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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI-ÁRIDO – UFERSA

CAMPUS: ANGICOS
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA
DISCIPLINA(S)/ÁREA: HIDRÁULICA

Introdução à Hidráulica
Conceitos básicos e Sistemas de unidades
Prof. Dr. Osvaldo Nogueira

ANGICOS - RN, 2021


Programa da Disciplina

❑ Conceitos Básicos de Hidráulica;


❑ Propriedades Físicas dos Fluidos;
❑ Hidrostática;
❑ Hidrodinâmica;
❑ Condutos Forçados;
❑ Instalações de recalque;
❑ Escoamento Através de Orifício;
❑ Vertedores;
❑ Escoamento em Canais; e,
❑ Hidrometria.
Tópicos da Aula

❑ Conceito e subdivisões da Hidráulica;


❑ Hidráulica aplicada e exemplos de aplicação;
❑ Princípios básicos;
❑ Sistemas de unidades de medidas
- SI;
- MKS*; e,
- CGS.
❑ Massa e Peso;
Hidráulica – Conceito
❑ Significado Etimológico:
Ciência que tem por objeto de estudo da condução de água.

hydor – água
aulos – condução/tubo

❑ É o estudo do comportamento da água e de outros líquidos, quer


em repouso, quer em movimento (Azevedo Netto et al., 1998).

❑A mecânica dos fluidos é o ramo da mecânica que tem por


objetivo estudar os princípios que governam o comportamento dos
fluidos, estejam eles em estado de repouso ou em movimento
(Peres, 2006).
Hidráulica – Subdivisões

Hidráulica Hidrostática (fluidos: repouso/equilíbrio)


Hidrodinâmica (velocidades, acelerações e forças)
Geral ou
Analítica Sistemas de abastecimento de água
Hidráulica urbana Esgotos sanitários
Galerias de águas pluviais
Aplicada ou Drenagem urbana
Hidrotécnica
Hidráulica agrícola Sistemas de irrigação
Sistemas de drenagem
Sistemas de abastecimento e esgoto

Hidráulica fluvial Rios


Canais

Portos
Hidráulica marítima
Obras marítimas

Técnica hidroelétrica (Geração de energia)

Hidráulica industrial
Diversos (Drenagem de Estradas, Defesa contra inundações, etc)
Hidráulica Aplicada

A Hidráulica não é uma ciência puramente teórico-matemática,


mas de valor prático indiscutível, desempenha um papel
significativo nas diversas modalidades de engenharia,
permitindo o planejamento, projeto e gerenciamento de
diversos sistemas que tratam do uso e controle da água (fluidos)
(AZEVEDO NETTO et al., 1998; PATERNINI, 2011).

A Hidráulica esteve presente ao longo de praticamente toda a


história da humanidade, em função da necessidade essencial da
água para a vida humana;
Hidráulica na Engenharia (exemplos de aplicação)

Estações elevatórias de água e esgoto Seleção de bombas Dimensionamento


de canais

Dimensionamento Dimensionamento Dimensionamento Centrais de


de Adutoras de drenos de barragens tratamento de
água e esgoto

Conservação
Irrigação do solo
Sistemas de Unidades de Medidas

• Grandeza - É um atributo, ou uma qualidade de uma


manifestação física, química ou biológica do nosso universo
físico, que é passível de ser medido e quantificado.
• Unidade de medida – É uma quantidade padrão arbitrária da
mesma espécie que a grandeza que se pretende medir, a qual
serve para expressar diferentes magnitudes próprias ou, de
grandezas do mesmo tipo.
• Sistemas de unidades – É um conjunto de unidades utilizadas
para medir todas as espécies de grandezas físicas:
- Unidades básicas: devem ser independentes, e é
desejável que possam ser representadas por padrões;

- Unidades derivadas: definidas em função das


unidades de base ou fundamentais.
PERES (2006)
Sistemas de Unidades de Medidas
O Sistema internacional de unidades (SI)
❑ Na 11a Conferência Geral de Pesos e Medidas, realizada em outubro de 1960
em Paris, ficou decidido a substituição do Sistema Métrico Decimal pelo
atual SI. Atualmente conta com 7 grandezas de base (desde 1971).
❑ Adotado oficialmente na maior parte do países no mundo. Com a exceção
notável dos Estados Unidos.
❑ Adotado legalmente no Brasil a partir de 1962, e ratificado pela Resolução nº
12 de 1988 do Conselho Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade
Industrial (Conmetro).

SI, INMETRO (2012)


Sistemas de Unidades de Medidas
O Sistema internacional de unidades (SI)

COMPRIMENTO

“O metro é o comprimento do trajeto percorrido pela luz no vácuo durante um


intervalo de tempo de 1/299.792.458 de segundo”

MASSA
“O quilograma é a unidade de massa (e não de peso ou força): ele é igual a
massa do protótipo internacional do quilograma”.
“A massa de um cilindro em platina-irídio (90% Pt e 10% Ir) é conservado na
Repartição Internacional de Pesos e Medidas em Sèvres (França) (1901).”

TEMPO
“O segundo é a duração de 9.192.621.770 períodos da radiação correspondente
à transição entre os dois níveis hiperfinos do estado fundamental do átomo de
Césio 133”.
SI, INMETRO (2012)
Sistemas de Unidades de Medidas

❑ No Brasil também é muito difundido na hidráulica o uso do


Sistema Técnico (ST ou MKS*), e do CGS.
• Unidade de comprimento: metro;
Sistema • Unidade de massa: quilograma;
internacional (SI) • Unidade de tempo: segundo;
ou MKS: • Unidade de força: newton.

• Unidade de comprimento: centímetro;


Sistema CGS: • Unidade de massa: grama;
• Unidade de tempo: segundo;
• Unidade de força: dina.

• Unidade de comprimento: metro;


Sistema MKS* • Unidade de massa: utm;
(Técnico): • Unidade de tempo: segundo;
• Unidade de força: quilograma-força.
Sistemas de Unidades de Medidas

M. L. T. Massa, Comprimento e tempo

F = M. L. T-2

F. L. T. Força, Comprimento e tempo

M = F. L-1. T2

Tabela 1. Unidades de medida fundamentais e derivadas.


1N → m.g = M .L.T −2
MLT FLT
Dimensão
CGS MKS MK*S
1kg.m 1g.cm
Massa g kg U. T. M 1N = 1dina =
Força dina N kgf s −2 s −2
Comprimento cm m m
Tempo s s s 1N = 105 dina
Sistemas de Unidades de Medidas

❑ Exercício: Qual o peso de um corpo de massa igual a 1kg na


Terra (g = 9,81 m s-2)? Expresse em MKS, CGS e MKS*.
Sistemas de Unidades de Medidas
Tabela 2. Prefixos para múltiplos e submúltiplos de unidades de medida

Tabela 5. Alfabeto grego

PERES (2006)
Massa e Peso
❑ Massa (m): trata-se da quantidade de matéria contida em um corpo e
corresponde a uma medida de sua inércia, ou seja, resistência a mudança no
seu estado de movimento.

❑ Peso (p): corresponde à força com que a massa de um corpo é atraída em


direção ao centro da Terra pelo seu campo gravitacional.

p – peso (N);
m – massa do corpo (kg); e,
a – aceleração que o corpo está submetido (m s-2).

Para calcular o valor de g (cm s-2) em qualquer situação geográfica:

AZEVEDO NETTO et al. (1998).


φ – latitude (graus); e,
H – altitude (km).
Propriedades Físicas dos Fluidos

HILLEL (2003)
Princípios básicos
Definição e propriedades físicas dos fluidos;

Sólido Liquido Gás

Fluidos

Matéria

❑ Fluidos – É o estado da matéria que não resistem a esforços tangenciais sem


que haja escoamento, por menor que seja esses esforços.
Princípios básicos
Definição e propriedades físicas dos fluidos;
FLUÍDOS. Moléculas trocam de posição
e tomam a forma do recipiente.

Líquido Gás

Líquidos: Possuem uma interação intermolecular forte (pontes de Van der


Waals) e por isso eles tomam a forma do recipiente, porém restringindo-se a um
volume finito.
Gases: Possuem uma interação molecular fraca e por isso, além de tomarem a
forma do recipiente, o preenchem completamente.
Princípios básicos
Definição e propriedades físicas dos fluidos;



FN FT
 =
 A
F

FT  → kgf .m −2
→ N .m−2
A → dina.cm−2

❑Define-setensão de cisalhamento média, como sendo o cociente entre o modulo


da componente tangencial da força e a área no qual está aplicada
Princípios básicos
Definição e propriedades físicas dos fluidos;
Tópicos da Aula

❑ Notas Introdutórias;
❑ Propriedades físicas dos fluidos
- Massa específica;
- Peso específico;
- Densidade relativa;
- Compressibilidade;
- Viscosidade (Dinâmica e Cinemática);
- Coesão, Adesão, Ângulo de Contato, etc;
- Solubilidade;
- Pressão de Vapor.
Notas Introdutórias
Embora todas as propriedades físicas dos fluidos sejam
importantes para caracterizar o seu comportamento geral, essas
podem apresentar diferentes graus de importância, a depender do
processo de estudo. Salienta-se:

Massa específica e peso específico: importante nos estudos relativos a


estática dos fluidos e dos medidores de pressão;

Massa específica e viscosidade: relevante nos estudos do escoamento


dos fluidos, tanto em condutos livres quanto fechados (pressurizados);

Tensão superficial: importantes nos fenômenos físicos que ocorrem na


interface líquido-ar, como é o caso da ascensão capilar e a retenção de
água no solo; e,
Pressão de vapor: destaca-se nos processos que ocorrem a baixas
pressão, como a cavitação em sistemas de bombeamento.
Propriedades Físicas dos Fluidos
1a) Massa específica (ρ – “rô”)
É a relação entre a massa do fluido e seu volume. É uma grandeza
dimensionada (ML-3), e pode ser expressa em kg m-3 (SI), g cm-3 (CGS), ou
utm m-3 (kgf m-4 s2, MKS*).
Por análise dimensional no sistema F.L.T:
massa m
= = m=
F
volume  a
F

MK S →  =
k gf.s 2
=
UTM m = = F .L−1.T 2
m4 m3 L.T − 2

SI →  =
N .s 2
=
kg  = L3
m4 m3
dina.s 2 F ..L−1.T 2
CGS →  = =
g   = = F .L− 4 .T 2
cm4 cm3 L3
A massa específica da água pode ser dada pela seguintes expressões:

ρ – massa específica da água, kg m-3 ; e,


T – temperatura da água, °C.
KELL (1975) apud PINTO et al. (2014).
Propriedades Físicas dos Fluidos
Curiosidades
ρ do gelo = 917 kg m-3; ρ da Terra = 5500 kg m-3; ρ de um buraco negro
Terra = 1019 kg m-3.

Na prática, normalmente considera-se o ρ da água a 4 °C = 1000 kg m-3.

Tabela 3. Variação da massa específica da água doce com a temperatura

AZEVEDO NETTO et al. (1998).


Propriedades Físicas dos Fluidos
Por análise dimensional:
2a) Peso específico (γ – “gama”)
É definido pela relação do seu peso por unidade de volume. Pode ser
expressa em N m-3 (SI), dina cm-3 (CGS), ou kgf m-3 (MKS*).

kgf
MK  S →  =
Por análise dimensional: m3
W  = F SI →  =
N
m3
 = L3
dina
F CGS →  =
  = cm 3
L3

A relação entre a massa específica (ρ) e o peso específico (γ) de um fluido


pode ser obtida aplicando-se a 2ª lei de Newton, conforme visto abaixo:

Na prática, normalmente considera-se o γ da água a 4 °C = 1000 kgf m-3.


Propriedades Físicas dos Fluidos

Tabela 2. Peso específico de fluidos típicos a pressão de 1 atm e g igual a 9,81 ms-2.

PERES. (2006).
Propriedades Físicas dos Fluidos
3a) Densidade relativa (d)
Também chamada simplesmente de densidade, trata-se da razão entre a
massa específica (ou peso específico) do material e a massa específica (ou
peso específico) de uma substância tomada como padrão. Logo é uma
grandeza adimensional.
No caso de líquidos e sólidos a substância padrão
adotada é a água a 4 °C de temperatura e 1atm de
pressão (ρ = 1000 kg m-3 e γ = 1000 kgf m-3).
No caso gases adota-se o ar a nas CNTP
(Condições Normais de Temperatura (20 °C) e
Pressão (1 atm)).

Tabela 4. Densidade relativa de alguns fluidos típicos com pressão de 1 atm

PERES. (2006).
Propriedades Físicas dos Fluidos
4a) Compressibilidade
Todas as substâncias são compressíveis, em maior ou menor grau,
reduzindo o seu volume quando submetidas a um esforço de compressão.
Consequentemente, ocorre um aumento da sua massa específica.

p p +dp
m
Sabendo que: = → m = cte.

 ;
Com isso:

d  (dp; ) →  = volume inicial


d = − ..dp → − → p   
Volume
 → Coeficiente de compressibilidade cúbica

O sinal negativo significa diminuição de volume decorrente do acréscimo da pressão (dP).


Obs:
Se o fluido se comprime com facilidade  
Se o fluido se comprime pouco  
Propriedades Físicas dos Fluidos
4a) Compressibilidade
p p +dp
Ainda temos: que

1
=  (módulode elasticidade cúbica)

Obs:

Volume
Os líquidos são poucos compressíveis
  

1
d = − ..dp → d = − ..dp

.dp MK S → kgf .m −2
=−
SI → N .m−2
d
L3.F .L−2 CGS → dina.cm−2
 = 3
−2
= F .L
L
Propriedades Físicas dos Fluidos
Exemplo: Pede-se a redução de volume em cm3 de posse dos seguintes dados:
Pi = 1 atm = 10.000 kgf/m2
Dados Pf = 2 atm = 20.000 kgf/m2
Vi = 1 m3
ΕH2O 10°C = 2,09 x 108 kgf/m2 (Tabela pag. 124)

então:

Resp.:. O volume reduziu 47,8 cm3


Propriedades Físicas dos Fluidos
5a) Viscosidade
❑ Viscosidade é a propriedade pela qual um fluido oferece resistência a
força de cisalhamento. É a principal responsável pela perda de energia
por atrito que ocorre no escoamento de fluidos.
❑ A viscosidade de um gás aumenta com a temperatura enquanto a
viscosidade de um líquido diminui.

❑ Em líquidos, a viscosidade varia bastante com a temperatura e pouco


com a pressão.
❑ Quanto mais fortes são as forças intermoleculares, maior é a viscosidade.

Quando considera-se,
hipoteticamente, um fluido não-
viscoso e incompressível, tem-
se o chamado Fluido Perfeito ou
Ideal.
Propriedades Físicas dos Fluidos
5a) Viscosidade

FT
v+dv
y A

v
A
dy
 1
Temos que: FT  (dv. A. )
V(m.s-1)
dy
 1
Por análise dimensional: FT = .dv. A.
L dy
 dv 
 dv
  =
T = T −1 FT = . A.
 dy  L dy
L 
FT dv dv
 dv  T = . →  = .
 = = T −1 A dy dy
 dy  L
dv 
−2  = . → =
  = F.L−1 = F .L− 2 .T dy dv
T dy
Propriedades Físicas dos Fluidos
5a) Viscosidade

FT
v+dv
y A

v
A
dy

V(m.s-1)
dv 
Por análise dimensional:  = . → =
dy dv
 dv 
L
T = T −1
dy
  =
 dy  L
kgf .s
L MK S →  = Obs: A viscosidade dinâmica
2
 dv  T m possui valor diferente para
 = = T −1 N .s
 dy  L SI →  = cada fluido e para o mesmo
m2 fluido, varia com a
F .L−2
  = = F .L− 2 .T CGS →  =
dina .s temperatura.
T −1
m2
Propriedades Físicas dos Fluidos
5a) Viscosidade

❑ Fluidos newtonianos: possui uma relação linear entre o valor da tensão


de cisalhamento e a velocidade de deformação resultante (líquidos finos
e gases);
❑ Fluidos não-newtonianos: possui uma relação não-linear entre o valor da
tensão de cisalhamento e a velocidade de deformação resultante (melaço,
suspensão de argila em água, lodo de estação e tratamento, etc).
Propriedades Físicas dos Fluidos
5a) Viscosidade
Tabela 5. Viscosidade dinâmica de alguns fluidos típicos à pressão de 1 atm (μ = N s m-2).

1 SAE: Society of Automative Engineers PERES, (2006).

Viscosidade Cinemática (ν, “ni”)

É a relação entre a viscosidade dinâmica e a massa específica do fluido.


Pode ser expressa em m2 s-1 (SI) ou cm2 s-1 (CGS).

OBS: A unidade cm2 s-1 (CGS) também é denominada de Stoke.


Propriedades Físicas dos Fluidos
Viscosidade Cinemática (ν, “ni”)

A viscosodade cinemática da água pode ser estimado pela seguinte


expressão (PINTO et al, 2014):

ν – viscosidade cinemática da água, m2 s-1; e,


T – temperatura da água, °C.

Tabela 5. Viscosidade cinemática de alguns fluidos típicos à pressão de 1 atm (ν = m s-1).

1 SAE: Society of Automative Engineers PERES, (2006).


Propriedades Físicas dos Fluidos
▪ Atrito externo

É a resistência de fluídos ao deslizamento ao longo de superfícies sólidas.

❑ Quando um líquido escoa ao longo de uma superfície sólida, junto a esta


superfície existe sempre uma camada fluída aderente, que não se
movimenta. Isso não acontece nos gases;
❑ No caso dos líquidos, o atrito externo é conseqüência do freio exercido
por essa camada estacionária sobre as demais partículas em movimento.

Figura 2. Perfil de velocidade em uma tubulação.

CARVALHO (2012).
Propriedades Físicas dos Fluidos
▪ Atrito externo

❑ Em consequência do atrito externo e, principalmente, da viscosidade, o


escoamento de um líquido em uma canalização somente se verifica com
certa dissipação de energia, comumente denominada por perda de
carga.

Figura 3. Demonstração da ocorrência da perda de carga.

CARVALHO (2012).
Propriedades Físicas dos Fluidos
6a) Coesão, Adesão, Ângulo de Contato, Tensão Superficial e Capilaridade

Essas propriedades físicas dos fluidos se dão na escala molecular e são


devidas as forças de curto alcance (no caso da água = forças de van der
Waals e as pontes de hidrogênio).

a) Coesão
É a força de atração eletroquímica entre moléculas de mesma natureza e
estado (líquido x líquido). Permite que as partículas fluidas resistam a
pequenos esforços de tensão. A formação da gota deve-se a coesão.

b) Adesão
É a força de atração eletroquímica entre moléculas de natureza e estados
diferentes (líquido x sólido). A adesão ocorre quando a atração exercida
pelas moléculas dos sólidos é maior do que a existente entre as moléculas
do próprio líquido.
Propriedades Físicas dos Fluidos
c) Ângulo de Contato
É o ângulo que a superfície líquida faz em relação a superfície sólida na
interface sólido-líquido-gás.

 

Adesão > coesão Coesão > adesão


θ < 90° - liquido molha o sólido θ > 90° - liquido não molha o sólido
Propriedades Físicas dos Fluidos
d) Tensão superficial (σ, “sigma”)
É a força resultante, por unidade de comprimento, que pode ser
verificada na interface de dois fluidos não miscíveis (em especial:
líquido-gás), e tende a tornar a área superficial mínima.

❑ Camada superficial de
espessura “r” denominada
de camada ativa;
❑ O raio “r” é a distância
limite para a qual a molécula
consegue exercer forças de
atração sobre as outras (não
excede 0,5 nm para a água).
Forças na moléculas de um líquido.
M


N

 água20C = 0,0074 kgf.m−1


LIBARDI (2005).
Propriedades Físicas dos Fluidos
d) Tensão superficial (σ, “sigma”)

Tabela 5. Tensão superficial para alguns fluidos típicos à pressão de 1 atm (σ, N m-1).

PERES, (2006).
Propriedades Físicas dos Fluidos
d) Tensão superficial (σ, “sigma”)
❑ A tensão superficial varia com a temperatura (diminuindo com o
aumento da temperatura), e, com o material eventualmente dissolvido
na água: os sais minerais normalmente aumentam a tensão superficial;
enquanto compostos orgânicos (sabão e álcool) e ácidos em geral,
diminuem o seu valor (AZEVEDO NETTO et al., 1998).
e) Capilaridade
É o fenômeno que ocorre em tubos de pequenos diâmetros, como uma
consequência da tensão superficial do líquido e de suas forças de adesão e
coesão. Pode se observar uma sobre-elevação ou um rebaixamento da
superfície líquida:
❑ Quando as forças de adesão ao capilar são maiores que as forças de
coesão entre moléculas, tem-se a sobre-elevação do líquido e a
formação de um menisco côncavo.
❑ Quando as forças de coesão entre moléculas são maiores que as forças
de adesão ao capilar, tem-se o rebaixamento do líquido e a formação de
um menisco convexo.
Propriedades Físicas dos Fluidos
e) Capilaridade
❑ Azevedo Netto et al. (1998) recomenda o
emprego de tubos de plástico ou vidro com
diâmetro superior a 1cm para a medir pressões
(piezômetros). Peres (2006) recomenda para
esses casos diâmetros superiores a 0,5 cm;
❑ A altura de ascensão ou depressão capilar do
líquido é inversamente proporcional ao
diâmetro do tubo (lei de Jurin);
❑ O equilíbrio se dá quando o peso (p) da coluna
líquida deslocada se igualar as forças de adesão
e coesão.
Propriedades Físicas dos Fluidos
e) Capilaridade
Temos que:
F
cos = V  FV = F . cos
F
r → raio do tubo;
 → ângulode contato;
curva lim ite entre a águae o vidro→ 2r
F =  .L  F = 2 .r.
FV = 2 .r. . cos

Coluna h
P
Volume da coluna h =  .r 2 .h  ; =

P =  .r 2 .h.

Igualando FV a P

2 2. . cos  2. . cos 


2 .r. . cos  =  .r .h. h= =
 .r  .g.r
Propriedades Físicas dos Fluidos
7a) Pressão ou tensão de vapor (pv)

Dependendo da pressão a que está submetido, um líquido entra em


ebulição a uma determinada temperatura; variando a pressão, varia a
temperatura de ebulição.
Então, todo o líquido tem temperaturas de saturação de vapor (tv) que
correspondem biunivocamente a pressões de saturação de vapor (pv).
Tabela 7. Tensões de vapor (pv) da água a várias temperaturas (tv)

AZEVEDO NETTO et al. (1998).

Essa propriedade é fundamental para a análise do fenômeno de cavitação.

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