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Datiloscopia
Estágio de Habilitação
Datiloscopia
Assunto
- Histórico da datiloscopia
- Datilogramas: natural, artificial e acidental
- Postulados da datiloscopia
- Sistema Vucetich
- Sistemas de linhas
- Deltas
- Desenhos digitais: tipos
ESCOLA DE INSTRUÇÃO ESPECIALIZADA
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Boa leitura!
ESCOLA DE INSTRUÇÃO ESPECIALIZADA
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ÍNDICE
Histórico ............................................................................................................................. 003
Período pré-histórico ........................................................................................................ 004
1. HISTÓRICO
Desde a mais remota antigüidade teve o homem a sua atenção voltada para a
identificação, talvez inconscientemente.
Assim, vemos o homem pré-histórico marcando os objetos do seu uso, a caverna onde
se alojava, etc.
O homem sentiu, inicialmente, a necessidade de identificar o que lhe pertencia; os
objetos do seu uso, o animal e o escravo.
Entretanto, a necessidade de identificar não parou por aí; foi preciso torná-la extensiva
ao homem.
Era preciso identificar àqueles que se tornassem indesejáveis ou prejudiciais à
coletividade.
Estes também precisavam ser marcados, para que fossem reconhecidos como
malfeitores. Para isso era necessário um sinal que se destacasse perfeitamente e sobre o qual
não pairassem dúvidas. Naturalmente a identificação das pessoas não tinha por fim dizer se
tratava-se de fulano ou beltrano; era preciso, apenas, que o identificado fosse reconhecido
como escravo ou malfeitor.
A marca empregada parecia satisfazer essa finalidade, constituindo o processo
rudimentar de identificação. Assim, começou o homem a fixar identidade dos seus semelhantes
com recursos que dispunha. A identificação do homem precisava de adoção de um processo
mais civilizado e prático, que proporcionasse absoluta segurança.
Na busca desse processo empenharam-se em incansáveis estudos renomados cientistas
e estudiosos em questões sociais, medicina legal, antropologia, etc, dentre os quais podemos
destacar GALTON, POTTICHER, FERÉ, BERTILLON e, finalmente VUCETICH. Este, em
1891, viu coroado de êxito seus estudos, pois descobriu um processo de identificação utilizando
as IMPRESSÕES DIGITAIS de ambas as mãos, ao qual denominou
ICONOFALANGOMETRIA, palavras decorrentes do grego, IKNOS = sinal, FALANGOS =
falange, METRIA = medir. Mais tarde, em 1894, VUCETICH mudou nome do seu novo
PERÍODO PRÉ-HISTÓRICO
É sabido que o homem primitivo tinha por hábito marcar os objetos de seu uso,
inclusive a caverna onde se alojava. Estas eram marcadas com o desenho de uma das mãos e,
geralmente, a esquerda, o que leva a crer que era gravado por ele próprio, trabalhando com a
mão direita. O processo empregado era , em geral, o decalque sobre a argila, reproduzindo as
cristas e sulcos papilares da palma da mão e das extremidades digitais, previamente
impregnadas de substância corante.
PERÍODO EMPÍRICO
Esse período caracteriza-se pelas referências feitas a ele, segundo as quais, era
costume em alguns países do Oriente, apor os dedos untados de tinta sobre os documentos
oficiais. Entretanto, ignora-se qual o valor atribuído a essas impressões, se puramente místico,
se como elemento de identificação tendo em vista que não se tinha na época profissional
habilitado na identificação das impressões digitais.
PERÍODO CIENTÍFICO
Compreende esse período o estudo científico das papilas, desde sua observação como
simples curiosidade anatômica até o desfecho final de sua sistematização, a classificação
racional por VUCETICH, num período de quase 2 séculos.
Vários foram os cientistas que se destacaram neste período dentre eles podemos citar:
- MARCELO MALPIGHI: o anatomista italiano publicou sua obra “Epístola sobre o órgão
externo do tato”, em 1664, na qual relata suas observações sobre a existência de linhas na
palma das mãos e extremidades dos dedos.
- JOÃO EVANGELISTA PURKINJE, em 1823, publicou o “Commentatio de Examine
Organi Visus et Sistematis Cutanei” no qual estudou a pele e seus caracteres exteriores e a
porosidade. Discorreu sobre os desenhos papilares nas extremidades digitais e conseguiu
agrupá-las em nove tipos fundamentais, estabelecendo ainda o sistema déltico. A classificação
proposta por PURKINJE foi a primeira que surgiu e, conforme veremos mais adiante, serviu de
base à classificação de GALTON. Não obstante, PURKINJE não cogitou a aplicação dos
desenhos digitais com o fim de identificar as pessoas; seu trabalho teve caráter puramente
anatômico.
- JOSE ENGEL, em 1856, publicou o “Tratado de Desenvolvimento da Mão Humana” no
qual fez apreciações sobre os desenhos digitais e reduziu a quatro os nove tipos da classificação
de PURKINJE.
classificação das impressões digitais levada a efeito por GALTON, tendo sido a PRIMEIRA,
deu origem a todas as outras, embora hoje o sistema de GALTON, também denominado
GALTONISMO, seja considerado rudimentar; realmente, nem poderia ser de outra forma, pois,
antes da classificação de GALTON, não existiu, ao que sabemos, qualquer outra.
Em resumo, são as seguintes classificações derivadas de GALTON: FERÉ, TESTUT,
FORGEOT, VUCETICH, HENRY.
Devemos, entretanto, ressaltar que os 3 primeiros sistemas de classificação não
passaram de ligeiras modificações da classificação original de GALTON, não cabendo, no
nosso entender, qualquer mérito àqueles 3 personagens.
Quanto aos 2 outros (VUCETICH e HENRY), conquanto se tenham baseado na
mesma fonte, tiveram o mérito de proceder modificações de grande alcance no terreno prático
de identificação individual.
Em conclusão, contrariando a opinião de muitos autores, salientamos que GALTON
não deve ser considerado meramente um precursor da DATILOSCOPIA, porém, um
CRIADOR, pois, antes das suas realizações nesse terreno, não existiu nenhum sistema de
classificação das impressões digitais. Após estas, surgiram novos sistemas, os quais se
basearam no Sistema de Classificação de GALTON, embora rudimentar.
- HENRY DE VARIGNY, em 1892, publicou na “Revue Cientifique”, em Paris, de 02 de
maio, um artigo discorrendo sobre o sistema de identificação pelas impressões digitais, de
acordo com as teorias de GALTON. HENRY apresentou as seguintes sugestões:
1ª - que fossem tomadas as impressões dos dez dedos, em vez de um só, conforme
preconizava GALTON;
2º - que fossem tomadas impressões digitais da mesma família em 2 ou mais gerações,
a fim de se estabelecer os fatores relativos à hereditariedade;
3ª - que fossem tomadas as impressões digitais dos nativos de diversas regiões, a fim
de se proceder ao estudo da raça através desse elemento. O artigo de HENRY inspirou muitos
pesquisadores nos estudos relativos à identificação individual por meio das impressões digitais
e foi o ponto de partida de VUCETICH.
mesmos e só com o decorrer dos anos é que se chegou a conclusão de que o sistema das
impressões digitais permite a identificação individual, sem a necessidade de qualquer outro.
O novo sistema de VUCETICH passou a ser empregado em todas as circunstâncias. A
seguir, um resumo das aplicações do novo sistema:
- em 01 Set 1891, foram identificados 23 presos recolhidos à cadeia de La Plata;
- em 07 Set 1891, foi iniciada a identificação regular dos presos recolhidos à prisão de La Plata;
- em 02 Jun 1892, utilizando-se das impressões digitais sangrentas encontradas no local do
crime, VUCETICH estabeleceu a identidade de Francisca Rojas, que assassinara seus 2 filhos,
imputando a culpa em um vizinho;
- em 1892, VUCETICH começou a identificar os candidatos a agente de polícia, providencia
esta que se tornou extensiva aos departamentos do norte, centro e sul do país;
- em 1896, foi estabelecida, pelas impressões digitais, a identidade de um cadáver
desconhecido, encontrado nas ruas de La Plata, como sendo do ex-sentenciado Francisco
Casali.
Essas primeiras experiências no terreno prático deram força ao sistema datiloscópico e
lhe atraíram o crédito, como sistema de identificação individual.
Outrossim, como já vimos anteriormente, a identificação individual era destinada
exclusivamente aos criminosos. Com a aplicação do Sistema VUCETICH, a identificação
abandonou, por assim dizer, o âmbito criminal para se compor a civil.
Com o advento desse novo sistema, verificou-se que a identificação individual não é
assunto exclusivo para criminosos, pois ele tem a finalidade natural de garantir os direitos e
deveres do indivíduo que, evidentemente, decorrem da certeza da pessoa física. E essa certeza
só pode ser determinada por meio da identificação, por um processo seguro.
As primeiras aplicações práticas das impressões digitais que mencionamos acima,
tiveram, por assim dizer, a finalidade de permitir a verificação das possibilidades desse novo
sistema e, como os resultados foram plenamente satisfatórios, em 1896, o governo da
deixou subsídios para que os estudiosos do assunto fizessem o seu aperfeiçoamento técnico. O
saudoso e eminente vulto da identificação, formulando as instruções necessárias à execução do
seu novo sistema de classificação, mandava, por exemplo, que as impressões digitais, para
efeito de arquivamento, fossem tomadas em papel acetinado de fundo branco. Cabia, no
entanto, aos seus sucessores, não só o desenvolvimento dos subtipos e das subdivisões do
referido sistema de classificação, como também, o seu aperfeiçoamento técnico, mesmo
porque, consultado sobre certas questões de ordem técnica para completa execução do seu
genial método, respondeu que: “aos estudiosos do assunto caberá o aperfeiçoamento do
método de classificação e arquivamento.”
,
2. DATILOGRAMAS
Os desenhos papilares aparecem desde o 6º mês de vida intra-uterina e só desaparecem
com a morte, após a putrefação do cadáver.
DATILOGRAMA é a palavra que designa cada um dos desenhos digitais. É uma
palavra híbrida, formada por 2 radicais de origem diferente, do grego DAKTILOS = dedos e do
latim GRAMA = marca.
Um datilograma pode ser encontrado em 3 situações: natural, artificial e acidental.
Natural – é aquele que se vê pelo exame direto na polpa digital das falangetas, com auxílio de
lentes ou mesmo a olho nu.
Artificial – é aquele que resulta da impressão por qualquer dos meios gráficos conhecidos, tal
como se encontra nas fichas datiloscópicas ou documentos de identidade.
Acidental – é aquele encontrado nos locais de crime.
No datilograma natural distingue-se as cristas (salientes) e os sulcos interpapilares
(baixo relevo) cobrindo a epiderme.
Para o exame do datilograma natural, o paciente deve manter o dorso da mão virado
para baixo e as falangetas apontadas para o observador, para que coincidam os bordos da figura
com a posição dos dedos sobre uma superfície plana.
Convém chamar a atenção para o seguinte:
a. quando se fotografam as impressões digitais e há necessidade de estudá-la na película ou
chapa (negativo), é de se ter em conta que nesta, as linhas brancas correspondem às cristas e as
negras, aos sulcos;
b. via de regra, a tomada das impressões digitais de uma pessoa é feita na FICHA
DATILOSCÓPICA, a qual trataremos mais tarde. Essa ficha, após receber as impressões dos 10
dedos ou dos dedos que a pessoa possua, passa a denominar-se INDIVIDUAL
DATILOSCÓPICA (ID).
Há casos, porém, em que a impressão de cada um dos dedos é tomada numa ficha
3. POSTULADOS DA DATILOSCOPIA
Passemos a estudar as principais qualidades das figuras papilares, ou seja, os
postulados emitidos para a datiloscopia e o seu valor de identificação, que são:
a. VARIABILIDADE
b. IMUTABILIDADE
c. INDIVIDUALIDADE
d. INIMITABILIDADE
e. INALTERABILIDADE
De GALTON a HENRY até VUCETICH e LOCARD, todos os investigadores
concordaram com a existência destas qualidades.
VARIABILIDADE
É infinita se considerarmos o número inimaginável de combinações possíveis de tantas
particularidades epidérmicas: linhas, deltas, poros, pontos característicos, etc.
Duas figuras papilares iguais são do mesmo dedo de um só indivíduo. Dois indivíduos
jamais podem apresentar figuras papilares iguais.
Por mera curiosidade, apontaremos alguns cálculos de diversos pesquisadores, sobre a
possibilidade ou probalidade de se encontrar 2 impressões idênticas pertencentes a indivíduos
diferentes.
Assim, GALDINO RAMOS, citado por LOCARD, raciocina: “se considerarmos 10
pontos característicos em cada figura digital de uma só pessoa, seriam necessários que
passassem 5 milhões de séculos para que aparecessem 2 indivíduos com figuras papilares
iguais.
GALTON, por seu lado, calculou ser possível uma coleção de 64.000.000.000 de
desenhos papilares diversos.
IMUTABILIDADE
Esta garantia tem sido posta em relevo desde os primeiros tempos das investigações
no campo da DERMOPAPILOSCOPIA. Vários observadores, como GALTON, HERSCHELL
e WECKER, entre outros, notaram que as figuras papilares não se modificam no mais pequenos
detalhes durante os longos períodos da vida.
GALTON e VUCETICH demonstraram claramente um fato, que hoje ninguém
discute: “todos os pontos característicos ou particularidades, se conservam desde o
nascimento até a morte”.
Para finalizar este tema, basta dizer que GALTON observando as figuras papilares
obtidas em diferentes épocas da vida de alguns indivíduos, verificou a imutabilidade, não só
dos tipos de figuras, mas também das mais delicadas características. De 296 pontos de
comparação, nem um só ponto desapareceu ou se modificou depois de muitos anos.
Por fim, eis outro dogma inatacável da datiloscopia: a impossibilidade absoluta de
uma figura papilar se transformar, de modo a se revestir de aspecto diferente, quer dizer, um
arco jamais se transformará num verticilo ou um verticilo numa presilha ou presilha num arco.
Um só caso pode suceder, mas imediata e facilmente explicável: o caso de uma
cicatriz que, repuxando a pele, torça as linhas papilares de tal maneira que a figura pilar possa
parecer com outra. Neste caso, passa a cicatriz a constituir um ponto característico de grande
importância.
INALTERABILIDADE
Desde os primeiros passos da datiloscopia, confirmam os autores a inalterabilidade
das figuras papilares. Porém, logo apareceram investigadores a afirmar que elas podem sofrer
danos mais ou menos extensos, de forma a alterar-lhes a fisionomia e, mesmo destruí-las.
Este é um ponto de grande interesse e importância para o conhecimento da
datiloscopia. Podemos destacar 6 casos a observar, ao identificarmos certos indivíduos:
INDIVIDUALIDADE
Deste o 6º mês de vida intra-uterina que no feto começa a formar-se os desenhos
digitais, que permanecem por toda a vida e só desaparecem após a morte, com putrefação do
cadáver.
Cada pessoa possui desenhos próprios e individuais, quer dizer, constituem formas
inconfundíveis e que servem para identificar um indivíduo entre milhões de outros, sem a
menor dúvida e sem possibilidade de erros. São diferentes entre membros de uma mesma
família, não se transmitem por hereditariedade e são diferentes até entre os gêmeos.
INIMITABILIDADE
Restava a questão, realmente curiosa, de saber se as linhas papilares são suscetíveis de
imitação. MINOVICH, diretor do Serviço Antropométrico de Bucarest, fez experiências nesse
sentido. Submeteu impressões digitais a manobras hábeis de imitadores. No exame que se
seguiu, feito por meio de ampliações fotográficas, verificaram-se diferenças tão evidentes e
flagrantes entre as impressões verdadeiras e as imitações que não houve a menor dúvida em
distingui-las.
Pode-se, assim, afirmar que também as linhas papilares são inimitáveis. A
possibilidade de se falsificar as impressões digitais, conforme esclarece o Dr AURÉLIO
DOMINGUES, “tem ocupado alguns espíritos, sobretudo alheios às questões da datiloscopia,
os profanos da ciência, da parte de quem eu vislumbro um desejo perverso e mal oculto de
atacar, pretendendo insensatamente destruir os fatos positivos demonstrados à sociedade pelas
experiências feitas e repetidas por sábios e teóricos”.
É possível fabricar moldes mais ou menos perfeitos dos desenhos digitais, em borracha
ou metal. E, com esta espécie de carimbo, reproduzi-los em impressões digitais. Mas, que tem
isso a ver com o valor positivo das impressões digitais para a verificação da identidade
individual? Estas manobras perversas obtidas, é claro, partindo sempre do princípio de ter sido
possível obter as impressões do indivíduo, de cuja identidade se precisa para qualquer fim
criminal, servem apenas para demonstrar o valor da identificação na prova datiloscópica.
O indivíduo vítima de uma manobra dessa ordem, de certo há de lembrar-se do logro
que caiu. Nenhum método de falsificação da impressões pode ser com segurança empregado,
sem que se disponha previamente dos dedos do indivíduo, cujas as impressões se quer imitar, a
quem se quer fazer passar, falsamente, por outro, daquilo que na verdade não é de sua
responsabilidade.
Falsificar impressões digitais, não dispondo dos dedos que as produzem,
originalmente, é impossível. Assim como não é possível imitar uma impressão tomada
diretamente, com tinta preta de imprensa, o processo ordinário adotado nos serviços de
identificação datiloscópica. Não se dá a mesma coisa com a assinatura, que pode ser falsificada,
sem dispor da mão original que a traçou.
OTHOLLENGHI, refere LOCARD, afirma muito judiciosamente, que a moldagem
experimental das cristas papilares, embebida em suor da fronte, dá uma impressão latente
revelável. Mas esta impressão não tem o mesmo aspecto que a impressão digital tomada com
técnica, devido ao depósito natural das gotículas de suor nos poros.
As impressões latentes encontradas nos locais de crime, indicando a identidade dos
indivíduos que lá estiveram, nem por sonho, são equivalentes às deixadas por processos
técnicos.
Elas são mais ou menos discutíveis e de difícil execução. A estas, poderemos chamar
de transferência ou reprodução de impressões autênticas. As impressões latentes não tem,
absolutamente, os caracteres daquelas que se utilizam dos processos normais e técnicos.
Concluindo:
a. as imitações de impressões digitais, por melhores que sejam, não reproduzem,
exatamente, a sua autenticidade e, portanto, a sua farsa pode ser destruída perante uma simples
perícia;
b. as melhores impressões digitais são sempre obtidas com o recurso dos dedos do indivíduo
cujas impressões se queira imitar, precisando, portanto, contar com a sua aquiescência ou logro;
c. as melhores imitações que se tente fazer das impressões digitais, absolutamente, não
poderão se comparar com o valor positivo e real daquelas, destinadas a estabelecer a identidade
individual legadas, cotidianamente, em toda a parte do mundo, pelos serviços de identificação
datiloscópica, porque os desenhos digitais são imutáveis e inimitáveis em sua natureza.
4. SISTEMA VUCETICH
A classificação datiloscópica de VUCETICH prima, sobretudo, pela
SIMPLICIDADE, mantendo-se com a mesma exatidão e perfeição, qualquer que seja o
número de fichas a classificar e por arquivar. São suas as palavras abaixo, na explanação de seu
método: “a simples vista, qualquer pessoa pode observar que as linhas papilares das falangetas
da face palmar de ambas as mãos, existem, tanto à direita quanto à esquerda e, em ambos os
lados desses desenhos, pequenos ângulos que se denominam DELTAS, cujas linhas se
desenvolvem à direita ou à esquerda, ou mesmo em forma circunferencial, espiralóide, ovoidal,
etc.”
As linhas que encerram outras, foram denominadas LINHAS DIRETRIZES e em seu
conjunto, constituem o chamado NÚCLEO que, por sua vez, encerra a identidade individual,
para a classificação pelo método de VUCETICH.
O conjunto das impressões digitais de ambas as mãos lançadas numa ficha se
denomina INDIVIDUAL DATILOSCÓPICA (ID) e simplesmente FICHA DATILOSCÓPICA
(FiD), a folha de papel, antes de constar as impressões digitais.
Cada FID consta de SÉRIE e SEÇÃO.
A SÉRIE corresponde aos dedos da mão direita e a SEÇÃO aos dedos da mão
esquerda.
A série subdivide-se em FUNDAMENTAL, que designa o POLEGAR DIREITO e
DIVISÃO, que designa os demais dedos.
A seção subdivide-se em SUBCLASSIFICAÇÃO, que designa o POLEGAR
ESQUERDO e SUBDIVISÃO, que compreende os demais dedos.
A FICHA DATILOSCÓPICA, que apresentaremos a seguir, contém, em uma das
faces, os espaços para aposição das impressões digitais do 10 dedos do identificando e, no
verso, todos os dados necessários à complementar sua identidade, que serão lançados pelo
identificador.
FICHA DATILOSCÓPICA
INDIVIDUAL DATILOSCÓPICA
5. SISTEMA DE LINHAS
Podemos dizer que os desenhos digitais são formados por três sistemas de linhas. A
base de todo método de classificação gira em torno desses sistemas, que são: BASILAR,
MARGINAL e NUCLEAR.
LINHAS DIRETRIZES
Chamam-se linhas diretrizes as cristas que, partindo do delta, limitam os sistemas
6. DELTAS
Várias tem sido as definições, em datiloscopia, desta característica principal, cuja
presença serve de base em quase todos, senão em todos os sistemas de identificação pelas
cristas digitais.
Diz Vicente Rodrigues FERRER: “ delta é o espaço formado pela confluência das
linhas basilar, marginal e nuclear”.
Edmond LOCARD, um dos mais destacados estudiosos do assunto, assim se
expressou: “o triângulo ou delta é o ponto onde diversas ordens de cristas, umas do sistema
central e outras do sistema marginal, convergem e defrontam-se”.
Na opinião de outros, delta é o maior afastamento entre 2 linhas papilares ao
encontrarem uma terceira em sentido oposto, formando assim, um desenho que nos dá a idéia
de triângulo.
Conforme disse VUCETICH, ao apresentar o seu método: “a simples vista, todo
mundo pode observar que as linhas papilares das últimas falangetas da face palmar de ambas as
mãos, formam desenhos muito variados e que existem, ora à direita, ora à esquerda ou em
ambos os lados, pequenos ângulos que se chamam DELTAS, cujas linhas se prolongam à
direita ou à esquerda, ou em forma circunferencial, espiralóide, ovoidal, etc.”
Delta é, pois, o desenho em forma de triângulo; daí o seu próprio nome, por se parecer
muito com a quarta letra maiúscula do alfabeto grego.
Ainda não tivemos a necessidade de utilizar, para a classificação comum, os subtipos
de deltas, nos desdobramentos. Talvez, quando o Serviço de Identificação do Exército possuir
avultado número de individuais datiloscópicas, seja obrigado a adotar tais subtipos para a
subclassificação.
Devemos salientar que o mais detalhado estudo sobre deltas foi procedido por
FREDERICO OLORIZ AGUILLERA, o qual definiu e classificou 16 tipos e os define assim:
DELTAS CAVADOS – são triângulos mais ou menos regulares, cujas faces tomam os
nomes de BASILAR, MARGINAL E NUCLEAR, do respectivo sistema e cujos ângulos
denominou: NÚCLEO MARGINAL, NÚCLEO BASILAR E BASE MARGINAL, conforme
os sistemas de linhas que limitam; todavia, chamou-os, respectivamente, SUPERIOR,
INTERNO e EXTERNO, em relação ao eixo digital e subclassificou-os em ABERTO e
CERRADO.
DELTAS TRIPÓDIOS – são formados por cristas papilares que, unindo-se em um
ponto comum, formam uma espécie de tripódios.
A exemplo dos cavados, também chamou-os SUPERIOR, INTERNO e EXTERNO e
subclassificou-os em CURTO e LONGO.
Tanto o cavado como o tripódio, apresentam 8 tipos característicos, a saber:
CAVADOS TRIPÓDIOS
1. Cavado aberto 1. Tripódios curto
2. Cavado aberto superior 2. Tripódios curto superior
3. Cavado aberto interno 3. Tripódios curto interno
4. Cavado aberto externo 4. Tripódios curto externo
5. Cavado cerrado 5. Tripódios longo
6. Cavado cerrado superior 6. Tripódios longo superior
7. Cavado cerrado interno 7. Tripódios longo interno
8. Cavado cerrado externo 8. Tripódios longo externo
9. Delta tripódio curto – quando há incidência de linhas cujos ramos são curtos.
10. Delta tripódio curto superior – é caracterizado pelo ramo superior que
aparece com dimensão reduzida em relação aos outros.
11. Delta tripódio curto interno – é caracterizado quando o menor ramo está
voltado para o centro da impressão.
12. Delta tripódio curto externo – é caracterizado quando o ramo menor fica
voltado para a periferia, isto é, para parte externa da impressão.
14. Delta tripódio longo superior – é caracterizado por seu ramo superior, que é
maior em ralação aos outros dois.
15. Delta tripódio longo interno – é caracterizado por seu ramo interno, que é
maior em relação aos outros dois.
16. Delta tripódio longo externo – é caracterizado por seu ramo maior, que está
voltado para o lado externo do desenho.
PSEUDO-DELTA x DELTA
Querem certos autores que, quando as cristas papilares do delta não chegam a envolver
perfeitamente o núcleo, seja aquele considerado “PSEUDO-DELTA” ou “FALSO-DELTA”
deixando a denominação propriamente de delta, quando os seus ramos o circunscreverem
completamente.
Nada mais é do que uma figura parecida com a formação déltica, sem, entretanto, o
prolongamento de seus ramos envolverem o núcleo.
Agora um datilograma com um Pseudo-delta:
Podemos considerar delta verdadeiro aquele que tem a forma de um triângulo aberto
ou fechado, ou tripódio, e os prolongamentos dos seus ramos superior e inferior, possam
envolver um núcleo, sem ligação com o centro do desenho.
7. DESENHOS DIGITAIS
TIPOS DE VUCETICH
No Sistema de VUCETICH existem 4 tipos de desenhos fundamentais que servem de
base para toda a classificação datiloscópica. São eles:
ARCO
PRESILHA INTERNA
PRESILHA EXTERNA
VERTICILO
Cada um destes tipos são definidos perfeitamente, baseados na presença ou não de
duas características importantes, sendo uma pertinente ao DELTA e a outra, às LINHAS DO
SISTEMA NUCLEAR.
Graças ao conhecimento técnico desses 2 detalhes, DELTAS e NÚCLEOS, é possível,
além dos já citados tipos fundamentais, desdobrarmos toda a classificação e suas
subclassificações.
Para representar os diversos tipos e subtipos foi necessário a criação de símbolos que
nos é definido por letras e números.
As letras são empregadas para representar os tipos fundamentais nos polegares e os
números os tipos fundamentais nos demais dedos.
Os tipos fundamentais de VUCETICH são representados, abreviadamente, pelos
seguintes símbolos:
ARCO A 1
PRESILHA INTERNA I 2
PRESILHA EXTERNA E 3
VERTICILO V 4
ARCO - A - 1
PRESILHA INTERNA - I - 2
PRESILHA EXTERNA - E - 3
VERTICILO - V - 4