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NOVIDADE LEGISLATIVA:MEDIDAS PROVISÓRIAS Nº 1.045 E 1.

046 DE
ENFRENTAMENTO À PANDEMIA DA COVID-19
HENRIQUE CORREIA

1. NOVAS MEDIDAS PROVISÓRIAS DA PANDEMIA DA COVID-19


- Medidas Provisórias nº 1.045 e 1.046:No dia 28/04/2021 foram publicadas duas
medidas provisórias: A MP nº 1.045, que regulamenta o Novo Programa
Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda e a MP nº 1.046, que versa
sobre as medidas trabalhistas para enfrentamento da emergência de saúde pública
decorrente da COVID-19.

- Reedição de medidas do ano de 2020:A MP 1.045 compreende a reedição da Lei


nº 14.020/2020 da redução de salários e de jornada e da suspensão do contrato de
trabalho e a MP 1.046 traz a regulamentação que havia sido implementada pela MP
nº 927/2020, que perdeu vigência em julho de 2020.

- Críticas: Apesar de necessárias para o enfrentamento dos efeitos excepcionais


causados pela crise econômica e social da pandemia da COVID-19, as medidas
provisórias foram apresentadas de forma tardia após meses de isolamento e
paralisação das atividades empresariais em diversos estados brasileiros.

2. MP Nº 1.045: NOVO PROGRAMA EMERGENCIAL DE MANUTENÇÃO


DO EMPREGO E DA RENDA
- MP nº 1.045/2021: Com o Novo Programa Emergencial de Manutenção do
Emprego e da Renda, volta a ser possível a redução de salários e de jornada e a
suspensão temporária do contrato de trabalho pelo prazo de até 120 dias a partir da
publicação da medida. É importante destacar que a MP 1.045 compreende, em sua
maioria, uma reedição da Lei nº 14.020/2020, que permitiu a redução de salário e a
suspensão do contrato até 31/12/2020.

- Como funciona o Novo Programa do governo? Como medidas de enfrentamento


à crise, a MP permitiu a adoção das seguintes medidas:
A) redução proporcional de salários e jornadas; e
B) Suspensão temporária do contrato de trabalho.

2.1. Redução proporcional de salários e de jornada

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A) Duração máxima da redução: poderá ocorrer pelo prazo máximo de 120 dias
contados da publicação da MP 1.045. Além disso, há possibilidade de prorrogação
do prazo por ato do Poder Executivo;
A título comparativo, a Lei nº 14.020/2020 previu a possibilidade de
redução pelo prazo inicial de 90 dias com a possibilidade de
prorrogação em ato do Poder Executivo. Foram apresentados 3
decretos prorrogando a medida, que perdurou até 31/12/2020;

B) Preservação do valor do salário-hora de trabalho


C) Pactuação por acordo individual escrito entre empregador e empregado
D) Limites de redução da jornada de trabalho e de salário: o salário e a jornada
do empregado poderão ser reduzidos, exclusivamente, nos seguintes percentuais:
25%, 50% e 70%.
Quem pode reduzir salário e jornada?
Percentual de redução Acordo individual Negociação coletiva
25% Todos os empregados Todos os empregados
50% Empregado que recebam Todos os empregados
até 3 salários
mínimos(R$ 3.300,00) e
hipersuficientes
70% Empregado que recebam Todos os empregados
até 3 salários
mínimos(R$ 3.300,00) e
hipersuficientes
Redução que não importe Todos os empregados Todos os empregados
em diminuição do valor
total recebido

A título de comparação, a Lei nº 14.020/2020 apresentava valores


distintos a depender do faturamento da empresa. A empresa que
obteve faturamento de até R$ 4.800.000,00 no ano de 2019 tinha
maior liberdade de negociação individual do que as empresas que
tinham faturamento superior a R$ 4.800.000,00.

- Benefício Emergencial de Preservação do Empregado e da Renda: será pago


com recursos da União no valor mensal do seguro-desemprego a que o empregado
teria direito nos termos do art. 5º da Lei do Seguro-Desemprego.

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2.2. Suspensão temporária do contrato de trabalho


A)Prazo máximo de suspensão: poderá ocorrer pelo prazo máximo de 120 dias
contados da publicação da MP 1.045. Além disso, há possibilidade de prorrogação
do prazo por ato do Poder Executivo;
A título de comparação, a Lei nº 14.020/2020 previa que a suspensão
poderia ocorrer pelo prazo de até 60 dias, que poderá ser fracionado
em até 2 períodos de 30 dias. Houve 3 prorrogações sucessivas,
permitindo que o prazo máximo de suspensão perdurasse até
31/12/2020.
B) Acordo individual escrito
C) Manutenção de benefícios: Durante o período de suspensão temporária do
contrato de trabalho, o empregado terá direito a todos os benefícios concedidos pelo
empregador aos seus empregados.

Quem pode ter os contratos suspensos?


Salário do empregado Acordo individual Negociação coletiva
Empregados que recebam Sim Sim
até 3 salário mínimos.
Empregados que recebem Não, salvo se não houver Sim
mais de 3 salários diminuição do valor
mínimos e não são recebido.
hipersuficiente.
Empregados Sim. Sim
hipersuficiente.

A título de comparação, a Lei nº 14.020/2020 apresentava valores


distintos a depender do faturamento da empresa. A empresa que

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obteve faturamento de até R$ 4.800.000,00 no ano de 2019 tinha


maior liberdade de negociação individual do que as empresas que
tinham faturamento superior a R$ 4.800.000,00.
- Ajuda compensatória mensal na suspensão do contrato:A MP nº 1045 trouxe
hipóteses em que a ajuda compensatória deve ser obrigatória se houver suspensão
do contrato temporariamente.

2.3 Novidades da MP nº 1.045 em relação à Lei nº 14.020/2020


1) Duração das medidas:A redução de salários e de jornada e a suspensão tem
duração de 120 dias.
A Lei nº 14.020/2020 previu originalmente os prazos de 90 dias para redução e 60
dias para suspensão;

2) Ausência de benefício emergencial ao trabalhador intermitente:A MP 1045


prevê expressamente que o trabalhador intermitente não terá direito ao recebimento
do benefício emergencial.
Já a Lei nº 14.020/2020 previa o recebimento do benefício a esses trabalhadores no
valor fixo de R$ 600,00 mensais.

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3) Novos valores para acordo individual: podem celebrar acordo individual para
redução de salários e de jornada, os empregados que recebam até R$ 3.300,00 ou
hipersuficiente.
Por sua vez, a Lei nº 14.020/2020 apresentava valores distintos a depender do
faturamento da empresa. A empresa que obteve faturamento de até R$ 4.800.000,00
no ano de 2019 tinha maior liberdade de negociação individual do que as empresas
que tinham faturamento superior a R$ 4.800.000,00.

4) Ausência de garantia no emprego no distrato: Os empregados que celebram


acordo para redução de salários e de jornada ou suspensão contratual tem assegurada
“garantia no emprego”, que será devida durante todo o período das medidas e
estendida, após o fim dessas restrições por período equivalente ao acordado para a
redução ou suspensão. De acordo com a MP 1.045/2020, a garantia não é devida nas
hipóteses de pedido de demissão, distrato e dispensa por justa causa.
Por sua vez, a Lei nº 14.020/2020 somente vedava a garantia ao pedido de demissão
e à dispensa por justa causa.

5) Consequências do recebimento indevido do Benefício emergencial: A MP nº


1.045 prevê a possibilidade de compensação automático de parcelas indevidas do
benefício emergencial com outras parcelas devidas de benefício emergencial ou com
futuras parcelas de abono salarial do PIS ou de seguro desemprego a que tiver
direito.
A Lei nº 14.020/2020 previa que o recebimento indevido ou além do devido teria
como consequência a inscrição em dívida ativa da União para a execução judicial.

6) Suspensão de prazos processuais e da prescrição em processos


administrativo de infrações e FGTS:A MP 1.045 prevê a suspensão por 180 dias
dos prazos processuais para apresentação e defesa e recurso e da prescrição no
âmbito dos processos administrativos de autos de infração trabalhista e notificações
de débitos do FGTS.
A Lei nº 14.020/2020 era silente a respeito do assunto, que havia sido tratado
originalmente na revogada MP nº 927/2020.

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3. MEDIDA PROVISÓRIA Nº 1.046: MEDIDAS TRABALHISTAS PARA


ENFRENTAMENTO DA PANDEMIA

- MP nº 1.046:compreende a reedição da maioria dos dispositivos versados


na MP nº 927/2020 com medidas trabalhistas para enfrentamento da
emergência de saúde pública decorrente do coronavírus. Nesse sentido,
voltam a vigorar as normas que flexibilizam diversos institutos trabalhistas,
como teletrabalho, férias, feriados, banco de horas, FGTS, dentre outros.

- Prazo máximo das medidas: De acordo com o art. 1º da MP nº 1.046, as


medidas trabalhistas previstas poderão ser aplicadas pelo prazo de 120
dias contado de sua publicação. É possível que o prazo seja prorrogado por
igual período por ato do Poder Executivo Federal. Note-se que a MP nº
927/2020 estabelecia que as medidas seriam vigentes durante o estado de
calamidade pública decorrente da COVID-19. Entretanto, diante da
ausência de conversão em lei no Congresso Nacional, as disposições da
MP 927 deixaram de ser aplicadas em 19/07/2020.

- Abordaremos a seguir os principais institutos da regulamentação


apontando as novidades trazidas pela MP 1.046 em relação à MP
927/2020.

1) Teletrabalho:o empregador poderá alterar o regime de trabalho


presencial para teletrabalho, trabalho remoto ou outro tipo de trabalho a
distância e determinar o retorno ao regime de trabalho presencial,
independentemente da existência de acordos individuais ou coletivos,
dispensado o registro prévio da alteração no contrato de trabalho. Essa
modalidade de regime poderá ser adotada para aprendizes e estagiários.

- Notificação prévia de alteração para teletrabalho:deverá ocorrer com


antecedência mínima de 48 horas por escrito ou meio eletrônico.

- Responsabilidade pela infraestrutura do teletrabalho: deverá ser


definida em contrato escrito, firmado previamente ou no prazo de 30 dias,
contado da data da mudança do regime de trabalho. Se o empregado não
possuir os equipamentos tecnológicos e a infraestrutura necessária e

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adequada à prestação do teletrabalho, do trabalho remoto ou do trabalho a


distância, a MP prevê dois cenários possíveis:
A) Fornecimento pelo empregador: O empregador poderá fornecer os
equipamentos em regime de comodato e pagar por serviços de
infraestrutura, que não caracterizarão verba de natureza salarial; ou
B) Impossibilidade de fornecimento pelo empregador: a jornada normal
de trabalho será computado como tempo de trabalho à disposição do
empregador.

- Tempo de uso de aplicativos, equipamentos e infraestrutura: O tempo


de uso de equipamentos tecnológicos e de infraestrutura necessária, assim
como de softwares, de ferramentas digitais ou de aplicações de internet
utilizados para o teletrabalho fora da jornada de trabalho não constitui
tempo à disposição, regime de prontidão ou de sobreaviso, exceto se
houver previsão em acordo individual ou coletivo.
A título de comparação, a MP nº 927/2020 estabelecia tão
somente a restrição no tocante ao uso de aplicativos e
programas de comunicação fora da jornada como medidas que
não constituem tempo à disposição do empregado.

3) Antecipação de férias individuais:Durante o estado de calamidade


pública do coronavírus, é permitida a antecipação das férias individuais do
trabalhador com antecedência mínima de 48 horas, por escrito ou por meio
eletrônico, com a indicação do período a ser gozado pelo empregado. Não
poderão ser gozadas em períodos inferiores a 5 dias corridos e poderão ser
concedidas ainda que o empregado não tenha adquirido o direito às férias
(antes do término do período aquisitivo).

- Antecipação de períodos futuros de férias: Adicionalmente, empregado


e empregador poderão negociar a antecipação de períodos futuros de
férias, mediante acordo individual escrito.

- Prioridade das férias para grupos de risco:Os trabalhadores que


pertençam ao grupo de risco do coronavírus (covid-19) serão priorizados
para o gozo de férias, individuais ou coletivas.

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- Pagamento da remuneração das férias:pode ocorrer até o 5º dia útil do


mês subsequente ao início das férias.

- Pagamento postergado do terço constitucional de férias: empregador


poderá optar por efetuar o pagamento do adicional de um terço de férias
após sua concessão, até a data em que é devido 13º salário.

- Abono pecuniário de férias: a conversão de 1/3 de férias em abono


pecuniário está sujeito à concordância do empregador e o pagamento
poderá ser efetuado até a data em que é devido o 13º salário.

- NOVIDADE DA MP 1.046 (Férias e a dispensa do empregado):o


empregador pagará junto com o pagamento das verbas rescisórias, os
valores ainda não adimplidos relativos às férias. As férias antecipadas
gozadas que não tenham sido adquiridas serão descontadas das
verbas rescisórias devidas no caso de pedido de demissão. Em
sentido contrário, se o empregado for dispensa sem justa causa, não
poderá ter descontados os valores das férias antecipadas não
adquiridas.
A título comparativo, a MP nº 927/2020 não trazia as
consequências para as férias antecipadas no término do
contrato de trabalho, o que gerava diversos questionamentos.

- Suspensão de férias e licenças dos profissionais da saúde ou de


funções essenciais: Durante o estado de calamidade pública, o
empregador poderá suspender as férias ou licenças não remuneradas dos
profissionais da área de saúde ou daqueles que desempenhem funções
essenciais, mediante comunicação formal da decisão ao trabalhador, por
escrito ou por meio eletrônico, preferencialmente com antecedência de
quarenta e oito horas.

4) Concessão de férias coletivas:o empregador poderá, a seu critério,


conceder férias coletivas a todos os empregados ou a setores da
empresa. A única obrigação é a comunicação aos trabalhadores com
antecedência mínima de 48 horas, por escrito ou por meio eletrônico, não

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havendo limitação ao número mínimo de dias ou ao limite máximo de


períodos anuais de férias coletivas. Além disso, ficam dispensadas a
comunicação prévia ao Ministério da Economia e ao sindicato profissional.
A título comparativo, a MP nº 927/2020 não previa a
possibilidade de concessão de férias coletivas apenas a
setores da empresa

NOVIDADES DA MP 1.046 EM FÉRIAS COLETIVAS:É permitida a


concessão de férias coletivas por prazo superior a 30 dias. Além disso, as
regras sobre pagamento das férias individuais estabelecidas nessa MP
também são extensíveis às férias coletivas.
A título comparativo, a MP nº 927/2020 não estabelecia
expressamente a possibilidade de férias coletivas por período
superior a 30 dias e nem mesmo previa a extensão das regras
sobre férias individuais às coletivas.

5) Aproveitamento e antecipação de feriados:Os empregadores poderão


antecipar o gozo de feriados federais, estaduais, distritais e municipais,
inclusive os religiosos, e deverão notificar, por escrito ou por meio
eletrônico, o conjunto de empregados beneficiados com antecedência de,
no mínimo, 48 horas, mediante indicação expressa dos feriados
aproveitados.
A título comparativo, a MP nº 927/2020 estabelecia que
oaproveitamento de feriados religiosos dependia da
concordância do empregado, mediante manifestação em
acordo individual escrito.

6) Banco de horas antecipado de 18 meses:ficam autorizadas a


interrupção das atividades pelo empregador e a constituição de regime
especial de compensação de jornada, por meio de banco de horas, em
favor do empregador ou do empregado, estabelecido por meio de acordo
individual ou coletivo escrito, para a compensação no prazo de até 18
meses, contado da data de encerramento dos 120 dias da Medida
Provisória.

- Recuperação do período interrompido:poderá ser feita mediante a


prorrogação em até 2 horas, que não poderá exceder de 10 horas diárias,

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sendo permitida a compensação aos finais de semana, desde que


observado do descanso semanal remunerado.
A título de comparação, a MP nº 927/2020 era silente a
respeito a possibilidade de compensação aos finais de
semana.

- Compensação do saldo de horas: poderá ser determinada pelo


empregador independentemente de convenção coletiva ou acordo individual
ou coletivo.

- NOVIDADE DA MP 1.046 (EMPRESAS EM ATIVIDADES


ESSENCIAIS):Poderão estabelecer o regime especial de banco de horas
independentemente da interrupção de suas atividades.
A título de comparação, a MP nº 927/2020 restringia o banco
de horas para as empresas que tinham a atividade
interrompida.

7) Suspensão de exames médicos ocupacionais para trabalhadores em


teletrabalho, trabalho remoto ou à distância:fica suspensa a
obrigatoriedade de realização dos exames médicos ocupacionais, clínicos e
complementares, exceto dos exames demissionais, dos trabalhadores que
estejam em regime de teletrabalho, trabalho remoto ou trabalho a distância.
Esses exames serão realizados no prazo de 120 dias, contado da data de
encerramento das medidas previstas na Lei.
A título de comparação, a MP nº 927/2020 suspendeu os
exames a todos os empregados, independentemente da
modalidade de trabalho prestado.

NOVIDADE DA MP 1046 (Manutenção dos exames para os


trabalhadores da saúde e em ambientes hospitalares):são obrigatórios
os exames ocupacionais e de treinamento para os profissionais da área da
saúde e daqueles que atuam em ambiente hospitalar, que terão prioridade
para testes de identificação do coronavírus.
A título de comparação, a MP nº 927/2020 era silente sobre essa exigência
aos profissionais da saúde e de ambiente hospitalar.

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- NOVIDADE DA MP 1.046: Exames médicos ocupacionais dos


trabalhadores em atividade presencial vencidos:poderão ser realizados
no prazo de até 180 dias, contado da data de seu vencimento.

- Risco para a saúde do empregado:Na hipótese de o médico


coordenador de programa de controle médico e saúde ocupacional
considerar que a prorrogação representa risco para a saúde do empregado,
o médico indicará ao empregador a necessidade de sua realização.

- Dispensa do exame demissional:poderá ser dispensado caso o exame


médico ocupacional mais recente tenha sido realizado há menos de 180
dias.

- Suspensão de treinamentos periódicos e eventuais dos empregados


previstos em normas regulamentadoras de segurança e saúde no
trabalho: serão realizados no prazo de 60 dias, contado da data de
publicação da medida provisória. Por fim, é admitido que o treinamento
ocorra na modalidade de ensino a distância e caberá ao empregador
observar os conteúdos práticos, de modo a garantir que as atividades sejam
executadas com segurança.

- Reuniões e eleições da CIPA por meio eletrônico:As reuniões da CIPA,


inclusive as eleições, poderão ocorrer de maneira inteiramente remora com
a utilização de tecnologias da informação e da comunicação.
A título de comparação, a MP nº 927/2020 estabelecia a suspensão
dos processos eleitorais da CIPA durante o estado de calamidade
pública em decorrência da pandemia.

8) Diferimento do recolhimento do FGTS:O empregador não precisa


recolher de imediato o FGTS dos meses de abril, maio, junho e julho de
2021, cujo vencimento ocorreria em maio, junho, julho e agosto de 2021.
Esse pagamento poderá ser realizado de forma parcelada em até 4
parcelas mensais, com vencimento a partir de setembro de 2021, sem a
incidência de atualização, multa e dos encargos pelo atraso.

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9) Jornada de Trabalho dos profissionais da saúde: A MP nº 1046/2021,


do mesmo modo que a MP 927/2020, estabelece que os estabelecimentos
de saúde podem, por acordo individual escrito, autorizar horas extras por
necessidade imperiosa em jornadas 12 por 36 e também em atividades
insalubres.
Nesse caso, os trabalhadores podem trabalhar além das 12 horas diárias
sem que haja nenhuma irregularidade administrativa. Note, entretanto, que
esse período deverá ser pago como hora extra ou compensado futuramente
em banco de horas.
Além disso, o novo dispositivo permite a adoção de escala de trabalho de
12 horas de trabalho por 12 horas de descanso. Explico. Normalmente em
jornada 12 por 36, o empregado trabalha 12 horas e descansa 36. O
dispositivo alterou essa sistemática. O empregado trabalha as 12 horas e
descansa 12 horas. Entre a 13ª e 24ª hora do descanso é admitido o
trabalho novamente como horas extras, sem que haja penalidade
administrativa. Por fim, o empregado volta a descansar mais 12 horas.
Esquematizando:

Linha do tempo da jornada 12 por 36 tradicional

I––––––––––––––II––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––I
Jornada de 12 horas 36 horas de descanso (intervalo interjornada)

Linha do tempo da escala 12 por 12 (art. 26, II, da MP 927/2020)

I–––––––––––––––II–––––––––––––––II–––––––––––––––II––––––––––––––
IJornada de 12 horas Descanso de 12 horas12 horas extras Descanso de 12 horas

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