Disciplina:
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Apostila destinada ao Curso Técnico de Nível Médio em Agronegócio das Escolas Estaduais de
Educação Profissional – EEEP
2018
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Sumário Página
Plantas 248
Apesar de serem produzidas frutas em todo o Brasil, frutas de clima temperado, de clima
sub tropical, frutas tropicais, de clima equatorial úmido, o grande consumo deste produto
ocorre na Região Sudeste brasileira que absorve 48,3% das frutas produzidas no país. O
estado de São Paulo consome os 25,53% da produção (Ilustração 1).
Este fenômeno é devido a dois fatores: o primeiro, é claro, pelo alto poder aquisitivo, mas o
outro motivo é extremamente importante: a fruticultura gera frutas, frutas são alimentos e
alimentos são consumidos proporcionalmente ao número de pessoas. Consequentemente,
há uma distribuição de consumo bastante concentrada nesses grandes centros urbanos.
Este aspecto é relevante para que haja competitividade quando as frutas são produzidas
longe desses centros de consumo. É preciso que se cuide da logística para que se chegue
aos mercados do Sudeste de forma competitiva.
Com relação às exportações, o Gráfico 2 mostra que o Brasil exporta hoje para 55 países.
Porém, gostaria de indagar: perante esse gráfico, qual é o país que mais consome frutas
frescas? É o Brasil? Colocamos esse gráfico para mostrar algumas armadilhas da estatística
e esta é uma delas. Realmente o maior mercado brasileiro hoje é a Comunidade Europeia e
a maior parte dos países que funcionam como entrada para as frutas nacionais são dois:
Inglaterra e Holanda. Porém, o maior consumidor de frutas brasileiras e o qual temos
mantido com muito carinho, é o alemão. Porque a maior parte das importações alemãs são
feitas indiretamente. Este é um viés que estamos procurando modificar, porque se
conseguirmos deixar essa intermediação por nossa conta, iremos, além de uma melhor
rentabilidade, termos um maior controle sobre o destino das nossas frutas. Hoje é possível
se encontrar melão na Rússia, cujo produtor, o Rio Grande do Norte, nem imagina que seu
produto esteja sendo vendido lá. É necessário que passemos a controlar o destino e a forma
como os produtos nacionais são comercializados, pois precisamos valorizá-los. O alvo
brasileiro para os próximos anos não é nenhum desses países do Gráfico 2. Dentro dos
próximos seis a oito anos, o futuro grande mercado para as frutas brasileiras é o constituído
pelos países árabes, os países do Leste Europeu, os do Sudoeste Asiático, mais a China.
O Quadro 2 lista as estrelas das exportações brasileiras. Verificarmos que, por esta tabela,
em termos de faturamento, a grande estrela brasileira é a uva de mesa também seguida
pelo melão. Mas, com relação ao volume exportado, a banana é a vedete, seguida também
pelo melão. Estamos vivenciando uma nova estratégia da fruticultura de exportação, ou seja,
a substituição de frutas de menor valor agregado pelas de maior valor agregado, o que
permite que seja alcançado maior faturamento com menor volume de produção. Para se ter
uma ideia, a uva sem semente produzida hoje no Vale do São Francisco, está valendo na
cotação de ontem em Rotterdam, cerca de US$ 3.200 a tonelada o que não é nada ruim.
Vamos agora entender um pouco o comércio exterior, que é muito falado, mas que para a
fruticultura existem uma série de peculiaridades que merecem ser tratadas e discutidas.
Como indicador referencial, a produção mundial de frutas hoje é de aproximadamente 633
milhões de toneladas (em 2005). Qual é o destino dessa produção? Cerca de 91,5%
permanece nos mercados domésticos, ou seja, a maior parte da produção de frutas são
consumidas nos países onde são produzidas. O mercado internacional de frutas representa
apenas de 8,5% a 9% da produção. Nos mercados externos, 30% vão para a industrialização
e 70% para o mercado in natura. No Brasil, se for feita essa análise, ela não baterá muito
bem, porque grande parte de nossa produção de laranja vai para produção de suco. Mas,
se desconsiderarmos este case, verificaremos que a regra também se aplica ao nosso país.
Portanto, o comércio internacional apresenta um volume de 53,7 milhões de toneladas, e o
valor é de aproximadamente US$ 31,5 bilhões.
As características estruturais são interessantes para a fruticultura (Gráfico 4). Dentro do
comércio internacional existem dois tipos de mercados: os de proximidade, que hoje
equivalem a 24,8 milhões de toneladas; e os mercados de longa distância, que representam
28,9 milhões de toneladas. Infelizmente, o Brasil não tem muitos mercados de proximidade.
Os nossos mercados de proximidade se resumiriam aos nossos vizinhos territoriais, que não
compram muito os nossos produtos. Assim, os grandes mercados de proximidade são entre
os países compradores do Hemisfério Norte, do Canadá para os Estados Unidos; dos
Estados Unidos para o Canadá; da Alemanha para a França; da França para a Espanha; e,
Oportunidades
acontece na prática? Exatamente o que os intermediários querem: o preço vai lá para baixo
e os produtores vão receber talvez até menos do que o custo de produção que eles tiveram.
O conhecimento insuficiente dos mercados e nichos é outra barreira bastante importante e
hoje é fundamental este conhecimento. Os nichos estão muito relacionados com produtos
diferenciados. Atualmente, para se ganhar mercados, existem três alternativas no setor de
fruticultura: produzir mais barato, o que não é muito fácil; produzir com a mesma, ou com
uma melhor qualidade que os demais, que também é complicado; e, a terceira, competirmos
com produtos diferenciados e é exatamente por este caminho que iremos atingir nichos em
outros segmentos.
Continuando a relacionar as dificuldades, é preciso haver uma análise empresarial para a
competitividade, além do aumento da concentração dos agronegócios no mercado interno e
externo. É uma realidade a fusão das grandes empresas, é um fato com o qual temos que
começar a conviver e traçar estratégias porque veio para ficar. E, finalmente, a existência de
barreiras fitossanitárias e também o baixo consumo de frutas comercializadas no Brasil. É
preciso se consumir mais frutas. Finalizando, se eu perguntar a cada pessoa se considera
as frutas um alimento, creio que unanimamente a resposta será afirmativa. Porém, na prática
não é o que acontece. O brasileiro considera a fruta não como um alimento principal, mas
sim como um complemento. Se o Joãozinho passar na fruteira e pegar uma maçã antes do
almoço, provavelmente, sua mãe irá dizer: “coloque esta fruta aí na fruteira porque, senão,
você não almoça, Joãozinho”. E depois ele vai comer uma feijoada ou uma rabada, coisa
leve!
Então, para nós brasileiros as frutas ainda são um complemento alimentar.
Existem muitos fatores que dificultam, falácias, preconceitos, como, por exemplo, “não se
pode dar abacaxi para crianças porque dá aftas”. Alguém já viu frutas tropicais na fruteira de
uma mãe que acabou de ter neném? Não, apenas algumas frutas mais conhecidas
tradicionalmente. Eu mesmo venho de um berço onde meus avós sempre me ensinaram
que “chupar laranja de manhã é ouro, à tarde é prata, e à noite mata”.
Multiplicar em larga escala uma única planta, selecionada como planta matriz;
Combinar duas espécies para formar uma só planta, pelo uso do método de enxertia;
Produção precoce de frutos por evitar a fase juvenil da planta, devendo-se selecionar
propágulos de plantas adultas;
Produção de mudas de espécies em que a propagação é o único meio de multiplicação.
Como exemplo, temos a bananeira, cujo método de propagação é por meio de rizomas.
Outras espécies como a lima ácida tahiti, laranja-de-umbigo e figueira também dependem
de alguma técnica de propagação, pois as sementes que produzem não são viáveis;
Multiplicar espécies em que a propagação é mais fácil, rápida e econômica.
Métodos de propagação
adventícias visto que já possuem um ramo em potencial, a gema. Com exceção de algumas
espécies como figo da índia e framboesa, as estacas de folhas e de raízes, não são utilizadas
na produção comercial de mudas de espécies frutíferas (Figura 1).
São diversos os fatores que afetam o enraizamento das estacas de ramos, tais como:
condições fisiológicas da planta matriz, juvenilidade, condições do ambiente de
enraizamento, posição e graus de lignificação dos ramos. Quanto ao grau de lignificação,
pode-se classificar as estacas de ramos em herbáceas, semilenhosas ou lenhosas (Figura
2).
As estacas herbáceas são aquelas cujos tecidos não estão lignificados, ou seja, estão com
tecidos tenros e de coloração verde. São retiradas da parte apical dos ramos no período de
primavera/verão, épocas em que ocorrem os fluxos de crescimento vegetativo. Como é um
material sensível à desidratação, a coleta deve ser feita preferencialmente pela manhã. As
folhas (inteiras ou pela metade) devem ser mantidas.
A função da manutenção das folhas é a continuação do processo fotossintético que
fornecerá fotoassimilados tanto para a manutenção da estaca, quanto para a formação das
raízes. A utilização de estacas herbáceas é muito utilizada na produção de mudas de
goiabeira.
Estacas semilenhosas são obtidas de ramos parcialmente lignificados, após o mesmo ter
completado seu crescimento. Para enraizar, essas estacas ainda com folhas, devem ser
mantidas, assim como as estacas herbáceas, em ambiente com umidade relativa alta para
reduzir a perda de água pelas folhas. É bastante utilizada na propagação de algumas
Figura 3 - Nebulizador com alta umidade relativa (a); canteiros de areia com estacas
lenhosas (b e c).
Alporquia
ligado à planta matriz (parte aérea), que só é destacado da mesma após o enraizamento.
O método consiste em selecionar um ramo da planta, de preferência com um ano de idade
e diâmetro médio. Nesse ramo, escolhe-se a região sem brotação e faz-se um anelamento,
de aproximadamente dois centímetros, retirando toda a casca (floema) e expondo o lenho.
Depois disso, deve-se cobrir o local exposto com substrato umedecido, a base de fibra de
coco e envolvê-lo com plástico, cuja finalidade é evitar a perda de água, amarrando bem as
extremidades com um barbante, ficando com o aspecto de um bombom embrulhado. Os
fotoassimilados elaborados pelas folhas e as auxinas pelos ápices caulinares deslocam-se
pelo floema e concentram-se acima do anelamento, promovendo a formação das raízes
adventícias nesse local. Recomenda-se que a alporquia seja feita de preferência na época
em que as plantas estejam em plena atividade vegetativa, após a colheita dos frutos, com o
alporque mantido sempre úmido.
A separação do ramo que sofreu alporquia da planta matriz, depende da espécie e da época
do ano em que foi feito o alporque. Após a separação, o ramo enraizado é colocado num
saco plástico contendo substrato e mantido à meia sombra até a estabilização das raízes e
a brotação da parte aérea. Quando isso ocorrer, as mudas estarão prontas para serem
plantadas no campo.
A alporquia é utilizada na propagação de muitas espécies frutíferas, e um exemplo do
sucesso do método ocorre na cultura da lichia.
Mergulhia
Assim como ocorre no processo de alporquia, na mergulhia a planta a ser formada fica unida
a planta matriz até o enraizamento. A mergulhia é feita no solo, vaso ou canteiros, quando
os ramos das espécies são flexíveis e de fácil manejo. O método de mergulhia consiste em
enterrar partes de uma planta, como ramos, por exemplo, com o objetivo de que ocorra o
enraizamento na região coberta. É um processo usado na obtenção de plantas que
dificilmente se propagariam por outros métodos.
O enraizamento ocorre devido ao acúmulo de auxinas (hormônios endógenos) pela ausência
de luz na região enterrada ou coberta, que promove a formação das raízes adventícias e
também pelo aproveitamento do fornecimento contínuo de água e nutrientes da planta
matriz.
É muito importante que o local para a realização da mergulhia esteja isento de patógenos,
pois como é utilizado o solo para o enraizamento, há sempre o risco de contaminação das
novas plantas por doenças e/ou pragas. A mergulhia é um método bastante utilizado na
obtenção de porta-enxertos de macieira, pereira e marmeleiro.
Tipos de mergulhia
beneficiar a copa pela resistência a pragas e doenças de solo, seca ou a solos encharcados.
O enxerto ou copa é responsável pela fotossíntese que irá alimentar toda a planta para a
produção.
A enxertia deve ser realizada para propagar espécies que não podem ser facilmente
multiplicadas por outros métodos, para obter benefícios do porta-enxerto, mudar a cultivar
copa em plantas adultas (sobreenxertia) ou substituir o porta-enxerto (subenxertia).
O sucesso da cicatrização entre as partes após a prática da enxertia dependerá da espécie
que se estará trabalhando; da habilidade do enxertador; da atividade fisiológica do enxerto
e do porta-enxerto; das condições a que as plantas serão submetidas durante e após a
enxertia; dos problemas de pragas e doenças e da incompatibilidade que possa ocorrer entre
as partes.
É importante destacar também que existem alguns limites na enxertia relacionados à
combinação copa e porta-enxerto. A maior facilidade da enxertia ocorre entre plantas de um
mesmo clone, aumentando o grau de dificuldade à medida que se enxertam diferentes
cultivares da mesma espécie, diferentes espécies e diferentes gêneros.
O sucesso da enxertia intergenérica (entre gêneros) é bastante limitado, sendo conhecidos
alguns casos como o de pereira sobre marmeleiro, por exemplo. Em fruticultura não se
conhece sucesso de enxertia entre plantas de famílias botânicas diferentes.
Tipos de enxertia
São três os tipos de enxertia: borbulhia, garfagem e encostia. No primeiro caso, o enxerto é
uma borbulha, ou gema; no segundo, um pedaço de ramo ou garfo destacado da planta
matriz com uma ou mais gemas e no terceiro, a união de duas plantas inteiras.
Borbulhia
Figura 5 - Borbulhia “T” normal (a); Borbulhia “T” invertido (b); Borbulhia em placa ou
janela aberta(c); Borbulhia janela fechada (d). Fonte: Adaptado de Hartmann et al. (2002)
aberta ou placa, onde a gema é retirada da variedade copa com um segmento retangular e
encaixada num porta-enxerto previamente preparado com a mesma abertura. São feitos dois
cortes perpendiculares paralelos e outros dois transversais, formando um retângulo. O
pedaço da casca é retirado, com o auxílio de um canivete. Toma-se o cuidado para que os
dois retângulos sejam de tamanhos bem próximos. Depois o escudo encaixado é amarrado
com fitilho plástico ou fita biodegradável, sempre deixando a gema do pessegueiro exposta,
pois ela é muito sensível e pode se quebrar.
Na borbulhia tipo janela fechada, o corte da copa deve permitir a abertura da casca em duas
partes, como as folhas de um portão, que serão fechadas sobre a borbulha após sua
inserção. Duas incisões transversais e paralelas são feitas no porta-enxerto, e um corte
perpendicular une as duas pelo ponto central de seu comprimento. Levanta-se a casca entre
os cortes e a borbulha retangular semelhante à janela aberta é introduzida, ficando em
estreito contato com os tecidos internos do caule. A casca deve ser fechada contra o escudo
e amarrada com fitilho plástico, aumentando o contato entre os tecidos.
Garfagem
Figura 6 - Garfagem fenda cheia (a); Garfagem meia fenda (b); Garfagem inglês simples (c);
Garfagem inglês complicado (d). Fonte: Adaptado de Hartmann et al.
(2002)
propagam por outros métodos. Em resumo é uma técnica que consiste na junção de duas
plantas inteiras, que são mantidas dessa forma até a união dos tecidos (Figura 7).
Após essa união, uma será utilizada somente como porta-enxerto e a outra como copa. Para
fazer essa enxertia, o porta-enxerto deve ser transportado em um recipiente até a planta que
se quer propagar sendo geralmente colocado na altura da copa, através da utilização de
suportes de madeira que o sustentarão.
Corta-se uma porção do ramo de cada uma das plantas, de mesma dimensão, e encostam-
se as partes cortadas, amarrando-as em seguida com fita plástica para haver união dos
tecidos.
O enxerto é representado por um ramo da planta matriz, sem dela se desligar até que ocorra
a soldadura ao porta-enxerto. Após 30-60 dias, havendo a união dos tecidos, faz-se o
desligamento da nova planta, cortando-se acima do ponto de união do portaenxerto.
Nessa fase, retira-se o fitilho plástico que estava amarrado e destaca-se o ramo da planta
original, formando uma nova copa. Tem-se, assim, a muda, constituída de copa e porta-
enxerto.
A primavera é a estação mais adequada para a prática da encostia e as que são realizadas
no outono desenvolvem-se muito lentamente.
Incompatibilidade entre copa e porta-enxerto
A compatibilidade pode ser definida como a capacidade que duas plantas ou parte de plantas
enxertadas possuem de se desenvolverem satisfatoriamente como se fossem uma única
planta. Já a incompatibilidade pode ocorrer devido a diferenças fisiológicas, bioquímicas e
anatômicas entre as plantas que podem ser favoráveis ou desfavoráveis à união do enxerto.
Os problemas de incompatibilidade ocorrem principalmente em função da enxertia entre
espécies de diferentes famílias e gêneros. Os principais sintomas associados à
incompatibilidade de enxertia são:
Micropropagação
Estruturas especializadas
Figura 9 - Mudas do tipo chifrão, chifre e chifrinho com folhas (a), sem folhas (b); Pedaços
de rizoma (c)
Essas mudas podem ser obtidas diretamente do bananal, tomando o cuidado de selecioná-
las de plantas vigorosas, que represente a variedade a ser propagada, esteja isenta do
ataque de pragas e doenças e com idade que não seja superior a quatro anos.
Embora a propagação por rizomas seja muito utilizada, nos últimos anos tem crescido muito
a produção de mudas de bananeira utilizando a técnica de cultura de tecidos, ou
micropropagação, como visto anteriormente.
O manejo do solo envolve todos os tratos culturais aplicados à camada de solo utilizada
pelas plantas frutíferas, desde o momento do plantio até a colheita. Deve ser o mais eficiente
possível quanto ao controle da erosão do solo, regulação da disponibilidade de água,
Esta forma de cultivo não pode ser utilizada em solos rasos, pedregosos ou que apresentem
horizonte com adensamento. Exige máquinas apropriadas e apresenta um custo inicial mais
elevado. O calcário e os demais corretivos podem ser aplicados em duas etapas; metade da
quantidade antes da subsolagem e a outra metade antes da lavração.
Quando for usado um fosfato natural, como fonte de P2O5, deve-se aplicá-lo antes da
aplicação do calcário, pois em meio ácido esta fonte de fósforo se solubiliza mais facilmente,
aproveitando, desta forma, a acidez natural do solo. Os corretivos são aplicados em toda a
área e, por ocasião do plantio, faz-se abertura de pequenas covas, com tamanho suficiente
para acomodar o sistema radicular da planta, não havendo necessidade de adubação nas
covas. O plantio das mudas, dependendo da declividade, poderá ser:
Em nível, quando a declividade do terreno for menor do que 3%;
Com construção de terraços, quando a declividade for menor do que 20% e;
Em patamares, quando a declividade for superior a 20%.
Preparo convencional do solo seguido ou não de abertura de covas
água e morte das raízes por asfixia. Em outras situações, a adubação na cova cria um
ambiente propício ao desenvolvimento da planta e não permite que haja uma expansão
lateral, quer por problemas mecânicos (parede espessa) ou químicos (maior disponibilidade
de nutrientes na cova).
Preparo convencional seguido da construção de terraços tipo camalhão
Pode ser utilizado em terrenos de até 20% de declividade. Permite um bom desenvolvimento
radicular da planta, pois aumenta a quantidade de solo arável a ser explorado; preparo
totalmente mecanizado; contribui para o controle da erosão e auxilia a drenagem em solos
planos.
Preparo do solo em faixas
Consiste em preparar apenas uma faixa do terreno, na qual será plantada a espécie frutífera.
A faixa de preparo, dependendo do terreno, pode ser em nível e ter uma largura de até 2,5m.
Nesta faixa são aplicados todos os corretivos e a muda é plantada sobre solo preparado. A
medida que a planta vai crescendo, a faixa de cultivo pode ser ampliada. Entre as duas filas
de plantas pode permanecer uma faixa de vegetação nativa ceifada periodicamente.
O preparo do solo pode ser com subsolagem e lavração profunda ou ainda lavração
Figura: Sistema de cultivo onde as linhas de plantas são mantidas limpas e as entrelinhas
com cobertura vegetal. Foto: José Carlos Fachinello Plantio em terraços tipo patamar
Este sistema envolve grande movimentação de solo e é restrito a áreas que apresentam
riscos de erosão, com declividade superior a 20%, e para culturas de alto rendimento
econômico, devido ao elevado custo da construção.
Deve-se dar preferência para o plantio em solos planos e com outros sistemas de preparo
do solo. Este sistema é utilizado na região da serra do RS, com viticultura. Existem três tipos
de terraços em patamar: patamar contínuo, utilizado em culturas permanentes; patamar
descontínuo ou "banquetas individuais", construído para cada planta do pomar a ser formado
e; por último, o patamar de irrigação. Este sistema é muito oneroso, pois implica em grandes
movimentações de solo.
Outros sistemas e disposição dos carreadores
Neste sistema, toda área do pomar é mantida livre de vegetação nativa ou invasoras, por
meio de mobilizações periódicas e superficiais ou mesmo com uso de herbicidas. Apesar
desta forma de manejo evitar a concorrência das plantas daninhas, facilitar a incorporação
de nutrientes e demais tratos culturais, expõe o solo à erosão; provoca compactação, pelo
trânsito de máquinas e implementos agrícolas; além de diminuir a matéria orgânica,
deixando o solo mais sujeito às variações de temperatura durante o dia e a noite.
O uso freqüente de equipamentos que pulverizam o solo, tais como enxadas rotativas, além
de desagregar o solo, facilita, enormemente, a erosão. A manutenção do solo limpo, com
aplicações sucessivas de herbicidas, provoca um endurecimento na camada superficial,
contribuem para aumentar os riscos de intoxicação dos aplicadores e podem poluir os
mananciais de água.
Pomar com cultivo intercalar
Neste sistema de cultivo, o pomar é mantido na entrelinha com um cultivo intercalar, que
pode ter um caráter temporário ou permanente. As espécies cultivadas devem ser de porte
baixo e, normalmente, leguminosas ou associação com gramíneas e têm o objetivo de
melhorar as propriedades físicas e químicas do solo, porém deve-se considerar que, em
períodos de seca, as leguminosas causam maiores prejuízos às plantas do que as
gramíneas, pois apresentam sistema radicular mais desenvolvido e, com isso, uma maior
capacidade de absorção de água do solo. Quando se mantém a vegetação espontânea, a
mesma é mantida ceifada periodicamente. Ao longo das filas é mantida uma faixa limpa, do
tamanho ou um pouco maior do que a projeção da copa das plantas, através do uso de
capinas ou aplicações de herbicidas.
Este sistema combina as vantagens do sistema que mantém o solo limpo na linha da planta
e da cobertura vegetal na entrelinha como auxílio no controle da erosão. Esta modalidade
de sistema pode ser alterada ao longo do ciclo vegetativo da planta, no caso específico de
plantas frutíferas de clima temperado. Depois que as frutas foram colhidas pode-se deixar a
vegetação espontânea crescer também ao longo da linha de plantas, até o início da
primavera seguinte.
O solo todo do pomar é mantido com uma cobertura vegetal rasteira, nativa ou cultivada de
forma permanente. Oferece vantagens para a proteção do solo no que diz respeito à
melhoria na estrutura, proteção contra erosão, trânsito de máquinas e diminui a
compactação.
Entretanto, é um sistema que a vegetação dentro do pomar concorre com a plantafrutífera
em água e nutrientes, podendo causar prejuízos em épocas de estiagem. Este sistema pode
ser utilizado em solos com grande declividade, apenas realizando um pequeno coroamento
na projeção da copa durante o ciclo vegetativo da planta, através do uso de capinas ou
herbicidas. Pode ser utilizado em plantas que apresentem um sistema radicular profundo,
como é o caso da nogueira-pecan.
Pomar com cobertura morta permanente
O solo é mantido com uma cobertura de restos vegetais, cortados de espécies forrageiras,
palha ou casca de arroz, serragem, palha de leguminosas, entre outras. A espessura da
cobertura varia de 10 a 20cm, conforme o material utilizado.
Através de experimentos, verificou-se que é necessário cortar até 3m2 de área de capim
gordura para cobrir 1m2 do pomar com folha seca, numa espessura de 20cm. Apesar deste
sistema ser oneroso e limitado à pequenas áreas, traz vantagens para o desenvolvimento
das plantas, tais como:
Redução das perdas de água, pois funciona como uma válvula que permite a penetração da
água, opondo-se, no entanto, a sua perda por evaporação direta;
Evita que a gota da chuva cause desagregação das partículas pelo impacto direto;
Aumenta as taxas de N, S, B e P no solo;
Contribui para o controle das ervas daninhas, possibilitando que as plantas possam
desenvolver o sistema radicular na superfície do solo. As limitações para uso deste sistema
de cultivo seriam:
Em solos mal drenados os problemas de aeração são acentuados;
Em pomares conduzidos com cobertura morta por alguns anos, o abandono da prática pode
trazer sérias consequências, pois o sistema mantém as raízes da planta na superfície do
solo;
A cobertura morta aumenta o risco de geadas por impedir a irradiação do calor do solo para
o ar;
Favorece o risco de incêndio e ataque de roedores;
O custo é significativo, pois necessita-se adicionar matéria seca anualmente;
Não deve ser estabelecida antes de três anos de vida da planta, pois estimula o
desenvolvimento superficial das raízes da planta.
A adição periódica de restos vegetais faz com que se necessite de uma adubação
suplementar de nitrogênio, na base de 50 kg/tonelada de cobertura morta, uma vez que a
mesma altera a relação C/N.
Variantes para combinar sistemas de cultivo do pomar
insumo importante para garantir produtividade e qualidade das frutas. Isto acontece na
Argentina, Chile, Estados Unidos, Espanha, Itália, Egito, Israel, região nordeste do Brasil,
onde se produz um grande volume de frutas tropicais e temperadas sob irrigação.
No Sul e Sudeste do Brasil, normalmente ocorrem precipitações em torno de 1.500mm,
porém nem sempre há uma boa distribuição das chuvas durante o ano. É comum
acontecerem estiagens durante os meses de dezembro e janeiro e no período de inverno,
respectivamente. Estes períodos com falta de umidade do solo, ocasionam perdas nas
colheitas, pois provocam rachaduras nas frutas e diminuição do tamanho das frutas, além
de diminuir a absorção de nutrientes do solo.
Os sistemas de irrigação disponíveis permitem que se tenham projetos eficientes, com
economia hídrica e permitindo que sejam aplicados os fertilizantes através da água de
irrigação, a chamada fertirrigação.
A fertirrigação é o processo pelo qual os fertilizantes são aplicados junto com a água de
irrigação. Esta prática se converteu em rotina e é um componente essencial dos modernos
sistemas de irrigação. Neste sistema são aplicados os macro e micronutrientes para as
plantas frutíferas, para isso é necessário que os mesmos sejam solúveis em água. O
consumo de água depende de fatores como o solo, a cultura, a umidade do ar, entre outros.
A umidade do solo é determinada por tensiômetros. Por exemplo, quando os tensiômetros
chegam a uma tensão de 15 a 20 centibares, em solos leves, deve-se renovar a irrigação,
pois a maior parte da água disponível no solo já foi aproveitada.
A retirada de água do solo pela planta aumenta à medida que se desenvolvem os ramos e
se amplia a área foliar. A multiplicação de células nessa fase (35 a 40 dias após a floração)
é muito grande, diminuindo após o fim da polinização. Como o número de células irá
determinar o tamanho final das frutas, a falta de água nesse período reduz o número de
células, diminuindo o tamanho da fruta e a produção. Após a divisão celular, inicia-se a fase
de aumento de volume da célula. Nesse período, a etapa mais crítica ocorre durante a
aceleração máxima do crescimento da fruta, duas a três semanas antes da colheita. Pode-
se manejar a água ao longo desse estágio, antes da etapa crítica, reduzindo o teor de
umidade do solo na fase que se inicia com a fruta no tamanho de uma azeitona até o período
de seu crescimento rápido, visando-se à economia de água e melhoria da qualidade da fruta,
sem comprometimento da produtividade.
Sistemas de Irrigação em Pomares
Este sistema pode ser utilizado em terrenos onde os custos para nivelamentos são elevados,
em solos com topografia irregular, para controle de geadas e permite uma boa uniformidade
de distribuição da água.
A irrigação por aspersão pode ser de dois tipos: sobrecopa e sub-copa, quando feita por
cima ou por baixo da copa das plantas. A irrigação sobrecopa apresenta como principais
desvantagens o molhamento das folhas, o que aumenta a incidência de doenças, e maiores
perdas por evapotranspiração e pela ação dos ventos. Já a aspersão sub-copa apresenta
como desvantagem principal a interferência do tronco e copa das plantas, o que dificulta o
molhamento uniforme do terreno.
Na aspersão, as vazões e pressões são, normalmente, de média a alta, exigindo
motobombas de maior potência e demandando maior consumo de energia em relação ao
gotejamento e à microaspersão. Por outro lado, os aspersores não necessitam de
equipamentos de filtragem e apresentam uma menor necessidade de manutenção.
Figura: Irrigação por aspersão em videira. Foto: Marco Antônio Fonseca Conceição.
Irrigação por microaspersão
Figura: Irrigação por micraspersão em videira. Foto: Jair Costa Nachtigal Irrigação por
gotejamento
A poda, muito embora seja praticada para dirigir a planta segundo a vontade do homem, em
Poda é a remoção metódica das partes de uma planta, com o objetivo de melhorá-la em
algum aspecto de interesse do fruticultor;
É a arte e a técnica de orientar e educar as plantas, de modo compatível com o fim que se
tem em vista.
É a técnica e a arte de modificar o crescimento natural das plantas frutíferas, com o objetivo
de estabelecer o equilíbrio entre a vegetação e a frutificação.
4.2. Importância da poda
A importância da poda varia com a espécie, assim para uma ela é decisiva, enquanto que,
para outra, ela é praticamente dispensável. Com relação à importância da poda, as espécies
podem ser agrupadas da seguinte maneira:
Decisiva - Videira, pessegueiro, figueira.
Relativa - Pereira, macieira, caquizeiro.
Pouca importância - Citros, abacateiro, nogueira-pecan.
Sob o ponto de vista fisiológico, a poda pode ser fundamentada pelo que segue:
A seiva se dirige com maior intensidade para as partes altas e iluminadas da planta;
Quanto mais intensa for a circulação de seiva, maior será o vigor nos ramos, maior será a
vegetação e, ao contrário, quanto maior a dificuldade na circulação de seiva mais gemas de
flor serão formadas;
Cortada uma parte da planta, a seiva fluirá para as partes remanescentes, aumentando-lhe
o vigor vegetativo;
Podas curtas (severas) têm a tendência de provocar desenvolvimento vegetativo,
retardando a frutificação;
Diminuindo a intensidade de circulação de seiva, o que ocorre no período após a maturação
das frutas, verifica-se uma correspondente maturação de ramos e de folhas. Nesse período,
acumulam-se grandes quantidades de reservas nutritivas, que são utilizadas para
transformar as gemas foliares em frutíferas;
O vigor das gemas depende da sua posição e do seu número nos ramos, geralmente as
gemas terminais são mais vigorosas;
O vigor e a fertilidade de uma planta dependem, em grande parte, das condições climáticas
e edáficas;
Deve haver um equilíbrio na relação entre copa e sistema radicular. Este equilíbrio afeta o
vigor e a longevidade das plantas.
Numerosos trabalhos têm demonstrado que a poda tem um efeito ananizante sobre o
crescimento vegetativo, ou seja, as plantas podadas, além de terem uma menor
longevidade, apresentam um porte menor.
Geralmente a poda reduz os pontos de crescimento da planta, aumentando, assim, a
provisão de nitrogênio aproveitável e de outros elementos essenciais para os pontos de
crescimento que permaneceram e isto, por sua vez, aumenta o número de células que
podem ser formadas. Desta maneira, a poda da copa favorece a formação de células e a
utilização de carboidratos. Por conseguinte, favorece a fase vegetativa e retarda a fase
reprodutiva.
O estímulo à fase vegetativa pode ser ou não desejável, depende da espécie frutífera que
se está trabalhando. A redução do sistema aéreo pela poda, qualquer que seja o método
utilizado, leva consigo uma perda mais ou menos importante das reservas contidas na
madeira suprimida e na diminuição do número de folhas, ou seja, de órgãos assimiladores
de carbono.
Nos primeiros anos de vida, toda a energia produzida é gasta para o próprio crescimento da
planta. Depois de formada as estrutura da planta, então começa a sobrar seiva elaborada,
que se transforma em reserva e é armazenada na planta. Desta maneira, a planta, através
destas reservas, pode transformar as gemas vegetativas em botões florais. Esta acumulação
é maior nos ramos novos e finos do que nos ramos velhos e grossos. O equilíbrio entre a
fase vegetativa e reprodutiva onde se considera a relação entre o carbono e o nitrogênio nas
diferentes fases da vida da planta.
4.5. Hábito de frutificação das principais espécies frutíferas
A poda acompanha a planta desde o início da vida até a sua decrepitude. As necessidades
de poda vão sofrendo alterações à medida que a idade da planta vai avançando. Poda de
formação
A poda de formação é realizada nos primeiros anos de vida da planta, o que, para a maioria
das plantas frutíferas, se prolonga até o 3o ou 4o ano. Durante esta etapa não se busca a
produção e sim uma estrutura de ramos suficientemente fortes para poder resistir o peso
das colheitas sem romperem-se. Assim, é essencial o desenvolvimento de bifurcações fortes
e ramos bem espaçados. Procura-se uma arquitetura que propicie um ótimo aproveitamento
da radiação solar e boa produção por planta.
Poda de frutificação
É iniciada depois que a copa está formada. Para praticá-la, tem-se a necessidade de
conhecer a constituição dos órgãos da planta para saber o que se elimina e porque se
elimina. Assim, assegura-se uma regularidade e melhora da frutificação através de um
controle rigoroso do equilíbrio entre as funções vegetativa e reprodutiva.
A importância da poda de frutificação está intimamente relacionada com o hábito de
frutificação da planta. Assim sendo, a poda de frutificação é mais importante para aquelas
espécies que produzem em ramos novos, ou seja, ramos do ano, como é o caso da figueira,
da videira e do quivizeiro. A poda de frutificação também é importante porque é responsável
pela manutenção do equilíbrio entre a parte vegetativa e a parte produtiva da planta, com
isso é possível evitar diversos problemas que ocorrem quando as plantas apresentam
produções desequilibradas.
A poda de frutificação é bastante variável com a espécie, cultivar, espaçamento, vigor da
planta, estado nutricional e fitossanitário, condições climáticas, épocas, entre outras. Isso
faz com que, para algumas espécies, como a macieira, a poda de frutificação seja importante
para algumas cultivares e, para outras, possa até não ser realizada.
Poda de rejuvenescimento
Tem por finalidade livrar as plantas frutíferas de ramos doentes, atacados por pragas ou
renovar a copa através do corte total da mesma, deixando-se apenas as ramificações
principais, com isso pode-se reativar a produtividade perdida. Este tipo de poda é frequente
em pomares abandonados, mas de vigor ainda razoável, como, por exemplo, laranjeiras,
macieiras e pereiras. Normalmente, cortam-se as pernadas principais, deixando-se com 40
a 50cm, e, posteriormente, seleciona-se os ramos que irão permanecer, através da poda
verde. Estes cortes maiores são realizados no inverno, ocasião em que são aplicadas pastas
fungicidas no local que foi cortado.
Poda de limpeza
É uma poda leve, constituindo-se na retirada de ramos secos, atacados por doenças, pragas
ou mal localizados. É realizada em frutíferas que requerem pouca poda, como é o caso de
laranjeiras, jabuticabeiras, mangueiras, entre outras. Esta prática normalmente é realizada
em períodos de baixa atividade fisiológica da planta, ou seja, durante o inverno ou, como no
Os ovos das moscas-das-frutas são introduzidos, por meio do ovipositor, abaixo da casca
do fruto, de preferência ainda imaturos. No local onde são depositados, pode ocorrer
contaminação por fungos ou bactérias, o que resulta no apodrecimento local do fruto.
Aproximadamente dois dias após a postura, eclode a larva, que passa a se alimentar da
polpa do fruto hospedeiros, reduzindo sua qualidade e tornando-o impróprio para consumo
in natura, comercialização e industrialização.
1.1. PRAGAS SECUNDÁRIAS DA MANGUEIRA
poderá resultar em perda prematura de pólen (Peña and Mohyuddin, 1997). S. rubrocinctus
e F. schultzei também têm sido reportados danificando frutos.
Em altas infestações o dano é visível na casca dos frutos, que apresentam manchas ou
rachaduras que depreciam o seu valor com comercial (Barbosa et al., 2000a; Brandão &
Boaretto,1999).
o campo, retardam o desenvolvimento e podem causar até morte de plantas (Cunha et al.,
2000).
PRINCIPAIS DOENÇAS DA MANGUEIRA
As principais doenças que ocorrem na região do Submédio São Francisco estão descritas a
seguir:
Antracnose (anamorfo Colletotrichum gloeosporioides
É considerada uma das doenças mais frequentes e responsáveis pelas maiores perdas
econômicas em áreas produtoras de manga no mundo, necessitando, em certas ocasiões,
de tratamento pós-colheita. Alta severidade da antracnose ocorre em locais ou épocas onde
há frequência de chuvas e predominância de alta umidade relativa. No Semiárido nordestino,
sua importância é restrita às épocas em que a floração e o desenvolvimento de frutos,
coincidem com a ocorrência de chuvas.
Sintomatologia
O oídio denominado, pelos produtores, de cinza, é uma doença muito comum em pomares
de mangueiras. As fases críticas para ocorrência de epidemias são: emissão de folhas
novas, florescimento e início de frutificação. Na região semiárida do Vale do São Francisco,
a intensidade da doença é maior, principalmente no segundo semestre.
Sintomatologia
Inflorescências, folhas e frutos, ambos, ainda jovens são bastante suscetíveis. Quando a
infecção ocorre na inflorescência, as partes infectadas ficam recobertas por um crescimento
pulverulento branco-acinzentado (Figura 4). O pó branco-acinzentado é formado por
estruturas do patógeno (micélios, conidióforos e esporos). Com o desenvolvimento dessas
estruturas, as mesmas acabam danificando as inflorescências, acarretando sérios
abortamentos de flores e, consequentemente, comprometendo diretamente a produção da
O fungo O. mangiferae é um parasita obrigado, isto é, sobrevive apenas sob órgãos vegetais
vivos. Portanto, O. mangiferae sobrevive em tecido vivo da planta, tais como: folhas, ramos,
inflorescência, frutos ou gemas. Para epidemias de oídio as condições favoráveis são:
ambiente com baixa umidade relativa, temperaturas amenas e ocorrência de ventos, que
facilita a dispersão do fungo.
Para o controle da doença, é recomendado que o produtor intensifique o monitoramento
durante a fase de desenvolvimento das inflorescências para detecção dos primeiros focos.
Para o controle da doença, pode ser aplicado fungicida à base de enxofre, antes da abertura
das flores e início da frutificação. Aplicações de enxofre devem ser evitadas durante as horas
com temperaturas muito altas, pois o enxofre é fitotóxico nesta condição. Produtos dos
grupos químicos Triazol e Estrobilurinas são também eficientes.
Seca-da-mangueira (anamorfo Chalara sp.; teleomorfo Ceratocystis imbriata)
Ceratocystis fimbriata pode levar à morte de plantas. A doença pode causar o declínio de
plantas em pomares de mangueira, como ocorrido em Jardinópolis, SP, onde dizimou
pomares das cultivares Haden e Bourbon nas décadas de 1950 e 1960. Em outras regiões
há registros dos mesmos prejuízos em consequência da morte de plantas em pomares
comerciais.
Sintomatologia
O sintoma mais típico da doença consiste em seca, iniciada a partir de ramos mais finos do
dossel, que progride lentamente em direção ao tronco da mangueira causando o anelamento
e a morte da planta (Figura 5). O quadro da doença em planta no campo caracteriza-se pelo
surgimento de sintomas de amarelecimento de folhas, murcha e seca dos galhos afetados
onde as folhas secas e de coloração palha ficam presas, contrastando com galhos sadios
no dossel da mangueira. O sintoma é, principalmente, constatado nas secções transversais
de ramos e troncos infectados, na forma de estrias radiais escuras, partindo da medula em
direção ao exterior do lenho e/ou da periferia do lenho para a medula. Embora menos
comum, o sintoma da seca-da-mangueira pode ter início a partir de infecções pelas raízes,
sem deixar sinais perceptíveis até a ocorrência de morte repentina da mangueira. Aspectos
epidemiológicos e controle
O fungo sobrevive em ramos secos presentes no solo e em diversas plantas que são
hospedeiros naturais. A ocorrência de lesões na parte aérea pode estar associada com a
dispersão do patógeno por pequenos besouros dos gêneros Hypocryphalus. A broca-da-
mangueira, H. mangiferae é o principal vetor de C. fimbriata. Numerosos orifícios (1 mm)
podem ser constatados nos ramos e tronco da mangueira, dos quais há liberação de resinas
e/ou serragem que, após cortes longitudinais ou transversais, revelam estrias de cor marrom.
O fungo também pode ser disperso através do solo aderido aos implementos agrícolas, pela
água de irrigação e, a longa distância, através de mudas contaminadas. Condições
ambientais com temperatura alta e períodos de precipitações prolongadas são condições
que favorecem a doença.
Fotos: Batista, D. da C.
Algumas variedades são citadas como resistentes: Carabao, Manga d’água, Pico, IAC 101
Coquinho, IAC 102 Touro, IAC 103 Espada Vermelha, IAC 104 Dura, Jasmim, Rosa, Sabina,
Oliveira Neto, São Quirino, Van Dyke, Keitt, Espada, Sensation, Kent, Irwin e Tommy Atkins.
Morte descendente ou seca-de-ponteiros (Lasiodiplodia theobromae)
Essa doença já foi constatada em vários países produtores de manga do mundo, e sua
importância tem sido maior em condições semiáridas. No Vale do São Francisco, a
incidência tem aumentado nos últimos anos, o que é atribuído às condições da planta
durante a indução floral, pois altas incidências da doença são observadas em condições de
estresse hídrico e nutricional. A lista de espécies hospedeiras de L. theobromae é bastante
extensa, incluindo espécies frutíferas como cajueiro, coqueiro, goiabeira, videira,
maracujazeiro, pinha, cana-de-açúcar e etc.
Sintomatologia
O fungo pode causar morte de mudas quando a infecção se dá na região da enxertia. Nas
inflorescências, ocorrem lesões escuras e morte de frutos jovens. A infecção ocorre
frequentemente na ponta da raque e progride da ponta para a base, causando o secamento
da inflorescência. Em frutos jovens, por meio do pedúnculo, a doença provoca podridão e
queda dos mesmos. Em frutos maduros, o patógeno causa uma podridão de aspecto mole
e aquoso, deixando os frutos imprestáveis para o consumo. Semelhante à antracnose, a
infecção pode permanecer quiescente na região do pedúnculo, em frutos maiores,
manifestando-se em pós-colheita.
Aspectos epidemiológicos e controle
produzem frutos, pois ocorre uma alteração nas flores que, ao invés de hermafroditas, se
tornam estaminadas. Panículas malformadas ficam retidas na planta e, se não forem
retiradas, escurecem e necrosam, servindo como fonte de inóculo para reprodução do
patógeno.
Infecção em ramos vegetativos também causa um superbrotamento dos mesmos, e decorre
do grande número de brotos oriundos das gemas axilares do ramo principal. Ramo infectado
apresenta internódios curtos, folhas rudimentares e grande número de gemas intumescidas
que não chegam a brotar, gerando também uma estrutura de aspecto compacto (Figura 7b).
Fotos: Lopes, D. B.
eliminar mudas doentes; podar e destruir ramos e panículas infectados; queimar panículas
e ramos retirados das plantas. A variedade Rosa é considerada resistente, enquanto ‘Tommy
Atkins’, ‘Van Dyke’, ‘Palmer’e a ‘Haden’suscetíveis.
É uma doença que pode afetar ramos, folhas, inflorescências e frutos. Ocorre,
principalmente, durante períodos em que altas temperaturas coincidem com chuvas ou
períodos úmidos prolongados. Em regiões com predominância de baixa umidade e pouca
precipitação pluviométrica, sua ocorrência é baixa e não causa sérios prejuízos. No Estado
de São Paulo, onde os relatos dessa doença é mais severa, os danos podem ser superiores
a 70%. Nas condições do Submédio do Vale São Francisco, ocorrência da bactéria é baixa
e as perdas insignificantes.
Sintomatologia
o uso de quebra vento, remoção de órgãos infectados que servem como fontes de inóculos
e aplicações de produtos à base de cobre são igualmente importantes.
Entretanto, o uso de cúpricos ajuda apenas a reduzir a população epifítica localizada na
superfície da planta, porém, não tem efeito curativo. Como a presença de água livre é um
pré-requisito para infecções bacterianas, a região semiárida se destaca pela baixa incidência
da doença.
Patógenos emergentes
Fotos: Batista, D. da C.
A cultura do melão, Cucumis melo L., expandiu-se muito no Nordeste brasileiro, durante os
últimos anos. Trata-se de importante opção agrícola nos pólos irrigados. Dessa forma, as
maiores áreas cultivadas com melão encontram-se nos estados do Ceará, Rio Grande do
Norte (Mossoró e Vale do Rio Açu), Pernambuco (Petrolina) e Bahia (Juazeiro). Essas
regiões são reconhecidamente áridas; entretanto, apesar dessa condição, algumas pragas
têm-se destacado e causado muitos problemas aos produtores. A cultura do melão não tem
muita importância nos estados da região Centro-Sul devido, provavelmente, às dificuldades
de cultivo durante o período das águas (verão) e à sensibilidade da cultura às baixas
temperaturas.
Mosca-branca – Bemisia tabaci, biótipo B (Hemiptera: Aleyrodidae)
Brasil (Figura 1). Este inseto apresenta alto potencial biótico, elevada capacidade de
adaptação a novos hospedeiros, diferentes condições climáticas e grande capacidade para
desenvolver resistência aos inseticidas. Estes fatores fazem com que seu controle seja
dificultado.
Os fatores climáticos são condicionantes para o desenvolvimento da moscabranca. Altas
temperaturas e baixa umidade relativa do ar favorecem seu desenvolvimento. A
disseminação da praga ocorre mais frequentemente pelo transporte de partes vegetais de
plantas infestadas de um local para outro.
Amostragem
faixa que é definida em função da variedade e/ou híbrido utilizado, condições climáticas,
bem como condições nutricionais da planta.
Brocas-das-cucurbitaceas – Diaphania nitidalis e Diaphania hyalinata
(Lepidoptera: Pyralidae)
As lagartas podem atingir até 20 mm de comprimento (Figura 2). Contudo, Diaphania nitidalis
e Diaphania hyalinata, são espécies que diferem quanto à coloração dos adultos. D. nitidalis
tem coloração marrom-violácea, com as asas apresentando uma área central amarelada
semitransparente e os bordos marrom-violáceos (Figura 3), enquanto que a D. hyalinata tem
asas com áreas semitransparentes, brancas e a faixa escura retilínea nos bordos (Figura 4).
A postura é feita nas folhas, ramos, flores e frutos. O período larval é de aproximadamente
10 dias. O ciclo evolutivo completo é de 25 a 30 dias.
Danos
As lagartas atacam folhas, brotos, ramos, flores e frutos. Quando o ataque é severo,
observa-se na polpa dos frutos abertura de galerias tornando-os inviáveis à comercialização.
A espécie D. nitidalis ataca os frutos em qualquer idade, enquanto D. hyalinata ataca,
geralmente, as folhas, causando desfolha total da planta, quando em altas populações
(Figura 5).
dascucurbitáceas.
Táticas de controle
Avaliar 20 pontos em ziguezague, com cada ponto correspondendo a uma planta. Nível de
controle
O nível de ação é alcançado quando se registrar a presença de três lagartas por planta, em
média, nos 20 pontos amostrados.
Pulgão – Aphis gossypii (Hemiptera: Aphididae)
Danos
Avaliar em cada ponto do total de 20, uma folha do quarto nó a partir do ápice do ramo.
Nível de controle
Táticas de controle
Agromyzidae)
Os adultos da mosca-minadora são insetos pequenos, com aproximadamente 2 mm de
comprimento, coloração preta, com manchas amarelo-claras na cabeça e na região entre as
asas. A larva da espécie L. sativae tem coloração amarelo-intensa, ao passo que a larva de
L. huidobrensis tem coloração branco-creme e é mais robusta. O período chuvoso é o mais
favorável para essa praga, ocorrendo o inverso em períodos com temperaturas elevadas.
Danos
A fase larval é a que causa prejuízos, pois o inseto abre galerias em formato de ziguezague
nas folhas, formando lesões esbranquiçadas (Figura 6). As galerias aumentam de tamanho
à medida que as larvas crescem. Um número elevado de minas nas folhas pode causar a
seca das mesmas e resultar na queima dos frutos pela exposição aos raios solares.
Táticas de controle
Nível de controle
As larvas, além de se alimentam da polpa dos frutos, danificando-os pela abertura, facilitam
a entrada de patógenos oportunistas, deixando-os impróprios tanto para o consumo in
natura, como para a industrialização. Os frutos atacados amadurecem prematuramente.
Amostragem
A. grandis deve ser monitorada com o uso de armadilhas do tipo McPhail. Devem ser
utilizadas três armadilhas por hectare, tendo como atrativo alimentar, proteína hidrolisada,
na proporção de 500 ml para 10 L de água e 200 ml desta solução por armadilha.
PRINCIPAIS DOENÇAS DO MELÃO
O oídio do meloeiro é causado principalmente pelo fungo Oidium sp., fase imperfeita de
Podosphaera xanthii (=Sphaerotheca fuliginea). No Brasil ocorre apenas a forma imperfeita
do patógeno. O fungo afeta grande número de cucurbitáceas, tanto cultivadas quanto
selvagens, e existem várias raças fisiológicas que diferem quanto a capacidade de infectar
diferentes espécies de cucurbitáceas ou variedades de melão. Aparentemente, a raça 1
predomina no Brasil, contudo as raça 2, 3 e 4 já foram identificadas no Distrito Federal
(Kobori et al.;2002; Reis & Buso, 2004; Reis et al., 2005).
O crestamento gomoso, conhecido também como cancro da haste, é considerado uma das
mais importantes doenças do meloeiro, a qual pode ser encontrada em todas as regiões
produtoras de cucurbitáceas. É causada pelo fungo Didymella bryoniae, Anamorfo de Phoma
não podendo suprir a necessidade de água da planta. As raízes atacadas adquirem uma
coloração pardo escurecida, com o córtex totalmente destruído.
A murcha de Fusarium é causada pelo fungo Fusarium oxysporum f.sp. melonis. A doença
é caracterizada por murcha e necrose nas folhas que, inicialmente, afetam a planta
unilateralmente e mais tarde atinge toda a planta. Outro sintoma característico é a redução
no desenvolvimento e o escurecimento vascular. Em plantas jovens a infecção pode levá-
las a morte.
A doença pode ocorrer sozinha ou juntamente com o cancro-gomoso. Neste caso, os danos
às plantas são bem mais sérios. As estruturas do patógeno sobrevivem durante vários anos
no solo e dão origem a novas infecções. A disseminação do patógeno pode ocorrer por meio
de partículas de solo transportadas por implementos agrícolas, irrigação e por outras práticas
agrícolas. Sementes infectadas podem disseminar o patógeno a longas distâncias.
Além de Didymella bryoniae e Fusarium oxysporum, Rhizoctonia solani também pode causar
podridão do colo em meloeiro. A doença é favorecida por altas temperaturas e alta umidade
do solo. Nas plantas atacadas por R. solani, os sintomas iniciam-se por uma clorose e
posterior necrose das folhas basais. Posteriormente ocorre rápido murchamento ou declínio
da rama. Em ataques severos é possível que o fungo afete o colo da planta, causando
murcha.
BANANA Principais pragas e métodos de controle
Outras espécies de pulgões podem transmitir viroses à cultura, entretanto apenas Pentalonia
nigronervosa desenvolve-se na bananeira. As colônias desse inseto localizam-se na porção
basal do pseudocaule, protegidas pelas bainhas foliares externas. Medem cerca de 1,2 a
1,6 mm de comprimento, sendo que as formas adultas apresentam coloração marrom,
enquanto que as formas jovens são mais claras. Os danos diretos são devidos à sucção de
seiva das bainhas foliares externas (próximo ao nível do solo), levando à clorose das plantas
e deformação das folhas. Em altos níveis populacionais, podem ser encontrados no ápice
do pseudocaule, provocando o enrugamento da folha terminal. Os danos indiretos são
As principais vias de disseminação têm sido folhas infectadas colocadas entre os cachos ou
pencas de banana para prevenir ferimentos, utilização de mudas infectadas e/ou oriundas
de região com histórico da doença e principalmente vento, que carrega os esporos do agente
causador a longas distâncias. Além disso, os esporos do patógeno podem ser disseminados
a longas distâncias aderidos à superfície de frutos, madeira, papelão, plásticos, tecidos e
veículos.
Sintomas
Inicialmente são observadas, na fase abaxial, via de regra na margem esquerda e próximas
à extremidade distal, pequenas pontuações claras ou áreas despigmentadas (Fig. 9). Essas
pontuações progridem dando origem a estrias de coloração marrom-clara, que podem atingir
de 2 a 3 mm de comprimento. Com o progresso da doença, essas pequenas estrias
expandem radial e longitudinalmente, ainda com coloração marromclara, e já podem ser
visualizadas na face adaxial, podendo atingir até 3 cm de comprimento. A partir desse
estádio, as estrias só expandem radialmente e adquirem coloração marrom-escura na face
abaxial. Em estádio mais avançado da doença, as estrias de coloração marrom-escura
assumem o formato de manchas escuras. Via de regra, o coalescimento de várias manchas,
as quais correspondem às lesões da doença, dá ao limbo foliar uma coloração próxima à
negra, justificando, dessa forma, o nome atribuído à doença: Sigatoka-negra.
Nos estádios finais da doença, as lesões podem, às vezes, em função do genótipo,
apresentar-se com um halo interno proeminentemente marrom-escuro circundado por um
pequeno halo amarelo. Ocorre, pela coalescência de várias lesões, morte prematura do
limbo foliar que adquire coloração branco-palha. Em geral, pode-se visualizar nas regiões
do limbo, na face adaxial, pontuações escuras representadas pela frutificação do agente
causal na sua fase teliomórfica.
Danos
Cavendish, o que significa um custo quatro a cinco vezes maior do que o necessário para
controlar a Sigatoka-amarela.
Controle
b) Controle químico
doença ou pela redução do molhamento foliar ou pela redução de luz incidente, bem como
pela redução da formação de ventos convectivos, os quais disponibilizam os esporos do
agente causal nas correntes de fluxo de ventos horizontais, permite um convívio harmonioso
com a doença. Nesse sentido, os resultados de pesquisa e observações em propriedades
rural têm demonstrado que plantas cultivadas sob condições de sombreamento apresentam
pouca ou nenhuma doença. Não obstante plantas mantidas sob condições de sombra
apresentarem maior período de ciclo produtivo e menor peso de cachos, a utilização de
sombreamento pode viabilizar o cultivo de bananeiras, do ponto de vista de comercialização,
como as cultivares Maçã, Prata Anã, D´Angola e Terra, para pequenos produtores, inclusive
em sistemas agroflorestais.
Além de melhorar o crescimento geral das plantas, a drenagem rápida de qualquer excesso
de água no solo reduz as possibilidades de formação de microclimas adequados ao
desenvolvimento da doença.
Sigatoka Amarela
Embora as infecções ocorram nas folhas um, dois ou três, a partir da folha bandeira ou vela,
os sintomas só são observados a partir da quarta ou quinta folha. Inicialmente, são
observados pontos apresentando leve descoloração entre as nervuras secundárias. Estas
áreas despigmentadas expandem-se e tomam o formato de estria de coloração marrom-
escura (Fig. 16). Com o progresso da doença, as estrias expandem-se radialmente e
assumem o formato de manchas necróticas, elíptico-alongadas e se dispõem paralelas às
nervuras secundárias (Fig.17). A partir desse estádio, a mancha apresenta o centro
deprimido, com a parte central acinzentada e um halo amarelo proeminente.
Em geral, as lesões concentram-se a partir do primeiro terço médio, no sentido da bordadura
no limbo, existindo, portanto, poucas lesões próximas à nervura principal. Embora a
freqüência de infecções seja menor (em relação à observada para Sigatokanegra), com o
progresso da doença, as lesões tendem a coalescer, podendo causar a seca total da folha.
A menor freqüência de infecções (lesões por centímetro quadrado de área foliar) e as
manchas de formato oval alongado (elíptico), com halo amarelo proeminente, permitem
distinguir a Sigatoka-amarela da negra.
Controle
Danos
Maçã, provoca perdas de 100% na produção. Já nas cultivares tipo Prata, que apresentam
grau de suscetibilidade bem menor do que a ‘Maçã’, a incidência do maldo-Panamá,
geralmente, situa-se num patamar de 20% de perdas. Por outro lado, o nível de perdas é
também influenciado por características de solo, que em alguns casos comporta-se como
supressivo ao patógeno. Como se trata de uma doença letal, não há porque comentar sobre
distúrbios fisiológicos.
Controle
Corrigir o pH do solo, mantendo-o com níveis ótimos de cálcio e magnésio, que são
condições menos favoráveis ao patógeno.
Dar preferência a solos com teores mais elevados de matéria orgânica; isso aumenta
a concorrência entre as espécies, dificultando a ação e a sobrevivência de F.
oxysporum f sp. cubense no solo.
Manter as populações de nematóides sob controle; eles podem ser responsáveis pela
quebra da resistência ou facilitar a penetração do patógeno, através dos ferimentos.
Manter as plantas bem nutridas, guardando sempre uma boa relação entre potássio,
cálcio e magnésio.
Antracnose
Causada pelo fungo Colletotrichum musae, é considerada o mais grave problema na pós-
colheita da banana.
O controle deve começar no campo, com boas práticas culturais, ainda na précolheita. Na
fase de colheita e pós-colheita, todos os cuidados devem ser tomados a fim de evitar
ferimentos nos frutos, que são a principal via de penetração dos patógenos. As práticas de
despencamento, lavagem e embalagem devem ser executadas com manuseio
extremamente cuidadoso dos frutos e medidas rigorosas de assepsia. Em último caso, o
controle químico pode ser feito por imersão ou por atomização dos frutos. Os seguintes
princípios ativos têm sido utilizados: thiabendazole; benomil, tiofanato metílico e imazalil. O
agricultor pode, ainda, optar pelo uso do fungicida natural Ecolife na dosagem de 1,5 ml/l.
As dosagens recomendadas para thiabenzole, benomil e tiofanato metílico variam de 200 a
400 mg do ingrediente ativo/ l de água, dependendo da distância do mercado consumidor.
O moko ou murcha bacteriana da bananeira, por ser uma doença vascular, pode atingir todas
as partes da planta.
Os sintomas da doença em plantas jovens caracterizam-se pela má- formação foliar, necrose
e murcha da folha cartucho ou vela, seguidos de amarelecimento das folhas baixeiras (Fig.
22). Em plantas adultas, ocorre amarelecimento das folhas basais e murcha das folhas mais
jovens, progredindo para as folhas mais velhas (Fig. 23). Em solos férteis, com bom teor de
umidade, ocorre quebra dos pecíolos junto ao pseudocaule, dando à planta o aspecto de um
guarda-chuva fechado. Além desses, internamente, ocorrem os seguintes sintomas:
No pseudocaule, escurecimento vascular, não localizado, de coloração pardoavermelhada
intensa, atingindo inclusive a região central (Fig. 24). O escurecimento vascular também
ocorre no engaço (Fig. 25).
No rizoma, além do escurecimento vascular na região central, ocorre também na região de
conexão do rizoma principal com o rizoma das brotações.
Nas ráquis masculina e feminina pode ocorrer escurecimento vascular, na forma de pontos
avermelhados dispostos uniformemente.
Nos frutos, além do amarelecimento precoce, observa-se o escurecimento da polpa, seguido
de podridão seca (Fig. 26). Exsudação de pus bacteriano de coloração pérola clara, logo
após o corte de órgãos infectados.
Para um teste rápido, destinado a detectar a presença da bactéria nos tecidos da planta,
utiliza-se um copo transparente com água até dois terços de sua altura, em cuja parede se
adere uma fatia delgada da parte afetada (pseudocaule ou engaço), cortada no sentido
longitudinal, fazendo-a penetrar ligeiramente na água. Dentro de aproximadamente um
minuto ocorrerá a descida do fluxo bacteriano.
Danos
As perdas causadas pela doença podem atingir até 100% da produção, mas com vigilância
aquosa. Na parte aérea, os sintomas podem ser confundidos com os do moko ou mal-do-
Panamá. A planta normalmente expressa sintomas de amarelecimento e murcha das folhas,
podendo ocorrer quebra da folha no meio do limbo ou junto ao pseudocaule. Os sintomas
são mais típicos em plantas adultas, mas tendem a ocorrer com maior severidade em
plantios jovens estabelecidos em solos infectados, devido à presença de ferimentos gerados
pela limpeza das mudas.
Danos
Não existem dados a respeito das perdas. Geralmente as plantas afetadas entram em
colapso devido à murcha, seguida de podridão, provocada pela bactéria.
Controle
As medidas de controle não incluem intervenções com agrotóxicos, e sim algumas práticas
que mantenham as condições menos favoráveis ao desenvolvimento da bactéria, tais como:
Manejar corretamente a irrigação, de modo a evitar excesso de umidade no solo.
No Brasil, assim como no mundo, há poucos dados sobre as perdas ocasionadas por viroses
em bananeira. Geralmente os danos causados por uma virose são pouco visíveis e passam
despercebidos.
Até o momento, já foram encontrados infectando bananeira no Amazonas o vírus das estrias
da bananeira (Banana streak virus, BSV) e o vírus do mosaico do pepino (Cucumber mosaic
virus, CMV).
Virose das estrias da bananeira
Esta doença é causada pelo vírus das estrias da bananeira (Banana streak virus, BSV),
transmitido de bananeira para bananeira pela cochonilha Planococcus citri, e por meio de
mudas infectadas.
Esse vírus possui uma importância potencial muito grande, uma vez que, até o momento,
não existe um método que permita eliminá-lo de plantas infectadas. A cultura de tecidos não
permite obter mudas sadias a partir de matrizes infectadas.
O BSV produz inicialmente estrias amareladas nas folhas (Fig. 27), que posteriormente ficam
escurecidas ou necrosadas (Fig. 28). Pode ocorrer a deformação dos frutos e a produção
de cachos menores. As plantas apresentam menor vigor, podendo em alguns casos ocorrer
a morte do topo da planta, assim como a necrose interna do pseudocaule. Geralmente os
sintomas são percebidos apenas em alguns períodos do ano. No Estado do Amazonas,
quatro estirpes do BSV têm sido detectadas, ocorrendo nas cultivares Thap Maeo, Prata
Zulu, FHIA 21 e FHIA 20.
Figura 27. Folha afetada pela estria da Figura 28. Folha velha de bananeira com
bananeira, causada pelo BSV (Banana streak estrias amarelas e escuras,
causada pelo BSV virus). (Banana streak virus).
(Foto: L. Gasparotto) (Foto: L. Gasparotto)
Esta virose é causada pelo vírus do mosaico do pepino (Cucumber mosaic virus, CMV), que
é transmitido por várias espécies de pulgões. A fonte de inóculo para a infecção de novos
plantios provém geralmente de outras culturas ou de plantas daninhas, especialmente
trapoeraba ou maria-mole (Commelina diffusa).
Os sintomas variam de estrias amareladas (Fig. 29), mosaico, redução de porte, distorção
foliar até necrose do topo; pode haver também distorção dos frutos, com o surgimento de
estrias cloróticas ou necrose interna; necrose da folha apical e do pseudocaule, quando
ocorrem temperaturas abaixo de 24ºC.
Presente nas principais áreas produtoras de bananeira, essa virose pode provocar perdas
elevadas em plantios novos, especialmente quando eles são estabelecidos em áreas com
elevada incidência de trapoeraba e alta população de pulgões. No Amazonas, o CMV ocorre
nas cultivares FHIA 02, FHIA 18, SH 3640 e PV 0344.
Nematóides
contribuem para a formação de áreas necróticas extensas que podem também ser
parasitadas por outros microorganismos.
Os danos causados pelos fitonematóides podem ser confundidos ou agravados com outros
problemas de ordem fisiológica, como estresse hídrico, deficiência nutricional,
principalmente deficiência de fósforo, ou pela ocorrência de pragas e doenças de origem
virótica, bacteriana ou fúngica, devido à redução da capacidade de absorver água e
nutrientes, pelo sistema radicular. A sustentação da planta é também bastante
comprometida. A diagnose correta deve ser realizada por meio de amostragem de solo e
raízes e do conhecimento da cultivar utilizada.
Controle
Sintomas: o inseto, ao mesmo tempo em que suga a seiva da planta, expele uma substância
açucarada denominada "mela", que recobre principalmente as inflorescências e folhas,
servindo de substrato para o crescimento da fumagina, que é um fungo de coloração negra.
O ataque intenso às inflorescências do cajueiro tem como conseqüência a murcha e a seca,
com reflexos diretos na produção.
Controle: os produtos etoato ethyl, monocrotophos, ometoato, dimetoato e pirimicarb, são
também recomendados.
Tripes (Selenothrips rubrocinctus Giard)
Sintomas: o inseto ataca principalmente a face inferior das folhas, preferindo as de meia
idade, ponteiros, inflorescências, pedúnculos e frutos. As partes atacadas tornamse
cloróticas a princípio, passando depois para uma coloração prateada, com ressecamento e
queda intensa das folhas, diminuindo a área foliar da planta, ocorrendo também secamento
da inflorescência e depreciação dos frutos.
completa da planta.
Controle: derrubada e queima de galhos das plantas atacadas no local de ocorrência,
evitando a disseminação do inseto.
intervalo de segurança é de 21 dias; e com mancozeb (150 g/ 100L d’água), cujo intervalo
de segurança também é de 21 dias. Ambos são enquadrados como pouco tóxicos. O
oxicloreto de cobre, em dosagens que variam de 200 a 400 g/
maturação é atingida após a colheita. No entanto, as frutas não devem ser colhidas muito
jovens, devido a perdas nas qualidades organolépticas. As principais frutas climatéricas são
maçã, pêra, pêssego, ameixa, goiaba, figo, caqui, abacate, mamão, manga, maracujá,
banana, cherimólia, damasco, melão e tomate.
b) Frutas Não Climatéricas - são aquelas que não apresentam elevação na taxa
respiratória próximo ao final do período de maturação, ou seja, a taxa respiratória apresenta
um declínio constante até atingir a fase de senescência.
antocianinas (vermelho e roxo). É o parâmetro mais utilizado para a maioria das frutas. É
uma medida empírica que requer experiência do fruticultor, pois a mudança na coloração da
casca é característica individual de cada espécie e/ou cultivar. b) Firmeza da polpa
A firmeza da polpa é dada pelas substâncias pécticas que compõem as paredes celulares.
Com a maturação, tais substâncias vão sendo solubilizadas, o que ocasiona o amolecimento
dos tecidos das frutas.
A medida da firmeza da polpa é feita com um aparelho denominado penetrômetro (Figura),
cuja leitura indica o grau de resistência da polpa. Recomenda-se a realização de duas ou
mais leituras em cada fruta, em posições opostas, devido ao fato de que a maturação não
ocorre de maneira uniforme na fruta.
O crescimento das frutas, tanto com como sem caroço, é caracterizado por um crescimento
final rápido, ocorrendo declínio com início da fase da maturação. Assim, o acompanhamento
do crescimento pode ser um parâmetro para determinar o início da maturação, já que as
frutas atingem o peso e o tamanho máximos antes do amadurecimento. O crescimento pode
ser avaliado pelo peso ou pelo diâmetro das frutas.
d) Teor de Sólidos Solúveis Totais (SST)
Embora outros compostos também estejam envolvidos, o teor de sólidos solúveis totais nos
fornece um indicativo da quantidade de açúcares presente nas frutas. Com a maturação, os
teores de SST tendem a aumentar devido à biossíntese ou à degradação de polissacarídeos.
A medição do teor de SST é feita utilizando-se um aparelho denominado de refratômetro
(Figura), sendo a leitura dada em °Brix. Como a solubilidade dos açúcares é dependente da
temperatura da fruta, recomenda-se fazer a correção do teor de SST para a temperatura de
20°C.
A ATT é medida, num extrato da fruta, por meio de titulação com hidróxido de sódio e
representa o teor de ácidos presentes (Figura 96). Normalmente a ATT diminui com a
maturação da fruta. O pH apresenta comportamento inverso ao da ATT, ou seja, aumenta
com a maturação da fruta.
O número de dias desde a plena floração até a colheita é relativamente constante para uma
mesma cultivar, dentro de uma dada região. Assim, é possível saber-se, com antecedência,
a época em que as frutas de uma determinada cultivar iniciarão o estágio de maturação. Tal
fato é importante, nem tanto para determinar o início da colheita propriamente dito, mas sim
para fazer um planejamento de atividades.
Existem outros parâmetros indiretos para determinar o ponto de colheita, como, por exemplo,
dias após o estágio T, soma das temperaturas a partir dos 40 dias após a plena floração,
entre outros, porém não são comumente utilizados.
6.2. Colheita
sacudidas nos galhos; entre outras. Tais danos favorecem a entrada de patógenos,
principalmente de fungos que causam o apodrecimento das frutas;
A colheita normalmente é feita em 3 ou 4 operações, devido à maturação
desuniforme das frutas. Portanto, deve-se tomar o cuidado de não colher frutas
verdes, não danificar os frutas que permaneceram na planta e não causar a quebra
de galhos;
Em plantas muito altas, pode-se utilizar escadas, varas de colheita ou máquinas
apropriadas, porém deve-se tomar o cuidado para não lesionar as frutas, nem deixá-
las cair no chão;
A colheita deve, sempre que possível, ser realizada nas horas mais frescas do dia,
sendo que as frutas colhidas devem ser colocadas em local protegido do sol, seja no
galpão ou mesmo na sombra das plantas do pomar, pois o sol pode provocar sérios
danos à película das frutas, bem como aumentar a temperatura das mesmas, com
aumento na taxa respiratória e na transpiração;
As frutas devem ser colhidas com pedúnculo, isto é conseguido através de uma leve
torção das frutas. No caso dos citros, a colheita com pedúnculo é facilitada pela
utilização de tesouras de colheita;
Para cada tipo de fruta existem embalagens mais apropriadas, porém o importante é
que a embalagem proporcione o máximo de rendimento ao operador, com um
mínimo de dano às frutas. O tipo de embalagem é variável com o tipo de fruta, assim,
por exemplo, a colheita do pêssego é feita em caixa de madeira ou de plástico, com
capacidade aproximada de 20kg; para a maçã, a colheita é feita utilizando-se bolsas
presas ao corpo do operador e, depois, as frutas são colocadas em caixas grandes
de madeira (bins), com capacidade de 350 a 400kg, que são transportados por
tratores;
Deve-se fazer a desinfecção do material utilizado para a colheita das frutas,
principalmente das embalagens de transporte e armazenamento, para tanto, pode-
se utilizar o hipoclorito de sódio (água sanitária), na concentração de 400mg.L-1,
para embalagens de plástico, e 800mg.L-1, para embalagens de madeira;
Antes do início da colheita, deve-se fazer a manutenção das estradas internas do
pomar, eliminando-se tocos, pedras e buracos que possam provocar saltos bruscos
nos veículos que transportam as frutas colhidas;
As frutas são, na maioria, produtos bastante perecíveis, isto faz com que o intervalo
de tempo, entre a colheita e o destino final, deva ser o mais reduzido possível.
Por seleção, entende-se a separação das frutas quanto à sanidade, forma, coloração,
defeitos, entre outras. Já classificação é a separação das frutas quanto ao tamanho, que
pode ser representado pelo peso ou pelo diâmetro.
A seleção e a classificação das frutas são processos que podem iniciar na colheita, onde já
são eliminados aquelas demasiadamente verdes, podres, manchadas, muito pequenas,
entre outros. Após a colheita, as frutas são levadas para os galpões de beneficiamento
(packing house).
Ambos os processos podem ser realizados manual ou mecanicamente, sendo que, neste
último, o rendimento é bastante superior. A operação realizada manualmente apresenta bons
resultados, porém é um processo lento que exige mão-de-obra com experiência e em
quantidade. A utilização de máquinas normalmente é restrita pelo elevado custo de aquisição
e pela inviabilidade de utilização para mais de um tipo de fruta, o que praticamente limita o
seu uso a grandes empresas monocultoras.
A maçã é, hoje, a fruta que mais tem evoluído tecnicamente, no Brasil, na parte de pós-
colheita, sendo que algumas empresas já realizam a classificação e seleção
simultaneamente através de máquinas que separam as maçãs eletronicamente pela cor e
tamanho, perfazendo, em torno, de 24 toneladas/hora.
A padronização e a rotulagem das frutas, de acordo com a finalidade desejada, é feita
através de portarias específicas para cada cultura, expedidas pelo Ministério da Agricultura,
Pecuária e Abastecimento.
6.4. Armazenamento
A colheita da maioria das frutas se dá num espaço de tempo relativamente curto, isso faz
com que haja necessidade de conservá-los além da época de produção, o que proporciona
benefícios tanto para o produtor, que obtém melhores preços, quanto para o consumidor que
pode dispor das frutas em épocas em que não é possível produzí-las.
Dentre os diversos métodos de conservação de frutas e hortaliças, somente será abordado
o método de conservação pela utilização do frio ou frigoconservação ou armazenamento
refrigerado, embora existam outros também importantes.
A frigoconservação é o método mais utilizado para conservação de frutas, que podem ser
destinadas tanto ao consumo “in natura” quanto para a industrialização, daí sua grande
importância.
O armazenamento em atmosfera controlada é uma técnica que vem sendo utilizada com
bastante sucesso em algumas frutíferas, principalmente em maçãs. Baseiase na
manutenção das frutas em uma câmara fria com uma proporção definida de O2 e CO2, aliada
à baixa temperatura.
O ar atmosférico é composto por, aproximadamente, 78% de N2, 21% de O2 e 0,03 de CO2.
Com a utilização de câmaras frias hermeticamente fechadas, se pode alterar os teores de
O2 e CO2 para 1 a 3% e 1 a 5%, respectivamente. Com isso, se reduz o processo respiratório
da fruta, reduzindo, consequentemente, os processos de degradação.
O O2, na atmosfera e no interior da fruta, atua no seu metabolismo, porém concentrações
muito baixas fazem com que ocorra a respiração anaeróbia e a produção de etanol,
acetaldeído e outros compostos que prejudicam as qualidades organolépticas das frutas.
Com relação ao CO2, concentrações altas (acima de 5%) provocam alterações estruturais,
como desintegração das membranas e do citoplasma.
Os níveis de O2 e CO2 a serem utilizados são bastante variáveis com a espécie e com a
cultivar utilizadas, sendo que se controle é feito por computadores que analisam a
composição do ar no interior da câmara, fazendo automaticamente a correção. A proporção
adequada do ar atmosférico no interior da câmara pode ser conseguido pela eliminação de
O2 e aumento de CO2, através da respiração natural das frutas. Caso os níveis de CO2
ultrapassem os limites máximos, passa-se o ar por soluções de Ca(OH)2, NaOH ou H2O,
que absorvem o gás. Caso os níveis de O2 diminuam muito, a recomposição é feita através
da injeção de ar no interior da câmara. Para retirar o excesso de etileno, passa-se a
atmosfera da câmara numa solução de permanganato de potássio (KMnO4).
Outras maneiras mais rápidas de rebaixar a concentração de O2 e aumentar a de CO2 são a
combustão do gás propano ou através da purga da câmara com nitrogênio. Os grandes
inconvenientes deste sistema são a exigência de câmaras frias praticamente herméticas,
equipamentos complexos e mão-de-obra especializada o que aumentam os custos de
utilização.
Condições de armazenamento
soluções direcionadas ao produtor passam a ter importância apenas marginal, uma vez que
os consumidores perdem grandes quantidades de alimentos (Fig.
2) (FAO, 2011).
Figura 2. Perda ou desperdício de alimento per capita (kg.ano -1) no consumo e etapas pré-
consumo em diferentes regiões do mundo. (FAO, 2011).
Perdas pós-colheita variam muito entre produtos, áreas de produção e época de cultivo além
de estarem relacionadas com a colheita de frutos imaturos, controle inadequado de
qualidade nas etapas da produção, incidência e gravidade de danos mecânicos, exposição
a temperaturas inadequadas e demora no consumo (Kader, 1986). Os padrões de qualidade,
preferências e poder de compra variam muito entre países e culturas e essas diferenças
influenciam a comercialização e a magnitude das perdas póscolheita (Kader e Rolle, 2004).
As perdas podem ser classificadas em quantitativas, qualitativas e nutricionais. Perdas
qualitativas e nutricionais, valor calórico e aceitação pelos consumidores, são muito mais
difíceis de avaliar do que perdas quantitativas. As causas primárias das perdas podem ser
fisiológias, fitopatológicas e por danos mecânicos (Chitarra e Chitarra, 2005).
As causas fisiológicas são perdas relacionadas a elevada taxa de respiração, produção de
etileno, atividade metabólica, perda de massa, amaciamento dos tecidos, perda do flavor e
valor nutritivo.A adoção de práticas que controlem esses parâmetros contribui para a
conservação dos alimentos. Por exemplo, Silva et al. (2011) trabalhando com aplicação de
ceras na pós-colheita de caquis verificaram menor perda de massa durante o
armazenamento com relação aos caquis não tratados. A aplicação de cera mostrou-se
efetiva na conservação da qualidade pós-colheita do caqui cv.Fuyudurante armazenamento,
com melhor conservação da massa, coloração externa e firmeza além dos parâmetros
químicos.
As perdas fitopatológicas são resultado do ataque de microrganismos que causam o
desenvolvimento de doenças provocadas por fungos, bactérias e vírus. As perdas
fitopatólógicas podem deteriorar apenas a aparência do produto levando a perdas
qualitativas ou então levar a destruição total dos tecidos (Chitarra e Chitarra, 2005). Um
trabalho realizado com mamões e laranjas comercializados em Recife-PE indicou elevada
incidência de diferentes doenças fúngicas pós-colheita, que atingiram 82,53% dos frutos
amostrados de mamão e 21,85% dos frutos de laranja (Dantas et al. 2003). Esses resultados
alertam sobre a importância econômica das doenças em pós-colheita de frutos de mamão e
laranja, pois essas doenças desqualificam a fruta para comercialização.
O alto teor de umidade e textura macia de frutas e hortaliças as tornam suscetíveis ao dano
mecânico (FAO, 1989). Danos mecânicos são as principais causas de perdas em qualidade
e quantidade de produtos hortícolas in natura. A incidência e gravidade das lesões podem
ser minimizadas reduzindo o número de etapas envolvidas até o consumidor e educando os
profissionais envolvidos sobre a necessidade de manipulação cuidadosa (Kader e Rolle,
2004). Neste ponto, as pesquisas desenvolvidas para o aprimoramento da cadeia produtiva
contribuem para a manutenção da qualidade dos produtos hortícolas. Em tomates, Ferreira
et al. (2006a) avaliaram o efeito do manuseio e transporte dos frutos em várias etapas da
colheita tendo como objetivo apontar pontos críticos.
Também para tomate Ferreira et al. (2009) verificaram danos por impacto em linhas de
embalagem de tomates frescos, bem como determinaram a qualidade dos frutos submetidos
a danos por impactos em diferentes tipos de superfície. Estudos semelhantes, detectando
pontos de queda e níveis críticos de impactos também foram conduzidos com outros
produtos, como citros e caqui (Ferreira et al., 2006b; Valentini et al., 2009), afim de colaborar
para o desenvolvimento de estratégias que sejam melhor adaptadas a cada tipo de fruta ou
hortaliça ao longo de seu beneficiamento.
Segundo Ferreira et al. (2008) uma intervenção através de cursos e treinamentos das
pessoas envolvidas na cadeia produtiva pode auxiliar na diminuição das perdas e melhoria
da qualidade do produto final.Os danos mecânicos podem acelerar a perda de água, reduzir
os teores de vitamina C e aumentar a suscetibilidade a patógenos. Durigan et al. (2005)
concluiram que houve perda significativa da qualidade das limas ácidas 'Tahiti' em função
de diferentes injúrias mecânicas, principalmente naquelas submetidas às injúrias por
impacto.
Os danos que deixam o tecido intacto, mas causam injúrias internas podem causar aumento
na respiração, descoloração interna e off-flavors por causa de reações fisiológicas anormais
(FAO, 1989). As desordens fisiológicas causadas por impactos alteram, por exemplo, o sabor
e aroma do tomate, reduzindo assim a potencial aceitação deste produto (Moretti e Sargent,
2000). Moretti et al. (1997) estudaram a aceitação de tomates com danos internos pelos
consumidores através de análise sensorial. Verificaram que os consumidores diferenciaram
o sabor em homogeneizados preparados com frutos que apresentavam danos internos.
Custos das Perdas
Cerca de um terço dos produtos hortícolas produzidos nunca são consumidos pela
população mundial (Kader e Rolle, 2004). Essas perdas refletem de forma significativa na
quantidade de produto ofertado e na formação de preços finais. Ricarte et al. (2008)
avaliando o desperdício de alimentos em um restaurante universitário de Fortaleza-CE, por
um período de dois meses, identificaram que de 642 kg de frutas e hortaliças recebidos,
foram perdidos 203 kg entre armazenamento e pré-preparo, representando 31,6% de
desperdício. Silva et al. (2003) constataram que o volume de perda anual de três variedades
de banana, na cidade de Botucatu, somou 39 toneladas, representando um valor de R$
35.038,00 mil reais.
As perdas colaboram para que haja aumento no custo da pós-colheita. Muitas vezes, esse
custo representa o maior gasto ao longo da pós-colheita e comercialização, como o que
ocorre no caso da banana, ou então o valor sobrepõe o custo de alguma etapa muito
importante para a qualidade do produto, caso que ocorre com a manga, que apresenta o
custo de perda mais elevado do que o próprio beneficiamento. As perdas significativas que
ocorrem durante a produção, colheita, pós-colheita, armazenamento e transporte ao canal
distribuidor também contribuem fortemente para a redução da oferta.
CAPÍTULO 8 – MERCADO E COMERCIALIZAÇÃO DE FRUTAS
A globalização leva ao livre mercado sem fronteiras, com os concorrentes mais próximos,
com integração cada vez maior dos mercados e dos meios de comunicação e transporte,
permite que o abastecimento de uma empresa possa ser feito por fornecedores que se
encontram em diversas partes do mundo, cada um oferecendo melhores condições de preço
e qualidade. Esse mercado exige volume, constância na oferta, diversidade e produtos de
qualidade com rastreabilidade.
Quando o mercado se torna altamente excludente cabe a mediação por parte do Estado. O
acesso ao mercado e à comercialização de produtos agrícolas da AF (Agricultura Familiar)
verduras (FLV) existem alguns riscos tais como: risco de produção, de preço, de crédito,
risco de conduta e dos contratos, como se pode observar na figura.
1.1 CONHECER PRIMEIRO O MERCADO A QUE SE DESTINA O PODUTO PARA DEPOIS
PRODUZIR
A questão é amadurecer a idéia de que a comercialização não pode mais ser deixada para
depois da colheita. Tornou-se necessário dedicar tempo e atenção às cotações e às
oportunidades de negócios antes mesmo do plantio. Esse monitoramento, à base de
informação qualificada, é que permite as avaliações particulares.
que deve ser feito para alcançar os resultados esperados. O que produzir, quanto produzir,
quando produzir, para quem produzir e como produzir.
O que produzir
Com que frequência o produto vai chegar ao mercado: diária, semanal, mensal, anual ou,
ainda, na safra ou na entressafra. Conforme a frequência será preciso todo um esforço no
planejamento da infraestrutura da propriedade, da logística e do processo de
comercialização;
Aumentar o valor do produto.
Deficiência no “marketing”;
3. OS VÍCIOS DO MERCADO
caminho a ser percorrido na organização dos agricultores e da produção para que passem
a ser protagonistas de seus negócios, através do cooperativismo. Principais canais de
comercialização: Intermediário, Cooperativas, Indústria, Mercado atacadista (Centrais de
Abastecimento – CEASA), Operadores independentes e Produtores expedidores), Mercado
Institucional (PAA E PNAE), Comércio Justo etc.
7.2. QUEM SÃO OS CONCORRENTES E COMO SE COMPORTAM
O agricultor precisa identificar quem são os concorrentes que atuam no mercado de seus
produtos, como eles operam, qual a qualidade apresentada, como são feitas as transações,
forma de pagamento e qual a fatia de mercado ocupada pelos concorrentes. Tais
observações permitem detectar os pontos fortes e fracos e identificar novas oportunidades
de mercado.
7.3. COMO SÃO PRATICADAS AS TRANSAÇÕES DE COMPRA E VENDA
Segundo (Batalha et al, 1997) a cadeia produtiva pode ser analisada sob diversos enfoques:
Técnico - A cadeia de produção é uma sucessão de operações de transformação
dissociáveis, capazes de serem separadas e ligadas entre si por um encadeamento técnico;
Econômico - A cadeia de produção é também um conjunto de relações comerciais e
financeiras que estabelecem, entre todos os estados de transformação, um fluxo de troca
situado de montante a jusante, entre fornecedores e clientes;
Estratégico - A cadeia de produção é um conjunto de ações econômicas que presidem a
valoração dos meios de produção e asseguram as articulações das operações.
Forma de comercialização
Para inserção dos agricultores familiares no mercado é necessário melhorar o seu poder de
competição com organização em cooperativas, centrais de associações, formando redes de
comercialização e parcerias formalizadas, como forma de superar mais facilmente as
barreiras de sua inserção no mercado, para atenderem as demandas dos diversos canais
de comercialização públicos e privados, para que possam organizar a oferta de produção, a
diversidade de alimentos, a logística de beneficiamento, armazenagem, processamento,
embalagem, padronização, transporte, distribuição, aquisição de insumos, caminhões,
máquinas de beneficiamento e marketing. As transações devem ocorrer do informal para o
formal, através de contratos, alianças e outros mecanismos. Instituições, devidamente
registradas, observando os amparos legais tornam-se “o braço” dos produtores no mercado.
O agricultor sozinho dificilmente consegue acessar bons mercados e manter a regularidade
na oferta de produtos também, na maioria dos casos, não dispõe da infraestrutura
necessária. Portanto, o associativismo é uma estratégia competitiva de acesso ao mercado.
A tendência de monopolização no sistema de abastecimento agroalimentar tem dificultado a
inserção de alguns segmentos tradicionais ao mercado. O resultado tem sido a exclusão de
pequenos e médios empreendimentos agrícolas, industriais e comerciais.
Paralelamente, novas possibilidades são abertas à comercialização para produtos
diferenciados, como os artesanais, orgânicos e “naturais”, que apresentem valor econômico,
social e cultural. Dentre as estratégias de inserção no mercado destacam-se duas:
verticalizar a comercialização ou fazer parcerias. Na verticalização é necessário criar “uma
marca para obter a fidelidade dos consumidores”. É preciso conhecer os consumidores pois,
normalmente, nesse caso as margens de ganho são pequenas.
Isso tem implicações na eficiência em termos de redução dos custos de produção e
transação. Já no caso das parcerias, o ideal é buscar produtores parceiros já estabelecidos.
É fundamental ter uma coordenação das atividades, que também realizam o controle dos
custos dessa transação e uma postura associativista madura de forma a reduzir o
Baixa remuneração.
Nas imperfeições do mercado o Estado deve interferir para proteger as populações excluídas
desse processo. Nesse sentido, o mercado institucional aparece como alternativa para
inclusão dos agricultores, especialmente os mais descapitalizados e para distribuição de
alimentos seguros e saudáveis, para grupos de pessoas com insegurança alimentar.
É um canal de comercialização no qual o agricultor familiar e/ou suas organizações
comercializam a produção com instituição governamental ou não, desde que permitida uma
relação direta com o consumidor final. A utilização desse canal pela agricultura familiar é
comumente fomentada pela ação extensionista em diversas experiências no estado, e tem
como propósito oportunizar a inclusão social e sua inserção nas políticas públicas locais de
abastecimento, bem como contribuir com a promoção da soberania alimentar.
É responsabilidade coletiva fortalecer esse canal de comercialização como estratégia de
Existem diversas formas de agregar valor às frutas pela sua diferenciação. A estratégia de
diferenciação dos produtos para a agricultura familiar compreende o grau em que um
determinado produto é considerado diferente pelos compradores e consumidores. As frutas
podem diferenciar-se por meio de diversas estratégias, tais como:
Diferenciação de produto (tecnologia, rotulagem, desempenho, conformidade,
confiabilidade, durabilidade, estilo e design);
Diferenciação de serviços ao cliente (facilidade de pedido, consulta e consultoria ao
consumidor, prêmios oferecidos aos adquirentes dos produtos, compra pela internet); -
Diferenciação por meio do canal de distribuição (rapidez de entrega, entrega em domicílio e
cobertura geográfica ampliada do canal de entrega);
Diferenciação pela imagem da marca (conhecimento, tradição, segurança, garantia de
qualidade);
Diferenciação de pessoas no atendimento aos clientes (vantagens competitivas pela
qualificação das pessoas, cortesia, credibilidade, confiabilidade, responsabilidade e
comunicação);
Diferenciação por atributos especiais de qualidade do produto (orgânico e agroecológico,
alimento funcional e assemelhado);
Diferenciação pela rastreabilidade, certificação e denominação de origem;
Parte 2 OLERICULTURA
Olericultura
utilizado para designar o cultivo de certas plantas de consistência herbácea, geralmente de ciclo
curto e tratos culturais intensivos, cujas partes comestíveis são diretamente utilizadas na
alimentação humana, sem exigir industrialização prévia.
As hortaliças também são denominadas por cultura olerácea e são popularmente
conhecidas como verduras e legumes.
A olericultura não é sinônimo de horticultura, sendo este último mais abrangente, referindo-se à
produção de uma grande diversidade de culturas comestíveis ou ornamentais, como a fruticultura
(cultura de fruteiras variadas), a cultura de cogumelos comestíveis, a jardinocultura (produção de
plantas ornamentais), o cultivo de plantas bulbosas (como a tulipa), o cultivo de plantas medicinais,
o cultivo de plantas condimentares e a produção de mudas diversas (viveiricultura).
Segundo a Sociedade Brasileira de Olericultura do Brasil, além das verduras e
legumes por nós conhecidos, devem ser incluídas entre as culturas oleráceas, a
melancia, o melão, o morango, a batata-doce, a batatinha, o inhame, a
mandioquinhasalsa, entre outras.
Como característica mais marcante, temos o caráter intensivo, quanto à utilização do solo, aos
tratos culturais, à mão-de-obra e aos insumos agrícolas modernos (sementes, defensivos e
adubos químicos). Empregam-se esses insumos em quantias elevadas por área cultivada. Em
contrapartida, possibilita altas rendas líquidas por área cultivada.
O olericultor é o tipo de empresário rural que obtém os maiores lucros por unidade de área
explorada em relação aos demais agricultores ou criadores. Isto porque, na maioria dos casos,
o ciclo cultural das hortaliças é bem mais curto, comparando-se com as demais culturas. Como
exemplo: em um ano, num mesmo terreno, pode-se utilizar para 3 culturas de tomate
transplantados, ou 6 culturas de alface transplantadas ou 12 culturas de rabanete plantados
diretamente. O ciclo das hortaliças normalmente é de 3 a 6 meses, com exceção do aspargo
(que é perene) ou do chuchu (semi-perene).
Como as áreas são menores, podemos aprimorar os tratos culturais que são intensivos, podendo-
se utilizar a polinização manual, fumigação dos canteiros, produção de mudas em recipientes,
raleamento dos frutos, adubação foliar, etc. Com isso, utiliza-se, de modo intensivo, a mão-de-
obra e a terra.
Pela sua alta rentabilidade física e econômica, a olericultura permite o aproveitamento de terrenos
de baixa fertilidade natural, cuja utilização seria antieconômica para outras culturas.
Expansão da olericultura
Quando os portugueses chegaram ao Brasil, os índios que aqui viviam alimentavam-se com a
mandioca, vários tipos de feijões e favas, jerimum ou moranga, batata-doce, beldroega, tomilho,
maxixe, caruru, amendoim e várias espécies de pimenta. Na Europa, já era tradição agrícola e
hábito dos portugueses, o cultivo de hortas, pois a base da alimentação eram os vegetais cozidos,
em forma de caldos.
Aqui no Brasil, para garantir a produção dessas hortaliças, os portugueses criaram os cinturões
verdes (áreas de cultivo ao redor das cidades), em Olinda, Salvador, Rio de Janeiro e São Paulo,
nos quais, além de hortas, também implantaram pomares, criavam galinhas e produziam mel.
Adotaram a mandioca e cultivavam os temperos (coentro, cominho, hortelã, manjericão ou
alfavaca, salsa, cebola, alho, poejo), couve, nabo, pepino, cenoura, alface, espinafre e berinjela.
A outra influência decisiva na agricultura e na alimentação brasileira veio com os africanos que
chegaram ao Brasil a partir de 1539 e mantinham os seus “roçadinhos” ao redor da senzala,
onde plantavam quiabo, vinagreira, inhame, ervadoce, melancia, gergelim, açafrão e vários tipos
de pimenta.
Embora tenha surgido dessas três influências, o brasileiro não se distinguiu como um grande
consumidor de hortaliças. A partir do começo do século XVII, as hortaliças pouco a pouco
passaram à categoria de “mistura”, ou um complemento eventual, mas a preferência era pelas
carnes de gado, de peixe e de caça, muito abundantes e baratas naquela época e pelo feijão.
Houve um aumento do consumo de saladas pelos ricos que tinham acesso à Corte Imperial, com a
chegada do Príncipe Regente Dom João, em 1808, que trouxe o costume da França. Contudo, a
camada mais pobre da população não tinha o costume de comer as hortaliças, somente
consumindo alguns temperos.
Pequenas mudanças ocorreram no final do século, com a chegada dos imigrantes italianos,
alemães e nórdicos, que não abriam mão de seus hábitos alimentares aqui no Brasil, aumentando
o consumo de batata (entre os alemães) e do tomate (entre os italianos) – hortaliças curiosamente
de origem sul-americana.
A contribuição mais significativa para a incorporação do hábito de consumo de hortaliças pelos
brasileiros ocorreu com a chegada dos imigrantes japoneses, a partir de 1908. Depois de
trabalharem nas grandes fazendas de café, instalaram-se em pequenas propriedades ao redor da
cidade de São Paulo, formando o cinturão verde. Produziam em larga escala e com técnicas
modernas, as culturas hortícolas já conhecidas no país e outras que eles mesmos trouxeram,
como a couve-chinesa, a couve-rábano, o espinafre, a bardana, o rabanete, o repolho, a mostarda,
o broto de bambu e o broto de feijão.
internacionais que apontavam falhas na proposta química, começaram a propor soluções para
uma melhor convivência com os recursos naturais, criando sistemas de produção baseados em
modelos que combatem a degradação do meio ambiente e o esgotamento dos recursos naturais,
garantindo alimento e saúde tanto para a atual, quanto para as futuras gerações.
Nas Conferências das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento, realizadas
em 1972, 1982 e em 1992 (esta última no Rio de Janeiro, conhecida como ECO-92 ou Rio-92),
tornaram-se visíveis os danos causados pela agricultura convencional (onde o objetivo principal é
o aumento da produção), mostrando que a agricultura era a fonte difusa de poluição no planeta,
causado, sobretudo, pelo uso excessivo de inseticidas. Com isso, buscou-se uma agricultura
menos dependente dos insumos químicos, onde se quer conciliar as necessidades econômicas e
sociais da população humana, com a preservação da base natural do planeta, ou seja, o
desenvolvimento sustentável.
Tidas como mais lucrativas que outras culturas, como as de grãos, por exemplo, as
hortaliças têm uma realidade bem mais complexa, e o sucesso dos negócios com
esse grupo de alimentos depende de muitos fatores. Em primeiro lugar, deve-se
considerar que as hortaliças são culturas temporárias e, assim como as outras,
Uma projeção do consumo alimentar no Brasil para os próximos dez anos foi
realizada por Homem de Melo (1993), que considerou o grupo de grãos (arroz ,
feijão, milho, soja), frutas, leite e derivados, legumes e verduras nos cenários de
baixo, médio e alto crescimento, levando-se em conta também a
variação do PIB e o incremento populacional. Neste trabalho, o grupo das hortaliças
(2,19%) classificou-se em posição acima de grãos (2,18%), mandioca (1,23%), e
açúcar (1,90%) no cenário de baixo crescimento. No cenário de médio crescimento,
o grupo das hortaliças (3,52%) perde posição apenas para frutas (5,27%), leite
Outro aspecto peculiar é que, a maior parte da produção de hortaliças (60%) está
concentrada em propriedades de exploração familiar com menos de 10 hectares
intensivamente utilizadas, tanto no espaço quanto no tempo. Como atividade
agroeconômica diferencia-se, ainda, por exigir altos investimentos, em contraste
com outras atividades agrícolas extensivas. De outro lado, permite a obtenção de
elevada produção física e de altos rendimentos por hectare cultivado e por
hectare/ano dependendo do valor agregado do produto e da conjuntura de
mercado.
A olericultura se caracteriza ainda por ser uma atividade econômica de alto risco
em função de problemas fitossanitários, maior sensibilidade às condições
climáticas adversas, maior vulnerabilidade à sazonalidade da oferta gerando
instabilidade de preços praticados na comercialização. Além disso, gera de grande
número de empregos devido à elevada exigência de mão-de-obra desde a
semeadura até à comercialização (Figura 2). Estima-se que cada hectare plantado
com hortaliças possa gerar, em média, entre 3 e 6 empregos diretos e um número
idêntico indiretos.
Quanto ao potencial de receita para o produtor, em condições normais de mercado,
as hortaliças proporcionam receitas líquidas por hectare muito superiores a
A pesquisa POF mostrou de forma clara que o consumo de hortaliças nas regiões
Sudeste e Sul, em média, é aproximadamente 60 % superior à média das regiões
Norte, Nordeste e Centro-oeste (Tabela 3). Outro fator a considerar como inibidor
da expansão do consumo de hortaliças relaciona-se à contaminação das hortaliças
por resíduos de agrotóxicos e por água de má qualidade utilizada na irrigação.
Perfil do consumidor
Comércio exterior
Desafios e perspectivas
Um dos grandes gargalos da cadeia produtiva de hortaliças está nas perdas pós-
colheita. Dados da Embrapa revelam que os níveis médios de perdas no Brasil
atingem 35 a 40%, enquanto, por exemplo, nos Estados Unidos, não passam de
10%. Iniciativas para reduzir essas perdas vêm sendo adotadas, destacando-se
embalagens alternativas às caixas de madeira e tecnologias de conservação pós-
colheita.
Outro desafio reside na inexistência de espírito associativista entre os produtores
rurais desde os que praticam a produção em escala familiar aos grandes produtores
Para dimensionamento, considera-se uma área de 10m2 por pessoa, em uma horta
para autoconsumo. As hortaliças exigem tratos culturais intensivos e diários: uma
pessoa trabalhando em torno de 2 a 3 horas por dia pode manter uma horta de 150
a 200 m2.
bandejas de isopor.
A realização de uma horta, além de possibilitar o consumo de hortaliças frescas e
sadias (isentas de agrotóxicos, quando cultivadas organicamente), traz inúmeros
benefícios:
Permite a prática do exercício ao ar livre rompendo o sedentarismo e diminuindo
o estresse das pessoas;
Nutrientes: se o solo for pobre em nutrientes, temos que complementar por meio
dos adubos;
Escolha do local
Nos terrenos com declive, os canteiros devem ser dispostos de maneira que
“cortem as águas”, ou seja, devem acompanhar as curvas de nível do terreno,
para diminuir perdas de solo por erosão; nos terrenos planos, dispostos no sentido
norte-sul;
O preparo do solo é uma das operações mais importantes para o sucesso do cultivo
de hortaliças orgânicas, pois a manutenção de um solo sadio, vivo e equilibrado é
6. PROPAGAÇÃO E PLANTIO
A maioria das hortaliças é propagada por sementes e algumas pelo plantio de suas
partes vegetativas. Devem-se utilizar sementes de hortaliças de boa qualidade e
também, dar preferência a cultivares brasileiros ou aquelas variedades já
consagradas pelos agricultores daqui.
Na hora da compra das sementes, deve-se ter o cuidado de escolher a variedade
mais adaptada ao local (clima) e à época de plantio (primavera ou verão) que será
feita. Deve-se preferir a compra de sementes acondicionadas em sacos
aluminizados, que foram estocados em local seco, arejado e sombreado,
prestando-se atenção no prazo de validade anotado na embalagem.
Em alguns casos, as sementes que apresentam a casca (tegumento) muito dura,
devem ficar de molho em água por 24 horas para facilitar a entrada de água e dar
início à germinação. Como exemplo, temos o espinafre, a abóbora, o quiabo, entre
outros. Por último, utilize somente as sementes que estiverem no fundo do
recipiente, pois as que ficarem boiando quase sempre serão chochas e não irão
germinar.
Sementeira
Corresponde ao local onde será feito o cultivo das ‘mudinhas’ por um determinado
tempo, e depois, será realizado o transplante para o local definitivo
(canteiros ou covas). A sementeira será feita para as hortaliças que formam
“cabeças” (ex.: alface, chicória, acelga, entre outros), as que possuem sementes
muito pequenas (necessitam de boas condições para germinar e crescer), ocorre
demora na germinação, ou então, há necessidade de cuidados especiais durante
a germinação e seu desenvolvimento inicial.
Para deixar as sementes bem espaçadas entre si, pode-se misturá-las com partes
iguais de areia fina ou terra peneirada para permitir melhor distribuição dentro dos
sulcos de plantio.
Para a sementeira, não é necessário o preparo de grandes áreas. Ela pode ser feita
em caixotes (furadas no fundo, com uma camada de pedras embaixo, para facilitar
Transplante
Consiste na retirada das mudas da sementeira e replantio das mesmas para o local
definitivo (em canteiros ou covas). Deve ser feito quando as mudas estiverem com
4 a 6 folhas definitivas ou com o tamanho entre 4 a 5cm, para que o pegamento
seja bom e não haja retardamento no seu crescimento.
Deve-se molhar bem a sementeira, proceder à retirada das mudas (com a colher
de jardineiro) com o torrão de terra e desmanchá-lo com todo o cuidado para
preservar as raízes, e a seguir, escolher as de melhor aspecto (fortes e bem
desenvolvidas) e transplantar, com espaçamento variável de acordo com a espécie.
Com a colher de transplante, abrem-se as covas no local definitivo (canteiro ou
cova), e a seguir, é colocada uma muda por cova e, tomando o cuidado para que a
raiz principal não fique enrolada durante o processo do transplante. Por fim, cobrir
com terra a raiz e apertar um pouco a terra ao redor das raízes para ficarem bem
firmes e depois, molhar bem o local (regar todos os dias, de manhã ou no final da
tarde, evitando regar nas horas de sol quente).
O ideal para realizar o transplante é no final de tarde, dias chuvosos ou nublados,
ou durante as horas mais frescas do dia, para um melhor enraizamento. A
profundidade de plantio das mudas, no local definitivo, depende do tipo de hortaliça,
sendo:
Semeadura direta
então, colocar uma muda por cova. Por fim, proceder a rega, que deve ser diária.
Sendo uma vez por dia no inverno ou duas vezes por dia no verão ou, quantas
vezes forem necessárias para manter o solo úmido, até que a muda se estabeleça
no local (sistema radicular bem desenvolvida que explore um grande volume de
solo, permitindo que as regas sejam mais espaçadas).
Propagação vegetativa
rebentos, ramas, bulbilhos, tubérculos, perfilhos, estolhos, etc. Elas são plantadas
diretamente no local definitivo, em covas ou sulcos.
As razões para que a propagação vegetativa seja a única utilizada para
determinadas espécies está relacionada com a incapacidade de produzir sementes
férteis (como é o caso do alho), ou então, as sementes são produzidas somente
em condições ecológicas especiais (como a mandioquinha-salsa e a couve-
manteiga). Também, a propagação vegetativa torna-se interessante, devido à
capacidade de antecipar a colheita e a cultura ser idêntica à planta que se deseja
cultivar.
Como desvantagem nesse método, podemos citar o acúmulo de vírus e
O solo para o agricultor é o meio ou a terra onde ocorre o crescimento das plantas
e dos animais e de onde retira os produtos para sua subsistência. De modo geral,
entende-se por solo, a camada de material não consolidado da superfície da crosta
terrestre, modificada ou não pelo homem, que contém matéria viva e que é capaz
de suportar plantas ao ar livre. Desta definição, conclui-se, portanto, que o solo é
uma estrutura viva, dinâmica e que deve possuir algumas características e
propriedades para permitir a fixação e o crescimento das plantas.
O solo deve proporcionar a penetração das raízes e o suporte mecânico;
Considera-se que um solo ideal deve ter 50% de matéria sólida (45% de matéria
mineral e 5% de matéria orgânica) e 50% de porosidade (25% dos poros para a
água e 25% para o ar).
Cor do solo
cor cinza: indica que o solo é mal drenado, que permanentemente tem excesso
de água no perfil (baixadas próximas a rios e riachos);
Textura
textura arenosa quando mais de 85% das partículas estão na fração areia;
textura argilosa quando mais de 35% das partículas estão na fração argila;
O tamanho das partículas tem influência direta nas propriedades físicas e químicas:
normalmente as menores são mais ativas. Portanto, a textura irá determinar no solo
algumas características importantes: taxa de infiltração de água no solo,
capacidade de retenção de água e nutrientes, taxa de decomposição da matéria
orgânica (maior no solo arenoso), permeabilidade à água, grau de plasticidade,
facilidade de trabalho com máquinas e resistência à erosão.
Solo arenoso: fácil de trabalhar, bem arejado, a água infiltra rapidamente, baixo
armazenamento de água;
Solo argiloso: é mais pesado e difícil de trabalhar, resistindo às ferramentas; a água
infiltra mais lentamente, porém apresenta melhor capacidade de armazenamento
de água.
Estrutura
A estrutura define como as partículas de areia, silte e argila estão ligadas entre si
e se existem poros entre elas. Estas partículas, em condições naturais,
encontramse aglomeradas em partículas compostas referidas com frequência
como agregados ou torrões. A estrutura é o aspecto do conjunto dos torrões que
ocorrem no solo. As principais substâncias que atuam como agente cimentante,
imobiliza elementos tóxicos e em excesso (Al, Mn, etc.) e exerce poder tampão no
solo (ajuda a manter o pH estável).
em cada ponto, limpe a superfície do solo (retire o mato, pedras, etc.) e abra uma
cova até a profundidade de 20cm; com auxílio de um enxadão ou pá reta (vanga),
retire uma fatia de terra, cortando de cima até o fundo da cova, e coloque em um
balde;
ao final de todos os pontos, misture bem toda a terra do balde e retire cerca de
meio quilo; se a amostra estiver úmida, deixe secar à sombra;
Minerais: - Macronutrientes: Nitrogênio (N), Fósforo (P); Potássio (K), Cálcio (Ca),
Magnésio (Mg), Enxofre (S); - Micronutrientes: Boro (B), Cloro (Cl), Cobre (Cu),
Ferro (Fe), Manganês (Mn), Molibdênio (Mo), e Zinco (Zn).
Algumas plantas necessitam ainda de sódio (Na), cobalto (Co), silício (Si) e níquel
(Ni).
Potássio (K): controla a entrada e saída de água e CO2 nas folhas; aumenta a
resistência das plantas a doenças, ao acamamento e à seca; melhora a qualidade
dos frutos;
Cálcio (Ca): faz parte da parede celular das células das plantas, aumentando o
vigor e a resistência das folhas e caules; atua na formação e pegamento de frutos
jovens e no enraizamento em profundidade;
Magnésio (Mg): faz parte da molécula de clorofila, que é responsável pela captação
de energia solar na fotossíntese; na sua presença, as plantas absorvem mais
fósforo (P);
Boro (B): atua no transporte de carboidratos (açúcares) das folhas para os órgãos
armazenadores das plantas (grãos, raízes e caules); importante na multiplicação e
crescimento das células; auxilia no pegamento da florada;
A reação do solo (ácida ou alcalina) é o primeiro fator que precisa ser conhecido,
pois a calagem é feita com antecedência aos cultivos e até mesmo ao preparo do
solo.
Como já foi visto anteriormente, os elementos que causam a acidez são o H e o Al
(alumínio), este último tóxico às plantas, e o processo de acidificação do solo se dá
pela remoção das bases (Ca, Mg, K e Na) e substituição pelo H e Al. As adubações
com adubos nitrogenados também causam a acidificação dos solos.
A neutralização da acidez é feita através da operação denominada calagem, que
consiste em aplicar a lanço no solo, em área total, determinados materiais que têm
a capacidade de neutralizar a acidez do solo. O material corretivo mais utilizado é
o calcário, que é uma rocha calcária moída. Quimicamente o calcário consiste
basicamente de carbonato de cálcio (CaCO3) que é um sal de baixíssima
solubilidade, mas que, na presença de gás carbônico e água, participa de reações
que resultam na neutralização da acidez do solo.
A neutralização da acidez ocorrerá mais rapidamente quanto mais fino for o calcário
e quanto melhor for a mistura com o solo, não se esquecendo de irrigar o solo caso
não chova, pois a reação só ocorre com a presença da água.
Quanto ao teor de Mg (óxido de magnésio) os calcários podem ser classificados
em três tipos: • Calcíticos: < 5% MgO
Magnesianos: 5 a 12% MgO
Os solos cultivados podem perder seus nutrientes por meio de vários processos:
remoção pelas colheitas sucessivas; arrastamento das partículas do solo pela
erosão e por meio da lixiviação (lavagem dos nutrientes para as partes mais
profundas do perfil do solo).
Considerando que as plantas de uma determinada espécie possuem sempre a
mesma exigência em nutrientes, para que as mesmas sejam supridas em suas
necessidades, será necessário repor os nutrientes perdidos.
A reposição dos nutrientes ou a complementação do que está faltando no solo, é
feita por meio da operação denominada adubação, utilizando-se os adubos ou
fertilizantes.
Na agricultura orgânica a adubação tem como foco principal o solo, diferentemente
da convencional em que o foco é a planta. Interessa no cultivo orgânico manter o
solo saudável e rico em organismos vivos, benéficos ao solo e às plantas. Para que
isso ocorra, empregam-se prioritariamente adubações orgânicas de fontes
variadas, complementando-se com fontes minerais permitidas (pouco solúveis). Os
adubos orgânicos, por liberarem lentamente os nutrientes para as plantas, não
favorecem a infestação e desenvolvimento de insetos ou microrganismos nocivos.
Os adubos podem ser classificados em vários tipos: minerais, orgânicos e
organominerais. Dentro dos orgânicos, existe uma modalidade conhecida como
adubo verde.
Minerais ou químicos: são sais muito solúveis, simples ou formulados, que
apresentam um ou mais nutrientes, normalmente em concentrações bem maiores
quando comparados aos orgânicos, de liberação rápida ao meio; fabricados em
Um dos adubos orgânicos que vem sendo bastante utilizado, principalmente pelos
adeptos da agricultura natural e orgânica, é o Bokashi, um adubo orgânico
concentrado, rico em N, P e K, podendo ser aplicado tanto no preparo do solo como
em cobertura. Tem como vantagens, em relação ao composto de volumoso comum
(feito com resíduos palhosos e estercos), a maior concentração em nutrientes e a
produção mais rápida (7 a 21 dias). Existem diferentes formulações, variando de
acordo com a espécie de hortaliça a ser produzida e com a Fonte (idealizador):
1- Bokashi solo: indicado para hortaliças folhosas (Fonte: Takahashi, citado por
Penteado, 2000)
Ingredientes: 500kg solo argiloso, 200kg farelo ou torta de mamona, 50kg farinha
de osso, 50kg farinha de peixe, 30kg farelo de arroz, 170kg de esterco de galinha
seco, 3kg farinha de mandioca, 5kg açúcar mascavo, inoculante: 2kg de Bain-Food
ou 2 litros de EM-4 e 40 litros água.
Inoculante: fazer um mingau com 3kg de farinha de mandioca (ou outra fonte de
amido) e 40 litros de água. Após fervura, retira-se do fogo e acrescenta-se o açúcar
mascavo. Quando esfriar, acrescenta-se o inoculante.
Receita 1 (mais simples): esterco de gado + água (em um tambor de 200 litros
colocam-se 50 a 80kg de esterco fresco e completa-se o volume com água);
Recomendações de adubação
Práticas culturais
Seleção de cultivares
Fertilização
Os vegetais autotróficos requerem vários elementos que são essenciais para seu
crescimento e desenvolvimento. O carbono, o oxigênio e o nitrogênio são obtidos
a partir de CO2, H2O e O2, sendo os demais elementos essenciais, requeridos como
íons inorgânicos, fornecidos por sais que os contenham, atentando-se para o
preparo de uma solução nutritiva balanceada e que atenda realmente a demanda
nutricional de cada mineral pela espécie vegetal cultivada.
A nutrição das plantas é sem dúvida, um dos fatores pré-colheita mais
extensamente estudados; e nas fruteiras, as implicações decorrentes da nutrição
mineral alcançam níveis de complexidade bem mais evidentes, quando
comparadas com as culturas de ciclo anual.
Os macronutrientes são aqueles elementos indispensáveis ao vegetal em maiores
proporções, dentre os quais, nitrogênio, fósforo, potássio, magnésio e cálcio.
Nitrogênio
Irrigação
Os danos por patógenos são uma das principais causas de perdas de frutas e
hortaliças na fase de produção, sendo típicos e aparentes ainda no campo. No caso
de infecções quiescentes, a inoculação do produto ocorre antes ou durante a
colheita. O desenvolvimento subsequente do microrganismo e a degradação dos
tecidos do produto só ocorrem na fase pós-colheita.
Safras que foram afetadas com doenças ou pragas no campo podem ter produtos
com aparência relativamente normal na colheita, mas, apresentam deterioração
mais rápida (devido a essas infecções iniciais) posteriormente no armazenamento
e na comercialização.
O estresse dos tecidos causado pelos patógenos produz diferentes alterações
metabólicas, conduzindo à modificação na aparência do tecido, tais como mudança
de pigmentação, forma ou amadurecimento precoce, notadamente nos tecidos
adjacentes à área afetada pela doença.
Os danos por insetos também resultam em alterações indesejáveis na aparência
dos produtos, principalmente na forma, cor, tamanho e condição geral. Os danos
podem ser superficiais como internos. Em alguns casos, o dano externo ou
aparente é mínimo. O dano primário é causado pelo desenvolvimento da larva que
forma um túnel através do interior do produto. Na maioria dos casos, o inseto
continua com a sua atividade destrutiva na fase pós-colheita. Outro tipo de dano
causado por insetos é decorrente da falta ou de polinização incompleta, o que
resulta em frutos com forma defeituosa, como observado em abóbora e morango.
Os produtos danificados devem ser descartados durante a colheita ou nas
operações de seleção subsequentes. A higiene no campo, com remoção e
destruição de materiais doentes e infestados e um bom espaçamento entre as
plantas para promover uma boa circulação, têm efeito positivo na redução de
pragas e doenças no campo. Técnicas adequadas de proteção ao vegetal são
importantes requisitos para uma boa produção, bem como, para a obtenção de um
produto de ótima qualidade com um bom potencial de armazenamento. Os métodos
de proteção do vegetal têm sido largamente utilizados com esses objetivos.
Os tratamentos químicos são bastante efetivos quando aplicados na fase
précolheita, principalmente na prevenção de infecções latentes. Em alguns casos,
no entanto, sua aplicação no campo não é economicamente viável, havendo
necessidade de tratamento complementar, com medidas de controle na pós-
colheita. O sucesso no uso desses compostos químicos depende, sobretudo, da
aplicação de substâncias que sejam ao mesmo tempo fungistáticas e bactericidas,
em doses não fitotóxicas. Devido ao seu efeito residual tóxico, o uso de defensivos
agrícolas deve obedecer rigorosamente às recomendações legais de uso, de
acordo com o receituário agronômico e a legislação estabelecida para cada país.
De acordo com o método de aplicação, os produtos químicos são classificados em
pulverizantes, pós, imersões, fumigantes, embalagens tratadas e ceras.
O tratamento por pulverização, antes da colheita, com produtos químicos para o
controle de pragas e de doenças é essencial para assegurar um produto sadio na
colheita. Esse, por sua vez, tem maior potencial para o armazenamento e de
marcado. Aplicações incorretas podem desenvolver desordens fisiológicas no
produto, ou influenciar a composição.
Diferentes grupos de compostos químicos são utilizados, visando à prevenção ou
ao extermínio de doenças e pragas no campo ou pós-colheita, tais como compostos
fenólicos, compostos sulfurados, compostos halogenados, ácidos orgânicos,
antibióticos e fungicidas.
O controle biológico é um método alternativo para se evitar o uso de defensivos
químicos no campo. No entanto, o uso de microrganismos para o controle de
doenças nas plantas, em geral, torna-se limitado pela dificuldade do controle das
condições ambientais no campo.
ENXADA - é usada para capinar, isto é, cortar as plantas daninhas que nascem e
crescem entre as plantas cultivadas. No preparo do solo, serve para incorporar
adubos, acertar as bordas e as superfícies dos canteiros.
ENXADÃO - é utilizado para cavar e revolver a terra, incorporar a matéria orgânica,
calcário ou adubos.
ANCINHO OU RASTELO - serve para facilitar o trabalho de juntar resíduos de
materiais espalhados na área, acertar a superfície dos canteiros, retirando também
os torrões de terra.
SACHO - é usado para retirar plantas daninhas dos canteiros, entre plantas; afofar
a terra entre as linhas plantadas e fazer sulcos e covas pequenas nos canteiros.
PÁ RETA - utilizada para remover a terra e composto orgânico.
REGADOR - para irrigação da horta. Deve-se apresentar o bico com crivos finos,
para evitar que gotas grandes de água prejudiquem o nascimento das plantas
novas ou as recém-transplantadas.
CARRINHO DE MÃO - importante para o transporte de terra, adubos e produtos
colhidos.
COLHER DE JARDINEIRO OU DE TRANSPLANTE - usada para retirar com maior
facilidade as mudas a serem transplantadas, com um bloco de terra junto às raízes.
Além dessas, podemos utilizar ainda:
Preparo do solo
Com uma largura entre 1,00 e 1,20m para facilitar os trabalhos posteriores e o
comprimento variável, de acordo com o que se dispõe de área. A altura do canteiro
deverá ser entre 0,15 e 0,20m acima do nível do solo, para facilitar a drenagem da
água e evitar problemas com enxurradas.
Nos terrenos planos, convém orientar os canteiros de modo que o seu comprimento
obedeça à direção norte-sul.
Rotação de Culturas
Consorciação de culturas
Na verdade, a consorciação bem-feita tem sido uma das mais eficazes medidas de
prevenção de doenças, especialmente com o uso de plantas aromáticas. Os
insetos são extremamente sensíveis aos odores. Assim, pode-se usar ervas
aromáticas como repelentes (como a arruda), distribuídas pelo canteiros, ao lado
de plantas que queremos proteger.
Os exemplos são inúmeros:
O alho, cebola, cebolinha, alho-porro têm propriedades repelentes, por isso servem
bem para as bordaduras das hortas (mas não podem ser plantados em associação
com a ervilha e o feijão, porque essas plantas retardam mutuamente seu
crescimento).
Uma amostragem a cada três meses com frequência de 4 amostras por ano, para
águas subterrâneas;
Medidas preventivas
cobertura morta - consiste em cobrir o solo com vários tipos de materiais, que
podem ser: capim cortado, serragem, palha de trigo ou de milho, casca de
amendoim ou de girassol, ou bagacinho de cana. É utilizada para: proteger o solo
do sol forte e das chuvas, reter a umidade natural do solo, manter a temperatura
do solo mais amena, evitar erosão facilitando a infiltração da água no solo e manter
os nutrientes mais disponíveis ao acrescentá-los ao solo pela decomposição da
matéria orgânica imitando a natureza. A cobertura do solo deve ser feita,
principalmente, após a semeadura (tomando-se o cuidado para retirá-la assim que
as sementes comecem a germinar, evitando o estiolamento das plântulas) e logo
depois do transplante, quando as plantas estão mais susceptíveis à falta de água,
o que poderá afetar o crescimento normal delas.
Controle do mato (capinas) - operação que pode ser feita manualmente, ou com o
auxílio de enxada ou do sacho, utilizada para manter a cultura “no limpo”, isto é,
sem plantas daninhas (que são todas aquelas plantas diferentes das que foram
plantadas). Deve-se retirá-las apenas nos estágios iniciais, para evitar a
competição com água, luz e nutrientes. Depois o “mato” não mais atrapalha,
ajudando até, protegendo o solo, formando uma “cobertura viva”, auxiliando na
diminuição da temperatura do solo, protegendo as plantas contra ventos fortes,
abrigando inimigos naturais das pragas e sendo um excelente indicador das
condições do solo. Algumas plantas trazem minerais do subsolo para garantir a
fertilidade da camada superficial. Deve-se fazer o controle do mato nos períodos
mais secos.
Desbrota - utilizada para eliminar o excesso de brotos e galhos para arejar a planta,
a luz poder penetrar com maior facilidade e também eliminar o excesso de frutos,
para haver um melhor desenvolvimento dos que restaram. É utilizada na couve, no
tomate, na abobrinha, na berinjela, no melão e na melancia. Sem a desbrota a
planta fica parecendo uma moita, cresce muito em volume e os frutos, ou as folhas,
não atingem o tamanho ideal para comercialização. Essa operação é feita quando
a planta já está um pouco desenvolvida e pode ser usada como fonte de mudas
que dão origem a novas plantas adultas, como é o caso da couve.
uso de plantas defensivas (com ação inseticida e utilizadas também para repelir
os insetos);
plantas benéficas (manter plantas que servem de abrigo e reprodução dos insetos
que se alimentam das pragas – os chamados inimigos naturais);
Pragas
São causadas por vários tipos de organismos, visíveis ou não a olho nu, tais como:
ácaros, pulgões, cochonilhas, nematóides, lesmas, caracóis, lagartas, tripes, entre
outros.
Pulgões - são insetos sugadores, com 3 a 5 mm, que se alojam nos brotos das
plantas, roubando-lhes toda a seiva. Em geral são verdes, mas algumas espécies
possuem coloração que vai do vinho ao preto. Eles se reproduzem rapidamente,
causando o atrofiamento das folhas e brotos. Entretanto, é fácil combatê-los,
esmagando-os manualmente ou aplicando-se a calda de fumo. Outro método é
através de inimigos naturais, os chamados predadores, como, por exemplo, as
joaninhas que comem os pulgões. Portanto nunca as elimine. Encontrados nas
crucíferas (couve, brócolis, repolho), nas cucurbitáceas (abóbora, abobrinha,
pepino), no quiabo, n o tomate, berinjela, pimentão.
Cochonilha-com-escama - são insetos sugadores que parecem pequenas verrugas
de 3 a 5 mm aderidas nos ramos novos e folhas. Por extraírem toda a seiva da
planta, esta vai definhando, podendo rapidamente morrer. Para eliminá-las é
indicado fazer pulverizações quinzenais de uma mistura de calda de fumo com óleo
emulsionável, na proporção de 10 ml de óleo para cada litro de água. Essas são
mais difíceis de serem encontradas nas hortaliças, sendo mais encontradas no
loureiro e em citros. Obs.: o óleo emulsionável pode ser substituído pelo sabão
neutro ou sabão de coco.
Cochonilha-sem-escama - também conhecida pelo nome de pulgão branco, a
cochonilha–sem-escama em geral se aloja nas hastes e nas folhas, ao longo das
nervuras, de onde sugam a seiva. Medem cerca de 1 mm e apresentam uma
secreção cerosa branca em seu dorso. Sua eliminação também pode ser feita
através de predadores como a joaninha ou com uma solução de calda de fumo em
corda. São encontradas nas raízes de alcachofra, cenoura, nos brotos novos da
batata.
Tripes - são facilmente identificados nas horas quentes do dia, quando ficam
voando em torno da planta. São bastante pequenos, com corpo alongado e fino,
medindo de 0,5 a 4 mm de comprimento, com dois pares de asas franjadas. Em
geral são escuros e sugam a seiva das plantas, causando deformação nas folhas
e brotos. O ataque destas pragas é reconhecido por duas características: a
presença de picadas pretas e a presença de manchas esbranquiçadas, provocadas
pela perda da seiva e da clorofila através das picadas. Para o seu controle, utiliza-
se uma solução de fumo em corda com sabão neutro. São comuns em alho, tomate,
berinjela e pimentão.
Ácaros - são pequenos aracnídeos (“parentes” das aranhas) que se alojam na parte
inferior das folhas, onde tecem uma teia muito fina, que dá impressão de uma
sombra prateada. As folhas atacadas enrolam-se, chegando a secar. Para
combater os ácaros utiliza-se uma solução de fumo em corda com sabão.
Encontramos em tomate, berinjela, pimentão, batata.
Formigas - as formigas cortadeiras (saúvas e quenquéns) são as principais pragas
numa horta. São insetos de coloração marrom que causam danos às plantas,
cortando suas folhas. Como controle pode-se utilizar pão embebido em vinagre, ou
preventivamente plantar o gergelim em volta da horta. A presença de formigas é
muito comum em plantas infestadas por pulgões e cochonilhas com ou sem
escama. Podem ser minúsculas, medindo cerca de 3 mm, ou maiores, alcançando
0,5cm, com coloração preta, avermelhada ou amarelada. São chamadas formigas
doceiras, porque se alimentam da excreção açucarada dessas pragas. Em troca,
elas atacam os predadores dos pulgões, como as joaninhas. Encontradas na
batata, quiabo.
Lesmas e caracóis - são moluscos que agem à noite; devoram as folhas, raspando-
as e fazendo grandes buracos. Escondem-se durante o dia em lugares úmidos e
sombreados (troncos, folhas caídas, pedras). Podem ser atraídos para armadilhas
com cerveja ou cascas de melão e melancias e depois exterminadas manualmente.
São encontradas sempre em locais com muita umidade.
Tatuzinho - são crustáceos que, quando molestados, enrolam o corpo em forma de
bola. Vivem escondidos embaixo de troncos e pedras, atacando brotos tenros,
rasgando-os e perfurando-os. O combate mais eficaz ao tatuzinho é através de
regas com uma solução de sulfato de cobre ou creolina – em geral, uma só
aplicação já os elimina. Também são encontrados em locais muito úmidos
(geralmente os sombreados).
Lagartas - a presença de lagartas é notada pelo surgimento de sua excreção caída
sobre as folhas (bolotas verdes ou pretas). As lagartas são larvas de borboletas ou
mariposas, com um aparelho bucal mastigador muito forte, por isso conseguem
cortar folhas com muita rapidez.
Para eliminá-las, retire-as manualmente ou use lagarticida a base de esporos de
bactérias (Bacillus thuringiensis), encontrado em lojas de jardinagem (marcas:
Dipel, Agropel, Manapel). Encontradas em batata, couve, brócolis, repolho, alface,
alcachofra, cenoura, almeirão, acelga, alho, cebola, quiabo, tomate, berinjela,
pimentão.
Besouros - apresentam-se nas mais variadas formas, tamanhos e coloração, indo
do amarelo-esverdeado ao marrom-avermelhado. Deixam vários buracos
arredondados em folhas, flores e caules. Suas larvas também são nocivas,
alimentando-se da raiz do vegetal. Para eliminá-los, retire-os manualmente ou
utilize uma solução de óleo de anona em água. Encontrados na batata, tomate,
berinjela, pimentão.
Nematóides - são vermes microscópicos, incolores a esbranquiçados. Em geral,
notase a presença de nematóides quando a planta repentinamente murcha, sem
nenhuma causa aparente. Esses vermes alimentam-se de raízes em
decomposição, mas podem atacar tecidos vivos, como raízes, caules e folhas,
sugando-lhes a seiva. Se o solo estiver contaminado por estas pragas, o seu
controle pode ser feito com o plantio do cravo-de-defunto ou tagetes (Tagetes
patula) que possui componentes com a propriedade de impedir a reprodução dos
nematóides, ou então preparando uma solução de alho com sabão a ser jogada no
solo. Algumas plantas são muito sensíveis ao nematóide, como a cenoura, a salsa,
o pimentão.
Mil-pés / Piolho-de-cobra - são pequenos artrópodos (miriápodos) de coloração
marrom-escura, que possuem corpos alongados e cilíndricos, formados por
numerosos segmentos que podem atingir até cem. Apresentam dois pares de
apêndices locomotores por segmento. Geralmente se escondem sob pedras,
buracos e fundações, atacando plantas vivas (comendo a raiz). Para diminuir o
ataque deve-se aumentar a quantidade de matéria orgânica no solo.
Doenças
Ferrugem - são manchas na parte inferior das folhas, causadas por fungos, que
variam de coloração do pardo ao laranja-avermelhado. Em geral aparecem em
locais onde a temperatura é amena, mas, com alta umidade. Para prevenir a
ferrugem, evite regas excessivas e proporcione um bom arejamento das plantas.
Para combatê-las utilize calda bordalesa.
Oídio - é causada por fungos, que infectam toda a parte aérea da planta. A principal
característica da presença desta doença é o aparecimento de manchas
esbranquiçadas que posteriormente se tornam acinzentadas sobre folhas, botões e
ramos novos. Os principais causadores do aparecimento do oídio são a alta umidade
e a baixa temperatura. Para controlá-lo, pode-se utilizar uma solução de
permanganato de potássio + cal + água, ou uma solução de água com leite.
Alho: aos 110-140 dias para as cultivares precoces e 140-170 dias para as de
ciclo médio, quando ocorre amarelecimento e secamento da parte aérea da planta
e pelo “estalo” (tombamento) em alguns cultivares.
Batata: aos 90-115 dias, após o secamento completo e natural da parte aérea da
planta.
Beterraba: aos 60-70 dias para semeadura direta e 90-100 dias para mudas
transplantadas, com as raízes com 6 a 8cm de diâmetro, ainda tenras.
Quiabo: o ponto ideal de colheita ocorre 4-7 dias da queda da flor, quando os
frutos estão ainda tenros, pouco fibrosos, podendo-se quebrar a ponta facilmente
ao se pressionar com o dedo.
PÓS-COLHEITA DE HORTALIÇAS
Comercialização de Hortaliças
PARTE 3 - FLORICULTURA
Introdução
Apresentação do Negócio
Flor é sinônimo de beleza, expressa sentimento de carinho, amor, paixão e amizade. Por isso torna-
se uma atividade comercial bastante promissora considerando a prática de seu cultivo adequado.
Tal cultivo envolve em sua cadeia produtiva uma série de profissionais e direcionamento para seus
produtos, pois tanto poderá ser cultivado flores que atendam a demanda de amantes da
jardinagem, quanto as flores de corte para comercialização pelas floriculturas ou ainda para
utilização em vasos. O comércio de flores, apesar das novas tecnologias de produção oferecerem
o produto final em todas as estações e meses do ano, apresentam consumo mais acentuado em
algumas datas comemorativas, tais como dia dos namorados, dia das mães, dentre outras datas
especiais. Assim os cultivadores de flores devem estar preparados para aumentar sua produção
nestas sazonalidades.
O Mercado Mundial de Flores e Plantas Ornamentais está hoje em plena fase de expansão.
Inicialmente a produção estava concentrada em alguns países europeus como Holanda, Itália e
Dinamarca, sendo o Japão, na Ásia, outro grande produtor, fato esse influenciado principalmente
pela questão cultural que estimulava o consumo interno desses países.
A Produção Mundial de flores e plantas ocupa uma área estimada de 190.000 ha, movimentando
valores próximos a U$ 16 bilhões/ano em nível de produtores em consumo estimado em U$ 44
bilhões/ano a nível de varejo.
Com o advento da globalização e com a busca constante de se descobrir novos pólos de produção,
visando principalmente baixar os custos de produção através do plantio em regiões que possuam
condições climáticas mais adequadas e disponibilidade de mão de obra, surgiram em todo o mundo
Estados Unidos: produção de flores em vaso, tais como crisântemos, orquídeas, bromélias,
impatiens, poinsétias, ciclamen, plantas de jardim entre outras.
Israel: produção de flores de corte, tais como asters, gypsophila, rosas, crisântemos ematerial de
propagação (mudas e sementes).
Japão: produção de flores de corte tais como crisântemos, rosas, gypsophilas e orquídeas.
África do Sul: produção de bulbos de gladíolos, amarillis e algumas flores de corte.
- Holanda, Colômbia, Itália, Dinamarca, Israel, Equador, Espanha, Quênia, Costa Rica,
África do Sul, Austrália entre outros.
setor. Desde então o mercado interno apresentou taxas de crescimento de até 20% ao ano.
O Brasil devido a estabilidade de sua economia após o plano real e por ser um dos países em
crescimento que apresenta taxas de investimentos externos das maiores do mundo, vem se
firmando como um mercado interno em amplo desenvolvimento e bastante atrativo para novos
investimentos. Atualmente a produção nacional é voltada basicamente para o mercado interno,
sendo que nos últimos anos diversos pólos regionais de produção vem se formando e gerando
números nas exportações (Gráficico I).
Gráfico I - Exportações de Produtos da Floricultura em 2010 (US$ 28,8 milhões)
A tendência de globalização da economia também está presente em nosso mercado e hoje verifica-
se que há iniciativas de entradas de produtos no país (principalmente flores naturais da Colômbia
e Equador e flores artificiais da China) além do crescente investimento de empresas internacionais
de serviços (acessórios, insumos, mudas, etc.). Outro aspecto importante em termos de mercado
externo brasileiro é o aumento de negociações com a chegada do Mercosul. A Argentina tem um
perfil de consumo mais cultural para as flores e plantas, tendo um gasto médio per capta de US$
25,00 ao ano (no Brasil este valor esta em torno de US$ 6,00 ao ano).
O mercado interno movimentou em 1997 cerca de US$ 1,1 Bilhão (a preço de varejo) o que pode
ser comparado ao mercado interno de brinquedos ou o mercado de margarinas. A nível do setor
produtivo, estima-se que o valor movimentado ao ano está em torno de U$ 350 milhões. Estima-se
que tenhamos hoje cerca de 10.000 pontos de venda, 3.600 produtores, 400 atacadistas e 6 centros
atacadistas.
Situado próximo ao equador, o Nordeste possui clima quente, com pequena variação no decorrer
do ano e forte luminosidade. Apesar da grande extensão de clima semiárido, dispõe de regiões
com condições que possibilitam o cultivo de numerosas espécies ornamentais, tanto a campo
aberto, como sob proteção de casa de vegetação, viveiros ou estufas.
Conforme a origem de seu habitat, as espécies são divididas em tropicais e temperadas, cultivadas
de acordo com as características edafoclimáticas de cada local. As flores tropicais, em geral,
helicônias, antúrios, alpínias, ananás, costus, entre outras, são adaptadas a áreas de clima quente
e com boa umidade (Zona da Mata e Pré-Amazônia), ou áreas do Sertão e Cerrado, com recursos
hídricos disponíveis para irrigação. As cactáceas, que são adaptadas ao clima seco, representam
uma alternativa produtiva para o Sertão semiárido. As áreas de altitudes mais elevadas (enclaves
úmidos e Agreste) são propícias à produção, também, de plantas de clima temperado ou
subtropicais, tais como: rosas, crisântemos, gérberas, áster e outras espécies.
Este crescimento passou a repercutir nas ações do Banco do Nordeste do Brasil (BNB), que já
conta com vários projetos financiados para produção e pesquisa tecnológica. Entretanto, como
principal órgão de desenvolvimento e de crédito no Nordeste, é necessário conhecer mais
profundamente as características e os problemas da atividade de floricultura, de forma a contribuir
para o crescimento coordenado e equilibrado dos segmentos desta atividade no Nordeste.
em: mini, pequenos, médios e grandes produtores (pessoas físicas ou jurídicas) e micro, pequenas,
médias e grandes empresas (pessoas jurídicas); os distribuidores (atacadistas, supermercados,
floristas etc); e os consumidores. Em apoio ao pleno funcionamento da cadeia produtiva de flores
encontram-se o ambiente institucional (leis, culturas, tradições, educação e costumes) e o ambiente
organizacional (associações, sindicatos, crédito, informações, pesquisa, assistência técnica,
extensão e firmas), encarregado de sistematizar as demandas dos segmentos da cadeia. Contudo,
existem carências de informações, inibindo ações de organismos capazes de coletá-las e distribuí-
las, para que os interessados possam tomar decisões conforme suas aptidões.
Desse modo, o presente estudo pretende subsidiar a política do BNB e de outras agências de
desenvolvimento para a atividade, proporcionando melhor entendimento do complexo
agroindustrial de flores e plantas ornamentais, caracterizando-o, de modo a possibilitar a geração
de planos de ação para a atividade, a partir das sugestões contidas no estudo elaborado. O estudo
abrangeu a mesma área de atuação do BNB, ou seja, o 3 Nordeste Brasileiro, constituído por nove
estados (Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe e
Bahia) e mais as regiões setentrionais dos estados de Minas Gerais e Espírito Santo.
Embora haja concentração da produção de flores e plantas ornamentais nos estados de Alagoas,
Bahia, Ceará e Pernambuco, a atividade vem apresentando recente dinamização em áreas de
todos os estados do Nordeste e do norte de Minas Gerais.
Maranhão - A exploração de flores e plantas ornamentais passou a ter significado comercial a partir
do início da década de 1970. A atividade é desenvolvida de forma quase artesanal, sem estrutura
empresarial e com grande carência tecnológica, destinada à atender principalmente a demanda de
São Luis. A principal origem da produção comercializada é o Estado de São Paulo, seguindo-se
Minas Gerais, Ceará e Goiás.
qualidade, faz irrigação localizada, adubação orgânica, faz padronização de material reprodutivo,
e são proprietários do imóvel explorado (ALMEIDA, 2003).
Piauí - A atividade de floricultura está tomando impulso, a partir da união de ações de instituições
do Estado. A exploração econômica de flores e plantas ornamentais é estimada em 40 ha, com a
produção concentrada próxima às áreas urbanas mais populosas, visando atender às demandas
locais, tanto para jardinagem e paisagismo, como para flores de corte. As helicônias, alpínias,
sorvetão e bastão do imperador são algumas das espécies cultivadas pelos produtores de Teresina.
Em 2004 a comercialização de plantas tropicais cresceu em 100% nas 47 floriculturas da capital.
Em 2005, a produção piauiense ultrapassou 300 mil hastes (SEBRAE-PI, 2006).
Ceará - O primeiro registro de áreas mais expressivas, refere-se ao início da década de 1920, na
Serra de Baturité. Na segunda metade do século XX, a atividade desenvolveu-se de forma lenta,
passando a atender parcialmente as demandas em datas especiais, além de obras de jardinagem
e paisagismo locais. A partir de 1994, iniciaram-se os cultivos com a utilização de tecnologia mais
avançada, incluindo estufas, com a produção voltada à exportação. Foram estabelecidas as bases
de produção de abacaxi ornamental (Ananas sp.) no município de Paracuru, com o produto
destinando-se, principalmente, ao mercado europeu.
Em 1999 foi criada a Secretaria de Agricultura e Pecuária – Seagri e a partir daí a atividade
começou a ganhar maior impulso. Dentro da Seagri criou-se uma Gerência de Floricultura com o
Programa Pró-flores, iniciado em 2000, com atuação direcionada para áreas com potencial.
Visando promover a floricultura cearense no mercado internacional foram criados os termos
promocionais, “Rosas do Ceará” e “Flores do Ceará”, e construída uma câmara fria no Aeroporto
Internacional Pinto Martins, apropriada ao armazenamento de flores (SEAGRI-CE, 2004).
Levantamentos realizados pela SEAGRE-CE indicam a existência, em todo o estado, de 150
produtores formais, com área plantada de 160 ha.
A produção de flores pode ser encontrada nas regiões do Maciço de Baturité, na Chapada da
Ibiapaba, no Cariri, no Baixo Jaguaribe, e na Região Metropolitana de Fortaleza e municípios
vizinhos. A região do Maciço de Baturité é propícia ao desenvolvimento de diferentes espécies,
tanto de origem tropical, quanto temperada. As 4 principais espécies cultivadas são angélica,
antúrios, copo-de-leite, helicônias, rosa, samambaias, gérbera, crista-de-galo e margarida. A
Chapada da Ibiapaba conta com empresas que cultivam rosas para o abastecimento interno do
Estado e o consumo nacional, a exemplo da Cearosa (São Benedito); e empresas que produzem
para o mercado externo, a exemplo da Reijers (municípios de Ubajara e São Benedito). Essas
Rio Grande do Norte - Os produtores cultivam plantas tropicais em 15 hectares, gerando mais de
100 empregos diretos, abastecendo o mercado potiguar. A pretensão é de exportar para Portugal
e Itália a partir de 2007. As espécies com maiores possibilidades de alcançar o mercado externo
são antúrio, bastão do imperador e bihai (CEASA-RN, 2006).
Além de produção de mudas de cactos em áreas de menor pluviometria, existem municípios que
estão produzindo flores temperadas, plantas ornamentais e flores e folhagens tropicais (SEBRAE-
RN, 2006).
e a Musa ornata. Os principais municípios produtores são: Gravatá (107,8 ha), Camaragibe (11,2
ha), Barra de Guabiraba (10 ha), Bonito (9 ha), Paudalho (7 ha), Paulista (7 ha), Petrolina (5,5 ha),
Água Preta (5 ha) e Igarassu (4 ha). A produção estadual destina-se, sobretudo, ao abastecimento
da Região Metropolitana de Recife e, em menor escala, a outros estados nordestinos, a outros
municípios pernambucanos e à exportação. Na Região Metropolitana de Recife, os principais
pontos de venda são floriculturas (33%), vias públicas (26%), supermercados (18%) e feiras livres
(16%). O gasto per capita médio anual de flores é de US$ 2,33 e com plantas ornamentais é de
US$ 1,12 (SEBRAE-PE, 2002).
A produção encontra-se difundida em três regiões fisiográficas do Estado: Zona da Mata,
predominando a produção de flores tropicais; Agreste, com predominância de flores temperadas; e
Sertão, com produção de flores tropicais.
Sergipe - Estima-se que a área cultivada alcance 32 ha, com helicônias, alpínias, antúrios, bastão-
do-imperador, sorvetão, tapeinóquilo, musas e folhagens tropicais. O cultivo é encontrado na Zona
da Mata Sergipana, principalmente nos municípios de Estância, Boquim, Lagarto, Umbaúba,
Salgado e Itabaiana. Por enquanto, a produção é comercializada no próprio estado (SEBRAE-SE,
2006).
Bahia – Em 2001 foi criado o Comitê Baiano de Floricultura e Plantas Ornamentais, integrado pelas
associações de produtores, secretarias estaduais, Sebrae, instituições financeiras e de pesquisas.
Em 2002 foi fundada a Associação Baiana de Produtores de Flores e Plantas Ornamentais
(Asbaflor), com a missão de congregar produtores independentes, associações e empresas
produtoras de todo o estado da Bahia. Em 2004, foi inaugurado o Centro de Comercialização de
Flores do Ogunjá, montado pela Secretaria da Agricultura (Seagri) com 80 m², contando com uma
câmara fria, a ser utilizada por produtores individuais ou associações ligadas à Asbaflor.
A produção de flores tropicais pode ser encontrada no Litoral Norte, Litoral Sul do Grande
Sul da Mata Atlântica, e Sertão. Em Amélia Rodrigues, no Litoral Norte, a área cultivada com
espécies tropicais alcança cerca de 15 ha, congregados na associação Tropiflor, destinando a
produção aos mercados de Salvador e Feira de Santana.
Em Ituberá, no Litoral Sul do Grande Recôncavo, está sediada a Bahiaflora, associação de
produtores locais. Em Ilhéus, no Litoral Sul da Mata Atlântica, a Associação dos Produtores de
Flores Tropicais (Florasulba) conta com 60 associados que cultivam cerca de 40 ha de helicônias,
alpínias, bastão do imperador, tapeinóquilo, antúrios e outras espécies. As flores temperadas são
cultivadas na Chapada Diamantina, em Piemonte da Diamantina, e no Sudoeste da Bahia. Nessas
regiões as altitudes tornam a temperatura amena e propícia ao desenvolvimento de espécies de
clima temperado (UESB, 2004). A partir do programa Flores da Bahia, numerosos pequenos
produtores reunidos em associações e cooperativas passaram a explorar a atividade. Os lotes são
predominantemente de 300 m² para cada família. Atualmente, estima-se que a área total cultivada
alcance 13 ha, produzindo tango, crisântemos, gladíolo (palma-de-Santa-Rita), rosas, copo de leite,
folhagens e vasos com amarilis, mini rosa, vinca, impatiens, lírio, begônia, gérbera, petúnia, cravinia
e sálvia. O mercado de destino é constituído por Salvador, Feira de Santana, Jequié, Vitória da
Conquista, Lauro de Freitas, Alagoinhas, Milagres e Jaguaquara, no estado da Bahia.
pesquisados, sendo maior a concentração de pessoas que têm curso superior completo (57,78%)
e com segundo grau completo (20,00%). Os produtores que têm curso superior incompleto, 6,67%
do total, e com nível de escolaridade inferior, 15,55%. Em termo de formação profissional, o maior
destaque é para a de engenheiro agrônomo com 21,74% do total. Os agricultores compõem o
segundo maior grupo profissional com
17,39%, seguindo-se os floricultores (8,70%), os técnicos agrícolas e comerciantes 6,52%, cada),
administrador de empresa com 4,35% e outros, compostos por advogados, contabilistas,
economistas, engenheiros químicos, físicos, médicos, técnicos em comércio internacional,
empresários, produtores de mudas, aposentados, estudantes, assistentes sociais, geógrafos,
graduados em história, odontólogos, pedagogos e analistas de sistema, representando 2,17%,
cada.
A floricultura constitui-se na principal atividade para 68,89% dos produtores.
O ingresso na atividade é recente para grande grupo de produtores, pois 41,46% conta com menos
de 5 anos na produção de flores, 19,51% está na atividade entre 6 e 10 anos. Com mais de 10
anos na atividade estão 39,03% dos produtores, dos quais 19,52% exercem-na há mais de 20
anos.
de 30 km.
A disponibilidade de água é um fator essencial para a atividade, de modo que a presença de
nascente/minador foi constatada em 20,83% das propriedades, poço profundo em 19,44%, córrego
perene em 12,50%, cacimba em 12,50%, açude/represa em 11,11%, rio perene e poço artesiano
em 9,72% e concessionária pública de água, riacho não perene e lagoa corresponde, em 4,17%
no total.
A atividade é desenvolvida em terrenos com diversidade de relevo, ocorrendo 39,13% em terrenos
ondulados, 30,43% em terrenos planos e 30,43% em terrenos acidentados. Os solos
predominantes são os areno-argilosos (59,57%), seguindo-se os arenosos 21,28% e argilosos
19,15%.
unidades produtoras de flores e plantas ornamentais para aferir seus níveis tecnológicos,
observando-se as seguintes freqüências de utilização: Fonte de água permanente (100%); Energia
elétrica (95,74%);
Equipamento de irrigação/nebulizador (95,74%); Adubação orgânica (95,74%); Telefone
Os principais fornecedores de câmara frigorífica são as indústrias com 37,50% do total, seguindo-
se os atacadistas (25%), varejistas (25%) e próprio 12,50%. As aquisições
10 de câmara frigorífica são realizadas, sobretudo em outros estados (37,00%) ou no próprio
município (30,00%), na capital do estado (28,00%) ou em outro município (5,00%). Como muitas
dessas plantas são vulneráveis a doenças e pragas, desenvolvem-se melhor no interior de casas
de vegetação onde as condições podem ser controladas, entretanto, há elevação dos custos com
relação aos investimentos e ao consumo de energia.
No Nordeste, as casas de vegetação são denominadas de estufas, viveiros ou telados, contando
com estruturas mais ou menos sofisticadas, desde simples construções com cobertas rústicas
construídas no próprio imóvel, até aquelas pré-fabricadas oriundas de indústrias especializadas.
As aquisições de estufas realizadas diretamente das indústrias representam 34,21% das compras
realizadas, seguindo-se as compras no varejo 29,47%), no atacado (25,26%), construção própria
As helicônias são plantas tropicais que têm participação crescente na floricultura nordestina. Deve-
se destacar que as diversas espécies de helicônias constituem o grupo mais utilizado como cultura
principal (23,40%) entre os produtores pesquisados.
Considerando-se como segunda principal cultura, estão presentes em 23,53% dos produtores. As
principais helicônias exploradas no Nordeste são: bihai, rostrata, golden torch, wagneriana, sexy-
pink, collinsiana, jacquinii, alan carle, rauliniana, sassy, she etc. As alpínias são também plantas
tropicais de crescente participação na atividade, embora somente 2,13% dos produtores as tenham
como principais espécies produzidas. Aparecem mais fortemente como segunda principal cultura
para 5,88% dos produtores, terceira para 11,76%, quarta para 7,69%, quinta para 18,18% e sexta
para 20,00%, entre as diversas espécies.
As palmeiras representam as principais espécies produzidas para 6,38% dos produtores e a
segunda para 5,88%. Entre elas são destacadas a areca-bambu, palmeiracariota (molambo),
(36,36%); a vista (30,68%), a prazo de 30 a 45 dias (17,05%), a prazo acima de 45 dias (10,23%)
e em consignação (5,68%).
No processo de comercialização, desde a colheita até a entrega do produto, ocorre perda média
de 8,78 % da produção por produtor. A dimensão das perdas pode variar de acordo com os
cuidados no decorrer da colheita e pós-colheita, assim como pelas espécies ou variedades
cultivadas. As maiores freqüências (57,45% das unidades produtoras) variaram na faixa entre 0 e
5% de perdas, mas em 12,75% elas superam 25% da produção.
(COSTA, 2003).
Os resultados da pesquisa realizada com os vendedores de flores e de plantas ornamentais
localizados nas principais cidades do Nordeste e do norte dos estados de Minas Gerais e do
Espírito Santo estão apresentados a seguir.
a. Perfil do Varejista - Cerca de 62% dos varejistas de flores e de plantas ornamentais é constituída
por pessoas do sexo feminino. Com relação à faixa etária, o grupo com idade de 34 a 43 anos
representa 36,36% do total, seguindo-se a faixa de 44 a 53 anos, com 29,09%. Na faixa de 24 a
33 anos encontram-se 20,00% dos proprietários, na faixa de 54 a 63 anos, 12,72%, e com mais de
64 anos constam apenas 1,83%.
O nível de escolaridade predominantemente é o Segundo Grau Completo (33,93%), seguindo-se
o Superior Completo (30,36%), Primeiro Grau Completo (10,71%), Superior Incompleto (8,93%),
Primeiro Grau Incompleto (7,14%), Segundo Grau Incompleto (5,36%) e apenas alfabetizado
(3,57%).
A formação acadêmica dos proprietários de lojas de floricultura e de plantas ornamentais é bastante
variada, destacando os seguintes: administrador de empresas (19,05%), professor (14,29%),
engenheiro agrônomo (9,53%) e engenheiro químico (9,53%). Outras formações com menores
freqüências são psicólogo, orientador educacional, geógrafo, engenheiro civil, enfermeiro,
economista, contabilista, bacharel em letras, advogado e administrador hospitalar (4,76%, cada).
A floricultura constitui-se na principal atividade para 63,16% dos varejistas, seguindo-se decoração
com 10,53%, comércio com 7,12% e paisagismo, com 5,26%. Os floristas e vendedores de plantas
ornamentais realizam algumas atividades associadas ao comércio de flores e plantas ornamentais,
especialmente decoração, realizada por 52,17% do total. Outros 15,94% se dedicam à produção
de flores, 8,70% ao paisagismo, 4,35% como despachante de mercadorias e à consultoria técnica,
e 2,90% à exportação.
Terra Flor (2,20%), Distribuidora de Flores Carlos Candian (2,20%), Floragem (2,20%), Itográs
(2,20%), Mauricinho (2,20%), e Frucafé (2,20%).
Para 75,44% dos varejistas de flores e plantas ornamentais, não existe maiores dificuldades para
aquisição de insumos e matéria-prima, mas foram apontados alguns problemas nessa área, tais
como: alto custo de transporte devido à distância desde o local da produção; falta de produtores
locais; poucos fornecedores; dificuldade de fornecimento de algumas mercadorias, preço alto,
distância/dificuldade de acesso aos fornecedores e prazos de pagamento insatisfatórios.
A rosa é o produto principal no comércio de flores e de plantas ornamentais, sendo adquirida por
82,45% dos varejistas, seguindo-se crisântemo de corte (61,40%), gérbera (40,35%), lírio (33,33%),
folhagens (26,32%), solidago (26,32%), crisântemo em vaso (24,56%), gipsofila (19,30%), orquídea
(17,54%), gladíolo (15,79%), antúrio (14,04%) e samambaia (14,04%). O conjunto de flores
tropicais (helicônias, alpínias, costus, sorvetão etc) participa das aquisições dos varejistas com
22,81% de freqüência. Nas informações sobre as principais espécies botânicas adquiridas pelos
varejistas e o local de suas aquisições, deve-se observar que, muitas vezes, se referem a
aquisições de atacadistas de outras regiões, ou que compram seus produtos em outros locais.
Dos varejistas entrevistados que adquirem rosas, 54,53% indicaram ser provenientes do Nordeste,
30,39% de outras regiões brasileiras e 15,08% do Exterior. O crisântemo de corte é adquirido no
Nordeste (60,63%), no Exterior (19,80%) e em outras regiões do Brasil (19,57%). A gérbera é,
principalmente, oriunda do Nordeste (69,71%) e de outras regiões brasileiras (30,29%). As
aquisições de lírio pelos varejistas são feitas com fornecedores do Nordeste (64,43%) ou de outros
estados brasileiros (35,57%). Por sua vez, 78,26% das folhagens são adquiridas no Nordeste e
21,74% em outras regiões. O solidago é adquirido no Nordeste (73,93%) ou em outras regiões
brasileiras (26,07%). O crisântemo de vaso tem como origem o Nordeste (83,73%), enquanto os
fornecedores de outras regiões brasileiras participam com 16,27%. O fornecimento de gipsofila aos
varejistas é do próprio Nordeste (56,63%) e de outros estados brasileiros fora da região (43,37%).
As orquídeas são compradas no Nordeste (66,67%) e em outros estados brasileiros fora da região
(33,33%). Também o gladíolo é adquirido principalmente no Nordeste (72,22%) ou em outros
estados brasileiros (27,78%). O antúrio provém principalmente do Nordeste (82,40%) e de outras
regiões (17,60%). A samambaia é adquirida principalmente no Nordeste (75,38%) e em outras
regiões (24,62%). A azaléia
15 comercializada no Nordeste é oriunda de outras regiões brasileiras. As violetas são adquiridas
do restante do País (35,46%), do Nordeste (32,27%) e do Exterior (32,27%).
Os insumos adquiridos no ano anterior totalizam, em média, R$ 19.118,85, distribuídos com os
seguintes itens: material de embalagem (25,94%), folhas e galhos artificiais (17,65%), material para
arranjos (15,42%), vasos, jarros e cestas (13,09%), artigos de decoração (12,55%), fertilizantes e
agroquímicos (7,76%) e implementos e utensílios (7,60%).
ornamentais, utilizadas para paisagismo e jardins, englobam 22,08% das vendas deste segmento.
As folhagens são comercializadas por 9,32% dos floricultores, gramados (5,81%), forrações
(4,43%) e outras, em menor quantidade. No conjunto, as plantas de clima temperado predominam
com 62,18% da comercialização e as tropicais, em ascensão, representam 37,82%.
O comércio de flores e de plantas tropicais apresenta grande sazonalidade, com maiores
concentrações nos meses de março, maio, junho, novembro e dezembro, quando ocorrem os
eventos Dia Internacional da Mulher, Dia das Mães, Dia dos Namorados, Dia de Finados e os
festejos de Natal e Fim de Ano, respectivamente. Os compradores de flores e plantas ornamentais
são compostos pelas seguintes categorias: pessoa física (32,42%), funerária (12,94%),
organizadores de eventos (11,32%), decoradores (10,71%), outro varejista (9,70%), buffet (8,11%),
além de outros menos expressivos.
A inadimplência não representa problema acentuado no varejo de floricultura, ocorrendo em 3,50%
das vendas totais, dos quais 80,61% referem-se aos consumidores individuais, 10,78%, aos
decoradores e 8,61%, a outros consumidores.
Considerando-se a forte característica de perecibilidade das flores e folhagens de corte, procurou-
se verificar a dimensão das perdas ocorridas com os produtos comercializados. No conjunto da
atividade, a pesquisa indicou que essas perdas situavam- se em torno de 14,44%.
Organização Social - Conforme suas percepções, 42,11% dos varejistas declararam que a
atividade apresenta pouca integração, para 28,07% não havia integração, enquanto 21,05%
declararam existir muita integração.
A participação em associação ligada à atividade é realizada por apenas 15,79% dos pertencentes
a essa categoria econômica. Entre os motivos relacionados por aqueles que não participam de
associações, destacam-se a inexistência no local (42,55%), falta de interesse ou de iniciativa
(10,63%), descrença na associação (8,51%), não apresentar vantagem
(6,38%), além de outros menos mencionados. Os que participam de associações
afirmam que elas contribuem para a capacitação e treinamento (33,33%), aquisição e 16 revenda
de insumos (13,33%), assistência técnica (13,33%), promoção e marketing (13,33%) e
comercialização (6,67%).
A importância de eventos relacionados à atividade, como feiras, exposições, seminários e
congressos, foi considerada muito importante por 71,92% dos entrevistados, pouco importante para
10,53% e sem importância para 7,02%.
Na região Nordeste, a atividade precisa superar algumas barreiras que foram percebidas à medida
que se avançou na realização deste trabalho. Algumas das barreiras dizem respeito ao fato de ser
uma atividade de recente desenvolvimento na Região e carente de informações de órgãos oficiais
quanto à quantidade de produtores em cada estado, suas respectivas espécies produzidas, e um
cadastro com informações de endereço e telefone.
A produção de flores e plantas ornamentais requer vasta gama de insumos, sementes, bulbos,
mudas, substratos, fertilizantes, defensivos, materiais de embalagens, vasos, instalações,
equipamentos, máquinas e implementos. A oferta desses insumos nem sempre é disponível nas
áreas produtoras, sendo grande parte originária de outras regiões do País, especialmente de São
Paulo. As dificuldades de sua aquisição, com reflexos na elevação dos custos, são devido às
distâncias percorridas, despesas adicionais em conta de telefone, além de freqüentes enganos no
fornecimento dos insumos solicitados.
Os produtores apresentam alto grau de escolaridade, que pressupõe maior facilidade de
aprendizagem e de inovação, mas a maioria dedica-se à atividade há pouco tempo, portanto, com
pequena experiência. Os plantios ocupam áreas relativamente pequenas, mas, geralmente, com
disponibilidade de recursos hídricos.
A oferta de mão-de-obra é abundante, submetida a baixas condições salariais, entretanto, pouco
capacitada, requerendo treinamento. Os operários são, preponderantemente, oriundos de outras
lides rurais, ainda sem a conscientização dos devidos cuidados requeridos pela atividade. Os
conhecimentos e a habilidade com a nova experiência são adquiridos na labuta diária.
Os produtores informais têm um custo de produção mais baixo e, portanto, podem colocar seus
produtos a um preço inferior no mercado, competindo de forma desleal com os produtores formais,
além disso, podem entrar e sair da atividade com mais facilidade, promovendo também
desorganização do segmento no mercado.
Considerando-se o total de produtores entrevistados, percebeu-se pouca profissionalização e baixa
especialização na produção. Muitos produtores de plantas tropicais, exceto ananás ornamental,
possuíam propriedades nas serras ou áreas úmidas e começaram a produzir por hobby. Passaram
a exercer a atividade profissionalmente aproveitando a mão-de-obra já existente, contudo a
floricultura, geralmente, não é a atividade principal, não existe especialização, a produção
geralmente é diversificada e pequena e somente alguns têm controle gerencial, ou de custos.
Temem fazer negócios com grandes quantidades, dificultando a exportação individual dos seus
produtos, que geralmente são exportados, aproveitando a remessa de outros produtores para o
exterior.
Os produtores de plantas de clima temperado têm, geralmente, a floricultura como principal
atividade, são mais especializados, ou seja, cultivam uma pequena quantidade de espécies. Dentre
estes estão alguns produtores que vendem para o mercado externo. No mercado de exportação
se requer, sobretudo, atributos de compromisso, fidelidade na qualidade, quantidade e tempo de
entrega dos produtos, ou seja, atributos inerentes a uma atividade profissional. Algumas vezes não
é o que se pretende, quando a atividade é exercida por hobby, já que vem a se tornar motivo de
preocupação e não mais de lazer. Quando o compromisso com a atividade supera o prazer que se
tem ao exercê-la, 17 a opção mais comum é sair, uma vez que a renda obtida com a atividade
pouco interfere na renda total da família.
Percebeu-se algumas características importantes para o bom desempenho dos produtores que têm
na floricultura sua principal fonte de renda: cultivo de diversas espécies ou variedades, diminuindo
o risco da atividade; possuir ponto próprio de venda, ficando com a margem de valor entre a
produção e o varejo; investimento em decoração,agregando maior valor ao produto; mão-de-obra
familiar, com cada membro da família especializado em determinada função, produção, agregação
de valor, comercialização etc, de forma que, quem produz, não esteja preocupado com a
comercialização, e vice-versa.
As preferências quanto à forma de apresentação dos produtos (tamanho da haste, quantidade de
hastes por maço etc) são diferentes, de acordo com cada local.
Como distribuidores, os atacadistas desempenham a função de intermediário entre produtores e
varejistas. Muitos atacadistas que comercializam no Nordeste vêm de São Paulo, e distribuem tanto
a produção local como a adquirida em outras regiões, especialmente em Holambra (SP).
Embora a atividade registre crescimento nos últimos anos, é pequena a dimensão do mercado
regional havendo grande disputa pela demanda. Alguns segmentos da cadeia ultrapassam seus
limites desempenhando funções que caberiam a outros, gerando competições entre eles, quando
deveriam exercer funções complementares na comercialização. É o caso de atacadistas que
vendem diretamente aos consumidores, eliminando a função dos varejistas ou de produtores que
trabalham como distribuidores, reunindo os produtos de lotes vizinhos aos seus e fornecendo
diretamente aos varejistas, causando insatisfação aos atacadistas.
O caráter altamente perecível das flores e folhagens cortadas, agravado pelas temperaturas
elevadas predominantes no Nordeste, exige dos distribuidores a manutenção de uma estrutura de
climatização de custo elevado e maior dinamismo nas vendas. A mão-de-obra qualificada para o
manuseio de um produto que adquire valor por sua apresentação é escassa. Geralmente, os
próprios varejistas promovem a capacitação de seus funcionários, especialmente em artes florais,
ensinando-lhes a produzir buquês, corbelhas, e demais arranjos. Como não existem cursos de arte
floral permanentes, o investimento em treinamento é feito esporadicamente, somente quando vem
algum consultor de fora, por ocasião de eventos.
Ao mesmo tempo, o posicionamento geográfico do Nordeste possibilita acesso favorável aos
mercados da Europa e América do Norte, que são os principais consumidores e importadores de
flores e plantas ornamentais. Embora o mercado europeu constitua o principal destino da produção
nacional e regional, a crescente participação do produto nacional no mercado norte-americano,
significa novos caminhos para a exportação.
Apesar do recente crescimento da produção regional, isso nem sempre se reflete nos preços dos
produtos, persistindo casos em que o produto de outras regiões é mais barato que os produzidos
localmente.
O consumidor nordestino despende em torno de R$ 5,38 per capita / ano com flores e plantas
ornamentais. Existem diferentes consumidores, com preferências distintas quanto às espécies e
forma de apresentação dos produtos. Os consumidores de flores temperadas são, geralmente, o
individuo (filho, namorado, noivo, esposo). O consumo está mais relacionado a eventos (Dia das
Mães, Dia dos Namorados), festas religiosas (batizado, primeira comunhão, casamento),
formaturas, ou sepultamentos. A rosa épreferida pelos consumidores individuais. Os principais
consumidores de crisântemo são as funerárias. As flores em vaso são mais adquiridas pelas donas
de casa. Tradicionalmente as flores tropicais estão mais direcionadas para decoração em hotéis,
eventos, reuniões. As 18 decorações são feitas por empresas de eventos, buffets e decoradores
individuais. Existem grandes decoradores que só trabalham com flores tropicais. A distância e o
acesso à propriedade são fatores preponderantes para o bom desempenho da atividade, posto que
está relacionado, dentre outros fatores, ao tempo de entrega e conseqüentemente, à qualidade dos
produtos.
É baixo o nível organizacional e associativo do produtor. Embora digam que querem se organizar
informações pode ser uma barreira ao desenvolvimento ordenado da atividade. Existem poucas
literaturas especializadas, especialmente para determinadas regiões e não existem informações de
demanda e oferta de produtos, dimensionamento das áreas produtoras e respectivas espécies,
informações importantes para o crescimento equilibrado do setor.
A partir das constatações relatadas anteriormente e identificadas na pesquisa, recomendase a
seguir algumas providências com o objetivo de dinamizar o processo de produção de flores e
plantas ornamentais no Nordeste. Identificação dos principais insumos e matérias primas utilizadas
no processo de produção, beneficiamento, conservação, arte floral, embalagens, e incentivo à
instalação de empresas produtoras desses bens. Conscientização dos produtores sobre a
importância de sua inserção no mercado formal, respeitando obrigações trabalhistas, fiscais e
ambientais, com estabelecimento de selo de qualidade para os produtores que seguirem um código
de conduta a ser definido e que contemple aqueles aspectos. É necessário estabelecer formas de
incentivo à produção orgânica, para que a produção no Nordeste possa se desenvolver de forma
sustentável.
Incentivo às ações associativas visando reduzir custos na compra de insumos, aumentar a escala
de produção, capacitação e assistência técnica, facilitar a comercialização, entre outros fatores
positivos. Padronização dos produtos (tamanho e quantidade de hastes por maço etc) e de suas
respectivas embalagens, em consonância aos padrões nacionais e internacionais.
Apoio governamental ao segmento varejista na forma de estímulo à formalidade no desempenho
da atividade; redução de impostos sobre as mercadorias; disponibilidade e facilidade no acesso ao
crédito para financiamento e capital de giro. Fortalecimento da logística de distribuição, com
ampliação dos canais de comercialização. Construção de centrais de abastecimento, com
câmaras-frias nos principais pólos produtores, destinadas a receber e redistribuir a produção local.
Organização do mercado para onde será escoada a produção, a partir de informações sistemáticas
sobre a oferta dos produtos, e sobre os potenciais compradores: preferências, costumes, época de
maior demanda, espécies demandadas, forma de apresentação dos produtos, dentre outros
aspectos a serem observados.
Organização de um sistema de cadastro atualizado de produtores, distribuidores, compradores,
fornecedores de insumos e instituições que apóiam o setor, por órgãos de abrangência regional,
como Banco do Nordeste do Brasil e Sebrae, para transmissão de informações, realização de
pesquisas e comunicações diversas entre os estados do Nordeste. O cadastro de floricultores e
produtores deve conter informações sobre as principais espécies comercializadas, o volume e
período de produção de cada espécie, bem como localização da produção, de maneira que se
possa planejar a comercialização baseada em informações consistentes. O cadastramento de
produtores pode ser informado às secretarias estaduais da fazenda com vistas à possíveis
isenções de impostos.
Dinamização do mercado local com plano de divulgação dos produtos da floricultura, utilizando os
veículos de comunicação (rádio, jornal, televisão, telefone, out doors, Internet), com vistas ao
incentivo do consumo interno de flores.
Instituição da Câmara Setorial de Flores e Plantas Ornamentais (2008) podendo ser integrada pelos
principais elos da cadeia: Ibraflor, Sebrae, Secretarias Estaduais de Agricultura,Instituto Agropolos
do Ceará, Embrapa, BNB, Associações de Produtores e representações dos demais segmentos da
cadeia.
Realização de pesquisas para identificação de espécies nativas com potencial ornamental,
obtenção de cultivares regionais, definição de sistemas de produção das espécies comercializadas,
adubação, controle de pragas e doenças, reprodução, póscolheita e padronização das flores.
Pesquisa sobre a logística adequada de transporte dos produtos no interior dos veículos, a partir
de suas formas de apresentação: vasos, hastes, mudas. Estudos mais aprofundados sobre o
agronegócio de flores e plantas ornamentais em todos os estados da Região: área plantada,
espécies comercializadas, demanda e oferta dessas espécies etc.
Incentivo à formação de técnicos especializados, direcionados à produção de plantas ornamentais
nos principais centros de ensino regionais. Fortalecimento dos órgãos de assistência técnica e
extensão rural, tornando mais efetiva a presença de técnicos nas áreas de produção. Plano de
capacitação tecnológica com a participação de todos os estados da região Nordeste, visando ao
rateio das despesas de contratação de consultores internacionais para capacitação tecnológica.
Para o produtor e seus funcionários, cursos de gerenciamento, sistema produtivo, leis ambientais,
direitos trabalhistas. Cursos de pulverização para o combate de pragas e doenças, mostrando os
devidos cuidados e os problemas de saúde provocados pela utilização inadequada de agrotóxicos.
Cursos de planejamento da produção, abordando a
escolha antecipada das espécies a serem exploradas, seus respectivos sistemas de produção e o
tamanho do mercado. Para varejistas e mão-de-obra empregada, aumento da oferta de cursos e
treinamentos, em gerenciamento e artes florais.
Recomendação ao IBGE sobre a inclusão de informações mais detalhadas sobre a floricultura no
próximo Censo Agropecuário.
TABELA I.
Flores de Corte Flores em vaso Plantas Verdes em Plantas para Paisagis-
vaso mo
Begônias Gerânios
Orquídeas Ixórias
Petunias
Celósias
Lantanas
Atualmente o setor produtivo apresenta uma forte tendência de especialização, surgindo produtores
de material de propagação (mudas, sementes e bulbos), que detém alta tecnologia e representam
as grandes multiplicadoras mundiais. Os produtores de flores e plantas tendem a trabalhar apenas
com o produto final (flores de corte, flores em vaso, plantas verdes ou plantas para paisagismo) e
diminuindo o seu leque de espécies e variedades, trabalhando assim de uma forma mais
profissional e especializada.
Outro fator a ser levado em consideração é a grande diversidade de cores e formas, que as novas
variedades vem apresentando. O grau de especialização chega até o mesmo sobre a coloração e
o formato da flor. Como por exemplo podemos citar as rosas, onde existem diversas variedades de
coloração vermelha, sendo que algumas já estão saindo do mercado como as variedades Red
Succes e Madelon e outras estão entre as mais comercializadas do mercado como Ipanema e
Avalanche.
2. PLANTAS
A fisiologia vegetal estuda os fenômenos vitais que acontecem nas plantas. Estes fenômenos
podem referir-se ao metabolismo vegetal; ao desenvolvimento vegetal; ao movimento vegetal ou a
reprodução vegetal. Os fenômenos relativos a herança constituem uma parte tão importante da
fisiologia que forma uma disciplina independente: a genética.
soma de todos os processos e estruturas que contribuem para a vida de uma planta.
células contém proteínas, ácidos nucléicos, lipídios, carboidratos e muitas outras “coisas”...
Membrana plasmática é uma película finíssima e muito frágil composta, principalmente, por
fósfolipídios e proteínas. Ela tem importantes funções na célula, e uma delas é isolar a célula do
meio externo. Seu tamanho é tão pequeno que se a célula fosse aumentada ao tamanho de uma
laranja, a membrana seria mais fina do que uma folha de papel de seda. Água, substâncias
nutritivas e gás oxigênio são capazes de entrar com facilidade através da membrana, que permite
a saída de gás carbônico e de resíduos produzidos dentro da célula. A membrana é capaz de atrair
substâncias úteis e de dificultar a entrada de substâncias indesejáveis. Exercendo assim um
rigoroso controle no trânsito através das fronteiras da célula. É comum compará-la a um "portão"
por suas funções e a um saco plástico pela sua aparência.
2.1.3 Citoplasma
2.1.4 Hialoplasma
O aparelho de Golgi (cujo nome é uma homenagem ao cientista que o descobriu, Camillo Golgi) é
um conjunto de saquinhos membranosos achatados e empilhados como pratos. E estas pilhas,
denominadas dictiossomos, se encontram no citoplasma perto do núcleo. O complexo é a estrutura
responsável pelo armazenamento, transformação, empacotamento e "envio" de substâncias
produzidas na célula. Portanto é o responsável pela exportação da célula. É comum compará-lo a
uma agência do correio, devido ambos terem funções semelhantes. Este processo de eliminação
de substâncias é chamado de secreção celular. Praticamente todas as células do corpo sintetizam
e exportam uma grande quantidade de proteínas que atuam fora da célula.
2.1.7 Vacúolos
2.1.8 Núcleo
Núcleo, o cérebro da célula. É ele que possui todas as informações genéticas, comanda e gerencia
toda a célula. Dentro dele, esta localizado um ácido chamado DNA (ácido desoxirribonucléico).
Este, formado por uma dupla hélice de nucleotídios (formado por uma molécula de açúcar ligada a
uma molécula de ácido fosfórico e uma base nitrogenada. O DNA é responsável por toda e qualquer
característica do ser vivo. É ele que manda fazer as proteínas, determina a forma da célula etc. No
homem, o DNA é que diz de que cor será os olhos, o tamanho dos pés etc.
Aqui está um modelo de uma célula vegetal. É importante lembrar que cada tipo célula possui uma
diferente estrutura.
2.1.9 Mitocôndrias
Todas as atividades celulares consomem energia. Para sustentar, as células são dotadas de
verdadeiras usinas energéticas: AS MITOCÔNDRIAS.
2.1.10 Plastídios
exclusivo às plantas.
2.1.11 Microcorpos
hidrogenossomas
2.1.12 Citoesqueleto
2.1.14 Plasmodesmos
2 Células e tecidos
Tipos celulares
parênquima;
colênquima e esclerênquima.
Sistema vascular
sistema de bombeamento
O transporte da seiva bruta ocorre no solo, até que a água e os minerais atinjam a raiz, e no interior
do xilema. Por transporte ativo, os minerais são levados ao interior do xilema. Em conseqüência
disso, uma vez que o meio interno fica hipertônico, a água penetra pelos pêlos absorventes POR
OSMOSE.
Isso gera uma pressão na raiz, empurrando esse líquido para cima (pressão positiva da raiz).
Porém, essa pressão não é suficiente para que a seiva bruta atinja as folhas. A transpiração de
água nas folhas é muito grande, a perda é altíssima e isso gera um mecanismo conhecido como
coesão-tensão. A transpiração gera uma tensão, "puxando" mais água para cima. E a água sobe
pela coesão que tem entre suas moléculas (propriedade da capilaridade da água). É como quando
sugamos por um canudinho e a bebida sobe.
Floema
vivo na maturidade, mas sem núcleo nas células; envolvido no transporte de seiva elaborada
(composta basicamente de glicose).
O transporte pelo floema ocorre de outro modo. O modelo que explica esse transporte é chamado
modelo de Münch (descoberto pelo alemão Ernest Münch). Segundo Münch, o transporte no
floema, que ocorre das folhas para as partes consumidoras (não apenas as raízes), se deve ao
fato de haver muitos solutos no floema nas folhas (produtos da fotossíntese). Isso, novamente,
gera um meio hipertônico, que atrai a água POR OSMOSE. Essa força já é suficiente para que a
água corra até os órgãos consumidores. Assim sendo, no transporte da seiva elaborada é como se
a água fosse "empurrada".
Órgãos
A variedade é chave.
Preparo da Muda
A coleta ou arranquio, o preparo e a embalagem da muda deverão ser realizados de acordo com
as normas e padrões estabelecidos por espécie ou grupo de espécies
Beneficiamento
Armazenamento
Toda pessoa física ou jurídica que utilize muda, com a finalidade de plantio, deverá adquiri-la de
produtor ou comerciante inscrito no RENASEM
Instalações
Para a implantação das instalações, diversos fatores devem ser levados em consideração, entre
eles a máxima eficiência no uso das mesmas, economicidade para construção e facilidade no
manejo para produção das mudas. O grau de sofisticação das instalações depende da interação
entre fatores como a espécie a ser propagada, quantidade de mudas a serem produzidas e o poder
aquisitivo do viveirista (Zuffellato-Ribas e Paes; Wedling et al., 2006; Zecca, 2009).
As principais instalações para o viveiro são:
1)Escritório: são armazenadas todas as informações referentes à produção de mudas, bem como
onde são centralizadas as operações de comercialização, contratação de mão de obra e
comunicação com clientes e outros viveiristas.
2)Depósito para equipamentos e ferramentas: local de armazenamento dos implementos para
preparo do solo, pulverizadores, distribuidores de fertilizantes, betoneira (para mistura de
substratos), recipientes, estufa de secagem, máquinas de beneficiamento de sementes, máquinas
de enxertia, câmaras frias ou geladeiras para armazenamento de sementes, etc. 3)Depósito para
produtos químicos: local de armazenamento dos fungicidas, inseticidas e herbicidas, etc.
4)Telado: estrutura, de madeira ou metal, coberta com tela de sombreamento, conhecida
popularmente como sombrite. O telado é útil para a manutenção de plantas matrizes isentas de
viroses, aclimatização de mudas e produção de mudas que exigem sombreamento inicial. As telas
podem apresentar diferentes graus de sombreamento, sendo importante considerar que, quando
maior o grau de sombreamento, maior ocorrência de estiolamento das mudas que permanecerem
por longo tempo no telado e, por conseqüência, maior a facilidade das mudas morrerem quando
da sua transferência para o pomar. De maneira geral, o telado pode ter diferentes dimensões,
podendo ser permanente ou temporário, ser ou não dotado de sistema de irrigação por nebulização,
sendo o tipo de tela mais utilizado aquele que permite um sombreamento de 50% (Zecca, 2009).
5)Estufa ou casa de vegetação: estrutura parcial ou completamente fechada, com estrutura de
madeira ou metal (alumínio, aço ou ferro galvanizado), coberta, em geral com plástico especial
para esta finalidade. A estufa pode ainda ser coberta de vidro ou fibra de vidro, porém isto acarreta
maior custo, A grande vantagem do uso de estufas em viveiros é a possibilidade de controle
ambiental de modo a maximizar a produção de mudas, reduzindo o tempo necessário para a
propagação e permitindo que as mudas possam ser produzidas em diferentes épocas do ano.
Normalmente, as estufas possuem sistemas de nebulização intermitente, o que mantém elevada a
umidade relativa do ar, permitindo a propagação através de estacas com folhas (técnica que, em
certas espécies, viabiliza a propagação através de estaquia). A elevada umidade do ar e a elevada
temperatura aumentam a velocidade de crescimento das plantas. As estufas podem ser construídas
pelo próprio viveirista ou adquiridas de empresas especializadas na construção das mesmas. Além
do sistema de nebulização, as estufas podem ser dotadas de sistemas automatizados para
aquecimento do substrato, diminuição da temperatura, controle do fotoperíodo, entre outros. Entre
os problemas relacionados com o uso de estufas, podem ser citados os seguintes: aumento da
dependência da planta em relação ao homem, elevado custo de implantação, aumento da
sensibilidade e ocorrência de doenças e dificuldades na aclimatização (Zecca, 2009).
O enraizamento de estacas de muitas espécies, especialmente por meio de estacas semilenhosas
e herbáceas, é muito difícil se não for adotado um controle ambiental, principalmente em relação a
três pontos: a) manter alta umidade relativa do ar com uma baixa demanda evaporativa, de modo
que transpiração das estacas seja minimizada e haja um mínimo de perda de água; b) manutenção
de temperatura adequada para estimular o metabolismo na base das mesmas e suficientemente
amena na parte aérea para reduzir a transpiração e c) manter a irradiação dentro de um limite
suficiente para ocasionar elevada atividade fotossintética, sem, no entanto, causar aumento
excessivo de temperatura nas folhas. As estufas têm esta finalidade de controle ambiental. Quanto
mais controladas as condições de propagação, maiores as chances de sucesso, especialmente
naquelas espécies de difícil propagação. Um dos problemas a serem enfrentados em estufas nas
condições brasileiras é o aumento excessivo de temperatura, o que implica no uso de mecanismos
de resfriamento do ar. Na literatura há relatos da limitação no crescimento de raízes, em grande
parte das espécies lenhosas, em temperaturas ao redor de 35-40ºC. Sendo assim, um bom sistema
de resfriamento e sombreamento bem como uma boa ventilação, são aspectos fundamentais que
devem ser observados no momento da implantação das instalações. Quanto a iluminação, mesmo
que a luz seja considerada favorável à atividade fotossintética das mudas, alta luminosidade não
parece ser a condição mais favorável. Filmes de polietileno mais modernos estão disponíveis no
mercado com alguns aditivos, tais como acetato de vinil, alumínio e silicatos de magnésio, os quais
aumentam a opacidade do plástico às ondas longas (infravermelho), favorecendo o enraizamento.
6)Ripados: proporcionam sombreamento, podendo substituir os telados. São construções simples,
relativamente duráveis, baratas e fáceis de construir, apresentando como inconveniente o fato de
que o sombreamento não é completamente uniforme
5. SEMENTEIRAS E VIVEIROS
Tipos de viveiro
As mudas de raízes nuas são aquelas que não possuem proteção para o sistema radicular no
momento do plantio. A semeadura é feita diretamente nos canteiros e as mudas são retiradas para
o plantio, tendo-se apenas o cuidado de evitar danos às raízes, insolação direta, vento, evitando-
se o ressecamento das raízes e a morte das mudas.
Substratos
O substrato é definido como meio físico natural ou sintético, onde se desenvolvem as raízes das
plantas que crescem em um recipiente, com um volume limitado (Ballester- Olmos, 1992; Salvador,
2000). Para determinação do melhor substrato para cada espécie recomenda-se que sejam
efetuados testes empíricos. Diversos materiais têm sido recomendados como substrato para o
enraizamento de estacas. Dentre os mais utilizados, destacam-se areia, vermiculita, turfa, casca
de pinus, musgo turfoso, casca de arroz carbonizada, serragem de madeira, fibra ou pó de coco,
isolados ou em misturas com outros substratos (Rosa et al., 2001; Hartmann et al., 2002).
O substrato tem o papel de sustentar a muda e fornecer condições adequadas para o
desenvolvimento e funcionamento do sistema radicular, assim como os nutrientes necessários ao
desenvolvimento da planta. Este substrato deve ser isento de sementes de plantas invasoras,
pragas e fungos patogênicos, evitando-se assim a necessidade de sua desinfestação. Dessa
forma, devido à estrutura e à tecnologia necessárias para a produção de um substrato de qualidade,
grande parte dos viveiros comerciais adquire seus substratos de empresas especializadas.
Contudo, em caso de formulação própria, deve-se dedicar especial atenção à adequada
compostagem do material orgânico e desinfestação do solo, em função da presença de patógenos
e sementes de plantas invasoras (Wedling et al., 2006; Zecca, 2009). Recomenda-se que seja feita
a mistura de dois ou mais materiais para a formulação do substrato, visando a uma boa aeração,
drenagem e fornecimento de nutrientes de forma adequada. O tipo de material e a proporção de
cada um na composição do substrato variam de acordo com a disponibilidade local, custo e tipo de
muda a ser produzida. A seguir, encontram-se relacionados exemplos de formulação de substratos.
Porém, ressalta-se que cada formulação deverá ser testada nas condições de cada local de
produção e devidamente ajustada, caso haja necessidade.
Recomenda-se a adição de fertilizantes no substrato para promover o suprimento dos elementos
necessários, economizando-se tempo no processo de produção das mudas. Sua formulação e
dose são variáveis em função do tipo de substrato utilizado e da espécie a ser produzida; é
recomendada a realização de uma análise química do substrato e, caso haja necessidade de se
proceder a correção da acidez do substrato (pH < 5,0) e elevar o nível de fertilidade, pode-se
consultar as tabelas de recomendação de adubação (Wedling et al., 2006; Zecca, 2009).
O substrato é um dos muitos fatores que condicionam o sucesso na propagação de plantas. Na
opção por um determinado material como substrato, objetiva-se otimizar as condições ambientais
Adubações de cobertura (após a germinação das sementes ou enraizamento das estacas) quase
sempre são necessárias para permitir a produção de mudas de boa qualidade em menor tempo.
São realizadas quando o substrato utilizado é de baixa fertilidade ou apresenta baixa concentração
de nitrogênio (N) e potássio (K), muitas vezes omitidos na adu bação do substrato por apresentarem
altos índices salinos, que podem provocar grandes perdas das mudas recém germinadas. A
adubação pode ser feita via fertirrigação (água de irrigação) ou pela aplicação individual na
superfície do substrato (Zecca, 2009).
Existem diversas formulações de adubação; a mais adequada dependerá da planta, da fertilidade
do substrato, do manejo utilizado para a produção das mudas, da fase de produção das mudas etc.
Como sugestão, pode-se utilizar 25 gramas de sulfato de amônio + 60 gramas de cloreto de
potássio, diluídos em 10 litros de água, a qual deverá ser ajustada em função do sistema de manejo
adotado. Essa solução é suficiente para adubar 3 m2 de canteiro (em torno de 300 mudas). Esta
adubação também pode ser utilizada na formulação de pó, ou seja, pela aplicação de 0,05 gramas
por planta da mistura acima, sem a água (Fachinello et al., 2005; Wedling et al., 2006).
ausência de estiolamento;
sistema radicular e parte aérea bem desenvolvida (raiz pivotante não enrolada e fixada no solo,
fora do recipiente);
relação parte aérea/sistema radicular
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Controle Fitossanitário
A produção de mudas pode ser feita pelos métodos sexuado e assexuado. O primeiro refere-se à
produção de mudas por sementes, e o segundo, por propagação vegetativa, tais como: estaquia,
enxertia, mergulhia, encostia, Mais recentemente, devido ao avanço das tecnologias e
equipamentos, muitas espécies são propagadas pela micropropagação, que é a propagação
vegetativa a partir de pequenas porções da planta (explantes), realizada em condições assépticas
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(laboratório).
Seleção das plantas matrizes: a planta matriz da qual serão retiradas as sementes deverá estar
em boas condições fisiológicas e fitossanitárias, ser vigorosa, produtiva, apresentar boa
qualidade dos frutos e da semente (Zecca, 2009).
Seleção dos frutos: faz-se a seleção dos frutos maduros e sadios.
Extração das sementes: as sementes devem ser extraídas com o máximo cuidado, para não
serem danificadas. Como normalmente, em fruticultura, se trabalha com frutos carnosos, podem-
se adotar dois sistemas de obtenção da semente; extração da semente, seguida de lavagem em
peneira, para retirada de partes aderidas, e posterior secagem ou retirada parcial da polpa e
amontoa das sementes, seguida de uma leve fermentação, a qual virá a auxiliar a retirada da
polpa aderida. Após a extração das sementes, faz-se uma seleção, visando conferir às plantas
na sementeira o máximo de uniformidade. Esta seleção pode ser feita com base no tamanho ou
peso, podendo-se dividir o total de sementes em lotes, que serão semeados separadamente.
Embora seja recomendável que o intervalo entre a extração e a semeadura seja o menor possível,
em certas situações pode ser necessário o armazenamento das sementes. Para tanto, utilizam-
se, normalmente, condições de baixa temperatura e baixa umidade. A viabilidade das sementes
após o armazenamento é resultante das condições em que o armazenamento foi efetuado, da
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Propagação vegetativa
Estaquia
Dentre os métodos de propagação utilizados na produção de mudas, a estaquia é o que tem sido
amplamente utilizado em fruticultura, porém o seu sucesso é variável, dependente de uma série de
fatores de natureza genética ou ambiental. De acordo com Murata et al. (2002), o método de
estaquia apresenta vantagens como maior uniformidade das plantas no pomar, maior facilidade e
formação de grande quantidade de mudas, num curto espaço de tempo, com baixo custo e fácil
execução.
O termo estaquia é usado para designar o processo de propagação no qual ocorre indução do
enraizamento adventício em segmentos destacados da planta mãe, que em condições favoráveis,
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originam uma nova planta. O termo estaca é utilizado para denominar qualquer segmento de uma
planta, com pelo menos uma gema vegetativa, capaz de originar uma nova planta, podendo haver
estacas de ramos, raízes e folhas (Fachinello et al., 2005). A estaquia é um processo de propagação
altamente desejável, notadamente pelo fato de as plantas originadas de propagação altamente
desejável, notadamente pelo fato de as plantas originadas serem idênticas entre si e à planta matriz
(clones), além de simples, rápido e não requerer técnicas especiais como no caso da enxertia, em
que pode haver problemas de incompatibilidade entre o porta-enxerto (cavalo) e o enxerto
(cavaleiro).
A estaquia é preferida por possibilitar um maior rendimento no número de mudas obtidas e
conseqüentes reduções dos custos. Entretanto, pode propiciar a transmissão de doenças,
especialmente as viróticas, permitir variações nas características devido à mutação de gemas e,
principalmente, aumentar os riscos de danos nas plantas devido a problemas climáticos ou
fitossanitários, já que não existe desuniformidade das plantas (Fachinello et al., 2005). O sucesso
de sua utilização é variável devido a uma série de fatores, quer sejam de natureza genética ou
ambiental, necessitando-se de estudos mais aprofundados para cada espécie.
Alguns fatores podem influenciar a propagação por estaquia, entre eles a posição da estaca no
ramo, pelo grau de lignificação, quantidade de reservas e diferenciação dos tecidos, o tipo de
substrato, pelas suas características químicas e físicas, o genótipo, as condições fisiológicas da
planta matriz e as condições ambientais, além dos resultados poderem ser melhorados com um
tratamento prévio das estacas com produtos químicos, como os reguladores de crescimento
(Hartmann et al., 2002).
As estacas caulinares podem ser herbáceas (Figura 9), lenhosas ou semilenhosas, o que varia em
função do local de coleta e do tipo de planta. Dentre os tipos de caule, o que possui maior
capacidade de enraizamento é o herbáceo, e quanto mais herbácea e nova for a estaca, maior será
sua capacidade de enraizamento.
Para realizar a estaquia, corta-se um ramo novo, de 7 a 15 cm de comprimento, retirandose as
folhas da metade inferior e cortando-se o restante das folhas pela metade. O corte da base deverá
ser feito em forma de bisel (cunha), para facilitar o enraizamento. Após a preparação da estaca,
promove-se a estaquia em recipiente ou sementeira em local adequado (Wedling et al., 2006).
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O sucesso do processo de enraizamento está relacionado a diversos fatores externos, tais como a
época do ano em que a estaquia é realizada, tipo e concentração do regulador de crescimento,
substrato utilizado, temperatura do meio, além da temperatura e umidade do ambiente.
O momento durante o dia em que as estacas são coletadas da planta matriz pode influenciar na
resposta do enraizamento. Recomendam-se as primeiras horas da manhã ou à noite, quando a
planta não se encontra com deficiência hídrica, o que diminuirá a mortalidade das estacas
decorrente da maior perda de água. Deve-se observar a cultivar ou a espécie a ser propagada, o
tempo de formação de raízes, a necessidade de utilização de fitorreguladores e os procedimentos
desde a coleta até o momento da regeneração das raízes (Ono e Rodrigues, 1996).
Para as estacas de difícil enraizamento recomenda-se a nebulização intermitente, que mantém
sobre as folhas uma película de água que tende a reduzir a temperatura do ar e a taxa de
transpiração, além da manutenção das estacas em locais com luminosidade mediana em
temperatura ambiente entre 15 e 25 °C, geralmente ripados ou coberturas de polietileno, câmaras
total ou parcialmente fechadas (Hartmann et al., 2002).
O período de coleta das estacas pode ter um papel importante na capacidade de enraiza mento.
As estacas coletadas em um período de crescimento vegetativo intenso (primavera/verão)
apresentam-se mais herbáceas, ao contrário, as colhidas em um período de repouso vegetativo ou
de dormência (inverno) apresentam-se mais lignificadas e de um modo geral tendem a enraizar
menos. Por outro lado, estacas menos lignificadas (herbáceas e semilenhosas) são mais propícias
à desidratação e à morte.
O período e posição de coleta, juvenilidade, estiolamento, presença de folhas e gemas, idade da
planta matriz e fatores do ambiente como disponibilidade de água, incidência luminosa e substrato
também são fatores que influenciam o enraizamento de estacas (Pasqual et al., 2001; Hartmann et
al., 2002).
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A concentração utilizada varia de acordo com a espécie estudada, podendo ser de 20 a 10.000 mg
L-1, sendo as maiores concentrações utilizadas para estacas de difícil enraizamento. Pode ser
utilizado na forma de pó, de solução diluída ou de solução concentrada. O método mais empregado,
na aplicação exógena do AIB, é em forma de solução diluída, seja pela sua uniformidade de
tratamento ou pelo seu baixo risco fitotóxico, embora apresente a desvantagem de perder sua
atividade em pouco tempo.
Para o tratamento com o regulador na forma líquida, deve-se imergir cerca de 2,5 a 3 cm da base
das estacas na solução, por um tempo que varia de alguns segundos (estacas herbáceas) a alguns
minutos (estacas lenhosas), possibilitando a penetração do regulador. Após a imersão das estacas
estas devem ser colocadas nos recipientes ou canteiros de enraizamento (Wedling et al., 2006).
Existem no mercado reguladores de crescimento conhecidos como “enraizadores” prontos para o
uso, em concentrações definidas, na forma de ácidos ou sais em pó, como:
Hormex®, Rootone®, Hormodin®, Seradix® etc (Zecca, 2009).
Enxertia
A enxertia é uma forma de propagação na qual se colocam em contato duas porções de tecido
vegetal, de tal forma que se unam e se desenvolvam, dando origem a uma nova planta. É obtida
por meio da união entre duas plantas (enxerto ou cavaleiro/garfo e porta enxerto ou cavalo). O
enxerto é sempre representado por uma parte da planta que se pretende propagar e é responsável
pela formação da parte aérea da planta, enquanto o porta enxerto é o que recebe o enxerto, sendo
responsável pelo sistema radicular, e geralmente é uma planta jovem, com ótimo crescimento,
proveniente de sementes ou de estacas, vigo roso e resistente a pragas e doenças.
A enxertia é um método de propagação muito utilizado em espécies frutíferas. Entretanto, para que
seja viável, devem-se observar alguns fatores importantes na sua execução como: uso de espécies
da mesma família ou gênero para que não ocorra incompatibilidade, a época de realização que
depende da espécie e do tipo de enxerto utilizado, promover uma união e junção perfeita das
cascas (câmbio com câmbio), tipo de enxertia (variável em função da planta envolvida), a
experiência e cuidados do enxertador.
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Durante o processo de enxertia, deve-se tomar cuidado para que os enxertos não ressequem,
deixando-os imersos em água limpa ou panos úmidos. As operações devem ser realizadas
rapidamente, com um único corte, evitando o acúmulo de resíduos na lâmina. A amarração é feita
ao longo de todo o comprimento de união, certificando-se de que não haja deslocamento das partes
envolvidas. Para fazer a junção do ponto de enxertia é recomendável o uso da fita de enxertia
(polietileno de 1,2 cm de largura), de fácil uso e custo barato, além de ser elástica e evitar o
ressecamento da parte enxertada.
Após 20 a 40 dias da enxertia, dependendo das condições locais e da espécie, retira-se o fitilho e
faz-se a poda dos ramos do porta enxerto para promover a dominância apical no enxerto, deixando-
se somente a brotação que pegou se desenvolver (Wedling et al., 2006). Os principais
equipamentos utilizados no processo da enxertia são: canivete, tesoura de poda, barbante,
máquina de enxertar, pedra de afiar, fitas, filme de PVC, etiquetas, produtos para desinfestação,
geralmente o hipoclorito de sódio (água sanitária a 1,5 e 2,0%). A enxertia pode ser classificada em
vários tipos, sendo que as mais utilizadas são: borbulhia, garfagem e encostia (Figura 09).
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Borbulhia
É o processo que consiste na justaposição de uma única gema sobre um porta enxerto enraizado.
A época de enxertia, para esse tipo de multiplicação, é de primavera-verão, quando os vegetais se
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A borbulhia em placa ou em janela é feita retirando-se a borbulha do garfo mediante duas incisões
transversais e duas longitudinais no ramo, de modo a obter um escudo idêntico à parte retirada do
cavalo (Simão, 1998). Em seguida a borbulha é colocada no retângulo vazio e deve ficar
inteiramente em contato com os tecidos do porta enxerto. A seguir o enxerto é amarrado (Figuras
11 e 12 ).
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Como vários fatores estão envolvidos, o custo da muda apresenta uma grande variação em função
das características do viveiro a ser instalado. Em termos médios, considerando-se um viveiro com
capacidade de produção de 30 mil mudas por ano, no Rio Grande do Sul, uma distribuição de 25
mudas/m2 e 250 porta-enxertos/m2, amortização das instalações e equipamentos em cinco anos
e perdas anuais de 10%, o custo da muda é de aproximadamente R$ 3,00 (US$ 1,20). Após a
amortização das instalações e dos equipamentos, o custo assume valores próximos a R$ 2,40
(US$ 0,96).
•Adequação à nova feição do agronegócio Brasileiro (a Lei 6.507/77, possuía quase 30 anos);
•Harmonização com acordos internacionais (Mercosul, OMC,FMI, etc);
Certificado de Proteção
•Bem móvel para todos os efeitos legais e única forma de proteção de cultivares e de direito que
poderá obstar a livre utilização de plantas ou de suas partes de reprodução ou de multiplicação
vegetativa no país.
•LEI DE PATENTES
•LEI DE BIOSSEGURANÇA
COMPETÊNCIAS
COMPETE AO MAPA:
Promover, coordenar, normatizar, supervisionar, auditar e fiscalizar as ações decorrentes desta Lei
e de seu regulamento.
COMPETÊNCIAS
UTILIZAÇÃO
Compete ao MAPA orientar a utilização de sementes e mudas no país e evitar o uso indevido de
sementes e mudas que venham causar prejuízos à agricultura nacional, conforme estabelecido na
regulamentação da lei.
•O transporte das sementes ou mudas reservadas para uso próprio, entre propriedades do mesmo
usuário, somente poderá ser feito com autorização do MAPA
•Todo produto passível de ser utilizado como material de propagação fica sujeito às disposições
previstas neste decreto e atos complementares, quando desacompanhada de NF que comprove
sua destinação ao consumo humano, animal ou industrial.
UTILIZAÇÃO
•Toda pessoa que utilize sementes ou mudas, com finalidade de semeadura ou plantio deverá
adquiri-las de produtor ou comerciante inscrito no RENASEM.
•O usuário poderá a cada safra, reservar parte de sua produção, como sementes e mudas para uso
próprio.
•Compete ao MAPA orientar a utilização de sementes e mudas no país e evitar o uso indevido de
sementes e mudas que venham causar prejuízos à agricultura nacional, conforme estabelecido na
regulamentação da lei.
•Toda pessoa que utilize sementes ou mudas, com finalidade de semeadura ou plantio deverá
adquiri-las de produtor ou comerciante inscrito no RENASEM.
O usuário poderá, a cada safra, reservar parte de sua produção, como sementes e mudas para uso
próprio.
☺ser utilizado somente em sua propriedade e estar em quantidade compatível com a área a ser
plantada na safra seguinte;
☺Ser proveniente de áreas inscritas no Mapa, quando se tratar de cultivares protegida;
PRODUÇAO
(Sistema de Produção)
•As Sementes e mudas deverão ser produzidas no País de acordo com o “SISTEMA DE
PRODUÇÃO DE SEMENTES E MUDAS”.
•Dentro do sistema de produção de sementes é facultado a produção no PROCESSO DE
CERTIFICAÇÃO
•As Sementes e mudas deverão ser identificadas com a denominação: “Semente de”ou “muda
de”acrescida do nome comum da espécie.
•As Sementes e mudas produzidas sob o processo de certificação serão identificadas com a
denominação: “Semente Certificada(ou a categoria correspondente)de”ou “muda certificada
de”acrescida do nome comum da espécie.
PRODUÇÃO(Categorias de sementes)
SEMENTE GENÉTICA
SEMENTE BÁSICA
SEMENTE CERTIFICADA 1 (C1)
SEMENTE CERTIFICADA 2 (C2)
SEMENTE (S1)
SEMENTE (S1)
PRODUÇÃO
(Categorias de Mudas)
PLANTA BÁSICA
PLANTA MATRIZ
MUDA CERTIFICADA
MUDA
Certificação de Mudas
Obtenção de Categorias
PRODUÇÃO
(Limite de gerações)
•Estabelece o limite de uma geração para propagação das categorias de sementes básica,
certificada de primeira geração e certificada de segunda geração.
•As sementes ou mudas não certificadas, com origem genética comprovada terão sua produção,
limitada ao máximo de duas gerações, condicionada à prévia inscrição dos campos e ao
atendimento às normas e aos padrões estabelecidos.
Agronegócio – Horticultura (Fruticultura, Olericultura e Floricultura 282
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A produção de sementes ou mudas não certificadas poderá ser feita sem a comprovação de
origem genética exclusivamente, quando não se tenha disponibilizado semente genética, para a
respectiva espécie.”falta pesquisa”.
PRODUÇÃO(Inscrição de campo)
Certificada de Segunda Geração -C2, bem como de semente não certificada, fica condicionada à
prévia inscrição dos campos no Ministério da Agricultura e do Abastecimento, obedecidas as
normas e os padrões pertinentes.
CERTIFICAÇÃO
Será facultado ao produtor de sementes e de mudas, pessoa ou jurídica, desde que credenciado
pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, acumular a atividade de certificador de
sua própria produção.
ANÁLISE DE SEMENTES
COMÉRCIO INTERNO
Cultivares.
Isentas–pesquisa, de ensaios de Valor de Cultivo e uso ou de reexportação.
EXPORTAÇÃO
IMPORTAÇÃO:
Comercio Interno
☺Quando em trânsito por outras unidades federativas que não sejam a destinatária, a fiscalização
é privativa do Mapa.
☺Compete à fiscalização do comércio estadual de sementes ou mudas verificar a comprovação de
destino, mediante nota fiscal e, quando for o caso, a Permissão de Trânsito Vegetal.
☺Ao entrar na área de jurisdição da unidade federativa destinatária, a semente ou a muda passará
a ser fiscalizada pelo órgão competente desta unidade.
☺Atendimentos aos padrões de identidade e qualidade.
FISCALIZAÇÃO
Conceitos
Sistema de Produção
Responsabilidades
Normas e Padrões
ESPECIES FLORESTAIS
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁRICA
Terra adorada,
Entre outras mil,
És tu, Brasil,
Ó Pátria amada!
Dos filhos deste solo és mãe gentil,
Pátria amada, Brasil!