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Aula 13

Direito Administrativo p/ FUNAPE (Analista Jurídico - Previdenciário) - Com videoaulas

Professor: Herbert Almeida


Direito Administrativo p/ FUNAPE
Analista Jurídico-Previdenciário
Teoria e exercícios comentados
Prof. Herbert Almeida – Aula 13

AULA 13: Lei 6.123/1968 (parte 2)

SUMÁRIO

DIREITOS E VANTAGENS .................................................................................................................................. 2


VENCIMENTO E REMUNERAÇÃO .................................................................................................................................. 2
TEMPO DE SERVIÇO .................................................................................................................................................. 7
FÉRIAS ................................................................................................................................................................... 9
LICENÇAS ............................................................................................................................................................. 10
AJUDA DE CUSTO ................................................................................................................................................... 15
DIÁRIAS ............................................................................................................................................................... 16
GRATIFICAÇÕES ..................................................................................................................................................... 17
CONCESSÕES ........................................................................................................................................................ 20
DIREITO DE PETIÇÃO............................................................................................................................................... 21
REGIME DISCIPLINAR ......................................................................................................................................23
ACUMULAÇÃO ...................................................................................................................................................... 23
DEVERES .............................................................................................................................................................. 24
PROIBIÇÕES .......................................................................................................................................................... 24
RESPONSABILIDADES .............................................................................................................................................. 26
PENALIDADES DISCIPLINARES .................................................................................................................................... 28
PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR E SINDICÂNCIA ............................................................................32
SINDICÂNCIA ......................................................................................................................................................... 34
INQUÉRITO ADMINISTRATIVO ................................................................................................................................... 35
QUESTÕES MÚLTIPLA ESCOLHA ......................................................................................................................36
QUESTÕES COMENTADAS NA AULA ................................................................................................................43
GABARITO.......................................................................................................................................................46
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................................................46

Olá pessoal, tudo bem?


Com este arquivo, nós fechamos todo o conteúdo da Lei 6.123/1968.
Desse modo, veremos hoje os direitos e vantagens, o regime
disciplinar e o processo administrativo disciplinar aplicado aos
servidores.
Vamos à aula, aproveitem!

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DIREITOS E VANTAGENS

Vencimento e remuneração

Os servidores públicos exercem sua atividade funcional


profissionalmente e, por isso, recebem uma contraprestação em dinheiro.
Tal retribuição pelos serviços prestados recebe diversas nomenclaturas da
Constituição Federal e da legislação decorrente.
Na Lei 6.123/1968, o pagamento aos servidores públicos pelo exercício
de suas atividades funcionais não é apenas um direito, mas uma imposição
ao Poder Público, uma vez que o art. 9º determina que é proibida a
prestação de serviços gratuitos, salvo as situações expressamente
previstas em lei.
Existem diversas composições da contraprestação recebida pelos
agentes públicos. Nesta aula, o nosso foco será as designações utilizadas
pela Lei 6.123/1968, sem aprofundar nas disposições doutrinárias sobre o
tema.
Nessa linha, o art. 135 denomina de vencimento pelo efetivo exercício
do cargo, correspondente ao valor fixado em lei para o símbolo, padrão ou
nível do respectivo cargo. Desse modo, o cálculo de qualquer vantagem
percentual ou equivalente ao vencimento, ressalvada a gratificação de
adicional por tempo de serviço, deverá ser feito sobre o valor do
vencimento.
Ademais, é evidente que qualquer provimento ou investidura
realizados em desacordo com a legislação vigente, não gerarão
vencimento ao funcionário (art. 135, §2º).
Além disso, devemos destacar que a Administração Pública está
vinculada ao princípio da legalidade. Assim, entende o STF que a fixação de
vencimentos e concessão de vantagens deve ocorrer por meio de lei, motivo
pela qual não pode ser objeto de convenções ou acordos coletivos de
trabalho1.

1
ADI 559-6/MT, de 15/2/2006.

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Súmula 679 do STF: "A fixação de vencimentos dos servidores


públicos não pode ser objeto de convenção coletiva".

Prosseguindo, o art. 138 dispõe que nenhum servidor receberá


remuneração inferior ao maior salário mínimo em vigência no Estado.

O art. 7º, inc. IV, da CF, assegura aos trabalhadores urbanos e


rurais o salário mínimo. Por sua vez, o art. 39, §3º, da
Constituição, estende esse direito aos servidores ocupantes de
cargo público.
Nesse contexto, por meio da Súmula Vinculante 16, o STF firmou
entendimento de que o salário mínimo dos servidores ocupantes
de cargo público refere-se ao total da remuneração recebida pelo
servidor público, vejamos:
Súmula Vinculante 16: Os artigos 7º, IV, e 39, § 3º (redação da EC
19/98), da Constituição, referem-se ao total da remuneração percebida
pelo servidor público.

Complementando, vejamos alguns precedentes:


Servidor público: salário mínimo. É da jurisprudência do STF que a
remuneração total do servidor é que não pode ser inferior ao
salário mínimo (CF, art. 7º, IV). Ainda que os vencimentos sejam
inferiores ao mínimo, se tal montante é acrescido de abono para
atingir tal limite, não há falar em violação dos arts. 7º, IV, e 39, §
3º, da Constituição. Inviável, ademais, a pretensão de reflexos do
referido abono no cálculo de vantagens, que implicaria vinculação
constitucionalmente vedada (CF, art. 7º, IV, parte final). (RE 439.360-
AgR, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, julgamento em 9-8-2005, Primeira
Turma, DJ de 2-9-2005.)

Agravo regimental no recurso extraordinário. Servidor público. Salário


mínimo. Garantia. Total da remuneração. Abono. Inclusão no cálculo de
outras vantagens pecuniárias. Impossibilidade. Precedentes. 1. É pacífica
a jurisprudência desta Corte de que a garantia de percepção de salário
mínimo conferida ao servidor por força dos arts. 7º, inciso IV, e 39, § 3º,
da Constituição Federal, corresponde à sua remuneração total e não
apenas ao vencimento básico, que pode ser inferior ao mínimo, e,
também, que sobre o abono pago para atingir o salário-mínimo não
devem incidir as gratificações e demais vantagens pecuniárias, sob pena
de ofensa ao art. 7º, inciso IV, da Constituição Federal. 2. Agravo

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regimental não provido. (RE 439.360-AgR, Rel. Min. Sepúlveda Pertence,


julgamento em 9-8-2005, Primeira Turma, DJ de 2-9-2005.)

Sempre que exercer suas funções, o servidor deverá receber a devida


remuneração. No entanto, o art. 137 dispõe que o servidor perderá o
vencimento, ou parte dele, em algumas situações. São elas:

✓ a remuneração do dia em que faltar ao serviço, salvo motivo legal


ou moléstia comprovada;

✓ o vencimento-base do dia, ressalvados os casos previstos em lei,


quando comparecer ao serviço com atraso de mais de uma hora ou
quando retirar-se do serviço com antecedência de mais de uma hora,
antes do final do expediente de trabalho;

✓ 1/3 do vencimento-base do dia, quando atrasar até uma hora,


bem como quando se retirar do serviço com antecedência de até uma
hora, antes de findo o expediente de trabalho;

✓ 1/3 do vencimento-base, durante o afastamento por motivo de


prisão civil, prisão preventiva, denúncia por crime comum ou denúncia
por crime funcional ou, ainda, condenação por crime inafiançável em
processo no qual não haja pronúncia, com direito a diferença, se
absolvido; e

✓ 2/3 do vencimento-base, durante o afastamento decorrente de


condenação por sentença definitiva a pena que não determine ou acarrete
a perda do cargo.
Das faltas ocorridas durante o mês, poderão ser abonadas três, desde
que fique comprovada a doença do funcionário – mediante atestado médico,
apresentado ao chefe imediato no prazo de 10 dias, a contar da primeira
falta ao serviço –, ou em decorrência de circunstância excepcional, a critério
da chefia.
Ademais, o Estatuto ainda menciona (art. 136) que o funcionário de
cargo efetivo perderá o vencimento do respectivo cargo quando (a) for
nomeado para cargo em comissão, salvo o direito de opção e o de
acumulação legal, (b) estiver em exercício de mandato eletivo remunerado,
federal, estadual ou municipal, salvo o direito de opção entre o vencimento
e a gratificação de exercício do seu cargo efetivo, e (c) for designado para
missão oficial no país ou no estrangeiro, com ônus para o Estado, mediante

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ato de autorização do Governador ou quando estiver participando de


congressos ou cursos de especialização, realização de pesquisas científicas,
estágios ou conferências culturais, com a autorização do Governador e a
competente prova de frequência e aproveitamento – somente quando
exceder o período de um ano.
Os artigos 140 a 142 do Estatuto dos Servidores de Pernambuco
estabelecem regras sobre as formas de incidência de descontos.
Nessa linha, de acordo com o art. 140 da Lei 6.123/1968, as reposições
e indenizações ao erário serão descontadas em parcelas mensais
correspondentes a 10% da remuneração, provento ou pensão. Porém, se o
pagamento indevido houver ocorrido no mês anterior ao do processamento
da folha, a reposição será feita imediatamente, em uma única parcela. Além
disso, se o servidor receber valores em decorrência de cumprimento a
decisão liminar, a tutela antecipada ou a sentença que venha a ser revogada
ou rescindida serão eles atualizados até a data da reposição.
Podemos aproveitar este momento para discutirmos a possibilidade de
restituição (repetição) de valores indevidamente recebidos pelo servidor
público ativo ou aposentado.
Existem três situações distintas: (a) recebimento em decorrência de
decisão administrativa posteriormente revogada; (b) recebimento por força
de decisão judicial precária posteriormente revogada; (c) recebimento em
decorrência de decisão judicial transitada em julgado posteriormente
desconstituída por meio de ação rescisória.
Na primeira situação, isto é, quando o servidor recebe determinado
valor em decorrência de decisão administrativa posteriormente
revogada, o Superior Tribunal de Justiça possui entendimento de que é
incabível a devolução em decorrência de errônea ou inadequada
interpretação da lei por parte da Administração Pública. Tal entendimento
fundamenta-se no caráter alimentício que possui a remuneração ou
provento e também no princípio da legítima confiança ou da segurança
jurídica e, por isso, pressupõe-se a boa-fé do servidor que recebeu os
valores dos cofres públicos2.

2
RESp 1.244.182/PB, de 10/10/2012; o Tribunal de Contas da União possui entendimento semelhante, porém
com exigência de erro escusável na interpretação de lei, conforme Súmula TCU 249 É dispensada a reposição
de importâncias indevidamente percebidas, de boa-fé, por servidores ativos e inativos, e pensionistas, em virtude
de erro escusável de interpretação de lei por parte do órgão/entidade, ou por parte de autoridade legalmente
investida em função de orientação e supervisão, à vista da presunção de legalidade do ato administrativo e do
caráter alimentar das parcelas salariais

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Com efeito, a Advocacia Geral da União apresentou orientação no


mesmo sentido, conforme Súmula Administrativa 34, nos seguintes termos:
“Não estão sujeitos à repetição os valores recebidos de boa-fé pelo servidor
público, em decorrência de errônea ou inadequada interpretação da lei por
parte da Administração Pública”.
Na segunda situação, ou seja, no caso de recebimento por força de
decisão judicial posteriormente revogada, é devida a restituição dos
valores por parte do servidor. Nesse caso, entende o STJ que não é
possível alegar a boa-fé, uma vez que o servidor é sabedor da fragilidade e
provisoriedade da decisão3.
Por fim, na hipótese de recebimento em decorrência de decisão
judicial transitada em julgado, mas que posteriormente foi
desconstituída por ação rescisória, a devolução também é incabível.
Assim, a jurisprudência do STJ firmou o entendimento no sentido de que
“em virtude da natureza alimentar, não é devida a restituição dos valores
que, por força de decisão transitada em julgado, foram recebidos de boa-
fé, ainda que posteriormente tal decisão tenha sido desconstituída em ação
rescisória”4.
Assim, podemos apresentar o seguinte resumo sobre os casos em que
deve ou não ocorrer a devolução de valores recebidos indevidamente:

NECESSIDADE DE
SITUAÇÃO
DEVOLUÇÃO
Recebimento em decorrência de decisão administrativa Não
posteriormente revogada
Recebimento por força de decisão judicial precária posteriormente Sim
revogada
Recebimento em decorrência de decisão judicial transitada em Não
julgado posteriormente desconstituída por meio de ação rescisória

Para finalizar, dispõe o art. 142, §§2º e 3º, que o servidor em débito
com o erário que for demitido, exonerado ou que tiver sua aposentadoria
ou disponibilidade cassada, terá o prazo de sessenta dias para quitar o
débito. Além disso, a não quitação do débito no prazo mencionado implicará
sua inscrição em dívida ativa.

3
EAREsp 58.820/AL, de 8/10/2014.
44
AgRg no AREsp 2.447/RJ, de 17/4/2012; no mesmo sentido: AgR no AREsp 463.279/RJ, de 8/9/2014.

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Por outro lado, o desconto realizado por motivo de não


comparecimento ao serviço ou para reposição e indenização à Fazenda
Estadual, incidirá sobre o vencimento e as gratificações percebidas pelo
funcionário (art. 141).

1. (Cespe – AJ/STF/2013) Considere que determinado ente da administração


indireta do qual Pedro é servidor tenha concedido, contrariamente à legislação,
benefícios salariais a um grupo de servidores. Nessa situação, dados o princípio da
isonomia e o respeito ao direito adquirido, Pedro fará jus aos mesmos benefícios se
provar que executa função similar àquela desempenhada pelo referido grupo de
servidores.
Comentário: desde já, poderíamos considerar o item errado, pois, se a
concessão de benefício se deu de forma irregular, por óbvio não poderia ser
estendida a outro grupo. Além disso, o Poder Judiciário não pode, sob
argumento do princípio da isonomia, estender os benefícios a outros grupos
de servidores.
Gabarito: errado.

Tempo de serviço

As disposições sobre a contagem de tempo de serviço constam nos


artigos 90 a 94.
Inicialmente, o art. 90 estabelece que a apuração do tempo de serviço
será feita em dias, que serão convertidos em anos, considerado o ano
como de trezentos e sessenta e cinco dias.
Já o art. 93, veda a contagem cumulativa de tempo de serviço
prestado concomitantemente em mais de um cargo ou função de órgão da
União, dos Estados, do Distrito Federal, Territórios, Municípios, autarquias
e instituições privadas que hajam sido convertidas em órgãos de
administração direta ou em autarquia. Logo, o tempo de serviço anterior ao
período concorrente será contado (a) exclusivamente para o cargo em que
foi prestado, se o funcionário continuar a exercê-lo em regime de
acumulação ou (b) para um só dos cargos exercidos concorrentemente, se
houver sido prestado em outro cargo.

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Na sequência, o art. 91 apresenta os afastamentos considerados de


efetivo exercício do cargo, ao passo que o art. 92 apresenta as situações
em que o período será contado apenas para efeitos de aposentadoria e
disponibilidade.
Nesse contexto, dispõe o art. 91 são considerados como de efetivo
exercício os afastamentos em virtude de:
a) férias;
b) casamento;
c) luto;
d) exercício de outro cargo, função de Governo, ou direção nos serviços
da administração direta ou indireta do Estado;
e) exercício em cargo ou função de direção, chefia ou assessoramento,
quando posto à disposição de entidades da administração direta ou indireta,
da União, dos Estados e Municípios;
f) convocação para o serviço militar;
g) júri e outros serviços obrigatórios por lei;
h) licença-prêmio;
i) licença à funcionária gestante e ao funcionário acidentado em serviço
ou atacado de doença profissional;
j) missão oficial no país ou no estrangeiro, com ônus para o Estado,
mediante ato de autorização do Governador;
k) participação em congressos ou cursos de especialização, realização
de pesquisas científicas, estágios ou conferências culturais, com a
autorização do Governador e a competente prova de frequência e
aproveitamento;
l) desempenho de comissões ou funções previstas em lei ou
regulamento;
m) trânsito, na forma prevista nos regulamentos;
n) desempenho de função eletiva da União, dos Estados e dos
Municípios;
o) expressa determinação legal, em outros casos.
Ademais, para efeito de conceituação, o Estatuto define acidente no
trabalho como o evento que cause dano físico ou mental ao funcionário por

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efeito ou na ocasião do serviço. Além disso, a agressão, quando não


provocada, sofrida pelo funcionário no serviço ou em razão dele é
equiparada ao acidente de trabalho.
Em outro sentido, é considerada doença profissional, aquela peculiar
ou inerente ao trabalho exercido, comprovada em qualquer hipótese a
relação de causa e efeito.
Evidentemente, qualquer das situações demarcadas acima (acidente
de trabalho, agressão quando não provocada e doença profissional, deverá
ser estabelecida rigorosamente em laudo emitido em inspeção médica.
Por outro lado, será contado apenas para efeito de aposentadoria e
disponibilidade (art. 92):
a) o tempo de serviço público federal, estadual ou municipal, inclusive o
de desempenho de mandato eletivo anterior à investidura;
b) o período de serviço ativo, nas Forças Armadas, prestado durante a
paz, computado pelo dobro o tempo em operação de guerra;
c) o tempo de serviço prestado em autarquia federal, estadual ou
municipal;
d) o período de trabalho prestado a instituição de caráter privado que
tiver sido transformada em órgão da administração direta ou em autarquia;
e) o tempo de duração da licença prêmio não gozada contado em dobro;
f) o tempo de duração de licença para tratamento de saúde;
g) o tempo de licença a funcionária casada para acompanhar o marido
até o máximo de dois anos;
h) o tempo em que o funcionário esteve em disponibilidade ou
aposentado, desde que ocorra o aproveitamento ou a reversão,
respectivamente.

Férias

Acho que este é um assunto do interesse de todos! ☺


O direito às férias encontra-se previsto no art. 7º, XVII, da CF,
representando o período anual de descanso do servidor. Na Lei 6.123/1968,
esse direito encontra-se previsto nos arts. 103 a 108.
As férias têm duração de trinta dias anuais, que podem ser
acumuladas, no caso de imperiosa necessidade do serviço, por até o

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máximo de dois períodos, ensejando a justificativa em cada caso. Nesse


período, o servidor ficará afastado do exercício de suas atribuições, mas
terá direito a todas as vantagens do seu cargo e função.
O primeiro período aquisitivo de férias ocorre depois de doze meses
de exercício (art. 103, §2º). Exemplificando, se um servidor entrar em
exercício no dia 1º de agosto de 2014, ele completará os doze meses de
exercício no último dia do mês de julho de 2015, ganhando o direito ao
primeiro período de férias – relativas ao exercício de 2015.
O §1º do art. 103 veda que se leve à conta de férias qualquer falta ao
serviço. Dessa forma, se o servidor faltar ao serviço injustificadamente,
deverá ser descontada à sua remuneração correspondente aos dias de
ausência, não se podendo descontar esses dias do período de férias.
Ademais, o Estatuto não permite que as férias sejam parceladas –
ocorrendo apenas em casos de necessidade de serviço.
Cabe dizer, que a escala de férias será organizada pela autoridade
competente e poderá ser alterada de acordo com as necessidades do
serviço. Contudo, mesmo que a autoridade determine a escala, os
profissionais membros do magistério terão suas férias correspondentes às
férias escolares, obedecidas as restrições legais e regulamentares.
Prosseguindo, ao entrar em férias, o funcionário deverá comunicar ao
chefe imediato o seu endereço eventual.
Outrossim, o funcionário em gozo de férias não será obrigado a
interrompê-las por motivo de promoção ou remoção.
Caso o servidor seja e exonerado do cargo efetivo, ou em comissão,
ele deverá receber indenização relativa ao período das férias a que tiver
direito e ao incompleto, na proporção de um doze avos por mês de efetivo
exercício, ou fração superior a quatorze dias (art. 108-A). Essa indenização
será calculada com base na remuneração do mês em que for publicado o
ato exoneratório (art. 108-A, parágrafo único).

Licenças

O capítulo VI do Título IV do Estatuto dos Servidores do Estado de


Pernambuco apresenta as licenças.
De acordo com o art. 109 da Lei 6.123/1968, conceder-se-á ao servidor
licença:

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a) como prêmio;
b) para tratamento de saúde;
c) por motivo de doença em pessoa da família;
d) maternidade;
e) para o serviço militar;
f) para trato de interesses particulares;
g) à funcionária casada para acompanhar o marido;
Caso uma licença seja concedida dentro de sessenta dias do
término de outra da mesma espécie será considerada como
prorrogação (art. 110). Por exemplo, imagine que um servidor está em
gozo de licença por motivo de doença em pessoa da família, prevista para
encerrar no dia 30 de julho de 2015. Se ele solicitar a renovação dessa
licença, e ela for concedida no dia 15 de julho (dentro do período de
sessenta dias do término), será considerada mera prorrogação e não uma
nova licença.
Nessa situação, o pedido deverá ser apresentado antes do final do
prazo da licença, e, se indeferido, contar-se-á como de licença o período
compreendido entre a data do seu término e do conhecimento oficial do
despacho.
Agora, vamos analisar cada uma das licenças.

Licença prêmio

Essa licença é concedida a título de prêmio, como incentivo à


assiduidade, com direito à percepção do seu vencimento.
Em vista disso, após cada decênio de efetivo exercício no serviço
público do Estado de Pernambuco, o servidor fará jus a seis meses de
licença-prêmio, com todos os direitos e vantagens do cargo efetivo. Essa
licença poderá ser gozada em fracionamentos, desde que seu período não
seja inferior a um mês.
Com efeito, não será concedida licença-prêmio para o funcionário que:
 tenha cometido falta disciplinar grave;
 tenha faltado ao serviço, sem justificação, por mais de trinta dias; e
 tenha gozado licença (a) por mais de cento e vinte dias, consecutivos
ou não, por motivo de doença em pessoa da família, (b) para trato de

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interesse particular, e (c) por mais de noventa dias, consecutivos ou não,


por motivo de afastamento do cônjuge, funcionário civil ou militar, ou
servidor da administração pública direta ou indireta.
Para finalizar o assunto, fica assegurada a percepção da importância
correspondente ao tempo de duração da licença-prêmio deixada de gozar
pelo funcionário, em caso de falecimento, ou quando a contagem do aludido
tempo não se torne necessária para efeito de aposentadoria.
O valor da licença prêmio corresponderá a seis meses do vencimento
atribuído ao funcionário no mês em que houver completado o respectivo
decênio, exceto o último, que será correspondente ao vencimento percebido
pelo funcionário no mês em que passar à inatividade ou falecer.

Licença para tratamento de saúde

Corresponde à licença, remunerada integralmente, concedida a pedido


ou de ofício, mediante inspeção médica estadual, que comprove a
necessidade de tratamento.
A solicitação da licença deve ser feita no prazo de dez dias, contados
da primeira falta ao serviço.
Como a concessão dessa licença exige a inspeção médica, nos casos
em que for necessário, ela poderá ocorrer no local onde se encontrar o
funcionário. Além disso, nos locais em que não houver junta médica, a
inspeção poderá, a juízo da Administração, ser realizada por médico da
Secretaria de Saúde, e, na falta deste, com a declaração do fato, por outro
médico do serviço público.
Por outro lado, na licença requerida por funcionário que estiver em
outro Estado, a inspeção será realizada pelo órgão médico oficial, que
remeterá o laudo respectivo à repartição competente.
Ademais, o período limite para a concessão da licença é de 24 meses,
exceto nos casos considerados recuperáveis, nos quais, a critério da junta
médica, a licença poderá ser prorrogada.
É vedado ao funcionário licenciado o exercício de atividade remunerada
durante o afastamento. Na ocorrência de tal situação, será interrompida a
licença, om perda total do vencimento, até que reassuma o exercício do
cargo.
O funcionário que se julgar apto ao retorno às atividades, poderá
solicitar inspeção médica que o comprove.

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De qualquer forma, o funcionário que solicitar ou não, se julgado apto,


deverá assumir imediatamente o serviço, sob pena de se considerar como
falta o período de ausência.

Licença por motivo de doença em pessoa da família

A licença por motivo de doença em pessoa da família, disciplinada


no art. 125 da Lei 6.123/1968, poderá ser concedida ao servidor por motivo
de doença de ascendente, descendente, colateral, consanguíneo ou
afim, até o 2º grau, de cônjuge do qual não seja legalmente
separado, ou dependente que viva a suas expensas e conste do seu
assentamento funcional, mediante comprovação por perícia médica
oficial.
Apesar de o texto da lei mencionar expressamente que a licença
“poderá” ser concedida, o entendimento atual é que sua concessão é
vinculada, ou seja, se estiverem preenchidos os requisitos legais, a
Administração deverá conceder a licença.
Com efeito, a licença somente será deferida se a assistência direta do
servidor for indispensável e não puder ser prestada simultaneamente
com o exercício do cargo.
Na sequência, o §2º do art. 125 estabelece que a licença não excederá
24 meses e será concedida nas seguintes condições:
a) com vencimento integral, até três meses;
b) com metade do vencimento, até um ano; e
c) sem vencimento, a partir do décimo terceiro até o vigésimo quarto
mês.

Licença maternidade

Licença concedida à servidora gestante, remunerada e com duração de


seis meses, mediante avaliação médica oficial, pelo órgão estadual
competente, preferencialmente a partir do oitavo mês de gestação.
Caso o nascimento ocorra antes do prazo previsto (recém-nascido pré-
termo) a licença será concedida a partir da data do parto. Já para o caso de
bebê natimorto, decorridos 30 dias do evento, a servidora será submetida
a exame médico, e se julgada apta, reassumirá o exercício. Os mesmos 30
dias serão concedidos, a título de repouso, à funcionária que

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comprovadamente abortar - a funcionária continuará percebendo seu


vencimento na situação descrita.
Nesse âmbito, será considerada apta para a licença maternidade,
remunerada, a servidora que adotar ou obtiver a guarda judicial para fins
de adoção de criança. Nesse caso, a licença será concedida da seguinte
maneira:
a) adoção ou guarda judicial de criança até um ano de idade, pelo
período de 180 dias;
b) adoção ou guarda judicial de criança a partir de um até quatro
anos de idade, pelo período de 90 dias; e
c) adoção ou guarda judicial de criança a partir de quatro até oito
anos de idade, pelo período de 60 dias.

Cabe salientar, que tanto a licença concedida à gestante, quanto à


adotante, são consideradas de efetivo exercício, ou seja, os 180 dias de
afastamento da funcionária não serão considerados como faltas.

Além disso, embora não esteja no texto da Lei 6.123/1968, ao servidor


público da administração direta, autárquica e fundacional, ocupante de
cargo público, que tiver filho nascido ou que adote criança de até oito anos,
será concedida licença paternidade de quinze dias consecutivos (LC
91/2007).

Licença para o serviço militar

Será concedida licença ao servidor convocado para o serviço


militar e outros encargos da segurança Nacional – após comprovação
mediante documento de incorporação –, com vencimento integral.
Todavia, o servidor poderá optar pelo vencimento proveniente de seu
cargo (situação em que será descontado do valor o que for percebido na
qualidade de incorporado) ou pelo estipêndio militar.
Concluído o serviço militar, o servidor terá até trinta dias, sem perda
de vencimento, para reassumir o exercício do cargo.

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Licença para trato de interesses particulares

A licença para tratar de interesses particulares poderá ser concedida


ao servidor efetivo – e que não esteja em estágio probatório5 – por prazo
não superior a quatro anos. Tal licença não será remunerada e poderá
ser concedida, a critério da Administração (art. 130). Desse modo,
enquanto não for confirmada a concessão da licença – poderá ser negada
pela Administração –, o funcionário deverá aguardar em exercício.
Além disso, não havendo prejuízo ao serviço, a licença poderá ser
sucessivamente prorrogada, com periodicidade não superior a dois anos,
observado, em qualquer caso, o interesse da Administração.
Cabe frisar, ademais, que a licença poderá ser interrompida, a qualquer
tempo, a pedido do servidor ou no interesse do serviço (art. 132).

Licença à funcionária casada para acompanhar o marido

Segundo o art. 133 da Lei 6.123/1968, poderá ser concedida licença à


servidora para acompanhar cônjuge, funcionário civil ou militar ou
servidor da administração direta ou indireta do Poder Público, que foi
deslocado para outro ponto do território nacional ou do Estado, para
o exterior, ou para o exercício de mandato eletivo fora do Estado.
Essa licença será pelo prazo que durar a comissão ou nova função
do marido e não terá remuneração.
Por fim, a persistência dos motivos determinantes da licença deverá
ser obrigatoriamente comprovada a cada dois anos, a partir da concessão,
sob pena de cancelamento da mesma.

Ajuda de custo

Segundo o art. 144 da Lei 6.123/1968, a ajuda de custo destina-se


a compensar as despesas de instalação e de viagem do servidor que, no
interesse do serviço, passar a ter exercício em nova sede, com mudança
de domicílio em caráter permanente, e será paga adiantadamente ao
funcionário, ou, se este preferir, na nova sede.
Imagine, por exemplo, que um servidor que exercia suas funções em
uma unidade da Receita Federal situada em Porto Alegre-RS seja removido,

5
Também não será concedida licença para trato de interesse particular a funcionário removido, antes de assumir
o exercício (art. 131).

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no interesse do serviço, para outra unidade da Receita Federal, porém


situada em Vitória-ES. Nesse caso, ele fará jus à ajuda de custo para
compensar as despesas de instalação decorrentes da mudança de sede em
caráter permanente.
No entanto, o valor concedido ao funcionário não poderá ultrapassar o
valor percebido em um mês de vencimento (art. 144, §1º).
Além disso, ao funcionário que precisar, em objeto de serviço, se
afastar da sede por mais de trinta dias, será concedida a ajuda de custo de
um mês de vencimento, sem abatimento ou prejuízo das diárias a que fizer
jus nesse período.
De outro modo, haverá situações em que o funcionário precisará
restituir a ajuda de custo. São elas (a) quando não se transportar para a
nova sede no prazo determinado ou (b) quando, antes de realizar a
incumbência que lhe foi atribuída, regressar, abandonar o serviço ou pedir
exoneração, ressalvados os casos de doença comprovada, solicitação da
própria administração ou de exoneração a pedido após noventa dias de
exercício na nova sede.
A restituição mencionada, deverá ocorrer no prazo de trinta dias e é
de responsabilidade do funcionário.
Por fim, o cálculo da ajuda de custo será realizado sobre o vencimento
do cargo; sobre o vencimento do cargo em comissão que passar a exercer
na nova sede; ou sobre o vencimento do cargo efetivo, acrescido da
gratificação, quando se tratar de função assim retribuída. (art. 147).

Diárias

Dispõe o art. 148 da Lei 6.123/1968 que o servidor que, a serviço,


afastar-se da sede, fará jus a diárias destinadas a indenizar as parcelas de
despesas extraordinárias com pousada, alimentação e transporte.
Por exemplo, se um servidor de algum órgão de fiscalização afastar-se
de sua sede para realizar uma auditoria em um município do interior, ele
deverá receber as diárias para indenizar eventuais despesas que vier a ter
com pousada, alimentação e locomoção urbana no local da fiscalização.
Destaca-se que a diária deve ser paga antecipadamente ao funcionário
e seu valor irá considerar o local, a natureza e as condições de serviço.

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Gratificações

Por força do art. 160 do Estatuto dos Servidores de Pernambuco,


poderão ser concedidas ao funcionário as seguintes gratificações:
a) de função;
b) pela prestação de serviço extraordinário;
c) pela representação de Gabinete;
d) pelo exercício em determinadas zonas ou locais;
e) pela execução de trabalhos de natureza especial, com risco de vida
ou de saúde;
f) pela realização de trabalho relevante, técnico ou científico;
g) pela participação em órgão de deliberação coletiva;
h) adicional por tempo de serviço;
i) pela participação, como auxiliar ou membro de comissão
examinadora de concurso;
j) pela prestação de serviço em regime de tempo complementar/ou
integral com dedicação exclusiva;
k) de produtividade;
l) pela participação em comissão ou grupo de trabalho;
m) por serviço ou estudo fora do país;
n) pela participação em grupo especial de assessoramento técnico;
o) pelo exercício do magistério inclusive em cursos especiais de
treinamento de funcionários;
p) por outros encargos previstos em lei ou regulamento.

Todas as gratificações mencionadas acima, exigem o comparecimento


do funcionário ao serviço. Desse modo, exceto nos casos expressamente
previstos em Lei, o afastamento eventual ou temporário do exercício do seu
cargo, a lotação ou designação do funcionário para servir em outro órgão,
acarreta o cancelamento automático das gratificações atribuídas ao mesmo
e não incorporadas ao vencimento.

Embora a Lei 6.123/1968 não tenha trazido a definição de todas as


gratificações, veremos abaixo algumas características pontuais das que
foram citadas.

Primeiramente, o art. 162 conceitua a gratificação de função como


sendo aquela correspondente a encargos de gerência, chefia ou supervisão
de órgãos e outros definitivos em regulamento, não podendo ser atribuída
a ocupante de cargo em comissão.

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Já no art. 163 temos a menção de que o exercício de cargo em


comissão exclui a gratificação pela prestação de serviço
extraordinário, mais conhecida como “hora-extra”. Isso quer dizer, que o
funcionário ao ser designado para cargo comissionado, perceberá os valores
referentes à comissão, sem contudo, fazer jus ao pagamento de hora-extra
ao ultrapassar os horários definidos para o seu cargo efetivo.

Ademais, fica definido que (a) a gratificação pela prestação de serviço


extraordinário corresponderá a 50% a mais do valor da hora normal, (b) os
valores não poderão exceder mais de 40 horas extras no mesmo mês, e (c)
a gratificação será incorporada aos proventos quando o servidor, ao
aposentar-se, a venha percebendo há mais de doze meses,
ininterruptamente.

A gratificação pela representação de Gabinete será atribuída a


servidor com exercício no Gabinete e na Assessoria Técnica do Governador,
do Vice-Governador e de Secretário de Estado.

Além disso, o recebimento dessa gratificação exclui a percepção de


gratificações por

a) exercício em determinadas zonas ou locais;

b) execução de trabalhos de natureza especial, com risco de vida


ou de saúde;

c) produtividade;

d) serviço ou estudo fora do país; e

e) participação em grupo especial de assessoramento técnico.

Em relação à gratificação adicional por tempo de serviço, ela será


concedida automaticamente a partir do dia imediato àquele em que o
funcionário completar um quinquênio de efetivo serviço, e calculada sobre
o vencimento do cargo efetivo, correspondendo a cinco por cento por
quinquênio prestado à União, aos Estados, aos Municípios de Pernambuco
e às respectivas autarquias.
O art. 167, trata da gratificação pela prestação de serviço em
regime de tempo complementar, de tempo integral ou tempo
integral com dedicação exclusiva. Assim, ela será fixada em

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regulamento e destina-se a incrementar o funcionamento dos órgãos da


administração.
Dessa maneira, o regime de tempo complementar ou de tempo integral
será aplicado a cargos e funções que, por sua natureza, exijam do
funcionário o desempenho de atividades técnicas, científicas ou de
pesquisa, e aos de direção, chefia e assessoramento. Por outro lado, o
funcionário sujeito ao regime de tempo integral com dedicação exclusiva
deve dedicar-se plenamente aos trabalhos de seu cargo ou função, sendo-
lhe vedado o exercício cumulativo de outro cargo, função ou atividade
pública de qualquer natureza ou atividade particular, de caráter
empregatício ou profissional.
Frisamos, no entanto, que na última situação, existem situações em
que é excetuada a proibição de exercício cumulativo. São elas:
 o exercício em órgão de deliberação coletiva, desde que
relacionado com a função desempenhada em regime de tempo integral;
 as atividades que, sem caráter de emprego, se destinem a
difusão e aplicação de ideias e conhecimentos, salvo as que
impossibilitem ou prejudiquem a execução das tarefas inerentes ao
regime de tempo integral;
 a prestação de assistência não remunerada a outros
serviços, visando a aplicação de conhecimentos técnicos ou científicos,
quando solicitada através da repartição a que pertence o funcionário;
 o exercício, no interior do Estado, de profissão
regulamentada, de nível superior, por funcionário residente e
lotado no interior do Estado, desde que seja observado o respectivo
horário de trabalho e não haja prejuízo para o desempenho das tarefas
realizadas em regime de tempo integral.
 o exercício de atividade docente, desde que observado o
disposto no item anterior quanto ao horário de trabalho e ao desempenho
das tarefas, haja correlação de matéria com as atribuições e a natureza
do cargo exercido em regime de tempo integral.

Por fim, no art. 168, vemos que a gratificação de produtividade não


poderá exceder a um mês de vencimento e será atribuída ao funcionário
pela realização de trabalhos, além do expediente em obediência ao que
dispuser o regulamento.

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Concessões

As concessões são direitos que podem ser concedidos ao servidor.


Desse modo, sem prejuízo do vencimento, ou de qualquer direito ou
vantagem, o funcionário poderá faltar ao serviço até oito dias
consecutivos, por motivo de:
a) casamento;
b) falecimento do cônjuge, pais, filhos ou irmãos.
Além disso, para a família do funcionário falecido no desempenho de
serviço fora da sede do seu trabalho, será concedido transporte, bem como
auxílio funeral – correspondente a um mês de vencimento ou provento.
Na ocorrência de acumulação, será percebido o vencimento de maior
padrão ou nível exercido pelo funcionário.
Prosseguindo, o art. 173 expressa que o vencimento e o provento não
sofrerão descontos, além dos autorizados em lei ou regulamento.
Ao funcionário matriculado em estabelecimento de ensino médio ou
superior, será concedido, sem prejuízo da duração semanal do trabalho, um
horário que lhe permita a frequência às aulas, bem como ausentar-se do
serviço, sem prejuízo do vencimento e demais vantagens, para submeter-
se a prova ou exame, mediante apresentação de atestado fornecido pelo
respectivo estabelecimento.
Todavia, se estiver matriculado e for necessária a mudança de
domicílio para exercício do cargo ou função pública, será assegurada
matrícula em estabelecimento estadual de ensino na nova sede,
independentemente de época ou da existência de vaga (o mesmo é válido
para o cônjuge e filhos consanguíneos, afins ou adotivos do funcionário).
Ademais, será permitido ao servidor se afastar de suas funções, sem
prejuízo remuneratório e excluídas as vantagens do cargo, para estudo ou
para servir em organismo internacional com o qual o Brasil mantenha
vínculo de cooperação, desde que previamente autorizado pelo Governador
do Estado, ou Secretário de Estado por ele delegado.
Para esse tipo de afastamento, serão obedecidos os seguintes prazos:
 para curso de especialização, por 18 meses, prorrogáveis por mais
três meses;

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 para curso de mestrado, por 30 meses, prorrogáveis por mais seis


meses;
 para curso de doutorado, por 48 meses, prorrogáveis por mais seis
meses.
No retorno do afastamento, o funcionário deverá permanecer no órgão
de origem ou em lotação conforme sua especialização, por período igual ou
superior ao do afastamento, sob pena de ressarcimento ao Estado dos
vencimentos pagos durante o período.
Chama-se a atenção para outro detalhe, se se não for demonstrada a
correlação dos estudos com as atribuições do cargo exercido pelo servidor,
não será permitido o afastamento.
Finalizando, caso o afastamento esteja vinculado a serviço em
organismo internacional, o funcionário não terá direito aos vencimentos
pertinentes ao cargo.

Direito de Petição

O direito de petição possui previsão constitucional (CF, art. 5º, XXXIV,


“a”). No Estatuto, esse direito possui uma previsão mais restrita, uma vez
que é aplicável aos servidores públicos. Basicamente, representa uma
forma de solicitar direitos ou providências da Administração.
Nesse contexto, são três os instrumentos para o exercício do direito de
petição:
a) requerimento;
b) pedido de reconsideração; e
c) recurso.
O art. 182 assegura ao servidor o direito de requerer ou
representar. O requerimento ou representação deve ser dirigido à
autoridade competente para decidi-lo, porém será encaminhado por
intermédio daquela a que estiver imediatamente subordinado o requerente
(art. 183). Isso quer dizer que o servidor deve seguir a cadeia hierárquica
para proceder o seu pedido, ou seja, deve encaminhar o pedido por meio
de sua chefia.
Quando a autoridade a quem for apresentado o requerimento ou a
representação não tiver competência para a decisão, deverá encaminhá-lo,

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no prazo de dez dias, devidamente informado àquele que detiver a


competência.
A partir disso, a autoridade competente deverá decidir o
requerimento ou a representação no prazo de trinta dias, a contar do
recebimento, ressalvada a necessidade de diligência quando o prazo se
iniciará do conhecimento da conclusão da diligência.
Da decisão emitida pela autoridade, caberá, no prazo de trinta dias,
pedido de reconsideração, que não pode ser renovado.
Por fim, o recurso é cabível nas seguintes situações (art. 185):
a) contra o indeferimento do pedido de reconsideração;
b) contra as decisões sobre os recursos sucessivamente
interpostos.
O recurso será interposto no prazo de trinta dias perante a autoridade
que tiver de proferir a decisão e julgado pela autoridade imediatamente
superior.
Contudo, o encaminhamento do recurso também segue a via
hierárquica, ou seja, o servidor deve encaminhar o recurso por intermédio
da autoridade a que estiver imediatamente subordinado no prazo de dez
dias (art. 185, §2º).
Será considerado tacitamente indeferido o requerimento, a
representação, pedido de reconsideração ou o recurso que não for decidido
dentro do prazo de quarenta e cinco dias a contar da data de seu
recebimento pela autoridade competente para decisão, salvo em caso que
exija a realização de diligência ou parecer especial. Nesse último caso, o
prazo ganha o acréscimo de mais quinze dias.
Na sequência, o art. 187 apresenta os prazos em que o direito de
requerer prescreverá, são eles:
a) em cinco anos, quanto aos atos de que decorra perda do cargo, de
vencimentos ou vantagens pecuniárias ou cassação de aposentadoria ou
disponibilidade;
b) em cento e vinte dias, nos demais casos.
O prazo de prescrição será contado da data da publicação do ato
impugnado ou da data da ciência pelo interessado, quando o ato não
for publicado (art. 188).

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Por fim, dispõe o art. 189 que, as contagens mencionadas


corresponderão a dias corridos, mas se, por ventura, o vencimento incidir
em sábado, domingo ou feriado, será ele prorrogado para o primeiro dia útil
subsequente.

REGIME DISCIPLINAR

O regime disciplinar dos servidores públicos está disposto nos títulos


IV e V da Lei 6.123/1968 (artigos 190 a 249). Nesses títulos, encontramos
a acumulação, os deveres e proibições dos servidores, as regras sobre as
responsabilidades, as penalidades a que estão sujeitos os funcionários, bem
como as disposições sobre o processo administrativo disciplinar.

Acumulação

De acordo com a Constituição Federal, é vedada a acumulação


remunerada de cargos públicos, exceto, quando houver compatibilidade de
horários, para:
a) dois cargos de professor;
b) um cargo de professor com outro técnico ou científico;
c) dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com
profissões regulamentadas.
A Lei 6.123/1968 ainda acrescentou a possibilidade de acumulação
para um cargo de juiz e outro de professor.
Ademais, a proibição de acumular se estende a cargos, empregos e
funções em autarquias, fundações públicas, empresas públicas e sociedades
de economia mista (art. 190, §2º).
Com efeito, a acumulação, ainda que lícita, deve possuir
compatibilidade de horários e correlação de matérias.
Prosseguindo, o art. 191 da Lei dispõe que o servidor não poderá
exercer mais de uma função gratificada, nem perceber estipêndio pela
participação de mais de um órgão de deliberação coletiva, salvo neste
último caso, quando tiver a condição de membro nato ou quando o exercício
em um deles seja em decorrência do outro.

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Fechando o assunto, se for verificada acumulação proibida e


comprovada a boa-fé, o funcionário optará por um dos cargos. No caso
inverso, perderá todos os cargos.

Deveres

Os deveres são as obrigações ou condutas que os agentes devem


adotar em conjunto com as suas atribuições funcionais. Na Lei 6.123/1968,
eles estão dispostos no art. 193, nos seguintes termos:
Art. 193. São deveres do funcionário, além do desempenho das tarefas
cometidas em razão do cargo ou função.
I - assiduidade;
II - pontualidade;
III - discrição;
IV - urbanidade;
V - lealdade às instituições constitucionais;
VI - obediência às ordens superiores, exceto quando manifestamente
ilegais;
VII - observância às normas legais e regulamentares;
VIII - levar ao conhecimento da autoridade superior irregularidade de que
tiver ciência em razão do cargo ou função;
IX - zelar pela economia e conservação do material que lhe for confiado;
X - providenciar para que esteja sempre em ordem, no assentamento
individual a sua declaração de família;
XI - atender prontamente às requisições para defesa da Fazenda pública e
à expedição de certidões requeridas para defesa de direitos e
esclarecimentos de situações;
XII - guardar sigilo sobre documentos e fatos de que tenha conhecimento
em razão do cargo ou função.

Proibições

As proibições são condutas vedadas aos servidores públicos, estando


enumeradas no art. 194 da Lei 6.123/1968:
a) exercer, cumulativamente, dois ou mais cargos ou funções públicas,
salvo as exceções previstas em lei;
b) referir-se de modo depreciativo, em informação, parecer ou
despacho às autoridades ou atos da administração pública podendo porém

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em trabalho assinado criticá-los do ponto de vista doutrinário ou da


organização do serviço;
c) retirar, sem previa autorização da autoridade competente, qualquer
documento ou objeto da repartição;
d) promover manifestação de apreço ou desapreço e fazer circular ou
subscrever lista de donativos no recinto da repartição;
e) valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou de outrem, em
detrimento da dignidade da função pública;
f) coagir ou aliciar subordinados com objetivo de natureza político-
partidária;
g) participar de gerência ou administração de empresa comercial ou
industrial, salvo em órgão da administração pública indireta;
h) exercer comércio ou participar de sociedade comercial, exceto como
acionista, cotista ou comanditário;
i) atuar, como procurador ou intermediário, junto a repartições
públicas, salvo quando se tratar de benefícios previdenciários ou
assistenciais, vencimentos e vantagens de parentes até o segundo grau,
e de cônjuge ou companheiro;
j) praticar usura em qualquer de suas formas;
k) receber propinas, comissões, presentes ou vantagens de qualquer
espécie, em razão do cargo ou função;
l) cometer a pessoa estranha à repartição, fora dos casos previstos
em lei o desempenho de encargo que lhe competir ou a seus
subordinados;
m) promover direta ou indiretamente a paralisação de serviços públicos
ou dela participar;
n) aceitar comissão, emprego ou pensão de governo estrangeiro, sem
prévia autorização do Presidente da República;
o) celebrar contrato com a administração estadual quando não
autorizado em lei ou regulamento;

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p) receber, direta ou indiretamente, remuneração de empresas que


mantenham contrato com o órgão ou entidade de sua lotação.

Responsabilidades

Pelo exercício irregular de suas atribuições, o servidor público poderá


responder nas esferas civil, penal e administrativa (art. 195).
Basicamente, a esfera civil decorre da ocorrência de dano e consiste no
respectivo ressarcimento; a espera penal ocasiona a aplicação de sanções
penais (p. ex.: detenção); por fim, a esfera administrativa decorre da
prática dos ilícitos administrativos, previstos no Estatuto dos Servidores.
Assim, justamente por possuírem fundamentos diversos, a regra é que
cada uma dessas instâncias seja independente. Portanto, um mesmo
servidor público poderá ser condenado simultaneamente a ressarcir o dano
(esfera civil), sofrer a pena de demissão (esfera administrativa) e ainda ser
condenado à prisão (esfera penal). É possível, por outro lado, que um
servidor seja condenado civil e administrativamente, mas absolvido no
processo penal. Logo, existem várias combinações possíveis. Todavia,
veremos, adiante, que a regra da independência das instâncias possui
algumas exceções.
A responsabilidade civil decorre de ato omissivo ou comissivo,
doloso ou culposo, que resulte em prejuízo à Fazenda Estadual ou a
terceiros (art. 196). Nesse caso, exige-se a responsabilidade subjetiva ou
com culpa do servidor público. Portanto, para que o servidor público seja
condenado civilmente a ressarcir o dano, deverá ser comprovado que ele
agiu com dolo (intenção) ou com culpa em sentido estrito.
Caso o dano seja causado contra a Administração, o servidor será
diretamente contra ela responsabilizado6. No entanto, se o dano ocorrer
contra terceiros, o servidor responderá perante a Fazenda Pública por meio
de ação regressiva (art. 196, §2º).
Nesse contexto, o art. 37, §6º, da Constituição Federal, determina que
as “pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras
de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa
qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso
contra o responsável nos casos de dolo ou culpa”. Assim, se um servidor

6
O ressarcimento do prejuízo causado à Fazenda Pública obedecerá ao disposto no art. 140, sem prejuízo da
promoção de ação judicial para cobrança do valor integral devido, a critério da Administração.

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público causar dano a terceiro, o Estado deverá primeiro ressarcir o


prejudicado para, em seguida, mover a ação de regresso contra o servidor,
para dele recuperar os valores gastos com a indenização.
De forma bem simples, se o servidor público “A” causar dano, com dolo
ou culpa, ao cidadão “B”; o Estado será responsável por ressarcir “B”,
podendo em seguida mover a ação de regresso contra “A” para recuperar
esses valores.
Por outro lado, a responsabilidade penal abrange os crimes e
contravenções imputadas ao servidor, nessa qualidade (art. 197). Na Lei
Penal, os crimes praticados pelo funcionário público contra a Administração
constam nos artigos 312 a 326. Além disso, podemos encontrar outras
condutas típicas na legislação especial, a exemplo da Lei 8.666/1993 que
apresenta alguns crimes que podem ser praticados por servidores públicos
relacionados com licitações e contratos administrativos.
Finalmente, a responsabilidade administrativa (ou civil-
administrativa) resulta de ato omissivo ou comissivo praticado no
desempenho do cargo ou função (art. 124). A responsabilidade
administrativa decorre da prática dos ilícitos administrativos, como por
exemplo a infringência em algumas das vedações que vimos acima ou a
falta de observância dos deveres funcionais do servidor.
Voltando ao assunto da independência das instâncias, as sanções
civis, penais e administrativas poderão cumular-se, sendo
independentes entre si.
Ocorre, todavia, que a esfera penal poderá, em alguns casos,
influenciar as demais órbitas de responsabilidade, a depender do conteúdo
da sentença penal.
Nesse contexto, entende o STJ que a responsabilidade administrativa
do servidor será afastada no caso de absolvição criminal que negue a
existência do fato ou sua autoria. Isso porque a apuração penal é muito
mais solene, exigindo um aprofundamento nas provas bem maior do que
se exige nas demais esferas. Assim, se ao final do processo penal restar
comprovado que o fato não existiu ou então que o servidor não é o autor
da conduta investigada, não há porque condená-lo nas demais esferas.
É importante ficar claro, porém, que tal relação ocorre apenas quando
ficar comprovado no processo penal que o fato não existiu ou então que o
servidor não é o seu autor.

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Por outro lado, se o servidor for absolvido simplesmente pela falta de


provas, ou por ausência de tipicidade ou de culpabilidade penal, ou por
qualquer outro motivo que não sejam os dois mencionados acima, a
esfera penal não influenciará nas demais.
Assim, um servidor pode ser absolvido penalmente por falta de provas,
mas ser condenado civil e administrativamente, pois essas últimas não
exigem um rigor probatório tão grande. Da mesma forma, um servidor pode
ser absolvido penalmente por falta de tipicidade de sua conduta, ou seja,
aquilo que ele cometeu não se enquadra perfeitamente com a conduta
prevista na Lei Penal (tipo penal), porém a mesma conduta poderá ser
enquadrada em alguma falta funcional, acarretando a responsabilidade
administrativa.
Com efeito, a doutrina7 utiliza a expressão conduta residual para se
referir àquelas condutas que não são puníveis na órbita penal, mas que
geram responsabilização civil e administrativa. Nesse contexto, vale
transcrevermos o enunciado da Súmula 18 do STF, vejamos:
Súmula 18:
Pela falta residual, não compreendida na absolvição pelo juízo criminal, é
admissível a punição administrativa do servidor público.

Dessa forma, com exceção da sentença penal que negar a existência


do fato ou a sua autoria, as instâncias de responsabilização são
independentes, podendo o servidor ser responsabilizado pela conduta
residual.

Penalidades disciplinares

As penalidades disciplinares são as sanções administrativas impostas


aos servidores em decorrência da prática dos ilícitos administrativos. Nesse
contexto, dispõe o art. 199 da Lei 6.123/1968 que são penalidades
disciplinares:
a) repreensão;
b) multa;
c) suspensão;
d) destituição de função;
e) demissão;
f) cassação de aposentadoria ou disponibilidade.

7
e.g. Carvalho Filho, 2014, p. 782.

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Na aplicação das penalidades, serão considerados: (i) a natureza e a


gravidade da infração cometida; (ii) os danos que dela provierem para o
serviço público; e (iii) os antecedentes funcionais (art. 200).
Ademais, a Lei 6.123/1968 descreve, ainda que de forma genérica, a
penalidade aplicável para determinado cada tipo de ilícito administrativo.
Devemos relembrar que, no tópico sobre as proibições, vimos um quadro
com todas as vedações. Assim, vamos descrever abaixo as situações que
ensejam cada tipo de penalidade, sem repetir a relação de proibições. Por
isso, o aluno deverá retomar o tópico sobre as proibições para evitar
repetições desnecessárias.

Repreensão

A repreensão será aplicada por escrito, nos casos de desobediência ou


falta de cumprimento do dever (art. 201).

Suspensão

A suspensão, que não poderá exceder a trinta dias, será aplicada


nos seguintes casos (art. 202):
a) falta grave;
b) reincidência em falta punível com a pena de repreensão;
c) transgressão do disposto nos itens II, III, IX e XII do artigo 194.
Ademais, permite o Estatuto dos Servidores que a penalidade de
suspensão poderá ser convertida em multa, na base de cinquenta por
cento por dia de vencimento ou remuneração, desde que haja
conveniência para o serviço. Nesse caso, a suspensão será trocada pela
multa e, assim, o servidor ficará obrigado a permanecer em serviço (art.
202, parágrafo único).

Destituição de função

A destituição de função terá por fundamento a falta de exação (falta


de exatidão, de cobrança) do cumprimento do dever (art. 203).

Demissão

A demissão será aplicada nos casos de:

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a) crime contra a administração pública;


b) abandono de cargo;
c) insubordinação grave em serviço;
d) incontinência pública e escandalosa, vício de jogos proibidos e
embriaguez habitual;
e) ofensa física a pessoa, quando em serviço, salvo em legítima defesa;
f) aplicação irregular dos dinheiros públicos;
g) revelação de segredo conhecido em razão do cargo ou função;
h) lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimônio estadual;
i) corrupção passiva nos termos da lei penal;
j) reincidência em falta que deu origem à aplicação da pena de suspensão
por trinta dias;
k) transgressão ao disposto no item I do artigo 194 combinado com o
parágrafo único do artigo 192 do Estatuto – “exercer,
cumulativamente, dois ou mais cargos ou funções públicas, salvo as
exceções previstas em lei”; “Art. 192. Verificada em processo
administrativo acumulação proibida e comprovada a boa fé, o
funcionário optará por um dos cargos. Parágrafo único. Provada a má
fé, o funcionário perderá todos os cargos.”;
l) transgressão ao disposto nos itens V, VI, VII, VIII, X, Xl, XIV, XV e XVI
do artigo 194;
m) perda da nacionalidade brasileira;
n) sessenta dias de falta ao serviço, em período de doze meses, sem
causa justificada, desde que não configure abandono de cargo;
o) improbidade administrativa.
O abandono de cargo decorre da ausência ao serviço sem justa
causa, por mais de trinta dias consecutivos. (art. 204, parágrafo único).
Além disso, nos casos abaixo, a demissão será aplicada com a nota "a
bem do serviço público", que constará do respectivo ato. A demissão com
a nota "a bem do serviço público" impede a participação do ex-servidor em
concurso público para provimento de cargo, emprego ou função na
administração direta e indireta estadual ou sua nomeação ou designação
para cargos comissionados ou funções de confiança. Os casos de demissão
“a bem do serviço público" são os seguintes: (a) crime contra a

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administração pública; (b) aplicação irregular dos dinheiros públicos; (c)


revelação de segredo conhecido em razão do cargo ou função; (d) lesão aos
cofres públicos e dilapidação do patrimônio estadual; (e) corrupção passiva
nos termos da lei penal.

Cassação de aposentadoria ou de disponibilidade

Será cassada a aposentadoria ou a disponibilidade nos seguintes


casos (art. 207):
a) falta punível com a pena de demissão, quando praticada ainda no
exercício do cargo ou função;
b) aceitação ilegal de cargo ou função pública, provada a má fé;
c) celebração de contrato com a administração estadual quando não
autorizada em lei ou regulamento;
d) prática de usura em qualquer de suas formas;
e) aceitação, sem prévia autorização do presidente da República, de
comissão, emprego ou pensão de governo estrangeiro;
f) perda da nacionalidade brasileira.

Competência para aplicação das penalidades

São competentes para aplicação das penalidades disciplinares (art.


208):
a) o Governador, em qualquer caso e privativamente, nos casos de
demissão e cassação de aposentadoria ou disponibilidade;
b) os Secretários de Estado e chefes de órgãos diretamente subordinados
ao Governador, em todos os casos, salvo nos de demissão e cassação
de aposentadoria ou disponibilidade;
c) os diretores de repartição, nos casos de repreensão e suspensão até
oito dias.
d) a aplicação da pena de destituição de função caberá à autoridade que
houver feito a designação do funcionário.

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Prescrição

A prescrição é a situação em que o Poder Público perde a sua


capacidade punitiva, ou seja, transcorrido o prazo previsto em lei, o Estado
não poderá mais impor penalidade ao agente infrator.
Nesse sentido, a prescrição da ação disciplinar ocorre nos seguintes
prazos (art. 209):
a) em um ano, as faltas sujeitas à pena de repreensão;
b) em dois anos, as faltas sujeitas à pena de suspensão;
c) em cinco anos, as faltas sujeitas às penas de destituição de função,
demissão e cassação de aposentadoria ou disponibilidade.
Todavia, se a infração disciplinar também for capitulada como crime, o
prazo prescrição será o mesmo previsto na legislação penal,
independentemente de instauração de inquérito policial ou do ajuizamento
da ação penal8 (art. 209, §1º).
O curso da prescrição começa a fluir da data do fato punível
disciplinarmente e se interrompe pelo ato que determinar a instauração do
inquérito administrativo ou de sindicância com caráter punitivo (art. 209,
§2º).
Deve-se destacar, ademais, que as ações de ressarcimento são
imprescritíveis, na forma do §5º, art. 37, da Constituição Federal. Portanto,
mesmo com a prescrição da capacidade punitiva, caso subsista dano ao
erário em decorrência de ação dolosa ou culposa do servidor, ainda assim
poderá ser realizado o procedimento para obter o ressarcimento desse
dano.

PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR E SINDICÂNCIA

A apuração de responsabilidade de servidores públicos por infrações


praticadas no exercício de suas funções, ou que tenham relação com as
atribuições do seu cargo, é realizada por meio de processo
administrativo, que compreende a sindicância e o inquérito
administrativo.

8
Essa situação não se aplica aos casos de abandono de cargo, que se submete ao prazo prescricional previsto no
inciso III. Caracterizado o abandono de cargo, a ausência de recusa ao retorno voluntário do servidor ao serviço
não configura perdão administrativo tácito, ainda que não tenha sido instaurado qualquer procedimento
administrativo para apuração da infração.

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Nessa linha, a sindicância ou o inquérito administrativo são os


instrumentos utilizados para apurar os fatos, conceder o contraditório e a
ampla defesa e, se for o caso, aplicar as sanções administrativas aos
servidores que cometerem infrações. Com efeito, somente as penalidades
administrativas são punidas em processo administrativo, sendo que as
penas de natureza civil e penal devem ser apuradas e penalizadas por meio
de instrumentos próprios, perante o Poder Judiciário.
De acordo com o Estatuto, a autoridade que tiver ciência de
irregularidade no serviço público é deverá promover a sua apuração,
mediante processo administrativo (art. 214). Outrossim, são
competentes para instaurar o processo administrativo o Governador, os
Secretários de Estado e os diretores de repartição (art. 215).
Com efeito, a Constituição Federal de 1988 impede que qualquer
penalidade seja aplicada sem a concessão do contraditório e da ampla
defesa (art. 5º, LV). Assim, desde o advento da atual Carta Política, não
existe nenhum fundamento para impor uma sanção sem que o acusado
possa se defender, tal como ocorria na chamada “verdade sabida”. Dessa
forma, mesmo que existam as mais fortes evidências de que determinada
pessoa cometeu uma infração, ela não pode ser penalizada antes de lhe ser
concedida a oportunidade de defesa.
Vejamos uma questão sobre o assunto.

2. (Cespe - Tec/MPU/2013 – adaptada) Considere que determinado servidor


estadual tenha cometido infração disciplinar e que seu chefe imediato tenha dela
tomado conhecimento no dia seguinte ao da prática do ato. Nesse caso, deve o
chefe do servidor promover a apuração imediata da irregularidade, mediante
sindicância ou inquérito administrativo.
Comentário: de acordo com o Estatuto dos Servidores, a autoridade que tiver
ciência de irregularidade no serviço público é obrigada a promover a sua
apuração, mediante processo administrativo, que abrange a sindicância e o
inquérito administrativo (art. 214, parágrafo único). Logo, o item está correto.
Destaco, porém, que o “chefe imediato” causa certa confusão, uma vez que
não necessariamente seria o chefe imediato, mas a autoridade competente
para instaurar o processo, que nem sempre será o chefe imediato. Contudo, o

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gabarito final foi este mesmo, demonstrando que precisamos de um “jogo de


cintura” em questões de concursos.
Gabarito: correto.

Suspensão preventiva

A autoridade competente possui a faculdade de suspender


preventivamente do exercício do cargo, pelo prazo de até trinta dias,
como medida cautelar, para evitar que ele interfira na apuração da
irregularidade (art. 211). O afastamento poderá ser prorrogado por até 90
dias, pelo Governador, os Secretários de Estado e chefes de órgãos
diretamente subordinados ao Governador, findo o qual cessarão os seus
efeitos, ainda que não concluído o processo (art. 211, parágrafo único).

Sindicância

A sindicância destina-se aos casos em que as penalidades são mais


leves – que ensejam até a aplicação da repreensão – e, portanto, trata-se
de um procedimento mais célere para apurar as irregularidades praticadas
por servidores.
De acordo com o art. 218, da Lei 6.123/1968, da sindicância poderá
resultar:
a) o seu arquivamento quando comprovada a inexistência de
irregularidade imputável a funcionário público;
b) a aplicação da pena de repreensão ou de suspensão por até 15
dias;
c) a abertura de inquérito administrativo, nos demais casos.
Ademais, a sindicância será instaurada quando a falta funcional não
se revele evidente ou quando for incerta a autoria (art. 216).
De acordo com o art. 217, a sindicância será procedida por dois
funcionários designados mediante despacho da autoridade que
determinar a sua instauração, devendo ser concluída no prazo de vinte
dias.
Finalmente, deve-se destacar que sempre que da sindicância decorrer
a aplicação de penalidade administrativa, deverá ser oportunizado o
contraditório e a ampla defesa ao servidor (CF, art. 5º, LV).

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3. (Cespe - AUFC/2013 – adaptada) A instauração de inquérito administrativo é


obrigatória para a aplicação das penas de suspensão, demissão, cassação de
aposentadoria ou disponibilidade.
Comentário: a sindicância permite somente a aplicação da pena de
repreensão. Para todas as demais, será necessário instaurar o inquérito
administrativo.
Gabarito: correto.

Inquérito administrativo

O inquérito administrativo será promovido por uma comissão composta


de três funcionários, designada pela autoridade competente (art. 219).
Ao designar a comissão, a autoridade indicará dentre os seus membros, o
presidente. Além disso, o presidente da comissão, por meio de portaria,
designará um servidor público de preferência seu subordinado, para exercer
as funções de Secretário.
O inquérito deverá estar concluído, e decidido, no prazo de sessenta
dias, a contar da publicação do ato que constituir a comissão, prorrogável
por igual período, quando as circunstâncias o exigirem (art. 220).
Concluídos os trabalhos, a comissão elaborará um relatório conclusivo
que será remetido sob protocolo, à autoridade que determinou a sua
instauração, para decisão no prazo de trinta dias (art. 236).
Nesse mesmo prazo, a autoridade a quem for remetido o inquérito
proporá a quem de direito as sanções e providências que escaparem à sua
competência (art. 237). Além disso, havendo mais de um indiciado e
diversidade de sanções, caberá a decisão à autoridade competente para a
imposição da pena mais grave.
Por fim, o art. 239 apresenta uma importante regra, estabelecendo que
o funcionário indiciado em inquérito administrativo só poderá ser
exonerado, se reconhecida a sua inocência.

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Revisão do PAD

A revisão é um novo processo, que poderá ser aberto a qualquer


tempo, quando se aduzirem fatos novos ou circunstâncias suscetíveis
de justificar a inocência do punido (art. 242).
Não se trata, pois, de uma segunda instância, mas sim de uma nova
apreciação em decorrência de fatos novos, ou seja, fatos que não foram
analisados durante o processo administrativo original, que venham a
demonstrar que o servidor era inocente.
Assim, a simples alegação de injustiça da penalidade não constitui
fundamento para a revisão, que requer elementos novos, ainda não
apreciados no processo originário (art. 244).
Em caso de funcionário falecido, desaparecido ou incapacitado de
requerer, a revisão poderá ser solicitada por qualquer das pessoas
constantes do assentamento individual. (art. 242, parágrafo único).
Deve-se lembrar que não há prazo extintivo para a revisão, que poderá
ser instaurada a qualquer tempo.
A comissão para proceder a revisão do inquérito será composta por
três funcionários de categoria igual ou superior à do funcionário punido para
proceder à revisão do inquérito, que deverão observar, no que couber, as
normas referentes ao inquérito administrativo.
Concluída a revisão, serão os autos remetidos à autoridade competente
para, no prazo de trinta dias, proferir a decisão (art. 248).
Julgada procedente a revisão, será declarada sem efeito a penalidade
aplicada, restabelecendo-se todos os direitos do servidor.

QUESTÕES MÚLTIPLA ESCOLHA

4. (Cespe – Delegado de Polícia/PC-PE/2016) De acordo com as disposições da


Lei n.º 6.123/1968 — que institui o regime jurídico dos funcionários públicos civis do
estado de Pernambuco —, a ofensa física a outro servidor durante o expediente
enseja a penalidade de
a) advertência.
b) demissão.
c) repreensão.
d) multa, caso seja conveniente para o serviço.

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e) suspensão.
Comentário: com base no art. 204, inciso V, a ofensa física a pessoa, quando em
serviço, salvo em legítima defesa, enseja a penalidade de demissão (alternativa
B).
Gabarito: alternativa B.

5. (IPAD – Calculista/PGE-PE/2014) Os servidores públicos do Estado de


Pernambuco submetem-se ao regime jurídico estabelecido pela Lei nº 6.123/68.
Considerando o prescrito nessa Lei, em relação aos deveres dos servidores públicos,
assinale a alternativa incorreta:
a) O servidor público deverá guardar sigilo sobre documentos e fatos de que tenha
conhecimento em razão do cargo ou função.
b) O servidor público deverá atender prontamente às requisições para defesa da
Fazenda pública e à expedição de certidões requeridas para defesa de direitos e
esclarecimentos de situações
c) O servidor público deverá providenciar para que esteja sempre em ordem, no
assentamento individual a sua declaração de imposto de renda.
d) O servidor público deverá levar ao conhecimento da autoridade superior
irregularidade de que tiver ciência em razão do cargo ou função.
e) O servidor público deverá zelar pela economia e conservação do material que lhe
for confiado.
Comentário: como a questão menciona vários incisos corretos, iremos indica-
los e buscaremos a alternativa incorreta. Vamos lá?!
a) O servidor público deverá guardar sigilo sobre documentos e fatos de que tenha
conhecimento em razão do cargo ou função – art. 195, XII – CORRETA;
b) O servidor público deverá atender prontamente às requisições para defesa da
Fazenda pública e à expedição de certidões requeridas para defesa de direitos e
esclarecimentos de situações – art. 195, XI – CORRETA;
c) O servidor público deverá providenciar para que esteja sempre em ordem, no
assentamento individual a sua declaração de imposto de renda – É dever do servidor
providenciar para que esteja sempre em ordem, no assentamento individual a
sua declaração de família (art. 195, X) – ERRADA;
d) O servidor público deverá levar ao conhecimento da autoridade superior
irregularidade de que tiver ciência em razão do cargo ou função – art. 195, VIII –
CORRETA;
e) O servidor público deverá zelar pela economia e conservação do material que lhe
for confiado – art. 195, IX – CORRETA.

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Gabarito: alternativa C.

6. (IPAD – Calculista/PGE-PE/2014) A Lei nº 6.123/68 trata dos direitos dos


servidores públicos de Pernambuco. De acordo com esse diploma legal, não é
considerado de efetivo exercício o afastamento decorrente de:
a) Participação em congressos ou cursos de especialização, realização de pesquisas
científicas, estágios ou conferências culturais, com a autorização do Governador e a
competente prova de frequência e aproveitamento.
b) Desempenho de função efetiva da União, dos Estados e dos Municípios.
c) Exercício em cargo ou função de direção, chefia ou assessoramento, quando posto
à disposição de entidades da administração direta ou indireta, da União, dos Estados
e Municípios.
d) Licença-prêmio
e) Júri
Comentário: nossa resposta está disposta no art. 91 da Lei 6.123/1968. Embora
longo, vamos repeti-lo para ajudar na fixação:
Art. 91. Será considerado de efetivo exercício o afastamento decorrente de:
I - férias;
II - casamento;
III - luto;
IV - exercício de outro cargo, função de Governo, ou direção nos serviços
da administração direta ou indireta do Estado;
V - exercício em cargo ou função de direção, chefia ou
assessoramento, quando posto à disposição de entidades da
administração direta ou indireta, da União, dos Estados e
Municípios; [alternativa C – CORRETA]
VI - convocação para o serviço militar;
VII - júri e outros serviços obrigatórios por lei; [alternativa E –
CORRETA]
VIII - licença-prêmio; [alternativa D – CORRETA]
IX - licença à funcionária gestante e ao funcionário acidentado em serviço
ou atacado de doença profissional;
X - licença, até o limite de dois anos, ao funcionário acometido de moléstia
consignada no parágrafo único do artigo 97, ou de outras indicadas em lei;
XI - missão oficial no país ou no estrangeiro, com ônus para o Estado,
mediante ato de autorização do Governador;
XII - participação em congressos ou cursos de especialização,
realização de pesquisas científicas, estágios ou conferências
culturais, com a autorização do Governador e a competente prova
de freqüência e aproveitamento; [alternativa A – CORRETA]
XIII - desempenho de comissões ou funções previstas em lei ou
regulamento;

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XIV - trânsito, na forma prevista nos regulamentos;


XV - desempenho de função eletiva da União, dos Estados e dos
Municípios; [alternativa B – ERRADA]
XVI - expressa determinação legal, em outros casos.
Posto isso, a única alternativa que não aponta afastamento considerado de
efetivo exercício é a B.
Gabarito: alternativa B.

7. (FCC - Técnico Ministerial/MPE-PE/2012) Sobre as licenças previstas no


Estatuto dos Servidores Públicos Civis do Estado de Pernambuco, é correto afirmar:
a) A persistência dos motivos determinantes da licença concedida à funcionária
casada para acompanhar o marido deverá ser, obrigatoriamente, comprovada a cada
90 dias, a partir da concessão.
b) O funcionário não poderá, em regra, permanecer em licença para tratamento de
saúde por período superior a doze meses.
c) Serão concedidos ao funcionário, após cada quinquênio de serviço efetivo prestado
ao Estado, seis meses de licença-prêmio, com todos os direitos e vantagens do cargo
efetivo.
d) A licença por motivo de saúde de pessoa da família não excederá a vinte e quatro
meses e será concedida sem vencimento, a partir do décimo terceiro até o vigésimo
quarto mês.
e) Depois de dois anos de efetivo exercício, o servidor poderá obter licença sem
vencimentos, para tratar de interesse particular, por prazo improrrogável, não superior
dois anos.
Comentário:
a) a persistência dos motivos determinantes da licença para acompanhar o
marido deverá ser obrigatoriamente comprovada a cada dois anos, a partir da
concessão, sob pena de cancelamento da mesma (art. 133, §§ 2º e 3º) – ERRADA;
b) o período limite para a concessão da licença é de 24 meses, exceto nos casos
considerados recuperáveis (art. 119) – ERRADA;
c) na realidade, a concessão da licença-prêmio ocorrerá após cada decênio de
serviço efetivo (art. 112) – ERRADA;
d) isso mesmo! O art. 125 menciona que o prazo máximo da licença é de 24
meses. Desses, até três meses serão remunerados integralmente; até um ano,
com metade do vencimento; e a partir do décimo terceiro até o vigésimo quarto
mês, sem vencimento – CORRETA;

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e) o prazo da licença é de até quatro anos, prorrogáveis sucessivamente com


periodicidade não superior a dois anos, observado, em qualquer caso, o
interesse da Administração (art. 130, caput e § 2º) – ERRADA.
Gabarito: alternativa D.

8. (FCC - Oficial de Justiça/TJ-PE/2012) De acordo com o Estatuto dos Servidores


Públicos do Estado de Pernambuco (Lei nº 6.123, de 20/07/68, e alterações
posteriores), durante o afastamento decorrente de condenação por sentença definitiva
a pena que não determine ou acarrete a perda do cargo, o funcionário perderá
a) um terço do vencimento.
b) a totalidade do vencimento.
c) metade do vencimento.
d) dois terços do vencimento.
e) dez por cento do vencimento.
Comentário: o funcionário perderá (art. 137):
 a remuneração do dia em que faltar ao serviço, salvo motivo legal ou
moléstia comprovada;

 o vencimento-base do dia, ressalvados os casos previstos em lei, quando


comparecer ao serviço com atraso de mais de uma hora ou quando retirar-se do
serviço com antecedência de mais de uma hora, antes do final do expediente de
trabalho;

 1/3 do vencimento-base do dia, quando atrasar até uma hora, bem como
quando se retirar do serviço com antecedência de até uma hora, antes de findo
o expediente de trabalho;

 1/3 do vencimento-base, durante o afastamento por motivo de prisão civil,


prisão preventiva, denúncia por crime comum ou denúncia por crime funcional
ou, ainda, condenação por crime inafiançável em processo no qual não haja
pronúncia, com direito a diferença, se absolvido; e

 2/3 do vencimento-base, durante o afastamento decorrente de


condenação por sentença definitiva a pena que não determine ou acarrete a
perda do cargo.
Gabarito: alternativa D.

9. (FCC - Analista Judiciário/TJ-PE/2007) O inquérito administrativo, cujo resultado


seja pena disciplinar, poderá ser revisto

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a) a qualquer tempo, mediante requerimento do funcionário punido que demonstre


fatos novos ou circunstâncias suscetíveis de justificar sua inocência.
b) quando o punido alegar a simples injustiça da penalidade aplicada.
c) dentro do prazo prescricional de até 1 (um) ano, contados do transito em julgado
da decisão que impôs a penalidade.
d) de ofício, por qualquer autoridade judiciária que, dentro do prazo decadencial de 6
(seis) meses, tomar conhecimento da injustiça da penalidade.
e) pela autoridade que houver determinado a aplicação da pena de exoneração, desde
que requerido pelo interessado.
Comentário: a qualquer tempo, poderá ser requerida a revisão do inquérito
administrativo, de que haja resultado pena disciplinar, quando forem aduzidos
fatos ou circunstâncias capazes de justificar a inocência do requerente (art. 242)
– alternativa A.
Ademais, a alegação de injustiça não constitui fundamento para a revisão (art.
244).
Gabarito: alternativa A.

10. (FCC - Técnico Judiciário/TJ-PE/2007) Por meio do regular processo


administrativo, comprovou-se que determinado funcionário público civil retirou, sem
prévia autorização da autoridade competente, documentos da repartição que
versavam sobre procedimentos licitatórios. Em virtude deste fato, referido funcionário
poderá ser, em tese, punido com pena disciplinar de
a) suspensão por até 30 (trinta) dias.
b) demissão a bem do serviço público.
c) repreensão e disponibilidade a bem do serviço público.
d) multa na base de 15 % (quinze por cento) por dia de vencimento.
e) exoneração ou destituição do cargo, à critério da autoridade superior.
Comentário: a situação citada no enunciado se refere à proibição que consta no
art. 194, III “retirar, sem previa autorização da autoridade competente, qualquer
documento ou objeto da repartição”.
De acordo com o art. 202, III, o funcionário que praticar tal ato será punido com
suspensão de até 30 dias (alternativa A).
Gabarito: alternativa A.

11. (FCC - Técnico Judiciário/TJ-PE/2007) Com relação ao processo administrativo,


é INCORRETO afirmar que

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a) da sindicância poderá resultar, dentre outros casos, a aplicação da pena de


repreensão, quando comprovada a desobediência ou falta de cumprimento do dever.
b) o inquérito administrativo será promovido por uma comissão composta de três
funcionários, designada pela autoridade competente.
c) a sindicância será instaurada quando a falta funcional não se revele evidente ou
quando for incerta a autoria.
d) o funcionário indiciado em inquérito administrativo só poderá ser exonerado se
reconhecida a sua inocência.
e) durante o inquérito administrativo, o indiciado será citado para apresentar defesa
no prazo improrrogável de 15 (quinze) dias.
Comentário: vamos verificar cada uma das alternativas:
a) o texto da Lei foi alterado pela LC 316/2015, mas ainda podemos considerar a
alternativa correta, pois da sindicância poderá resultar, a aplicação da penalidade
de repreensão ou de suspensão por até 15 (quinze) dias – art. 218, II. Desse modo,
mesmo que tenhamos o acréscimo da penalidade de suspensão e não tenhamos
a parte final da alternativa (presente no texto antigo da Lei), de fato a sindicância
pode resultar em repreensão – CORRETA;
b) o inquérito administrativo será promovido por uma comissão composta de três
funcionários, designada pela autoridade competente – art. 219 – CORRETA;
c) a sindicância será instaurada quando a falta funcional não se revele evidente ou
quando for incerta a autoria – art. 216 – CORRETA;
d) o funcionário indiciado em inquérito administrativo só poderá ser exonerado se
reconhecida a sua inocência – art. 239 – CORRETA;
e) durante o inquérito administrativo, o indiciado será citado para apresentar defesa
no prazo improrrogável de 15 (quinze) dias
Art. 231. Identificado o responsável e apuradas a natureza e a extensão
das irregularidades, a comissão relacionará as infrações a ele atribuídas,
fazendo remissão aos documentos e depoimentos e às correspondentes
folhas dos autos.
Art. 232. Cumprido o disposto no artigo anterior, o presidente da comissão
determinará a citação do indiciado, para no prazo de dez dias,
apresentar defesa, sendo-lhe facultada vista do processo na
repartição.
Assim, temos nosso gabarito – ERRADA.
Gabarito: alternativa E.

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Acabamos mais uma!

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Em nosso próximo encontro, vamos conversar sobre a improbidade


administrativa
Bons estudos.
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QUESTÕES COMENTADAS NA AULA

1. (Cespe – AJ/STF/2013) Considere que determinado ente da administração


indireta do qual Pedro é servidor tenha concedido, contrariamente à legislação,
benefícios salariais a um grupo de servidores. Nessa situação, dados o princípio da
isonomia e o respeito ao direito adquirido, Pedro fará jus aos mesmos benefícios se
provar que executa função similar àquela desempenhada pelo referido grupo de
servidores.
2. (Cespe - Tec/MPU/2013 – adaptada) Considere que determinado servidor
estadual tenha cometido infração disciplinar e que seu chefe imediato tenha dela
tomado conhecimento no dia seguinte ao da prática do ato. Nesse caso, deve o chefe
do servidor promover a apuração imediata da irregularidade, mediante sindicância ou
inquérito administrativo.
3. (Cespe - AUFC/2013 – adaptada) A instauração de inquérito administrativo é
obrigatória para a aplicação das penas de suspensão, demissão, cassação de
aposentadoria ou disponibilidade.
4. (Cespe – Delegado de Polícia/PC-PE/2016) De acordo com as disposições da
Lei n.º 6.123/1968 — que institui o regime jurídico dos funcionários públicos civis do
estado de Pernambuco —, a ofensa física a outro servidor durante o expediente
enseja a penalidade de
a) advertência.
b) demissão.
c) repreensão.
d) multa, caso seja conveniente para o serviço.
e) suspensão.

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5. (IPAD – Calculista/PGE-PE/2014) Os servidores públicos do Estado de


Pernambuco submetem-se ao regime jurídico estabelecido pela Lei nº 6.123/68.
Considerando o prescrito nessa Lei, em relação aos deveres dos servidores públicos,
assinale a alternativa incorreta:
a) O servidor público deverá guardar sigilo sobre documentos e fatos de que tenha
conhecimento em razão do cargo ou função.
b) O servidor público deverá atender prontamente às requisições para defesa da
Fazenda pública e à expedição de certidões requeridas para defesa de direitos e
esclarecimentos de situações
c) O servidor público deverá providenciar para que esteja sempre em ordem, no
assentamento individual a sua declaração de imposto de renda.
d) O servidor público deverá levar ao conhecimento da autoridade superior
irregularidade de que tiver ciência em razão do cargo ou função.
e) O servidor público deverá zelar pela economia e conservação do material que lhe
for confiado.
6. (IPAD – Calculista/PGE-PE/2014) A Lei nº 6.123/68 trata dos direitos dos
servidores públicos de Pernambuco. De acordo com esse diploma legal, não é
considerado de efetivo exercício o afastamento decorrente de:
a) Participação em congressos ou cursos de especialização, realização de pesquisas
científicas, estágios ou conferências culturais, com a autorização do Governador e a
competente prova de frequência e aproveitamento.
b) Desempenho de função efetiva da União, dos Estados e dos Municípios.
c) Exercício em cargo ou função de direção, chefia ou assessoramento, quando posto
à disposição de entidades da administração direta ou indireta, da União, dos Estados
e Municípios.
d) Licença-prêmio
e) Júri
7. (FCC - Técnico Ministerial/MPE-PE/2012) Sobre as licenças previstas no
Estatuto dos Servidores Públicos Civis do Estado de Pernambuco, é correto afirmar:
a) A persistência dos motivos determinantes da licença concedida à funcionária
casada para acompanhar o marido deverá ser, obrigatoriamente, comprovada a cada
90 dias, a partir da concessão.
b) O funcionário não poderá, em regra, permanecer em licença para tratamento de
saúde por período superior a doze meses.
c) Serão concedidos ao funcionário, após cada quinquênio de serviço efetivo prestado
ao Estado, seis meses de licença-prêmio, com todos os direitos e vantagens do cargo
efetivo.

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d) A licença por motivo de saúde de pessoa da família não excederá a vinte e quatro
meses e será concedida sem vencimento, a partir do décimo terceiro até o vigésimo
quarto mês.
e) Depois de dois anos de efetivo exercício, o servidor poderá obter licença sem
vencimentos, para tratar de interesse particular, por prazo improrrogável, não superior
dois anos.
8. (FCC - Oficial de Justiça/TJ-PE/2012) De acordo com o Estatuto dos Servidores
Públicos do Estado de Pernambuco (Lei Imagem nº 6.123, de 20/07/68, e alterações
posteriores), durante o afastamento decorrente de condenação por sentença definitiva
a pena que não determine ou acarrete a perda do cargo, o funcionário perderá
a) um terço do vencimento.
b) a totalidade do vencimento.
c) metade do vencimento.
d) dois terços do vencimento.
e) dez por cento do vencimento.
9. (FCC - Analista Judiciário/TJ-PE/2007) O inquérito administrativo, cujo resultado
seja pena disciplinar, poderá ser revisto
a) a qualquer tempo, mediante requerimento do funcionário punido que demonstre
fatos novos ou circunstâncias suscetíveis de justificar sua inocência.
b) quando o punido alegar a simples injustiça da penalidade aplicada.
c) dentro do prazo prescricional de até 1 (um) ano, contados do transito em julgado
da decisão que impôs a penalidade.
d) de ofício, por qualquer autoridade judiciária que, dentro do prazo decadencial de 6
(seis) meses, tomar conhecimento da injustiça da penalidade.
e) pela autoridade que houver determinado a aplicação da pena de exoneração, desde
que requerido pelo interessado.
10. (FCC - Técnico Judiciário/TJ-PE/2007) Por meio do regular processo
administrativo, comprovou-se que determinado funcionário público civil retirou, sem
prévia autorização da autoridade competente, documentos da repartição que
versavam sobre procedimentos licitatórios. Em virtude deste fato, referido funcionário
poderá ser, em tese, punido com pena disciplinar de
a) suspensão por até 30 (trinta) dias.
b) demissão a bem do serviço público.
c) repreensão e disponibilidade a bem do serviço público.
d) multa na base de 15 % (quinze por cento) por dia de vencimento.
e) exoneração ou destituição do cargo, à critério da autoridade superior.

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11. (FCC - Técnico Judiciário/TJ-PE/2007) Com relação ao processo administrativo,


é INCORRETO afirmar que
a) da sindicância poderá resultar, dentre outros casos, a aplicação da pena de
repreensão, quando comprovada a desobediência ou falta de cumprimento do dever.
b) o inquérito administrativo será promovido por uma comissão composta de três
funcionários, designada pela autoridade competente.
c) a sindicância será instaurada quando a falta funcional não se revele evidente ou
quando for incerta a autoria.
d) o funcionário indiciado em inquérito administrativo só poderá ser exonerado se
reconhecida a sua inocência.
e) durante o inquérito administrativo, o indiciado será citado para apresentar defesa
no prazo improrrogável de 15 (quinze) dias.

GABARITO

1. E 6. B 11. E
2. C 7. D
3. C 8. D
4. B 9. A
5. C 10. A

REFERÊNCIAS

ALEXANDRINO, Marcelo; PAULO, Vicente. Direito administrativo descomplicado. 19ª Ed. Rio de
Janeiro: Método, 2011.

BANDEIRA DE MELLO, Celso Antônio. Curso de Direito Administrativo. 31ª Ed. São Paulo:
Malheiros, 2014.

BARCHET, Gustavo. Direito Administrativo: teoria e questões. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008.

CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito administrativo. 27ª Edição. São Paulo: Atlas,
2014.

DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 27ª Edição. São Paulo: Atlas, 2014.

JUSTEN FILHO, Marçal. Curso de direito administrativo. 10ª ed. São Paulo: Revista dos Tribunais,
2014.

MEIRELLES, H.L.; ALEIXO, D.B.; BURLE FILHO, J.E. Direito administrativo brasileiro. 39ª Ed. São
Paulo: Malheiros Editores, 2013.

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