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Processo Civil II

O processo é instrumento de atuação do Direito material

A partir de uma pretensão ajuizada, o Estado dá início ao processo Civil

Novo CPC

Pilares

 Linha de celeridade
 Cooperação dos sujeitos processuais
 Garantia do contraditório e do devido processo legal

Novidades

 Atualização do código a partir das decisões dos tribunais

Atos Processuais

A partir do Art. 188

Os atos e termos do processo não possuem forma determinada, salvo previsão legal. Aqueles que atingem sua
finalidade são válidos, mesmo se forem realizados em desacordo da lei.

Art. 188. Os atos e os termos processuais independem de forma determinada, salvo quando a lei expressamente
a exigir, considerando-se válidos os que, realizados de outro modo, lhe preencham a finalidade essencial.

Termos: Diz respeito a alguns atos praticados

Os atos processuais são, em regra, públicos, salvo quando há segredo de justiça

Art. 189. Os atos processuais são públicos, todavia tramitam em segredo de justiça os processos:

I - em que o exija o interesse público ou social;

II - que versem sobre casamento, separação de corpos, divórcio, separação, união estável, filiação, alimentos e
guarda de crianças e adolescentes;

III - em que constem dados protegidos pelo direito constitucional à intimidade;

IV - que versem sobre arbitragem, inclusive sobre cumprimento de carta arbitral, desde que a confidencialidade
estipulada na arbitragem seja comprovada perante o juízo.

Interesse público ou social: Deverá ser analisado no caso concreto – Conceito aberto. Ex: Questão envolvendo
duplicata de cobrança de duas pessoas jurídicas que digam respeito a alguma questão sigilosa, como segredo
industrial. O interesse social poderá surgir no meio de um processo. Há necessidade de requerimento
Casamento, separação de corpos, divórcio, separação, união estável, filiação, alimentos e guarda de crianças e
adolescentes: Todos esses processos são automaticamente protegidos por segredo de justiça – Direito de família.
Visa a proteção das pessoas envolvidas nas questões do direito material

Dados protegidos pelo direito constitucional à intimidade: A CF garante o direito à intimidade. A critério do autor
ou do réu, quando atingir a intimidade, o processo poderá seguir em segredo de justiça

Arbitragem, inclusive sobre cumprimento de carta arbitral, desde que a confidencialidade estipulada na
arbitragem seja comprovada perante o juízo: O árbitro, em alguns casos, deve manter sigilo das sessões de
arbitragem. Na maioria dos casos, essa questão não é ajuizada e resolve-se no âmbito da arbitragem

Outras causas de segredo de justiça

 Quando há necessidade de verificar a declaração de imposto de renda (busca da declaração) – Direito


constitucional de intimidade em relação aos dados fiscais. Não há necessidade de requerimento, segredo de
justiça automático. O segredo de justiça pode ser imposto posteriormente no processo

O exposto acima diz respeito a autos físicos

Autos eletrônicos: Nos autos eletrônicos o sistema permite que o advogado lance, ao protocolar a petição inicial, a
configuração de segredo de justiça.

 O direito de consultar os autos de processo que tramite em segredo de justiça e de pedir certidões de seus
atos é restrito às partes e aos seus procuradores.

 O terceiro que demonstrar interesse jurídico pode requerer ao juiz certidão do dispositivo da sentença, bem
como de inventário e de partilha resultantes de divórcio ou separação.

Art 191 As partes podem montar um calendário específico para o processo. Objetivo: melhor resolução de uma
determinada demanda com necessidade de tratamento diferenciado. O código dá ampla possibilidade de haver
acordo para calendário especial, sem haver necessidade prevista. O calendário e os prazos podem ser reduzidos ou
aumentados.

Art. 192 Obrigação de utilizar a língua portuguesa nos atos processuais

 O documento redigido em língua estrangeira somente poderá ser juntado aos autos quando acompanhado
de versão para a língua portuguesa tramitada por via diplomática ou pela autoridade central, ou firmada por
tradutor juramentado. Em alguns casos, há necessidade de juntada de documentos em prazo específico e
não há disponibilidade de tradutor junta-se o documento e apresenta a tradução posteriormente.

Da prática eletrônica dos atos processuais

 Lei 11.419/06 Regula os processos eletrônicos


 CPC Arts. 193 a 199
 Compete ao CNJ (e supletivamente aos tribunais) regulamentar as pratica eletrônica dos atos processuais
 Nos casos de erros de sistema, deve-se constar na página do tribunal a existência de instabilidade (configura
justa causa). O ato processual prejudicado com prazo final será prorrogado
 As unidades do Poder Judiciário deverão manter gratuitamente, à disposição dos interessados,
equipamentos necessários à prática de atos processuais e à consulta e ao acesso ao sistema e aos
documentos dele constantes.

Dos atos das partes

 O código opta por uma classificação subjetiva dos atos processuais das partes
 Os atos processuais devem ter uma ligação com o processo
 As partes e também outros, como terceiros interessados e o MP, estão ligadas à relação jurídica de direito
material. A mesma parte da relação jurídica de direito material será parte na relação jurídica processual
 O código ao tratar os atos das partes, quis dizer que são construídos de declaração unilaterais ou bilaterais
de vontade e valem por si sós Produzem imediatamente constituição, modificação ou extinção de direitos
processuais.
 Os atos não precisam de aprovação judicial – Toda vez que for necessária à aprovação judicial, estará
previsto na lei. Exemplo de atos que necessitam de chancela judicial:

 Desistência: Ocorre a desistência em um processo específico. A desistência da ação só produzirá


efeitos após homologação judicial.
 Renúncia à pretensão: leva a impossibilidade da discussão, em qualquer tempo, da ação.
 Transação: As partes celebram acordo para por termo ao processo.

 As partes poderão exigir recibo de petições, arrazoados, papéis e documentos que entregarem em cartório o
código possui uma mentalidade antiga, de processo físico

 É vedado lançar nos autos cotas marginais ou interlineares, as quais o juiz mandará riscar, impondo a quem
as escrever multa correspondente à metade do salário-mínimo

 As manifestações dos autos podem ser:

 Orais:
 Arquivadas em arquivo de áudio ou áudio e vídeo
 Reduzidas a termo nos autos

 Escritas:
 Por quota: Em alguns casos quando o juiz determina que a parte se
manifeste, há autorização de manifestação por quota, que é escrever
no próprio processo (físico)
 Por petição

 Cotas marginais e interlineares escrever entre as linhas ou na margem do processo (físico)


já ajuizado, isto é, em lugar que as cotas nas são permitidas ou possíveis.

Dos Atos do Juiz

 Trata dos atos do juiz que possuem algum conteúdo decisório


 Os pronunciamentos do juiz consistirão em sentenças, decisões interlocutória, despachos e acórdãos

Sentença: é o ato do juiz que põe termo ao processo de conhecimento ou extingue a execução, nos
termos do art. 485, 487 e 924
CPC15: Houve a morte do processo cautelar autônomo. Agora fazem parte de um capitulo do processo
de conhecimento. A execução de sentença foi inserida dentro do processo de conhecimento. Processo
de conhecimento ficou com duas fases: Fase de conhecimento e fase de cumprimento de sentença.
Ainda permanece o processo autônomo de execução de título executivo extrajudicial.

Decisões interlocutórias: atos do juiz, decisórios, que excluem os do §1 do art. 203

Despacho: todos os outros atos de mero impulsionamento do processo. São atos delegáveis. Sentença
e decisões interlocutórias são indelegáveis

Decisão monocrática de relator: Em raros casos, pode exigir decisão colegiada em julgamento de 1ª
grau

Dos Atos do Escrivão ou do Chefe de Secretaria

Ato de documentação

Ato de informação

Requerimento ao juiz: Primeiro passo registrar no fórum, depois essa petição deve ser autuada. Autuar é juntar e
registrar como documento público. Após, haverá distribuição.

Escrivão: Registar PA e autuar essa petição

Termos processuais: atos do escrivão

Termo de conclusão: escrivão manda os autos ao juiz

Termo de recebimento: escrivão recebe autos fora da secretaria

Tempo e lugar dos atos processuais

Art. 212. Os atos processuais serão realizados em dias úteis, das 6 (seis) às 20 (vinte) horas

- O advogado depende do horário de funcionamento do juízo

- A rigidez de horário não se aplica aos autos eletrônicos, em que os ato podem ser praticados a qualquer momento

- Os atos processuais podem ser praticados o ano inteiro com exceção dos feriados e das férias forenses

- Feriado: datas declaradas por lei como feriado. Também são feriados os sábados, domingos e qualquer dia que não
houver expediente.

- Férias forenses: Dias previsto no CPC em que os tribunais não funcionavam. De 2 a 31 de janeiro e a 2 a 31 de
julho. Emenda = extinção das férias forenses no primeiro e segundo grau de jurisdição. No supremo, tribunais
superiores e no STJ ainda há férias forenses.

- Atos permitidos em feriados e férias forenses: citação, intimação, penhora e tutela de urgência

- Ações de alimentos, processos de nomeação/remoção de tutor e curador e os procedimentos de jurisdição


voluntária e os necessários à conservação de direitos, quando puderem ser prejudicados pelo adiamento
- Do dia 20 de dezembro ao dia 20 de janeiro Suspendem-se os prazos processuais e impede os atos Férias de
advogados Prazo que vem acompanhando o recesso forense da justiça federal de 1966 (20/12 a 6/1)

Local de realização dos atos processuais

- Normalmente na sede do juízo e excepcionalmente em outro local

- Art. 217 - Os atos processuais realizar-se-ão ordinariamente na sede do juízo, ou, excepcionalmente, em outro
lugar em razão de deferência, de interesse da justiça, da natureza do ato ou de obstáculo arguido pelo interessado e
acolhido pelo juiz.

 Deferência: Pessoa “importante” (art. 454) – Prerrogativa de escolher onde serão ouvidas como testemunha
 Interesse da justiça: Ex: Júri de destaque em uma cidade em que o prédio do juízo não tem estrutura, realiza-
se em outro local
 Obstáculo alegado pela parte e acolhido pelo juiz: Ex: oitiva de parte em depoimento pessoal em que a
pessoa está a acamada ou internada

Dos Prazos processuais

Prazo: É um lapso de tempo em que a parte pode praticar um ato processual válido

- Marco inicial (prazo inicial) – dies a quo

- Marco final (prazo final) – dies ad quem

Classificação dos prazos: Professor vê falta de relevância da classificação doutrinária dos prazos

 Próprios: Aqueles, efetivamente, em que o termo final deve ser observado, sob pena de preclusão
 Preclusão: Perda do direito, no caso, pela não prática do ato no prazo – preclusão temporal
 Impróprios: Prazos que, com o fim do prazo, não ocorre preclusão

Das partes
 Comuns: Praticados por ambas as partes do mesmo lapso de tempo
 Particulares: Prazo para apenas uma das partes se manifestar

Do juiz
 Decisórios
 Não decisórios

 Peremptórios: Não podem ser alargados ou diminuídos pelo juiz


 Dilatórios: Podem ser alargados
O NCPC permite que as partes, em acordo, podem alargar ou diminuir até mesmo os prazos peremptórios

 Legais: A própria lei estabelece o prazo. Ex: lei estabelece 15 dias para a contestação
 Judiciais: Prazo fixado pelo juiz em ato que não há prazo legal. Ex: Juiz fixa prazo de 30 dias para a parte
conseguir um endereço para citação do réu.
Toda vez em que não houver prazo fixado na lei ou pelo juiz, comparecimento até 48h de antecedência, outros
prazos = 5 dias
 Convencionais: Prazos ajustados pelas partes e quem devem ser aceitos pelo juiz

- Os prazos processuais são prazos contados apenas em dias úteis

Exclui-se o dia do início da intimação e adiciona o dia do vencimento


 Intimação pessoal: considera intimado no mesmo dia e prazo no próximo dia
 Intimação por diário: Marco da divulgação: A divulgação é dada num dia e a publicação é dada no dia
seguinte. O prazo começa no dia seguinte do dia da publicação

Citação: Ato do juiz que dá conhecimento a alguém da existência de uma demanda instaurada em desfavor dessa
pessoa e a existência de sua oportunidade de defesa A partir da citação se inicia a relação processual

Intimação: Apenas consiste na noticia da pratica de um ato pelo juiz Conhecimento ao advogado/parte de que
houve um ato realizado pelo juiz. Em regra, se da pela pessoa do advogado

Tipos (Art. 246)

 Em regra a citação é feita por carta por correio com AR (Aviso de recebimento) – Prazo começa a correr da
juntada nos autos do AR

 Por oficial de justiça Servidor da justiça encarregado de cumprir as ordens do juiz = citação por mandado –
Prazo começa a correr a partir da juntada aos autos do mandado

 Pelo escrivão ou chefe de secretaria A parte que comparece ao juízo é citada pelo chefe da secretaria –
Prazo se inicia no dia seguinte após a citação

 Por edital Quando não se encontra a pessoa – Publica-se uma nota em jornal ou diário oficial – Todo edital
possui prazo de dilação Prazo para que as pessoas tomem conhecimento daquele edital – Prazo corre após o
ultimo dia do prazo de dilação

 Por meio eletrônico Casos de PJE – A citação é feita dentro do próprio sistema – A lei prevê prazo de 10 dias
para a parte abrir o sistema e tomar conhecimento - O prazo começa a correr após esses 10 dias ou no dia
seguinte após a visualização da intimação pelo advogado

 Por carga Intimação ocorre com o recebimento dos autos pela parte. Ex: Quando o advogado pega os autos
e leva para o escritório – Prazo inicia a partir do dia em que os autos são levados - Não ocorre para citação

 Por publicação Forma mais comum de intimação das partes. Prazo corre a partir do dia seguinte ao da
publicação, dia da publicação é o dia seguinte ao dia da divulgação – Não ocorre para citação

Direito de contagem diferenciada de prazo:

 Para casos em que há litisconsórcio (mais de um réu com advogados diferentes e escritórios diferentes)
todos os prazos são contados em dobro Não se aplica para autos eletrônicos – Art. 229

 Advocacia pública Art. 183 – Prazo em dobro

 Fazenda pública Não vale para sociedade de economia mista e empresas públicas – Prazo em dobro –
Finalidade de facilitar a atuação jurídica da Fazenda Pública – Art. 183

 Ministério Público Prazo em dobro – Art. 180 – Exceto os prazos específicos para o MP previstos na Lei

 Defensoria Pública Prazo em dobro – Art. 186 – As assistências judiciárias das universidades se equiparam à
defensorias públicas (§3º)

Os prazos específicos não são enquadrados na contagem diferenciada


Quando há multiplicidade de réus, o prazo da citação começa a correr quando o último réu for citado, porém, na
intimação, o prazo é individual e começa a correr a partir da intimação individual de cada parte

Da verificação dos prazos e penalidades

Serventuário Conclusão dos autos em 1 dia – Pode ocorrer processo administrativo se não houver justificativa

Partes Perda do prazo leva à preclusão Quando há carga de autos e a parte não devolve os autos em seu poder, o
juiz vai, de ofício, ou a pedido da outra parte, intimar o advogado para devolver em 3 dias. Se não devolver, o
advogado perde direito de vista externa e ser condenado a pagar multa de até meio salário mínimo pela OAB. Caso
seja da DP ou MP, o servidor poderá ser denunciado para a corregedoria competente

Juiz A parte pode reclamar ao corregedor. Poderá sofrer penalidade, se não houve justificativa, podendo ainda os
autos serem remetidos a outro juiz. Excesso de trabalho é geralmente reconhecida como justificativa

Atos praticados fora dos limites do juízo:

Necessidade de o juiz utilizar um pedido de auxílio a outro juízo para realização de um ato processual, chamada de
carta precatória

 Em regra, a precatória é enviada de um mesmo âmbito da justiça e de mesma hierarquia

Carta de ordem Tribunal determina que um juízo, vinculado a ele, realize uma ordem. Ex: realização de uma citação
– “Vem de cima para baixo, de um âmbito superior da justiça”

Carta rogatória Realização de atos processuais fora do Brasil

Carta arbitral Interação entre árbitro e juiz – O árbitro pede um auxílio ao juiz para realização de algum ato

Citação por carta:

 É em regra feita por correio (por entrega de carta), para qualquer parte do país, sem
necessitar de carta precatória
Exceções (art. 247):
 Ações de Estado (Ex: ações de família e curadoria) – devem ser feitas na pessoa do Réu (pessoal)
 Citando for incapaz – Os incapazes devem ser citados por mandado ou pelo chefe de secretaria
 Citado for Pessoa de Direito público
 Quando o citando residir em local não atendido pela entrega domiciliar de correspondência
 Quando o autor, justificadamente, a requerer de outra forma

Art. 248, §1º - A carta será registrada para entrega ao citando, exigindo-lhe o carteiro, ao fazer a entrega, que assine
o recibo.

Embora o CPC exija que o réu assine o recibo, A jurisprudência tem interpretado no sentido de que compete ao réu
o ônus da prova para comprovar alguma irregularidade no recebimento dessa carta
Citação de PJ: A citação é, em regra, por carta. Sendo o citando pessoa jurídica, será válida a entrega do mandado a
pessoa com poderes de gerência geral ou de administração ou, ainda, a funcionário responsável pelo recebimento
de correspondências.

Nos condomínios edilícios ou nos loteamentos com controle de acesso, será válida a entrega do mandado a
funcionário da portaria responsável pelo recebimento de correspondência, que, entretanto, poderá recusar o
recebimento, se declarar, por escrito, sob as penas da lei, que o destinatário da correspondência está ausente.

Em caso de irregularidade, o réu pode arguir nulidade da citação. Provada e reconhecida a nulidade, o
comparecimento espontâneo do réu ou do executado supre a falta ou a nulidade da citação, fluindo a partir desta
data o prazo para apresentação de contestação ou de embargos à execução

Citação por oficial de Justiça

 Citação mais garantida, o Oficial de Justiça possui fé pública Tudo que for alegado pelo oficial de justiça, é
presumidamente verdadeiro.

 O mandado também exige de Recibo de entrega assina pela pessoa que recebeu (Aviso de recebimento)

 A citação por Oficial de Justiça ocorre no momento que o Oficial fala com a pessoa sobre a citação judicial.
Se a pessoa recusar-se a assinar o recibo, considera-se citada

 Diferentemente da carta, o Oficial de Justiça deve se identificar como Oficial. Ocorre de o citando dizer que
não está ou se esconde. Nesses casos, o CPC prevê a citação por hora certa Art. 252: Quando, por 2 vezes, o
oficial de justiça houver procurado o citando em seu domicílio ou residência sem o encontrar, deverá,
havendo suspeita de ocultação, intimar qualquer pessoa da família ou, em sua falta, qualquer vizinho de
que, no dia útil imediato, voltará a fim de efetuar a citação, na hora que designar. O juiz não pode
determinar a citação por hora certa, ela só ocorre por determinação do Oficial de Justiça na análise do caso
 Art. 254. Feita a citação com hora certa, o escrivão ou chefe de secretaria enviará ao réu,
executado ou interessado, no prazo de 10 (dez) dias, contado da data da juntada do
mandado aos autos, carta, telegrama ou correspondência eletrônica, dando-lhe de tudo
ciência

Citação por chefe de secretaria: O chefe deve certificar a pessoa correta e é imprescindível a entrega de cópia da
petição inicial ao citando

Citação por edital: Normalmente é feita quando o réu não é encontrado para ser citado, está em local incerto ou
desconhecido. Primeiramente há uma tentativa de localizar o citando. É feita mediante a publicação resumida da
demanda, com nome do citado. A publicação do edital será feita na rede mundial de computadores, no sítio do
respectivo tribunal e na plataforma de editais do Conselho Nacional de Justiça, que deve ser certificada nos autos
(art. 257)
 O réu citado que não responder, será nomeado a ele um curador. O curador será um
membro da defensoria pública

Sumula STJ 429 - A citação postal, quando autorizada por lei, exige o aviso de recebimento

Jurisprudências:
 STJ - Ag Int no AREsp 1167808/SP, DJ 2-8-18, 3ªT

AGRAVO INTERNO NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. PROCESSUAL CIVIL. CPC/1973.


CITAÇÃO DA PESSOA JURÍDICA. AVISO DE RECEBIMENTO. ENDEREÇO CORRETO.
ASSINATURA. TERCEIRO ALHEIO AO QUADRO DE FUNCIONÁRIOS. AUSÊNCIA DE PREJUÍZO.
SÚMULA Nº 568/STJ. 1. Recurso especial interposto contra acórdão publicado na vigência
do Código de Processo Civil de 1973 (Enunciados Administrativos nºs 2 e 3/STJ). 2. A
jurisprudência das Turmas que compõem a Segunda Seção desta Corte Superior é firme
quanto à validade da citação de pessoa jurídica por via postal, quando remetida a carta
citatória para o seu endereço, independentemente da assinatura no aviso de recebimento
(A.R.) e do recebimento da carta terem sido efetivados por seu representante legal. 3. No
caso concreto, os magistrados da instância ordinária decidiram em perfeita consonância
com a jurisprudência deste Tribunal Superior, circunstância que atrai a incidência da
Súmula nº 568/STJ. 4. A decretação de nulidade de atos processuais depende da efetiva
demonstração de prejuízo, exigência não atendida no caso concreto. 5. Agravo interno não
provido.

 STJ - Ag Int no AREsp 1357895/SP, DJ 20-2-19, 4ªT

AGRAVO INTERNO NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. JUÍZO DE ADMISSIBILIDADE.


EXAME RELACIONADO AO MÉRITO DO RECURSO ESPECIAL PELO TRIBUNAL DE ORIGEM.
POSSIBILIDADE. AÇÃO DE COBRANÇA. CUMPRIMENTO DE SENTENÇA. CITAÇÃO. PESSOA
JURÍDICA. VALIDADE. TEORIA DA APARÊNCIA. CONSONÂNCIA DO ACÓRDÃO RECORRIDO
COM A JURISPRUDÊNCIA DESTA CORTE. SÚMULA 83/STJ. INEXIGIBILIDADE DA OBRIGAÇÃO
PRINCIPAL. INOVAÇÃO RECURSAL. INVIABILIDADE. AGRAVO NÃO PROVIDO. 1. Não há
usurpação de competência do Superior Tribunal de Justiça quando o Tribunal de origem,
no juízo de admissibilidade, examina pressupostos específicos e constitucionais
relacionados ao mérito da controvérsia (Súmula 123/STJ). 2. A jurisprudência do Superior
Tribunal de Justiça é firme no sentido da validade da citação de pessoa jurídica por via
postal, quando remetida a carta citatória para o seu endereço, independentemente da
assinatura no aviso de recebimento (A.R.) e do recebimento da carta terem sido
efetivados por seu representante legal. Precedentes. 3. O entendimento adotado pelo
acórdão recorrido coincide com a jurisprudência assente desta Corte Superior,
circunstância que atrai a incidência da Súmula 83/STJ. 4. No caso, os 2 (dois) avisos de
recebimento (AR) enviados para o endereço da promovida, no intervalo de 8 (oito) meses
entre ambos, foram recebidos pela mesma pessoa que a recorrente afirma desconhecer.
5. Não se admite a adição, em sede de agravo interno, de tese não exposta no recurso
especial, por importar inadmissível inovação. 6. Agravo interno a que se nega provimento.

Art. 243. A citação poderá ser feita em qualquer lugar em que se encontre o réu, o executado ou o interessado.

Parágrafo único. O militar em serviço ativo será citado na unidade em que estiver servindo, se não for conhecida sua
residência ou nela não for encontrado.

Art. 244. Não se fará a citação, salvo para evitar o perecimento do direito:

I - de quem estiver participando de ato de culto religioso;


II - de cônjuge, de companheiro ou de qualquer parente do morto, consanguíneo ou afim, em linha reta ou na linha
colateral em segundo grau, no dia do falecimento e nos 7 (sete) dias seguintes;
III - de noivos, nos 3 (três) primeiros dias seguintes ao casamento;
IV - de doente, enquanto grave o seu estado.
Art. 245. Não se fará citação quando se verificar que o citando é mentalmente incapaz ou está impossibilitado de
recebê-la.

§ 1º O oficial de justiça descreverá e certificará minuciosamente a ocorrência.

§ 2º Para examinar o citando, o juiz nomeará médico, que apresentará laudo no prazo de 5 (cinco) dias.

§ 3º Dispensa-se a nomeação de que trata o § 2o se pessoa da família apresentar declaração do médico do citando
que ateste a incapacidade deste.

§ 4º Reconhecida a impossibilidade, o juiz nomeará curador ao citando, observando, quanto à sua escolha, a
preferência estabelecida em lei e restringindo a nomeação à causa.

§ 5º A citação será feita na pessoa do curador, a quem incumbirá a defesa dos interesses do citando.

O curador, figura diferindo do curador do código civil, é uma pessoa que será intimada e responderá o processo no
lugar da pessoa impossibilitada. O curador deve ser uma pessoa relacionada à parte

Efeitos de uma citação

Citação válida:
 Litispendência – Repetição de uma demanda em curso – Pode ocorrer por descuido ou
má-fe. A citação dá ao réu a ciência da demanda, havendo litispendência, o réu ficará
sabendo

 Torna Litigiosa a coisa – Aquilo que era apenas um objeto de uma pretensão, após a
citação, passa a ser um objeto litigioso

 Constitui em mora o devedor – A partir da citação, se houver uma dívida, o réu entra em
moratória.

Art. 240. A citação válida, ainda quando ordenada por juízo incompetente, induz litispendência, torna litigiosa a
coisa e constitui em mora o devedor, ressalvado o disposto nos arts. 397 e 398 do Código Civil

§ 1º A interrupção da prescrição, operada pelo despacho que ordena a citação, ainda que proferido por juízo
incompetente, retroagirá à data de propositura da ação. O despacho interrompe a prescrição e os efeitos
retroagem à data de ajuizamento. A partir da data de ajuizamento interrompe-se a prescrição até a efetivação da
citação e inicio do processo.

§ 2º Incumbe ao autor adotar, no prazo de 10 (dez) dias, as providências necessárias para viabilizar a citação, sob
pena de não se aplicar o disposto no § 1º. O autor deverá, na petição inicial, indicar o nome da pessoa, endereço e
pagar a diligência do oficial de justiça. Se o autor não conseguir encontrar o endereço, ele pode pedir ajuda ao
juízo, por meio dos cadastros públicos.

§ 3º A parte não será prejudicada pela demora imputável exclusivamente ao serviço judiciário. O atraso da
diligência de citação por parte do Estado, esse atraso não será imputado ao autor, sem haver prejuízo.

§ 4º O efeito retroativo a que se refere o § 1º aplica-se à decadência e aos demais prazos extintivos previstos em lei.

Art. 241. Transitada em julgado a sentença de mérito proferida em favor do réu antes da citação, incumbe ao
escrivão ou ao chefe de secretaria comunicar-lhe o resultado do julgamento. Ocorre geralmente quando, pela
petição inicial, o juiz já decreta prescrição ou decadência. Ocorre também nos casos de julgamento liminar da
demanda, quando há julgamento prévio da pretensão por tribunais superiores
Das cartas

Art. 260. São requisitos das cartas de ordem, precatória e rogatória:

I - a indicação dos juízes de origem e de cumprimento do ato;


II - o inteiro teor da petição, do despacho judicial e do instrumento do mandato conferido ao advogado;
III - a menção do ato processual que lhe constitui o objeto;
IV - o encerramento com a assinatura do juiz.

Podem ser enviadas por telefone, telegrama ou meio eletrônico

 As cartas são itinerantes, ou seja, se ao ser enviada chega ao destino e não obtém êxito em chegar ao
endereço solicitado, o juízo local tem competência para reenviar a carta para o endereço correto sem a
necessidade de devolver a carta ao juízo de origem.

Art. 262. A carta tem caráter itinerante, podendo, antes ou depois de lhe ser ordenado o cumprimento, ser
encaminhada a juízo diverso do que dela consta, a fim de se praticar o ato.

Das intimações

Intimação: Dar conhecimento da prática de algum ato

A intimação, no processo, é feita na maioria dos casos na pessoa do advogado Motivo: Existência de conhecimento
técnico para identificar o conteúdo na intimação

Também é possível intimação diretamente às partes. Ex: necessidade de ouvir a parte em depoimento pessoal
Algumas vezes há necessidade de intimar terceiro

No caso dos avogados:

 Normalmente a intimação se da dentro do próprio sistema (eletrônico) ou por publicação no diário de justiça
eletrônico
 No caso de ausência de meios eletrônicos, a intimação é feita por aviso pessoal do escrivão ou por carta + AR

Das partes: Em regra, é feita por mandado


Terceiros: Por carta ou mandado

A intimação da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e de suas respectivas autarquias e fundações
de direito público será realizada perante o órgão de Advocacia Pública responsável por sua representação judicial
Intimação por carga dos autos, pelos advogados públicos

Art. 272 Como as intimações devem ser feitas para os advogados

Intimação por edital: É possível, mas raramente ocorre

A intimação poderá ser realizada na modalidade de hora certa

Pú do Art. 274: Presumem-se válidas as intimações dirigidas ao endereço constante dos autos, ainda que não
recebidas pessoalmente pelo interessado, se a modificação temporária ou definitiva não tiver sido devidamente
comunicada ao juízo, fluindo os prazos a partir da juntada aos autos do comprovante de entrega da correspondência
no primitivo endereço. Se o adv. Mudar o endereço físico ou eletrônico, sem avisar ao juízo, a intimação ao
endereço antigo será considerada legítima

DAS NULIDADES

CPC 2015 - Eixo da instrumentalidade – o processo é instrumento para a aplicação do D. material


- Princípio da primazia da resolução do mérito

Princípios:
 É dever do juiz estabelecer prazo para as partes sanarem defeitos processuais
 A nulidade só será decretada se não for possível sanar a irregularidade
 Para haver nulidade é necessário que haja prejuízo – análise do caso concreto

Aquele que causa a nulidade não pode decretá-la - Art. 276


Quando a lei prescrever determinada forma, o juiz considerará válido o ato se, realizado de outro modo, lhe
alcançar a finalidade – art. 277

 A nulidade dos atos deve ser alegada na primeira oportunidade em que couber à parte falar nos autos, sob
pena de preclusão – art. 278

Não se pronuncia uma nulidade se, no mérito, o juiz decidir a favor da parte que arguiu a nulidade – Art. 282, §2º

Casos de nulidade:

 Falta de intervenção do MP quando ela for necessária: (Art. 279)

 § 1º Se o processo tiver tramitado sem conhecimento do membro do Ministério Público, o


juiz invalidará os atos praticados a partir do momento em que ele deveria ter sido intimado.

 § 2º A nulidade só pode ser decretada após a intimação do Ministério Público, que se


manifestará sobre a existência ou a inexistência de prejuízo.

DA DISTRIBUIÇÃO E REGISTRO

Transformar aquilo que foi colocado em petição inicial em demanda

 Escolhida o local de competência, a petição inicial será apresentada ao juízo e será registrada
 Registrar = Servidor registra a petição nos anais do judiciário, sendo a ela atribuído um número (que é
regulamentado pelo CNJ)
 Se há mais de um juiz naquela unidade, haverá distribuição dos autos a um dos juízes
 A distribuição se dá por sorteio Garantia constitucional do juiz natural

Em alguns casos, não haverá sorteio, e a distribuição será direcionada a um juízo específico:

Art. 286. Serão distribuídas por dependência as causas de qualquer natureza:


I - quando se relacionarem, por conexão ou continência, com outra já ajuizada;

II - quando, tendo sido extinto o processo sem resolução de mérito, for reiterado o pedido, ainda que em
litisconsórcio com outros autores ou que sejam parcialmente alterados os réus da demanda;

III - quando houver ajuizamento de ações nos termos do art. 55, § 3o, ao juízo prevento.

 Junto a petição o advogado deve apresentar a procuração

Art. 287 Parágrafo único. Dispensa-se a juntada da procuração:

I - no caso previsto no art. 104;

II - se a parte estiver representada pela Defensoria Pública;

III - se a representação decorrer diretamente de norma prevista na Constituição Federal ou em lei.

Também dispensa procuração o advogado em causa própria

A distribuição poderá ser fiscalizada pela parte, por seu procurador, pelo Ministério Público e pela
Defensoria Pública.

Importância da distribuição:
 O processo pode ser tratado de formas diferentes caso não seja adequadamente distribuído
 Pode ocorrer, em casos de ilegalidade, redirecionamento do processo

Pagamento das custas: Em regra, a justiça exige pagamento de custas na distribuição do processo

Art. 290. Será cancelada a distribuição do feito se a parte, intimada na pessoa de seu advogado, não realizar o
pagamento das custas e despesas de ingresso em 15 (quinze) dias.

- Cada Tribunal tem seus próprios cálculos de custas


- É necessário na PI demonstrar que houve o pagamento das custas
- No caso de Justiça gratuita o pedido deverá ser apresentado na PI, se o pedido for indeferido, as custas deverão ser
pagas

Negócios jurídicos processuais

Conceito: Acordo de vontades que agentes capazes formulam uma arranjo no procedimento ou nos poderes, ônus, e
faculdades do agente

Benefícios e vantagens:
 Eficiência pra tutela do direito
 Previsibilidade

Negócios processuais típicos:


 Calendarização (Art. 191) – É fundamental que o juiz participe e esteja de acordo
 Escolha consensual do perito – Art. 471 – O perito deixa de ser de confiança do juízo pra ser perito de
confiança das partes
Negócios processuais atípicos

-Art. 190 – Cláusula geral de negociação processual

 Critérios interpretativos

-in dubio pro libertati – Na dúvida do juiz sobre a validade do negócio, considera-se válido o negócio
processual. Para invalidar o negócio, o juiz tem o ônus argumentativo, para validar não precisa
argumentação, pressupõe-se validade

-Máximo aproveitamento dos atos – O juiz deverá fazer o máximo possível para aproveitar e efetivar o
negócio processual
- Autonomia do negocio processual em relação ao contrato de direito material em que está inserido – Se o
contrato de direito matéria tiver a nulidade declarada, o negocio processual não será necessariamente
anulado, já que é autônomo.

 Requisitos de validade e eficácia

- Não pode haver uma vulnerabilidade entre as partes


-Atender a forma prescrita em lei
- O consentimento da parte deve ser informado
- Respeito ao núcleo duro de direitos processuais – Princípios do contraditório, publicidade, fundamentação
das decisões, boa-fé processual, duração razoável do processo, sistemática de precedentes e cooperação
processual não podem ser alterados

 Exemplos/casuística
 Clausula de eleição de foro
 Acordo de instancia única

DO VALOR DA CAUSA

 A toda causa deve-se atribuir um valor


 Esse valor se vincula a elementos do processo, como honorários, custas e grau de jurisdição
 O valor da causa determina a competência do juizado especial estadual e federal
 É proibida distribuir uma petição inicial sem valor da causa

- Regra principal: P/ determinar o valor da causa proveito econômico que se quer obter com aquela demanda

 Ainda que se trate de demanda de procedimento especial, necessita-se a indicação do valor da causa

Art. 292. O valor da causa constará da petição inicial ou da reconvenção e será:

I - na ação de cobrança de dívida, a soma monetariamente corrigida do principal, dos juros de mora vencidos e de
outras penalidades, se houver, até a data de propositura da ação;

II - na ação que tiver por objeto a existência, a validade, o cumprimento, a modificação, a resolução, a resilição ou a
rescisão de ato jurídico, o valor do ato ou o de sua parte controvertida;
III - na ação de alimentos, a soma de 12 (doze) prestações mensais pedidas pelo autor;

IV - na ação de divisão, de demarcação e de reivindicação, o valor de avaliação da área ou do bem objeto do pedido;

- O Valor de avaliação poder ser o do IPTU

V - na ação indenizatória, inclusive a fundada em dano moral, o valor pretendido;

VI - na ação em que há cumulação de pedidos, a quantia correspondente à soma dos valores de todos eles;

VII - na ação em que os pedidos são alternativos, o de maior valor;

VIII - na ação em que houver pedido subsidiário, o valor do pedido principal.

Quando se pedirem prestações vencidas e vincendas, considerar-se-á o valor de umas e outras.


- O valor será das vencidas + 12 prestações vincendas (futuras)
- § 2º O valor das prestações vincendas será igual a uma prestação anual, se a obrigação for por tempo
indeterminado ou por tempo superior a 1 (um) ano, e, se por tempo inferior, será igual à soma das prestações

O juiz corrigirá, de ofício e por arbitramento, o valor da causa quando verificar que não corresponde ao conteúdo
patrimonial em discussão ou ao proveito econômico perseguido pelo autor, caso em que se procederá ao
recolhimento das custas correspondentes
 Muda a base de cálculo das custas
 O valor da causa indicado equivocadamente (ou maliciosamente) atrasa a análise da PA. Outros processos
passarão na frente

O réu poderá impugnar o valor da causa


- Fundamentação: desvirtuação das normas do Art. 292
- Se o réu não fazer na preliminar de contestação, haverá preclusão

DA TUTELA PROVISÓRIA

- A tutela provisória foi introduzida em 1994. Até 1994 não existia, para os casos de procedimento comum,
possibilidade de tutela provisória. Naquela época existia um processo autônomo chamado processo cautelar, que
não permitia a alteração da situação fática da coisa. O juiz poderia apenas bloquear a situação fática para da coisa
para o estado como ela estava, ex: ameaça de negativação, entrava com pedido de processo cautelar pra não
ocorrer a negativação. A tutela cautelar apenas impede que a alteração fática aconteça.

Antecipação de tutela: Altera a situação fática


Cautelar: Bloqueia as coisas como estão

A tutela provisória pode ser:

 De urgência – Necessita demonstração de urgência


 Natureza cautelar - Incidentais
 Natureza antecipatória - Antecedentes
 De evidência – Não precisa demonstrar a urgência – Art. 311

Da tutela de evidência

- Art. 311

- Pode ser deferida depois de ser formada a relação processual ou antes disso

Hipóteses:

Somente ocorre após a contestação:


1. Em caso de abuso do direito de defesa ou o manifesto propósito protelatório da parte Só é possível
verifica após a contestação da parte

2. Quando petição inicial for instruída com prova documental suficiente dos fatos constitutivos do
direito do autor, a que o réu não oponha prova capaz de gerar dúvida razoável Quando todos os
fatos forem comprovados por documentos prévios e não há oposição do réu – Necessário analisar o
comportamento do réu, portanto só pode ser deferida após contestação da defesa

Hipóteses que a tutela pode ocorrer antes da contestação:

3. Quando se tratar de pedido reipersecutório fundado em prova documental adequada do contrato


de depósito, caso em que será decretada a ordem de entrega do objeto custodiado, sob cominação
de multa É o caso da existência de prova de contrato de depósito descumprido.

4. Quando as alegações de fato puderem ser comprovadas apenas documentalmente e houver tese
firmada em julgamento de casos repetitivos ou em súmula vinculante Quando os fatos puderem ser
totalmente comprovados por documentos e que exista uma sumula ou caso repetitivo vinculante.

Da tutela de urgência

Requisitos:

1. Urgência: Risco de dano incerto/ difícil reparação – “periculum in mora”


2. Probabilidade do direito: Exame provisório de probabilidade de violação do Direito Material – “fummus
bonni juris”

Tutela de urgência cautelar: Leva o bloqueio da situação fática como está

Tutela de urgência antecipatória: Leva a modificação de uma situação fática

O procedimento de ambas é muito semelhante

Medida liminar: Tutela provisória – Pode ter natureza cautelar ou antecipatória.

Tutela de urgência cautelar e antecipatória podem ser:


Tutela de urgência Incidental: quando já se ajuizou uma demanda, a demanda tem todos os componentes de uma
demanda, pode ter ocorrido ou não a citação. Se a demanda já estiver em curso, o pedido de tutela de urgência será
incidental. Pode ser concomitante ao ajuizamento da demanda ou pode ser posterior

Tutela de urgência antecedente: Quando é postulada de forma anteriormente. O advogado deve resolver
rapidamente, Formula petição inicial apenas para pleitear tutela de urgência antecedente. O juiz analisará a petição,
se defere ou não, e dará um prazo para o advogado realizar a petição inicial principal.

 Nas tutelas antecipatórias antecedentes há um ônus de impugnação para o réu: O réu deve contestar
( reconhecido pelo STJ) a demanda ou recorrer daquela demanda. Ausente a manifestação, aquela tutela
antecipada se estabilizará, ou seja, haverá uma sentença de extinção do processo e de estabilidade da
tutela. Nos próximos dois anos seguintes a sentença de extinção, ambas as partes tem a possibilidade de
ajuizar uma demanda (ação nova) para reverter a situação no próprio juízo que deferiu a tutela antecipada

Em regra, a prova de necessidade de tutela de urgência deve estar presente na petição inicial

É possível, ainda que sem demonstrar os requisitos, que a tutela de urgência seja analisada.

Audiência de justificação: Audiência para que o juiz possa apurar a violação de direito. Pode ser realizada com ou
sem a presença do Réu. Acontece quase que exclusivamente nas ações possessórias.

Ao receber um pedido de tutela de urgência ,o juiz poderá:

 Indeferir
 Deferir
 Designar audiência de justificação
 Deferir condicionada a uma garantia Vincula a eficácia da medida a uma garantia real ou fidejussória, exceto
se a parte que estiver pleiteando a medida não tenha condição de arcar com a garantia. Jurisprudência
entende que a garantia será utilizada apenas em casos excepcionais

Em caso de urgência imediata, o juiz analisará o pedido sem existência de contraditório, no caso de urgência não
imediata, o juiz ouvirá a parte contrária.

A tutela pode ser deferida, indeferida e analisa a qualquer tempo. O juiz pode indeferir ou revogar uma tutela antes
deferida.

Pressuposto negativo da tutela: A tutela de urgência de natureza antecipada não será concedida quando houver
perigo de irreversibilidade dos efeitos da decisão

STF Casos que envolvem direito a vida (medicamento, tratamentos, transfusões de sangue, previdenciaria etc) Não
se aplica a irreversibilidade

Independentemente da reparação por dano processual, a parte responde pelo prejuízo que a efetivação da tutela de
urgência causar à parte adversa, se:

I - a sentença lhe for desfavorável;

II - obtida liminarmente a tutela em caráter antecedente, não fornecer os meios necessários para a citação do
requerido no prazo de 5 (cinco) dias;

III - ocorrer a cessação da eficácia da medida em qualquer hipótese legal;

IV - o juiz acolher a alegação de decadência ou prescrição da pretensão do autor.


DA FORMAÇÃO, DA SUSPENSÃO E DA EXTINÇÃO DO PROCESSO

Formação:

Considera-se proposta a ação quando a petição inicial for protocolada, todavia, a propositura da ação só produz
quanto ao réu os efeitos mencionados no art. 240 depois que for validamente citado.

Suspensão:

Art. 313. Suspende-se o processo:

I - pela morte ou pela perda da capacidade processual de qualquer das partes, de seu representante legal ou de seu
procurador;

II - pela convenção das partes;

III - pela arguição de impedimento ou de suspeição;

IV- pela admissão de incidente de resolução de demandas repetitivas;

V - quando a sentença de mérito:

a) depender do julgamento de outra causa ou da declaração de existência ou de inexistência de relação


jurídica que constitua o objeto principal de outro processo pendente;

b) tiver de ser proferida somente após a verificação de determinado fato ou a produção de certa prova,
requisitada a outro juízo;

VI - por motivo de força maior;

VII - quando se discutir em juízo questão decorrente de acidentes e fatos da navegação de competência do Tribunal
Marítimo;

VIII - nos demais casos que este Código regula.

IX - pelo parto ou pela concessão de adoção, quando a advogada responsável pelo processo constituir a única
patrona da causa;

X - quando o advogado responsável pelo processo constituir o único patrono da causa e tornar-se pai.

PARTE ESPECIAL

Procedimento

- O código é atualmente dividido em processo de conhecimento e processo de execução


Processo de conhecimento

 Procedimento comum
 Procedimento especial
 Do CPC
 De lei extravagante

Do procedimento comum

- Indica como se proceder a cada ato do processo

- As normas de procedimento comum aplicam-se a todos outros casos, se não houver lei especial

 Inicia-se com uma petição inicial – Art. 319


A petição deve indicar:
 Juizo competente CF, C. estadual, Lei orgânica de organização judiciaria

 Dirigida ao juiz do juízo (Distribuído por sorteio) – Utiliza-se o pronome de tratamento:


Excelentíssimo senhor Juiz do xxx(Juizo)

 Nomes e qualificação das partes os nomes, os prenomes, o estado civil, a existência de união
estável, a profissão, o número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas ou no Cadastro Nacional
da Pessoa Jurídica, o endereço eletrônico, o domicílio e a residência do autor e do réu;

 Fatos e fundamentos jurídicos – Relatar os fatos que levaram aquela demanda e indicar os
fundamentos jurídicos( motivo pelo qual o autor acredita que seu direito foi violado)

 O pedido com suas especificações – A parte tem que formular um pedido ao final da PI.

 Valor da causa

 As provas com que o autor pretende demonstrar a verdade dos fatos alegados – Prova documental
ou indicação/requerimento de prova a ser produzida durante o processo

 A opção do autor pela realização ou não de audiência de conciliação ou de mediação

 Prova documental já existente

Se a petição não estiver correta, o juiz deve permitir a realização de emenda no prazo de 15 dias

Se o autor não cumprir o despacho de emenda Indeferimento da PI Extinção do processo sem resolução de mérito
por defeito informal

O pedido

Imediato – Proximidade com direito material

Mediato – Proximidade com o Direito Processual


O pedido deve ser certo (art. 322) e determinado (324)

 Certo= Expresso, explícito, deve constar na PI


-Exceções: juros legais, a correção monetária, ações sucessivas (vencidas e vincendas) e as verbas de
sucumbência Não precisam estar explícitos

 Determinado= Pedido devidamente delimitado, não é em aberto, é objetivo – trata efetivamente daquilo
que se pretende com a PI – não é genérico

- Exceções: É lícito formular pedido genérico:

 Nas ações universais, se o autor não puder individuar os bens demandados;

 Quando não for possível determinar, desde logo, as consequências do ato ou do fato;

 Quando a determinação do objeto ou do valor da condenação depender de ato que deva ser
praticado pelo réu.

A interpretação do pedido considerará o conjunto da postulação e observará o princípio da boa-fé. Interpretação


ampla do pedido, podem coexistir pedidos em lugares diferentes da PI

Pedidos alternativos: é aquele que o autor requer ao juiz que se observe um pedido A ou um pedido B

Pedidos subsidiários: é aquele feito em cadeia, só será analisado o segundo pedido se o primeiro não for aceito pelo
juiz. Preferencia entre os pedidos, se o juiz não apreciar o pedido A, que se analise o B

Pedidos independentes: Pedidos totalmente diferentes e independentes. Pede-se os pedidos A e B juntos

É possível a cumulação de vários pedidos contra um mesmo réu, ainda que entre eles não haja conexeção (Art. 327)
– Fundamento: economia processual

Requisitos para cumulação:

 Os pedidos sejam compatíveis entre si;

 Seja competente para conhecer deles o mesmo juízo;

 Seja adequado para todos os pedidos o tipo de procedimento

O pedido depois de formulado poderá ser alterado

Critérios

 Até a citação, aditar ou alterar o pedido ou a causa de pedir, independentemente de consentimento do réu

 Depois da citação até a fase de saneamento. Depende do consentimento do réu


Indeferimento da Petição Inicial

Art. 330. A petição inicial será indeferida quando:

I - for inepta;

Considera-se inepta a petição inicial quando:

 Lhe faltar pedido ou causa de pedir;


 O pedido for indeterminado, ressalvadas as hipóteses legais em que se permite o pedido
genérico;
 Da narração dos fatos não decorrer logicamente a conclusão;
 Contiver pedidos incompatíveis entre si.

II - a parte for manifestamente ilegítima; a parte autora deverá ser intimada para se manifestar, mesmo com a
ilegitimidade

III - o autor carecer de interesse processual;

IV - não atendidas as prescrições dos arts. 106 e 321 .

§2 do Art. → exige que nas ações revistonas de empréstimos ou financiamentos, o autor deverá cumprir alguns
requisitos, já na PI:

● Indicar as situações/obrigações controvertidas

● Indicar o valor que o autor entende como controvertido

● Caso não atenda os requisitos → Indeferimento da PI

Indeferimento da PI:

● O autor poderá interpor recurso de apelação - há possibilidade do juiz rever a sentença e reconsiderar a PI

● Se o autor não reconsiderar, o juiz deverá mandar os autos para o Tribunal e citar o réu para acompanhamento
do recurso

Improcedência liminar do pedido

● O Juiz poderá julgar improcedente a demanda analisando o mérito preliminarmente:

Art. 332. Nas causas que dispensem a fase instrutória, o juiz, independentemente da citação
do réu, julgará liminarmente improcedente o pedido que contrariar:

I - enunciado de súmula do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justiça;

II - acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça em
julgamento de recursos repetitivos;

III - entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de


assunção de competência;

IV - enunciado de súmula de tribunal de justiça sobre direito local. → direito local= direito
estadual ou municipal
§ 1º O juiz também poderá julgar liminarmente improcedente o pedido se verificar, desde
logo, a ocorrência de decadência ou de prescrição

● Caso seja julgado improcedente liminarmente, perde-se a possibilidade de discussão da causa futuramente

● Se o autor não recorrer, o processo será arquivado

● Se o autor recorrer, há possibilidade de retratação do juiz. Se juiz não se retratar, o réu será citado para
acompanhar o recurso no Tribunal

Da audiência de conciliação/mediação

Visão geral do procedimento:

● O réu é citado para audiência. Se há conciliação/mediação, o processo se extingue com resolução do mérito.
Se não há conciliação/mediação, continua-se para a contestação

● Saneamento do processo → momento em que o juiz analisa se há ilegalidades no processo. Se há ilegalidades,


o juiz manda saná-las.

● Se não há ilegalidades, parte-se para o momento em que as partes apresentam as provas que ainda precisam
ser produzidas

● No caso de deferimento de prova, o juiz marca AIJ, alegações finais e depois sentença

→ O novo CPC traz mudanças em relação a mediação/conciliação

● Imposição de tentativa de mediação/conciliação

● Para o CPC, não tem relevância a diferença entre mediação/conciliação

● Se o ator manifesta interesse → designa a audiência

● Sem interesse do autor → O juiz marcará memo assim, pois o réu poderá ter interesse

● A audiência não ser imposta apenas quando: Ambas as partes não tiverem interesse ou quando a natureza do
litígio não permitir conciliação/mediação

● Há uma multa prevista para quem faltar à audiência de conciliação/mediação - §8 Art. 334

● Se há audiência marcada e o réu informa que não comparcerá, conta-se a partir dessa data, o prazo para
apresentar contestação

● A parte poderá apresentar procuração para que alguém vá em seu lugar na audiência, porém advogado é
imprescindível
Da contestação

● O réu pode ou não se defender

● Se o réu não se defender, presume-se verdade dos fatos apresentados na PI → Revelia

● O juiz nomeará curador ao réu preso revel ou réu revél citado por edital/hora certa que ainda não tem
advogado → Curador especial para apresentar contestação para o réu. O curador possui prerrogativa especial para
contestação, ele pode contestar os fatos por negação geral → Objetivo de tornar o fato controverso e passar o ônus
probatório para quem alega. Isso acontece porque na maioria das vezes o curador especial não tem ciência dos fatos.

● O réu pode comparecer ao processo → o réu comparece para refutar as alegações do autor ou para concordar
com aquilo que foi pedido → Reconhecimento da pretensão/pedido - Processo extinto

● Os fatos devem ser especificados especificamente na impugnação, aqueles não impugnados serão
considerados como verdadeiros → deve impugnar fato a fato → Ônus da impugnação - Art. 341 → Não se aplica ao
defensor público, adv. Dativo e ao curador especial - Pù do Art. 341

● Sempre quando alegar uma matéria de defesa, ela deverá ser alegada no momento da contestação - Art. 336 →
Princípio da concentração dos atos

Art. 337. Incumbe ao réu, antes de discutir o mérito, alegar:

I - inexistência ou nulidade da citação;

II - incompetência absoluta e relativa;

III - incorreção do valor da causa;

IV - inépcia da petição inicial;

V - perempção;

VI - litispendência;

VII - coisa julgada;

VIII - conexão;

IX - incapacidade da parte, defeito de representação ou falta de autorização

X - convenção de arbitragem;

XI - ausência de legitimidade ou de interesse processual;

XII - falta de caução ou de outra prestação que a lei exige como preliminar

XIII - indevida concessão do benefício de gratuidade de justiça

§ 1º Verifica-se a litispendência ou a coisa julgada quando se reproduz ação anteriormente ajuizada.

§ 2º Uma ação é idêntica a outra quando possui as mesmas partes, a mesma causa de pedir e o mesmo pedido.

§ 3º Há litispendência quando se repete ação que está em curso.

§ 4º Há coisa julgada quando se repete ação que já foi decidida por decisão transitada em julgado.
§ 5º Excetuadas a convenção de arbitragem e a incompetência relativa, o juiz conhecerá de ofício das matérias
enumeradas neste artigo.

§ 6º A ausência de alegação da existência de convenção de arbitragem, na forma prevista neste Capítulo, implica
aceitação da jurisdição estatal e renúncia ao juízo arbitral

● Portanto cabe a réu alegar matéria processual (Art. 337) e matéria de mérito ( direito material)

● O réu poderá alegar fato Impeditivo, extintivo, modificativo do direito do autor

● Art. 339 → Quando houver alegação de ilegitimidade, o réu terá o ônus de indicar o sujeito passivo correto,
sob pena de indenização

Da reconvenção

● O réu poderá formular uma pretensão (pedido) contra o autor, isso se dá na forma de reconvenção - Art.343

● Ação do réu em desfavor do autor

● O CPC 15 simplificou a reconvenção → permitiu que ela seja deduzida na contestação

● Nos JECs admite-se o pedido contraposto - é a mesma coisa da reconvenção, mas no juizados

● É uma “ação dentro de outra ação”

Da revelia

● Ausência de defesa

● Normalmente se opera os efeitos da revelia

● Efeitos: presumir-se-ão verdadeiras as alegações de fato formuladas pelo autor.

● Relevância: Fatos verdadeiros não precisarão de prova, isso é, o autor se esquivará de ter que comprovar os
fatos alegados

● Exceções aos efeitos:

I - havendo pluralidade de réus, algum deles contestar a ação;

II - o litígio versar sobre direitos indisponíveis;

→ há entendimento que ações sobre direitos do Estado, Fazenda Pública etc devem
ser analisados caso a caso para saber se são indisponíveis ou não.

III - a petição inicial não estiver acompanhada de instrumento que a lei considere indispensável à
prova do ato;

IV - as alegações de fato formuladas pelo autor forem inverossímeis ou estiverem em contradição


com prova constante dos autos
Impugnação à contestação ou réplica: Ocorre quando na contestação houver

● Arguição de preliminares dos arts. 337, fulcro no Art. 351

● Arguição de Fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor

● Apresentação de documentos por força do Art. 437

→ Prazo de 15 dias

● Não havendo qualquer desses requisitos → Não haverá vista ao autor, o procedimento seguirá

Saneamento: Quando o réu alega vício processual sanável → o juiz determinará, no prazo de 30 dias, que o
autor corrija o defeito.
→ Não havendo irregularidades e ocorrendo o cumprimento de preliminares, o juiz analisará se é caso de
julgamento do processo sem resolução de mérito (485 e 487)
Julgamento antecipado o mérito

● Acontece depois das providencias preliminares e mediante ausência de prescrição/decadência e causa


de julgamento com ausência de resolução de mérito

● Hipóteses

■ Revelia e seus efeitos

■ Quando as provas já juntadas forem suficientes para o provimento judicial

● O Juiz proferirá sentença com resolução do mérito

Caso seja necessária produção de provas: alonga-se o processo. Inicia-se a produção das provas

Julgamento antecipado parcial do mérito

● Apenas um dos pedidos ou parcela do pedido será julgado antecipadamente

● Art. 356

● Hipóteses: Quando um ou mais pedidos:

I - mostrar-se incontroverso;

II - estiver em condições de imediato julgamento, nos termos do art.


355

● O juiz proferirá decisão que resolverá o mérito de parcela do pedido ou um dos pedidos e o processo
continuará em relação ao restante que não foi julgado

● Possibilidade de executar e transitar em julgado pedido ou parte dele antes dos demais

Fase de Saneamento do processo

● Art. 357
● Não havendo nenhum dos procedimentos citados anteriormente, o juiz deverá, por decisão de
saneamento:

I - resolver as questões processuais pendentes, se houver;

II - delimitar as questões de fato sobre as quais recairá a atividade


probatória, especificando os meios de prova admitidos;

III - definir a distribuição do ônus da prova, observado o art. 373 ;

IV - delimitar as questões de direito relevantes para a decisão do mérito;

V - designar, se necessário, audiência de instrução e julgamento

● O Juiz analisará as provas que ainda precisam de ser produzidas → Além das provas da petição
inicial, pode ter provas a serem produzidas a partir da contestação (Art. 437)

● O saneamento do processo, permite as partes cobrar ajustes e esclarecimentos ao juiz, em 5 dias, após
isso tornando-se estável

● Saneamento significa análise de tudo que se passou no processo para avançar para a parte de produção
de provas

● Realizado o saneamento, as partes têm o direito de pedir esclarecimentos ou solicitar ajustes, no


prazo comum de 5 (cinco) dias, findo o qual a decisão se torna estável

● → Para o caso do juiz ter se equivocado ou esquecido algo, depois do prazo não poderá haver
modificações

● As partes, em acordo, podem levar ao juiz uma delimitação de fato ou de direito → As partes dizem
ao juiz quais os fatos e qual o direito devem ser aplicados ao fato. Poderá deixar de aplicar uma norma x, para
aplicar uma norma y → A petição deve ser conjunta

● Em caso de grande complexidade do caso → o Juiz deverá designar audiência para que o saneamento
seja feito em comparação com as partes → é uma oportunidade de que o advogado possa conversar com o juiz
e esclarecer pontos complexos

● As pautas deverão ser preparadas com intervalo mínimo de 1 (uma) hora entre as audiências

● O saneamento pode ser um ato solitário do juiz (ele de oficio em seu gabinete resolvendo tudo) ou
pode ser um saneamento partilhado ( entre as partes em audiÊncia de conciliação

Das provas e audiência

● O juiz analisará e deferirá as provas

● Espécies de prova

○ Testemunhal → precisam ser indicadas pelas partes

○ Prova pericial

○ Inspeção judicial → Juiz vai pessoalmente analisar determinado local, pessoa, fato etc

○ Documental → Deve ser apresentada primeiramente , é juntada com a PI ou contestação


■ Ata notórias → prova documental feita em cartório

Audiência

● Quando uma prova tiver que ser produzida, o juiz designará uma AIJ

● AIJ → produz-se provas, serão feitas alegações finais e haverá sentença

● Embora o código preveja a AIJ, não necessariamente ela vai acontecer em todos os casos, ela ocorrerá
apenas nos casos em que serão necessários

● As audiências devem ser feitas de uma em uma hora e haverá um pregão

● O juiz tentará fazer um acordo/conciliação com as partes - sem acordo as provas serão produzidas em
audiência

● O juiz tem o poder de polícia na audiência - Art. 360

● Ordem de oitava: perito, autor, réu, testemunha autor, testemunha réu

● Adiamento de audiência: convenção das partes, quando uma delas justificadamente não puder
comparece ou por atraso superior a 30 min

● O juiz poderá dispensar a produção das provas requeridas pela parte cujo advogado ou defensor
público não tenha comparecido à audiência, aplicando-se a mesma regra ao Ministério Público

Provas

● Não precisam se limitar as provas típicas do CPC

● As provas comprovam fatos e não provam direito

● Conhecer o direito cabe ao juiz

● As provas são feitas pelas partes do processo ( autor e réu)

● O juiz pode, de ofício, realizar a determinação de provas - deve-se evitar a quebra da imparcialidade

● Art. 375 → Aplicação das regras de experiência comum

● Aquilo que foi alegado, deve ser demonstrado no processo. Contudo há exceções em que não há
necessidade de comprovação.

● Não precisam de prova

○ Fatos notórios → De conhecimento de todos

○ Fatos confessados por uma parte

○ Fato admitido no processo como incontroverso → Fatos que não apresentam contestação e
que já estão provados

○ Fato que limita presunção legal de veracidade

● A quem compete provar os fatos? - A regra geral é de que compete ao autor comprovar os fatos por
ele alegados e compete ao réu provar os fatos impeditivos, extintivo ou modificativos do direito do
autor
● Aquele que alega, deverá provar

● Novidade do CPC15 - Pode o juiz estabelecer uma divisão diferente na estrutura de provar - Art. 373,
§§1º a 3º

● A inversão do ônus da prova deve ser feita antes da sentença - Para permitir que a parte tenha
oportunidade de produzir a prova em juízo

● Inversão do ônus da prova é o fato ter de ser provado pela parte contrária - Depende do fato concreto
e depende de atender os critérios do CPC

Momento de produção das provas

● Documental: desde que se ajuiza a demanda

● As demais provas são produzidas após o saneamento

● É possível a produção de provas antes do saneamento, desde que sejam indispensáveis - Produção
antecipada de provas → Ocorre quando a prova se tornar impossível por risco de perda, prova para viabilizar
autocomposição ou que possa evitar o ajuizamento da ação - Pode acontecer antes do ajuizamento da ação,
funcionará como uma medida cautelar autônoma. Nesse caso a medida cautelar é autônoma e não necessita de
estar vinculada pedido principal que condiciona sua eficácia

● A prova antecipada antecedente não torna o juízo prevendo

● Prova emprestada → Possibilidade de utilizar prova produzida em outra demanda em um processo.


Deve-se garantir o contraditório e cabe ao juiz dar ao valor que decidir àquela prova emprestada. Art. 372

Provas previstas no CPC

Ata notarial

● Novidade do CPC

● È uma escritura publica feita por tabelião de notas que atesta a existência de um fato

● Vantagem da ata notarial → Apresenta maior segurança jurídica devido à fé pública do tabelião

Depoimento pessoal

● Depoimento das partes

● A oitiva é requerida por uma das partes para ouvir a outra e poderá ser requerida de ofício pelo juiz

● Só poderá ser requerido pela parte contrária → Apenas a parte contrária faz perguntas em audiência

● É importante para que a parte possa esclarecer fatos que não estão claros no processo

● Em caso de PJ, ouve-se um representante

● A parte deve ser intimada pessoalmente e não na pessoa do advogado → Isso ocorre porque se a
vitima for intima e faltar à audiência ocorrerá a confissão dos fatos indicados na petição inicial

● Poderá a parte apresentar procuração para ser representada em depoimento pessoa? → Entendimento
mais recente do STJ: entende-se pela impossibilidade devido ao objeto especifico do depoimento pessoal que
procura obter informações bem próximas à parte

● A parte não presta depoimento sob juramento, ela não é compromissada com a verdade
● A parte não é obrigada a responder pelos fatos descritos no Art. 388 - Se forem causas de direito de
família não se aplica o Art. 388

Confissão

● Os fatos confessados não precisam de prova

● Não é valida a confissão relativa a direitos indisponíveis

● Jurisprudência: A confissão não surte efeito se ela está contra uma prova presente nos autos

Exibição de documento ou coisa

● Pode ser dirigida a quem é parte do processo ou a terceiro

● Quando a pessoa é parte, a exibição traz um contorno relacionado ao ônus da prova, já que é possível
ao juiz aplicar confissão de fato à não exibição de documento ou coisa.

● No caso do terceiro, a falta de apresentação não gera nenhum ônus, porém o juiz poderá aplicar
medidas coercitivas contra o terceiro, como multa e busca e apreensão

● Quando documento é indispensável para o ajuizamento da demanda → o CPC prevê demanda


autônoma citando terceiro para responder em 15 dias - Art. 401

● Causas de possibilitam recusa de apresentação de documento ou coisa - Art. 404

Força probante dos documentos

● Art. 405

● Doc. Públicos - Emanados de um agente estatal

● Doc. Particular - aquele que não tá no conceito de público

● Força apenas dos documentos apresentados no processo

● Art. 406 - Caso de exigência de instrumento público imprescindível → não poderá ser substituído -
Ex: Demandas que exigem registro de propriedade de imóvel

● Documento público - Aqueles que os confeccionam possuem fé pública, entretanto pode duvidar da
veracidade dos documentos particulares

○ Quando surgir dúvida sobre data, poderá utilizar todos os meios de direito para provar

○ Art. 409, PÚ→ Lista datação em relação a terceiros

● Toda vez que houver impugnação de doc. Particular→ a parte que o produziu deverá demonstrar sua
autenticidade. No caso de argüição de falsidade, quem arguiu que deverá provar a falsidade

● No caso de ausência de impugnação de doc → presume-se autenticidade

● Presume autenticidade com reconhecimento de tabelião

● Presume-se autenticidade quando há qualquer tipo de certificação, como a eletrônica

● Livros empresariais → necessários para fazer prova em questão tributária/dissolução de empresas →


Os livros provam o que a escrita prevê, mas o empresário pode provar o contrário
● Fotografia como meio de prova → As fotos digitais e da internet, fazem prova das imagens que
reproduzem, mas se houver impugnação, deve-se apresentar autenticação eletrônica e, se não for
possível, realizar perícia

○ No caso de suspeita de adulteração de fotografias: Apresenta-se o arquivo original da foto e,


caso restem dúvidas, pede-se perícia

● Cópia de doc. Particular tem o mesmo valor probante que a original, cabe ao escrivão realizar a
conferência

● Fazem mesma prova que os originais →Art. 425

● Como se argui a falsidade de determinado - Pode ser alegado pelas partes, MP, ou juiz de ofício. A
falsidade deverá ser alegada em contestação se o documento foi alegado em PI. Caso tenha sido
juntado em contestação, impugna-se na impugnação de contestação, se houver, ou em 15 dias após a
ciência

● Depois de alegada a falsidade, deve-se ouvir a parte contrária. Se a parte insistir na legitimidade do
documento, o juiz pede perícia. A parte tem opção de retirar o documento, podendo ela ser condenada
em litigância de má-fé

● O CPC permite que, a critério de quem alega a falsidade, que a falsidade possa ser apreciada apenas
em sentença, para que possa haver caracterização de coisa julgada e seus efeitos

Momento de produção de prova documental: Deverá ser apresentada em petição inicial ou contestação

● Não possibilita juntada em momento posterior, mas deverá passar por análise do juiz para aceitar
juntada tardia - art. 435

● Sempre que houver pedido de juntada de documento, deve-se ouvir a parte contrária e em seguida
haverá analise do juiz

● Doc. Em repartições públicas poderão ser fornecidos eletronicamente

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