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FACULDADE CATÓLICA RAINHA DA PAZ – FCARP

Curso de Direito

DOCENTE:

DISCENTE:

AULA-ATIVIDADE PARA O DIA 15 DE SETEMBRO DE 2020

1 ) Primeiro explique o que é e qual a principal característica da:

1.1 INTERRUPÇÃO DO CONTRATO DE TRABALHO ( o que ocorre na


interrupção);
1.2 SUSPENÇÃO DO CONTRATO DE TRABALHO (o que ocorre na
suspenção);

2) Como regra Geral, qual o efeito da Greve sobre o contrato de


trabalho?
2.1 Se a greve for declarada abusiva?
2.2; Se a Greve não for declarada abusiva?

3) Cabe Recurso de Revista no Dissidio de Greve?


R: Não. Conforme aponta o artigo 896 da CLT, que logo será relatado.

4) Sim? Por quê?

R: Não cabe Recurso de Revista no Dissídio Coletivo. O Recurso de Revista num primeiro
aspecto relaciona-se com à sua natureza extraordinária, que o equipara nesse aspecto aos
recursos especial (STJ) e extraordinário (STF). Ser classificado como extraordinário significa
dizer que não se presta à rediscussão de fatos e provas, como ocorre no recurso ordinário, e
sim, apenas ao direito, isto é, à análise sobre violação à norma jurídica. A restrição é  imposta
pela Súmula nº 126 do TST.

A segunda informação a ser destacada é a finalidade do recurso. A espécie recursal


possui por finalidade essencial corrigir decisão do TRT, ocorrida em julgamento de recurso
ordinário em dissídios individuais, quando essa violar lei federal ou CRFB/88, bem como
uniformizar a jurisprudência entre os Tribunais Regionais do Trabalho.
Segundo o artigo 896 da CLT: cabe Recurso de Revista para Turma do Tribunal Superior
do Trabalho das decisões proferidas em grau de recurso ordinário, em dissídio individual, pelos
Tribunais Regionais do Trabalho, quando:
a) derem ao mesmo dispositivo de lei federal interpretação diversa da que lhe
houver dado outro Tribunal Regional do Trabalho, no seu Pleno ou Turma, ou a
Seção de Dissídios Individuais do Tribunal Superior do Trabalho, ou contrariarem
súmula de jurisprudência uniforme dessa Corte ou súmula vinculante do Supremo
Tribunal Federal; (Redação dada pela Lei nº 13.015, de 2014)
b) derem ao mesmo dispositivo de lei estadual, Convenção Coletiva de Trabalho,
Acordo Coletivo, sentença normativa ou regulamento empresarial de observância
obrigatória em área territorial que exceda a jurisdição do Tribunal Regional prolator
da decisão recorrida, interpretação divergente, na forma da alínea a; (Redação dada
pela Lei nº 9.756, de 1998)
c) proferidas com violação literal de disposição de lei federal ou afronta direta e
literal à Constituição Federal. (Redação dada pela Lei nº 9.756, de 1998)

Em suma, a divergência apta a ensejar o cabimento de recurso de revista é aquela que


ocorre entre Tribunais Regionais do Trabalho e não aquela evidenciada dentro do mesmo
TRT, entre os seus órgãos julgadores, conforme Súmula nº 13 do STJ, aplicável ao
processo do trabalho.
O Recurso de Revista será interposto de acórdão proferido no julgamento de Recurso
Ordinário em dissídios individuais: a interposição de recurso de revista
depende da prévia interposição de recurso ordinário em face de sentença (ou
decisão terminativa do feito) proferida em dissídio individual.
Apesar de alguns procedimentos serem considerados individuais, tais como um mandado
de segurança impetrado em face de decisão interlocutória, ou uma ação rescisória, não são
passiveis de impugnação por recurso de revista, por serem de competência originário do TRT .

O dissídio individual passível de ser impugnado por Recurso de Revista deve iniciar-se na
Vara do Trabalho, passando pelo TRT pela interposição de Recurso Ordinário para, ao final,
chegar ao TST por meio de Recurso de Revista. Os dissídios coletivos, por iniciarem-se no TRT
ou TST, não são passíveis de impugnação por recurso de revista. No caso de dissídio coletivo
que inicia no TRT, a sentença normativa será objeto de Recurso Ordinário. Quando a demanda
iniciar no TST, poderá ser impugnada por embargos ou recurso extraordinário.

5) Não? Por quê?


R: Primeiramente, um dissídio coletivo nunca é julgado em uma Vara do Trabalho, apenas os
tribunais da Justiça do Trabalho, Tribunais Regionais do Trabalho e Tribunal Superior do
Trabalho, têm esta competência. Logo, numa situação comum, a competência é do TRT,
conforme dispõe o artigo 678, inciso I, da CLT: “Aos Tribunais Regionais, quando divididos em
Turmas, compete, ao Tribunal Pleno, especialmente, processar, conciliar e julgar originariamente
os dissídios coletivos”.
Em casos excepcionais, a competência para o julgamento do dissídio coletivo é do TST,
conforme o disposto no artigo 2º da Lei 7.701/88: “Compete à seção especializada em dissídios
coletivos, ou seção normativa, originariamente, conciliar e julgar os dissídios coletivos que
excedam a jurisdição dos Tribunais Regionais do Trabalho”.
Portanto, contra as decisões dos TRTs em dissídios coletivos cabe recurso ordinário
para o TST, a ser interposto no prazo de 8 dias (artigo 895, "b" da CLT). Artigo 895 da CLT:
Cabe recurso ordinário para a instância superior:

II – das decisões definitivas ou terminativas dos Tribunais Regionais, em processos de sua


competência originária, no prazo de 8 (oito) dias, quer nos dissídios individuais, quer nos dissídios
coletivos.Tal prazo começa a fluir do recebimento da notificação postal na decisão e não de sua
publicação no órgão de imprensa oficial, uma vez que esta última refere-se à ciência "dos demais
interessados" no dissídio (artigo 867 da CLT).

Se o recurso ordinário é trancado pelo Presidente do Tribunal, seja por intempestivo,


deserto ou por irregularidade de representação, caberá à parte recorrente interpor agravo de
instrumento para o TST, contra o despacho denegatório de seguimento do recurso (artigo 897,
"b" da CLT), no prazo de 8 dias da publicação do despacho no órgão oficial de imprensa (§ 1º).
No caso da competência originária de apreciação do dissídio coletivo ser do TST, dado o
âmbito nacional do conflito, o duplo grau de jurisdição ordinária é assegurado pela oposição dos
embargos infringentes para o próprio órgão julgador (artigo 894, "a" da CLT), cujos
pressupostos de admissibilidade são (Lei 7.701/ 88, art. 2º, II, "c"):
a) não unanimidade da decisão; e
b) não estar a decisão recorrida em consonância com precedente normativo
do TST.
A ausência de unanimidade deve dizer respeito a cada cláusula rediscutida no recurso,
uma vez que "os embargos serão restritos à matéria objeto da divergência" (artigo 530 do CPC).
Tanto o recurso ordinário como os embargos infringentes, em processo coletivo, são
julgados pela Seção Especializada em Dissídios Coletivos do TST, que assumiu, pela Lei
7.701/88 (artigo 22, II, "a" e "c"), a competência que antes era do Pleno do Tribunal.
Contra os despachos dos Presidentes de Tribunais , trancatórios de embargos infringentes
no TST ou indeferitórios das representações nos TRTs e no TST, cabe agravo regimental para
o órgão colegiado, submetido antes à reconsideração do causador do gravame.
Finalmente, contra a decisão da SDC-TST que esgotar a jurisdição trabalhista, caberá a
interposição de recurso extraordinário para o STF, no prazo de 15 dias (Lei 8.038/90, artigo
26), desde que demonstrada violação de norma constitucional (artigo 102, III, "a" da CF/88).

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