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UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA

NÚCLEO DE CIÊNCIAS HUMANAS


DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO SENSU EM
EDUCAÇÃO

O ENSINO MÉDIO PRESENCIAL COM MEDIAÇÃO TECNOLÓGICA


IMPLANTADA NA ZONA RURAL DE DIFÍCIL ACESSO NO VALE DO JAMARI –
RONDÔNIA: INOVAÇÃO, IMPACTOS E REALIDADE.

Projeto de pesquisa apresentado como requisito


parcial para seleção do Mestrado Acadêmico em
Educação do Programa de Pós-Graduação Stricto
Sensu da Universidade Federal de Rondônia.
Linha de Pesquisa: Política e Gestão
Educacional.

ARIQUEMES – RO
MAIO/2018
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1 – INTRODUÇÃO

O contexto histórico educacional e de políticas públicas no decorrer


do século XXI, especificamente na última década, no panorama do Ensino médio,
etapa final da educação básica, vem sido redefinido estratégias pedagógicas
educacionais que reestrutura o ensino visando à integração e concomitância com o
Ensino Profissionalizante para oportunizar a inserção do jovem no mundo do
trabalho, continuidade dos estudos e o exercício da cidadania para este público alvo.
No Estado de Rondônia foi implantado o Projeto de Ensino Médio com Mediação
Tecnológica, tendo como base legal a LDB n.9.394/96, a Lei n. 3.346, de 4 de julho
de 2016 que institui o funcionamento do Projeto e o Decreto n.1.166-CEE/RO e
sendo estabelecido a regulamentação que prevê a Lei, bem como a Matriz
curricular por meio da Portaria N. 680/2016-GAB/SEDUC, de 08/03/2016 nas
escolas da rede pública estadual.
De acordo com a Lei nº 3.346/2016 a implantação da Mediação Tecnológica
tem objetivo de atingir o ensino aos estudantes que residem na zona rural, cujas
localidades são de difícil acesso, com demanda reprimida ou em localidades onde
houver carência de profissionais habilitados.
A princípio a proposta demandou em protesto, nas comunidades locais de
implantação, de alguns Representantes do SINTERO, membros do grupo de
pesquisa HISTEDBR da Universidade Federal de Rondônia e o MP, alegando
imposição, violação de isonomia, igualdade de condições para o acesso do aluno do
ensino médio do campo e sua permanência na escola, os direitos dos alunos com
deficiência, com base nos princípios e direitos consolidados na Constituição Federal,
na LDBN 9.394/96, no Plano Nacional de Educação (Lei 13.005/2014) e nos demais
documentos normativos que regem as políticas educacionais, citado também pelo
representante do SINTERO como um retrocesso educacional, no entanto não teve
argumentações fundamentadas que vedasse a implantação do mesmo.
Diante deste contexto, a presente pesquisa surge do intuito de analisar,
através de dados obtidos no trabalho de campo, afrontado com o embasamento em
documentos orientadores e bibliográfico, quais são as expectativas dos estudantes
ingressos no ensino médio com ensino mediação tecnológico e os impactos e
desafios enfrentados para permanência neste processo de formação geral e
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profissional, que muitas vezes acabam sendo fatores determinantes para a não
permanência do aluno nesta etapa. O trabalho de campo, com abordagem
qualitativa, será desenvolvido nas escolas do vale do Jamari, tendo como objeto de
pesquisa os jovens, estudante no Ensino Médio com Mediação Tecnológica,
matriculados no 1º e 3º do Ensino Médio, nos anos letivos de 2017 e 2018.

2- PROBLEMA DE PESQUISA

A problemática do estudo surge de algumas evidências apresentadas no


IFRO/Campus Ariquemes. No início deste ano, o Campus recebeu 200 estudantes, ingressos
no 1º Ano dos Cursos Técnicos Integrados em Agropecuária, Alimentos e Manutenção e
Suporte em Informática. Ao findar o 1º semestre, detectou-se que aproximadamente 12%
desses alunos não estão mais na instituição, ou seja, solicitaram transferência para outra
instituição de ensino ou abandonaram o curso.
Diante dessa realidade e de outras situações presenciadas, urgem algumas indagações
que permearão o desenvolvimento da pesquisa, tais como: Quais os fatores e de que ordens
são determinantes para o ingresso e a permanência do aluno, filho de agricultor, no IFRO? De
que maneira tem sido feita a integração entre a formação geral e os eixos formativos no
desenvolvimento do processo pedagógico? Há políticas voltadas para a permanência do aluno
e de que forma são feitas as intervenções no IFRO/Campus Ariquemes?
Com base neste questionamento, este trabalho busca subsídios, dentro do contexto do
ensino técnico integrado ao ensino médio, para compreender as expectativas dos alunos,
filhos de agricultores e os desafios enfrentados no decorrer da sua formação.

3 OBJETIVOS

3.1 Objetivo Geral

Analisar a natureza conceitual e programática da mediação tecnológica, bem


como quais são as perspectivas do ensino, dos jovens, oriundos da zona rural, cujas
localidades são de difícil acesso, com demanda reprimida, ingressos no ensino
médio presencial com mediação tecnológica e os impactos, a inovação e o contexto
enfrentados pelos mesmos para a permanência no curso.
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3.2 Objetivos Específicos

- Conhecer, através de estudo dos documentos, a natureza conceitual e


programática da mediação tecnológica, mídia e mediadores;

- Alinhar e analisar as bases pedagógicas e o processo de ensino


aprendizagem do ensino médio presencial com mediação tecnológica e as demais
modalidades do ensino médio em conformidade com a base legal da educação.

- Reconhecer as expectativas, impactos e realidade apontados pelos


ingressos, jovens da zona rural, no ensino médio com mediação tecnológica e
contextualizá-los com a realidade apresentada.

4 JUSTIFICATIVA

No início do século XXI, no tocante a expansão da educação profissional, é inegável


que houve uma importante mudança na política educacionalque foi fortalecida com a
expansão da Rede Federal de Educação Profissional e Tecnológica, através da Lei nº 11.892,
de 29 de dezembro de 2008, que cria os Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia
em todo o país. Essas instituições de ensino surgem como uma proposta inovadora de
formação e, dentre as possibilidades que apresentam, está a revitalização da formação
profissional ainda no ensino médio que pode acontecer de forma integrada ou subsequente,
conforme preconiza a Lei de Diretrizes e bases da Educação Nacional – LDB nº 9394/96.

O ensino médio integrado, que será objeto de estudo desta pesquisa, apresenta-se
como proposta de articulação dos eixos: trabalho, ciência, cultura e tecnologia, visando a
formação integral do aluno. Desta forma, propõe a
superaçãodadualidadeestruturalexistenteentreeducaçãobásicaeeducaçãoprofissional, conforme
preconiza:

[...] um tipo de ensinomédio que garanta a integralidade da educação


básica, ou seja, que contemple o aprofundamento dos conhecimentos
científicos produzidos e acumulados historicamente pela sociedade,
como também objetivos adicionais de formação profissional numa
perspectiva da integração dessas dimensões (BRASIL, 2010, p. 18).

A atual Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, nº 9.394/1996, prevêa


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educação vinculada ao mundo do trabalho, sendo este, a primeira mediação entre o homem e
sua realidade material e social, ou seja, é bem mais que um meio de subsistência. É antes um
meio de inserção do homem como ator de uma sociedade, tendo importância para esta.
De acordo com o Documento base Educação Profissional Técnica de Nível Médio
Integrada ao Ensino,
[…] a relação indissociável entre trabalho, ciência, tecnologiae
cultura significa compreender o trabalho como princípio educativo,
que não significa “aprender fazendo”, nem é sinônimo de formar para
o exercício do trabalho. Considerar o trabalho como princípio
educativo equivale dizer que o ser humano é produtor de sua
realidade e, por isso, se apropria dela e pode transformá-la.(p.45).

Diante dessa nova configuração do ensino médio, abordar


aspolíticaseducacionaispara a formação profissional integrada a este exige um olhar sobre o
panorama educacional brasileiro e seus reflexos no contexto atual, perpassando os aspectos
políticos, econômicos e sociais, uma vez que a educação em si não acontece de forma
desarticulada da sociedade em que está inserida.
Levando em consideração os objetivos previstos para o ensino médio integrado de
forma concomitante, a formação geral e para o trabalho não pode acontecer de forma
desarticulada, conformeCiavatta (2004, p. 1) aponta:

Queremos tornar íntegro, inteiro o sujeito dividido pela divisão social


do trabalho, entre a ação de executar e a ação de pensar, dirigir ou
planejar. Queremos superar a redução da preparação para o trabalho
ao seu aspecto operacional, simplificado, escoimado dos
conhecimentos que estão na gênese científico-tecnológica e na
apropriação histórico-social.

Mediante essa proposta de reestruturação do sistema nacional de educação


profissional e tecnológica, o Estado de Rondônia foi uma das unidades da federação
abrangida pela expansão com a implantação do Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia de Rondônia – IFRO, que deu início às atividades ainda no 1º semestre de 2009.
Com a implantação do Campus Ariquemes, muitas famílias de agricultores passaram a
vislumbrar novas possibilidades para a formação de seus filhos. Desta forma, muitos
adolescentes do município e região passaram a almejar uma vaga nesta instituição em busca
não só da conclusão da educação básica, mas também pela possibilidade de formação técnica
que esta instituição oferece.
A seleção para ingresso nos cursos técnicos integrados é feita através do processo
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seletivo anual, com prova contendo questões de Língua Portuguesa e Matemática. No


Processo Seletivo Unificado do IFRO2014/1, foram disponibilizadas 200 vagas para o ensino
integrado no Campus Ariquemes, tendo um total de 635 inscritos, conforme especifica a
tabela abaixo:

Curso Nível/modalidade Total de Total de Nº alunos


vagas inscritos por vagas
Técnico em Ensino Médio Integral 80 366 4,6
Agropecuária Integrado
Técnico em Alimentos Ensino Médio Integral 40 86 2,1
Integrado
Técnico em Ensino Médio Integrado 80 183 2,3
Manutenção e Suporte
em Informática
Fonte: WWW.ifro.edu.br/psu2014/1

Embora o IFRO tenha tentado contemplar em seus processos seletivos algumas


desigualdades existentes, através do sistema de cotas, de acordo com a Lei nº 12.711 de
29/08/2012, o que se percebe na realidade é que essa tentativa de inclusão ainda não se
apresenta como igualitária aos filhos de agricultores que, apesar de terem acesso ao curso em
sua maioria amparado pelas cotas destinadas ao público menos favorecidas
socioeconomicamente e/ou oriundos de escolas públicas, muitos são traídos no decorrer do
processo, seja pela trajetória acadêmica anterior que não o permitiu ter acesso aos
conhecimentos científicos de forma igualitária e desejável, seja pela condição financeira de
seus familiares que muitas vezes necessitam da força do trabalho deste adolescente ou por
outros fatores que serão levantados do decorrer da pesquisa, o que tem refletido na não
permanência de muitos ingressos no curso. Esse fato pode ser constatado através dos dados
levantados junto às turmas de 1º Ano dos cursos técnicos integrados em Agropecuária,
Alimentos e Manutenção e Suporte em Informática, sobre o índice de evasão, abandono e/ou
transferência, já neste 1º semestre do ano letivo de 2014:
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1º Ano dos Cursos Integrados em Agropecuária, Alimentos e Manutençao e Suporte em


Informática
12%
Matrícula inicial : 200 alunos
Alunos frequentes
Abandono, evasão e/ou transferência

88%

Fonte: CRA/Campus Ariquemes, 2014.

Analisando o formulário de solicitação de transferência, dentre os motivos apontados


neste pelos alunos estão: “não estar conseguindo acompanhar a turma” (em termos de
conhecimentos); “as disciplinas do núcleo formativo são puxadas”; “a distância e a ausência
da família”; “não se adaptaram à nova carga horária” (aumento considerável da carga horária
diária, dos componente curriculares que exige muitas vezes que o aluno permaneça cerca de
11 horas diária longe de casa), entre outros.

De acordo com a política de permanência do aluno no IFRO, podemos encontrar:

As políticas de permanência do educando serão estruturadas para


possibilitar a inserção das camadas menos favorecidas da população
brasileira em um ensino profissional de qualidade sem permitir que
isto reflita na perda da excelência da Rede Federal. Para isso,
deveremos criar políticas de permanência do educando que atendam
as especificidades locais por meio da implantação de programas de
assistência estudantil. (PDI-IFRO 2009, p 32).

Observar a realidade escolar (Campus Ariquemes), analisar a relação estabelecida


pelos atores envolvidos no processo ensino-aprendizagem que vem se delineando e
consequentemente interferindo de forma positiva ou negativa nesta realidade, são fatores
emergentes para a intervenção e melhoria da qualidade do ensino ofertado. Nesse sentido,
faz-se pertinente e justifica-se a realização desta pesquisa, tendo em vista a necessidade de
compreender a política de implementação do ensino médio integrado ao ensino
técnicoquantoaoatendimento das expectativas apresentadas pelos ingressos, filhos de
trabalhadores rurais, identificando os desafios que permeiam este processo de formação.

A pesquisa tem como propósito ainda auxiliar a gestão, no que tange a formulação ou
reformulações de políticas educativas, além de servir também como fonte de referência no
desenvolvimento de futuras pesquisas nessa temática.
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5REFERENCIAL TEÓRICO

Para dar suporte à pesquisa, fundamentando a investigação e análise dos dados, o


referencial teórico será embasado, inicialmente, em autores que abordam o trabalho e a
educação. Nesse sentido, serão representantes dessas reflexões: Acácia Kuenzer,
DermevalSaviani, Gaudêncio Frigotto, Maria Ciavatta e MariseRamos.
A integração do ensino médio ao ensino técnico surge como propósito, no âmbito da
política de reformulação deste nível de ensino, voltando-se para a formação omnilateral na
educação que integre as dimensões fundamentais da vida na práxis social, se contrapondo à
escola dualista.
Remetemos o termo [integrar] ao seu sentido de completude, de
compreensão das partes no seu todo ou da unidade no diverso, de
tratar a educação como uma totalidade social, isto e, nas múltiplas
mediações históricas que concretizam os processos educativos [...].
Significa que buscamos enfocar o trabalho como principio educativo,
no sentido de superar a dicotomia trabalho manual/trabalho
intelectual, de incorporar a dimensão intelectual ao trabalho
produtivo, de formar trabalhadores capazes de atuar como dirigentes
e cidadãos. (CIAVATTA, 2005, p. 84).

Sobre a perspectiva de formação completa do sujeito, o ensino médio integrado à


educação profissional deverá formar, segundo Kuenzer (2005, p.50),

[…] um trabalhador de novotipo, ao mesmo tempo capaz de ser


político e produtivo, atuando intelectualmente e pensando
praticamente; um trabalhador crítico, criativo e autônomo intelectual e
eticamente, capaz de acompanhar as mudanças e educar-se
permanentemente.

Quanto aos motivos que podem justificar a opção dos filhos de agricultores
peloensinomédiointegrado, segundo Frigotto, 1996, p. 44, está a
“realidadeconjunturalmentedesfavorável, em
queosfilhosdostrabalhadoresprecisamobterumaprofissãoaindanonívelmédio,não podendo
adiaresteprojetoparao nível superiordeensino”. E prossegue: “os homensdeclasseoperária têm
desdecedonecessidadedotrabalhodeseusfilhos”.

Aorefletir sobreo sentidohistórico da educação aliada ao trabalhoatualmente, é


possível identificar que essa integração, na maioria das vezes, apresenta um
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desencontroentre seus propósitos e o fazer pedagógico que permeiam este processo. Para
realização desta pesquisa, parte-se do princípio que, o ensino médio integrado deve
propiciar uma formação geral, articulando ciência, cultura e tecnologia ao trabalho visto
como princípio educativo e não como uma forma de atender a necessidade de formação de
mão-de-obra para o mercado. Que essa integração exige não só políticas comprometidas
com a mudança social e local, mas romper paradigmas enraizados culturalmente, para que a
educação de qualidade seja assim privilégio de todos.

6METODOLOGIA

De acordo com Gil (2009, p. 17), “pode-se definir pesquisa como o procedimento
racional e sistemático que tem como objetivo proporcionar respostas aos problemas que são
propostos”.
Este trabalho caracteriza-se como uma pesquisa de campo que será IFRO Campus
Ariquemes, localizada na área rural do munícipio. Em relação ao conceito de pesquisa de
campo, Lakatos e Marconi (2008, p.69), afirmam:

Pesquisa de campo é aquela utilizada com o objetivo de conseguir


informações e/ou conhecimentos acerca de um problema para o qual se
procura uma resposta, ou de uma hipótese que se queira comprovar, ou
ainda, descobrir novos fenômenos ou as relações entre eles.

A proposta de trabalho apresentada insere-se em uma abordagem qualitativa, sob a


configuração de um estudo de caso. Pesquisar mediante uma abordagem qualitativa significa
procurar investigar uma realidade, a partir do que está explícito, ou conhecido para analisar o
que está implícito, e que causa a desarmonia nessa realidade.Ela, portanto, objetiva em
apresentar o porquê das interferências de tais fatores em uma determinada realidade.

6.1 Procedimentos metodológicos

O desenvolvimento do estudo será dividido em três fases: exploratória, coleta de


dados e análises dos dados.
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6.1.1 Fase exploratória

Neste primeiro momento acontece a pesquisa bibliográfica. Ela constitui a fase


exploratória, acerca do problema, fazendo o levantamento bibliográfico referente à temática,
elaborando fichamento para a construção do referencial teórico e fazendo uma análise
documental no que se referem à leis, decretos, resoluções, portarias, programas, projetos,
planos, pertinentes a temática.

6.1.2 Coleta de dados

Na segunda fase ocorre a coletas de dados. Ela será desenvolvida através da pesquisa
de campo com abordagem qualitativa, entre os meses de outubro de 2014 a maio de 2015,
aplicando como procedimento metodológico por amostragem (30% dos sujeitos da pesquisa),
utilizando como ferramentas: observação direta;entrevistas, questionárioscom questões
abertas e fechadas.

6.1.3 Análise de dados

A terceira fase consiste na análise dos dados coletados. Nesse momento retoma toda
a discussão inicial, sendo realizado um aprofundamento do referencial teórico e da realidade
investigada com o propósito de fazer apontamentos numa perspectiva crítica da realidade
investigada.

As variáveis que farão parte no levantamento de dados serão professores, equipe


gestora, pais ou responsáveis e alunos que estão envolvidos e/ou atendidos pelo ensino médio
integrado.

7CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO

PREVISÃO DAS AÇÕES PREVISÃO DE REALIZAÇÃO


Levantamento bibliográficoe fichamento. Setembro 2014 a fevereiro de 2015.
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Coleta de dados através da observação e registros Outubro de 2014 a maio de 2015.


pertinentes no IFRO Campus de Ariquemes.
Elaboração dos questionários e entrevistas. Junho e julho de 2015.
Aplicação dos questionários e realização das Agostoa novembro de 2015.
entrevistas com as famílias e alunos.
Tabulação dos dados obtidos nos questionários e Outubro a dezembro de 2015.
entrevistas.
Fevereiro a agosto de 2016.
Escrita da dissertação.
Setembrode 2016.
Defesa da dissertação.
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REFERÊNCIAS

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2.ed. São Paulo: Atlas, 1997.

BRASIL. Constituição: Federativa do Brasil. Brasília: Centro Gráfico, 1988.

______. Congresso nacional. Lei 13.005, 25 de junho de 2014. Brasília:


Presidência da república, Casa Civil, 2014.

______. Congresso nacional. Lei de Diretrizes e bases da Educação (Lei nº


9.394/96). Brasília: Centro Gráfico, 1996.

BRAGA, J. L. Circuitos versus campos sociais. In: MATTOS, M. A.; JANOTTI


JUNIOR, J.; JACKS, N. Mediação & Midiatização. Salvador: EDUFBA; Brasília:
Compós, 2012. p. 31-52.
______. Sobre “mediatização” como processo interacional de referência. 2006.
Disponível em: < http://www.compos.org.br/data/biblioteca_446.pdf>. Acesso em: 12
fev. 2015. HEPP,

A. As configurações comunicativas de mundos midiatizados: pesquisa da


midiatização na era da “mediação de tudo”. Matrizes, São Paulo, v. 8, n.1, p. 45-64,
jan./jun. 2014.

MARTÍN-BARBERO, J. A comunicação na educação. São Paulo: Contexto, 2014.


SODRÉ, M. Eticidade, campo comunicacional e midiatização. In: MORAES, D.
(Org.). Sociedade midiatizada. Rio de Janeiro: Mauad, 2006. p. 19-32.

GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2009.

MARCONI, M. A.; LAKATOS, E. M.. Técnicas de pesquisa: planejamento e execução de


pesquisas, amostras e técnicas de pesquisa, elaboração, análise e interpretação de dados. 7. ed.
São Paulo: Atlas, 2008.

Programa Um Computador por Aluno-PROUCA. Disponível em: Acesso em:


19/02/2012 – 13h40m Programa Nacional de Informática na Educação. Disponível
em: http://portal.mec.gov.br/index.php?
option=com_content&view=article&id=289&Itemid =356 Acesso em 19/02/2012 às
13h50m Projetor Multimídia ProInfo. Disponível em: Acesso em 19/02/2012 às
14h10m Internet Banda Larga nas Escolas. Disponível em: Acesso em

NETO, José; MELO, Luci; XIMENES, Maria. Processos Comunicacionais na


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Educação com Mediação Tecnológica no Estado do Amazonas. Disponível em:.

Aprovado pelo Conselho Estadual de Educação (CEE), o projeto foi implantado em


2016 para dois mil alunos do 1º ano do ensino médio em 85 escolas; atendendo em
2017 a 4.351 distribuídos em 217 turmas do 1º e 2º anos em 121 unidades
educacionais; e a partir de 2018 contempla 5.800 alunos dos três anos do ensino
médio com 291 turmas em 118 escolas. A primeira turma concluinte neste ano
receberá dois certificados, pois paralelamente, desde o 1º ano, tinha aulas sobre
cooperativismo.

O Projeto de Ensino Médio com Mediação Tecnológica tem como base legal a LDB
n.9.394/96. Foi estabelecido por meio da Portaria N. 680/2016-GAB/SEDUC, de
08/03/2016 nas escolas da rede pública do estado de Rondônia de ensino, visando a
concomitância com a Educação Profissional,  para oportunizar a inserção do jovem no
mundo do trabalho, continuidade dos estudos e o exercício da cidadania.
Em Rondônia, existe também o ensino médio com mediação tecnológica para indígenas
e já funciona nos municípios de Alta Floresta, Pimenta Bueno e Vilhena o Ensino
também chega Via satélite, em Guajará-Mirim, na fronteira Brasil-Bolívia, em áreas
distantes mais de 360 quilômetros de Porto Velho.
Sabemos que a Educação é um direito educacional subjetivo adquirido, sendo, portanto,
obrigação do estado promover o acesso e a permanência dos estudantes no espaço
escolar. Destaca-se que essa modalidade de ensino é contemplada pelo disposto no
artigo 28 e incisos da LDB/1996, que aduz que:
“[...] na oferta de Educação Básica para a população rural, os sistemas de ensino
promoverão as adaptações necessárias à sua adequação às peculiaridades da vida
rural e de cada região [...]”, com destaque para o inciso I: “[...] conteúdos curriculares e
metodologias apropriadas às reais necessidades e interesses dos alunos da zona rural”
e o inciso III: “[...] adequação à natureza do trabalho na zona rural” (BRASIL, 2013, p.
21).
O disposto legal embasa a iniciativa que foi tomada pelo governo de Rondônia,
destacando as especificidades naturais e sociais da região, utilizando-se de
procedimentos metodológicos que trabalham o currículo do Ensino Médio contemplando
a natureza da vida dos estudantes.
Assim sendo, o Governo de Rondônia por meio da Secretaria de Estado da
Educação/SEDUC, tem como meta a ampliação do ensino a distância para todo o
Estado,  universalizando  a mediação tecnológica, tendo em vista os excelentes
resultados que já estão sendo obtidos e a possibilidade de suprir a necessidade de
professores em regiões onde há carência destes profissionais
A mediação tecnológica é o que há de mais moderno no Brasil. Os Estados do  Piauí,
Bahia, Amazonas,  Alagoas e agora Rondônia têm a possibilidade de ter os melhores
professores ministrando aulas para milhares de salas espalhadas pelos seus  Estados
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em milhares de  municípios. As salas com a mediação têm um professor presencial e


aulas transmitidas das Capitais, capacitando assim melhor os alunos.
EM RONDÔNIA
Por meio de umaparceria firmada entre o Governo do Estado e IFRO - Instituto Federal
de Rondônia, que  disponibilizou o seu estúdio em Porto Velho para gravação das aulas,
estão sendocriados 176 polos de EaD em escolas estaduais, que vão possibilitar a
oferta, pelo IFRO e SEDUC, de até 22 mil vagas em cursos de nível médio e superior
para a população do Estado. A iniciativa também pretende levar a Educação Profissional
mediada por tecnologia a regiões de difícil acesso, como zonas rurais, áreas carentes e
áreas indígenas.
Com o objetivo é ofertar o Ensino Médio aos estudantes que concluem o Ensino
Fundamental e que necessitam continuar seus estudos em suas localidades de origem,
a implementação do Projeto atende também a demanda reprimida de estudantes que já
haviam concluído o Ensino Fundamental e que, por diversas razões, não puderam se
deslocar de suas comunidades rurais para os centros urbanos. Em Rondônia a
Mediação Tecnológica conta com o professor mediador o docente em estúdio,
notebooks, geradores e internet móvel.
Considero ainda que, nessa modalidade de ensino, a atuação do Professor Presencial
como mediador do processo educacional é de suma importância. Este profissional é o
responsável pela funcionalidade do Projeto e pela mediação tecnológica e pedagógica
no lócus de cada sala de aula. A ele cabe orientar e incentivar os alunos sobre o
cumprimento das normas pedagógicas e sobre as especificidades do cotidiano da sala
de aula nessa modalidade de ensino.
O esforço da Secretária de Estado da Educação de Rondônia Professora Fátima Gavioli
em implementar o Projeto Ensino Médio com Mediação Tecnológica com o propósito de
encurtar as distâncias geográficas do estado, e de superar as adversidades naturais,
regionais e sociais para garantir o direito constitucional aos estudantes do interior de
cursarem o Ensino Médio, será lembrado em um futuro bem próximo como um Projeto
inovador, que trouxe Educação de qualidade as mais distantes localidades deste
Estado, culminado com o bom desempenho de nossos alunos e universalizando a oferta
do Ensino Médio em Rondônia, resgatando assim a dívida histórica com a educação às
populações ribeirinhas e distantes dos grandes centros que, por muito tempo, ficaram
sem acesso a este nível de ensino. Em muitos casos estas populações estiveram
isoladas pela distância geográfica ou pela condição natural da região.
Gosto deste trecho da Secretária Fátima Gavioli, em artigo recente escrito onde ela
Escreve: "...Resta a todos os educadores de Rondônia somarem esforços para que
esse “filho” cresça, tenha vida longa e venha ser uma referência para o Brasil, assim
como o Amazonas foi para Rondônia. Demos o primeiro passo com o 1º ano. No
próximo ano, que venha o 2º ano e que em 2018 possamos, todos, vibrar com a
implantação definitiva do “Ensino Médio com Mediação Tecnológica” no 3º ano. Um
projeto que avançou além dos rios e floresta e uniu dois governos e seus povos em um
só objetivo!...", escreveu Fátima Gavioli.
Entendo que a educação não pode mais agir sobre estruturas estáveis e que não possui
o pretendido controle sobre o seu destino, precisa buscar novos espaços de legitimação
através de possibilidades múltiplas. Na atual sociedade, denominada sociedade do
conhecimento, não há lugar para uma instituição de ensino que unicamente reproduza
saberes e forme homens passivos, é necessário formar homens que saibam pensar e
agir com autonomia, usar a criatividade em um mundo cada vez mais exigente e
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competitivo. E, a familiaridade com o desenvolvimento da tecnologia vem a ser uma


exigência de sobrevivência, pois já afeta todas as esferas sociais.
Por isso, a utilização das tecnologias na educação pode ser uma resposta inovadora,
como recurso educativo capaz de contribuir para a integração plena de alunos na atual
sociedade. Pois, com a explosão das novas tecnologias no campo educacional surgem
novas formas de ensino, e dentre estas a Educação com Mediação Tecnológica.
José Carlos Paim
Professor e Jornalista
MTB Nº 1453/RO
Fonte: José Carlos Paim

Portaria N. 680/2016-GAB/SEDUC, de 08/03/2016

painelpolitico.com/rondonia-educacao-e-mediacao-tecnologica-por-francisco-xavier-
gomes/#.WvHg56Qvy1s

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