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WATY, Teodoro Andrade. Direito Economico, W&W editora, Lda. Maputo, 2009.
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FRANCO, António L. Sousa. Noções de Direito de Economia, AAFDL, Lisboa,1983 vol. I
A Constituição económica e ordem jurídica económica
A constituição económica é, pois, necessariamente menos ampla do que a ordem jurídica da
economia visto que não inclui todos as suas normas e principio, mas apenas as normas e
princípios fundamentais.
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Santos A. Goncalves. Marques. Direitos económicos: 6 ed. Almeida. Coimbra Portugal. 2013 pp 35
A Constituição Económica na historia das constituições Moçambicanas
Moçambique, foi a constituição de 1990 que pela primeira vez consagrou preceitos relativos a
organização economia, social e fiscal e com eles princípios gerais, visto que o texto
constitucional (o primeiro) de 1975 não os trazia.
O modelo corporativo contido na constituição de 1990 caraterizava-se pela abertura da economia
do mercado, a Constituição económica de 1990 prolongava-se em matéria de organização
económica, sistema financeiro e fiscal.
A tentativa de modernização da constituição adopta-se uma nova constituição (a de 2004)
embora a constituição de 1990 em todo o seu conteúdo essencial se tenha mantido na de 2004,
existe um elemento distintivo identificador que não esta propriamente nos textos. Depois dessa
concepção de 2004, surge uma novo constituição (a de 2018) que na parte da constituição
económica manteve os mesmos preceitos da constituição económica de 2004.
Os regimes económicos
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CRM 2018
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Designa-se por regimes económicos, as formas diversas como no âmbito de cada sistema o
poder máximo (se articula com uma realidade económica). A caracterização do regime
económico e uma moldura explicativa dos princípios da intervenção do Estado e da sua atuação
financeira, tanto no plano das ideologias inspiradoras como no das instituições de
enquadramento. Ela refere se, naturalmente, a uma articulação complexa, que transcende em
muito o mero domínio jurídico, mas simultaneamente o determina, na parte em que a ordenação
económica visa configurar ou disciplinar certas regras ou critérios de intervenção, e por ele e
determinado, na medida em que cada regime “se exprime” através da ordenação económica (e da
sua parte fundamental que é a constituição económica).
A noção do regime não se esgota, quer no parecer, na forma politica do poder, mas inclui as
demais formas de poder: os poderes sociais (sindicais, patronais), aos próprios poderes
económicos, formas de dominação com estrutura e caracter essencialmente económico: tanto nas
relações entre si (por exemplo o principio da subordinação do poder económico ao poder
politico), como nas respetivas relações com a realidade económica em qualquer das suas
expressões (mercado, plano, empresa,).
E ela tem que ver ainda com a articulação entre poderes económicos nacionais e os poderes
económicos externos, quer estrangeiros, quer multinacionais (de entidades privadas com
influencia e ação internacionais), quer internacionais (de entidades publicas propriamente de
essencial internacional). A natureza multiforme da noção do regime económico parece-nos
importante, designadamente para interpretar o ordenamento jurídico fundamental da economia.
Assim, nos tempos recentes, se considerarmos apenas as relações entre poder politico e atividade
económica geral, diversos regimes económicos se figurarão no mundo ocidental: abstencionismo
liberal, o intervencionismo corretivo, o dirigismo económico (quer socializante, quer de
inspiração tecno-burocrática) o corporativismo económico e a economia mista de concertação
social.
A caracterização destes modelos de regime que não esta aqui em causa, parece-nos que pode
subsumir-se, ao menos em sentido amplo, na ideia geral de sistema. Por isso, a determinação dos
elementos jurídicos do sistema pode entender-se que inclui, ao menos no essencial, a
caracterização ideológica e jurídico-institucional do regime económico. Ela ade ser tida em
conta, todavia, para caracterizar as diferentes constituições económicas.
Politica económica
A Constituição da Republica de Moçambique, no numero 1 do artigo 96, diz que a politica
económica do estado é dirigida a construção das bases fundamentais do desenvolvimento, a
melhoria das condições de vida do povo, ao e reforço da soberania do Estado e a consolidação da
unidade nacional, através da participação dos cidadãos, bem como da utilização eficiente do
recurso matérias e humano.
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Franco. Antonio. Nocoes de Direito da Economia. Vol. I pp 94 e 142
Sistemas económicos
1. O sistema económico
O sistema é, em Marx designado por um modo de produção, entendido como conjunto formado
pelas forcas produtivas sociais dotados de certa técnica que e a infraestrutura da sociedade e as
relações sociais de produção a elas ligadas cujo centro de organização e um dado tipo de
propriedade depois meios de produção. Também ai Marx vai explicando pela contradição
diatética entre a técnica de produção e a propriedade dos meios de produção, a sucessão dos
diversos modos de produção: sistema capitalista e socialista.
2. Sistema Capitalista
É ele o mais antigo sistema da sociedade industrial, e oque ainda hoje parece vigorar, sem entrar
agora na polemica politica a tal respeito as vezes apenas nominal.
Podemos recorrem para a caracterização sistematicamente as três tracos fundamentais de
Sombart:
1. Um certo numero de instituições juridicosociais típicas: o mercado, a empresa e o capital,
a iniciativae a propriedade privadas;
2. Uma técnica evoluída e dinâmica na producao;
3. Um mobil típico das actividades económicas, designadamente das produtivas; espirito de
ganho, em especial na forma de lucro.
As instituições económicas do capitalismo são o mercado, o capital e a empresa. E curioso nota,
Porem que as mesmas instituições transitam para as economias socialistas, embora então
ingressem num regime de apropriação social (publica do estado ou colectiva de outros grupos
sociais, sob forma colectiva).
Do mesmo passo, certo numero de liberadades (que não podem ser objecto de uma analise
meramente jurídica, mas não deixam de ter uma expressão no ordenamento positivo)
caracterizam o sistema, nos seus quadros essenciais do comportamente.
As “ instituições_quadro” típicas do capitalismo, no plano jurídico, assentam basicamente em
dois princípios: o da prioridade privada e o da liberade, designadamente de iniciativa privada.
Ambos são entendidos de forma individualista: a integração da actividade economica em
instituições de teor individualista caracteriza o sistema capitalista, típico das sociedades de tipo
europeu apos os descobrimentos.
As leis e princípios económicos fundamentais de um sistema capitalista são informados pela
ideia de que a liberade economica e a melhor forma de realizar progresso e o bem estar
económicos. Eles concretizam-se em mecanismos que permitam assegurar a cada sujeito, e ao
conjunto de todos eles formam, o máximo bem estar possível, mecanismos esses que
funcionando em termos de mercado, realizam a destribuicao dos recursos económicos da
sociedade de livres realcoes entre os seus componentes. E pois essencial o principio de mercado,
com um mínimo de limitações externas, e a generalização da moeda e do comercio como
intermediário das transações, que condiciona o funcionamento generalizado e dinâmico do
mercado. Ambos mercado e moeda constituem as fundamentais instituições de ajustamento ou
regulação dos mecanismos económicos, completadas, no domínio jurídico pelo contratualismo e
pelo voluntarismo (orincipio da autonomia da vontade individual);
Tipos e formas de Capitalismo
São três fases e tipos históricos e principais no sistema capitalista:
O capitalismo nascente, ou pre-capitalismo, ou comercial e financeiro;
Capitalismo industrial;
Capitalismo de maturidade ‘tardio, social ou amadurecido’.
O pré-capitalismo cortresponde a uma primeira fase de evolução, em que os tracos do
capitalismo comecam a nascer nas sociedades de economia urbana da europa. Ele vai do
seculo XV ao seculoXIX (ou começo do seculo XIX) caracteriza_se o aparecimento da
mentalidade, das instituições e praticas capitalistas, sobretudo nas cidades de centro e norte
da europa, mas sem que o artesanato se tivesse ainda transformado em industria moderna e
assumindo o lugar dominante na estrutura produtiva.
A actividade manufatureira e agrícola característica da economia urbana vai se sobrepondo a
actividade comercial, tanto dentro da europa (por terra ou por via fluvial: Reno-Ródano,
sobretudo), como nas costas da europa (da Flandris aos portos da Italia), como, depois dos
decobrimentos, com as novas descobertas. O comercio gera novas instituições e prtaticas,
desenvolve e generaliza a mentalidade capitalista; os Estados nacionais asseguram uma
estabilidade social que da segurança as actividades económicas e permite o progresso social e
politico.
O capitalismo industrial com a revolução industrial ocorrida primeiro na Inglaterra e na
América do norte, na segunda metade do seculo XIX, introduz- se uma mais profunda
transformação nas técnicas de produção. Nota-se a maquina a vapor o tear mecânico e
profunda transformação da tenicna de fiação e da tecelagem representam o começo de um
processo de lançamento dos transportes, comunicações e das industrias modernas, que os
torna actividades predominantes nos pais mais desenvolvido. Os capitais resultantes de uma
agricultura prosperam e do comercio aplicam- se em estabelecimentos industriais cada vez
mecanizado (maquinofactura vai substituindo a manufactura), cada vez mais equipado em
capitais e com menor utilização do trabalho (ao ponto de haver quem pensa- se que o fim do
sistema resultaria do seu excesso de mecanização, gerador de desemprego). Já no seculo XX
devia a descoberta dos computadores e novas tecnologias industrias consistir ainda na criação
de meios de capitais que visam substituir ou completar a sua capacidade de concepcao e
intelectual
4. Os Sistemas socialistas
I. Ideia geral, os sistemas socialistas contemporâneos caracterizam-se essencialmente
por 3 traços: a apropriação publica dos meios de produção com desaparecimento
tendencial da iniciativa privada capitalista e gestão da economia. A actividade
economia subordinada ao plano e subtraída, em principio as leis do mercado.
Motivações ideias de igualdade, solidariedade social, disciplina e bem-estar colectivo.
Hoje os socialismo é uma palavra apta a para designar um sistema económico concreto, como
orientações doutrinarias muito variadas inseridas no sistema capitalista. Neste ultimo caso,
ainda é possível entende-lo de diversas formas.
O socialismo marxista tendente a criar, por via reformista (socialismo democrático, por
exemplo na Franca) ou revolucionaria ( comunismo em sentido corrente), um sistema
colectivista ou comunista.
Defesas de outros modelos sociedade que não se identificam nem com o capitalismo nem
com o socialismo, (embora, por não haverem tido a efetivação pratica não correspondam
hoje a verdadeiros sistemas concretos), designadamente em sociedade arcaicas do ”
Terceiro Mundo”.
Orientações (intervencionistas ou dirigistas) tendentes há reduzir as desigualdade socias
na repartição daa riqueza, no acesso a cultura e outro bens de espirito, na participação
politica, economia e social ( social-democracia, socialismos democráticos).
Características do socialismo.
O socialismo em todas suas crenças é inspirado por três ideias fundamentais:
1. a ideia de que não basta a liberdade para construção uma sociedade onde todos os
homens sejam por igual dignos: é necessário para isso a igualdade.
2. A ideia de que a decisão colectiva deve prevalecer sobre a decisão individual, a
solidariedade sobre o individualismo. Sejam elas do Estados, das cooperativas e
sindicatos ou das comunidades de base, a decisão colectiva e a propriedade social ou
publica. Corresponderam a um estádio de maior dignidade da pessoa ou de maior
realização do poder das mesmas. (consoante se trate de um socialismo humanista ou
massificador – totalitário), com predonomio, ao menos tendencial, das formas socias
e estatais de propriedade e organização sobre as puramente privadas.
3. A ideia de que os trabalhadores (e\ou todos os demais trabalhadores produtores)
devem assumir um papel de condução no processo económico, ao invés do
capitalismo em que tal papel cabia aos proprietários e capitalistas.
Conclusão
Depois de uma profunda investigação uma minuciosa avaliação concluímos que o problema da
Constituição económica, como problema jurídico especifico, acompanha o desenvolvimento da
regulação politica das economias de mercado, na passagem do capitalismo concorrencial ao
capitalismo organizado (ou capitalismo oligopolista).
Contudo, uma relativa ausência de normas económicas nas constituições liberais no seculo XIX
não significou a inexistência de uma constituição económica. Primeiro, porque mesmo nessas
constituições encontramos normas com incidência direita ou indireita, na ordem económica (por
exemplo, a consagração do direito de propriedade e liberdade de comercio e industria): segundo,
porque a relativa ignorância de outros aspectos da vida económica tem um significado jurídico e
económico, refletindo um modelo onde o Estado se demite, em geral, por uma açcão correctiva
na economia, aceitando e garantindo, como principio da revolução económica quase exclusivo a
propriedade privada a livre concorrência e liberdade contratual. Foi a constituição de Weimar a
primeira a introduzir uma secção especialmente dedicada ao enquadramento da vida económica,
embora com as constituições anteriores, como a lei fundamental soviética de 1919 e a
constituição mexicana de 1917 convencem já uma ordem económica explicita.
Bibliografia