2 f  v 2 i )

m 1 ( v 1 i  v 1 f )( v 1 i  v 1 f ) m 2 ( v 2 f  v 2 i )( v 2 f  v 2 i )

m 1 (v 1i  v1 f ) m 2 (v 2 f  v 2 i )

v 1i  v 1 f  v 2 f  v 2i A velocidade escalar relativa dos dois


corpos antes da colisão é idêntica ao
negativo da velocidade escalar relativa
v 1i  v 2i   (v1 f  v 2 f ) deles após a colisão

Colisões unidimensionais elásticas


v 1i  v 2i   (v1 f  v 2 f )

m 1 v 1i  m 2 v 2 i  m 1 v1 f  m 2 v 2 f

Resolvendo o sistema de duas equações e duas incógnitas, vamos obter:

 m  m2   2m 2 
v 1 f   1  v 1 i    v 2 i Deve-se tomar

 m1  m 2   m1  m 2  atenção aos sinais


das velocidades

 2m1   m  m1 
v 2 f    v 1 i   2  v 2 i
 m1  m 2   m1  m 2 
Exercício: Junte as duas equações e encontre os equações das velocidades acima

129
Colisões unidimensionais elásticas
 m  m2   2m 2 
v1 f   1  v1i    v 2 i
 m1  m 2   m1  m 2 

 2 m1   m  m1 
v 2 f   v1i   2 v 2i
 m1  m 2   m1  m 2 

Notem que, quando as massas das partículas são iguais, as


expressões acima reduzem-se a

v1 f  v 2i É o que ocorre numa partida de


bilhar por exemplo.

v 2 f  v1i

Os corpos trocam suas velocidades se têm massas iguais.

Colisões unidimensionais elásticas

 m  m2   2m 2 
v 1 f   1  v 1 i    v 2 i
m
 1  m 2   m1  m 2 
 2m1   m  m1 
v 2 f    v 1 i   2  v 2 i
 m1  m 2   m1  m 2 
Se a partícula 2 está inicialmente em repouso as equações acima ficam na forma:

 m  m2 
v 1 f   1  v 1 i
 m1  m 2 
 2m1 
v 2 f    v 1 i
 m1  m2 

Colisões unidimensionais elásticas

 m  m2   2m1 
v 1 f   1  v 1 i v 2 f    v 1 i
 m1  m 2   m1  m2 

Se a massa da partícula 1 é muito maior que a massa da partícula 2, vamos obter:

m1  m2  m1 m1  m 2  m1

v 1 f  v 1i v 2 f  2 v 1i
Quando um corpo pesado colide com um corpo leve inicialmente em repouso, o corpo pesado não
altera seu movimento, e o corpo leve é refletido com o dobro da velocidade escalar inicial do corpo
pesado.

Lembre-se da introdução: Colisão entre você e um caminhão!

130
Colisões unidimensionais elásticas

 m  m2   2m1 
v 1 f   1  v 1 i v 2 f    v 1 i
 m1  m 2   m1  m2 

Se a massa da partícula 2 é muito maior que a massa da partícula 1, vamos obter:

m1  m2  m2 m1  m 2  m 2

v 1 f   v 1i v2 f  0

Quando um corpo leve colide com um corpo pesado em repouso, o corpo leve é refletido e o corpo
pesado permanece em repouso.

Lembre-se da introdução: a colisão entre a abelha e você!

Exemplo: colisão de trânsito


Um carro de 1800 kg parado em um sinal de trânsito sofre uma
colisão traseira de um carro de 900 kg e os dois ficam presos
um ao outro. Se o carro menor estava em movimento a 20 m/s
antes da colisão, qual é a velocidade escalar dos carros após a
colisão?

O momento total antes da colisão é o momento do carro menor, porque o outro estava parado, logo

p i  m 1 v i  ( 900 kg )( 20 , 0 m / s )  1, 80  10 4 kg m / s
Após a colisão, a massa que está em movimento é a soma das massas, portanto o momento após a colisão será

p f  ( m 1  m 2 ) v f  (2700 kg ) v f

Exemplo: colisão de trânsito

Igualando o momento inicial e final vamos obter a velocidade após a colisão.

pi  p f

1, 80  10 4 kg m / s  ( 2700 kg ) v f

1, 80  10 4 kg m / s
vf 
2700 kg

v f  6 , 67 m / s

131
Colisões Bidimensionais

 
pi  p f

m 1 v 1 ix  m 2 v 2 ix  m 1 v 1 fx  m 2 v 2 fx

m 1 v 1 iy  m 2 v 2 iy  m 1 v 1 fy  m 2 v 2 fy

Colisões Bidimensionais

Colisão oblíqua com v2i=0

Em x:
m 1 v 1 i  0  m 1 v 1 f cos q  m 2 v 2 f cos 
Em y:
0  0  m 1 v 1 f sen q  m 2 v 2 f sen 
Se a colisão for elástica, ainda podemos escrever (cons. da energ. cinética):

1 1 1 3 eqs. e 4 incógnitas!
m 1 v 12i  m 1 v 12 f  m 2 v 22 f
2 2 2

Procedimento para colisões bidimensionais

• Estabeleça um sistema de coordenadas. O eixo x deve coincidir com uma


das velocidades iniciais.
• Escreva expressões para as componentes x e y do momento de cada corpo
antes e após a colisão. Cuidado com os sinais!
• Escreva as expressões para o momento total na direção x antes e após a
colisão, e iguale os dois. Repita para a direção y.
• Resolva as equações para as grandezas desconhecidas.
• Se a colisão é inelástica, a energia cinética não é conservada!
• Se a colisão é perfeitamente inelástica, as velocidades finais dos dois
corpos são iguais!
• Se a colisão é elástica, a energia cinética se conserva!

132
Exemplo: colisão de trânsito
Um carro de 1500 kg indo para leste à velocidade escalar de 25,0 m/s colide com outro de 2500 kg indo para norte com
velocidade de 20,0m/s como mostrado na figura. Encontre a direção e o módulo da velocidade dos destroços após a
colisão, supondo que os veículos realizem uma colisão perfeitamente inelástica.

Velocidades finais iguais!

Antes da colisão somente o carro branco tem velocidade em x.

 p xi  (1500 kg )( 25 m / s )

 p xi  3 , 75  10 4 kg m / s

Após a colisão os destroços vão mover-se com


velocidade v e ângulo q.

Exemplo: colisão de trânsito

O módulo do momento total em x após a colisão é

 p xf  ( 4000 kg ) v cos q

O momento em x se conserva, portanto,

3 , 5  10 4 kg m / s  ( 4000 kg ) v cos q

O momento em y é o momento do carro de azul. Aplicando a conservação do momento em y, temos

 p yi   p yf

Exemplo: colisão de trânsito

 p yi   p yf

( 2500 kg )( 20 m / s )  ( 4000 kg ) v sen q

5  10 4 kg m / s  ( 4000 kg ) v sen q

Dividindo a equação acima pela equação,

3 , 5  10 4 kg m / s  ( 4000 kg ) v cos q

133
Exemplo: colisão de trânsito

5  10 4 kg m / s  ( 4000 kg ) v sen q

3 , 5  10 4 kg m / s  ( 4000 kg ) v cos q

5  10 4
tan q  4
 q  53 ,1 
3 , 75  10

Substituindo o ângulo na equação abaixo, temos,

5  10 4 kg m / s  ( 4000 kg ) v sen( 53 ,1  )

5  10 4 kg m / s
v  v  15 , 6 m / s
( 4000 kg ) sen( 53 ,1  )

Exercício
• Um corpo de massa m1, com rapidez inicial de 20m/s, sofre uma colisão
não frontal com um segundo corpo, de massa m2. O segundo corpo está
inicialmente em repouso. Depois da colisão, o primeiro corpo está se
movendo a 15m/s, a um ângulo de 250 graus com a orientação de sua
velocidade inicial. Qual é a orientação de afastamento do segundo corpo?
Resposta: θ=-450

Centro de Massa
É o ponto que se move como se toda a massa de um
sistema estivesse concentrada neste ponto e todas as
forças externas estivessem aplicadas neste ponto.

O centro de massa não precisa necessariamente estar


localizado no centro geométrico do corpo, pode inclusive
estar localizado fora dele.

134
C.M. de um sistema de duas partículas

C.M. de um sistema de duas partículas

Cálculo do Centro de Massa

135
Centro de Massa

O sistema neste caso se comporta como uma partícula –


pode-se assim localizar o centro de massa

Centro de Massa

Até agora sempre julgamos que a força era aplicada exatamente na posição na qual não ocorria
rotação – no centro de massa – próximo capítulo – mov. rotacional

Cálculo do C.M.

136
Exemplo: C.M. do sistema Terra-Sol

Resposta: 450 km

Generalização para N-partículas

Generalização para 3-D

137
2ª. Lei de Newton para um sistema de partículas

Exemplo – Centro de massa de três partículas

Exemplo – Centro de massa de três partículas

138
Exemplo – Centro de massa de três partículas

Exemplo

Resposta:

Centro de massa de um corpo extenso

139
Exemplo: c.m. de uma barra uniforme

• Mostre que o c. m. de uma barra de massa M e comprimento L fica a meio


caminho entre suas extremidades, considerando que ela tenha massa
uniforme por unidade de comprimento.

como:

Exemplo: c.m. de uma barra uniforme

• Suponha que uma barra seja não uniforme, tal que sua massa por unidade
de comprimento varie linearmente com x de acordo com a expressão λ = α
x, onde α é um constante. Encontre a coordenada x do c.m. como uma
fração de L.

Onde a massa total da barra é:

Logo:

Momento linear

140
Conservação do momento linear

Movimento de um sistema de partículas

CM

O momento linear total de um sistema de partículas é constante se nenhuma força externa atua sobre o sistema –
para um sistema isolado o momento total é conservado.

Exemplo: a explosão de um foguete

• Um foguete é lançado verticalmente para cima. No instante em que atinge


uma altura de 1000 m e uma velocidade escalar de v = 300 m/s, ele
explode em três fragmentos de massas iguais. Um deles se move para
cima com uma velocidade escalar de 450 m/s após a explosão. O segundo
tem uma velocidade escalar de 240 m/s e se move para leste logo após a
explosão. Qual a velocidade do terceiro fragmento imediatamente após a
explosão?

Antes da explosão:

Depois da explosão:

141
Exercício de fixação

• Dois discos homogêneos de massa mA = 6 kg e mB =


1,5 kg de raios RA = 40 cm e RB = 20 cm, estão fixos
um ao outro. Determine as coordenadas do centro
de massa do sistema.
(resposta: xCM = 52,0 cm e yCM = 36 cm)

Unidade 9

Movimento Rotacional

142
Movimento Rotacional

- A Terra orbitando ao redor do sol executa um movimento rotacional – neste caso pode ser modelada como uma
partícula em trajetória circular.
- É entendida como um corpo extenso em rotação quando gira em torno de seu próprio eixo – modelo de corpo
rígido

Movimento Rotacional

Existe uma forte relação entre o


movimento rotacional de um corpo e
o movimento circular

Posição angular

143
Posição angular

Por que numa corrida como


esta os atletas não saem do
mesmo ponto?

Velocidade angular
+

 - rad/s ou s-1

Aceleração angular

144
Exemplo: velocidade angular da terra

Corpo Rígido

Modelo de corpo rígido

Corpo rígido – qualquer sistema de partículas no qual as


partículas permanecem em posições fixas entre si – modelo de
simplificação

Corpo Rígido

Corpo rígido

A direção da aceleração é a mesma de  se a velocidade angular em módulo está aumentando e antiparalela a  se a


velocidade angular estiver diminuindo no tempo.

145
Não gira como CR

Cinemática rotacional – aceleração angular constante

Cinemática rotacional – aceleração angular constante

146
Cinemática rotacional – aceleração angular constante

Cinemática rotacional – aceleração angular constante

Analogia entre movimento translacional e rotacional

147
Relação entre grandezas rotacionais e translacionais

velocidade tangencial

Relação entre grandezas rotacionais e translacionais

aceleração tangencial

Relação entre grandezas rotacionais e translacionais

velocidade

148
Relação entre grandezas rotacionais e translacionais


r

Exemplo 1

Exemplo 1

149
Energia cinética rotacional

O resultado do trabalho da força aplicada pelos pés nos pedais é a rotação da roda –
movimento rotacional relacionado com energia cinética.

Energia cinética rotacional

Energia cinética rotacional

r é a distância da massa ao eixo de rotação.

Medida da resistência a variação da velocidade angular de um sistema – tem o mesmo papel que a massa no movimento
translacional – depende da massa e da forma como ela está distribuída ao redor do eixo de rotação

150
Energia cinética rotacional

Dmi

Cálculo do momento de inércia

Cálculo do momento de inércia

151
Cálculo do momento de inércia

Momento de inércia

Exemplo2 : Quatro esferas girando

Não contribui
para Iy pois
d=0.

152
Exemplo: Quatro esferas girando

Exemplo: Quatro esferas girando

I para o primeiro caso é menor


que para o segundo,
significando que há menos
resistência para variações no
movimento rotacional ao redor
do eixo y que do eixo z.

Questão:

153
Exercício

• Uma barra uniforme de comprimento L e massa M é livre para girar ao


redor de um pivô sem atrito passando por uma extremidade. A barra é solta
do repouso na posição horizontal. (a) Qual é a velocidade angular da barra
na sua posição mais baixa? (b) Determine a velocidade tangencial do centro
de massa e a velocidade tangencial do ponto mais baixo sobre a barra na
posição vertical.

Torque

Quando aplicamos forças aos pedais geramos o movimento rotacional.


Quando uma força é exercida sobre um corpo rígido que pode girar em torno de um eixo, e a linha
de ação da força não passa através do ponto de apoio no eixo, o corpo tende a girar ao redor do
eixo.
A tendência de uma força em girar um corpo ao redor de algum eixo é medida por uma grandeza
vetorial chamada torque.

Torque

154
Torque

Representa a distância perpendicular ao eixo de rotação até a linha de ação da força.

Torque

• Se duas ou mais forças estão agindo sobre um corpo rígido, cada força tem uma tendência a
produzir uma rotação ao redor do eixo em O.
• F1 tende a girar o corpo no sentido anti-horário e F2 no sentido horário.
• Torque positivo – tendência a girar no sentido anti-horário
• Torque negativo – tendência a girar no sentido horário

Torque

Comparando...

• O torque é a causa das variações no movimento


rotacional.

• A força é a causa das variações no movimento


translacional.

155
Exemplo 1: Torque resultante sobre uma barra

Exemplo: Torque resultante sobre uma barra

156
Corpo rígido em equilíbrio

Exemplo 2: Escada de mão apoiada

157
Exemplo 3: em pé em uma viga horizontal

Uma viga horizotal uniforme com comprimento l = 8,00m e peso 200 N é presa a
uma parede por uma conexão com pinos. Sua extremidade mais afastada é
sustentada por um cabo que forma um ângulo ϕ = 530 com a viga. Uma pessoa de
peso 600 N fica em pé a uma distância d = 2,00 m da parede. Encontre a tensão no
cabo bem como o módulo e a direção da força exercida pela parede sobre a viga.

Das condições de equilíbrio, obtemos:

Resolvendo (1) e (2):

158
Ação do torque sobre o corpo rígido

Aceleração tangencial

Apenas a componente tangencial da força gera torque.


A componente radial da força não gera torque, pois sua linha de ação passa pelo
eixo de rotação.

Análogo rotacional da segunda lei


de Newton

159
Exemplo 4: desenrolando um cabo

160
a = α r = 0,36 m/s2

Momento Angular

O momento angular para uma partícula:

• Se r é paralelo a p L=0
• Se r é perpendicular a p L = mvr (L é máximo!)

A unidade do momento angular no SI é Kg.m 2/s.

Momento Angular
• Podemos relacionar o torque resultante agindo sobre uma partícula com a taxa temporal de
variação do momento angular da partícula, como fizemos com a segunda lei de Newton.
• Para isso utilizaremosa definição de torque:

• Fazendo a derivada temporal do momento angular ...

O torque é igual à taxa temporal de variação do momento angular.

161
Momento Angular

• Imagine agora um corpo rígido girando ao redor de um eixo.


• Cada partícula de massa mi do corpo rígido descreve uma trajetória circular de raio ri, com uma velocidade
tangencial vi.
• Logo, o momento angular total do corpo rígido é:

Assim, podemos escrever

Conservação do Momento Angular


• O momento angular total de um sistema permanece constante se o torque externo resultante agindo
sobre o sistema for nulo.

L é constante!

Conservação do Momento Angular

162
Exemplo 5: bola girando sobre uma superfície horizontal sem atrito

• Uma bola de massa m está ligada


a um fio que passa através de um
pequeno furo na mesa. A bola é
colocada em movimento circular
e sua velocidade é vi
Puxa-se o fio para baixo de tal forma
que o raio diminui para r. Qual
será a velocidade escalar final da
F bola?

Ao calcularmos o torque resultante, vemos que este é nulo!


Logo, o momento angular se conversa!

ri
Li  L f  mri vi  mrv  v  vi
r

Tabela comparativa – movimento rotacional e translacional

Exercício de fixação
• Um projétil de massa m move-se para a direita com velocidade vi. Ele bate
e gruda na extremidade de uma haste de massa M e comprimento d que está
montada num eixo sem atrito que passa por seu centro.
a) Calcule a velocidade angular do sistema imediatamente após a colisão;
b) Estime a energia perdida por causa da colisão.

6mvi mMvi2
Resp.:  DK  
(M  3m)d 2( M  3m)

163
Exercício de fixação
Um fio está enrolado num disco de raio R e massa m, e sua extremidade está
amarrada numa haste. O disco, inicialmente em repouso, é liberado e inicia um
movimento de translação e rotação enquanto o fio vai se desenrolando dele. (a)
calcule a aceleração do centro de massa; (b) calcule o valor da tensão no fio; (c)
utilizando conservação de energia, determine a velocidade do centro de massa em
função de h.

Resp.:

164

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