Você está na página 1de 80

Caldeiras

NR - 13

Eng. Mec. Paulo Roberto de O. Brito


INTRODUÇÃO

Apesar do grande desenvolvimento dos instrumentos de medição e controle automático


de caldeiras nos últimos anos, o elemento humano ainda é fator primordial para o bom
funcionamento, durabilidade, rendimento e segurança das caldeiras.

A função do operador de caldeiras não se limita ao cuidado do fogo. Ela é mais


abrangente, pois nas mãos do operador está um patrimônio valioso. Dependendo de sua
decisão em momentos críticos, poderão estar em risco vidas humanas e bens patrimoniais. Por
isso, é necessário garantir o trabalho qualificado, e executar a manutenção preventiva com
consciência e de acordo com as normas técnicas.

Para tanto, faz-se necessário o treinamento objetivo de todas as pessoas que, direta ou
indiretamente, respondem pelo funcionamento deste equipamento. De acordo com o
Ministério do Trabalho, através da Norma Regulamentadora (NR-13) Portaria 3214/79,
alterada pela Portaria no 23, de 27/12/94, republicada em 26/ 04/95: toda caldeira deve estar
obrigatoriamente sob controle de operador qualificado.

O presente manual foi elaborado segundo o programa oficial determinado pela referida
norma. Tem como objetivo servir de apoio durante o curso e como fonte de consulta para o
operador de caldeiras, no desempenho de sua função.

Com o presente manual espera-se estar contribuindo para que os operadores de caldeiras
possam trabalhar com mais segurança, evitando acidentes e suas conseqüências.
1 – Noções de Grandezas Físicas
1.1 – Pressão
Segundo Pascal, pressão é uma força exercida sobre uma determinada área. As unidades
de medidas de peso, força e área variam de acordo com as normas de cada país.

P=F/A

a) Pressão Atmosférica
Pressão atmosférica é a pressão exercida pela acamada de ar em um determinado ponto.
Segundo a experiência de Torricelli, em uma cidade ao nível do mar, com Rio de Janeiro, em
relação à outra com altitude elevada, como La Paz, na Bolívia, as pressões são diferentes.

b) Pressão Interna de um Vaso


Tomando como base a experiência de Pascal, aonde P = F/A, isto significa que a massa
de ar, líquido ou vapor, atuando internamente em um recipiente fechado, exercerá uma
pressão sobre as paredes do mesmo; esta pressão será aplicada igualmente em todos os
sentidos.

c)Pressão manométrica, Relativa e Absoluta


A pressão relativa é também chamada de pressão manométrica, que é a pressão exercida
por um líquido ou gás nas paredes de um vaso. Esta pressão é registrada pelo manômetro,
sofre influência direta da variação de temperatura.
Exemplos, a panela de pressão, pneu de automóvel, etc.
Pressão Absoluta é a soma da pressão manométrica ou relativa com a pressão
atmosférica.
d) Unidade de Pressão

Unidades de Pressão Relação com Pa ( N / m2 )


2
dyn / cm ( bar ) 1 bar = 0,1 Pa
kgf /cm2 1 kgf /cm2 = 105 Pa
atm 1 atm = 1,013 x 105 Pa
lb/pol2 1 lb/pol2 = 6,9 x 103 Pa

2 – Calor
É uma forma de energia térmica em trânsito, ou seja, está sempre se transferindo de um
corpo com maior temperatura para um corpo de menor temperatura. O calor não pode ser
armazenado; o que pode ser feito é apenas facilitar ou dificultar sua transferência.
A unidade de medida de calor é o kcal, que é a quantidade de calor necessária para elevar 1 kg
de água de 1ºc.

2.1 – Temperatura
É uma medida da energia cinética, isto é, da energia de vibração das moléculas que
compõem certo corpo. Quanto mais intensa é a vibração das moléculas, maior será a
temperatura do corpo em questão. É justamente a diferença de temperatura entre dois corpos
que promove a transferência de calor.
Para a medição da temperatura, criaram-se escalas térmicas, tais como, Celsius ou Centigrado,
Fahrenheit, Kelvin, etc. A escala utilizada no Brasil é a Celsius.
2.2 – Modos de Transferência de Calor
Entende-se por transferência de calor o fenômeno da cessão de calor entre uma região
com temperatura mais elevada para outra temperatura mais baixa. Essa diferencia de
temperatura pode ocorrer num mesmo corpo ou em corpos diferentes.

a) Condução
Ao se colocar no fogo a extremidade de uma barra de ferro, após certo tempo o outro
extremo começa a aquecer-se. Caso se permaneça segurando o material sentirá a temperatura
aumentar gradativamente.

b) Convecção
Considera-se a barra mencionada no item anterior, porém sendo retirada a fonte de calor.
Ao se colocar a mão sobre o material aquecido, mantendo-se certa distância, conforme ilustra
a figura 6, percebe-se que o calor do material aquece o ar.
O ar torna-se leve e sobe, tal como ocorre com os balões de papel cheio de ar quente. O
lugar deixado livre pelo ar quente é ocupado pelo ar mais frio (mais pesado) que, por sua vez,
se aquece, repetindo o ciclo anterior. Dessa forma, estabelece-se uma corrente ascendente de
ar quente, que atua como veículo transportador de calor desde a barra de ferro até a mão.
c) Irradiação
Transmissão que não necessita de um meio material para que o calor seja transmitido. Se o
bulbo de um termômetro for envolvido por um recipiente no qual foi feito vácuo, o calor que
atinge o termômetro o faz por meio de irradiação. Neste caso, a transferência de calor é feita
por meio de ondas eletromagnéticas.

2.3 – Calor Específico


Quantidade de calor que cada unidade de massa do corpo precisa receber ou ceder para
que sua temperatura possa variar de 1ºC.
Cada substância tem seu próprio calor específico e para os gases este varia com a
pressão e o volume, além de depender do estado físico do sistema, sendo maior no estado
líquido que no sólido.
Condutividade Térmica

2.4 – Calor Sensível


É calor responsável pela variação de temperatura de uma substância, sem que ocorra
mudança de estado.

2.5 – Calor Latente


É o calor fornecido a uma substância para que mude de estado físico, não havendo,
porém aumento de temperatura.

2.6 – Transferência de Calor a Temperatura Constante


É uma transformação termodinâmica isotérmica. Quando ocorre com um gás perfeito em
que variam a pressão e o volume, será regida pela Lei de Boyle-Mariotte.

2.7 – Vapor
O vapor é a água no estado gasoso. Esta mudança de estado é proporcionada pelo efeito
direto do calor e inverso da pressão. Quanto maior for à pressão, mais elevada será a
temperatura de vaporização da água e mais energia o vapor transportará pelas moléculas de
água que o constitui. Ao se condensar, a mesma energia que as moléculas absorveram para
passar para fase vapor é liberada para o meio, resultando aí na transferência de energia na
forma de calor.

a) Vapor Saturado
É composto por uma mistura de água e vapor, cuja temperatura se mantém constante em
relação à sua pressão, e é justamente esta característica que lhe confere maior facilidade no
controle de temperatura de processos, portanto, é o tipo de vapor mais utilizado na maioria das
aplicações industriais, que não requerem isenção de umidade ou altas temperaturas.
b) Vapor Superaquecido
É isento de umidade e comporta-se nas tubulações como gás. Graças a estas qualidades,
é o perfeito para alimentação de turbinas geradoras de energia elétrica ou motora, e este é de
fato sua principal aplicação. Isso por que as turbinas não podem receber umidade, sob o risco
de sofrerem danos em seus componentes

P P P

T Vapor
Líquido Líquido Líquido

Líquido Subresfriado Líquido Saturado Vapor Úmido


T < TSAT T = TSAT T = TSAT
Título x = 0 0<x<1
P
P
P

Vapor Gás
Vapor Superaq.
Saturado

Vapor Saturado Vapor Superaquecido Gás


T = TSAT T > TSAT T >>>> TSAT
x=1

2.8 – Tabela de Vapor Saturado


Como usar a tabela de vapor saturado
Se você quiser saber a temperatura e o volume específico do vapor na caldeira que
você está operando, basta fazer o seguinte:
- Leia no manômetro da caldeira a pressão que está indicada (não esqueça que você
estará lendo a pressão manométrica);

Suponhamos: 7,0kgf/cm²
- Procure em seguida na 1ª coluna da Tabela o valor da pressão, lido anteriormente;
- Encontrado o valor, basta ler os valores da respectiva linha; portanto:
Tvap = 169,6°C e Vesp = 0,24m³/kg
3 – Considerações Gerais das Caldeiras
3.1– As Primeiras Maquinas a Vapor
Em 130 AC, Heron de Alexandria criou a Eolípila, uma forma bem rudimentar de turbina
a vapor que iria provocar, séculos mais tarde, uma verdadeira revolução industrial, com a
invenção da máquina a vapor.
Utilizada em seus primeiros anos de vida, por Thomas Saveny no Trabalho de
extração de águas das minas, a nova máquina foi sendo aperfeiçoada passando a funcionar
com cilindro e êmbolo a partir de 1705.
Em 1763, James Watt, estudando a nova máquina a vapor, chegou a outras
conclusões e terminou por inventar o seu próprio tipo que corresponde, aproximadamente, a
moderna máquina a vapor. Em 1782, Watt patenteou um novo modelo, máquina rotativa de
ação dupla que permitiu o aproveitamento do vapor para impulsionar toda espécie de
mecanismos.
Depois de Watt, em torno de 1800, Richard Tvevithick e Oliver Evans,
observando o fenômeno de alta pressão, aperfeiçoaram a engenhosa máquina que logo teve
aplicação nas locomotivas e rapidamente na navegação.
Esta última é atribuída ao americano Robert Fulton que depois, de algumas
experiências malogradas no Rio Sena conseguiu cruzar o Rio Hudson dando inicio a
navegação comercial.

3.2 – Caldeiras (NR – 13 )


Equipamentos destinados a produzir e acumular vapor sob pressão superior à atmosférica,
utilizando qualquer fonte de energia.

3.3 – Tipos de Caldeiras


a) Caldeiras Flamotubulares
São aquelas em que os gases provenientes da combustão (gases quentes) circulam no
interior dos tubos, ficando por fora a água. Podem ser de tubos horizontais ou verticais.

b) Caldeiras Aquotubulares
Baseia-se no fato das partículas do líquido aquecido ser mais leves e sobem, enquanto no
caso das frias, estas são mais pesadas e descem; recebendo mais calor, este processo fica
contínuo, até a água entrar em ebulição. Podem ser de tubos retos, curvos e circulação
positiva.

 Vantagens
 OS TUBOS RETOS SÃO DE FÁCIL SUBSTITUIÇÃO;
 INSPEÇÃO E LIMPEZA FÁCEIS;
 NÃO NECESSITAM CHAMINÉIS ELEVADAS OU TIRAGEM
FORÇADA.

 Desvantagens
 NECESSIDADE DE DUAS TAMPAS PARA CADA TUBO;
 BAIXA VAPAORIZAÇÃO ESPECÍFICA;
 RIGOROSO PROCESSO DE AQUECIMENTO (GRANDE QUANTIDADE
DE MATERIAL REFRATÁRIO – CUSTO ONEROSO).

c) Caldeiras Mistas
São caldeiras flamotubulares que possuem uma ante fornalha com parede d’água.
Normalmente são projetadas para a queima de combustível sólido.

d) Caldeiras Elétricas
Transforma energia elétrica em térmica, não possuem fornalha, ventilador, queimador e
chaminé. A produção de vapor baseia-se no fato da corrente elétrica atravessar qualquer
condutor, encontra resistência e desprende calor ( Efeito Joule ), podem ser de eletrodo
submerso ou resistência.
3.4 – Classificação
De acordo com as classes de pressão, as caldeiras foram classificadas segundo a NR-13
em:
a) Categoria A
Caldeira cuja pressão de operação é superior a 1960 KPa ( 19,98 kgf / cm2 )

b) Categoria C
Caldeiras com pressão de operação igual ou inferior a 588 KPa ( 5,99 kgf / cm2 )

c) Categoria B
Caldeiras que não se enquadram nas categorias anteriores.

3.5 – Combustível
Definimos combustíveis industriais como sendo toda substância (no estado sólido,
líquido ou gasoso) que reagindo com o oxigênio (O2) irá liberar calor.

Combustível + O2 = Gases + Calor

a) Composição Básica do Combustível


Enunciaremos apenas alguns elementos químicos mais importantes dos combustíveis
tais como: carbono (C), hidrogênio (H2), enxofre (S), nitrogênio (N2) e oxigênio (O2).

b) Impurezas dos Combustíveis

 Enxofre: ao reagir com o oxigênio forma SO2 e SO3. Estes gases tendem a combinar-se
com a água formada na reação ou com a umidade presente no combustível, resultando o
ácido sulfúrico (H2SO4 ). Ocorrendo o resfriamento destes gases, em temperatura
próxima a 170º C (ponto de orvalho), os mesmos irão se condensar provocando
problemas de corrosão. Outra desvantagem de combustíveis com enxofre é o que diz
respeito à poluição do meio ambiente.

 Água: quanto maior a umidade de um combustível, menor a eficiência da queima, pois


uma parte do calor liberada será usada para evaporar a água.
 Cinzas: matérias combustíveis presentes em pequenas quantidades em alguns
combustíveis (óleos, carvão mineral). Ocasionam a formação de resíduos sólidos na
câmara de combustão ou sob a forma de finos, se incrustam nas superfícies de troca de
calor do equipamento, prejudicando a eficiência térmica.

c) Tipos de Combustíveis
 Combustível Sólido
São caldeiras que utilizam carvão mineral (Turfa, hulhas, linhito,...), madeira (lenha,
serragem, nó de pinho,...), xistos (betuminosos e pirobetuminosos,...) e resíduos industriais
( bagaço de cana, cascas de cereais,...) na produção de vapor.

 Combustível Líquido
São caldeiras de queimam álcool (etano) e derivados de petróleo (gasolina, óleos: BPF,
diesel...) para produzir vapor.

 Combustível Gasoso
Esse tipo de caldeira utilizam gás natural ( metano), gás de gasogênio e gás liquefeito de
petróleo (GLP) na produção de vapor.

d) Considerações Sobre Alguns Combustíveis

 Carvão mineral
- Rocha preta dura, originada de decomposição de vegetais, sob a influencia do tempo,
pressão, temperatura e processos bioquímicos;
- Sua utilização apresenta alguns inconvenientes devido ao alto teor de cinzas e enxofre;
- De acordo com a idade geológica e constituição, podem ser agrupados em diversas
categorias (linhitos, subbetuminosos, betuminosos e antracitos);
- Poder calorífico variável de acordo com o tipo do carvão (CE – 6000, CE-5200, etc): 3.000 a
6000 kcal/kg.

 Lenha
- Denominação dada à maneira quando destinada ao uso como combustível;
- Teor de enxofre e cinzas desprezível;
- Problemas de fornecimento: transporte, manuseio e estocagem;
- Ocasiona o desmatamento, obrigando a criação de florestas energéticas;
- Baixo custo (dependendo da região) em relação aos derivados de petróleo;
- A umidade prejudica sua qualidade;
- Poder calorífico: entre 4.700 e 5.000 kcal/kg (madeira seca)

 Xistos
- Betuminosos: rochas compactas impregnadas de betume (hidrocarbonetos naturais);
- Pirobetuminosos: rochas compactas formadas por complexo de matéria orgânica.

 Petróleo
- Formados por restos de matéria orgânica acumulada no fundo dos antigos mares e soterrados
pelos movimentos da crosta terrestre;
- As principais jazidas no Brasil estão situadas nos seguintes estados: Bahia, Sergipe, Alagoas,
-- Rio grande do Norte, Espírito Santo, Rio de Janeiro e Bacia de Santos (São Paulo e Paraná).

 Carvão Vegetal
- Obtido através de carbonização da lenha (2m³ lenha  1m³ de carvão);
- Poder calorífico aproximado: 7.000 kcal/kg (muito usado em siderúrgicas).

 Óleo BPF
- Obtido através de destilação fracionada do petróleo;
- Poder calorífico inferior (aprox.): 9.700 kcal/kg;
- Alto teor de enxofre(S);
- Necessidade de pré-aquecimento para queima.

4 – Caldeiras Flamotubulares
Também conhecidas como flamotubulares, estas caldeiras caracterizam-se por serem
equipamentos simples que trabalham com pressões e taxas de vaporização limitadas,
destinando-se a pequenas produções de vapor.

4.1 – Tipos
a) Caldeiras Cornuália
Sendo um dos primeiros modelos desenvolvidos, é constituída de um tubulão horizontal
ligando a fornalha ao local de saída de gases. É de funcionamento simples, porém rendimento
muito baixo. As suas principais características são:
- pressão máxima de 10kg/cm²;
- vaporização específica de 12 a 14 kg de vapor/m² e máximo de 100m² de superfície.

b) Caldeira Lancaster
De construção idêntica, porém apresentando uma evolução técnica em relação à
anterior. Pode ser constituída de dois a quatro tubulões internos. Algumas características são
área de troca térmica de 120 a 140 m² e 15 a 18kg de vapor/m².
Há caldeiras que apresenta tubos de fogo e de retorno, o que apresenta uma melhoria em
relação às anteriores.

c)Caldeira Locomóvel
Também é do tipo multitubular, cuja principal característica é apresentar uma dupla
parede em chapa na fornalha, onde circula água. A vantagem maior está no fato de ser fácil a
sua transferência de local e pode produzir energia elétrica. Sua aplicação seria em serrarias
junto à matéria-prima e campos de petróleo.

d)Caldeira Escocesa
Foi criada basicamente para uso marítimo, servindo como modelo das caldeiras
industriais mais difundidas no mundo. São destinadas à queima de óleo ou gás, tendo ainda
pressão máxima de 18kg/cm², rendimento térmico 83% e taxa de vaporização de 30 a 35kg de
vapor/m².
4.2 – Partes da Caldeira Flamotubular
a) Corpo da Caldeira
Também chamado de casco ou carcaça, é construído a partir de chapas de aço carbono
calandrado e soldadas, seu diâmetro e comprimento são função da capacidade de produção de
vapor. As pressões de trabalho são limitadas (normalmente máximo de 20 kgf/cm²) pelo
diâmetro do corpo destas caldeiras.
b) Espelhos
É chapas planas cortadas em forma circular, de modo que encaixem nas duas
extremidades do corpo da caldeira e são fixadas através de soldagem.
Sofrem um processo de furação, por onde os tubos de fumaça deverão passar: são
fixados através de mandrilamento ou soldagem.
c) Feixe Tubular ou Tubos de Fogo
São tubos responsáveis pela absorção do calor contido nos gases de exaustão para
aquecimento de água. Ligam o espelho frontal com o posterior, podendo ser de um dois ou
três passes.
d) Caixa de Fumaça
É o local onde os gases da combustão fazem a reversão do seu trajeto, passando
novamente pelo interior da caldeira (pelos tubos de fogo).
4.3 – Vantagens
- Pelo grande volume de água que encerram, atendem também as cargas flutuantes, ou seja,
aos aumentos instantâneos na demanda de vapor;
- Construção fácil, de custo relativamente baixo;
São bastante robustas;
- Exigem tratamento de água menos apurado;
- Exigem pouca alvenaria. Pelo grande volume de água que encerram, atendem também as
cargas flutuantes, ou seja, aos aumentos instantâneos na demanda de vapor;
- Construção fácil, de custo relativamente baixo;
- São bastante robustas;
- Exigem tratamento de água menos apurado;
- Exigem pouca alvenaria.;

4.4 - Desvantagens
- Pressão manométrica limitada, o que se deve ao fato de que a espessura chapas do vaso de
pressão cilíndricos;
- Vapor para geração de energia elétrica, esta limitação pela;
- Pequena capacidade de vaporização(kg de vapor /hora);
- São trocadores de calor de pouca área de troca por volume (menos compactos);
- Oferecem dificuldades para a instalação de superaquecedor e pre-aquecedor de ar.

4.5– Características
- Superfície de aquecimento direta (SAD): É aquela que por um lado está em contato com a
água e pela outra recebe calor diretamente em contato com o fogo;
- Superfície de aquecimento indireta (SAI): É aquela que por um lado está em contato com a
água e pela outra recebe calor que entregam os gases de combustão;
- Superfície de aquecimento da caldeira (SC): SAD + SAI. Se expressa em [m2].

5 – Caldeira Aquatubulares
São caldeiras em que a produção de vapor e pelo aquecimento de água que circula no
interior dos tubos. Permitem a produção de grandes quantidades de vapor, em alta pressão e
temperatura.

5.1 – Tipos
Para fins didáticos, dividimos as caldeiras aquatubulares em três grandes grupos:
a) Caldeiras aquatubulares de tubos retos
As caldeiras aquatubulares de tubos retos consistem de um feixe tubular de transmissão
de calor, com uma série de tubos retos e paralelos, interligados a uma câmara coletora. Essa
câmara comunica-se com os tubulões de vapor (superiores), formando um circuito fechado por
onde circula a água.
b) Caldeiras aquatubulares de tubos curvos
As caldeiras aquatubulares de tubos curvos não apresentam limites de capacidade de
produção de vapor. A forma construtiva foi idealizada por Stirling, interligando os tubos
curvos aos tubulões por meio de solda ou mandrilagem.

c) Caldeira de circulação positiva


A circulação da água nas caldeiras ocorre por diferenças de densidade, provocada pelo
aquecimento da água e vaporização, ou seja, circulação natural. Se a circulação for deficiente,
poderá ocorrer um superaquecimento localizado, com conseqüente ruptura dos tubos.

5.2 – Partes da Caldeira Aquotubular


a) Tubulão Superior
O tambor de vapor, ou tubulão superior é o elemento da caldeira onde é injetada a água
de alimentação e é retirado o vapor. No interior dele estão dispostos vários equipamentos,
conforme mostra a figura a seguir.
1. Área dos tubos de descida da água do feixe
tubular (downcomers);
2. Área de tubos vaporizantes (riser);
3. Área dos tubos do superaquecedor no tambor;
4. Filtro de tela ou chevron;
5. Tubo de drenagem da água retirada no filtro;
6. Tubo distribuidor da água de alimentação;
7. Tubo coletor de amostras de água e da
descarga contínua;
8. Chicana.

b) Tubulão Inferior (ou tambor de lama)


Da mesma forma que o tubulão superior, também é construído em chapas de aço
carbono, e tem como principal finalidade armazenar impurezas existentes na água da caldeira
que são removível necessário, através das descargas de fundo.
c) Feixe Tubular
É um conjunto de tubos que faz a ligação entre os tubulões da caldeira. Pelo interior
deste tubo circulam água e vapor. Os tubos que servem para conduzir água do tubulão
superior para o inferior são chamados de “downcomers”; os tubos que fazem o sentido inverso
(mistura de água e vapor) são conhecidos por “risers” ou tubos vaporizantes.

d) Superaquecedor
O Superaquecedor é constituído de tubos ( lisos ou aletados) de aço resistente a altas
temperaturas, distribuídos em forma de serpentina que aproveitam os gases de combustão para
dar o devido aquecimento ao vapor saturado transformando-o em vapor superaquecido. Possui
dois coletores, podendo existir um terceiro intermediário. Um dos coletores recebe o vapor
saturado vindo do balão de vapor e do outro sai o vapor superaquecido para o processo.
Quando instalados dentro das caldeiras podem estar localizados atrás do último feixe de
tubos, entre dois feixes, sobre os feixes ou ainda na fornalha. Existem alguns tipos de caldeira
onde o Superaquecedor é instalado da forma separada da caldeira.
Existem três mecanismos de transferência de calor nos superaquecedores: radiação,
convecção e mista.
d) Economizador:
Sua finalidade é aquecer a água de alimentação da caldeira. Está localizado na parte alta
da caldeira entre o tambor de vapor e os tubos geradores de vapor sendo que estes gases
são obrigados a circular através dele, antes de saírem pela chaminé. Existem vários tipos de
economizadores e na sua construção podem ser empregados tubos de aço maleável ou
tubos de aço fundido com aletas.

e) Pré-aquecedor de Ar
O pré-aquecedor de ar é um equipamento (trocador de calor) que eleva a temperatura
do ar antes que este entre na fornalha. O calor é cedido pelos gases residuais quentes
ou pelo vapor da própria caldeira.

f) Parede d’água
A parede d’água é formada por tubos que estão em contato direto com as chamas e
os gases, permitindo maior taxa de absorção de calor por radiação.
g) Sopradores de fuligem.
Os sopradores de fuligem (ramonadores) permitem uma distribuição rotativa de um jato
de vapor no interior da caldeira e tem por finalidade, fazer a remoção da fuligem e depósitos
formados na superfície externa da zona de convecção das caldeiras.

6 – Partes Comuns ás Caldeiras


6.1 – Fornalha
Também chamada de câmara de combustão, é o local onde se processa a queima de
combustível. De acordo com o tipo de combustível a ser queimado, a fornalha pode ser
dividida em:
a) Fornalhas para Queima de Combustível Sólido
São as que possuem suporte e grelhas as quais podem ser planas, inclinadas ou
dispostas em formas de degraus que ainda podem ser fixos ou móveis.
Estas fornalhas destinam-se principalmente a queima de: lenha, carvão, sobras de
produtos, bagaço de cana, etc. e podem ser com:
 Grelha Basculante
Dividida em vários setores, cada setor possui elementos de grelha denominados de barrotes.
Estes barrotes se inclinam sob a ação de um acionamento externo, que pode ser de ar
comprimido ou de vapor. Com a inclinação dos barrotes a cinza escoa-se para baixo da grelha,
limpando-a.
 Grelha Rotativa
A queima e a alimentação se processam da mesma maneira que na gralha basculante,
mas a limpeza é feita continuamente. A grelha é acionada por um conjunto motor-redutor, o
que lhe dá pequena velocidade, suficiente para retirar da fornalha as cinzas formadas num
certo período. O ar de combustão entra por baixo da grelha e serve para refrigeração, da
mesma forma que na grelha basculante.
b) Fornalha para Queima de Combustível em Suspensão
São aquelas usadas quando se queimam: óleo, gás ou combustíveis sólidos
pulverizados. Para caldeiras que queimam óleo ou gás, a introdução do combustível na
fornalha é feita através do queimador.
Para combustíveis sólidos pulverizados, a introdução do mesmo na fornalha pode ser
feita através de dispositivos que garantam a granulometria e dispersão para queima da
fornalha.

6.2 – Queimadores
Os queimadores são equipamentos destinados a promover, de forma adequada e
eficiente, a queima dos combustíveis em suspensão.
Ao contrário dos combustíveis gasosos, que já se encontram em condições de reagir
com o oxigênio, os óleos combustíveis devem ser preparados antes da queima. A preparação
consiste em:
- Dosar as quantidades adequadas de ar e combustíveis;
- Atomizar o combustível líquido, ou seja, transformá-lo em pequenas gotículas (semelhante a
uma névoa);
- Gaseificação das gotículas através da absorção do calor ambiente (câmara de combustão);
- Mistura do combustível com o oxigênio do ar;
- Direcionar a mistura nebulizada na câmara de combustão.
O principal problema dos queimadores é a fase de atomização, ou seja, a transformação
do combustível em pequenas gotículas, o que aumenta a superfície específica, facilitando
sobremaneira a sua gaseificação rápida e o contato com o oxigênio do ar de combustão.

6.3 – Refratários
Basicamente, refratários são compostos de sílica e alumina. Podem se apresentar como:
tijolos, mantas, placas, pó. Suas principais características são: resistência de calor, retenção de
calor, baixa dilatação e resistência a corrosão.
Existem dois tipos de refratários: tijolos e concretos isolantes e tijolos e concretos
refratários. Os primeiros, leves, de baixa densidade e resistência mecânica, são usados para
impedir a troca térmica. Os segundos, duros, de alta densidade e impermeabilidade, são
usados na vedação de gases e para proteção contra incidência de chama.

6.4 - Chaminé
Chaminé é uma parte importante da caldeira. Ela ajuda na tiragem (saída dos gases da
combustão) devido a diferença de pressão atmosférica que existe entre a sua base e o seu topo,
provocada pela diferença de temperatura dos gases de combustão.
Pode ser constituída de chapas de aço ou alvenaria de tijolo comum porém em qualquer
um dos casos, sua construção deve ser rigorosamente projetada e executada,levando-se em
conta a quantidade de gases que deverá passar pela mesma, a velocidade destes gases, a
temperatura (tanto na base como no topo) e a pressão atmosférica local.
Também deve ser observado, que não haja qualquer fenda que possibilite uma entrada
falsa de ar.
A tiragem chama-se forçada, quando é promovida por ventiladores ou exautores.

7 – Tipos de Caldeiras Elétricas


a) Resistência
Destinada, geralmente para pequenas produções de vapor e baixas pressões. Na maioria das
vezes esta caldeira é formada por um vaso na horizontal, com extremidades de tampos
abaulados. Internamente utilizam resistências de imersão, controladas por um pressostato

b) Eletrodo Submerso
Geralmente destinadas a trabalhar com pressões de vapor não muito elevadas (em torno de
15 kgf/cm²). O casco é construído na posição vertical internamente possui um elemento
denominado câmara de vapor onde ficam os eletrodos. O controle de pressão, ocorre com a
variação de nível de água na câmara de vapor.

c) Jato de Água
Destinadas a pressão de vapor elevadas e grandes quantidades de vapor. O casco é
construído na posição vertical, internamente possui um elemento denominado corpo da
cascata que tem como função criar jatos d’água que incidem sobre os eletrodos e destes aos
contra-eletrodos. O controle de pressão é feito pelo volume de água introduzido no corpo da
cascata.
8 – Instrumentos e Dispositivos de Controle de uma Caldeira
Instrumentos e dispositivos são itens indisponíveis a qualquer unidade geradora de
vapor, pois servem para garantir operações segura, econômica e confiável do equipamento.

8.1 – Sistema de Alimentação de Água


Toda caldeira deverá ter dois sistemas de alimentação de água, independentes entre si,
de modo a garantir o suprimento da mesma. Um deve permanecer como reserva pronto há
operar qualquer tempo, desde que a principal apresente falha. Periodicamente o sistema
reserva de alimentação de água deve ser usado para evitar emperramento.
Este sistema é composto pelas seguintes partes:
a) Reservatório de água
Pode ser para armazenar água quente (conhecido por tanque de condensado) ou fria. É
recomendável que o depósito tenha pelo menos a capacidade de armazenar um volume de
água igual a produção horária de vapor da caldeira.

b) tubulação
Deve ligar o reservatório de água a caldeira. O diâmetro é função da vazão de água da
bomba, válvulas e filtros utilizados.

c) Válvulas de retenção e de bloqueio


A válvula de bloqueio opera totalmente aberta, sendo utilizada apenas em casos de para
da caldeira ou manutenção dos acessórios. A mais indicada para desempenhar esta função é a
válvula de gaveta, pois apresenta fechamento lento (evitam os golpes de aríete) e pequena
perda de carga. Só trabalha completamente fechada ou completamente aberta.
A válvula de retenção é instalada logo após a bomba, servindo para impedir o retorno de
água do interior da caldeira.

d) Filtro
Destina-se a reter impurezas presentes na água.

8.2 – Dispositivos de Alimentação de Água


Os dispositivos de alimentação de água são os responsáveis pelo bombeamento da água
para o interior da caldeira. Devem ser muito bem controlados para repor exatamente a
quantidade de água que foi evaporada a manter o regime de operação de forma segura para os
operadores, equipamentos, etc. Podem ser dos seguintes tipos:
a) Injetor
Os injetores são equipamentos que utilizam o próprio vapor da caldeira como meio de
impulsão da água. São normalmente fabricados com dimensões padronizadas e definidas pela
direção de entrada e saída de água, variando de diâmetro ½ até 2”. São utilizados como
reservas, prontos para operar, quando se verifica deficiência na bomba de alimentação d’água.

 Recomendações importantes:
 O injetor não funcionará com a pressão do vapor, abaixo de 30 libras;
 A água que o injetor succiona deverá ser limpa, não gordurosa e não conter
quaisquer resíduos, preferencialmente deve ser utilizado à água tratada, porém
fria (antes de misturá-la ao concentrado);
 A água para alimentação deve estar numa temperatura abaixo de 30ºC;
 No caso do injetor uma vez ou outra ameaçar falhar, não se deve dar pancadas em
seu corpo, pois isso ocasionaria o deslocamento e descontrole dos cones internos.
Aconselha-se, nesse caso, jogar água fria sobre o mesmo;
 Quando em funcionamento, a válvula instalada entre o injetor e a entrada de água
na caldeira deve estar totalmente aberta;
 Tenham em mente que o injetor é muito sensível a uma eventual entrada de ar e
as partículas (sujeiras) presentes na água, os quais entopem ou modificam a
abertura dos cones.

b) Bomba d’água
É um equipamento que deve ter uma pressão superior à pressão de trabalho da caldeira
para que possa introduzir água no sistema. Na sua instalação hidráulica é dotada de válvulas
de retenção evitando o retorno do líquido de trabalho, bem como a entrada de ar no circuito de
aspiração. Podem ser:
 Bombas Alternativas;
 Bombas Centrífugas.

8.3 – Visor de Nível


Consiste de um tubo de vidro ou uma placa de vidro presa numa caixa metálica, e que
tem a finalidade de dar ao operador a noção exata da altura de água existente na caldeira.
Os visores são posicionados na caldeira de modo a que o nível no centro do visor
corresponda ao centro do tubulão de vapor.
Existem algumas caldeiras onde isso não ocorre e cabe ao operador certificar-se desta
correspondência “nível do visor x nível do tubulão”.
É importante papel de o operador manter uma atenção especial ao visor de nível,
verificando vazamentos nível de limpeza do vidro e efetuando as drenagens de rotina.

8.4 – Sistema de Controle de Nível


Os dispositivos para controle de nível de água podem ser com bóia, com eletrodos,
termostático, termo hidráulico ou com transmissor de pressão diferencial.
a) Sistema de Bóia
Consiste de uma câmara ligada ao tubulão de vapor e de uma bóia ligada a uma chave,
que comanda o circuito elétrico de acionamento da bomba de água.

b) Sistema de Eletrodos
Aproveitando-se a condutividade elétrica da água e através de eletrodos de tamanhos
diferentes, correspondendo cada tamanho a um nível de água fazemos o controle de nível da
caldeira.
Esse dispositivo está instalado em recipiente cilíndrico, anexo á caldeira de modo a
acompanhar variações de nível de água, e os eletrodos estão ligados a um relê que através de
contatos elétricos, comandam a bomba de alimentação de água alarmes e em alguns casos até
a parada da caldeira.
8.5 – Indicadores de Pressão
Manômetro é o aparelho com o qual se mede a pressão de gases, de vapores e de outros
fluídos. É muito utilizado na indústria, entre outros fins, para verificar a pressão de caldeiras e
de vasos sob pressão.
O conhecimento desta pressão é obrigatório, não só sob o ponto de vista de segurança,
como também, para a operação econômica e segura dos equipamentos.

8.6 – Dispositivos de segurança


a) Válvulas de Segurança
É um dispositivo capaz de descarregar todo o vapor gerado pela caldeira para a
atmosfera, sem que a pressão interna da caldeira ultrapasse certo limite, nunca acima de 6%
do valor da P.M.T.A com a válvula totalmente aberta. Para que uma válvula se segurança
opere corretamente, deve:
1) abrir totalmente quando a pressão do vapor atingir um valor fixado, nunca antes disto.
2) Permanecer aberta enquanto não houver queda de pressão.
3) Fechar instantaneamente, vedando perfeitamente, assim que a pressão retornar às condições
de trabalho do gerador.
4) Permanecer fechada, sem vazamento, enquanto a pressão permanecer em valores inferiores
à sua regulagem.
Em caldeiras aquatubulares que possuem superaquecedores, é padrão a seguinte
instalação: uma válvula de segurança no Superaquecedor e duas no tubulão de vapor,
reguladas em pressões diferentes umas das outras. Cada válvula abrirá a uma pressão
ligeiramente superior à válvula anterior. A primeira a abrir é do Superaquecedor, o que
garantirá o fluxo de vapor em suas serpentinas. Caso a pressão no interior da caldeira continue
subindo, uma das válvulas do “balão” abrirá. Quando necessário, a terceira também abrirá,
ocasião em que todo vapor gerado poderá ser descarregado por elas.
8.8 - Sistemas de Proteção Contra Falhas de Chama
Aplicável em caldeiras que queimam líquidos, gases ou sólidos pulveriados e devem
manter sob supervisão contínua procurando evitar:
- Procedimento incorreto de partida
- Falta de chama por qualquer motivo
Ocorrendo uma dessas falhas, a fornalha da caldeira poderá ficar sujeita a uma explosão
caso não haja imediata interrupção do fornecimento de combustível.

8.9 - Quadro de Comando


É o componente da caldeira onde estão os dispositivos que permitem todas as operações
necessárias ao seu funcionamento.
As caldeiras podem ter um quadro de comandos local, instalado ao lado da caldeira com
no mínimo os seguintes elementos:
- Chave de modo de comando (manual ou automático);
- Chave liga/desliga bomba de água;
- Chave liga/desliga ventilador;
- Alarme sonoro de advertência;
- Lâmpadas piloto;
- Chave magnética de ligação do nível;
- Chave de acendimento manual da caldeira.
As caldeiras mais complexas possuem uma sala de controle com instrumentos
controladores, indicadores e registradores das variáveis de processo.
Esta instrumentação pode ser pneumática, hidráulica elétrica ou eletrônica dependendo
das características particulares de cada caldeira.

8.10 - Compressores de Ar
Existem alguns tipos de caldeiras que possuem um compressor para realizar o processo
de pulverização do combustível.

8.11 - Válvulas
Numa caldeira encontramos os mais diversos tipos de válvulas, cujas especificações vão
depender das classes de pressão e temperatura e do fluído em quentão.
As principais válvulas numa caldeira são:
a) Válvula Principal de Saída de Vapor
Permite a passagem de todo o vapor produzido na caldeira. Em caldeiras de pequena
capacidade utiliza-se válvula do tipo globo: caldeira maior utiliza-se de válvulas tipo gaveta.

b) Válvulas de Descarga
Também conhecidas como válvulas de descarga de fundo ou dreno. Permitem a
extração da lama ou lodo acumulado no fundo dos coletores ou tambores inferiores da
caldeira.
São utilizadas também como recurso de correção dos parâmetros da qualidade da água
da caldeira. São sempre instaladas em série.

c) válvulas de Serviço (vapor)


Utilizam-se normalmente válvulas tipo globo tem como função assegurar o suprimento
de vapor para dispositivos da própria caldeira tais como aquecimento de óleo bombas de
alimentação atomização, injetores etc.

d) Válvulas de respiro (Vent’s)


São válvulas tipo globo utilizado nos procedimentos de parada e partida das caldeiras.

e) Válvulas de Introdução de Produtos Químicos


Normalmente são válvulas do tipo agulha, que permitem regulagem mais precisa da
abertura e vazão de produtos químicos para dentro da caldeira.

f) Válvulas de Descarga Contínua


Também é do tipo globo e asseguram a descarga contínua dos sólidos totais dissolvidos
na água da caldeira servindo como ajuste dos parâmetros de qualidade da água.

g) Válvula de Alivio.
É uma válvula instalada no circuito de combustível e é responsável por evitar um
aumento da pressão da rede a níveis superiores ao permitido.
Para sistema de óleo combustível este alívio pode ser feito para a linha de retorno.
No caso de combustível gasoso este alívio pode ser feito para flare (tocha)
Existem algumas caldeiras que possuem um dispositivo de alívio para quando ocorre o
aumento da pressão interna da fornalha.

h) Válvula de Alívio da Pressão da Fornalha


Quando ocorrem explosões durante o acendimento do combustível (líquido ou gasoso)
há um aumento muito brusco na pressão interna da fornalha. Esta pressão pode ser tão grande
que é capaz de arrebentar os tampos dianteiro e traseiro da caldeira.
Para evitar isto, chapas em forma de disco são fixadas através de molas em locais
estratégicos de modo a permitir o alívio da pressão quando ocorrem explosões na fornalha.

8.12 – Dispositivos Auxiliares


São considerados como de importância na caldeira os seguintes dispositivos:
a) Pressostato
Destina-se a controlar a pressão da caldeira de modo a não permitir que a mesma
ultrapasse certo valor preestabelecido.
Para algumas caldeiras de combustível líquido e gasoso, o pressostato atua diretamente
no fechamento da válvula solenóide que interrompe a entrada de combustível no queimador.

Quando a pressão do vapor da caldeira estiver abaixo de um valor preestabelecido o


pressostato manda sinal para o programador seqüencial, para início de processo de
acendimento.
Em certos tipos de pressostato a atuação pode ser parcial, numa válvula controladora e
este desligando o ventilador ou cortando alimentação de um combustível.

b) Programador
Tem como finalidade promover, para caldeiras de combustível líquido ou gasoso, um
ciclo com a seqüência de acendimento. De uma maneira geral esta seqüência envolve:
- Acionamento do ventilador;
- Purga na fornalha;
- Acendimento do piloto (com gás ou óleo diesel).
- Abertura da válvula de combustível (após verificação da foto célula);
- Desligar piloto;
- Término da seqüência de acendimento ficando disponível para novo ciclo.
Conforme a concentração da mistura (ar/combustível), a magnitude da explosão poderá
tornar-se perigosa, causando danos ao equipamento e provocando risco de vida ao seu
operador.
A maior parte dos casos de explosão ocorre durante o acendimento da chama.
Qualquer sistema de proteção e controle de chama exige certas características
indispensáveis para que possa desempenhar adequadamente suas funções, tais como:
 Assegurar que o procedimento de partida seja seguido;
 Impedir o fornecimento de combustível ao queimador até o estabelecimento da chama-
piloto ou impedir a vazão total ao queimador até que a chama numa vazão tenha sido
testada;
 Não ter falhas de bloqueio;
 Cortar o fornecimento de combustível aos queimadores quando houver ausência de
chama e exigir rearme manual.

c) Válvula Solenóide
É um elemento auxiliar de controle e destina-se a cortar rapidamente o suprimento de
combustível em caso de falha de chama.

d) Ventiladores
Os ventiladores são equipamentos necessários para purga (exaustão) de gases da
fornalha insuflamento de ar para combustão e devem ser dimensionados para vencer as perdas
do sistema garantindo a tiragem. As caldeiras possuem ventiladores acionados por motor
elétrico e/ou turbinas a vapor.

9 - Tiragem de Fumaça
Tiragem é o processo pelo qual se garante a admissão de ar na fornalha e circulação dos
gases de combustão através de todo o sistema, até a saída para a atmosfera. A tiragem deve
vencer a perda de cargas do sistema e o ventilador deverá ser dimensionado para tal.
O valor da perda de carga através do sistema é que determina o processo a ser usado,
que pode ser:

a) Tiragem Natural
Onde a diferença de pressão gerada pela diferença de densidade entre os gases quentes e
o ar frio na entrada da fornalha provoca o escoamento natural dos gases de combustão para a
chaminé.
A altura da chaminé limita a entrada de ar para combustão. A tiragem natural tem por
base três fatores:
- Altura da chaminé;
- Temperatura ambiente;
- Temperatura dos gases quentes.

b) Tiragem Mecânica
Quando as perdas de carga ultrapassam determinado limite torna-se necessária a
tiragem mecânica, utilizando-se de equipamentos mecânicos para promover o suprimento de
ar ficando a chaminé unicamente com a função de lançar os gases para pontos mais altos.

1ª) Tiragem Induzida


Consiste da aspiração de gases. Pode ser feita através de ventilador exaustor ou ejetor.
A aspiração em ejetor a vapor encontra aplicações nas locomotivas e caldeiras
marítimas.
O sistema com ventilador/exaustor é empregado em caldeiras a lenha, com alimentação
manual, no sentido de evitar-se saída de gás/fogo pela porta de alimentação de combustível.

2ª) Tiragem forçada


A tiragem forçada é realizada com ventiladores sopradores tipo centrífugo ou axial.
Estes ventiladores devem ser dimensionados, levando em consideração a perda de carga no
sistema, o suprimento de ar de combustão é garantir a circulação dos gases de combustão até a
saída para a atmosfera.
Para impedir fuga de gases no sistema estas caldeiras têm que ter perfeita vedação. São
também chamadas de caldeiras pressurizadas.

3ª) Sistema Misto


Utilizam-se dois ventiladores: um ventilador soprador, responsável pela alimentação do
ar de combustão e um ventilador exaustor que vence as perdas de carga no circuito dos gases
de combustão, desde a câmara de combustão até a chaminé. Este sistema é utilizado nas
caldeiras de grande capacidade de produção.

9.1 - Controle de Tiragem


O controle de tiragem é responsável ao bom funcionamento e combustão da caldeira.
Os sistemas de tiragem são dimensionados de modo a atender a variações na demanda (vapor).
O controle de tiragem é feito através de registros (dampers) colocados nos dutos de
circulação de gases combustão podendo ser automático ou manual.
10 – Operações de Caldeiras
O item operação de caldeira considera uma caldeira como tendo sido entregue pelo
fabricante ou pela equipe de Manutenção, já em condições adequadas para início do processo
de partida.

10.1 – Partida e Parada


Este item será dividido para caldeiras de combustíveis líquidos ou gasosos e caldeiras de
combustíveis sólidos devido às particularidades que cada uma delas apresenta.

1º) Caldeiras de Combustíveis Sólidos


Além das recomendações inseridas no manual de operação da caldeira, o operador
deverá verificar:
a) Pré-partida:
- Verificar o nível de água no tanque de abastecimento.
- Verificar e fazer o alinhamento da alimentação de água.
- Fazer verificação geral das válvulas e instrumentos da caldeira.
- Verificar condições operacionais da bomba de água de alimentação.
- Fazer drenagem dos indicadores e controladores de nível (garrafa e visor) e testar o sistema
de segurança (alarme e trip).
- Abrir drenos e vent’s do superaquecedor.
- Ajustar o nível de água da caldeira na posição operacional.
- Verificar condições operacionais dos ventiladores e sistema de tiragem da caldeira.
- Verificar condições de alimentação elétrica dos painéis de comando e sinalização.
- Certificar-se da quantidade disponível de combustível e que este material esteja próximo à
caldeira.
- Verificar o funcionamento do mecanismo de alimentação de combustível.
- Verificar o funcionamento do mecanismo de acionamento das grelhas (rotativas ou
basculantes).

b) Partida
- Coloque lenha seca e fina.
- Alimentar a fornalha de maneira a garantir aquecimento gradual dos refratários e gralhas da
caldeira.
- Para caldeiras que não possuem superaquecedor, fechar o respiro (vent) do tubulão superior
após garantir eliminação total do ar.
- Quando atingida a pressão de trabalho da caldeira, abrir lentamente a válvula de saída de
vapor, evitando golpe de aríete e liberar vapor para consumo.
- Para caldeiras que possuem superaquecedor, fechar o respiro (vent) do superaquecedor.

c) Operação Normal
- Observar atentamente o nível de água da caldeira, fazendo os ajustes necessários.
- Observar a temperatura do economizador e pré-aquecedor de ar.
- Observar as indicações dos dispositivos de controle de temperatura e pressão, fazendo os
ajustes necessários.
- Fazer todos os testes de rotina da caldeira.
- Observar se os tanques de suprimento de água estão sendo suficientemente abastecidos.
- Observar se a reposição de combustível está sendo suficiente.
- Fazer vistoria nos equipamentos, observando qualquer anormalidade (ruído, vibrações,
superaquecimento).
- Verificar se a temperatura dos gases da chaminé está dentro dos parâmetros normais.
- Observar a combustão através dos visores e da chaminé fazendo os ajustes necessários.
- Fazer regulagem nos dampers quando necessário.
- Fazer sopragem de fuligem periódica conforme rotina de cada equipamento.
- Fazer descargas de fundo conforme recomendações do laboratório de análise de água.
- Fazer as anotações exigidas pelos superiores.
- Manter sempre em ordem e limpa a casa de caldeiras.
- Nunca se ausentar da casa de caldeiras sem notificar algum colega ou superior para que se
efetue a substituição.
- Se a caldeira apagar subitamente durante a operação normal, retomar o processo de
acendimento somente após garantia de completa purga e exaustão dos gases remanescentes.

d) Parada da Caldeira
- Fazer sopragem de fuligem (ramonagem) em caldeiras aquatubulares dotadas com estes
dispositivos.
- Interromper a alimentação de combustíveis e tomar os cuidados necessários com ralação aos
alimentadores (pneumáticos, rotativos, etc).
- Manter o nível de água ajustando-o, conforme a vaporização que irá ocorrer dependendo da
quantidade de combustível disponível na fornalha.
- Garantindo-se que o combustível remanescente na fornalha não é suficiente para geração de
vapor, devemos desligar os ventiladores e exaustores.
- Abafar a caldeira fechando os damper’s e pontas de alimentação da fornalha, garantindo
vedação contra entradas de ar frio.
- Fechar a válvula de saída de vapor.
- Abrir respiro (vent) da caldeira ou do superaquecedor.
- Bascular as grelhas para possibilitar limpeza da fornalha.
- Tomar as providências necessárias dependendo do objetivo da parada de caldeira.

2º) Caldeiras de Combustível Líquido e/ou Gasoso


Além das recomendações inseridas no manual de operação da caldeira, verificar:
a) Pré-partida
- Verificar o nível dos tanques de água e de combustível.
- Verificar e fazer o alinhamento da alimentação de água.
- Verificar e fazer o alinhamento da alimentação de combustível e limpar sistemas de filtros,
se necessário.
- Para caldeiras a óleo combustível, iniciar processo de aquecimento e efetuar controle de
temperatura até atingir valor suficiente para circulação.
- Atingida a temperatura ideal do combustível, iniciar circulação ligando a bomba.
- Fazer verificação geral das válvulas e instrumentos da caldeira.
- Verificar condições operacionais das bombas de alimentação de água e de combustível.
- Fazer drenagem dos indicadores e controladores de nível (garrafa e visor) e testar o sistema
de segurança (alarme e trip).
- Ajustar o nível de água da caldeira na posição operacional.
- Abrir drenos e respiros (vent’s) da caldeira.
- Para caldeiras que possuem superaquecedor abrir somente drenos e respiros (vent’s) do
superaquecedor.
- Verificar condições de alimentação elétrica dos painéis de comando e sinalização.
- Verificar condições operacionais dos ventiladores e sistemas de tiragem da caldeira.
- Verificar, onde houver, as condições operacionais do compressor de ar utilizado na
atomiação do combustível.
- Verificar posicionamento e condições dos eletrodos de ignição.
- Limpar a foto célula.

b) Partida
- Ventilar ou purgar a fornalha por um período suficiente para garantir eliminação total
de gases.
- Partir compressor de ar para atomização.
- Verificar se os valores de temperatura e pressão do combustível são ideais para
acendimento.
- Acender queimador piloto.
- Alinhar lentamente a válvula manual de combustível, certificando-se de que a caldeira
está acesa.
- Para caldeiras com mais de um queimador, obedece a seqüência de acendimento
recomendada pelo fabricante.
- Ajustar as condições de queima, garantindo estabilidade de chama.
- Desligar o queimador piloto e verificar se a chama se mantém estável.
- Fazer aquecimento gradual para não danificar refratário e tubos respeitando-se a curva
de aquecimento recomendada para cada tipo de caldeira.
- Durante a fase de aquecimento, verificar quaisquer anormalidades nos equipamentos e
nos instrumentos indicadores de controle, tomando as providências para ao ajustes
necessários.
- Para caldeiras que não possuem superaquecedor, fechar o respiro (vent) do tubulão
superior após garantir eliminação total do ar.
- Passar o controle da caldeira para automático quando as condições de pressão atingirem
valores preestabelecidos para tal, conforme procedimento operacional.
- Atingida a pressão de trabalho, abra vagarosamente a válvula de saída de vapor
evitando-se o golpe aríete e liberando vapor para consumo.
- Para caldeiras que possuem superaquecedor fechar o respiro do superaquecedor.

c) Operação Normal
- Observar atentamente o nível de água da caldeira, fazendo os ajustes necessários.
- Observar temperaturas do economizador e pré-aquecedor de ar.
- Observar as condições dos dispositivos de controle de temperatura e pressão, fazendo os
ajustes necessários.
- Fazer todos os testes de rotina da caldeira.
- Observar se os tanques de suprimento de água estão suficientemente abastecidos.
- Observar se a reposição de combustível está sendo suficiente.
- Fazer vistoria nos equipamentos, observando qualquer anormalidade
(ruído,vibrações,superaquecimento).
- Verificar se a temperatura dos gases da chaminé está dentro dos parâmetros normais.
- Observar a combustão através dos visores e da chaminé fazendo os ajustes necessários.
- Fazer regulagem nos dampers quando necessário.
- Fazer sopragem de fuligem periódica conforme rotina de cada equipamento.
- Fazer descargas de fundo conforme recomendações do laboratório de análise de água.
- Fazer anotações exigidas pelos superiores.
- Manter sempre em ordem e limpa a casa de caldeiras.
- Nunca se ausentar da casa de caldeira sem notificar algum colega ou superior para que
se efetue a substituição.
- Se a caldeira apagar subitamente durante sua operação normal, retomar o processo de
acendimento somente após garantia de completa purga e exaustão dos gases
remanescentes.

d) Parada da caldeira
- Fazer sopragem de fuligem (ramonagem), em caldeiras dotadas com estes dispositivos.
- Interromper a alimentação de combustível, fazendo a purga da linha, uma parte para
queima e o restante para uma linha de retorno.
- A purga da linha no caso de queima de óleo combustível pode ser feita com óleo menos
viscoso, o qual não poderá passar pelo aquecedor de óleo que deverá ser desligado.
- Para a linha de gás, esta purga poderá ser feita com injeção de vapor.
- Apagar os queimadores obedecendo à seqüência recomendada pelo fabricante da
caldeira.
- Para caldeira de óleo combustível, desligar a bomba de alimentação de óleo.
- Ventilar a fornalha para exaustão completa de gases remanescentes.
- Drenar visores de nível, fazendo os ajustes necessários para manter a caldeira com nível
operacional.
- Após a exaustão da fornalha, parar o ventilador e abafar a caldeira fechando todos os
dampers e registros de ar.
- Fechara válvula de saída de vapor e bloquear todos os pontos de drenagem da caldeira.
- Interromper a alimentação de água.
- Abrir respira (vent) da caldeira.
- Tomar as providências necessárias dependendo do objetivo da parada da caldeira

11 – Regulagem e Controle
11.1 - Temperatura
Numa caldeira são importantes, dentre os controles de temperatura, os seguintes:
a) vapor
Em termo de vapor saturado a temperatura do vapor é diretamente proporcional à
pressão de operação da caldeira.
Em caso de vapor superaquecido, o controle e ajuste de temperatura podem ser feitos
através de superaquecimento.
De qualquer maneira as condições de regulagem da relação combustível X ar tem que
ser suficientes para que o vapor gerado atinja o nível de temperatura requerido pelo
consumidor.
b) Ar
O controle de temperatura no pré-aquecedor de ar, tem por finalidade aumentar o
rendimento da caldeira em termos energéticos.
c) Gases de Combustão
O aparecimento de temperatura altas na saída dos gases de combustão pode ser sintoma
de alguma anormalidade operacional, dentre as quais destacamos:
- Caldeira está suja, com deficiência de troca térmica.
- Ocorrência de queda de material refratário, mudando caminho preferencial dos gases.
- Juntas de amianto não dão perfeita vedação.
- Tamanho da chama maior que o aceitável.
- Excesso de ar na fornalha, causando aumento de velocidade dos gases.
d) Óleo Combustível
Os controles de temperatura do óleo devem ser dimensionados e ajustados para garantir
a circulação e a viscosidade ideal de pulverização para queima.
O controle de temperatura é feito na regulagem do termostato ou do “Set Point” dos
controladores.

e) Água de Alimentação
O controle de temperatura da água de alimentação se preocupa principalmente em
garantir uma faixa de temperatura ideal para favorecer a desgaseificação de água.
Normalmente este controle é feito por uma controladora que está ligada na malha do sistema
de alimentação.

11.2 - Pressão
Os controles de pressão mais importantes de uma caldeira são:
a) Água
Faz parte da malha de controle o desarme da caldeira por baixa pressão de água de
alimentação, que pode ser causada por uma parada da bomba, problemas mecânicos com a
bomba etc.
A atuação para sanar o problema pode ser feita manual ou automaticamente (ligando
uma bomba reserva por exemplo).
b) Ar
O controle de pressão de ar é executado, regulando a ventilação/exaustão de modo a
evitar-se pressão muito acima ou muito abaixo dos recomendados no interior da fornalha.
c) Pressão da Fornalha
O controle de pressão da fornalha é muito importante no sentido de se evitar
vazamentos de gases para o ambiente de trabalho, ou a ocorrência de infiltração de ar “falso”
que vai alterar o rendimento da caldeira.
d) Pressão de combustível
A regulagem e o controle da pressão é muito importante para a eficiência da combustão,
afetando a atomização e dispersão do combustível.
As variações de pressão podem causar problemas inclusive de desarme da caldeira.
e) Pressão de Vapor
A regulagem de controle de pressão deve ser executada no vapor de modo a que seja
atendida a pressão requerida pelos consumidores.
Deve-se tomar especial atenção para que a pressão de vapor não suba a níveis acima da
pressão de trabalho, pois irá gerar perdas de insumos (água, produtos químicos, combustíveis
etc.) através da abertura das válvulas de alívio e segurança do sistema.

11.3 – Fornecimento de energia


Para caldeiras de combustível sólido a regulagem da energia para geração de vapor é
feita mediante atuação na dosagem de combustível (manual ou automaticamente), em sintonia
com a injeção de ar para melhoria da combustão.
Para caldeiras de combustível líquido ou gasoso mediante sinal recebido do controle de
pressão do vapor, haverá atuação na abertura da válvula de admissão de combustível, também
em sintonia com a vazão de ar para ajuste e melhoria da combustão.

11.4 – Nível de Água


Basicamente a regulagem de nível para controladores tipo bóia, necessita de intervenção
mecânica, alterando-se as dimensões da haste entre chaves li/desliga.
Para controladores com eletrodos, esta regulagem exige alteração nas dimensões dos
eletrodos.
Para os controladores termostáticos e hidráulicos, esta regulagem para ser executada
necessita de ajustes na válvula automática de admissão de água.

Este ajuste deve ser realizado sempre que o nível real estiver fora da posição ideal de
operação.
Para controladores do tipo de transmissão por pressão diferencial, a regulagem é feita
mediante ajuste do Set Point no próprio controlador.

11.5 – Poluentes
O controle e a otimização da combustão são fatores importantes na economia de
combustíveis e preservação do meio ambiente.
A melhor eficiência da combustão será obtida observando-se fatores como: uso do
queimador adequado, nebulização perfeita, porcentagem correta de ar, manutenção periódica
no equipamento, análise contínua dos gases etc.
Para otimizar o processo de combustão pode-se utilizar os seguintes meios:
Pré aquecimento do ar de combustão, pré-aquecimento do combustível, controle de
tiragem, análise e controle da combustão por instrumentos.
Quanto ao controle de processo da combustão, podem ocorrer duas situações; a primeira
é aquela em que, na ausência de controle por instrumentação o operador faz o controle
baseando-se na observação prática das seguintes características: aspecto da chama, da fumaça,
da chaminé etc.
Na segunda, o controle é feito por instrumentos e é a mais segura e correta.
Podem ser analisados além dos analisadores contínuos, detectores de fumaça
(opacimento), resultados de análises dos gases de combustão por laboratório (ORSAT ou
FYRITE) etc.

12 – Falhas de Operação, Causas e Providências


As caldeiras em geral possuem grandes quantidades de equipamentos e instrumentos, e
quando estes apresentam algum tipo de defeito não é sempre fácil sua solução.
Os principais itens que podem apresentar defeitos em operação são:
a) Sistema de alimentação de combustível
b) Sistema de alimentação de água
c) Controle de nível
d) Controle de combustão
e) Controle de pressão
De qualquer maneira o operador deverá aplicar rigorosamente as normas de segurança e
os procedimentos indicados no manual de operação do equipamento fornecido pelo fabricante.
Para melhor entendimento, vamos tentar englobar as principais falhas na forma de
tabelas orientação, que mostram alguns tipos de defeitos, causas e providências a serem
tomadas pelo operador ou pessoal de manutenção especializado.

a) Alimentação de Óleo Combustível


Defeitos Providências
Causas Prováveis
A bomba de óleo pesado não Defeito no sistema de
Ler as instruções de
funciona comando elétrico manutenção a este respeito
A bomba não dá suficiente Defeitos no circuito de óleo
Ver sobre o sistema
pressão ou não dá nenhuma combustível automático de combustão no
pressão que se refere a “manômetro
medidor de pressão de óleo
não registra pressão”.
Defeito mecânico da bomba Ver instrução de manutenção a
este respeito
A bomba de óleo diesel não O motor não vira. Ler as instruções de
funciona manutenção a este respeito
A bomba está engripada. Desmonta-la e ver se as
(procurar virá-la com a mão) engrenagens estão em ordem.
Consultar as instruções de
manutenção.
A temperatura está alta A regulagem está malfeita. Fazer o óleo circular na rede
demais com a regulagem correta
A válvula automática de vapor Ler instruções de manutenção
não fecha. a este respeito
A temperatura está baixa A válvula manual de vapor Abrir a válvula
demais está fechada.
O purgador não funciona. Examinar e trocar, se forem o
caso.
A regulagem está malfeita. Fazer o óleo circular na rede
com a regulagem correta.
O aquecimento elétrico não Os fusíveis queimados. Examinar e trocar
funciona O termostato está desregulado Examinar o termostato,
ou danificado regulando ou trocando.
A bobina da chave está Trocar a bobina
queimada.
A corrente não chega na Examinar o circuito elétrico e
bobina da chave conferir se a chave está
eletromagnética. funcionando bem.
A resistência está queimada Trocar a resistência
O aquecimento a vapor não A válvula de vapor está Abrir a válvula
funciona fechada.
O purgador não funciona. Examinar e trocar, se for o
caso.
O termostato ou a válvula Examinar o termostato ou a
solenóide do aquecedor está válvula.
desregulada ou danificada

b) Alimentação de Água
Defeitos providências
Causas prováveis
A bomba não recalca água, ou se Ar na sucção Purgar o ar bomba e
recalca, é insuficiente verificar se não há
entrada de ar pelas
conexões da rede
Filtro de água sujo Limpar o filtro
Válvula na sucção ou no Verificar se há alguma
recalque fechada. válvula fechada na rede
de água.
Cavitação. A instalação está
incorreta para água
quente, causando
vaporização na sucção;
Reexaminar a
instalação.
Válvula de retenção dando Verificar se está mal
passagem. ajustada ou se tem
partículas sólidas na
sede.
Bomba com capacitação Reexaminar o projeto da
inferior à exigida caldeira.
caldeira e atualizar o
procedimento
Rotação invertida da bomba Verificar junto a
manutenção instalação
elétrica do motor da
bomba.
Válvula de descarga de Verificar se as válvulas
fundo aberta. de descarga de fundo
estão fechadas.

A bomba não recalca água ou se Instalação incorreta Verificar se foram


recalca é suficiente. seguidas corretamente as
instruções de instalação
Verificar as instalações
Defeito mecânico da bomba de manutenção a este
respeito.
Verificar junto com a
A bomba de água não funciona Defeito no sistema de manutenção o regulador
comando elétrico. de nível automático ou
chave eletromagnética.
A bomba enche a caldeira de Eletrodos do controle de Drenar o regulador de
água e não para automaticamente. nível com óleo, lama, etc. nível por alguns
segundos repetir a
operação quantas vezes
forem necessárias.
Fio de Eletrodo do nível Contatar manutenção
máximo com defeito ou para troca do fio.
partido.
Eletrodo danificado Contatar manutenção
para troca de eletrodos.
Defeito no sistema elétrico. Contatar o departamento
de manutenção
especializado.

c) Controle de Nível

Defeitos Causas prováveis Providências


A bomba só liga quando toca Imantação permanente na Blindar essa caixa.
o alarme bobina de caixa. Alta tensão
nas vizinhanças pode causar
este efeito.
A bomba não funciona, o Impurezas nos eletrodos. Abrir totalmente a válvula
nível baixa, o alarme soa de dreno reguladora de
nível durante um minuto.
Fecha-la, em seguida, e
verificar se o defeito
persiste.
Chave magnética da bomba Ler sobre chaves
desarmada ou com defeito. magnéticas nesta lista.

Umidade na caixa dos Examinar e eliminar a


eletrodos umidade
A bomba não funciona, o Lama no regulador de nível Apagar a caldeira
nível baixou e o alarme não por falta de limpeza. imediatamente. Se o nível
soou. Entretanto, a caldeira estiver abaixo do visor,
continua funcionando. deixar a caldeira esfriar
sozinha. Se ainda houver
água no visor de nível,
acionar a bomba
manualmente,
restabelecendo o nível.
Descarregar então a válvula
de dreno reguladora de
nível até eliminar a lama.
Fazer uma limpeza
completa.
Unidade na entrada de Secar o topo superior do
corrente nos eletrodos. corpo de nível.
A bomba funciona, mas o Sistema de alimentação de Providenciar o reparo.
nível baixo água com defeito.
O nível está normal no visor Defeito no regulador de nível, Descarregar o regulador de
de nível, porém o sistema de devido a presença de lama ou nível, abrindo a válvula até
combustão não funciona e óleo na água. o fim. Repetir a operação
alarme está soando. quantas vezes forem
necessárias.
Bobina do regulador de nível Examinar a bobina na caixa
queimada (dentro do armário de controle e verificar se
de controle). está queimada. Trocá-la.
Fio do eletrodo partido. Trocar o fio.
Transformador da caixa de Trocar o transformador.
controle queimado.

Mau contato Lixar os platinados dos


contatos elétricos do relê à
esquerda do regulador de
nível.
Sistema de automático da Ver nesta sobre os defeitos
combustão com defeito. do sistema automático de
combustão.
Registro de visor de nível Abrir os registros.
fechados.
Alarme queimado. Trocar o alarme.

d) Controle de Combustão

Defeitos Causas Prováveis Providências

O queimador piloto não acende ou Falta de óleo no depósito Encher o tanque, tendo o
falha as vezes e o manômetro de de combustível para cuidado de purgar o ar da
óleo não registra pressão. ignição. sucção da bomba. Ver
instruções de manutenção.
Válvula de saída do Abrir válvula
combustível para ignição
fechada.
Ar na tubulação de sucção. Ver instruções a este
respeito.
O queimador piloto não acende ou Ar na tubulação Ver instruções a este
falha as vezes. A pressão registrada respeito.
no manômetro de óleo é inferior a Filtro sujo Efetuar limpeza.
100lb/pol².
Atomizador de óleo diesel Não usar estopa. Também
sujo não deve ser usado arame
ou estilete metálico para
limpar o furo do giclê.
Eletrodos de ignição Consultar o capítulo sobre
desajustados. manutenção.
Porcelanas partidas Trocar as porcelanas.
O sistema automático de combustão O óleo não chega Verificar se o atomizador
opera, o piloto acende, mas o normalmente ao está obstruído. Fazer
queimador principal não acende combustor. limpeza nessa peça,
apesar de o manômetro indicar que a usando querosene ou
pressão do óleo está boa. solvente apropriado. Não
usar estopa, mas de
preferência, ar
comprimido. Se o
atomizador estiver limpo e
o fenômeno prosseguir,
observar se a junta
colocada no acento da
culatra da parte interna de
sede do combustor, está
mal ajustada.

O sistema automático de A válvula de entrada de Proceder da seguinte forma:


combustão opera, o piloto acende, óleo está aberta, porém - retirar a parte interna do
mas o queimador principal não não chega óleo no combustor.
acende e a pressão indica no combustor. - abrir a válvula de entrada de
manômetro se está boa. óleo no combustor;
- Colocar uma lata em frente à
entrada de óleo do queimador
- Ligar a chave de comando
manual
-Deverá sair um jato de óleo
do queimador. Se não sair,
verificar se há obstrução na
tubulação de óleo, dede o
manômetro até o combustor.
O sistema automático de Tubulação fechada Verificar se a(s) válvula (s)
combustão opera, o piloto acende , entre o depósito e a bomba
mas o combustor principal não está (ao) fechada (s).
acende, apesar de a pressão Filtro sujos Fazer uma limpeza nos filtros.
indicada no manômetro de óleo ser Antes de consultar as
muito baixa ou nula. instruções de manutenção a
este respeito
Ar na sucção da bomba Verificar se há canalização de
sucção uma entrada de ar
Válvula de retorno aberta Ver instruções de manutenção
pela ação de partículas a respeito desta limpeza
sólidas na rede
Falta de óleo impede o Verificar se o depósito de
funcionamento da bomba serviço está cheio.
O sistema automático de Válvula de entrada de Abrir a válvula.
combustão opera, o piloto acende, óleo no combustor
mas o combustor principal não fechada.
acende, apesar de o manômetro
indicar que a pressão do óleo está
boa.
A temperatura de saída dos gases Tubulação da caldeira Fazer uma limpeza na
da caldeira é superior a normal suja de fuligem tubulação. Ver instrução de
manutenção a este respeito.

Tampa traseira da Retirar a tampa e verificar o


caldeira está mal fechada. estado dos refratários. Fazer
os reparos seguindo as
instruções de manutenção.

O ventilador não funciona Defeito no motor, Providenciar seu conserto ou


impedindo-o de dar troca-lo
partida
Correias partidas Substituir as correias

Defeito no ventilador Providenciar seu conserto


O ventilador funciona, mas sua Correias bambas Trocar ou esticar as correias.
atuação não é normal. Borboletas de regulagem Regular da seguinte forma:
fora do lugar Borboleta totalmente aberta –
para fogo alto; borboleta meio
fechada – para fogo baixo.
Ventilador sujo Limpar o ventilador
Defeito mecânico no Providenciar o seu conserto.
ventilador
O combustor piloto não acende ou Não chega correntes nos - Para verificar,basta
falha às vezes. A pressão eletrodos. aproximar os terminais
registrada no manômetro de óleo é um do outro e observar
inferior a 100ib/pol². se saltam centelhas;
- Verificar também se o
defeito está no circuito
elétrico o
transformador, por
interrupção nos fios ou
cabos. Uma vê que
chegue corrente no
transformador e não
saia pelos cabos de alta
tensão, o transformador
está defeituoso. Ver as
instruções de
manutenção a este
resperito.
e) Controle de Pressão

Defeitos Causas prováveis Providências


A pressão está acima da Está ligada a chave de Verificar se não ligaram ao
permitida. As válvulas de comando mesmo tempo as chaves de
segurança e o automático de comando manual e de
parada não funcionam. comando automático de
ignição.

A fumaça na saída de gases está Pressão de óleo elevada - Verificar se a válvula de


mais escura do que o normal retorno está colada. Em caso
positivo, descola-la;
- Verificar se a válvula no
tubo de retorno para o
depósito está fechada. Em
caso positivo, abri-la.
Pressão de óleo oscilando, por - Fechar a válvula de
causa de ar na canalização. entrada de óleo no
combustor e fazer a
circulação do óleo,
acionando a chave de
comando manual até
que o ponteiro do
manômetro de pressão
de óleo se estabilize;
- Verificar se tem
conexão solta na linha
de sucção da bomba.
Falta de ar secundário, Trocar correias ou estica-las.
motivado pelas correias do
ventilador, que estão bambas.
Registro de borboleta de ar Colocar o registro no lugar
fora do lugar. certo.
O servomotor não abre a Prender a alavanca de
borboleta, porque está solta comando.
alavanca de comando.
Ventilador sujo Limpar o rotor e a tela de
entrada, seguindo as
instruções de manutenção
Caixa de ar suja Providenciar sua limpeza.
Alta ou baixa temperatura no Ver sobre o aquecedor de
óleo. óleo nesta lista.
Baixa pressão no ar de Ver lista sobre os defeitos
atomização. no compressor.
Atomizador entupido Desmontar e lavar o
atomizador de óleo
combustível pesado.

O ventilador não funciona. Defeito no sistema de Ler sobre chaves magnéticas


comando elétrico. e sistema de comando
automático nesta lista.
A pressão está acima da Platinado de pressostato Lixar o platinado.
permitida. As válvulas de colado.
segurança e o automático de Pressostato com o diafragma Trocar o pressostato.
parada não funcionam. furado. (neste caso, sai vapor
pelo pressostato).
Capilar do diafragma Tirar o pressostato e limpa-
defeituoso. lo.
Pressostato desregulado e Regular o pressostato.
defeituoso. (É muito difícil o
pressostato desregular).
O gerador de vapor para de Defeito no manômetro. Trocar o manômetro
funcionar e a pressão registrada
no manômetro de vapor está
abaixo do nível máximo
normal.
O manômetro de ar não registra Defeito no compressor. Ver sobre o compressor de
pressão ou registra pressão ar.
baixa. Defeito no manômetro Trocar o manômetro.
Defeito no circuito de óleo. Ver sobre o sistema
automático de combustão.
O manômetro de óleo não Defeito no circuito de óleo. Verificar.
registra pressão ou registra Defeito no manômetro. Trocar o manômetro
pressão baixa.
O manômetro de vapor registra Defeito no manômetro Não alterar a regulagem do
pressão inferior quando o pressostato. (Dificilmente
gerador de vapor desliga ele poderia desregular-se).
automaticamente.
O manômetro de óleo oscila muito, Ar na tubulação de óleo. Purgar o ar na tubulação,
não dando pressão exata. estudar o assunto referente à
tubulação em que o respectivo
manômetro se encontra.

13 – Roteiro de Vistoria Diária


Durante o funcionamento normal da caldeira, o operador deve seguir um roteiro de
vistoria, com o objetivo de garantir um perfeito funcionamento do gerador de vapor.
Um roteiro de vistoria pode incluir:
a) Verificar se o tanque de água de alimentação da caldeira está sendo abastecido
corretamente;
b) No caso de caldeira a óleo verificar:
 nível e temperatura do óleo nos seus depósitos;
 termômetro e manômetro da linha de óleo próximo ao aquecedor
c) Examinar manômetros e termômetros de ar, água e gases de combustão;
d) Controlar nível de água através dos indicadores existentes na caldeira.
e) Verificar se a lubrificação dos equipamentos está adequada;
f) Fazer as descargas de fundo conforme exigido pelo laboratório de qualidade da água
g) Examinar o correto funcionamento das diversas bombas existentes;
h) Verificar o funcionamento dos ventiladores;
i) Observar a combustão da fornalha, através dos visores e da cor da fumaça na chaminé;
j) Movimentar periodicamente todas as válvulas, para evitar que estas fiquem presas;
k) Não abandonar a casa das caldeiras;
l) Testar o regulador e o visor de nível, varias vezes ao dia, verificando se os dispositivos
de operação e segurança estão atuando normalmente;
m) Verificar se os pressostatos e o sistema de acendimento estão funcionando
correstyamente;
n) Testar a fotocélula, verificando se há corte de chama quando se escurecem com um
tampão;
o) Testar as válvulas de segurança, conforme recomendação do fabricante ou conforme
recomendado pela NR-13;
p) Preencher o relatório de vistoria diária fornecida pelos supervisores. Abaixo temos em
exemplo de tabela de vistoria;

EXEMPLO DE ROTEIRO DE VISTORIA DIÁRIA DATA_____/______/______Tempo (horas)


OPERAÇÕES PADRÃO 1 2 3 4 5
FUNC.
I – SISTEMA DE COMBUSTÃO
1A – Compressor
Nível de Óleo NORMAL
Pressão de ar 82 kpa
Refrigeração NORMAL
Temperatura NORMAL

1B - Ventilador
Temperatura dos mancais do ventilador NORMAL
Folga das correntes do ventilador NORMAL
Rolamentos (estado geral) NORMAL

1C – Bomba de óleo
Temperatura dos mancais da bomba de óleo combustível NORMAL
Redutor (estado geral) e nível de óleo (até um quarto de engrenagens NORMAL
conduzidas)

1D – Circuito de óleo
Temperatura do óleo combustível 120ºC
Pressão do óleo combustível 206 kpa

1E - Ignição
Pressão de óleo diesel do piloto 820 kpa

II – SISTEMA DE ALIMENTAÇÃO DA ÁGUA


Funcionamento da bomba d’água NORMAL
Situação da gaxeta da bomba d’água NORMAL
Temperatura da água de alimentação no tanque de condensado 90ºC
Indicador de nível de água e alarme NORMAL
Descarga da coluna de nível SIM
Descarga de fundo (conferir indicação do tratamento d’água) SIM

III – COMANDO AUTOMÁTICO


Pressão máxima de trabalho 820 kpa
Diferencial de pressão para modulação 34-102kpa
Funcionamento da fotocélula NORMAL

IV - DIVERSOS
Lubrificação geral NORMAL
Temperatura dos motores NORMAL
Temperatura dos gases de combustão da chaminé 120ºC
Descarga da válvula de segurança SIM

14 – OPERAÇAÕ DE UM SISTEMA DE VARIAS CALDEIRAS


Um sistema operacional onde existem várias caldeiras em operação paralela possui
algumas particularidades de segurança que devem ser atendidas a saber:
- O operador deverá conhecer a rede de distribuição de vapor, seus consumidores, etc.;
- O operador deverá conhecer os pontos mais críticos de bloqueio e interligação dos
sistemas;
- Deverá ser conhecida a flexibilidade operacional em função da disponibilidade de
vapor;
- Em um sistema com várias caldeiras é necessário que cada uma delas possa ser isolada
das demais; por isto, após a válvula principal da saída de vapor é necessária a instalação
de uma válvula de retenção;
- A carga das caldeiras operando em paralelo é regulada normalmente pela controladora
de pressão do coletor.

15 – Procedimento em Situação de Emergência


Todas as ocorrências em emergência deverão ser atendidas de acordo co o indicado no
manual de operação da caldeira. Vamos particularizar aqui alguns tipos de emergência:

a) Retrocessos
Este fenômeno ocorre quando a pressão interna da caldeira aumenta bruscamente a
pressão ambiente na sala das caldeiras.

1ª) Causas
- Vazamento no sistema de alimentação de óleo, com acúmulo de resíduos de
combustível no interior da fornalha;
- Falhas no sistema de ignição;
- Defeito no sistema de tiragem da caldeira;
- Tentativas de acender o queimador a partir de uma parede incandescente;
- Procedimento incorreto no acendedor da caldeira;
- Abertura de porta da fornalha de forma indevida;
- Alimentação de combustível sólido pulverizado de maneira incorreta.

2ª) Como Evitar


- Evitar o acúmulo de óleo ou gás no interior da fornalha. Todo o óleo que eventualmente
se acumulou no piso da fornalha deve ser retirado e a fornalha deve ser completamente
ventilada antes de acende-la;
- As válvulas dos queimadores devem ser mantidas sempre em boas condições de
vedação;
- Nunca tente reacender um queimador através do calor das paredes incandescentes;
- Após concluída a purga, não faça mais que duas tentativas de acendimento;
- Nunca abrir a boca da fornalha de forma brusca.
Os procedimentos posteriores deverão incluir a interrupção do suprimento de combustível,
desligar o queimador, eliminando a causa desta ocorrência.

b) Nível de Água Baixo

1ª) Causa Prováveis


- falha no sistema de controle automático de nível;
- válvula de retenção da linha de água dando passagem;
- falta de água de alimentação;
- falta de atenção do operador (em caldeiras manuais);
- defeito no sistema de alimentação de água (bombas, turbinas, motor elétrico, filtros,
etc.);
- cavitação na bomba.

2ª) Como Evitar


- Efetuar revisões de rotina nos sistemas de controle de nível;
- Manter atenção constante ao sistema de alimentação de água (tanques, bombas,
válvulas, etc.);
- Manutenção preventiva do sistema de alimentação de água;
- Manter atenção ao nível de água quando se fizer as descargas de fundo;
O nível baixo de água baixo, com o calor da fornalha agindo sobre os tubos secos
provocará deformações no invólucro, danos ao refratário, vazamento d’água e danos aos
tubos.
Neste caso devemos proceder da seguinte forma:
- Cortar alimentação (água, ar, combustível);
- Fechar válvula de saída de vapor;
- Testar visores de nível confirmando nível da caldeira;
- Supondo que o nível esteja visível, alimentar a caldeira e retomar processo de
acendimento;
- Caso o nível no visor não seja visível, não reponha água para evitar choque térmico na
caldeira;
- Proceder a resfriamento lento na caldeira, para posterior inspeção e identificação do
motivo da queda de nível.

c) Nível de Água Alto


Da mesma maneira que a anterior, pode ter como causa prováveis:
- Falha no sistema automático de controle de nível;
- Falta de atenção do operador (caldeiras manuais);
- Falha no sistema de alimentação.

1ª) Como Evitar


- Efetuar revisões de rotina nos sistemas de controle de nível;
- Manter atenção constante ao sistema de alimentação de água;
- Manutenção preventiva do sistema de alimentação de água;

2ª) Como Atuar


-Cortar a alimentação de água (desligando a bomba, fechando a válvula, etc.);
- Testar visores de nível, certificando-se se o nível é real;
- Confirmado o valor real do nível alto, atuar na descarga contínua;
- Esgotados todos os recursos, atuarem na descarga de fundo tomando todos os cuidados
necessários;
- Informar a manutenção o ocorrido.

d) Pressão do Vapor Acima do Limite Normal


Poderemos ter duas situações: a válvula de segurança não abre e a válvula de segurança
abre, mas a pressão continua a subir.

1ª) Causas
- Sede da válvula de segurança está emperrada;
- Válvula de segurança desregulada;
- Válvula de segurança subdimensionada.

2ª) Como Evitar


- Nunca alterar a regulagem da válvula de segurança;
- Testar regularmente a válvula de segurança de acordo com procedimentos do
fabricante;
- No caso da válvula estar subdimensionada, providenciar sua substituição;
Como providências, deveremos cortar completamente a alimentação de combustível e
acompanhar evolução da pressão.
Conforme continue a tendência de subida de pressão, providenciar abertura da válvula
de segurança.
Para caldeiras de combustível sólido, além da providência acima, deveremos parar
ventiladores, fechar todas as entradas e saídas de ar da caldeira.

e) Falhas em Partes sob Pressão


Sempre que ocorre uma ruptura de tubos ou que há um grande vazamento de vapor, é
necessária uma ação imediata para evitar danos pessoais, a fim de se reduzirem os efeitos da
avaria, de modo que o restante da instalação sofra o menos possível.
Procede-se da Seguinte Maneira:
- Cortar alimentação de combustível;
- Se houver mais de uma caldeira operando em paralelo, fechar a válvula de vapor da
caldeira avariada;
- Manter o nível de água pelo tempo que for possível evitando choque térmico,
protegendo os tubos e refratários, favorecendo o resfriamento da caldeira;
- Manter os ventiladores ligados pelo tempo que for possível de modo a expulsar o vapor
pela chaminé;
- Abrir as válvulas de segurança, a menos que a pressão apresente tendência de queda;
- Se não for possível manter o nível de água, cortar a alimentação imediatamente. Feche
as válvulas de alimentação e parar a bomba;
- Depois de ocorrera despressurizarão da caldeira, parar ventiladores e efetuar processo
de resfriamento natural.

16 – Tratamento de Água e Manutenção de Caldeiras


Estruturalmente a caldeira resulta de um cálculo cuidadoso e de uma construção
aprimorada, prevista para resistir durante muitos anos de trabalho, desde que sejam seguidas
as instruções deste manual. Contudo, fenômenos não previstos no projeto da mesma podem
abreviar sensivelmente a sua vida útil.
Entre as maiores causas da inutilização de caldeiras, indiscutivelmente, estão à falta de
tratamento de água ou o tratamento inadequado da água da caldeira.
Do ponto de vista da operação da caldeira, a água pode ser considerada como matéria
prima para obtenção do vapor, que é o produto final desejado. Assim deve ser dada a devida
importância a esta, para que o vapor tenha a qualidade mínima desejada.
A água para a caldeira é obtida em diversas fontes, tais como rios, lagos, represas,
poços, rede pública, etc. A água, a não ser a destilada, estão misturadas substâncias
prejudiciais que são também introduzidas na caldeira, acarretando-lhe problemas.
Todos conheceram o ciclo básico da água que evapora, condensa, retorna ao solo como
chuva e infiltra-se ou corre sobre o mesmo. A água é um excelente solvente e como tal, ao
percorrer seu ciclo absorve impurezas diversas.
A água da chuva relativamente contém poucas impurezas, mas é medida que se
precipita é sujeita à agregação de fuligem, gases industriais, oxigênio, materiais solúveis e
insolúveis. Ao escoar-se ou infiltrar-se no solo, poderá também, dissolver rochas e terras,
absorver gases presentes no ar e carregar sólidos em suspensão e matéria orgânica.
De modo geral, a água presente na superfície apresenta-se saturada de oxigênio e com
uma pequena quantidade de gás carbônico devido ao equilíbrio com o ar atmosférico, em
contrastante com as águas subterrâneas que podem conter considerável quantidade de diversos
gases oriundos da decomposição de matéria orgânica.
Com relação à matéria em suspensão, as águas subterrâneas contêm quantidades
mínimas, pois à medida que se infiltra no solo a água é filtrada. As impurezas presentes em
águas superficiais refletem a natureza do solo local e podem variar grandemente.

PROBLEMAS PROBLEMAS SECUNDÁRIOS


IMPUREZAS NA ÁGUA PRIMÁRIOS
Carbonatos Arraste Alto custo de manutenção
Cloreto Corrosão na caldeira Curta vida útil da caldeira
Ferro Corrosão na tubulação Contaminação dos produtos em contato
Matéria orgânica Incrustação com o vapor
Oxigênio e CO2 Sedimentação Desperdício de combustível
Silicatos Entupimento
Sólidos dissolvidos Explosão ou deformação na caldeira
Sólidos em suspensão Interrupção da produção
Sulfatos Vapor de baixa qualidade
Vazamento na caldeira

17 – Legislação
A legislação específica que versa sobre a segurança das caldeiras é a NR-13
DO MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO.

13.1 CALDEIRAS A VAPOR - DISPOSIÇÕES GERAIS

13.1.1 Caldeiras a vapor são equipamentos destinados a produzir e


acumular vapor sob pressão superior à atmosférica, utilizando
qualquer fonte de energia, excetuando-se os refervedores e
equipamentos similares utilizados em unidades de processo.
Para efeito da NR-13 serão considerados como “caldeiras”
todos os equipamentos que simultaneamente geram e acumulam vapor
de água ou outro fluido. Unidades instaladas em veículos, tais como:
caminhões e navios deverão respeitar esta norma regulamentadora nos
itens que forem aplicáveis e para os quais não exista normalização ou
regulamentação mais específica.
Não deverão ser entendidos como caldeiras os seguintes
equipamentos:

1º. Trocadores de calor do tipo Reboiler, Kettle , Refervedores, TLE,


etc., cujo projeto de construção é governado por critérios referentes a
vasos de pressão;

2º. Equipamento com serpentina sujeita a chama direta ou gases


aquecidos e que geram, porém não acumulam vapor, tais como: fornos,
geradores de circulação forçada e outros.

3º. Serpentinas de fornos ou de vasos de pressão que aproveitam o


calor residual para gerar ou superaquecer vapor;

4º. Caldeiras que utilizam fluido térmico e não o vaporizam.

O título ilustrativo mostra-se no anexo III algumas fotos dos


equipamentos mencionados anteriormente
13.1.2 Para efeito desta NR, considera-se Profissional Habilitado
aquele que tem competência legal para o exercício da profissão de
engenheiro nas atividades referentes a projeto de construção,
acompanhamento de operação e manutenção, inspeção e supervisão
de inspeção de caldeiras e vasos de pressão, em conformidade com
a regulamentação profissional vigente no País.

13.1.3 Pressão Máxima de Trabalho Permitida - PMTP, ou


Pressão Máxima de Trabalho Admissível - PMTA, é o maior valor
de pressão compatível com o código de projeto, a resistência dos
materiais utilizados, as dimensões do equipamento e seus
parâmetros operacionais.

Esta NR não inclui regras para projeto e pressupõe que os


equipamentos são construídos de acordo com normas e códigos de
reconhecimento internacional.
A PMTA é calculada ou determinada utilizando-se fórmulas e tabelas
disponíveis no código de projeto da caldeira. Essas fontes levam em
consideração:
1. As dimensões e geometria de cada parte específica da caldeira
(por exemplo: diâmetro,
espessura, etc).

2. Resistência dos materiais (valores de tensão máxima admissível


dependentes da temperatura).

3. Outros fatores específicos para cada situação.


É importante destacar que o valor da PMTA pode alterar-se ao longo
da vida da caldeira em função da redução da resistência mecânica dos
materiais, redução de espessuras dos diferentes componentes etc. A
atualização dos valores da PMTA deve ser feita, em conformidade com
procedimentos escritos existentes no prontuário da caldeira.
O procedimento escrito deve conter:
a) Roteiro de cálculo da PMTA ou
b) Código de projeto aplicável ou
c) Indicação de programa computacional para dimensionamento
da caldeira.
Quando ocorrer alteração no valor da PMTA da caldeira deverão ser
executados os ajustes necessários nas pressões de abertura das válvulas
de segurança na placa de identificação e outros elementos de controle
dependente deste valor.

13.1.4 Constitui risco grave e iminente a falta de qualquer um dos


seguintes itens:
a) válvula de segurança com pressão de abertura ajustada
em valor igual ou inferior a PMTA;
b) instrumento que indique a pressão do vapor acumulado;
c) injetor ou outro meio de alimentação de água, independente
do sistema principal, em caldeiras a combustível sólido ;
d) sistema de drenagem rápida de água, em caldeiras de
recuperação de álcalis,
e) sistema de indicação para controle do nível de água ou outro
sistema que evite o superaquecimento por alimentação deficiente.

As válvulas de segurança, mesmo que ajustadas para abertura na PMTA


deverão:
- Ser adequadamente projetada;
- Ser adequadamente instaladas;
- Ser adequadamente mantidas.
Para casos onde estas premissas não forem atendidas a válvula de
segurança será considerada como inexistente.
A quantidade e o local de Instalação das válvulas de segurança deverão
atender aos códigos ou normas técnicas aplicáveis.
O acréscimo de pressão, permitido durante a descarga da válvula de
segurança, deve ser no máximo o recomendado no código de projeto do
equipamento.
No caso específico do código ASME Seção I, caldeiras com superfície
de aquecimento superior a 47m2 devem possuir duas válvulas de
segurança. Neste caso, é permitido um acréscimo de pressão durante a
descarga, com as duas válvulas abertas de no máximo 6% da PMTA.

A existência de pelo menos um instrumento que indique a pressão do


vapor acumulado pressupõe que este esteja corretamente especificado,
instalado e mantido
O mostrador do instrumento indicador de pressão pode ser analógico
ou digital e poderá ser instalado na própria caldeira ou na sala de
controle
Entende-se por sistema de indicação de nível de água qualquer
dispositivo com função equivalente aos visores de coluna de água. Caso
a coluna de água não consiga ser lida corretamente por problemas de
vazamento ou bloqueio, deverá ser imediatamente acionado o
procedimento de paralisação da caldeira

13.1.5 Toda caldeira deve ter afixada em seu corpo, em local de


fácil acesso e bem visível, placa de identificação indelével com, no
mínimo, as seguintes informações:
a) fabricante;
b) número de ordem dado pelo fabricante da caldeira;
c) ano de fabricação;
d) pressão máxima de trabalho admissível;
e) pressão de teste hidrostático;
f) capacidade de produção de vapor;
g) área da superfície de aquecimento;
h) código de projeto e ano de edição.
Além das informações mencionadas no item 13.1.5 a placa
poderá conter outras informações a critérios do estabelecimento.
A placa de identificação deve ser fabricada de material resistente às
intempéries tais como: alumínio, bronze, aço inoxidável etc, possuir
caracteres gravados de forma indelével, em língua portuguesa, devendo
ser fixada ao corpo da caldeira através de rebites, parafusos ou soldas.
A placa de identificação deverá ser afixada em local de fácil acesso e
visualização. Deve-se tomar cuidado para que a placa não seja fixada
em partes que possam ser removidas da caldeira tais como: boca de
visita chapa de isolamento térmico, etc.
De acordo com o decreto lei 81.621 de 03 de maio de 1978, o Brasil é
signatário do Sistema Internacional de Unidades. A tabela a seguir
apresenta os fatores de conversão a serem utilizados para conversão das
unidades de pressão.

13.1.5.1 Além da placa de identificação devem constar, em local


visível, a categoria da caldeira, conforme definida no subitem
13.1.9 desta NR, e seu número ou código de identificação.

Além da placa de identificação toda caldeira deverá apresentar seu


número ou código de identificação e sua respectiva categoria.
Essas informações poderão ser pintadas em local de fácil visualização,
com dimensões tais que possam ser facilmente identificadas.
Opcionalmente à pintura direta, informações poderão fazer parte de
uma placa com visualização equivalente.

13.1.6 Toda Caldeira deve possuir no estabelecimento onde estiver


instalada, a seguinte documentação, devidamente atualizada:

a) Prontuário da Caldeira, contendo as seguintes informações:


- código de projeto e ano de edição;
- especificação dos materiais;
- procedimentos utilizados na fabricação, montagem, inspeção
final e determinação da PMTA;
- conjunto de desenhos e demais dados necessários para o
monitoramento da vida útil da caldeira;
- características funcionais;
- dados dos dispositivos de segurança;
- ano de fabricação;
-categoria da caldeira.
b) Registro de Segurança, em conformidade com o item 13.1.7;
c) Projeto de Instalação, em conformidade com o item 13.2;
d) Projetos de Alteração ou Reparo, em conformidade com os
subitens 13.4.2 e 13.4.3;
e) Relatórios de Inspeção, em conformidade com os subitens
13.5.11, 13.5.12 e 13.5.13.
Caso o estabelecimento onde estiver instalada a caldeira possua
diversas unidades fabris, distantes umas das outras, os documentos
deverão estar disponíveis na unidade onde a caldeira estiver instalada
para que possam ser facilmente consultados;
Em função das peculiaridades de cada estabelecimento, não é
necessário que toda documentação seja arquivada num mesmo local. É
recomendável, porém que todos os documentos que compõem o
prontuário da caldeira estejam agrupados.
O procedimento para determinação da PMTA deverá explicar o roteiro
para seu estabelecimento, passo a passo, incluindo tabelas, ábacos etc,
que por ventura devam ser consultados. Poderá ser substituído pela
seção correspondente do código de projeto.
Entende-se por vida útil da caldeira o período de tempo entre a data de
fabricação e a data na qual tenha sido considerada inadequada para uso.
A documentação deve ser mantida durante toda a vida útil do
equipamento.

13.1.6.1 Quando inexistente ou extraviado, o Prontuário da


Caldeira deve ser reconstituído pelo proprietário, com
responsabilidade técnica do fabricante ou de Profissional
Habilitado, citado no subitem 13.1.2, sendo imprescindível a
reconstituição das características funcionais, dos dados dos
dispositivos de segurança e dos procedimentos para determinação
da PMTA.
A maior parte da documentação exigida, particularmente aquela
englobada no prontuário da caldeira, deve ser fornecida o mais
detalhadamente possível, pelo fabricante da caldeira.
Se o Estabelecimento não possuir essa documentação, parte dela
deverá ser reconstituída. Quando não for possível reconstituir alguns
itens, tais como: procedimentos utilizados na fabricação e montagem,
especificações de materiais etc, deverão ser reconstituídos pelo menos
as características funcionais da caldeira, os dados de seus dispositivos
de segurança e o procedimento para determinação da PMTA.
A reconstituição dos documentos será sempre de responsabilidade do
proprietário da caldeira. Para tanto, este poderá utilizar-se dos serviços
do fabricante da caldeira ou caso este seja indeterminado ou já não
exista, de um “Profissional Habilitado” ou empresa especializada.
A reconstituição de toda a documentação da caldeira é
importante não só para determinação de seus parâmetros operacionais
como também é de fundamental importância na preparação e execução
das atividades de inspeção e manutenção destes equipamentos.
Portanto, no caso da inexistência da documentação citada, prontuário da
caldeira, ou parte deste, todos os esforços deverá ser feitos para
reconstituição do prontuário.
13.1.6.2 Quando a caldeira for vendida ou transferida de
estabelecimento, os documentos mencionados nas alíneas “a”, “d” e
“e” do subitem 13.1.6 devem acompanhá-la.

O Registro de Segurança também poderá acompanhar a caldeira a


critério do estabelecimento onde ela esteve instalada.
O Projeto de Instalação não acompanha a caldeira porque deverá ser
elaborado um novo projeto, característico das novas instalações.

13.1.6.3 O proprietário da caldeira deverá apresentar, quando


exigido pela autoridade competente do Órgão Regional do
Ministério do Trabalho e Emprego, a documentação mencionada
no subitem 13.1.6.

A autoridade competente do Órgão Regional do Ministério do


Trabalho e Emprego (Delegacia Regional do Trabalho e Emprego -
DRTE) é o Delegado Regional do Trabalho na sua jurisdição.

13.1.7 O Registro de Segurança deve ser constituído de livro


próprio, com páginas numeradas, ou outro sistema equivalente
onde serão registradas:
a) todas as ocorrências importantes capazes de influir nas
condições segurança da caldeira;
b) as ocorrências de inspeções de segurança periódicas e
extraordinárias, devendo constar o nome legível e assinatura de
Profissional Habilitado, citado no subitem 13.1.2, e de operador de
caldeira presente na ocasião da inspeção.

O Registro de Segurança deve ser constituído por um livro com


páginas numeradas exclusivo para cada caldeira.
É possível que a empresa utilize outro sistema (por exemplo:
informatizado) desde que, de fato, apresente a mesma segurança contra
burla e permita assinatura nas ocasiões indicadas e que seja de fácil
consulta.
É importante que sejam registrados neste livro somente as ocorrências
relacionadas à caldeira que possam afetar, positiva ou negativamente, a
integridade física do ser humano.
É prática nas unidades industriais o preenchimento do Livro de Turno
ou Livro de passagem de serviço, ou similar, que poderá ser aceito
como Registro de Segurança desde que atenda o disposto no item
13.1.7.
São exemplos típicos de ocorrências importantes: as explosões,
incêndios, vazamentos, ruptura de componentes da caldeira, operação
em condições fora daquelas previstas pelo projeto, paradas de
emergência, realização de testes na caldeira e dispositivos de segurança
etc.
Por ocasião da inspeção da caldeira o Profissional Habilitado,
contratado pelo estabelecimento para fazer a inspeção da caldeira ou o
Profissional Habilitado existente no serviço próprio de inspeção, deverá
anotar no “Registro de Segurança” a data e tipo da inspeção de
segurança da caldeira que está sendo realizada.
O Profissional Habilitado deverá solicitar a assinatura do operador da
caldeira ou, na sua ausência, de outro operador, no referido “Registro
de Segurança”.
A assinatura tem por objetivo comprovar que a caldeira está sendo
inspecionada e não implica em qualquer responsabilidade por parte do
operador na atividade de inspeção.
O preenchimento do livro e respectiva assinatura, por ocasião das
inspeções, deverão ser feito durante o período em que a caldeira estiver
sendo inspecionada.

13.1.7.1 Caso a caldeira venha a ser considerada inadequada para


uso, o Registro de Segurança deve conter tal informação e
receber encerramento formal.

Caso a caldeira venha ser considerada inadequada para uso futuro, o


respectivo Registro de Segurança deverá apresentar claramente os
motivos pelos quais esta sendo adotada tal decisão. O encerramento
formal do Registro de Segurança deverá ser feito por um Profissional
Habilitado e comunicado através de Relatório de Inspeção de
Segurança Extraordinária à Representação Sindical da Categoria
Profissional Predominante no Estabelecimento conforme estabelecido
no item 13.5.12 e ao órgão regional do MTE caso este tenha exigido a
apresentação dos documentos da caldeira anteriormente, conforme
previsto no subitem 13.1.6.3.
Recomenda-se para estes casos que a caldeira seja inutilizada, antes
do descarte, para evitar uso posterior.

13.1.8 A documentação referida no subitem 13.1.6 deve estar


sempre à disposição para consulta dos operadores, do pessoal de
manutenção, de inspeção e das representações dos trabalhadores e
do empregador na Comissão Interna de Prevenção de Acidentes -
CIPA, devendo o proprietário assegurar pleno acesso a essa
documentação.

A documentação referida no subitem 13.1.6 deverá estar sempre


disponível dentro do estabelecimento.
Nos casos onde for necessária a retirada da documentação do
estabelecimento, deverá ser providenciada a sua duplicação.

13.1.9 Para os propósitos desta NR, as caldeiras são classificadas


em 3 categorias conforme segue:
a) caldeiras da categoria “A” são aquelas cuja pressão de
operação é igual ou superior a 1960 kPa (19,98 kgf/cm2);
b) caldeiras categoria “C” são aquelas cuja pressão de
operação é igual ou inferior a 588 kPa (5,99 kgf/cm2) e o volume é
igual ou inferior a 100 litros;
c) caldeiras categoria “B” são todas as caldeiras que não
se enquadram nas categorias anteriores.

O critério adotado por esta NR, para classificação de caldeiras, leva


em conta a pressão de operação e o volume interno da caldeira. Esse
conceito, também adotado por outras normas internacionais, representa
a energia disponível em uma caldeira. Desta forma quanto maior a
energia maior serão os riscos envolvidos. A capacidade de produção de
vapor da caldeira (t/h, kg/h) não é indicativo do risco já que não
considera a pressão do vapor produzido ou o volume de vapor
armazenado.
A subdivisão em 3 (três) categorias distintas facilita a adoção de
critérios diferenciados compatíveis com o risco apresentado por cada
caldeira.

O gráfico abaixo representa os campos que foram adotados para cada


categoria de caldeiras.
Pressão

(kPa) Categoria
A
1960
Categoria B
588 Categoria

100
Volume (litros)

13.2 INSTALAÇÕES DE CALDEIRAS A VAPOR

13.2.1 O Projeto de Instalação de caldeiras a vapor, no que


concerne ao atendimento desta NR, é de responsabilidade de
Profissional Habilitado, conforme citado no subitem 13.1.2, e deve
obedecer aos aspectos de segurança, saúde e meio ambiente
previstos nas Normas Regulamentadoras, convenções e disposições
legais aplicáveis.

A autoria de projeto de instalação de caldeiras é de responsabilidade


de Profissional Habilitado.
Sempre que na elaboração do projeto o Profissional Habilitado
solicitar a participação de profissionais, especializados e legalmente
habilitados, estes serão tidos como responsáveis na parte que lhes diga
respeito, devendo ser explicitamente mencionados como autores das
partes que tiverem executado.
O projeto de instalação deverá conter todos os documentos, plantas,
desenhos, cálculos, pareceres, relatórios, análises, normas,
especificações relativos ao projeto, devidamente assinados pelos
profissionais legalmente habilitados.

13.2.2 As caldeiras de qualquer estabelecimento devem ser


instaladas em Casa de Caldeiras ou em local específico para tal fim,
denominado Área de Caldeiras.

Deverá ser entendido como Casa de Caldeiras um local reservado do


estabelecimento, delimitado por paredes ou divisórias e devidamente
coberto onde estejam instaladas as caldeiras.
Deverá ser entendido como Área de Caldeiras um local onde a
caldeira não esteja confinada, exposto ou não à ação do tempo,
destinado à instalação das caldeiras. A simples existência de cobertura
não caracteriza o local como sendo “Casa de Caldeira”.
A opção pela instalação das caldeiras em Área ou Casa de Caldeiras
será definida na fase de projeto e independente das dimensões da
Caldeira ou de seus parâmetros operacionais.

13.2.3 Quando a caldeira for instalada em ambiente aberto, a Área


de Caldeiras
deve satisfazer os seguintes requisitos:

a) estar afastada no mínimo 3 metros de:


- outras instalações do estabelecimento;
- de depósitos de combustíveis, executando-se reservatórios
para partida com até 2.000 (dois mil) litros de capacidade;
- do limite de propriedade de terceiros;
- do limite com as vias públicas.
b) dispor de pelo menos 2 (duas) saídas amplas,
permanentemente desobstruídas e dispostas em direções distintas ;
c) dispor de acesso fácil e seguro, necessário à operação e
manutenção da caldeira, sendo que, para guarda corpos vazados, os
vãos devem ter dimensões que impeçam a queda de pessoas.
d) ter sistema de captação e lançamento dos gases e
material particulado, provenientes da combustão, para fora da
área de operação, atendendo às normas ambientais vigentes ;
e) dispor de iluminação conforme normas oficiais vigentes .
f) ter sistema de iluminação de emergência caso operar a noite.
Até a data de revisão deste manual técnico , a norma regulamentadora
NR-17 subitem 17.5.3.3. determina que “os níveis mínimos de
iluminamento a serem observados nos locais de trabalho são os valores
de iluminância estabelecidos na NBR 5413.
Deve ser entendido como sistema de iluminação de emergência todo
sistema que em caso de falha no fornecimento de energia elétrica,
consiga manter adequadamente iluminados os pontos estratégicos à
operação da caldeira. São exemplos destes sistemas lâmpadas ligadas a
baterias que se autocarregam nos períodos de fornecimento normal,
geradores movidos a vapor ou motores a combustão etc.

13.2.4 Quando a caldeira estiver instalada em ambiente confinado,


a Casa de Caldeiras deve satisfazer os seguintes requisitos:
a) constituir prédio separado, construído de material
resistente ao fogo, podendo ter apenas uma parede adjacente à
outras instalações do estabelecimento, porém com as outras
paredes afastadas de, no mínimo 3 (três) metros de
outras instalações, do limite de propriedade de terceiros, do
limite com as vias públicas e de depósitos de combustíveis,
excetuando-se reservatórios para partida com até 2.000 (dois
mil) litros de capacidade;
b) dispor de pelo menos 2 (duas) saídas amplas,
permanentemente desobstruídas e dispostas em direções distintas ;
c) dispor de ventilação permanente com entradas de ar que
não possam ser bloqueadas;
d) dispor de sensor para detecção de vazamento de gás quando
se tratar de caldeira a combustível gasoso;
e) não ser utilizada para qualquer outra finalidade;
f) dispor de acesso fácil e seguro, necessário à operação e à
manutenção da caldeira, sendo que, para guarda-corpos vazados,
os vãos devem ter dimensões que impeçam a queda de pessoas;
g) ter sistema de captação e lançamento dos gases e material
particulado, provenientes da combustão, para fora da área de
operação, atendendo às normas ambientais vigentes;
h) dispor de iluminação conforme normas oficiais vigentes e
ter sistema de iluminação de emergência ;

Os dispositivos que garantam a ventilação permanente são instalados


quando forem indispensáveis para garantir a ventilação adequada na
área em volta da caldeira. Ventilação permanente não significa
necessariamente ventilação com sopradores ou ventiladores (ventilação
local exaustora ou geral diluidora)

13.2.5 Constitui risco grave e iminente o não atendimento aos


seguintes requisitos:
a) para todas as caldeiras instaladas em ambiente aberto, as
alíneas “b”, “d” e “f” do subitem 13.2.3 desta NR;
b) para as caldeiras da categoria “A” instaladas em ambientes
confinados, as alíneas “a”, “b”, “c”, “d”, “e”, “g”, e “h” do subitem
13.2.4 da NR.
c) para caldeiras das categorias “B” e “C” instaladas em
ambientes confinados, as alíneas “b”, “c”, “d”, “e”, “g” e “h” do
subitem 13.2.4 desta NR.

13.2.6 Quando o estabelecimento não puder atender ao disposto


nos subitens 13.2.3 ou 13.2.4 deverá ser elaborado “Projeto
Alternativo de Instalação”, com medidas complementares de
segurança que permitam a atenuação dos riscos.

Caso o estabelecimento não possa atender às exigências estabelecidas


nos subitens 13.2.3 ou 13.2.4 ou obedecer a aspectos de segurança,
saúde e meio ambiente previstos nas NR, nas convenções ou nas
disposições legais deverá elaborar um “projeto alternativo” contendo
medidas concretas para atenuação dos riscos.
Este requisito se aplica tanto às instalações existentes como para
novas instalações.
As medidas complementares citadas neste item referem-se à prevenção
e não à conseqüência de eventuais explosões. Desta forma o Projeto
Alternativo deve priorizar a implantação de medidas que melhorem a
confiabilidade operacional da caldeira. São exemplos de medidas
concretas que permitam a atenuação dos riscos:
- realização de inspeções com maior freqüência e maior rigor quanto a
aplicação de exames não destrutivos.
- aperfeiçoamento dos sistemas de controle;
- independentemente da pressão, atender a requisitos mais apurados de
qualidade e tratamento de água;
- reduzir a pressão de operação quando possível;
- empregar combustíveis de melhor qualidade;
- outras

13.2.6.1 O Projeto Alternativo de Instalação deve ser apresentado


pelo proprietário da caldeira para obtenção de acordo com a
representação sindical da categoria profissional predominante no
estabelecimento.

13.2.6.2 Quando não houver acordo, conforme previsto no subitem


13.2.6.1, a intermediação do órgão regional do MTE, poderá ser
solicitada por qualquer uma das partes e, persistindo o impasse, a
decisão caberá a esse órgão.
13.2.7 As caldeiras classificadas na categoria “A” deverão possuir
painel de instrumentos instalados em sala de controle, construída
segundo o que estabelecem as Normas Regulamentadoras
aplicáveis.

Toda caldeira classificada como categoria “A” deve possuir painel de


instrumentos ou console de sistema digital instalado em sala de controle
No caso de estabelecimentos com mais de uma caldeira é permitida a
instalação dos instrumentos de todas as caldeiras na mesma sala de
controle.
O projeto e construção da sala de controle devem atender aos
requisitos estabelecidos pelas Normas Regulamentadoras.
Portas devem abrir para fora e para o lado oposto das caldeiras.
Na casa de controle não deve existir vidros na linha operador - parede
da casa de controle/ caldeira, para prevenir os operadores em caso de
explosão.

13.3 SEGURANÇA NA OPERAÇÃO DE CALDEIRAS

13.3.1 Toda caldeira deve possuir Manual de Operação atualizado,


em língua portuguesa, em local de fácil acesso aos
operadores, contendo no mínimo:
a) procedimentos de partidas e paradas;
b) procedimentos e parâmetros operacionais de rotina;
c) procedimentos para situações de emergência;
d) procedimentos gerais de segurança, saúde e de preservação
do meio ambiente.

O manual de operação da caldeira (ou das caldeiras) deve estar sempre


disponível para consulta dos operadores, em local próximo ao posto de
trabalho. Os manuais devem ser mantidos atualizados sendo que todas
as alterações ocorridas nos procedimentos operacionais ou nas
características das caldeiras, deverão ser de pleno conhecimento de seus
operadores e prontamente incorporados aos respectivos manuais.
Os estágios práticos de qualificação dos operadores
devem prepara-los para executar os procedimentos de partida, parada
de rotina, emergência e segurança.

13.3.2 Os instrumentos e controles de caldeiras devem ser


mantidos calibrados e em boas condições operacionais, constituindo
condição de risco grave e iminente o emprego de artifícios que
neutralizem sistemas de controle e segurança da caldeira.
Todos os instrumentos e controles que interfiram com a segurança da
caldeira deverão ser calibrados periodicamente e serem adequadamente
mantidos.
A utilização de artifícios como, por exemplo, “jumps” que
neutralizem os sistemas de controle e segurança será considerada como
risco grave e iminente e pode levar à interdição da caldeira.
Utilizar “Jumps” transitórios em situações onde exista redundância ou
onde está sendo feita manutenção preventiva não será considerada
como “artifício que neutralize” sistema de controle e segurança da
caldeira.
Para esses casos, é necessário fazer estudo dos riscos envolvidos e
acompanhamento desta operação, envolvendo todos os setores que
possam por esta ser afetados.
A periodicidade de manutenção e a definição dos instrumentos e
controles necessários à segurança da caldeira deverão ser definidos
pelos profissionais legalmente habilitados para cada especialidade.

13.3.3 A qualidade da água deve ser controlada e tratamentos


devem ser implementados, quando necessários, para compatibilizar
suas propriedades físico-químicas com os parâmetros de operação
da caldeira.
A qualidade da água é fator determinante da vida da caldeira.
Estabelecer parâmetros de qualidade de água não faz parte do escopo
desta NR uma vez que ela se aplica a variados tipos de caldeiras com
diferentes pressões e temperaturas, instaladas em locais distintos.
Sempre que análises físico-químicas e resultados das inspeções
indicarem problemas de depósitos excessivos, corrosão e outras
deteriorações no lado água, atenção especial deverá ser dada à sua
qualidade, em particular, verificando se suas características estão de
acordo com as requeridas pela caldeira. De modo geral, quanto maior a
pressão de operação mais apurados deverão ser os requisitos de
tratamento de água.

13.3.4 Toda caldeira a vapor deve estar obrigatoriamente sob


operação e controle de operador de caldeira, sendo que o não
atendimento a esta exigência caracteriza condição de risco grave e
iminente.

A responsabilidade pela existência de operadores de caldeiras


adequadamente treinados é do dono do estabelecimento.
Uma caldeira pode estar sob controle simultâneo de vários operadores
e, um operador poderá estar controlando simultaneamente mais de uma
caldeira.
Não faz parte do objetivo desta NR estabelecer limites numéricos para
esta questão, entretanto, entende-se que “caldeiras sob controle de
operador” é aquela onde existe, pelo menos 1 (um) operador em
condições de atuar prontamente para corrigir situações anormais que se
apresentem.
13.3.5 Para efeito desta NR será considerado operador de caldeira
aquele que satisfazer pelo menos uma das seguintes condições:
a) possuir certificado de Treinamento de Segurança na Operação
de Caldeiras e comprovação de estágio prático conforme subitem
13.3.9;
b) Possuir certificado de Treinamento de Segurança para Operação
de Caldeiras previsto na NR 13 aprovada pela portaria 02/84
de 08/05/84;
c) Possuir comprovação de pelo menos 3 (três) anos de experiência
nessa atividade, até 8 de maio de 1984.
Para casos onde for necessária a comprovação de experiência na
operação de caldeira deve-se considerar:
-anotação na carteira de trabalho;
-prontuário ou atribuições fornecido pelo estabelecimento; ou
-testemunho de pessoas.
Para calculo dos 3 (três) anos de experiência deverão ser descontados
os tempo de interrupção.
A habilitação dos operadores de caldeira enquadrados nas alíneas “b”
e “c “ fica limitada ao tipo de caldeira que habitualmente vinham
operando. Caso tenham necessidade de operar outros tipos de caldeira
torna-se obrigatória a freqüência aos estágios práticos definidos no
subitem 13.3.9.

13.3.6 O pré-requisito mínimo para participação, como aluno,


no Treinamento de Segurança na Operação de Caldeiras é o 1º
grau.

13.3.7 O Treinamento de Segurança na Operação de Caldeiras


deve obrigatoriamente:
a) ser supervisionado tecnicamente por Profissional Habilitado
citado no subitem 13.1.2;
b) ser ministrado por profissionais capacitados para esse fim;
c) obedecer, no mínimo, ao currículo proposto no Anexo I-A desta
NR.
Poderão ser incluídas no treinamento outras matérias teóricas ou
práticas que forem julgadas relevantes pelo supervisor técnico do
treinamento.
13.3.8 Os responsáveis pela promoção do Treinamento de
Segurança na Operação de Caldeiras estarão sujeitos ao
impedimento de ministrar novos cursos, bem como a outras
sanções legais cabíveis, no caso de inobservância do disposto
subitem 13.3.7.
13.3.9 Todo operador de caldeira deve cumprir um estágio
prático na operação da própria caldeira que irá operar, o qual
deverá ser supervisionado, documentado e ter duração mínima de:

a) Caldeiras categoria “A” : 80 (oitenta) horas;


b) Caldeiras categoria “B” : 60 (sessenta) horas;

c) Caldeiras categoria “C” : 40 (quarenta) horas.

A empresa ou estabelecimento deverá arquivar ou reunir os documentos


e emitir os certificados que comprovem a participação de seus
operadores no referido estágio.
Caso um operador, treinado de acordo com esta NR, necessite operar
outra caldeira, deverá freqüentar estágio prático na nova caldeira que
irá operar, mesmo que a nova caldeira seja da mesma categoria que a
anterior.
No caso de instalações onde o operador deve operar caldeiras
diferentes é exigido um estágio prático para cada caldeira. Ex.: Uma
instalação com uma caldeira à óleo Categoria A e uma caldeira elétrica
Categoria C, serão necessárias 80 horas de estágio para a primeira e
mais 40 horas de estágio para a segunda, totalizando 120 horas de
estágio.
O supervisor do estágio poderá ser, por exemplo:
- engenheiro responsável pela planta;
- um operador mais experiente,
- Profissional Habilitado.

13.3.10 O estabelecimento onde for realizado o estágio prático


supervisionado, deve informar previamente à representação
sindical da categoria profissional predominante no
estabelecimento:
a) período de realização do estágio;
b) entidade, empresa ou profissional responsável pelo
Treinamento de Segurança na Operação de Caldeiras;
c) relação dos participantes do estágio.

13.3.11 A reciclagem de operadores deve ser permanente, por meio


de constantes informações das condições físicas e operacionais dos
equipamentos, atualização técnica, informações de segurança,
participação em cursos, palestras e eventos pertinentes.
A necessidade e ocasião da reciclagem são de responsabilidade do
empregador
Para efeito de comprovação, deverá ser anexado à pasta funcional de
cada operador o tipo de atividade, data de realização, duração etc.

13.3.12 Constitui condição de risco grave e iminente a operação de


qualquer caldeira em condições diferentes das previstas no projeto
original, sem que:
a) seja reprojetada levando em consideração todas as variáveis
envolvidas na nova condição de operação;
b) sejam adotados todos os procedimentos de segurança
decorrentes de sua nova classificação no que se refere a
instalação, operação, manutenção e inspeção.
A operação de caldeiras em condições operacionais diferentes das
previstas em seu projeto pode ser extremamente perigosa.
São exemplos de condições objeto deste item:
- pressões superiores às de operação;
- temperaturas de superaquecimento acima das de projeto;
- utilização de água ou outro fluido diferente dos considerados no
projeto;
- alteração do combustível ou dos queimadores.
Sempre que forem feitas modificações no projeto da caldeira ou de suas
condições operacionais deverão ser adotados todos os procedimentos de
segurança necessários.
As modificações efetuadas deverão sempre fazer parte da
documentação da caldeira.

13.4 SEGURANÇA NA MANUTENÇÃO DE CALDEIRAS

13.4.1 Todos os reparos ou alterações em caldeiras devem


respeitar o respectivo código de projeto de construção e as
prescrições do fabricante no que se refere a:
a) materiais;
b) procedimentos de execução;
c) procedimentos de controle de qualidade;
d) qualificação e certificação de pessoal.

Os reparos e alterações citados neste item são extensivos aos


periféricos da caldeira, tais como: chaminé, ventiladores,
instrumentação etc.
No caso de tubulações a abrangência deste subitem limita-se ao trecho
compreendido entre a caldeira e a solda ou flange mais próximo.
Deve ser considerado como “ reparo” qualquer intervenção que vise
corrigir não conformidades com relação ao projeto original. Por
exemplo: reparos com soldas para recompor áreas danificadas, reparos
em refratários e isolantes térmicos, substituição de conexões corroídas,
etc.
Deve ser considerada como “alteração” qualquer intervenção que
resulte em alterações no projeto original inclusive nos parâmetros
operacionais da caldeira. Por exemplo: alterações na especificação de
materiais, mudanças de combustível, mudanças na configuração nos
tubos de troca térmica, inclusão de conexões etc.
São exemplos de qualificação e certificação de pessoal os
procedimentos previstos pelo código ASME Seção IX (Qualificação
de Soldagem e Brasagem) e Seção V (Ensaios Não Destrutivos).
13.4.1.1 Quando não for conhecido o código de projeto de
construção, deve ser respeitada a concepção original da caldeira,
com procedimento de controle do maior rigor prescrito nos códigos
pertinentes.
Caso a documentação da caldeira tenha se extraviado e não seja
possível localizar o fabricante, os reparos e alterações deverão respeitar
a concepção original. Nessas ocasiões o Profissional Habilitado deverá
propor testes e ensaios, e usar os mais rigorosos critérios de aceitação
compatíveis com o código de projeto adotado.

13.4.1.2 Nas caldeiras de categorias “A” e “B”, a critério do


Profissional Habilitado, citado no subitem 13.1.2, podem ser
utilizadas tecnologias de cálculo ou procedimentos mais avançados,
em substituição aos previstos pelo código de projeto.

Para caldeiras de categoria “A” e “B”, em casos especiais, a critério


do Profissional Habilitado, poderão ser utilizados procedimentos de
cálculo e tecnologia não previstos pelo código de projeto. São
exemplos destes procedimentos: técnicas de mecânica da fratura que
permitam a convivência com descontinuidades subcríticas, técnicas
alternativas de soldagem que dispensem o alívio de tensão etc.

13.4.2 Projetos de Alteração ou Reparo devem ser concebidos


previamente nas seguintes situações:
a) sempre que as condições de projeto forem modificadas,
b) sempre que forem realizados reparos que possam
comprometer a segurança.
Antes da execução de qualquer reparo ou alteração que possam
comprometer a segurança da caldeira ou dos trabalhadores, deverá ser
elaborado o respectivo Projeto de Alteração ou Reparo que passará a
fazer parte da documentação da caldeira
Os reparos que exigem projeto são aqueles que fogem aos
procedimentos usuais de manutenção. Por exemplo: não se fará projeto
para a substituição de um tubo furado. Em contrapartida, faz-se
necessário o projeto de alteração ou Reparo quando for necessário
executar solda no tubulão de vapor.
São exemplos de Projetos de Alteração e Reparo: alteração de
materiais, disposição de tubos, configuração de maçaricos, inclusão de
conexões, reparos com solda em tubulões etc.
Não é necessário enviar este documento para apreciação de órgão
externa à empresa, tais como: DRTE, sindicato etc.

13.4.3 O Projeto de Alteração ou Reparo deve:

a) ser concebido ou aprovado por Profissional Habilitado, citado no


subitem 13.1.2,
b) determinar materiais, procedimentos de execução, controle de
qualidade e qualificação de pessoal.
O Projeto de Alteração e Reparo pode ser concebido por firma
especializada desde que a mesma esteja registrada no CREA e disponha
de um responsável técnico legalmente habilitado.
Reparos ou alterações que envolvam as especialidades de eletricidade,
eletrônica ou química deverão ser concebidos e assinados por
profissionais habilitados para cada campo específico. Independente
desta necessidade, todo Projeto de Alteração e Reparo deverá ser
assinado por Profissional Habilitado.

13.4.4 Todas as intervenções que exijam mandrilamento ou


soldagem em partes que operem sob pressão devem ser seguidas de
teste hidrostático, com características definidas pelo Profissional
Habilitado, citado no subitem 13.1.2.

Quando não definidos em normas ou códigos, caberá ao Profissional


Habilitado, em função de sua experiência e conhecimento, definir os
parâmetros envolvidos no teste hidrostático. Nestes parâmetros deverão
constar:
- medidas de segurança necessárias para proteção do pessoal
envolvido na realização do teste;
- fluido a ser utilizado para pressurização;
- taxa de subida da pressão e patamares quando necessário;
- pressão final de teste hidrostático;
- tempo em que o equipamento ficará pressurizado.
As características e resultados do teste hidrostático deverão constar do
Relatório de Inspeção de Segurança que compreende o teste, seja ele
inicial periódico ou extraordinário.
Usualmente, intervenções desta natureza são casos típicos que
justificam a concepção de Projeto de Alteração e Reparo conforme
definido no subitem 13.4.2 alínea “b “.

13.4.5 Os sistemas de controle e segurança da caldeira devem ser


submetidos a manutenção preventiva ou preditiva.
A definição dos instrumentos e sistemas de controle a serem incluídos
no plano de manutenção preditiva/preventiva, bem como a respectiva
periodicidade, deverá ser atribuída a profissionais com competência
legal para executar este tipo de atividade.
A Manutenção Preventiva consiste na realização de tarefas de
assistência que tiverem sido pré-planejadas para execução em pontos
específicos, a tempo de manter as capacidades funcionais de sistema de
controle e segurança de caldeira.
Quando a manutenção tiver suas datas de intervenção baseadas no
acompanhamento da evolução de parâmetros ligados ao sistema (por
exemplo temperatura, vibração, viscosidade de óleo) passa a ser
denominada de Preditiva.
Quando a manutenção tiver suas datas de intervenção baseadas no
histórico de vida útil dos componentes ligados ao sistema recebe a
denominação de Preventiva

13.5 INSPEÇÃO DE SEGURANÇA DE CALDEIRAS

13.5.1 As caldeiras devem ser submetidas a inspeções de segurança


inicial, periódica e extraordinária sendo considerado condição de
risco grave e iminente o não atendimento aos prazos estabelecidos
nesta NR.

13.5.2 A inspeção de segurança inicial deve ser feita em caldeiras


novas, antes da entrada em funcionamento, no local de operação,
devendo compreender exame interno e externo, teste hidrostático e
de acumulação.

Exames internos, externos e teste hidrostático, efetuados nas


dependências do fabricante da caldeira são importantes e necessários,
porém não constituem a Inspeção de Segurança Inicial uma vez que, os
componentes da caldeira podem sofrer avarias durante seu transporte,
armazenamento e montagem no local definitivo. A inspeção de
segurança só poderá portanto ser realizada quando a caldeira já estiver
instalada em seu local definitivo.
O teste de acumulação deve ser executado em conformidade com
normas técnicas vigentes, recomendações dos fabricantes da caldeira e
dos fabricantes de válvulas de segurança ou ainda em conformidade
com procedimentos estabelecidos por Profissional Habilitado.

13.5.3 A inspeção de segurança periódica, constituída por exame


interno e externo, deve ser executada nos seguintes prazos
máximos:
a) 12 (doze) meses para caldeiras das categorias “A”, “B” e “C”;
b) 12 (doze) meses para caldeiras de recuperação de álcalis
de qualquer categoria
c) 24 (vinte e quatro) meses para caldeiras da categoria “A”,
desde que aos 12 (doze) meses sejam testadas as pressões de
abertura das válvulas de segurança;
d) 40 (quarenta) meses para caldeiras especiais conforme
definido no item 13.5.5.
A abrangência da inspeção de segurança periódica bem como as
técnicas a serem utilizadas deverá ser definida pelo Profissional
Habilitado em função do histórico da caldeira e das Normas técnicas
vigentes.
Os prazos definidos nesse item devem ser considerados como
máximos. O prazo real deverá ser estabelecido pelo Profissional
Habilitado em função da experiência anterior disponível, devendo ser
contados a partir da última inspeção completa executada na caldeira.
Não faz parte do escopo desta NR detalhar métodos ou procedimentos
de inspeção. Esta ação deverá ser feita pelo Profissional Habilitado com
base em códigos e normas internacionalmente reconhecidos.
Os prazos estabelecidos nas alíneas “a , “b” e “c “ são aplicáveis em
empresas que não possuam Serviço Próprio de Inspeção de
Equipamentos

13.5.4 Estabelecimentos que possuam Serviço Próprio de Inspeção


de Equipamentos, conforme estabelecido no Anexo II, podem
estender os períodos entre inspeções de segurança respeitando os
seguintes prazos máximos:
a) 18 (dezoito) meses para caldeiras das categorias “B” e “C”;
b) 30 (trinta) meses para caldeiras da categoria “A”.

Este item também é aplicável a caldeiras de recuperação de álcalis


instaladas em estabelecimentos que possuam Serviço Próprio de
Inspeção de Equipamentos.
Sob o ponto de vista técnico, a execução dos testes para determinação
da pressão de abertura das válvulas de segurança a cada 12 ( doze )
meses deve ser preservada, mesmo com a extensão do prazo de
inspeção das caldeiras da categoria “A “ para 30 ( trinta ) meses.
O quadro a seguir resume os prazos máximos estabelecidos para
inspeção de caldeiras.

Categoria “A” Categoria “B” e “C” Especial

12 meses
ou
Estabelecimento sem
Serviço Próprio de 24 meses com testes 12 meses
Inspeção de de válvulas de
Equipamento segurança a cada 12
meses (exceto caldeira
Certificado de recuperação de
Álcalis)

Estabelecimento com
Serviço Próprio de 30 meses 18 meses 40 meses
Inspeção de
Equipamento
certificado
13.5.5 As caldeiras que operam de forma contínua e que utilizam
gases ou resíduos das unidades de processo, como combustível
principal para aproveitamento de calor ou para fins de controle
ambiental, podem ser consideradas especiais quando todas as
condições seguintes forem satisfeitas:
a) estiverem instaladas em estabelecimentos que possuam Serviço
Próprio de Inspeção de Equipamentos citado no Anexo II;
b) tenham testado a cada 12 (doze) meses o sistema de
intertravamento e a pressão de abertura de cada válvula
de segurança;
c) não apresentem variações inesperadas na temperatura de saída
dos gases e do vapor, durante a operação;
d) existam análise e controle periódico da qualidade da água;
e) exista controle de deterioração dos materiais que compõem
as principais partes da caldeira;
f) seja homologada como classe especial mediante:
- acordo entre a representação sindical da categoria profissional
predominante no estabelecimento e o empregador;
- intermediação do órgão regional do MTE, solicitada por qualquer
uma das partes, quando não houver acordo;
- decisão do órgão regional do MTE quando, persistir o impasse.

13.5.6 Ao completar 25 (vinte e cinco) anos de uso, na sua inspeção


subsequente, as caldeiras devem ser submetidas a rigorosa
avaliação de integridade para determinar a sua vida remanescente
e novos prazos máximos para inspeção, caso ainda estejam em
condições de uso
A avaliação de vida residual presume que seja analisada a integridade
de cada componente fundamental da caldeira (Ex.: tubulão, tubos de
troca térmica, espelhos, etc.).
A avaliação de integridade e vida residual pode ser executada por
Profissional Habilitado ou por empresa especializada, inscrita no
CREA, e que disponha de pelo menos um Profissional Habilitado.
As caldeiras que na data de publicação desta NR já tiverem mais de
25 (vinte e cinco) anos e não tiverem sido submetidas a avaliação de
integridade devem ser submetidas a esta avaliação na próxima inspeção
de segurança periódica.
Caso a caldeira já tenha sido submetida a testes, exames e análises
para estabelecimento da vida residual e avaliação de integridade antes
de completar 25( vinte e cinco) anos, estes dados poderão ser
considerados, a critério do Profissional Habilitado, para atender parcial
ou integralmente as exigências deste subitem.
É importante ressaltar que caldeiras inoperantes podem sofrer
significativas desgastes por corrosão. Portanto, dos 25 ( vinte e cinco)
anos considerados neste subitem, não devem ser dispensados sem
profunda análise técnica os períodos em que a caldeira permanecer fora
de operação.
13.5.6.1. Nos estabelecimentos que possuam Serviço Próprio de
Inspeção de Equipamentos citado no Anexo II, o limite de 25 (vinte
e cinco) anos pode ser alterado em função do acompanhamento das
condições da caldeira, efetuado pelo referido órgão.

13.5.7 As válvulas de segurança instaladas em caldeiras devem


ser inspecionadas periodicamente conforme segue:
a) pelo menos uma vez por mês, mediante acionamento manual
da alavanca, em operação, para caldeiras das categorias “B” e
“C”.

b) desmontando, inspecionando e testando, em bancada as


válvulas flangeadas e, no campo, as válvulas soldadas,
recalibrando-as numa freqüência compatível com a experiência
operacional da mesma, porém respeitando-se como limite máximo
o período de inspeção estabelecido no subitem 13.5.3 ou 13.5.4,
se aplicável, para caldeiras de categorias “A” e “B”.
A alínea “a” deste subitem determina o acionamento manual da
alavanca e, portanto torna obrigatória a existência de alavanca em
válvulas de segurança instaladas em caldeiras de categorias “B” e “C”
As exigências deste subitem tem fundamentação técnica no código
ASME Seção I (Caldeiras) e na Norma ANSI/NB-23, National Board
Inspection Code, reconhecidos internacionalmente.

13.5.8 Adicionalmente aos testes prescritos no subitem 13.5.7 as


válvulas de segurança instaladas em caldeiras deverão ser
submetidas a testes de acumulação, nas seguintes oportunidades:
a) na inspeção inicial da caldeira;
b) quando forem modificadas ou tiverem sofrido reformas
significativas;
c) quando houver modificação nos parâmetros operacionais
da caldeira ou variação na PMTA;
d) quando houver modificação na sua tubulação de admissão
ou descarga.
Em função dos riscos envolvidos com a execução dos testes de
acumulação o estabelecimento deverá implementar todas as medidas de
segurança e preservação do meio ambiente necessárias.
A alínea “b” refere-se à modificações ou reparos efetuados nas
válvulas de segurança da caldeira.

13.5.9 A inspeção de segurança extraordinária deve ser feita nas


seguintes oportunidades:
a) sempre que a caldeira for danificada por acidente ou outra
ocorrência capaz de comprometer sua segurança;
b) quando a caldeira for submetida a alteração ou reparo
importante capaz de alterar suas condições de segurança;
c) antes de a caldeira ser recolocada em funcionamento, quando
permanecer inativa por mais de 6 (seis) meses;
d) quando houver mudança de local de instalação da caldeira.
A inspeção de segurança extraordinária pode abranger toda a caldeira
ou parte da mesma conforme a necessidade e a critério do Profissional
Habilitado.
Quando a inspeção extraordinária compreender toda a caldeira o prazo
para próxima inspeção de segurança periódica poderá ser definido a
partir da data de conclusão da inspeção extraordinária.
No caso de uma caldeira permanecer fora de operação por um período
longo (superior a 6 meses), a inspeção extraordinária mencionada na
alínea “c” deve ser realizada antes da caldeira ser recolocada em
funcionamento e não a cada 6 (seis)meses.

13.5.10 A inspeção de segurança deve ser realizada por Profissional


Habilitado, citado no subitem 13.1.2, ou por Serviço Próprio de
Inspeção de Equipamentos, citado no anexo II.
O subitem refere-se a todos os tipos de inspeção de segurança, inicial,
periódica ou extraordinária.
O Profissional Habilitado pode contar com a participação de
inspetores e/ou técnicos de inspeção nas inspeções de segurança.
Firmas especializadas podem ser utilizadas desde que sejam inscritas
no CREA e possuam Profissionais Habilitados.

13.5.11 Inspecionada a caldeira, deve ser emitido Relatório de


Inspeção, que passa a fazer a parte da sua documentação.

13.5.12 Uma cópia do Relatório de Inspeção deve ser encaminhada


pelo Profissional Habilitado, citado no subitem 13.1.2, num prazo
máximo de 30 (trinta) dias a contar do término da inspeção, à
representação sindical da categoria profissional predominante no
estabelecimento.
Este subitem obriga o envio de Relatório de Inspeção somente à
representação sindical da categoria profissional predominante no
estabelecimento.
Entende-se que o término da inspeção é a data em que a caldeira foi
liberada para retornar à operação. A data de conclusão do relatório
técnico, não é considerada como data de término da inspeção.
13.5.13 O Relatório de Inspeção, mencionado no subitem 13.5.11,
deve conter no mínimo:
a) dados constantes na placa de identificação da caldeira;
b) categoria da caldeira;
c) tipo da caldeira;
d) tipo de inspeção executada;
e) data de início e término da inspeção;
f) descrição das inspeções e testes executados;
g) resultado das inspeções e providências;
h) relação dos itens desta NR ou de outras exigências legais que
não estão sendo atendidas;
i) conclusões;
j) recomendações e providências necessárias;
k) data prevista para a nova inspeção da caldeira;
l) nome legível, assinatura e número do registro no conselho
do “Profissional Habilitado”, citado no subitem 13.1.2, e nome
legível e assinatura de técnicos que participaram da inspeção.

Um exemplo da alínea “i” conclusões, seria:

“Face as inspeções executadas, a caldeira poderá ser recolocada em


operação, respeitando-se os parâmetros operacionais estabelecidos pelo
projeto, devendo ser submetida à nova inspeção de segurança periódica
em __/__/__”.
A alínea j) deverá listar as recomendações a serem seguidas a partir da
inspeção executada, como por exemplo:
*0 melhorar o tratamento de água;
*1 testar a válvula de segurança no prazo de 3 (três) meses;
13.5.14 Sempre que os resultados da inspeção determinarem
alterações dos dados da placa de identificação, a mesma deve ser
atualizada.

ANEXO I-A

CURRÍCULO MÍNIMO PARA TREINAMENTO DE


SEGURANÇA NA OPERAÇÃO DE CALDEIRAS

1. NOÇÕES DE GRANDEZAS FÍSICAS E UNIDADES


Carga horária: 04 horas

1.1. Pressão

1.1.1. Pressão atmosférica


1.1.2. Pressão interna de um vaso
1.1.3. Pressão manométrica, pressão relativa e pressão absoluta
1.1.4. Unidades de pressão

1.2. Calor e Temperatura

1.2.1. Noções gerais: o que é calor, o que é temperatura


1.2.2. Modos de transferência de calor
1.2.3. Calor específico e calor sensível
1.2.4. Transferência de calor a temperatura constante
1.2.5. Vapor saturado e vapor superaquecido
1.2.6. Tabela de vapor saturado

2. CALDEIRAS - CONDIÇÕES GERAIS


Carga horária: 08 horas
2.1. Tipos de caldeiras e suas utilizações

2.2. Partes de uma caldeira

2.2.1. Caldeiras flamotubulares


2.2.2. Caldeiras aquotubulares
2.2.3. Caldeiras elétricas
2.2.4. Caldeiras a combustíveis sólidos
2.2.5. Caldeiras a combustíveis líquidos
2.2.6. Caldeiras a gás
2.2.7. Queimadores
2.3. Instrumentos e dispositivos de controle de caldeira
2.3.1. Dispositivo de alimentação
2.3.2. Visor de nível
2.3.3. Sistema de controle de nível
2.3.4. Indicadores de pressão
2.3.5. Dispositivos de segurança
2.3.6. Dispositivos auxiliares
2.3.7. Válvulas e tubulações
2.3.8. Tiragem de fumaça

3. OPERAÇÃO DE CALDEIRAS
Carga horária: 12 horas
3.1. Partida e parada
3.2. Regulagem e controle;
3.2.1. de temperatura
3.2.2. de pressão
3.2.3. de fornecimento de energia
3.2.4. do nível de água
3.2.5. de poluentes
3.3. Falhas de operação, causas e providência
3.4. Roteiro de vistoria diária
3.5. Operação de um sistema de várias caldeiras
3.6. Procedimentos em situações de emergência

4. TRATAMENTO DE ÁGUA E MANUTENÇÃO DE


CALDEIRAS
Carga horária: 08 horas
4.1. Impurezas da água e suas conseqüências
4.2. Tratamento de água
4.3. Manutenção de caldeiras

5. PREVENÇÃO CONTRA EXPLOSÕES E OUTROS RISCOS


Carga horária: 04 horas
5.1. Riscos gerais de acidentes e riscos à saúde
5.2. Riscos de explosão

6. LEGISLAÇÃO E NORMALIZAÇÃO
Carga horária: 04 horas
6.1. Normas Regulamentadoras
6.2. Norma Regulamentadora 13 (NR-13)
O currículo apresentado é mínimo, podendo ser acrescido de outras
disciplinas, ou ter a carga horária das disciplinas estendidas em função
das particularidades de cada estabelecimento.

O currículo proposto é aplicável ao treinamento de operadores a partir


do ano de 1995.
Considera-se que os cursos de formação de operadores existentes nas
empresas, que contemplem totalmente as disciplinas e carga horária
previstas neste anexo, podem ser equivalente ao Treinamento de
Segurança na Operação de Caldeiras desde que seja emitido o
certificado previsto no subitem 13.3.5 alínea “a”.

ANEXO II

REQUISITOS PARA CERTIFICAÇÃO DE “SERVIÇO


PRÓPRIO DE INSPEÇÃO DE EQUIPAMENTOS”

Antes de colocar em prática os períodos especiais entre inspeções,


estabelecidos nos subitens 13.5.4. e 13.10.3. desta NR, os “Serviços
Próprios de Inspeção de Equipamentos” da empresa, organizados
na forma de setor, seção, departamento, divisão ou equivalente,
devem ser certificados pelo Instituto Nacional de Metrologia,
Normalização e Qualidade Industrial (INMETRO) diretamente ou
mediante “Organismo de Certificação” por ele credenciados, que
verificarão o atendimento aos seguintes requisitos mínimos
expressos nas alíneas “a” a “g”. Esta certificação pode ser
cancelada sempre que for constatado o não atendimento a qualquer
destes requisitos

a) existência de pessoal próprio da empresa onde estão instalados


caldeira ou vaso de pressão, com dedicação exclusiva a atividades
de inspeção, avaliação de integridade e vida residual, com
formação, qualificação e treinamento compatíveis com a atividade
proposta de preservação da segurança;

b) mão-de-obra contratada para ensaios não-destrutivos certificada


segundo regulamentação vigente e para outros serviços de caráter
eventual, selecionada e avaliada segundo critérios semelhantes ao
utilizado para a mão-de-obra própria;
c) serviço de inspeção de equipamentos proposto possuir um
responsável pelo seu gerenciamento formalmente designado para
esta função;

d) existência de pelo menos um “Profissional Habilitado”,


conforme definido no subitem 13.1.2;

e) existência de condições para manutenção de arquivo técnico


atualizado, necessário ao atendimento desta NR, assim como
mecanismos para distribuição de informações quando requeridas;

f) existência do procedimento escritos para as principais


atividades executadas;

g) existência de aparelhagem condizente com a execução das


atividades propostas;

O assunto é objeto de documentação complementar expedida pelo


INMETRO sob designação de Portaria INMETRO Nº 16 de 2001.
Para o caso específico de Plataformas de produção e exploração de
petróleo e navios o Serviço Próprio de Inspeção de Equipamentos
poderá ser instalado “em terra”.
ANOTAÇÕES

___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________

Você também pode gostar