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Nota do Autor:

Esse texto pode conter representações culturais ultrapassadas da época em que foi escrito, para manter a
essência de quando foi escrito, ao disponibilizar esses textos decidi não corrigir, para que se possa refletir
o avanço das discussões sobre identidade, representações, estereótipos, e consciência coletiva. Muitos
destes textos foram escritos durante a juventude, período em formação de valores de uma geração que foi
amadurecendo e interpretando suas relações interpessoais de forma mais consciente e empática, espero
que gostem e tenham uma boa leitura, luz, paz e felicidade, a todes.

Jonh Darly Oliveira Bento 24 de Maio de 2021.

Para adaptação ou montagem desse texto contacte o autor através de:

E-mail: jonhdarlyhst@outlook.com Instagram: @jdobento

Sertão Junino 2017: “Sertão de cores”


Jonh Darly 01/05/2017.

Severino, Flora, Conceição, Zezita e Pepita, Veruska (mãe de Severino), Ciço,


Valdivino (pai de Veruska), e Padre.

Meu Deus, meu Deus

Setembro passou

Outubro e novembro

Já estamos em dezembro

Meu Deus, que é de nós

(Meu Deus, meu Deus)

Assim fala o pobre

Do seco nordeste

Com medo da peste


Da fome feroz

(Ai, ai, ai, ai)

(Cantado na voz do regional, enquanto atrizes e cenário entram em cena)

(A cena se passa na cacimba, onde Flora e Conceição estão lavando as coisas de casa, e
conversando)

CONCEIÇÃO- (Cansada) Eitaa, que calor, senhor. Minha filha, desde que me entendo
por gente, nunca tinha visto nossa terrinha tão seca como agora. Oia pra isso... O rio so
o barro, as plantas tudo cinza, sem nenhuma corzinha, e os bicho maaaagro, que dar dó!
Num sei não fia, mas se não chover... Nós vamos ter que mudar daqui, o jeito é ir pra
capital viver ou morrer.

FLORA- (Lavando louça, ou roupa). Mudar?? Mãe nós nascemos e crescemos aqui, não
podemos abandonar nossa terra, tenha fé mãezinha, esse ano chove, e eu me casarei
com Severino, tudo será melhor pode acreditar.

CONCEIÇÃO – Deus te ouça minha filha por que só temos esse pocinho que serve pra
todo mundo, e ele ta só a lama quase, se formos esperar esse governo resolver o
problema da seca a gente morre de sede e de fome.

(Entra as irmãs com uma trouxa de roupas)

ZEZITA- Eu disse que a gente viesse logo, por que ia ta ocupado.

PEPITA- Aposto que elas já estão de saída. Oi amore? Cês tão boas? É o seguinte já
usaram muita água, e eu minha irmã estamos precisando tomar banho, e lavar nossos
panos, minha rede já ta azedinha.

CONCEIÇÃO – Que vcs estão precisando de um banho, todo mundo sabe né fofa, pq as
moscas estão tudo em cima de você!

ZEZITA- Pepitaaaaaaaa, eu vou jogar terra nela.

FLORA- Não, não vai não. Já estamos terminando né mãe??

PEPITA – Raaan.

CONCEIÇÃO- É estamos, até por que se passarmos muito tempo aqui, minha louça sai
mais suja, do que chegou.
PEPITA- Isso é uma indireta amore?

CONCEIÇÃO – (Pegando no queixo dela em forma de deboche) Se a carapuça serviu...


AMORE. Bjo me liga. Vamos fia.

(C e F saem, e as irmãs ficam lavando as coisas na cacimba).

ZEZITA- Uma mulher dessa num se enxerga, vem querer fazer palhaçada comigo, logo
eu que inventei o afronte... Um v mulher, lava essa panela que ta só o caivão.

PEPITA- Ói vc tb num me azogue muito não, se não eu vou me imbora assistir minha
novela.

(Entra Severino, feliz com uma pedra de sal).

SEVERINO- Flora? Kd Flora, vcs viram ela? To tão animado, as pedras de sal... Elas
disseram que junho será o mês de chuva, vai da certim, vamos casar e fazer uma
quadrilha bem bonita pra comemorar nossa união.

ZEZITA- ôh homi besta, tu ainda acredita nessas coisas, seu tolo, essa história de pedra
de sal, é coisa do tempo que o cão era minino.

PEPITA- Deixa de ser besta criatura, esperar até junho pra casar, só por causa de chuva,
quer dizer que se não chover mais, tu vai morrer solteiro??

ZEZITA – (seduzente) Olha totoso, se vc nunca mais chover, e vc for ficar solteiro, me
procura que a gente faz um chamego bem porreta. Quer que eu te passe meu zap?

SEVERINO – Nam, sai. Meu coração é de outra, e eu tenho fé que vai chover sim! Fe
em Santa Luzia, fé em São José, e pode escrever, que vou casar no dia de São João. Eu
prometi a meu finado pai, que iria casar no mês de chuva, pra ver todo mundo feliz, e o
sertão bem colorido, do jeito que só a chuva faz com minha terrinha. E Eu já vou indo,
por que preciso comunicar a minha Florinha.

ZEZITA- Pois pode ir passando, que sua sirigaita num ta aqui não, Vai.

SEVERINO- Oxe, essa cacimba é dentro das minhas terras, vcs estão aqui por que eu
deixo.

PEPITA- Por que vc deixa nada, meu amor. A água é um bem público, problema seu se
foi feita nas suas terras, (joga uma bacia nele) sai.

ZEZITA- Armaria, mulher, tu procura confusão com todo mundo, nam.


PEPITA- Vixe, falou a pacífica, que vive falando mal do povo.

ZEZITA- (Sai com raiva) Ridícula!

PEPITA- Se eu fosse filha da sua mãe! E pode vir aqui, que essas coisas não vao se
lavar sozinhas. (As duas saem brigando)

(Nova Cena dentro da fazenda de Severino)

VERUSKA- Eu não tenho mais idade pra tocar essa fazenda, pobre de meu marido que
faleceu de desgosto ao ver seu gado morrer de fome e de sede. É de fazer pena ver a
terra toda rachada, as arvores todas secas, e a caatinga so a cinza, sem vida.

VALDIVINO- No meu tempo minha fia, a seca trazia as pragas, a fome, matava as
pessoas todo dia, eu mesmo enterrei dois irmãozinhos, um morreu de fome, e o outro de
cólera.

VERUSKA- Ave maria meu pai, eu nem consigo imaginar como era difícil na sua
época, se hoje em dia é desse jeito, antigamente era um terror, Deus que me livre,
tomara eu que Severino case logo, e consiga tocar pra frente, ou vender ou procurar um
jeito de salvar, por que do jeito que tá não da mais. Se for esperar por Ciço a gente
morre de fome, por que aquele imoral so quer saber de namorar. Foi embora pra São
Paulo pra estudar e caiu na vida vadia.

(Entra Severino com Flora)

SEVERINO- Mae, você não sabe, as pedras de sal, disseram que teríamos um bom
inverno. Se for verdade, poderei me casar com Flora, do jeito que o papai queria.

FLORA- Deus abençoe que seja verdade, por que estamos ao Deus dará, quem ta no
governo nem liga pra gente, só nos procura mesmo na eleição. Mas não tenta resolver o
problema da seca, e falta d’agua pra gente.

SEVERINO- Água tem, se tem pras empresas, é pra ter pro povo, mas nós somos
pobres, ai já sabe...

VALDIVINO- Esses fí duma égua... No dia que eu vir um político eu atiiiro. (Puxa uma
garrucha)

VERUSKA- Calma paizinho, nada de exaltações, se não a pressão sobe, vamo tomar o
remedinho? E um mingauzinho? Delicinha ne?
VALDIVINO- Que Fatinha??

VERUSKA- O mingau pai, delíiiicia.

(Saem os dois)

FLORA- Ai mozinho, não vejo a hora da gente casar de vez, se Deus quiser esse ano vai
chover, e finalmente sua promessa vai ser cumprida.

SEVERINO- Deus abençoe, não vejo a hora de ver tudo verdinho, os rios cheios, os
bichos gordos, e os pássaros cantando, Vamo ter uma boa colheita, e vai tudo certo.
Vou rezar pra São José, que se dia 19 de março chover... É sinal de chuva farta, e ai
minha nega, já va logo preparando seu vestido, pq em junho nois casa e faz uma
quadrilha porreta pra comemorar.

FLORA- É tudo que eu mais quero nessa vida.

(Saem, e entra um grande calendário, arrancando os meses de janeiro, fevereiro


chegando ate março. Enquanto o regional canta a música)

Meu DIVINO SÃO JOSÉ

Aqui estou a vossos pés

Dai-nos chuva com abundância

Meu divino São José.

(Ouve se sons de vento, trovão, e os noivos estão curtindo a chuva de costas um pro
outro, até se perceberem, e se abraçarem).

SEVERINO- Ta vendo Flora, vai da tudo certo, ate os santos estão conspirando a nosso
favor, vai ter casamento sim!

FLORA- Como é bom sentir esse cheiro de terra molhada, sentir esse ventinho frio no
rosto, e saber que vamos casar. Eu fico tão contente que me da vontade de chorar.

SEVERINO- Vem!! Vamos correr, a chuva ta engrossando!

(ELES SAEM POR UM LADO, E AS IRMÃS APARECEM PELO OUTRO)

ZEZITA- Mulher corre, a roupa ta no varal, vai encharcar tudo.

PEPITA- Ai mana, relaxa, vamo tomar banho de chuva, sente só os pingos no rosto,
essa chuva lava a alma. Aproveita que a sua alma é sebosa, e toma esse banho.
ZEZITA- Coitada de você fofa, seu recalque vindo, pah! Desviei, licença.

PEPITA- Va dormir gata, que amanhã cedo você tem que lamber o chão que eu vou
pisar.

ZEZITA- Ata.

(as duas saem, e chega Ciço com uma mala na mão observando e curtindo a chuva)

(AS BAHIAS, musica 3:45)

CIÇO- Ôh beleza , foi só eu chegar que a chuva veio junto. Vou pra casa antes que a
chuva acabe, mamãe deve tá fazendo uma tapioca com manteiga bem quentinha. (Corre
pra porta de casa) ôh de casa oh de casa!

VERUSKA- Quem é??? Que ta fazendo zuada no meu terreiro. Fiiiiilho, meu deus, que
saudade!

CIÇO- Maezona, quanto tempo.

VERUSKA- Um minuto filho, já volto. (Vai ate a porta e pega a vassoura, e começa a
bater nele) fi duma égua, como é que vc passa tanto tempo sem mandar uma carta, um
telefonema, nem uma mensagem no atzap, condenado ruim.

CIÇO- Ai mãe, ai, mas eu to aqui agora. Ouvi dizer que a situação tava difícil e voltei
pra casa pra ajudar no que eu puder.

VERUSKA- Eu até acredito em você (deboche), deve ter aprontado alguma coisa, nas
quebradas que você tava.

CIÇO- Ki história mãe, (desconfiado), vim por que tava com saudade. Ta vendo, eu
cheguei e a chuva me acompanhou.

VERUSKA- Pronto, chegou São José, vou fazer até um altar pra você. Passa pra dentro
vamo ve.

CIÇO- Armaria mãe, nam, cheguei agora, e tu já vem com ignorância.

VERUSKA- É sim, quem mandou esquecer da sua mae, e não mandar noticia, comigo
é assim, quem prova do meu pirão prova do meu cinturão.

(Saem Flora e Severino de dentro de casa)

CIÇO- Severino! Meu irmão, quanto tempo... Cunhadinha, ta bonita...

OS DOIS- Ciço??

CIÇO- Pois é, to de volta, depois a gente conversa, mãe já ta bufando comigo, quase
quebra a vassoura no meu espinhaço.
SEVERINO- Olha Flora, olha. Como o céu ta escuro, que coisa linda, é prenuncio de
muita chuva pra nossa terra. E o prenúncio do nosso casamento, já tô decidido, não
tenho dúvida que teremos um inverno daqueles... Saindo aqui já vou na paróquia,
marcar nosso casamento.

FLORA- (surpresa) Severino! Eu não acredito...

(Chega mãe de Flora)

CONCEIÇÃO- Filha, vim atrás de vc, nessa chuva fiquei com medo de ficar em casa
sozinha.

FLORA- Mãe, advinha, o Severino vai marcar nosso casamento pra junho.

CONCEIÇÃO- Que maravilha filha.

FLORA- TA vendo mãe, olha que tempo lindo, olha que paisagem bonita, é a chuva
chegando, pra dar vida a nossa terra de novo, vc vai ver daqui uns dias, as cores bonitas
que vamos ver, as arvores floridas de novo, a grama e as matas verdinhas, e os rios com
agua suficiente pra todo mundo, e não iremos precisar ir embora.

CONCEIÇÃO- Que vc esteja falando pela boca de um anjo filha.

SEVERINO- Ela é o anjo da minha vida, vai da tudo certo pode esperar.

CONCEIÇÃO- E vc mocinho, eu to de olho... Enquanto não casar, não quero você de


chamego com minha filha, se não eu te capo, vice?

SEVERINO- Valha mi deus, ta certo.

FLORA – Vem mãe, vamos pra casa, quero pensar em tudo pro meu casamento. (Se
despede de Severino e sai com a mãe, quando Severino entra em casa)

(Mais uma passagem de tempo, agora os meses, março, abril, e maio) a passagem de
tempo será representada pelos personagens puxando os meses em um grande
calendário). Ô chuva, vem me dizer

Se posso ir lá em cima pra derramar você

Ó chuva, preste atenção

Se o povo lá de cima vive na solidão

Se acabar não acostumando

Se acabar parado calado

Se acabar baixinho chorando


Se acabar meio abandonado

Pode ser lágrimas de São Pedro

Ou talvez um grande amor chorando

Pode ser o desabotado do céu

Pode ser coco derramado.

- Primeiro as irmãs passeando de guarda chuva e capa de chuva, puxam o mês de março.

-Veruska com um balaio cheio de (alguma coisa), brigando com Ciço, enquanto ele vai
arrastsndo s cadeira de rodas do avô, puxam o mês de abril.

-Flora, e sua mãe com tecidos, e material pro casamento puxam o mês de maio.

(durante essas passagens, o cenário deve sendo modificado, o que era seco, se tornando
colorido).

(Entra Severino, com um saco de feijão).

SEVERINO- Eitaaa, esse é o ultimo saco, chegou o grande dia, não posso me atrasar
pro casamento, se não dona Conceição me esfola vivo, e Flora, nunca me perdoará, to
morto, há anos não tínhamos uma safra tão boa de feijão, de milho, as vacas estão dando
leite, os rios cheios de peixe, muito obrigado São Pedro, São José, todo mundo ai de
cima. A situação aqui tava crítica, a vida no sertão é difícil, não é pra qualquer um,
realmente o sertanejo é antes de tudo, um forte. Vixe, ta na hora, já tive problemas
suficientes, com o tempo, já chega. Vou me preparar pro meu casório.

(CENA CASAMENTO).

VERUSKA- Oh Ciço???? Vai buscar papai, Ciço, ta na hora do casamento, o padre e os


convidados vão já chegar!

CIÇO- Perai mãe, deixa eu descansar um pouquim, o véi pesa.

VERUSKA- Respeite seu avô, imoral, vai logo vamo ver.

(Chega as irmãs)

ZEZITA- Olha mana, ta bem bonitinha a decoração.


PEPITA- É... ta legalzinha.

VERUSKA- La vem a Falsa e a invejosa, fofinha, bonitinha é sua cara, minha


decoração ta belíssima, legalzinha é sua roupa, olha pra mim, olha a chibatada de
beleza.

AS DUAS- Anotado amore!

(Entra Severino aflito)

SEVERINO- Cheguei cheguei.

VERUSKA- Calma menino, o casamento não começou ainda, vc é o noivo, nem a noiva
chegou ainda.

SEVERINO- É por que eu sonhei que eu me atrasava, e acontecia mil e uma coisas pra
não dar certo.

(entra Conceição anunciando a chegada da noiva)

CONCEIÇÃO- Veeem gente, a noiva chegou.

VERUSKA- Ai graças a Deus, vai começar. Ciiiiço vai buscar o padre, a noiva chegou.

IRMÃS- Oi Ciço...

VALDIVINO- Oh povo zuadento...

VERUSKA- Ai que emoção, meu bebezinho vai casar... Depois de tanto sofrimento,
depois de tanta seca e miséria, agora vamos viver uns tempos sossegados.

(som de trovão)

SEVERINO- Eita mae la vem a chuva, oh coisa boa. Eu sabia que daria certo, minha fé
não falha, o universo esta a nosso favor... Cuuida Floora, num se ademore não.

FLORA- Já vou meu amor, so mais um pouquinho.

CIÇO- O padre tava comendo beiju la na cozinha.

PADRE- Deixe de levantar falso, pq é pecado... Faço você rezar 300 pai nosso.

CIÇO- Misericórdia...

PADRE- Podemos começar o matrimonio, vai chover... já ta relampeando.

SEVERINO- Melhor ainda se chover, eu prometi pro meu pai antes dele morrer, que
faria meu casamento quando nossa terra tivesse assim, e se chover logo agora, é sinal
que papai ta la em cima zelando por nós.

PADRE- Podemos começar então! Pode entrar Floora!


SEVERINO- FLOOOORA!

VALDIVINO- TEMER!

TODOS- Q?

VALDIVINO- Oi?

(Marcha nupcial com entrada de Flora, levada por sua mãe)

PADRE- Severino? Vc aceita Flora como sua esposa?

CONCEIÇÃO- Aceita, sim. Ele já sabe oq acontece... se não aceitar... (percebe que
parou o casamento e chamou a atenção de todos, e fica sem jeito) Oi bichinha quanto
tempo.., Ta bonita.

PADRE- A senhora quer vim fazer o casamento?

CONCEIÇÃO- Eu não!

PADRE- Pois então fique na sua. Sim, diga aceita?

SEVERINO- Claro! Faz anos que espero esse dia.

PADRE- Flora? Aceita Severino como esposo?

FLORA- Toda hora!

AS IRMÃS- Ei que horas é a janta?

PADRE- Na hora que ficarem caladas e deixarem eu terminar o casamento, eu também


to com fome. Então é isso, estão casados, Amem?

TODOS- Amem

SEVERINO- Agora vamo encher meu bucho, e depois dançar quadrilha, aproveitar que
o sertão ta daquele jeito, colorido, cheio de vida, de flores, e de amores. Esse é o meu
sertão que eu gosto. Meu sertão de cores.

A face rachada

É o espelho da terra

Que vermelha enterra

O amarelo do sol

Que se põe a riscar

Sua escrita tão dura


Que feito rapadura traduz o arrebol

E na dura beleza o doce se esconde

E pergunto aonde está meu amor

E de cá anuncia o zé cancioneiro

Que nos pau d'um buseiro o verdin se trancou

Até que o aguaceiro se lance na terra

Apagando a escritura marcada na pele do chão

E da luta arrancar da doçura verdança

Pra cá trazer as bondança pros cafundó do meu sertão

Pra cá trazer as bondança pros cafundó do meu sertão

Pra cá trazer as bondança pros cafundó do meu sertão

https://www.youtube.com/watch?v=l5QvGcyK5EM (2:35)

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