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FACULDADE DO MARANHÃO (FACAM)

CURSO DE SERVIÇO SOCIAL

FRANCILÉA RIBEIRO SERRA MELO

A INTERVENÇÃO DO ASSISTENTE SOCIAL NO GRUPO DE CONVIVÊNCIA DO


IDOSO NO CENTRO DE REFERÊNCIA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL – CRAS DO
MUNICÍPIO DE VIANA.

VIANA
2019
FRANCILÉA RIBEIRO SERRA MELO

A INTERVENÇÃO DO ASSISTENTE SOCIAL NO GRUPO DE CONVIVÊNCIA DO


IDOSO NO CENTRO DE REFERÊNCIA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL – CRAS DO
MUNICÍPIO DE VIANA.

Monografia apresentada como requisito


obrigatório para colação de grau do curso
de Serviço Social da Faculdade do
Maranhão - FACAM.

Orientador (a): Prof. (a) Linnete


Nascimento Pinto.

VIANA
2019
FRANCILÉA RIBEIRO SERRA MELO

A INTERVENÇÃO DO ASSISTENTE SOCIAL NO GRUPO DE CONVIVÊNCIA DO


IDOSO NO CENTRO DE REFERÊNCIA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL – CRAS DO
MUNICÍPIO DE VIANA.

Monografia apresentada como requisito


obrigatório para colação de grau do curso de
Serviço Social da Faculdade do Maranhão -
FACAM.

Orientador (a): Prof. (a) Linnete Nascimento


Pinto.
.

Aprovação em: _______/_______/2019

BANCA EXAMINADORA

_________________________________________________________
Prof. (a) orientadora: Linnete Nascimento Pinto.

_________________________________________________________
2º Examinador/a

_________________________________________________________
3º Examinador/a
Dedico este trabalho aos meus pais pelo
amor e carinho e companheirismo, que hoje
descasam nos braços do Senhor, pessoas
estas que foram, são e sempre serão meus
amores e eternamente minha vida.
SAUDADES.
AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus em primeiro lugar por ter me ajudado e sempre ter me


dado forças para seguir em frente em meus planos.
Agradeço em especial a minha família pelo apoio, e ao meu esposo por
estar sempre comigo nas horas difíceis.
E agradeço também aos meus amigos e aos professores por terem
compartilhado um pouco de seus conhecimentos conosco e pelo apoio nessa longa
jornada até o fim.
“Não confunda derrotas com fracasso, nem
vitórias com sucesso. Na vida de um
campeão sempre haverá algumas derrotas,
assim como na vida de um perdedor sempre
haverá vitórias. A diferença é que, enquanto
os campeões crescem nas derrotas, os
perdedores se acomodam nas vitórias.”

(Roberto Shinyashiki)
RESUMO

Este trabalho tem como tema central a Intervenção do assistente Social no Grupo de
Convivência do Idoso no Centro de Referência de Assistência Social – CRAS do
Município de Viana – Ma. O referido trabalho apresenta em sua metodologia uma
pesquisa BIBLIOGRÁFICA E de campo. Tem como objetivo geral analisar se os
direitos dos idosos estão sendo garantidos e respeitados como previsto na Política
Nacional de Assistência Social e na Constituição Federal. Pretendendo-se
compartilhar uma reflexão sobre os aspectos percorridos pela atuação do Assistente
Social na rede do CRAS frente ao trabalho de Grupo de Convivência do Idoso,
fundamentado no apoio de alguns autores importantes como Iamamoto (1997),
Carvalho (2006), Ianni (1991), Faleiros (2001) e outros. Essa discussão se inicia a
partir do reconhecimento de que a institucionalização da profissão, de ampliação do
seu mercado de trabalho e a expansão das unidades e programas de Serviço Social,
os quais são de fundamental importância para o desenvolvimento de uma
sociedade. Serão destacados também alguns aspectos vistos como ferramentas
viabilizadoras de políticas necessárias para esta intervenção, revisando-se a
trajetória histórica do Serviço Social na sociedade brasileira.

Palavras-Chaves: Serviço Social. Prática Profissional. Assistente Social. CRAS.


ABSTRACT

This work has as its central theme the intervention of the Social Worker in the Group
of Coexistence of the Elderly in the Center of Reference of Social Assistance - CRAS
of the Municipality of Viana - Ma. This study presents in its methodology a field
research and its general objective is to analyze if the rights of the elderly are being
guaranteed and respected as foreseen in the National Policy of Social Assistance
and in the Federal Constitution. It is intended to share a reflection on the aspects
covered by the role of the Social Worker in the CRAS network in relation to the work
of the Elderly Living Group, based on the support of some important authors such as
Iamamoto (1997), Carvalho (2006), Ianni (1991), Faleiros (2001) and others. This
discussion begins with the recognition that the institutionalization of the profession,
the expansion of its labor market and the expansion of social service units and
programs, which are of fundamental importance for the development of a society. It
will also highlight some aspects seen as tools to make policies necessary for this
intervention, revising the historical trajectory of Social Service in Brazilian society.

Keywords: Social Service. Professional. Practice. Social Worker. CRAS.


LISTA DE SIGLAS

ABESS A Associação Brasileira de Ensino e Pesquisa em Serviço Social


AOSD Auxiliar Operacional de Serviços Diversos
BNH Banco Nacional de Habitação
CEDEPSS Centro de Documentação e Pesquisa em Políticas Sociais e Serviço
Social
CF/1988 Constituição Federal de 1988
CRAS Centro de Referência de Assistência Social
CREAS Centro de Referência Especializado em Assistência Social
COBAP Confederação Brasileira dos Aposentados e Pensionistas
CEBES Centro Brasileiro de Estudos de Saúde
CNS Conselho Nacional de Saúde
CONASEMS Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde
CONASS Conselho Nacional de Secretarias de Estado da Saúde
FGTS Fundo de Garantia por Tempo de Serviço
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
INPS Instituto Nacional de Previdência Social
LBA Legião Brasileira de Assistência
LOAS Lei Orgânica da Assistência Social
MPAS Ministério da Previdência e Assistência Social
NOB/93 Norma Operacional Básica de 1.993
NOB/SUAS Norma Operacional Básica do Sistema Único de Assistência Social
NOB/RH Norma Operacional Básica de Recursos Humanos
PIS Programa de Integração Social
PNAS Política Nacional de Assistência Social
SUAS Sistema Único de Assistência Social
SUS Sistema Único de Saúde

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO......................................................................................... 11
2 SERVIÇO SOCIAL: aspectos históricos e conceituais...................... 14
2.1 Surgimento do Serviço Social e a Questão Social.................................. 21
3 ASSISTÊNCIA SOCIAL COMO DIREITO............................................... 27
3.1 Do Assistencialismo até a Constituição Federal de 1988........................ 30
Política Nacional de Assistência Social e os Serviços Ofertados na
3.2 32
Atualidade................................................................................................
3.3 Serviço Social e a Política de Assistência Social..................................... 37
3.4 O Idoso e a Garantia de Direitos.............................................................. 39
4 CARACTERIZAÇÃO DO OBJETO DE ESTUDO................................... 49
4.1 Histórico do CRAS de Viana / Ma............................................................ 52
4.2 Análise dos Resultados........................................................................... 59
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS..................................................................... 64
REFERÊNCIAS........................................................................................ 66
APÊNDICES............................................................................................. 68
11

1 INTRODUÇÃO

Hoje, no Brasil, vivencia-se o aumento da expectativa de vida, que já a


população ultrapassa os 80 anos de idade. Diante deste fato, ocorreu uma
preocupação com a velhice, destarte, torna-se primordial tecer o debate acerca
deste novo fenômeno, que traz consigo demandas a serem enfrentadas.
O crescimento dessa população depende de cuidados especiais, as
instituições destinadas a prestar assistência a essa população se tornam cada vez
mais necessárias. Uma boa qualidade de vida na velhice não é um atributo do
indivíduo biológico, psicológico ou social, nem uma responsabilidade individual, mas
sim, um produto da interação entre pessoas vivendo numa sociedade em mudança.
Nesta perspectiva, novas formas de enfrentamento devem ser elaboradas
para dar conta desta nova realidade, com isso, políticas públicas, como a Política
Nacional do Idoso (1994), que na observância desses fatores busca estimular a
criação de incentivos e, alternativas para o atendimento aos idosos, e entre eles
estão os Centros de Convivência.
Esses Centros são uma modalidade de atendimento a essa faixa da
população. Esses espaços podem realizar a promoção dos idosos, através de ações
integradas com as políticas públicas, assistência social, educação, saúde, entre
outras. Nessa vertente, o Serviço Social no acompanhamento do processo de
envelhecimento e suas políticas sociais, em constante atualização e intervenção
para atender os interesses desta população dentro da sociedade.
Assim, os profissionais que trabalham nos Centros de Convivências
devem atuar de forma a promover a pessoa idosa, ou seja, assegurar-lhes um
atendimento peculiar a sua idade, buscando junto aos órgãos públicos a garantia de
acesso à rede pública de saúde e de assistência social local, e também fazendo
valer os direitos que estão implantados nas legislações.
O presente trabalho busca explanar sobre a intervenção do Assistente
Social no Grupo de Convivência do Idoso no Centro de Referência de Assistência
Social (CRAS) do Município de Viana. Sendo dividido em alguns tópicos que se
somam numa diversidade de assuntos relevantes para enfatizar e enriquecer o
conteúdo em pauta, com informações de suma importância para o desenvolvimento,
transmissão e entendimento deste trabalho.
12

Com base neste contexto, esta pesquisa tem como objetivo geral analisar
se os direitos dos idosos estão sendo garantidos e respeitados como previsto na
Política Nacional de Assistência Social e na Constituição Federal. Como objetivos
específicos visa compreender os direitos dos idosos, conhecer algumas das
atividades que possam fortalecer os vínculos familiares voltadas ao público de
idosos no CRAS de Viana.
Buscando assim, evidenciar as ações desse trabalho voltado a
valorização da autoestima, cuidados e respeito aos idosos. Dessa forma, focaliza-se,
então, o cerne da questão social e de suas políticas nessa área, tendo em vista
alcançar serviços viáveis tanto ao profissional da assistência social quanto aos
usuários vianenses.
Com vistas a esses pressupostos será importante esmiuçar algumas
informações contidas no Estatuto do Idoso e sobre sua criação deste, a qual veio
com a lei de Nº 10.741 de 01 de outubro de 2003, em que se obteve respaldo para
dar mais embasamento para o assunto abordado e também um salto gigantesco no
que diz respeito à implementação de políticas sociais e a garantia jurídica de
cumprimentos dos direitos fundamentais do idoso.
Nesse contexto, este trabalho tem sua justificativa baseada na
importância de alavancar os direitos existentes voltados ao idoso, os serviços
prestados pelos assistentes sociais e locais que disponibilizam estes, como por
exemplo, o Centro de Convivência que funciona no CRAS do município de Viana.
Para isso, estas pautas tiverem seu desenvolvimento no envolto de
informações locais desse município, sendo preciso para tanto, a utilização da
pesquisa de campo. A qual propiciou o levantamento de noções acerca do assunto
exposto com base no tema.
Nesse sentido, esta pesquisa divide-se em cinco capítulos, subdivididos
em seus respectivos tópicos. E com isso expõe-se o primeiro capítulo, em que se faz
uma visão e explanação que envolve todo conteúdo deste trabalho, apresentando
assim os objetivos da pesquisa, a metodologia utilizada que foi de campo e
bibliografia e demais aspectos importantes no contexto da mesma.
No segundo capítulo faz-se a contextualização histórica do serviço social,
trazendo seus aspectos históricos e conceituais na perspectiva de poder dar um
melhor entendimento, evidenciando os marcos legais dessa época. Já no terceiro
capítulo, fala-se da assistência social como direito, buscando contextualizar no
13

cenário da pesquisa, um apanhado de acontecimentos e circunstâncias as quais


fizeram parte desse processo até a garantia e efetivação desta como um direito.
Em seguida apresenta-se o quarto capítulo, que traz como assunto a
caracterização do objeto de estudo, em que serão abordados os principais aspectos
diante do contexto do CRAS de Viana e de seus serviços, tentando compreender e
expor melhor a realidade no tocante do trabalho perante a intervenção do assistente
social no grupo de convivência do idoso no centro de referência de assistência social
– CRAS do município de Viana.
E por fim, mediante apresentação de todo o exposto neste acervo de
informações, vem à conclusão, com a síntese das principais ideias discorridas no
estudo e durante o desenvolvimento da pesquisa bibliográfica e de campo.
Com isso, serão apresentados alguns apontamentos levantados durante
esta pesquisa, analisando sob referências teóricas no interior da profissão de
assistente social, trabalhos desenvolvidos no CRAS de Viana e outros assuntos
relevantes ao tema com o intuito de esclarecer e explanar com clareza com
informações possíveis para maior entendimento.
Dessa forma, serão explanados em seguida os principais aspectos
históricos e conceituais do Serviço Social, falando seus movimentos, mudanças e
ouras características ocorridas no tocante desse percurso.
14

2 SERVIÇO SOCIAL: aspectos históricos e conceituais

Conhecer o histórico do Serviço Social ou parte do dele, é de suma


importância para quem deseja conhecer e/ou atuar nessa área e/ou para aqueles
que querem aprofundar seus conhecimentos sobre esse rico acervo de informações.
E isso tanto no que se refere a título de estudo como de outros interesses como,
trabalhos especializados nessa área com finalidade de expor sua importância e
abranger seu entendimento sobre esse assunto e divulgá-lo a outrem.
Neste tópico serão discorridos alguns aspectos históricos e conceituais do
Serviço Social e a relevância de atuação para a sociedade e para esta pesquisa.
Com relação a seus aspectos históricos, relatam-se alguns dados, mediante seu
grande contexto. No que se refere ao Brasil, mostram que até a década de 1930,
não havia uma intervenção do Estado na área social e este apresentava pouco
interesse por essa intervenção.
Dessa forma, quando o Serviço Social surgiu no Brasil, toda prática
assistencial que existia até esse momento era desenvolvida somente pela Igreja
Católica e pelas organizações de caridade, prestavam esse serviço apenas por
solidariedade aos mais carentes.
Ocasionando a intensificação do processo de industrialização e um
avanço significativo rumo ao desenvolvimento econômico, social, político e cultural,
tornando-se mais intensas também as relações sociais peculiares ao sistema social
capitalista e atual. (MESTRINER, 2008).
Ressalta-se que tais práticas de cunho assistenciais nessa época tinham
um caráter apenas disciplinador e de solidariedade com o próximo, pois não havia
uma compreensão na dimensão da pobreza vista como uma expressão da questão
social em seu sentido real.
Discorre-se ainda, que a conquista da assistência social como um direito
social, não foi algo fácil ou pronto, mas uma luta que mesmo através de muitas
dificuldades não parou e apesar de passos pequenos continuou a insistir na busca
por medidas capazes de mudar essa página e garantir esse benefício como um
direito ao cidadão.
Fato este em que o serviço social consistia em atuar como uma ação
social, com o intuito de acolher e incluir cidadãos como ser social e usufruto de seus
direitos como tal, nessa época ela era vista como uma disfunção individual e muitas
15

vezes, tratada como caso de polícia através do aparato repressor do Estado. Nesse
tocante, Mestriner (2008), destaca que somente,

A partir da Revolução de 1930 quando Getúlio Vargas chega à presidência


do país, o Estado começou a assumir novas funções trazendo mudanças
nas perspectivas nesse caminho, deixando de ser apenas um ato coercitivo.
Dando ao serviço social uma nova atenção e com isso uma chance de
progressão surge nesse cenário. (MESTRINER, 2008, p. 75).

Sendo importante fala da persistência de alguns impasses em que a


maior barreira foi o descaso para a efetivação da assistência como direito foi por
parte do governo em assegurar essa garantia ao cidadão. Órgão este que deveria
ser o principal interessado em promover e buscar qualidade de vida ao seu povo,
quando acaba é o primeiro que além de não o fazer, ainda dificulta a ação destes.
Dentre os feitos de seu governo, Getúlio Vargas, trouxe uma nova direção
com relação a melhorias para a população, durante sua gestão criou as Caixas de
Subvenções, onde o governo fornecia uma ajuda financeira às instituições
filantrópicas e públicas, com o intuito de que as mesmas dessem assistência à
população desassistida socialmente.
Diante dessa ação, foi dado mais um importante passo nessa caminhada,
e através da Lei nº 1.493/51, o Estado institucionalizou definitivamente as
subvenções incluindo seus recursos ao Orçamento Geral da República para esse
fim. O Estado consolidou também as Leis Trabalhistas visando à produtividade,
manter o controle das greves e em consonância, contornar os movimentos sociais.
(MESTRINER, 2008).
Essas leis trabalhistas representaram um intercâmbio entre os
trabalhadores assalariados e os empresários, pois essa ação ajudava diretamente
no interesse de ambos, além de trazer benefícios e outras melhorias para essas
duas classes. Após esse acontecimento, por volta do ano de 1942, foi criada a
primeira grande instituição federal de assistência social no Brasil, conhecida como a
Legião Brasileira de Assistência Social (LBA). (TORRES, 2002).
Torres (2002), em seus dados históricos destaca essa criação um
momento importante nesse contexto, em que Getúlio Vargas como forma de
legitimar seu governo, usou estrategicamente ao assistencialismo como um
mecanismo de dominação política. O que assegurou estatutariamente à presidência
16

da LBA na República ocorrendo à junção entre iniciativa privada e pública


conformando assim a relação entre classes subalternas e Estado. (TORRES, 2002).
Neste período, a assistência social como ação social era um ato de
vontade e não direito de cidadania. Do apoio às famílias dos grupos chamados de
“pracinhas”, nome dado às famílias até então nessa época beneficiadas de maneira
imprópria, seletivas e não por necessidade de fato. Atendendo também as famílias
que sofrem em decorrência de calamidades, o que trouxe o vínculo emergencial à
assistência social que perdura até os dias de hoje (SPOSATI, 2007, p. 20).
Mediante essas aprovações e determinações em lei, vierem em
decorrência, outros grandes avanços. Necessitando seguir na luta, pois as ações de
assistência social permaneciam vinculadas ao modelo de doação e caridade, e
certamente ainda direcionadas as famílias fragilizadas e carentes.
Em 1974 criou-se o Ministério da Previdência e Assistência Social -
MPAS, e ligado a ele a Secretaria de Assistência Social que será um importante
instrumento para a criação de políticas voltadas ao ataque à pobreza. Através do
MPAS houve uma maior valorização da assistência social, dando margens para
vislumbrar a necessidade de fugir do caráter assistencialista que ela carrega ao
longo dos anos.
Baseado nesse contexto em seus estudos Mestriner (2008) sublinha
ainda que esse evento se estendeu até,

A cobertura previdenciária a quase totalidade da população urbana e uma


parte da rural, buscou-se um tratamento inovador para a área da assistência
social, fugindo do caráter assistencialista e de simples complementação da
previdência social. (MESTRINER, 2008, p. 77).

E assim, através da Constituição Federal de 88 (BRASIL, 1988), a


assistência social começa a ganhar novos horizontes e a partir de então passou a
fazer diferentes contornos nesse trajeto passando a ser discutida e vista como um
direito do cidadão e cabendo ao Estado provê-la, em uma tentativa de romper com a
lógica da caridade da benemerência.
Com vistas aos pressupostos de beneficiar o cidadão, a Constituição
possibilitou trazer uma nova concepção para a Assistência Social, redefinindo assim
seu perfil histórico no país, passando a qualificá-la como uma política de seguridade
social trazida no art.194 da Constituição Federal: A seguridade social compreende
um conjunto integrado de ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade
17

destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência à assistência


social (BRASIL, 2003, p. 193).
A Constituição Federal de 1988 foi aprovada no dia 5 de outubro e traz a
Política de Assistência Social inscrita nos artigos 203 e 204, prescreve que a
Assistência Social será prestada a quem dela necessitar, independentemente de
contribuição à seguridade social, e tem por objetivos:

I- A proteção à família, à maternidade, à infância, à adolescência e à velhice;


II- O amparo às crianças e adolescentes carentes; III- a promoção da
integração ao mercado de trabalho; IV- a habilitação E a reabilitação das
pessoas portadoras de deficiência e a promoção de sua integração à vida
comunitária; V- A garantia de um salário mínimo de benefício mensal à
pessoa portadora de deficiência e ao idoso que comprovem não possuir
meios de prover à própria manutenção ou de tê-la provida por sua família,
conforme dispuser a lei. (BRASIL, 1988).

Permanecendo assim, o controle e a manipulação da população pelas


autoridades governamentais, o que ainda de forma camuflada existem até hoje. E
que provavelmente se não houver uma despertar junto de mais mobilizações, vão
continuar existindo e perpassando de tempos em tempos.
Como se pode observar a consolidação e ampliação das Leis trabalhistas
foram muito importantes para a classe trabalhadora. Em que se garantiram direitos
cruciais como férias, redução da carga horária de trabalho e a garantia de um pouco
mais de segurança no seu ambiente de trabalho.
Em 1936 surge a primeira escola de Serviço Social no Brasil fundado na
doutrina social da Igreja Católica, trabalhando de forma a potencializar os sujeitos no
seu autodesenvolvimento, demonstrando nesse momento um compromisso com a
justiça e liberdade, e assim como afirma Yazbek (2009):

[...] é por demais conhecida a relação entre a profissão e o ideário católico


na gênese do Serviço Social brasileiro, no contexto de expansão e
secularização do mundo capitalista. Relação que vai imprimir à profissão
caráter de apostolado fundado em uma abordagem da ‘questão social’ como
problema moral e religioso e numa intervenção que prioriza a formação da
família e do indivíduo para solução dos problemas e atendimento de suas
necessidades materiais, morais e sociais. (YAZBEK, 2009, p. 145).

Partindo desse entendimento, quando se coloca em discussão a


denominada questão social, vários elementos surgem em destaque, como por
exemplo, a história do trabalho, as dificuldades enfrentadas nesse percurso. E a
resposta a ser dada ao conflito, entre esses polos, vai depender da maior ou menor
importância que se atribui a um ou outro desses elementos.
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Assim, observam-se algumas considerações que surgiram por conta de


toda experiência da revisão curricular no decorrer da década de 1980 e 1990, as
quais tentavam responder indagações que interrogavam sobre qual seria a base que
funda a constituição da profissão na sociedade.
Com efeito, verifica-se a identificação da “questão social” foi um culmino,
um elemento transversal à formação e ao exercício profissional, que trouxe como
cerne o desafio de desvendar a gênese das desigualdades sociais, representado
nas palavras de Iamamoto (2004),

A questão social não é focada exclusivamente como desigualdade social


entre pobres e ricos, muito menos “situação social problema”, tal como foi
encarado no Serviço Social, reduzido a dificuldades do indivíduo. O que se
persegue é decifrar, em primeiro lugar, a gênese das desigualdades sociais,
em um contexto em que a acumulação de capital não rima com equidade.
(IAMAMOTO, 2004, p. 59).

Essas manifestações expressam não exatamente o surgimento, mais a


ampliação das mazelas que estragam a vida da população. Principalmente a
harmonia e bem-estar dos grupos sociais que fazem parte desse meio, consistindo i
interesse humano apenas no individual.
Segundo Iamamoto (2001a, p. 17), a maioria dessas sequelas se deve as
“[...] desproporções econômicas, políticas e culturais das classes sociais, difundidas
por relações de gênero, características étnico-raciais e formações regionais [...]
baseadas em critérios como fome, pobreza, trabalho infantil, violência, tráfico,
consumo de drogas, devastação do meio ambiente, prostituição infantil”.
Aos poucos o povo foi tomando espaço, ganhando vez, conquistando
seus direitos, mesmo de forma fragmentada e falha, fazendo valer e garantindo sua
cidadania, bem como seus deveres respaldados em leis para que pudessem usufruir
daquilo que é dignamente seu e para uso de melhorias do ser social e de uma
sociedade mais democrática.
Referente às práticas assistenciais, é comum a confusão na utilização dos
termos assistência e assistencialismo, pois esta é uma questão delicada, daí a
importância que se tenha clareza sobre ela, pois quando se trabalha com a política
de assistência social nos espaços em que a mediação se faz necessária.
Esta é ainda, uma luta constante e repleta de desafios que aos poucos
vão se propagando firme na tentativa de obter não apenas a conquista de serviços
19

em prol da sociedade, mas na efetivação e garantia destes para que mais a frente
não seja tomada do povo.
Portanto, a situação social problema ainda se coloca no atual cenário com
dimensões presentes na forma de ver e interpretar a realidade social no qual se
situa o profissional. Segundo Ianni (1991),

Essas lutas eram acontecimentos que ocorriam geralmente vinham com um


grande objetivo que miravam “[...] em torno do acesso à terra, emprego,
salário, condições de trabalho na fábrica e na fazenda, garantias
trabalhistas, saúde, habitação, educação, direitos políticos, cidadania”
tornara realidade cotidiana para muitos trabalhadores. “(IANNI, 1991, p. 3).

Diante disso, percebe-se que essa classe de profissionais enfrentava


obstáculos para usufruírem de seus direitos e benefícios. O que dificultava o acesso
de um emprego com qualidade e bem-estar destes. Tornando difícil a vida de
muitos, principalmente daqueles que precisavam de atendimentos emergenciais.
Assim, Ianni (1991) faz um recorte sobre as diferentes acepções e
interpretações dentro das correntes nos pensamentos diversos e na prática de
sociais e outras referências da realidade social que ponderam aspectos essenciais
da questão social em que:

Uns dizem desemprego, subemprego, marginalidade, periferia, pobreza,


miséria, menor abandonado, mortalidade infantil, desamparo, ignorância,
analfabetismo, agitação, baderna, violência, caos, subversão. Também há
os que falam em harmonizar trabalho e capital, conciliação de empregos e
empregadores, paz social, pacto social. E os que dizem movimento social,
pauperismo, greve, protesto, toma de terra, ocupação e habitação, saque,
expropriação, revolução, revolta. (IANNI, 1991, p. 4).

Decorrente a isso, argumenta-se que até hoje se vive um momento de


retrocesso em relação às garantias dos direitos sociais no país. E ao invés de se
lutar pela ampliação destes, luta-se sim para garantir o que ainda resta destes, ou
seja, lutar para garantir políticas fragmentadas, seletiva das que dão prioridades a
apenas alguns por puro interesse próprio e/ou fins lucrativos particulares.
Fazendo um apelo berrante pelo bem do próximo, onde muitos resultando
em nada, um ato gritante denominados de democracia, cidadania. Que por vezes se
encaixa no título de descaso e desrespeito com o cidadão que luta e busca seus
direitos constitucionais, portanto, obrigatórios e universais.
Perante do exposto, menciona-se que um dos objetivos de retirar o
Estado da responsabilidade de mediador na questão social e de transferi-los à
20

esfera do terceiro setor, que segundo ponto de vista de Montaño (2006) é


fundamentalmente político-ideológico:

Retirar e esvaziar a dimensão de direito universal do cidadão em relação a


políticas sociais (estatais) de qualidade; criar uma cultura de autoculpa
pelas mazelas que afetam a população, e de autoajuda e ajuda-mutua para
seu enfrentamento; desonerar o capital de tais responsabilidades, criando,
por um lado, uma imagem de transferência de responsabilidades, e por
outro, criando, a partir da precarização e focalização (não universalização)
da ação social estatal e do “terceiro setor”, uma nova e abundante demanda
lucrativa para o setor empresarial. (Montaño, 2006, p. 27).

Essa inserção, bastante inovadora, introduz a assistência social como


política social, dirigindo-se a uma população antes excluída do atendimento na ótica
dos direitos. Sua definição impõe compreender o campo assistencial como provisão
necessária para enfrentar as dificuldades que podem ser interpostas a qualquer
cidadão e que deve ser coberta pelo Estado. (COUTO, 2006, p.170).
Sendo necessário o enfrentamento das dificuldades dos trabalhadores
sociais para a operacionalização da metodologia na proposta por mudanças,
reafirmação e concretização de conquistas nessa luta. E o uso desse instrumento
chamado de união e força de vontade é forte o suficiente para mudar essa página.
Esta mudança implica uma nova visão do agir profissional, que se volta para a
importância do registro técnico das ações, serviços e procedimentos como estratégia
para concretizar o sistema político do Estado e perante o órgão de atuação.
Desvelando-se com isso o caráter não apenas governamental de direitos,
mas social diante da intervenção profissional e direcionado no aspecto da luta de
classe nos processos em que se inseriam os assistentes sociais e outras categorias.
É por meio desse eixo fundante que se desdobram as políticas sociais e os padrões
de proteção social. (BRASIL, 1996, p. 149).
Dessa forma, surge um grande avanço dos processos de
institucionalização do Serviço Social, como profissão, que estão relacionados e
interligados com os efeitos políticos, sociais e populistas da era do governo de
Vargas. A implantação dos órgãos centrais e regionais da previdência social e a
reorganização dos serviços de saúde, educação, habitação e assistência também se
ampliaram de modo significativo no mercado de trabalho para os profissionais da
área social. (NETTO, 2001, p. 49).
Enfocando esses fatores como aspectos essenciais e completamente
ligados aos entraves advindos de problemas da questão social e suas ramificações
21

dentro de uma sociedade. Dos quais ocasionaram grandes dificuldades dentre as


camadas sociais, como por exemplo, divisão desta, trazendo desigualdades que
causam efeitos negativos para todos, em que muitos são existentes até hoje.
Esse processo trouxe mudanças significativas para os profissionais de
Serviço Social que tiveram que se organizar, e buscar novos caminhos para
conseguir garantir os direitos dos usuários. E através desta pesquisa realizada, teve-
se uma dimensão dos principais desafios e possibilidades encontrados pelos
assistentes sociais nos Centros de Referência de Assistência Social no Município de
Viana no que se referem os serviços prestados aos idosos.
Mediante o exposto, verifica-se que o serviço social diante desse contesto
tem o papel de estimular, assessorar e orientar os usuários para participarem dos
espaços de controle e benefício social visando exercer sua democracia, atuação e
presidindo em conselhos, conferências e fóruns, para que lutem em prol da
efetivação de seus direitos e assim exerçam seu papel enquanto cidadãos.
Em continuidade a esse assunto, será feito um breve relato sobre as
premissas e dispositivos legais que deram origens a história a transição do
surgimento do Serviço Social e questão social. Objetivando apresentar as principais
manifestações e acontecimentos durante esse processo de mudança e conquista do
serviço social em meio a sua efetivação.

2.1 SURGIMENTO DO SERVIÇO SOCIAL E A QUESTÃO SOCIAL

O surgimento do Serviço Social e a questão social no Brasil foram um


cenário com um grande elenco que passou por muitas mudanças e dificuldades, em
que se procurou investigar um pouco de sua trajetória durante toda sua origem a
partir de uma contextualização histórica e das transformações ocorridas durante
efetivação dessa profissão.
Abordaram-se ainda sobre os referenciais teóricos e metodológicos que
se contrapõem no interior do Serviço Social, e a fim de se chegar as todas as
informações cabíveis e necessárias para o melhor desempenho no desenvolvimento
deste trabalho.
O Serviço Social em sua origem americana, denominado social work
(trabalho social) foi estruturado por organizações religiosas, especialmente da Igreja
Católica Romana. Sua prática era fundamentada e inspirada na providência divina,
22

uma vez que o trabalho social consistia no reforço da moralidade e da submissão


das classes dominadas. (FALEIROS, 2001, p. 88).
Essa atuação era uma tarefa particular, que funcionava sob forma de
interesses morais, podendo ser vista como laços de dinastia. Se tratando, portanto,
do controle social da família operária para adequar e ajustar seu comportamento às
exigências da ordem social estabelecida. (FALEIROS, 2001, p. 88).
A população inserida nesse modelo de produção vivenciava no seu
cotidiano o agravamento e o crescimento dos problemas econômicos e logo, sociais,
em especial os das expressões da questão social, assim como quaisquer formas de
enfrentamento das pessoas.
Classe essa que lutavam e defendia seu trabalho frente a esse modelo,
que eram vistos pela classe dominante apenas como uma falta de socialização,
como se fosse um defeito do indivíduo nas relações entre eles e não como um
problema estrutural decorrente de falhas governamentais e políticas dessa época.
Uma vez que muitas dessas reinvindicações eram também pela conquista
de meios necessários e serviços primordiais as vidas. Assim como inúmeros outros
recursos dos quais vêm somar numa qualidade para a sobrevivência e bem-estar
das pessoas. Contextualizando Iamamoto (2008), esta descreve que a Questão
Social era pensada como:

[...] consequências das disparidades econômicas, políticas e culturais das


classes sociais, mediatizadas por relações de gênero, características étnico-
raciais e formações regionais, colocando em causa as relações entre
amplos segmentos da sociedade civil e o poder estatal. (IAMAMOTO, 2008,
p. 16-17).

Nessa conjuntura, ainda não existia a profissão de Serviço Social


formalmente, ou seja, ela não era regulamentada, consistia apenas no trabalho das
damas de caridades, em tarefas cuidadoras, no manuseio simples de auxílio básico,
sendo denominadas como assistentes sociais.
As quais contribuíam voluntariamente para realizar atividades solicitadas
pelas igrejas de cunho solidário. Sendo essas funções um marco importante, os
quais ocasionaram a organização da Assistência Social, tendo sua fundação no ano
de 1869 através da Sociedade de Organização da Caridade na cidade de Londres.
(ESTEVÃO, 1985).
23

Emergindo assim a necessidade desses serviços com mais ênfase e a


oportunidade de criar instituições que se encarregassem de formar pessoas
especificamente para realizar as tarefas de assistência social e colocar em pauta a
institucionalização do Serviço Social.
Nas ações destas instituições, eram feitas as mediações do trabalhador
social estavam direcionados na assistência prestada aos cidadãos pobres e
oprimidos que viviam na marginalização social, na sua maioria, deixados para
morrer, sem importância, e quase sempre esquecidos e excluídos de tudo.
No processo de legitimação da profissão, Mary Richmond (importante
assistente social norte-americana), destaca que no início do século XX, teve a
sensibilidade de começar a refletir e a sistematizar cientificamente a respeito do
Serviço Social e de como a profissão deveria ser exercida. (SILVA & SILVA, 1995).
Trazendo linhas a respeito desse dado histórico no Brasil, sublinha-se que
o Serviço Social surge na década de 1930. Esse acontecimento não veio de forma
isolada, mas também em virtude de algumas articulações com a história e fatos
culturais do país, que envolvem processos econômicos, das classes e das próprias
ciências sociais, bem como, pelos setores políticos, social e interesse religioso.
Para melhor compreensão desse desenvolvimento e amadurecimento da
origem do Serviço Social brasileiro, Marilda Iamamoto (1995), discute respeito desse
contexto com as seguintes linhas:

[...] a história da profissão só pode ser entendida no contexto das relações


de classe, onde se expressa seu compromisso social. Historicamente, o
Serviço Social tem evidenciado seu compromisso com os interesses das
classes do bloco hegemônico do poder, confrontando-se,
contraditoriamente, com a clientela que tem se constituído no sujeito de sua
ação cotidiana (IAMAMOTO & RAUL apud SILVA & SILVA, 1995, p. 36).

A partir dessa análise, verifica-se que o objeto de intervenção da


profissão se configurava na moral, higiene e boa conduta, numa perspectiva de
manter a ordem advinda das pressões da sociedade que se encontrava em situação
de miserabilidade devido a diversos fatores advindos das crises anteriores.
Com o surgimento das grandes instituições, o mercado de trabalho se
ampliou para o Serviço Social e este rompe com o estreito quadro de sua origem
para se tornar uma atividade institucionalizada e legitimada pelo Estado e pelo
conjunto das classes dominantes, dissipando a ideia dessa área ser meramente um
trabalho centralizado. (IAMAMOTO, 2004, p. 93).
24

Baseado nesse contexto, e em se tratando do direito do cidadão e o dever


do Estado, a Assistência Social é definida como política pública no campo do direito
e de cidadania social, integrando a Seguridade Social, juntamente com Saúde e
Previdência Social. Sua inserção na seguridade sinaliza também para o caráter de
política de proteção social articulada a outras políticas, como social, voltadas para
garantia de direitos e de condições dignas de vida.
Desse modo, a Assistência Social configura-se como possibilidade de
reconhecimento público da legitimidade das demandas de seus usuários e espaço
de ampliação de seu protagonismo. Ficando a articulação das redes sócias
assistenciais sobre a responsabilidade dos CRAS, que articulam, por sua vez “(...)
um conjunto integrado de ações e iniciativas públicas, privadas, que desenvolvem
serviços, benefícios, programas e projetos assistenciais”. (NOB/SUAS, 2005).
Visto sob essa percepção, compreende-se que a Assistência Social,
antes de constituir-se em política pública, esteve a cargo de diversas instituições, na
maioria das vezes, em âmbito privado, cabendo a elas exercer a proteção social.
Desta forma, era desempenhada pela família, igreja e sociedade, como uma forma
de ajuda mais privada que pública.
Posteriormente, o Estado assumiu a responsabilidade pela gestão das
políticas sociais. Algumas vezes atuando pela lógica da subsidiariedade, e a partir
dos anos de 1990 com a consolidação do Terceiro Setor como “parceiro” do Estado
na formulação e execução de políticas públicas (MIOTO, 2008).
Ainda com base nisso, Mioto (2008) identifica a proteção social em duas
principais esferas: privada e pública. A primeira correspondendo àquela exercida
pela população, compreendida nos conflitos do mercado, família, igreja e filantropia,
e a segunda, correspondia estreitamento ao Estado. (MIOTO, 2008, p. 134).
De acordo com Jaccoud (2009), a Assistência Social, ao limitar seu
acesso àqueles que dela necessitarem, colocou-se como uma política para alguns, e
esses alguns têm sido as parcelas mais desprovidas da população brasileira, os que
estão em situação de pobreza e extrema pobreza. (JACCOUD, 2009, p.64-65). Tal
concepção pode levar ao risco de criar uma política pública exclusiva para os pobres
e miseráveis, como uma forma de gestão da pobreza, como afirma o autor.
Observa com isso, que ações dessa natureza precisam ser prestadas de
maneira universal, pois estão estampadas de todo jeito linha após linha as normas,
preceitos e legislações, que estes são assegurados em Lei. Salientando que mesmo
25

assim, muitos não são executados como devem, surgindo então alguns
questionamentos na visão de Melo (2017),

Por que não é prestada como manda a Lei? O que falta para isso acontecer
como deve? O difícil nessa questão não é encontrar respostas, mas sim o
culpado, o principal ator, fator responsável no acontecimento dessas
prestações totalmente ao contrário do rege a Lei. (MELO, 2017, p. 26).

Sposati (2011), debatendo sobre essa problemática, argui sabiamente


que “[...] definir como objeto de Assistência Social a pobreza, seria construir uma
política sem resultados alcançáveis, já que ela em si não dá conta de
superar/erradicar a pobreza. [...]. Não é uma profissão ou política social que
efetivará a transformação societária [...]. Nego a Assistência Social como política
que cuida de pobres e necessitados, essa leitura é negação dos direitos”, com a
Saúde e a Previdência Social. (SPOSATI, 2011, p. 42-44).
Verifica-se sobre esse argumento que o serviço voltado à prática social
trata-se de um trabalho que envolve a população como um todo, de forma igual.
Sendo feito dessa maneira justamente para acabar com a ideia de caridade, favor,
amadurecendo a noção de um serviço direcionado ao povo, para o povo.
Lembrando que nenhuma delas isoladamente é capaz de efetuá-la,
precisando assim de órgãos competentes e compromissados a trabalhar em prol da
sociedade, buscando medidas viáveis para uma vida melhor. Desta maneira, Sposati
(2011) sublinha outro aspecto relevante dentro desse contexto, apontando a questão
assistencial da seguinte forma:

[...] a Assistência Social nessa tríade estende o campo da proteção social a


um conjunto de inseguranças sociais geradas pelo ciclo de vida, por
estigmas, discriminações, agressões, como também por todo um universo
de relações para além do indivíduo, postas em relações familiares e em
sociedade. (SPOSATI, 2011, p. 44).

Tal discussão é explicitada na apresentação da PNAS (2004) da seguinte


forma: “A Política Nacional de Assistência Social ora aprovada expressa exatamente
a materialidade do conteúdo da Assistência Social como um pilar do Sistema de
Proteção Social Brasileiro no âmbito da Seguridade Social”. (BRASIL, 2004, p. 11).
Em outro momento discorrendo sobre a política pública de Assistência
Social informa: “A inserção na Seguridade Social aponta, também, para seu caráter
de política de Proteção Social articulada a outras políticas do campo social, voltadas
à garantia de direitos e de condições dignas de vida” (BRASIL, 2004, p. 31).
26

Com isso, verifica-se que todo esse processo de ampliação do intelecto


rumo a implantação e reconhecimento do serviço social no Brasil. Passo esse que
deu um maior suporte ao desenvolvimento e garantia a firmação dos direitos sociais
que deram grandes mudanças nas definições das frentes de ação que
caracterizariam o Sistema de Proteção Social essenciais para vida do cidadão,
sendo eles: Saúde, Previdência e Assistência Social.
Em que cada uma destas garantias e diretos, possuem suas respectivas
atribuições e diretrizes no que desrespeito ao enfrentamento da questão social e na
viabilização do acesso aos direitos do cidadão, tornando-se assim, esta como uma
política pública que significa direito do cidadão e atribuição do Estado.
É relevante, discorrer que a conquista da assistência social como um
direito social, não foi algo fácil ou pronto, mas uma luta que mesmo através de
muitas dificuldades não parou e apesar de passos pequenos continuou a insistir na
busca por medidas capazes de mudar essa página e garantir esse benefício como
um direito ao cidadão.
Descreve-se ainda, que durante esse cenário, observou-se também que a
maior barreira e descaso para a efetivação da assistência como direito foi por parte
do governo em assegurar essa garantia ao cidadão, órgão este que deveria ser o
principal interessado em promover e buscar qualidade de vida ao seu povo, quando
acaba é o primeiro que além de não o fazer, ainda dificulta a ação destes.
Comenta-se ainda, que o descumprimento e violação da lei social e a falta
de respeito aos direitos dos cidadãos, como está previsto no sistema de seguridade
social brasileira. Ressaltando que este assunto sempre apresentou uma relação
contraditória entre os termos e serviços de previdência e assistência social, pois
muitos confundem esses termos/direitos. Divergências essas, que contribuíram de
certa forma, para mudanças no mundo do trabalho, decorrentes do novo padrão
flexível de acumulação que incidem diretamente na configuração da ampliação da
seguridade de direitos do cidadão.
Em continuidade a este assunto, será feito um breve relato das premissas
e dispositivos legais que deram origens a história a transição da assistência social
como direito, visando apresentar as principais manifestações e acontecimentos
durante esse processo de mudança e conquista do serviço social em meio a sua
efetivação e parâmetro legais perante a Constituição Brasileira.
27

3 ASSISTÊNCIA SOCIAL COMO DIREITO

Neste tópico será abordado alguns aspectos históricos com relação a


Assistência Social na Perspectiva como um Direito, bem como seu surgimento,
historicidade, principais movimentos, transformações, características e maiores
dados possíveis de informações contundentes que possam enriquecer e dar
entendimento sobre estes, e nesse cenário serão explanados assuntos bem
relevantes a esse contexto, nos quais serão expostas também fontes de alguns
autores, com o objetivo de dar mais ênfase e sustentabilidade do assunto em pauta.
E nessa perspectiva, sobre a assistência social, discorreram-se também
questões relevantes dessa trajetória e da importância que esse serviço tem para a
vida da sociedade brasileira no que desrespeitos aos direitos destes, tanto social
quanto de uso dele.
Direitos dos quais muitos desconhecem ou não usufrui como rege a lei, se
fazendo assim cabível, não apenas mencionar a prestação desse serviço como algo
existe e obrigatório (em muitas situações) ao acesso cidadão, mas como uma
obrigação do governo com a população, em respeito, valorização e seguridade
destes numa democracia a qual se vive.
Com bases em alguns dados pesquisados, encontraram-se registros
segundo o autor (SILVA, 1995), que falam que a assistência social assumiu novos
contornos após ser inserida, pelo constituinte de 1988, no âmbito da Seguridade
Social. Com isso, o assistencialismo foi reconhecido como uma política pública,
integrando, juntamente com as políticas de saúde e previdência, um sistema de
proteção social. (SILVA, 1995).
Houve um alargamento dos direitos sociais e do campo da proteção social
no país, com a expansão da responsabilidade pública no enfrentamento de
problemas até então deixados sob-responsabilidade da iniciativa privada. Com isso,
o poder constituinte, atento à miséria e à desigualdade existente no país,
reconheceu a assistência como um direito social.
Inserindo-a no bojo da Carta Magna, passando a ser mais um dos direitos
a ser provido pelo estado de bem-estar-social, novo modelo de Estado, oriundo da
Constituição Federal de 1988, que, embora não o tenha previsto expressamente,
inseriu em seus corpos inúmeros direitos sociais que não deixam dúvida de sua
adoção.
28

Afirmação que além de uma grande conquista, segundo trecho contido na


PNAS (2004) se configura ainda, como,

O reconhecimento do princípio da solidariedade no âmbito do Supremo


Tribunal Federal, pautado na ideia de um esforço público em financiar
determinadas necessidades sociais, representou um fortalecimento à
assistência social. A Assistência Social representa o compromisso do
Estado com o atendimento às necessidades e a garantia de direitos aos
cidadãos que demandem sua intervenção. (BRASIL, 2004).

É possível identificar por meio dessas informações, que a luta da


assistência social como um direito foi algo que enfrentou diversos obstáculos para
garantir sua implantação e disponibilidade para servir o cidadão. Mesmo este sendo
um benefício extremamente necessário para o desenvolvimento da sociedade
brasileira no que tange ao usufruto de melhorias e bem-estar dela.
Dessa forma, sabe-se que a política pública de Seguridade Social, está
prevista na Constituição Federal e na Lei Orgânica da Assistência Social - LOAS,
que regulamenta seus objetivos e ações. Buscando de forma abrangente firmar e
propiciar ao cidadão o usufruto dos serviços disponibilizados de acordo com essa lei.
Desde 2004, é referenciada pela Política Nacional de Assistência Social -
PNAS, responsável por orientar sua implantação no território nacional. Com a
implantação do Sistema Único da Assistência - SUAS, passa a atuar segundo níveis
de proteção social, voltados às populações em situação de risco e fragilidade social.
(BRASIL, 2004).
É relevante mencionar, que o foco da assistência social, é direcionado e
totalmente voltado ao amparo aos necessitados, portanto, deve ser devidamente
disponibilizado para o acesso destes. Visando integrá-los à sociedade e ao mercado
de trabalho, principal motivo pelo qual a prestação de serviços assistenciais e a
atuação do Estado nas áreas de educação e emprego devem ocorrer paralelamente
à concessão de benefícios de renda, propiciando aos indivíduos a possibilidade de
conquistarem sua independência financeira e moral do Estado.
Nesse sentido, a assistência social deve reforçar sua atuação na
promoção da integração dos indivíduos ao mercado de trabalho, priorizando a oferta
de serviços sociais, com ênfase na capacitação profissional dos beneficiários,
propiciando a eles condições de alcançarem autonomia, não se verificando grandes
conquistas nesse sentido.
29

Assim, ao mesmo tempo em que a assistência social reduziu a pobreza e


a desigualdade social, tornou milhares de pessoas dependentes do Estado, o que,
sob a ótica de Silva (1995), trouxe complicações no cenário das conquistas, que:

Além de não promover a dignidade da pessoa humana, pode contribuir para


o ócio de pessoas economicamente ativas, e, inclusive, para o aumento do
número de crianças pobres, na medida em que quanto mais filhos, maior o
valor de certos benefícios, devendo, assim, ser melhorada a atuação
governamental nesse aspecto. (SILVA & SILVA, 1995).

Concluindo o presente tópico, pode-se dizer que a inserção da assistência


social na Constituição Federal de 1988 e as medidas adotadas pelo Estado
representaram um avanço para o país, na medida em que retirou da miséria grande
parte da população, reduzindo a desigualdade econômica e social existentes.
Porém, o oferecimento de serviços de qualidade e de cursos de
capacitação, acompanhados de políticas voltadas a melhoria do mercado de
trabalho, devem ser priorizados, a fim de que as pessoas alcancem sua
independência financeira, através do trabalho formal, promovendo-se, assim, o
alcance da dignidade da pessoa humana, através da conquista de seu êxito e
satisfação pessoais.
Acredita-se que a assistência social é uma ferramenta importante no
amparo aos necessitados, devendo ser um primeiro passo a alavancar o indivíduo
para uma vida independente, permitindo seja ele alcançado por outras políticas
públicas, culminando com a sua inserção no mercado de trabalho, subsistindo os
benefícios de renda apenas àquelas cujas condições extremamente fragilizadas não
lhes permitam trabalhar.
E assim, apesar dos grandes avanços e conquistas durante essa
trajetória, entende-se que aos poucos o povo foi tomando espaço, ganhando vez,
conquistando seus direitos, mesmo de forma fragmentada e falha, fazendo valer e
garantindo sua cidadania, bem como seus deveres respaldados em leis para que
pudessem usufruir daquilo que é dignamente seu e para uso de melhorias do ser
social e de uma sociedade mais democrática.
Dando prosseguimento, a seguir fala-se a respeito do Assistencialismo
até a Constituição Federal do ano de 1988 e seus dispositivos legais frente à
seguridade social e suas garantias e avanços dentro do cenário do serviço social em
relação a atribuições e implementações e também de seus principais programas
30

sociais, em que serão destacadas as modificações e assento na perspectiva de sua


efetivação rumo ao sucesso e garantia da referida seguridade.

3.1 DO ASSISTENCIALISMO ATÉ A CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988

Assim sendo, inicia-se discorrendo sobre a profissão do assistente social


no âmbito da assistência social, e sabe-se que esta, não é meramente uma
profissão feita de qualquer forma, mas sim uma profissão que regida em Leis,
diretrizes, normas e outros artigos legislados na Constituição Federal Brasileira, que
fazem dessa profissão algo necessário, de responsabilidade e seriedade.
Segundo “A Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1948”, o
serviço da assistência social é um processo de caráter mundial, e traz uma nova
dimensão de direitos voltados aos cidadãos. Sendo pautados em sua universalidade
e em sua indivisibilidade, baseados em sua totalidade em benefícios e serviços ao
povo por igual. (BRASIL, 1988).
O assistencialismo foi um longo processo que se deu por vários fatores e
que envolveram diversos s, mas que através de muitas dificuldades, obteve-se
algumas grandes e valiosas vitórias até rumo a garantias de direitos, normas e
preceitos baseados e respaldados na Constituição Federal Brasileira.
E hoje é possível perceber que essas conquistas ajudaram e muito na
mudança e realidade do serviço social e de várias outras embutidas nesse âmbito,
porém cabe lembrar que ainda não terminou e que muito ainda precisa ser feito, e é
diante desse pensamento que se inicia este tópico, discorrendo com mais
detalhamento sobre essa trajetória.
Diante do exposto, observa-se que o reconhecimento e ampliação dos
direitos humanos como um bem universal, foi algo decorrente de um processo que
reflete o nível de consciência ética compartilhada pelos Estados-membros, naquele
período, o que possibilitou a formação de um sistema internacional de proteção,
fixando parâmetros protetivos mínimos aos cidadãos e suas necessidades como tal.
No que se refere a Declaração Universal dos Direitos Humanos, esta
compõe também: direitos civis e políticos como a liberdade de expressão (é
importante frisar que na atual realidade, estes são dos diretos sociais mais violados
no Brasil e no mundo), o direito de ir e vir e o direito à vida e direitos econômicos e
31

sociais, os quais geralmente exigem ações do Estado a educação, a cultura, a


habitação, a saúde. (BRASIL, 1988; PIOVESAN, 2003).
A assistencialização da Assistência Social ocorrerá sempre e enquanto a
sociedade não conhecer a fundo os seus princípios, objetivos e eixos
organizacionais, diretrizes e, principalmente, a que se propõe estender por muito
mais tempo e talvez com gravidade maior. Ou até mesmo se não tiver a capacidade
de analisar criticamente o formato dessa política de modo a estar constantemente
criando às condições necessárias para o alcance de sua especificidade.
Em 1993, que a Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS) foi
promulgada, tendo alguns obstáculos a serem superados, tais como a superação da
visão de parte da população da assistência social como benemerência, filantropia,
assistencialismo, o que a desqualificava como política pública, tal como é entendida
hoje. Com vistas a essas transformações, Couto (2006) aponta que:

[...] Outros traços desse período apontam para os poucos investimentos na


área social e ações focalizadas, visto que foi retomada a perspectiva de
canalizar a assistência social para o âmbito do privado e da solidariedade. A
universalidade é substituída por políticas residuais, de critérios clientelistas
(COUTO, 2006, pag. 182).

Frente a isso, se torna plausível reconhecer que há um visível grau de


preocupação da Assistência Social em delimitar o seu campo de ação, na tentativa
de não confundir a sua atuação com as das demais políticas sociais que visam
também garantir a proteção social. Por outro lado, não se pode deixar de reconhecer
que, por diversas vezes, há constatações de serviços ofertados no âmbito de
atuação da Assistência Social que não lhes dizem respeito.
Baseando-se na história sobre assistência social, encontraram-se alguns
dados que discorrem sobre alguns acontecimentos durante o governo Collor,
período esse que Pereira (2000), considera um dos momentos que acentuou o
assistencialismo, o clientelismo e o populismo, sendo rejeitada a concepção de
seguridade social, inserida apenas com a Constituição de 1988. (PEREIRA, 2000).
Assim o que se evidenciava eram o fortalecimento da lógica privatista, a
exportação e importação com a abertura do mercado brasileiro, redução da
intervenção estatal e redução de investimentos, e até mesmo extinção de projetos
sociais voltados a sociedade de modo geral.
32

E assim, apesar dos grandes avanços e conquistas durante essa


trajetória, entende-se que aos poucos o povo foi tomando espaço, ganhando vez,
conquistando seus direitos, mesmo de forma fragmentada e falha, fazendo valer e
garantindo sua cidadania, bem como seus deveres respaldados em leis para que
pudessem usufruir daquilo que é dignamente seu e para uso de melhorias do ser
social e de uma sociedade mais democrática.
Diante dos dados apresentados, é importante endossar que a Proteção
Social é apenas uma das funções da política pública de Assistência Social que
contribui para a extensão da proteção social brasileira, integrando esse conjunto a
Defesa Social e Institucional e a Vigilância Sócia assistencial.
Dando prosseguimento a este capítulo, em que se discorreu a respeito da
Constituição Federal do ano de 1988 e seus dispositivos legais frente a seguridade
social e suas garantias e avanços dentro do cenário do serviço social em relação a
atribuições e implementações, fala-se da Política Nacional de Assistência Social e
os Serviços ofertados na Atualidade.
Em que serão destacados e comentados seus principais programas e
ações sociais, sublinhando ainda algumas de suas modificações e desenvolvimentos
na perspectiva de sua efetivação. Acontecimentos que deram rumo ao sucesso e
garantia da referida política, trazendo uma nova realidade para a vida daqueles que
precisam dos serviços públicos, principalmente àqueles que envolvem saúde e
acessos aos seus direitos de fato.

3.2 POLÍTICA NACIONAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL E OS SERVIÇOS


OFERTADOS NA ATUALIDADE

Para dar início a este tópico, é importante se discorrer de forma sucinta


breves linhas o percurso da política nacional de assistência de social, no qual se tem
que foi instituído, pela Constituição de 1988, em garantia do direito à saúde, à
previdência e à assistência social, considerada fundamental à estabilidade da
sociedade brasileira.
Essa política sofreu diversas modificações ao longo do tempo, em que
algumas destas foram emancipadoras nesse processo de garantia por um serviço de
atendimento em saúde com mais qualidade, processo este que trabalhou em
conjunto num objetivo mútuo de melhorar cada vez mais esse sistema.
33

Através de medidas, o principal papel da política pública social foi ajustar


aperfeiçoar e ampliar esse serviço que é essencial para a vida dos seres humanos.
Dessa forma, destaca-se que essas datas são marcadas por momentos de definição
e conquista de políticas governamentais, expressas em legislações específicas.
Dessa forma, cabe frisar que a Política de Assistência Social é uma
política que junto com as políticas setoriais, que consideram as desigualdades
sócias territoriais como uma prioridade. Visando seu enfrentamento à garantia dos
mínimos sociais, ao provimento de condições para atender à sociedade e à
universalização dos direitos sociais.
Nessa direção essa política traz em um de seus objetivos: “assegurar que
as ações no âmbito da assistência social tenham centralidade na família, e que
garantam a convivência familiar e comunitária”. (BRASIL, 2004). Isso quer dizer que
compreende a família como unidade de atenção primeira e é também no seu
contexto que os indivíduos são considerados. Assim, a velhice, compreendida como
uma fase do ciclo de vida é percebida na relação da pessoa idosa e sua família.
Ressalta-se que o público dessa política são os cidadãos e grupos que se
encontram em situações de risco. Ela significa garantir a todos, que dela
necessitam, e sem contribuição prévia a provisão dessa proteção. A Política de
Assistência Social vai permitir a padronização, melhoria e ampliação dos serviços de
assistência no país, respeitando as diferenças locais.
Diante desse tocante, é relevante comentar que a família também um
fator primordial nesse cenário, pois ela funciona como um alicerce na vida de
qualquer pessoa, onde está exerce um papel de fundamental importância no
processo de identidade do cidadão, bem como no processo de socialização das
crianças, na constituição de referências de afeto e na proteção e cuidado de seus
membros, incluindo a pessoa idosa.
Percebe-se assim, o tamanho e a relevância que a família reflete na vida
de uma pessoa, pois muitos se sentem seguros e acolhidos junto desta. Para isso é
necessário que uma família tenha paciência, carinho, respeito e cuidado com seus
pais, avós ou qualquer pessoa idosa pertencente ou não em sua família.
A Política Nacional de Assistência Social (2004) foi uma importante
ferramenta no processo de fortalecimento e emancipação dos direitos do cidadão
assim como outras bem valiosas nesse âmbito, as vieram regidas e,
34

Aprovada pela Resolução n°. 15, de 15 de outubro de 2004, do Conselho


Nacional de Assistência Social, expressa a materialidade das diretrizes da
LOAS, enquanto a Norma Operacional Básica do Sistema Único da
Assistência Social - NOB/SUAS, aprovada um ano após a PNAS pela
Resolução nº 130, de 15 de julho de 2005, do mesmo Conselho, visa a
implementação e a consolidação do SUAS, modelo de organização da
Assistência Social determinado pela PNAS. (BRASIL, 2004).

Avanços esses essa que visam prover serviços, programas, projetos e


benefícios de proteção social básica e, ou, especial para famílias, indivíduos e
grupos que deles necessitarem; contribuir com a inclusão e a equidade dos usuários
e grupos específicos, ampliando o acesso aos bens e serviços sócios assistenciais
básicos e especiais, em áreas urbana e rural; assegurar que as ações no âmbito da
assistência social tenham centralidade na família, e que garantam a convivência
familiar e comunitária.
A PNAS se configura necessariamente na perspectiva sócio territorial. A
compreensão é a da especificidade regional e da desigualdade incutida nos espaços
onde se inserem os mais de 5.500 municípios brasileiros, prevendo, para tanto,
intervenções nas capilaridades dos territórios. Visa, a partir da intervenção nestes
espaços, o enfrentamento da desigualdade, a garantia dos mínimos sociais, o
provimento de condições para atender contingências sociais e a universalização dos
direitos sociais. (BRASIL, 2004).
Assim sendo, constitui como público usuário da Assistência Social
segundo a PNAS, cidadãos e grupos que se encontram em situações de
vulnerabilidade e riscos, tais como:

[...] famílias e indivíduos com perda ou fragilidade de vínculos de


afetividade, pertencimento e sociabilidade; ciclos de vida; identidades
estigmatizadas em termos étnico, cultural e sexual; desvantagem pessoal
resultante de deficiências; exclusão pela pobreza e, ou, no acesso às
demais políticas públicas; uso de substâncias psicoativas; diferentes formas
de violência advinda do núcleo familiar, grupos e indivíduos; inserção
precária ou não inserção no mercado de trabalho formal e informal;
estratégias e alternativas diferenciadas de sobrevivência que podem
representar risco pessoal e social. (BRASIL, 2004).

O centro de ação da política de assistência social é a família, vista como


elo integrador das ações e como foco de programas específicos para atender essas
famílias. Todos os programas que visam à inserção e à reinserção familiar são
prioritários na política de assistência social, uma vez que estes buscam acolher o
maior número de pessoas possíveis no sentido de inclusão e melhorias na qualidade
de vida destas.
35

Percebe-se com isso, que apesar de termos constitucionais e legislações


que expressam garantias e avanços no sentido do direito social, muitas ações
desenvolvidas, têm-se caracterizado como assistencialistas, ou seja, ações que não
emancipam os usuários, pelo contrário, reforçam sua condição de subalternização
perante os serviços prestados.
Em consonância com o disposto na LOAS, capítulo II, seção I, artigo 4º, a
Política Nacional de Assistência Social rege-se pelos seguintes princípios
democráticos e básicos ao bem-estar das pessoas, com vistas a promover não
apenas assistências no que se refere a benefício social, mas dar oportunidades
maiores em uma possível melhoria no geral para sua vida.
Propiciando a estas um caminho de buscar ajuda e encontrá-la de
maneira benéfica em resgatar vidas e unir cada vez mais as pessoas e promover
cidadania e um melhor o convívio tanto em família quanto em sociedade.
Dito isso, a PNAS (2004) em suas linhas dispõe em seu texto um aparato
relevante que apresente o seguinte:

I – Supremacia do atendimento às necessidades sociais sobre as


exigências de rentabilidade econômica; II – Universalização dos direitos
sociais, a fim de tornar o destinatário da ação assistencial alcançável pelas
demais políticas públicas; III – Respeito à dignidade do cidadão, à sua
autonomia e ao seu direito a benefícios e serviços de qualidade, bem como
à convivência familiar e comunitária, vedando-se qualquer comprovação
vexatória de necessidade; IV – Igualdade de direitos no acesso ao
atendimento, sem discriminação de qualquer natureza, garantindo-se
equivalência às populações urbanas e rurais; V – Divulgação ampla dos
benefícios, serviços, programas e projetos assistenciais, bem como dos
recursos oferecidos pelo Poder Público e dos critérios para sua concessão.
(BRASIL, 2004).

A respeito da promoção de serviços estabelecidos pela Política Nacional


de Assistência Social, compreende-se dentre eles, que todos enfatizam a defesa dos
direitos resguardados ao cidadão, principalmente, em se tratando da universalidade
e igualdade para todos. Cabendo a harmonia entre as esferas governamentais
responsáveis e a sociedade na reivindicação contínua no usufruto desses serviços
para que sejam prestados em acordo com suas necessidades e a devida efetividade
que prescreve a Lei.
Em continuação, cita-se algumas das diretrizes da Assistência Social,
baseadas nas seguintes premissas da Constituição Federal de 1988 e na LOAS,
36

I - Descentralização político-administrativa, cabendo à coordenação e as


normas gerais à esfera federal e a coordenação e execução dos respectivos
programas às esferas estadual e municipal, bem como a entidades
beneficentes e de assistência social, garantindo o comando único das ações
em cada esfera de governo, respeitando-se as diferenças e as
características sócias territoriais locais; II – Participação da população, por
meio de organizações representativas, na formulação das políticas e no
controle das ações em todos os níveis; III – Primazia da responsabilidade do
Estado na condução da Política de Assistência Social em cada esfera de
governo; IV – Centralidade na família para concepção e implementação dos
benefícios, serviços, programas e projetos. (LOAS, 2006).

Diante das diretrizes descritas, salienta-se que as mesmas, na garantia e


responsabilidades, grifam as esferas governamentais juntamente da população, a
qual precisa buscar e reivindicar a disposição dos serviços existentes pelos
programas sociais e a melhoria destes. Uma vez que a participação assídua da
sociedade, torna-se crucial para efetividade dos referentes serviços.
Em conluio torna público a todo usuário da Política de Assistência Social
medidas que oportunizam aos:

Cidadãos e grupos que se encontram em situações de vulnerabilidade e


riscos, famílias e indivíduos com perda ou fragilidade de vínculos de
afetividade, pertencimento e sociabilidade; ciclos de vida; identidades
estigmatizadas em termos étnicos, culturais e sexuais desvantagem pessoal
resultante de deficiências; exclusão pela pobreza e, ou, no acesso às
demais políticas públicas; uso de substâncias psicoativas; diferentes formas
de violência advinda do núcleo familiar, grupos e indivíduos; inserção
precária ou não inserção no mercado de trabalho formal e informal;
estratégias e alternativas diferenciadas de sobrevivência que podem
representar risco pessoal e social. (LOAS, 2006).

Outro grande e importante fator visto diante nessa concepção, foi a


intensa participação popular em busca pela garantia dos direitos sociais enquanto
pessoas e influência que estas têm perante as esferas governamentais de um país.
Pena que muitos desconhecem ou esquecem o poder que tem sobre toda e
qualquer esfera governamental, pois estas são fundamentais na mudança de
qualquer país.
Sabe perfeitamente que é através destas muitos chegam a governar,
mesmo que um determinado tempo, e é exatamente por fazer valer esse poder que
devem buscar e exigir os direitos necessários para ter uma vida digna e um lugar
melhor para se viver.
Com relação ao debate dos aparatos contido na Constituição Federal, fica
evidente que existem diversos elementos que foram bem relevantes para alavancar
37

e garantir de forma positiva a efetivação no processo do serviço social no Brasil,


bem como em acentuar e defender seus direitos e deveres dispostos em Leis, por
tanto, obrigatórios no âmbito dessa profissão e da ação de seus profissionais quanto
à prestação de seus serviços a sociedade de modo geral.
Em seguida será discorrido sobre outra grande conquista em prol do
cidadão, que foi a firmação e garantia do serviço social e a política de assistência
social, com vistas a proteção e atendimento integral a família.
Processo este, que visa também ao atendimento direcionado às famílias
de modo a cuidar e prestar um serviço voltado não somente em assistir essas
famílias, mas em promover ações relevantes para a proteção desta e garantir seus
vínculos familiares em busca de fortalecer e manter estes sempre unidos.

3.3 SERVIÇO SOCIAL E A POLÍTICA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL

Nesta etapa será explanado alguns assuntos acerca de alguns peculiares


no cenário do serviço social juntamente a política de assistência social brasileira. Em
que se pretende dessa forma, discorrer a respeito da importância desses dois
elementos para o acompanhamento e apoio de muitas pessoas, pois estes além de
propiciar um trabalho totalmente direcionado a cuidar das pessoas como um todo
em prol de resgate e acolhimento destas.
Ao se fazer um resgate na historicidade do Serviço Social e da Política
Nacional de Assistência Social, é necessário rebuscar informações baseadas em
autores e outras fontes de pesquisa para enaltecer tal resgate. E assim, encontrou-
se alguns dados relevantes para expor um pouco desse assunto, e assim sendo,
será discorrido inicialmente sobre a aprovação da PNAS, que foi algo de suam
importância e mudança na história do Serviço Social brasileiro.
A Constituição Federal de 1988 inaugura um novo paradigma para
Assistência Social, apontando para o seu status de política pública de proteção
social, no campo da Seguridade, compondo junto a Saúde e a Previdência, o tripé
da Seguridade Social brasileira. Logo, é reconhecida enquanto direito social e dever
do Estado na sua garantia. (LOAS, 1993, p. 03).
A Assistência Social foi regulamentada somente em 1993, através Lei
Orgânica da Assistência Social – LOAS, e define a Assistência Social como direito
do cidadão e dever do Estado, enquanto política de seguridade social não
38

contributiva, que provê os mínimos sociais, realizada através de um conjunto


integrado de ações de iniciativa pública, para garantir o atendimento às
necessidades básicas. (LOAS, 1993, p. 03).
A política de Assistência Social tem como objetivos a proteção à família, à
maternidade, à infância e à velhice, o amparo às crianças e adolescentes carentes;
a promoção e integração ao mercado de trabalho, a habilitação e reabilitação das
pessoas portadoras de deficiências e a promoção de sua integração à vida
comunitária. A Assistência Social consiste em um sistema que tem na sua
centralidade a proteção social. Organiza-se através de eixos estruturantes
distribuídos da seguinte forma:

Centralidade sócia familiar, descentralização e territorialização que são as


novas bases de relação entre Estado e sociedade civil – participação do
usuário e controle social. Os programas e serviços organizam-se por níveis
de proteção: básica e especial, de média e alta complexidade, através de
respectivos centros de referência: Centro de Referência de Assistência
Social – CRAS e Centro de Referência Especializada de Assistência Social -
CREAS (BRASIL, 2005).

A partir de 2004, a PNAS se constituiu em um novo marco regulatório


apontando para a conformação do Sistema Único de Assistência Social- SUAS,
sendo este, implantado em 2005. Esse processo é produto da construção coletiva de
municípios e Estados, bem como de diferentes atores da Assistência Social, e com
marcante presença dos profissionais assistentes sociais. (BRASIL, 2005).
Nessa perspectiva, a intervenção profissional na Política de Assistência
Social não pode ter como horizonte somente a execução das atividades arroladas
nos documentos institucionais, sob o risco de limitar suas atividades à gestão da
pobreza, ou sob a ótica da individualização das situações sociais, mas sim no intuito
de abordar a questão social a partir de um viés moralizante e ligada diretamente no
coletivo com o objeto principal de acolher, incluir e resgatar famílias/sociedades.
Das quais se normatizam como padrões e regras que precisam e devem
ser respeitadas nos serviços, na qualidade do atendimento aso usuário de modo
geral, aos indicadores de avaliação, resultados e a nomenclatura dos serviços e da
rede sócio assistencial.
Sendo esta encontrada somente duas vezes, uma na LOAS e outra única
vez na PNAS, a saber:
39

A construção do direito da Assistência Social é recente na história do Brasil.


O grande marco é a Constituição de 1988, chamada de Constituição
Cidadã, que confere, pela primeira vez, a condição de política pública à
assistência social, constituindo, no mesmo nível da saúde e previdência
social, o tripé da seguridade social que ainda se encontra em construção no
país. (LOAS, 1993, p. 04).

Conseguiu-se inferir que a expressão tem relação com os direitos social.


Frente ao desafio de enfrentar a questão social, a descentralização permitiu o
desenvolvimento de formas inovadoras e criativas na sua implementação, gestão,
monitoramento, avaliação e informação. No entanto, a compreensão de que a
gestão democrática vai muito além de inovação gerencial ou de novas tecnologias é
bastante limitada neste país. A centralização ainda é uma marca a ser superada.
(BRASIL, 2004, p.14).
Mediante o exposto, o qual explanou sobre o Serviço Social e a PNAS na
disponibilidade de serviços sob olhar da assistência e políticas públicas, a seguir
fala-se a respeito do idoso e seus direitos falando das redes de proteção perante a
Constituição Brasileira.
Sendo esta, a carta magna que rege e opera todos os dispositivos legais
com vistas à garantia dos bens e serviços que devem ser ofertados a população
idosa brasileira buscando e provendo uma melhor qualidade de vida para essa
camada da sociedade.

3.4 O IDOSO E A GARANTIA DE DIREITOS

Com relação à garantia de direitos dos idosos, sabe-se que estes são
primordiais para a vida das pessoas idosas e para a efetivação de inúmeros serviços
voltados para essa faixa etária, assim como para a cobrança e respeito para com os
mesmos. Esses direitos também garantem a disponibilização de serviços e cuidados
visando à necessidade do idoso, e ainda defesa na questão a respeito de cumprir e
se fazer cumprir a prática desses serviços a quem precisa e buscá-los.
Não há dúvida de que o envelhecimento populacional na atualidade é
uma variável muito importante para o estabelecimento de prioridades capazes de
assegurar o bem-estar de toda a humanidade nas próximas décadas. Inicialmente
realidade em larga escala apenas nos países desenvolvidos, o envelhecimento
40

populacional hoje é uma realidade também nos países em desenvolvimento, os


quais reunidos possuem mais de 1/3 da população mundial. (IBGE, 2012)
Se antes as famílias possuíam uma estrutura capaz de acomodar aqueles
que por conta da idade não conseguiam mais desempenhar regularmente atividade
produtivas, com os novos papeis impostos aos entes da família, especialmente as
mulheres, os velhos perderam a garantia de acomodação certa no seio familiar.
Assim, a criação do Estatuto do Idoso Nº 10.741 de 01 de outubro de
2003, obteve-se um grande salto no que diz respeito à implementação de políticas
sociais e a garantia jurídica de cumprimentos dos direitos fundamentais do idoso.
Assim, as garantias de direitos da pessoa idosa foram firmadas e estabelecidas no
Estatuto do Idoso e sancionado pelo:

Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, em 01 de outubro de


2003, porém, publicada no Diário Oficial da União dois dias depois,
garantindo e ampliando os direitos dos brasileiros com mais de 60
(sessenta) anos, mais abrangente que a Política Nacional do Idoso, que
considera os mais velhos como prioridade absoluta e institui penas
aplicáveis a quem desrespeitar ou abandonar cidadãos idosos. (BRASIL,
2003).

O Estatuto do Idoso foi fruto da organização e mobilização dos


aposentados, pensionistas e idosos vinculados à Confederação Brasileira dos
Aposentados e Pensionistas (COBAP), resultado de uma grande conquista para a
população idosa e para a sociedade.
Esse documento é uma das formas de garantia de realização da
cidadania, e vêm para asseverar a participação de forma efetiva de uma parcela
cada vez mais significativa do povo brasileiro (os idosos), se utilizando de entidades
representativas, os conselhos, etc. Por garantia em lei, segundo o Estatuto (2003),

O idoso possui direito à liberdade, à dignidade, à integridade, à educação, à


saúde, a um meio ambiente de qualidade, entre outros direitos fundamentais
(individuais, sociais, difusos e coletivos), cabendo ao Estado, à Sociedade e
à família a responsabilidade pela proteção e garantia desses direitos.
(BRASIL, 1988; COBAP, 2003).

O Estatuto do Idoso tem como objetivo promover a inclusão social e


garantir os direitos desses cidadãos uma vez que essa parcela da população
brasileira se encontra desprotegida, desrespeitada, em alguns casos maltratados e
abandonados, apesar de as estatísticas indicarem a importância de políticas
41

públicas devido ao cada vez maior número de pessoas com mais de 60 anos no
Brasil. (BRASIL, 2003).
Cabe registrar, que assim como todos possuem seus direitos defendidos
e garantidos pela lei, o cidadão possui também seus deveres, o que sobre cai nas
obrigações também dos idosos. E assim, mediante o disposto contido nesse
Estatuto (2003), existem alguns pontos que merecem destaque, em que se apontam
os principais, que são eles:

Art. 1º - É instituído o Estatuto do Idoso, destinado a regular os direitos


assegurados às pessoas com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos;
Art. 2º - O idoso goza de todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa
humana, sem prejuízo da proteção integral de que trata esta Lei,
assegurando-lhe, por lei ou por outros meios, todas as oportunidades e
facilidades, para preservação de sua saúde física e mental e seu
aperfeiçoamento moral, intelectual, espiritual e social, em condições de
liberdade e dignidade (...) (BRASIL, 2003).

Adiante, está exposto o Art. 3º - É obrigação da família, da comunidade,


da sociedade e do Poder Público assegurar ao idoso, com absoluta prioridade, a
efetivação do direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, à cultura, ao
esporte, ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à liberdade, à dignidade, ao respeito e à
convivência familiar e comunitária.
Seguido do Art. 4º - Nenhum idoso será objeto de qualquer tipo de
negligência, discriminação, violência, crueldade ou opressão, e todo atentado aos
seus direitos, por ação ou omissão, será punido na forma da lei. (BRASIL, 2003).
Em alguns casos, as pessoas que não cumprirem as normas
estabelecidas no Estatuto do Idoso poderão chegar a ser punidos e responder
penalmente por esse ato. Sendo assim, está prescrito na Constituição as seguintes
penalidades para quem desrespeitar ou não cumprir com as normas de defesa
regidas no Estatuto do Idoso: Deixar de prestar assistência ao idoso sem justa causa
(detenção de seis meses a um ano); abandoná-lo em hospitais, casas de saúde ou
abrigos (detenção de seis meses a três anos e multa). (BRASIL, 2003).
Coagir o idoso a doar, contratar, deixar em testamento ou outorgar
procuração (reclusão de dois a cinco anos); reter cartão magnético de conta
bancária de idoso com o objetivo de receber pensão, aposentadoria ou qualquer
outro benefício (detenção de seis meses a dois anos e multa); exibir, em qualquer
meio de comunicação, informações ou imagens depreciativas ou injuriosas do idoso
(detenção de um a três anos e multa). (BRASIL, 2003).
42

Aponta-se, que uma das formas de assegurar tais direitos e garantias é


conhecer e utilizar o Direito Penal como instrumento apto proteger o bem jurídico
tutelado, impondo sanções punitivas aos que desrespeitam a norma. O disposto a
seguir, discorre sobre a garantia do idoso as redes de serviços públicos e de sua
importância na vida deste, sendo eles:

VIII – garantia de acesso à rede de serviços de saúde e de assistência


social local, segundo o disposto no Estatuto do Idoso em seu parágrafo
único, a garantia de prioridade compreende: I – Atendimento preferencial
imediato e individualizado junto aos órgãos públicos e privados prestadores
de serviços à população; II – Preferência na formulação e na execução de
políticas sociais públicas específicas; III – destinação privilegiada de
recursos públicos nas áreas relacionadas com a proteção ao idoso; IV –
Viabilização de formas alternativas de participação, ocupação e convívio do
idoso com as demais gerações; V – Priorização do atendimento do idoso
por sua própria família, em detrimento do atendimento asilar, exceto dos
que não a possuam ou careçam de condições de manutenção da própria
sobrevivência; VI – capacitação e reciclagem dos recursos humanos nas
áreas de geriatria e gerontologia e na prestação de serviços aos idosos; VII
– estabelecimento de mecanismos que favoreçam a divulgação de
informações de caráter educativo sobre os aspectos biopsicossociais de
envelhecimento. (BRASIL, 2003).

No que se refere aos Direitos Fundamentais, no Capítulo I, que segue o


Direito à Vida, está descrito aos seguintes artigos: Art. 8º O envelhecimento é um
direito personalíssimo e a sua proteção um direito social, nos termos desta Lei e da
legislação vigente; Art. 9º É obrigação do Estado, garantir à pessoa idosa a proteção
à vida e à saúde, mediante efetivação de políticas sociais públicas que permitam um
envelhecimento saudável e em condições de dignidade. (BRASIL, 2003).
No Capítulo II, do Direito à Liberdade, ao Respeito e à Dignidade, tem-se
o Art. 10, que dispõe sobre a obrigação do Estado e da sociedade, assegurar à
pessoa idosa a liberdade, o respeito e a dignidade, como pessoa humana e sujeito
de direitos civis, políticos, individuais e sociais, garantidos na Constituição e nas leis.
(BRASIL, 2003).
Entre outras coisas, além do direito de prioridade, o estatuto garante
também: a distribuição gratuita de próteses; o direito ao transporte coletivo público
gratuito e reservas de 10% dos assentos; nos transportes coletivos estaduais, a
reserva de duas vagas gratuitas para idosos com renda igual oi inferior a dois
salários mínimos. (BRASIL, 2003).
Assim, encontra-se disposto no Art. 40, inciso II do Estatuto do Idoso
consta que o idoso terá no valor das passagens desconto de 50% no mínimo,
43

quando se excederem as vagas gratuitas destinadas a estes, tendo a mesma renda


inferior a dois salários-mínimos (BRASIL, 2005).
O referido Estatuto ressalta que nenhum idoso seja objeto de negligência,
discriminação, violência, crueldade e opressão. Eles devem possuir prioridade em
relação a processos, procedimentos e também execução de atos e diligências
judiciais, bem como 50% de descontos em atividades como cultura, esporte e lazer.
Há também a garantia de reserva de 3% de unidades residenciais nos programas
habitacionais públicos (BRASIL, 2005).
O Estatuto do idoso, de iniciativa do projeto de Lei nº 3.561 de 1997, foi
fruto da organização e mobilização dos aposentados, pensionistas e idosos
vinculados à Confederação Brasileira dos Aposentados e Pensionistas (COBAP),
resultado de grande conquista para a população idosa e para a sociedade no que
tange ao firmamento em lei e segurança de seus benefícios.
Foi instituída na Câmara Federal, no ano de 2000, uma comissão especial
para tratar das questões relacionadas ao Estatuto do Idoso, destinar e regular os
direitos assegurados às pessoas considerando-se a idade cronológica igual ou
superior a 60 e dispor de seus direitos fundamentais e de cidadania, bem como a
assistência judiciária.
Segundo o Estatuto, deve-se ter a preocupação com a execução dos
direitos pelas entidades de atendimento que o promovem, também assistindo sua
vigilância e defesa, por meio das instituições públicas. Essa política de direitos em
prol da firmação e cumprimento do estatuto vem sendo implementada no Brasil de
maneira gradativa, pois o aumento acelerado da população idosa torna cada vez
mais fundamental a união de esforços para a prática de políticas públicas voltadas a
este segmento populacional, assim como a conscientização dos seus direitos e
espaços a serem conquistados.
Com o objetivo de assegurar os direitos da pessoa idosa, a Secretaria
Especial dos Direitos da Presidência da República realiza um trabalho essencial na
divulgação do Estatuto e na implementação de suas ações em parceria com os
Estados e Municípios.
O estatuto do idoso insere a participação de parcela significativa do povo
brasileiro com ênfase no público idoso, por intermédio de entidades representativas,
os conselhos, que por sua vez, seguindo a Lei nº 8842, de 4 de janeiro de 1994
prescrita de acordo com o art. 7° do Estatuto, têm por objetivo deliberar sobre
44

políticas públicas, controlar ações de atendimento, além de zelar pelo cumprimento


dos direitos do idoso. (BRASIL, 2005)
O idoso assim como qualquer outra parte da população brasileira,
conforme expresso na Constituição Federal, fazendo a leitura das palavras de
Bonavides (2010, p. 70), ele possui os mesmos direitos de caráter universais de:

Á liberdade, à dignidade, à integridade, à educação, à saúde, a um


ambiente de qualidade, entre outros direitos fundamentais (individuais,
sociais, difusos e coletivos), cabendo ao Estado, à sociedade e à família a
responsabilidade pela proteção, cumprimento, respeito e garantia desses
direitos. Tendo em mente não apenas o dever de cumprir algo imposto pela
lei, mas agir de livre e espontânea vontade, de fazer e querer fazer o bem,
de ajudar seu próximo e de praticar e semear coisas boas.

Em prosseguimento ao disposto acima, pode-se afirmar que o cerne do


Estatuto está nas normas gerais que referem sobre a “proteção integral”, onde a
natureza essência encontra-se no artigo 2º, quando estabelece a sucessão de
direitos do idoso e visualiza sua condição como ser constituído de corpo, mente e
espírito, já prevê a preservação de seu bem-estar físico, mental e espiritual, e
identifica existência de instrumentos que assegurem seu bem-estar.
E assim, de acordo com a leitura do artigo 2° do Estatuto do Idoso, este
tem e goza dos seguintes direitos:

[...] Art. 2º - O idoso goza de todos os direitos fundamentais inerentes à


pessoa humana, sem prejuízo da proteção integral de que trata esta Lei,
assegurando-se lhe, por lei e por outros meios, todas as oportunidades e
facilidades, para a preservação de sua saúde, em condições de liberdade e
dignidade. (BRASIL, 2003).

Dessa forma, fazendo uma alusão com os preceitos contidos dentro de


uma cultura jurídica, existem casos que as leis valem mais que a Constituição,
quando na verdade o racional seria o contrário, frente a isto, elaborou-se o Estatuto
do Idoso sob a Lei 10.741/03, que visa contribuir para mais um amplo conhecimento
e respeito dos direitos e garantias fundamentais dos idosos. Sendo composto por
118 artigos, traz novidades almejadas há tempos pela sociedade civil, como,

O sistema de cotas de 3% das moradias construídas com recursos federais


para facilitar o acesso à moradia condigna ao idoso; salário mínimo mensal
aos cidadãos com mais de 65 anos de idade; dois anos a menos que os 67
anos completos exigidos pela Lei Orgânica da Assistência Social; garantia
de reajuste do benefício sempre que o salário-mínimo for reajustado, sem,
entretanto, a ele vincular-se, pois consta de proibição constitucional.
(BRASIL, 2005)
45

Esta ainda abraça em seu texto a determinação da adequação das


empresas prestadoras de serviço para abrigar pelo menos 20% do seu quadro com
pessoas de 45 anos, a obrigação do poder público de fornecer medicamentos e
instrumentos de reabilitação e tratamento, a vedação dos reajustes discriminatórios
em razão da mudança de faixa etária pelos planos de saúde, além de prever a
gratuidade no uso de transportes coletivos, dentre muitas outras novidades que
pretendem beneficiar os idosos. (BRASIL, 2005).
O Estatuto, não irá eliminar instantaneamente todas as discriminações e
violências praticadas contra os idosos, mas apresenta-se como mais uma
ferramenta viabilizadora e importante de um processo voltado à construção de um
espaço onde a dignidade da pessoa ocupe um espaço de eminência.
E apesar da Constituição de 1988, determinar que o respeito à pessoa
humana deva ser a principal conduta das autoridades e dos cidadãos, a grande
maioria da população continua abandonada, privada dos seus direitos fundamentais.
Ficando constatado o desrespeito ao cidadão e as leis que regulamentam a
Constituição, portanto obrigatórias, e que por isso precisam e devem ser cumpridas.
O Estatuto do Idoso é uma ferramenta de conquista e ampliação de
direitos, haja vista que, as carências e os sofrimentos dos idosos começam na
velhice e se perpetuam até sua morte. O idoso sofrido e agitado é, na maioria das
vezes, resultado de uma infância abandonada, de uma adolescência desprezada, de
vida adulta marcada pelo desemprego estrutural, fruto de uma sociedade capitalista,
e muitas vezes, resultado de uma família sem consciência, que o maltrata.
Sujeito esse protagonista que tanto já fez e lutou em prol do alicerce para
manter uma família e seu sustento até chegar aonde chegou, e que passa por uma
situação de desrespeito e desvalorização tanto como pessoa tida a algum tempo
como herói, até essa fase da vida que é a velhice.
Como já citado, esse documento contempla as pessoas com mais de 60
anos e afirma que estas têm direito à vida, à liberdade, ao respeito e à dignidade,
dos alimentos, cultura, e lazer, da profissionalização e do trabalho, da Previdência,
da assistência, da habitação e do transporte, mas é válido ressaltar que só o
Estatuto não é suficiente para garantir concretamente esses direitos.
Se os idosos não tiverem consciência dos direitos existentes, as
autoridades e os demais cidadãos devem agir no sentido de firmá-los, pois sem isso,
de nada adiantará todo o esforço para elaboração e vigilância deles. Sabe-se que as
46

medidas de proteção também são insuficientes para garantir que os idosos não mais
serão vítimas de violência, contudo, se constituem em previsão importante para
evitar qualquer tipo de abuso.
O papel do Ministério Público inscrito de forma tão clara no Estatuto do
Idoso representa um avanço importante na luta pela afirmação da dignidade da
pessoa, mas não o suficiente se o Poder Judiciário não se comprometer com esse
processo, inclusive por meio de criação de Varas especializadas para atendimento
das demandas dos idosos.
Destaca-se também o atendimento preferencial no Sistema Único de
Saúde (SUS), que disponibiliza ao cidadão o benefício de:

Distribuição de remédios gratuitamente aos idosos, principalmente os de


uso continuado como, por exemplo, hipertensão, diabetes e outros, devendo
esses, ser gratuitos, assim como a assistência e oferta de próteses e
órteses. Perante essas garantias, percebe-se que o governo dispõe e
distribui alguns desses itens necessários para auxiliar os idosos, porém,
cabe destacar que muitos desses órgãos desviam as verbas que vêm
destinadas inteiramente para esse fim, prejudicando a quem de fato precisa
desse benefício e favorecendo pessoas gananciosas e sem consciência.
(BRASIL, 1990).

Diante disso, observa-se outro descaso e desrespeito às leis que


favorecem a pessoa idosa, com as prioridades que assistem essa parte da
população, como é o caso dos planos de saúde, que não podem reajustar as
mensalidades de acordo com o critério da idade, mas que muitas vezes o fazem
sem se preocupar com as consequências judiciais.
Segundo as normas contidas no Estatuto, o idoso internado ou em
observação em qualquer unidade de saúde tem direito a acompanhamento, por
tempo determinado pelo profissional de saúde que o atende e prioridade na questão
de diagnóstico e/ou resultados com relação a esse atendimento, visando atender as
necessidades emergências que esse paciente precisar.
Na realidade, sabe-se que não é bem assim que esse procedimento
acontece, e mesmo esse princípio estando explícito na Constituição juntamente de
suas punições, no caso de descumprimento legal desses direitos, essas normas
são, uma vez ou outra, camufladas e desrespeitadas por essas instituições privadas
de planos de saúde, bem como as inúmeras instituições públicas.
Disto isto, pode-se perceber claramente o predomínio da falta de
compromisso e respeito com o cidadão tanto por parte dos setores responsáveis
47

quanto das pessoas que compõem esses ambientes direcionados a prestar serviços
para a sociedade.
Há aquelas que se comprometem a criar, estabelecer, buscar e garantir
as leis cabíveis aos direitos essenciais à vida do ser humano e, no entanto, não se
incubem em enaltecer tais leis no sentido de criar também métodos preventivos com
o intuito de assegurar de fato o cumprimento dos mesmos através de fiscalizações
rotineiras e rigorosas com vistas à obrigatoriedade desses dispostos.
Mediante o exposto, dá-se continuidade discorrendo a respeito dos
benefícios e cuidados com o idoso e seus direitos falando das redes de proteção ao
idoso perante a Constituição Brasileira do ano de 1988. Sendo esta, a carta magna
que rege e opera todos os dispositivos legais com vistas à garantia dos bens e
serviços que devem ser ofertados a população idosa brasileira buscando e provendo
uma melhor qualidade de vida para essa camada da sociedade. Outro caso de
imprudência que acontece frequentemente é:

A questão do atendimento prioritário e outra questão que também gera uma


série de problemas que é o tempo previsto para a carência de muitos
planos, que oferecem uma coisa, mas na hora da algumas emergências e
outros procedimentos mais urgentes, colocam um monte de imposições, e
inúmeras dificuldades burocráticas para não o fazer, e que na maioria das
vezes, acabam não fazendo e ficam por isso mesmo, apesar das inúmeras
divulgações na mídia, reportagens frisando essa questão direta nos jornais,
essas práticas continuam existindo. (MELO, 2017, p. 49).

E pior que isso, é o peso da justiça que apesar de ser focada nesse
problema, em alguns casos, nada é resolvido com sentido de uma mudança por
completo, existem situações, que se ajusta aqui mexe dali e logo adiante surge outra
brecha para continuarem essa prática em distorcer o direito do cidadão e o respeito
ao mesmo e ao cumprimento da Constituição Federal.
Segundo as normas contidas no Estatuto, o idoso internado ou em
observação em qualquer unidade de saúde tem direito a acompanhamento, por
tempo determinado pelo profissional de saúde que o atende e prioridade na questão
de diagnóstico e/ou resultados com relação a esse atendimento, visando atender as
necessidades emergências que esse paciente precisar.
Disto isto, pode se perceber claramente o predomínio da falta de
compromisso e respeito com o cidadão tanto por parte dos setores responsáveis
quanto das pessoas que compõem esses ambientes direcionados a prestar serviços
para a sociedade.
48

Existem ainda aquelas que se comprometem a criar, estabelecer, buscar


e garantir as leis cabíveis aos direitos essenciais à vida do ser humana e, no
entanto, não se incubem em enaltecer tais leis no sentido criar também métodos
preventivos com o intuito de assegurar de fato o cumprimento de tais através de
fiscalizações rotineiras e rigorosas com vistas a obrigatoriedade desses dispostos.
Em consonância ao exposto, será apresentada em seguida
caracterização do objeto de estudo, em que serão caracterizados e destacados os
principais pontos a respeito da temática desta pesquisa. Buscando assim,
demonstrar as conceituações de alguns programas sociais, suas atribuições,
especiações e demais preceitos estabelecidos com vistas a garantir a efetivação do
trabalho dos serviços social e da atuação profissional nas instituições e na prestação
de serviços à população brasileira.
49

4 CARACTERIZAÇÃO DO OBJETO DE ESTUDO

Antes de discorrer sobre a caracterização do objeto de pesquisa deste


trabalho, é importante conhecer primeiro, algumas preliminares e detalhes que
fazem respaldo ao disposto no tema que é o serviço e atendimento ao idoso no
CRAS do município de Viana-Ma.
Dessa forma fazem necessário arrolar algumas informações prescritas no
estatuto do idoso com o objetivo de expor para uma compreensão melhor do
assunto no que desrespeito a essa questão em que se fala na seguridade e garantia
dos direitos do idoso perante a lei nos estabelecimentos diversos, principalmente na
área da saúde e assistência social, não esquecendo sua relevância para sua vida.
Para dar continuidade a este tópico, é importante discorrer um pouco
acerca dos aspectos conceituais do CRAS, em que está necessariamente vinculado
ao funcionamento de um serviço financiado ou não pelo Governo Federal.
Reconhece-se, portanto, ser atribuição exclusiva do poder público, o trabalho social
com famílias, sendo esta a identidade que deve ser expressa no espaço físico do
CRAS que deve ser uma empresa ampla, bem estruturada e organizada.
Local este, em que se obtiveram informações bem restritas acerca de
seus funcionamento e trabalho executado por esse programa, porém como o
assunto é muito abrangente, procurou-se destacar os pontos mais importantes e
relevantes no que tange o tema e os demais tópicos desta pesquisa.
Para isso, buscou-se destacar os pontos mais importantes desse assunto
para o desenvolvimento desse capítulo para prestar mais entendimento sobre este.
Sendo relevante destacar a principal Lei que assegura os direitos e prestação de
serviços ao publico com mais de 60 anos.
Sendo assim, aponta-se o Estatuto do idoso No Brasil, uma iniciativa do
Projeto de lei nº 3.561 de 1997 e de autoria do então deputado federal Paulo Paim,
onde, após sete anos tramitando no Congresso,

Foi aprovado em setembro de 2003 e sancionado pelo Presidente da


República no dia 01 de outubro de 2003, ampliando assim, nele rege os
direitos fundamentais e de cidadania, bem como a assistência judiciária que
são “[...] assegurados às pessoas com idade igual ou superior a 60
(sessenta) anos.” (BRASIL, 1988; COBAP, 2003).
50

Em consonância, reforça-se que além de cumprir e respeitar o disposto


nas leis de proteção ao idoso sendo essencial o acompanhamento, cuidados da
família na vida deste, os familiares e/ou amigos precisam motivar o idoso para sair
de casa e ter algum tipo de vida social, dar uma pequena caminhada ou até
inscrever-se num centro de convívio para idosos, como por exemplo, o CRAS.
Sempre que puder, a família também deve estar presente para fazer
companhia ao idoso, pois a companhia física, o carinho e uma boa conversa é o
melhor presente que pode dar a um idoso que, com a sua experiência de vida, tem
sempre histórias para contar. Além disso, é importante manter o idoso a par das
notícias do seu círculo pessoal e até do mundo, para que não sintam que estão a ser
esquecidos ou excluídos do convívio familiar e social.
Com relação à caracterização do objeto de estudo, em se tratando dos
serviços do CRAS de modo amplo, é que o CRAS é uma unidade pública
estatal responsável pela organização e oferta de serviços de proteção social
básica do Sistema Único de Assistência Social - SUAS. Realiza trabalho social, de
caráter continuado com famílias, no sentido de fortalecer a função protetiva das
famílias, prevenir a ruptura dos seus vínculos, promover acesso e usufruto de
direitos e contribuir na melhoria de sua qualidade de vida.
Junto do CRAS, a Política Nacional do Idoso sob a Lei nº 8842/1994, tem
como objetivo assegurar a ele seus direitos sociais, criando condições para
promover sua autonomia, integração e participação efetiva na sociedade. Com vistas
a isso, reconhece a questão da velhice como prioritária no contexto das políticas
sociais e dessa forma, propõe criar condições para promover a longevidade com
qualidades de vida, colocando em prática ações voltadas não apenas para os que
estão velhos, mas para aqueles que vão envelhecer. Nenhum idoso poderá ser
objeto de negligência, discriminação, violência, crueldade e opressão.
Quanto aos serviços prestados à população idosa no Centro de
Referência de Assistência Social – CRAS de Viana, mediante algumas pesquisas,
teve-se os seguintes dados e levantamento de informações,

Soube-se que realizam trabalho com grupos de convivência e fortalecimento


de vínculos para idosos, e que nesses espaços, os idosos convivem, trocam
experiências e aprendem sobre seus direitos garantidos. Verificou-se ainda,
que serviço oferecido no CRAS de Viana tem caráter preventivo e o grupo
conta com o apoio de apenas de dois assistentes sociais. (MELO, 2016, p.
55).
51

Levantaram-se também informações que revelam alguns problemas no


atendimento, existem alguns serviços deixam muito a desejar, pois em alguns tipos
de serviços prestados são bem diferentes dos oferecido no planejamento do CRAS e
na falta de recursos financeiros de modo geral.
O que se observou tanto para pagar os funcionários em dias, quanto para
comprar equipamentos internos, ampliação do espaço físico e material adequado
para certos serviços, como por exemplo, veículos apropriados para atendimento,
visita e locomoção de usuários, aumentam de efetivo, pois são poucos os
profissionais que trabalham nesse setor do CRAS e outros, dos quais serão
discorridos no tópico que segue.
Em frios ao que foi discorrido neste item, argumenta-se que para algumas
pessoas mesmo em tempos modernos, na sociedade, ser velho significa, na maioria
das vezes, é estar excluído de vários lugares públicos, sociais e não ter mais
serventia para nada, afirma-se que tal pensamento e atitude são totalmente errados
e merecem uma reciclagem perante tal atitude, pois idade ou qualquer outro tipo de
característica física ou material, não faz de ninguém melhor ou pior do que ninguém.
Mediante o discorrido sobre o atendimento, direitos, cuidados e respeito
do idoso, serão abordados em seguida alguns pontos importantes acerca do
contexto histórico desse programa instalado no município de Viana-ma. Em que
serão destacados os principais fatores que contribuíram para esse acontecimento e
que com certeza darão continuidade nessa caminhada para muitas outras
conquistas na busca por programas sociais que possam melhorar cada vez mais a
vida do cidadão vianense.

4.1 HISTÓRICO DO CRAS DE VIANA – MA

Para um melhor aprofundamento do assunto em pauta, serão explanadas


algumas caraterísticas do CRAS do município de Viana, bem como sua localidade e
também um pouco de seu funcionamento e demais características físicas e internas
desse estabelecimento, em qual será discorrido sucintamente no parágrafo abaixo
com objetivo de expor melhor um pouco o lugar onde foi feita a pesquisa.
O Centro de Referência do município de Viana foi implantado mais ou
menos no ano de 2013, e fica localizado na Avenida do Aeroporto, s/n – Campo
Novo, CEP: 65.215-000. Seu funcionamento e atendimento ao público é de segunda
52

a sexta-feira, das 08h00minh às 12h00minh no turno da manhã e das 14:00h às


17:00h turno da tarde.
O CRAS de Viana é uma unidade de proteção básica do Sistema Único
de Assistência Social - SUAS, que tem por objetivo prevenir a ocorrência de
situações de vulnerabilidade e risco sociais, por meio do desenvolvimento de
potencialidades e aquisições, do fortalecimento de vínculos familiares e
comunitários, e da ampliação do acesso aos direitos de cidadania.
É importante frisar que esse programa se caracteriza como principal porta
de entrada do SUAS, que tem por objetivo prevenir a ocorrência de situações de
fragilidade e risco sociais, por meio do desenvolvimento de potencialidades e
aquisições, do fortalecimento de vínculos familiares e comunitários, e da ampliação
do acesso aos direitos de cidadania. Buscando garantir o maior acesso das famílias
ao Sistema, uma vez que se localiza mais próximo à população usuária dos Serviços
da Assistência Social. O qual deve agir de maneira abrangente, trabalhar de forma
interdisciplinar e praticar sempre atividades que possam acolher o máximo de
pessoas, famílias possíveis. (BRASIL, 2005).
Quanto ao espaço físico, o prédio do CRAS está dividido e atualmente
estruturado da seguinte forma:

Prédio próprio e conta com 04 salas para o trabalho interno e atendimento


diversos de pacientes/usuários, dividido em: 01 sala de recepção, 01 sala
de atendimento psicossocial (local em que também são guardados os
arquivos dos usuários), 01 sala específica para assistente social e
administrativo, 01 auditório, e um espaço que agrega a 01 copa, 01 cozinha
de apoio, 02 banheiros, um masculino e um feminino. (MELO, 2017, p 57).

Ainda acerca da caracterização do CRAS de Viana, sublinha-se que o


principal serviço de atendimento ao idoso nessa unidade, é o Serviço de
Convivência e Fortalecimento de Vínculos para Idosos. O qual, de acordo com a
Tipificação Nacional de Serviços Sócios assistenciais (CNAS n.º 109/2009),

É um Serviço da Proteção Social Básica que tem por foco o


desenvolvimento de atividades que contribuam no processo de
envelhecimento saudável, no desenvolvimento da autonomia e de
sociabilidades, no fortalecimento dos vínculos familiares e do convívio
comunitário e na prevenção de situações de risco social. (BRASIL, 2009).

Com relação aos serviços e demais atividades que compõem o CFVI, no


geral, segundo o CNAS (2009), destaca-se que seus objetivos se configuram em:
53

Contribuir para um processo de envelhecimento ativo, saudável e


autônomo; assegurar espaço de encontro para os idosos e encontros
intergeracionais de modo a promover a sua convivência familiar e
comunitária; detectar necessidades e motivações e desenvolver
potencialidades e capacidades para novos projetos de vida; propiciar
vivências que valorizam as experiências e que estimulem e potencializem a
condição de escolher e decidir. Isso contribuirá para o desenvolvimento da
autonomia social dos usuários.

No segmento desses objetivos, a Resolução CNAS n.º 109/2009) define


os usuários para este Serviço, os idosos com idade igual ou superior a 60 anos, em
situação de vulnerabilidade social, dos quais enfatiza:

Idosos beneficiários do Benefício de Prestação Continuada; Idosos de


famílias beneficiárias de programas de transferência de renda; idosos com
vivências de isolamento por ausência de acesso a serviços e oportunidades
de convívio familiar e comunitário e cujas necessidades, interesses e
disponibilidade indiquem a inclusão no serviço. (BRASIL, 2009).

Dos serviços no CRAS do município, enumera-se a composição de sua


equipe técnica formada pelos seguintes profissionais:

Um psicólogo, 02 (dois) assistentes sociais, Advogado, fisioterapeuta, 01


(uma) coordenadora (pedagoga), 01 (um) agente administrativo 01 (uma)
recepcionista, AOSD e 02 (dois) Vigias. Comenta-se que destes
profissionais, apenas a AOSD e o vigia são concursados, os demais são
todos contratados e de cargos comissionados. Os serviços realizados no
grupo CRAS do município de Viana são Serviços de Convivência e
fortalecimento de vínculo para idosos; Serviço de Convivência e
fortalecimento de vínculo para gestantes, Convivência e fortalecimento de
vínculo para crianças e adolescentes e distribuição de cestas básicas para
as famílias carentes. (MELO, 2017, p 58).

Quanto aos serviços especializados e voltados para os idosos, os


serviços oferecidos e prestados são: Atendimento psicossocial, acompanhamento
com fisioterapeuta, que desenvolve atividades físicas e orientação aos idosos como
por exemplos cuidados a serem tomados como medida de prevenção e exercícios
diários para as mesmas palestras com nutricionistas, enfermeiros e com assistentes
sociais do programa e do INSS.
Momento este, que explicam alguns assuntos relevantes como seus
benefícios, direitos e deveres e aposentadoria, BPC e a parceria com desse órgão
com a Secretaria Municipal de Saúde, de Educação e com a Secretaria da Mulher. O
número de idosos cadastrados no CRAS atualmente é de apenas 30 idosos.
Durante a pesquisa de dados materiais, conforme citados acima, foi
notório a falta de manutenção de muitos equipamentos, pois alguns se encontram
54

danificados (pintura arranhada, e alguns quebrados), existe também falta de


inovação tecnológica de outros instrumentos de trabalho (rede de computadores e
material de escritório, como por exemplo, fichas/armários adequados para
fichas/cadastros de usuários de forma mais prática).
Com relação ao espaço físico, este ainda é pequeno diante da demanda
de usuários, poucos veículos para os serviços de rua, faltam de equipamentos
essenciais como mais cadeiras de roda para locomover pessoas com necessidades
especiais, funcionário especializado para ajudar tais usuários (cadeirantes),
climatização meio precária, entre outros.
Falhas e deficiências como estas, dificultam totalmente o bom andamento
dos serviços prestados à população, e acredita-se no que se refere a equipamento e
materiais de uso interno/externo de prestação de serviços, que muitos nem existem,
não pode se afirmar com mais veracidade, por que infelizmente não se teve acesso
a uma pesquisa mais profunda.
Na realidade, o acesso a esta quase nem aconteceu, e os dados e fontes
aqui exposto, foram baseados em sucintas informações prestadas por alguns
usuários e funcionários de forma muito vaga e totalmente restritas, voltadas mais no
conhecimento cotidiano que se tem desse estabelecimento.
Percebeu-se também, o acúmulo das funções gerenciais e sociais
assistenciais por parte dos assistentes sociais (reduzido), em que estes são
coordenadores do serviço e operacionais também, a ausência de profissionais no
quadro técnico é grande, o que gera sobrecarga de trabalho pela ausência de
contratação de mais profissionais em todo o quadro, como pedagogos, técnicos
administrativos, psicólogos, educadores sociais e assistentes sociais.
Outro fator observado se dá pela incompreensão do espaço do
planejamento (como já citado) e da gestão dos serviços, programas e projetos
sociais como campo próprio do exercício profissional e treinamento de pessoal, que
reforçassem o ideário de que se refere em um melhor atendimento direto aos
usuários, e também ampliação e melhoria no campo que identifica a intervenção
profissional do assistente social e suas devidas necessidades para executar suas
atividades com êxito.
Com base nisso, verifica-se que o aumento da expectativa de vida do
brasileiro representa um grande desafio e isso tanto para os governos bem como
para a sociedade de modo geral. Sendo assim, de suma importância um programa
55

das políticas públicas e a efetiva garantia dos direitos sociais da pessoa idosa,
certamente de acordo com os parâmetros legais:

Assegurará um envelhecimento saudável e com dignidade. Assim sendo, a


inclusão das pessoas idosas na sociedade implica que lhes sejam dadas
condições de utilizar plenamente os ambientes, objetos e serviços
necessários à sua existência, com autonomia, independência e segurança.
(BRASIL, 2003).

Dessa forma, seria viável e de grande aceitação da população, a


implantação de um projeto urgente voltado para a população idosa vianense, e que
nesse projeto fosse inserido e trabalhado os o máximo de possibilidades de serviços
com os seguintes objetivos:

Proporcionar aos idosos, atividades que possibilitem a convivência, tendo


em vista a troca de experiências; Estimular a participação do idoso
desenvolvendo atividades educativas, culturais e recreativas; Desenvolver
atividades que proporcionem valorização pessoal e melhoria da autoestima;
Estimular ações que reforçam a visão dos idosos enquanto cidadãos ativos;
Investir em prevenção para redução das incapacidades e potencializa o
envelhecimento ativo (...)(BRASIL, 2003).

Despertar a consciência do grupo para os benefícios gerados pela adesão


das atividades desenvolvidas; identifica a problemática enfrentada pelos idosos por
meio de atendimento individualizado; envolver demais membros familiares tendo em
vista proporcionar compreensão do processo de envelhecimento; aumentar aspectos
cognitivos que compreendem em: atenção, coordenação, memória e percepção.
E por último, mas não menos importante, promover a integração com a
comunidade. As atividades como: dança, esporte, folclore, viagens, sala de
musculação, atividades corporais, apresentação de dramatizações e paródias,
seriam também ações bem propícias e integradoras nesse projeto.
Mediante as informações acima, verificou-se que nesse âmbito de
serviços existem diversas deficiências como, por exemplo, espaço físico, que é
muito pequeno para a extensão das demandas, quadro de funcionários bem restrito,
falta de capacitação profissional com relação ao atendimento primário das pessoas
idosas que buscam informações sobre o programa e demais assuntos e falta de
mais profissionais formados por área de atuação.
Faltam também equipes para fazer o trabalho de rua como exemplo, as
visitas a quem tem dificuldade de locomoção, equipamentos mais modernos e
adequados para essa clientela, a qual é bem delicada e requerem muito cuidado,
56

recursos materiais para dispor de tantos serviços necessários para execução de


inúmeras atividades tantos internos quanto externos e assim por diante, que precisa
de um pouco mais de atenção e um compromisso para se obtiver mudanças.
Após o conteúdo explanado neste item, com vistas a um melhor
aprofundamento do assunto em questão que se trata das dificuldades e avanços
enfrentados pelo serviço social, se faz necessário discorrer de outro assunto
também importante na contribuição e concretização desses elementos envolvidos na
trajetória do serviço social e suas atribuições e procedimentos.
E este fala a respeito dos desafios e avanços da atuação profissional, em
que serão explanados alguns aspectos importantes com relação a uma análise feita
a partir dos entrevistados nos programas sociais do CRAS que trabalham com os
idosos vianenses. Assim sendo, será enfatizado os pontos crucias que deram
origem e desenvolvimento desses benefícios sócias, assim como sua criação e
disponibilização e acesso a sociedade brasileira

4.2 ANÁLISE DOS RESULTADOS

No que se refere aos avanços e desafios da atuação profissional do


assistente social no tocante do trabalho prestado ao idoso no município de Viana, a
princípio, como na maioria de outros lugares se dá pela falta de compromisso e
respeito dos gestores e setores/órgãos responsáveis da esfera municipal. Atitudes
estas peculiares e vertentes na baixada maranhense.
O que muitas vezes provem tanto do governo estadual quanto federal, e
assim vão se redistribuindo, tomando rumos diferentes e graves pelos demais
setores até chegar as comunidades locais e municipais, totalmente defasados e
escassos, ficando assim a prestação desse serviço a desejar em muitos aspectos.
Com base nas informações e nos dados levantados durante esta
pesquisa, obteve-se como diagnóstico um grande índice de insatisfação da
população vianense e demais usuários do programa do CRAS direcionado ao idoso.
Dessa forma, foram elaborados dois questionários como roteiro para a entrevista
realizada, uma para o corpo de funcionários da parte de atendimento e serviços aos
idosos e outros para os usuários desses serviços, bem como de seus familiares.
Ressalta-se, que mesmo sendo essas entrevistas direcionadas
especificamente a esses dois grupos referentes ao CRAS, pode se perceber
57

também, que tal problema afeta uma boa parte de outros membros da sociedade,
por que muitas vezes, existem casos que quando afetam um, acabam de certa
foram se esticando um pouco mais, e envolvendo outras pessoas também.
Os desafios existentes na atuação profissional do assistente social
existente no município de Viana são muitos, ao contrário dos avanços, que são bem
poucos e ainda cheios de falhas. Diante disso, o que se verifica é uma grande
omissão por parte do órgão/setor responsável por tais melhorias, principalmente da
gestão municipal/estadual de Viana e da certa forma do maranhão em si.
E para se fazer uma análise dessa situação, torna-se viável, evidenciar
alguns levantamentos feitos durante a referida pesquisa em comparado com os
aparatos legais, bem como regras e normas regidas na Cartilhas de serviços do
CRAS e estabelecidos pela Constituição Federal, ao qual se denunciados, talvez
tivessem algumas mudanças e/ou adequações necessárias para a execução de
serviços desses programas como devem de fato ser.
E assim sendo, foram entrevistadas 23 pessoas, sendo apenas 05
profissionais contratados do CRAS, 15 usuários cadastrados e 03 pessoas não
usuárias. O número de entrevistas foi delimitado pelo critério de acessibilidade e
pelo fato de muitos se negarem a dar qualquer tipo de entrevista, seja ela formal ou
informal. As entrevistas foram simples, feitas apenas a título de práxis e também
com o objetivo de se obter informações internas desse estabelecimento e dos
serviços prestados por ele a população.
Além disso, é importante salientar, que tais benefícios são de grande
relevância a população idosa vianense e não somente a estes, mas a diversos
outros usuários e demais faixas etárias. Isto em virtude dos serviços oferecidos pelo
CRAS darem assistência a toda população em vários eixos e áreas que visam
proporcionar melhorias a ela.
Cabe destacar também, a importância para a reavaliação das políticas
públicas sociais no que se refere a gestão responsável enquanto espaço do
exercício profissional, ainda é um tema novo no debate da profissão, mesmo que na
história do serviço social, profissionais já tenham transitado por estes espaços e de
outra forma, mas sempre direcionados a ações sociais na vida das pessoas.
Com a aplicação da entrevista pôde se ter uma noção mais acentuada de
como o trabalho do CRAS vem sendo executado. Assim, a primeira pergunta
58

baseou-se em conhecer os serviços dessa unidade, em que se perguntou: 1) Quais


os serviços ofertados no CRAS de Viana aos idosos?

Atualmente o CRAS municipal conta com os serviços básicos de


Atendimento psicossocial, acompanhamento com fisioterapeuta, palestras
com nutricionistas, enfermeiros e com assistentes sociais do programa e do
INSS. (ENTREVISTADO).

Sobre a qualidade desses serviços a questão selecionada que melhor


caracteriza essa informação, foi: 3) Esses serviços atendem as necessidades
procuradas em sua totalidade ou apenas parcialmente? se obteve-se de modo geral,
a seguinte resposta:

Tanto por parte dos funcionários quanto do outro público de entrevistados,


as informações foram muitas vagas e muitas omissas, em que estes
descreveram apenas os aspectos físicos do prédio e matérias de uso,
falaram também da falta e importância do trabalho em equipe que
praticamente não existe nesse ambiente (ENTREVISTADO).

Nota-se diante dessa resposta que apesar dos esforços profissionais


existentes e dos serviços que, de modo geral, compõem o programa em si, o
atendimento precisa ser melhorado, comentário que pode ser observado no gráfico
abaixo:

Gráfico 01 – Do atendimento do CRAS

Fonte: Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) Viana.


59

Enfatiza-se que o trabalho em equipe e a interdisciplinaridade na área


social, assim como nas demais áreas é essencial para o bom andamento de
qualquer ambiente e organização e no processo de inovação destes, em que a
horizontalidade nas relações começa a constituir o cotidiano do trabalho.
Ainda dos profissionais e principiais serviços ofertados ao público lançou-
se a seguinte pergunta: Quais são os profissionais que participam das atividades de
grupo de idosos?

Em resposta verificou-se que dentre as atividades essenciais como:


Imunizações, atividade física, hábitos alimentares saudáveis, saúde bucal,
saúde mental e diagnóstico e tratamento do alcoolismo, até o momento não
existem os serviços de imunização e diagnóstico e tratamento do
alcoolismo. (ENTREVISTADO).

No que se refere aos demais entrevistados, observou-se índice de


sentimento variados entre reclamações, satisfações, insatisfações e também
aqueles que não se manifestaram. Isto no que tange aos serviços prestados pelo
CRAS de Viana, dos quais não estão relacionados somente com base nos dados
obtidos por parte dos idosos cadastrados no programa, mas nas famílias destes e
demais cidadãos não que tem acesso a esses serviços.
Fatos que ocorrem em virtude de uns não conseguirem o benefício,
outros por não se enquadrarem nos pré-requisitos e alguns por não existir o tipo de
serviço para atender sua necessidade, o retrato a seguir mostra essa descrição.

Gráfico 02 – Prestação de Serviços


60

Fonte: Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) Viana.


Existem ainda aqueles que não conseguem ter acesso ao benefício por
falta de profissional devidamente capacitado para tal função, ou pelo quadro de
funcionários serem bem restrito. Frisa-se que o município atualmente conta com
uma demanda bem extensa de usuários.
Diante do exposto, verifica-se que os desafios até o momento são muitos,
principalmente referente a falta de recursos para comprar equipamento adequado
para o trabalho feito com os idosos. Quanto aos demais materiais de uso interno em
si e estrutura física maior se faz necessário para acomodar e poder atender de
maneira mais acessível os usuários desse programa.
Seria também essencial a compra ou aluguel de mais veículos, de porte
maior e mais adequado para uso e para locomoções em segurança das pessoas
que ali se encontram cadastradas. Nesta relação abaixo o gráfico demonstra que a
maior reclamação foi a disponibilização de veículo próprio do CRAS, contrato de
mais profissionais e a grande demanda de usuários.

Gráfico 03 – Dos usuários

Fonte: Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) Viana.


61

Quanto aos avanços percebe-se que estes são bem poucos, ou melhor,
dizendo, quase nada, pois o avanço em questão, foi a implantação dos serviços de
atendimento voltado ao idoso no CRAS do município de Viana que antes não existia.
Mas no que tange a adequações e melhorias, não se vê muita coisa,
apenas o básico, e o que muitos argumentam ser necessário para a execução e
prestação desses serviços à população usuária desse programa seria a ampliação
de mais serviços e profissionais, porém sem muita expectativa no alcance ou avanço
de fato dos itens citados.
Deste modo, a proposta deste trabalho foi discorrer sobre a importância
da intervenção do assistente social no grupo de convivência do idoso ofertado no
Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) de Viana, visando conhecer,
problematizar e interpretar o exercício profissional neste campo. Neste processo de
congruência, ressaltam-se alguns argumentos que se consideram importantes para
o debate, haja vista ser este um dos papéis essenciais da pesquisa.
Seguindo nesse contexto, sabe-se bem que, com relação aos avanços,
foram bem poucos os resultados destes, podendo explanar sobre avanço da
atuação do profissional de assistência social apenas o fato da disponibilidade dos
serviços destes oferecido pela Secretaria de Assistência Social Municipal.
Com ênfase, frisa-se que o trabalho prestado pelo CRAS de Viana, são
oferecidos de forma ainda restrita e, de certa forma, precários, no que tange a
questão de equipamentos e disposição de materiais para a prática desse serviço
com mais êxito, qualidade e satisfação.
Em se tratando dos desafios existentes no desenvolvimento do trabalho e
atuação destes profissionais, são muitos, e o primeiro deles é que antes da data de
fundação do CRAS municipal,

Até o ano de 2012, não existia nenhuma instituição municipal que prestasse
serviço social em Viana, outro desafio bem grande é o contingente humano
de profissionais de serviço social para atuarem nessa área, que além de
serem poucos, são apenas contratados pela gestão atual, que se não tiver
um concurso público para efetivação desses profissionais, além de não
conseguirem seguir/fazer um plano de cargos e carreiras, provavelmente a
cada vez que mudar de gestão municipal, mudará o quadro de funcionários
de todos os serviços locais existente no município. (CRAS – Viana).

Tal ação dificulta não apenas o trabalho e atuação dos assistentes sociais
e suas atividades, as de certa forma, quebrar, atrapalhar a continuidade de um
serviço prestado por um assistente atual e suas metodologias para dar início ao
62

trabalho de outro, talvez que atue de outra maneira, o que vai atrapalhar com
certeza a aceitação deste outro assistente vindo da gestão nova e também no
vinculo já criado com o usuário e profissional já existente.
Outro problema qualificado como desafio nessa atuação é falta de
recursos financeiros, que interfere na deficiência do atendimento de muitos usuários
pela questão de materiais e recursos suficientes e adequados para a execução de
alguns serviços, dos quais o programa tem e vem verbas para isso, mas não são
disponibilizadas para fazê-los.
O que prejudica tanto os trabalhos do assistente social quanto a oferta de
serviços desse programa a população que necessita destes. Destaca-se ainda, a
existência perpetua de uma gestão pública que continua com seus ranços históricos
de patrimonialismo e do monopólio, cabível ao poderio e permanência de setores
tradicionais na esfera pública, consolidando cada dia mais a estrutura de dominação,
o desrespeito dos direitos do cidadão, a desvalorização profissional, a falta de
compromisso de muitos deles e a como díade da população.
São muitos os desafios encontrados em Viana, dos quais não apenas
nesta área de atuação, mas em diversas outras, ou em quase todas. Sendo mais um
deste dado como fator prejudicial na atuação do assistente social, é o quadro de
profissionais dessa área que é bem reduzido, problema este que dificulta um
trabalho com bons resultados.
Outro fator encontrado também é o espaço físico, que apesar de se tratar
de assunto à parte, influi totalmente no trabalho destes como rege o disposto desse
programa, portanto cabendo destacar como um desafio também nessa atuação.
No qual atrapalha e dificulta a oferta e demanda desses serviços, que
além de ser pequeno, não oferece um acesso de qualidade aos usuários, isto
referente a divisão do prédio no que se refere as salas para certos serviços e
atendimentos específicos, principalmente para pessoas com necessidades
especiais, exemplo cadeirantes, idosos e deficientes físicos e outros.
Então diante deste cenário, percebe-se que os avanços na atuação dos
assistentes sociais foram bem poucos, ficando estes apenas no fato de já existir
uma instituição municipal com esse serviço e a outra é na atuação desses
profissionais, mesmo de que de maneira ainda pequena e restrita, até mesmo por
que tal serviço apesar de muitos conhecerem por alto ou apenas pela mídia, é algo
63

que muitos não acreditavam ser disponibilizado no município de Viana e muito


menos chegar a ser usufruído pela população idosa vianense.
Quanto aos desafios, assim como outras localidades, são bem grandes, e
na maioria dos casos, ocorrem devido à falta de compromisso do governo,
principalmente por parte de interesse da gestão municipal de um determinado
lugar/cidade. E para essa realidade mude em Viana, como primeiro passo já foi
dado, o qual foi a prestação desses serviços, resta agora o povo exercer e fazer
valer seus direitos como democracia e lutar, reivindicar pela execução de um
concurso público com vagas suficientes para suprir as demandas do município e
para o cargo especifico na área de Serviço Social.
No levantamento dos resultados, chega-se a última e uma das
importantes etapas deste trabalho, trata-se da conclusão, em que serão expostos os
pontos de vistas e uma análise total de tudo que foi apresentado nesta pesquisa.
Tendo como principal objetivo, expor as informações que contribuíram
para o desenvolvimento e conhecimento adquirido durante esta pesquisa. Assim
sendo, será feito de forma sucinta uma síntese com o objetivo de expor o
entendimento de tudo foi abordado e também para findar o presente o capítulo.
64

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

No geral, o maior objetivo do trabalho, foi buscar e expor informações do


serviço social em si, com ênfase na atuação do assistente social no que desrespeito
aos serviços prestados aos idosos no CRAS do município de Viana e assim então
poder compreender melhor o significado e a importância do trabalho e atuação do
assistente social na vida de um ser humano e as sociedades como um todo.
Dessa forma, durante a realização da entrevista foram levantadas várias
informações acerca dos Serviço de Conivência e Fortalecimento do Idoso prestados
nessa unidade. Assim como de outros consoantes na área, as quais também
puderam dar suporte e maior embasamento para o tema discorrido e em todo
desenvolvimento do assunto e na transmissão de conhecimento.
Na discussão dos resultados após as perguntas lançadas sobre o CRAS
e do serviço voltado ao idoso, percebeu-se que o programa em Viana teve poucos
avanços no que tange a inovação e equipamentos, e que muitos dos profissionais
dessa área, no caso serviço social, já aderiram ao conceito ampliado desse âmbito e
não apenas como profissional, mas como cidadão que vê e sente na pele as
necessidades que a população enfrenta para conseguir tal benefício, principalmente
os idosos vianenses.
Embora outros ainda continuem com o foco centrado no modelo
assistencial tradicional e puramente majoritário, ou ainda, apenas exercer um cargo
em prol de seu salário e pronto, existem ainda pessoas de bom coração e que têm
consciência de que hoje são esses usuários amanhã poderão ou serão eles próprios
a enfrentarem tal situação e precisarem de tal benefício.
Sendo assim, num outro aspecto, no qual se refere aos resultados
obtidos, acredita-se que o trabalho feito no CRAS de Viana, seja uma importante
iniciativa e algo ainda novo na realidade do município e que enfrenta muitas
dificuldades em toda sua estrutura, tanto física quanto no corpo de funcionário e
serviços existente nessa área, porém, o profissional da área social precisa ter perfil
persistente, inovador e estar comprometido com a comunidade e com seu trabalho.
Para isto, sugere-se que essas práticas se iniciem ainda que difíceis por
mobilização do povo juntamente do governo, ou da junção da população e
profissionais da área direcionando ao governo, num incentivo de bem comum a
todos para despertar, desde cedo, o interesse pela nova concepção no trabalho
65

social com o foco na promoção do bem-estar social das pessoas, na integração,


direitos humanos assistidos e na educação transformadora para a sociedade.
Assim, ao longo da pesquisa observou-se que algures dos maiores
desafios enfrentados no CRAS de Viana, isto dentro dos resultados obtidos quanto
ao trabalho do assistente social e das demandas postas ao lidar com os idosos,
estão relacionados a atuação profissional, isto por falta de um número necessário a
suprir o atendimento. Precisando da contratação de mais pessoas na categoria e de
outras especialidades, sem contar da disponibilidade de um quadro para cobrir os
trabalhos externos que, praticamente, não tem até o presente momento.
Notou-se que a existência de outros fatores negativos, e isso não só
nesse setor, mas em diversos outros, onde as possibilidades de mudanças são
poucas. E sabe-se que muitos são grandes os aspectos que interferem no cotidiano
de trabalho desses profissionais e na oferta de serviços do CRAS, como por
exemplo, as relações de poder, o clientelismo, a falta de recursos materiais, falta de
interesse políticos e humanos, dentre outros.
O profissional do serviço social precisa ser empenhado com a
comunidade, demonstrando atenção, dedicação, ouvindo e ajudando a melhorar sua
qualidade de vida de maneira humanizada. Além disso, é urgente propor às
autoridades que invistam mais nas políticas públicas sociais existentes, incentivando
a sua melhoria com intuito de estimular os profissionais na prática a desenvolver um
trabalho digno de cidadania, fazendo com que os usuários aumentem a confiança e
a sua participação nos serviços oferecidos pelo CRAS do município.
Mediante o exposto, o que pode se dizer é que o assistente social, ainda
que difícil precise ter compromisso e profissionalismo e deste modo com todo seu
aporte criar diferentes formas de articulação para promover a participação da
população na luta pela mudança da comunidade vianense, é preciso que neste
caminho encontre profissionais que estejam na mesma sintonia e busca democrática
66

REFERÊNCIAS

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Brasil. Brasília, 2003.
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Esboço de uma interpretação histórico-metodológica. São Paulo, Cortez, 2006.
CIVITA, Victor. Grande Dicionário Larousse Cultural da Língua Portuguesa. São
Paulo: Ed. Nova Cultural, 1999.
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Brasileira: uma equação possível? São Paulo: Cortez, 2006.
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1999 (Coleção Primeira Passos).
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históricas, teóricas e ético políticas, Debate CRESS-CE nº 6- Fortaleza: 1997.
IANNI, Octavio. A ideia de Brasil moderno. 2ª Ed. São Paulo: Ed. Brasiliense,
1991.
MARTINELLI, Lúcia Maria. SERVIÇO SOCIAL: Identidade e alienação. 13. Ed.-
São Paulo: Cortez, 2001.
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67

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Assistência Social – PNAS. Brasília, 2004.
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Básica: NOB/SUAS. Brasília, jul. 2005.
MONTAÑO, Carlos. Terceiro Setor e Questão Social: crítica ao padrão
emergente de intervenção social. 4º ed. São Paulo: Cortez, 2006.
NETTO, J. P. Ditadura e Serviço Social. São Paulo, Cortez: 2001.
PEREIRA, Potyara Amazoneida. Necessidades Humanas, Subsídios à crítica dos
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mediações para seu debate da “era” Lula da Silva. In: Serviço Social e
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YASBEK, Maria Carmelita. Pobreza no Brasil Contemporâneo e formas de seu
enfrentamento. In: Serviço Social e Sociedade, São Paulo, n.110, 2009.
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http://acibp.blogspot.com.br/2012/01/penalidades-para-quem-infringir-o
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APÊNDICES
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Quadro Sinóptico da Entrevista CRAS Viana


Público Perguntas Respostas
Atendimento psicossocial,
acompanhamento com
1) Quais os serviços
fisioterapeuta, palestras com
ofertados no CRAS de
nutricionistas, enfermeiros e
Viana aos idosos?
com assistentes sociais do
programa e do INSS.
2) Em média qual o
número de idosos atendidos Em média 10 pessoas por dia
diariamente no CRAS?
3) Esses serviços
atendem as necessidades
procuradas em sua Parcial
totalidade ou apenas
Profissionais do
parcialmente?
CRAS
4) Como a equipe lida Atende mesmo tendo excedido
com o excesso deste tipo de a sua capacidade e agenda
demanda? atendimento para outra data
5) Quais ações são Atividade física; promoção de
desenvolvidas no CRAS no hábitos alimentares saudáveis;
cuidado aos idosos? saúde bucal e mental.
6) Quais são os
profissionais que participam Assistente Social; Educador
das atividades de grupo de Físico; nutricionista e psicólogo
idosos?
7) Os profissionais dessa
unidade realizam cuidado Sim, periodicamente.
domiciliar aos idosos?
8) Os serviços prestados
pelo CRAS estão sendo Parcialmente
satisfatórios?
9) Quais as maiores A maioria respondeu que são a
dificuldades encontradas no falta de vagas no atendimento
USUÁRIOS atendimento do CRAS? devido à grande demanda
E/OU
FAMILIARES 10) Em sua opinião por
Desinteresse do governo
que esses problemas
municipal e estadual.
acontecem?
11) O que poderia ser feito Na maioria dizem que é preciso
para melhorar o mais profissionais e mais
atendimento de idoso no serviços
70

CRAS?
QUESTIONÁRIO APLICADO NO CRAS (CENTRO DE REFERÊNCIA DE
ASSISTÊNCIA SOCIAL) DE VIANA/MA

PERGUNTAS INTERNAS (CRAS):

1) Quais os serviços ofertados no CRAS de Viana aos idosos?

R: Atendimento psicossocial, acompanhamento com fisioterapeuta, palestras com


nutricionistas, enfermeiros e com assistentes sociais do programa e do INSS.

2) Em média qual o número de idosos atendidos diariamente no CRAS?

(X) 10 ( ) 20 ( ) 30 ( ) mais de 30 ( ) NSR

3) Esses serviços atendem as necessidades procuradas em sua totalidade ou


apenas parcialmente?

( ) Total (X) Parcial ( ) NSR

4) Como a equipe lida com o excesso deste tipo de demanda?

a) Atende mesmo tendo excedido a sua capacidade: (0) Não (X) Sim (0) NSR
b) Agenda atendimento para outra data? (0) Não (X) Sim (0) NSR
c) Orienta o paciente procurar outro serviço de saúde?(0) Não ( ) Sim (X) NSR
d) Outro ( ) Qual? _________________________________________________

5) Quais ações são desenvolvidas no CRAS no cuidado aos idosos?

a) Imunizações (0) Não (0) Sim (X) NSR


b) Promoção da atividade física (0) Não (X) Sim (0) NSR
c) Promoção de hábitos alimentares saudáveis (0) Não (X) Sim (0) NSR
d) Promoção da saúde bucal (0) Não (X) Sim (0) NSR
e) Promoção da saúde mental (0) Não (X) Sim (0) NSR
f) Diagnóstico e tratamento do alcoolismo (X) Não (0) Sim (0) NSR

6) Quais são os profissionais que participam das atividades de grupo de idosos?

a) Assistente Social (0) Não (X) Sim (0) NSR


b) Educador Físico (0) Não (X) Sim (0) NSR
c) Enfermeiro (0) Não (0) Sim (X) NSR
d) Médico Clínico Geral ou de Família (0) Não (0) Sim (X) NSR
e) Médico Psiquiatra (0) Não (0) Sim (X) NSR
f) Nutricionista (0) Não (X) Sim (0) NSR
g) Odontólogo (0) Não (0) Sim (X) NSR
h) Psicólogo (0) Não (X) Sim (0) NSR
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i) Outro ( ) Qual? _________________________________________________


7 Os profissionais dessa unidade realizam cuidado domiciliar aos idosos?

(0) Não (X) Sim (0) NSR

ENTREVISTA FEITA COM USUÁRIOS E/OU FAMILIARES

8 Os serviços prestados pelo CRAS estão sendo satisfatórios?

( ) Não ( ) Sim (X) Parcialmente ( ) NSR

9 Quais as maiores dificuldades encontradas no atendimento do CRAS?

(5) Falta de material (3) Profissionais (9) Vagas 4) Serviços

10 Em sua opinião por que esses problemas acontecem?

(3) Descaso (10) Governo (5) Profissionais (3) Verbas

11 O que poderia ser feito para melhorar o atendimento de idoso no CRAS?

(6) Mais profissionais (4) Mais recursos (5) Fiscalização (6) Mais serviços

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