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UM ESTADISTA DO IMPÉRIO
NABUCO DE ARAUJO: SUA VIDA, SUAS OPINIÕES, SUA ÉPOCA
POR SEU FILHO JOAQUIM NABUCO
Divisão da Obra:
TOMOS (3) – LIVROS (6)– CAPÍTULOS (44)
iv. O 7 de Abril
Nesta parte, Joaquim Nabuco trata da abdicação de Dom Pedro I e dos anos da
Regência, fazendo um breve ensaio em que expõe suas ideias acerca do tema. Este é o
primeiro momento da obra em que o autor faz uma análise mais profunda do contexto da
época, referindo-se ao biografado apenas indiretamente.
Nabuco defende, ao longo de todo esse texto, a imagem da abdicação como um
“desquite amigável entre o Imperador e a nação”, ressaltando um suposto caráter liberal de
Dom Pedro I, que teria feito o esforço por apreço ao Brasil e por amor à sua filha, D. Maria da
Glória, cujo lugar no trono de Portugal deveria ser protegido.
Quando escreveu a biografia do pai, Joaquim Nabuco estava no que se conceituou
chamar de “segunda fase”1 de sua obra, a monarquista. Um Estadista do Império conseguiu
distinguir-se nesse período devido ao grande valor artístico e historiográfico da obra, que não
pode ser desmerecido por uma crítica que, naquele momento, pintava com tintas fortes a
posição política de Nabuco. Com exceção de Eunápio Deiró, para o Jornal do Commercio, os
1 “O pensamento de Joaquim Nabuco pode ser compreendido grosso modo como dividido em três períodos: o
abolicionista (década de 1880); o monarquista (década de 1890); e o panamericanista (década de 1900).”
(LYNCH, p. 277, 2011)
outros críticos relevaram o caráter monarquista da obra, tecendo comentários menos
agressivos a esse respeito. É importante destacar que a obra foi lançada antes de completada
uma década da Proclamação da República e que a efervescência política da época modificou
todos os ânimos.
Nesta, que talvez é a passagem mais criticada do primeiro tomo, Nabuco faz um
estudo interessante sobre as turbulências do período Regencial, que seria fruto do
desapontamento dos militares, dos exaltados, dos patriotas e da nação, já que o autor coloca
que esta última “[…] esperava do Imperador apenas uma troca de ministerio ou o abandono
de uma camarilha que lhe era suspeita” (p. 29). Um resumo do pensamento de Nabuco acerca
das Regências segue no trecho:
A fatalidade das revoluções é que sem os exaltados não é possível fazel-as e
com elles é impossivel governar. Cada revolução subentende uma lucta
posterior e alliança de um dos alliados, quasi sempre os exaltados, com os
vencidos. A irritação do Exaltados trará a ágitação federalista extrema, o
perigo separatista, que durante a Regencia ameaça o paiz do norte ao sul, a
anarchização das provincias. (p. 28)
Para este subcapítulo Nabuco utilizou, além do acervo de seu pai, cartas e anotações
dos Andradas ainda no exílio na Ilha das Cobras, textos de Theophilo Otoni e da Revista do
Instituto Histórico, diversos apontamentos, reminiscências, discursos e atas de interrogatório,
além do História do Brasil do Armitage e do A Independência, de Mello Moraes.
iii. A Conciliação
Estava assim, afinal, acabado o afastamento pessoal entre o Imperador e o
chefe mais poderoso dos conservadores desde a morte de Vasconcellos. O
programma do ministerio resumia-se n'uma palavra - conciliação. Pela
primeira vez depois de tantas perseguições um governo fazia solemnemente
da conciliação o seu compromisso ministerial. (p. 172)
Alguns de seus colegas, como Wanderley e Ferraz, julgaram a reforma como muito
profunda, quase uma revolução. Conseguira, porém, o apoio do presidente da Bahia, Saraiva,
e incluso alguns aceites do Imperador que foram retirados do texto discutido na Câmara
devido à posição do Senado.
O que ocorria era que a reforma proposta por Nabuco pretendia modificar a Lei de 3
de Dezembro de 1841 que, de acordo com o biógrafo, era um verdadeiro fetiche para os
conservadores, e que não havia sido reformada nem mesmo pelos liberais em 1844-1848 ou
por Eusebio de Queiroz, que preferia carretilhas a grandes propostas. Tanto conservadores
quanto liberais se opuseram às propostas do ministro da Justiça, visto que aqueles viam uma
entronização dos juízes de direito à revelia da máquina policial montada em 1841, e estes,
apesar de a favor de uma reforma, não a queriam de modo a reforçar o princípio da
autoridade, muito menos cerceando a liberdade da imprensa ao tirar dela o poder de juri.
Nabuco transcreve diversos discursos proferidos naquela sessão, em especial aqueles
em que seu pai defende a Reforma Judiciária, que acaba sendo sacrificada pelo Senado,
gerando inclusive boatos da saída de Nabuco de Araujo do ministério, o que não aconteceu.
Esse conflito resultou na missão Pedro Ferreira, que foi afugentada pelo governo
paraguaio. O almirante não reagiu, gerando descontentamento no gabinete, porém Nabuco
avalia que sua decisão foi a mais acertada, visto que ali o Império Brasileiro tinha ainda
menos condições de uma guerra com o Paraguai.
A situação com o governo Lopez ficou ainda mais complicada após este ter
modificado o acordo firmado em 1856 com uma série de regulamentos que dificultaram a
navegação e o comércio nas fronteiras:
Os regulamentos contrariam profundamente o gabinete, que faz seguir em
missão especial para Assumpção o conselheiro José Maria do Amaral,
ministro em Paraná. A attitude de Lopez não se modificou entretanto, de
modo que o ministerio ao retirar-se não deixava ainda em estado
satisfactorio as nossas relações com o Paraguay a respeito da liberdade
fluvial, que era o mais nos interessava por causa do Matto-Grosso. (p. 221)
De acordo com Nabuco, essa adesão não foi amplamente aceita, visto que muitos
acreditavam que o corso era o único recurso do Brasil em um eventual conflito com uma
potência naval, o gabinete, ao contrário, acreditava que a adesão era de fundamental
importância para as nações fracas e sem marinha de guerra.
5. Capítulo V: O tráfico e a escravidão
i. A lei de 5 de junho de 1854
Dando, de certa forma, prosseguimento aos assuntos internacionais durante o
ministério Paraná, Nabuco passa a narrar os acontecimentos que envolviam o tráfico e a
escravidão durante o período do governo do gabinete. O autor destacou o papel da Legação
Inglesa nesse âmbito, que sempre atuou de forma a fiscalizar o tráfico no Brasil com vistas às
leis de 7 de novembro de 1831 e a lei de 4 de setembro de 1850.
Apesar de ter destacado no primeiro livro que a lei de 4/9/1850 não tinha sido apenas
resultado da pressão inglesa, o autor reconhece que sem o temor do cruzeiro inglês seria
impossível pensar nela e aprová-la de um só golpe. Nabuco destaca que apesar da lei de
Eusebio e das deportações de traficantes empreendidas por ele, as estruturas do tráfico não
haviam sido desmontadas e que qualquer descuido por parte do governo, fariam com que a
máquina voltasse a funcionar. Para ilustrar esse fato, cita relatos de Sinimbú quando este era
chefe de polícia em 1856, nos quais ele denuncia diversas feitorias ao longo da costa africana,
pertencentes a traficantes que haviam tido influência no Brasil.
A lei junho de 1854 completou, de acordo com Nabuco, as medidas legislativas contra
o tráfico, preveniu casos como os de Bracuhy e diminuíam as suspeitas dos ingleses e do
mundo sobre a costa brasileira. O texto da lei, redigido com o apoio de Nabuco de Araujo, dá
poderes aos auditores da marinha para julgar traficantes mesmo que estes estejam longe da
costa e mesmo em momento posterior ao desembarque.
v. Commercio interprovincial
O autor destaca que Wanderley tinha um projeto, apresentado em 1854, que proibia o
transporte de escravos de uma província para outra e que, de acordo com Nabuco, não foi
votado na sessão de 1857 devido ao fim do ministério Paraná-Caxias, nos quais seu pai
figurou pela primeira vez como ministro da Justiça.
De fato, após o sufocamento do tráfico Atlântico, o país continuou o ciclo da
escravidão através de um tráfico interprovincial. O autor destaca que a antecipação de uma lei
como a proposta em 1854, resultaria em maior facilidade de desmonte da escravidão e
antecipação da abolição.
De acordo com Nabuco, em tudo que não dependia da aprovação das Câmaras, o
instinto reformador de seu pai foi decisivo, como no caso dos passaportes que, após decreto,
passou a valer sem necessidade de título de residência, o que foi comemorado por todos os
consulados e estrangeiros com exceção do de Portugal.
Os problemas com os casamentos mistos – no que diz respeito à religião católica e
protestante – é apresentado com um caso concreto e constitui um impasse devido ao fato de
existir uma religião de Estado, o catolicismo. Nabuco e uma secção propõem, então, uma
reforma acerca de casamentos protestantes, mistos e de pessoas que não professem religiões: a
esfera civil deveria preceder a religiosa nesses casos e a justiça do Império deveria ser capaz
de julgar situações nesse âmbito. A inspiração para o projeto de lei redigido, que torna-se o
primeiro sobre casamento civil a ser elaborado pelo governo, vem da legislação da Sicília e de
Nápoles e do Código Civil Francês. O projeto é vetado pela oposição de Francisco Diogo
Pereira de Vasconcellos, sucessor de Nabuco na pasta da Justiça.
Naquela época, a pasta da Justiça também era responsável pelos assuntos eclesiásticos,
o que foi um ponto polêmico do ministério de Nabuco de Araujo, visto a quantidade de
correspondências com diversos bispos. O biografado, preocupado com a formação de um
clero “capaz de servir à religião”, propôs uma série de reformas das ordens religiosas e de
seus conventos, das quais as mais contundentes eram a suspensão do ingresso de noviços, a
sujeição aos bispados e a conversão de bens de conventos desativados em apólices das dívidas
públicas. Todas essas medidas deram a Nabuco a fama de “inimigo das ordens”, imagem que
o biógrafo tenta desconstruir com maestria.
Além desses pontos que causaram alvoroço no campo religioso, Nabuco também se
debruçou sobre a questão das Faculdades Teológicas que, apesar de aprovada pela Câmara,
não fora adiante por falta de verba. Assim como a questão da educação clerical, a concordata
que tinha como objetivo tratar de todas essas reformas, bem como dos casamentos mistos, não
foi celebrada durante o Ministério Paraná.
No subcapítulo acerca da “laboriosidade de Nabuco” percebe-se claramente o apreço,
“a piedade filial” - amplamente citada pela crítica – do autor para com o biografado, que
chega às últimas páginas do primeiro tomo com uma narrativa rica em vários aspectos, menos
no que diz respeito à linearidade de seu discurso elogioso e recapacitante que, ainda que bem
fundamentado, constrói uma imagem de Nabuco de Araujo como um estadista irretocável, um
herói nacional.
De acordo com o Joaquim Nabuco, o pai era um exímio trabalhador e que a única
coisa que freou seu ímpeto de reformas, ao menos nesse primeiro ministério, foi a quantidade
limitada de verba pública:
Paraná queixava-se das despezas do ministro da Justiça e o Imperador
tomava sempre o partido mesmo das pequenas economias. Sob o imperio de
idéas tão restrictas era impossivel a Nabuco reformar convenientemente
qualquer serviço dos muitos que tinha a seu cargo, como a secretaria, a
policia, a magistratura, as prisões, a illuminação publica, os telegraphos, a
guarda nacional, a legislação, os seminarios o culto publico. (p. 339)
Seguindo o capítulo, Joaquim Nabuco destaca o outro papel ocupado por Nabuco de
Araujo no gabinete: o de consultor jurídico do Império, ilustrando esse fato com diversas
correspondências com consultorias oferecidas por ele concomitantemente ao seu labor no
ministério da Justiça. O autor destaca, inclusive, que o Imperador o consultava como
advogado e tomava muito em conta a sua opinião, visto que não era tão versado em assuntos
jurídicos.
No que diz respeito ao Imperador Dom Pedro II, a quem o décimo subcapítulo é
dedicado, Joaquim Nabuco coloca: “[…] era assim uma especie de guarda, ao mesmo tempo,
de uma certa tradicção de governo superior aos partidos e protector das opposições, da qual
fazia uma Monita constitucional não escripta e do programma politico a que dera sua
approvação”. (p.348)
O autor, então, caracteriza a relação do Imperador com os seus ministros como de
observação e nunca de imposição, ressaltando o aspecto parlamentar e constitucional da
monarquia, atenuando as atribuições do Poder Moderador. De acordo com o que foi
observado nas correspondências entre seu pai e Dom Pedro II, Joaquim Nabuco coloca que as
maiores preocupações do Imperador no período diziam respeito à perseguição ao tráfico, ao
combate à corrupção e à efetividade da política conciliatória do Gabinete, visto que aquele era
o programa colocado por Paraná quando foi indicado como Presidente do Conselho de
Ministros. Além disso, o autor ressalta que Nabuco de Araujo gozava da admiração imperial e
que quando pleiteou sua vaga ao Senado, foi imediatamente aceito.
Por fim, pode-se dizer que as duas últimas partes do capítulo foram, talvez, uma
oportunidade de Nabuco de fazer publicar as correspondências entre estadistas/políticos que
marcaram a história do Brasil Império, como Borges da Fonseca, consolidando um de seus
objetivos ao escrever a biografia de Nabuco de Araujo.
8. Capítulo VIII: Traço Geral da Administração. - Morte de Paraná. - Eleições de 1856. -
Fim do gabinete.
O último capítulo do primeiro tomo diz respeito aos traços gerais da administração do
ministério Paraná e os acontecimentos que rondaram o fim do gabinete. O autor coloca que
apesar de o ministério ter conseguido menos conquistas do que o governo de 1848-1853, ele
logrou ser mais moral do que material ao alcançar a conciliação e a eleição livre.
Pelo valor moral das conquistas do ministério, mesmo após a morte do Marquês de
Paraná em 1856, - geradora de grande comoção - o Imperador resolveu nomear o então
Marquês de Caxias – Ministro da Guerra – como o novo Presidente do Conselho, de modo
que o gabinete conseguiu estar à frente das primeiras eleições após a reforma tão defendida
pelo presidente anterior. O autor levanta que a maior parte dos parlamentares acreditavam que
Nabuco de Araujo seria uma escolha mais lógica do que Caxias, mas que acabou não se
concretizando.
O gabinete Caxias durou menos de um ano, o tempo suficiente para liderar as
mobilizações ao redor das eleições de 1856, e foi procedido por mais um ministério chefiado
pelo Marquês de Olinda.
Nabuco tornara-se, aos 45 anos, senador por sua província natal, a Bahia.
v. A pluralidade bancaria
Anteriormente fora observado que Joaquim Nabuco classificou os primeiros
ministérios pós-Paraná/Caxias como “financeiros”, neste subcapítulo ele explica que após a
sessão de 1857, classificada como estéril, inicia-se no Império um período de grande agitação
com o “ensaio da chamada liberdade bancária” (p.22) – pluralidade x unidade de emissão.
Souza Franco impõe uma liberdade restrita que gera graves repercussões tanto
políticas quanto econômicas. Com a baixa do câmbio e a agitação financeira, conservadores/
donos de antigas fortunas ficam alarmados e justificam seus medos apontando exemplos
como a agiotagem dos antigos capitães do tráfico após a criação do Banco do Brasil, em 1853.
O autor destaca que as eleições de 1860 tiveram um amplo caráter democrático, como
não se vira desde 1837, com a participação massiva da juventude e o triunfo da chapa liberal.
É interessante observar que, aqui, Joaquim Nabuco muda o tom ao falar da democracia,
atribuindo um sentido mais positivo a ela nesse momento político do Império do Brasil: “ […]
esse acontecimento tomou as proporções uma revolução pacífica que tivesse finalmente
derribado a olygarchia acastellada no Senado.” (p. 74).
Junto a uma nova geração de liberais, também é eleito Theophilo Otonni, que Joaquim
Nabuco caracteriza como um “vulcão extincto”, “um veterano novato” e um “anachronismo
vivo” em mais uma de suas análises de perfis políticos, em que geralmente destaca os
antecedentes políticos e ideológicos, o caráter político e pessoal, atuação política e discurso.
Por vezes utilizando como referência notícias biográficas, Nabuco logra inserir na vida de seu
pai, diversas outras pequenas biografias que dão uma visão ampla do todo, conforme já
mencionado.
Os efeitos da eleição derrubam o gabinete Ferraz, que é sucedido pelo do Marquês de
Caxias, que terá como braço direito Paranhos.
ii. O Duque de Saxe e o posto de Almirante. - Duvida sobre o patrimonio dos principes.
O autor detalha a colaboração de Nabuco no processo de criação de projetos que
agraciassem com altos cargos e patentes militares os príncipes consortes das princesas, filhas
do Imperador, que logo se casariam.
Nesse subcapítulo, Joaquim Nabuco realiza uma análise geral sobre o caráter da guerra
do Paraguai e do presidente daquele país, Solano Lopez. Quanto às referências, o autor
ressalta que a história da Guerra da Tríplice aliança ainda estava por escrever-se e coloca
como principal obstáculo a parcialidade dos historiadores de cada país envolvido no conflito,
o que para ele afastava a verdade histórica, alinhando-se ao discurso historiográfico de fins do
século XIX.
Apesar disso, neste estudo, o autor fazer referência a comentários do Barão de Rio
Branco acerca da tradução de Guerra da Tríplice Aliança de Schneider, escritos de
Masterman e Thompson, depoimentos de generais da guerra e artigos de jornais paraguaios,
principalmente para traçar a imagem de Solano Lopez.
v. A aliança Argentina.
O autor analisa o papel da República Argentina na Aliança, bem como as vantagens e
desvantagens trazidas pelo acordo aos argentinos e ao governo de Bartolomeu Mitre.
Inicialmente neutros, Mitre decide declarar guerra ao Paraguai após os ataques e opta por
aliar-se ao Império do Brasil, que já estava em conflito com Lopez. As principais referências
desse subcapítulo foram as análises – muitas contrárias à Tríplice Aliança – presentes no
escrito Biblioteca, a obra Polêmicas, correspondências entre Mitre e Sarmiento e o Tratado da
Tríplice Aliança – anexado na íntegra em um apêndice ao final do livro.
iii. Uruguayana
A rendição da coluna Estigarribia em Uruguaiana e os termos em que ela ocorreu é
colocada pelo autor como uma prova de humanidade na guerra por parte dos Aliados. A
principal referência do texto são falas de Ferraz em sessões de 1866 e diversos folhetos
redigidos na capital do Império.
Nesse subcapítulo, o autor trata sobre as primeiras ações no que diz respeito à
emancipação dos escravizados. Os cinco projetos de Pimenta Bueno foram, ao ver do autor,
encomendados pelo Imperador e inspirados por ele, visto que o monarca sempre apresentara
reservas contra a escravidão, o que foi intensificado com as provocações durante a Guerra:
Na posição em que se achava, o Imperador era quem recebia qualquer
affronta feita ao paiz, e o escarneo, a humilhação, vinha de toda parte, de
amigos e inimigos, do Semanario paraguayo como da Revue des Deux-
Mondes, dos Congressos pan-americanos, como das caricaturas porteñas. (p.
389)
O autor utiliza como referência discursos de Rio Branco, bem como o livro “quase
todo” escrito pelo barão Dom Pedro II para ilustrar o desdém que o restante da América do
Sul nutria pelo Brasil e o impacto disso para a posição do Imperador.
Além dos projetos de Pimenta Bueno, outro documento que prova que a abolição era
uma pauta é o da Conferência de Ministros, no início de 1866, no qual Nabuco cita essa
questão como um dos programas do gabinete, ainda que não fosse de todo aceito pelo
Marquês de Olinda.
vi. A questão consular com a França: Accordo Penedo- Drouyn de Lhuy. - Opiniões de
Nabuco e de Teixeira de Freitas.
vi. A Reforma Municipal.
Apêndice:
- Instrucções ao Marquez de Caxias em 21 de Outubro de 1866;
- Confrontos dos trabalhos do Conselho de Estado com a lei de 28 de Setembro de 1871;
- Instrucções de 1º de Fevereiro de 1869, dadas ao Conselheiro José Maria da Silva Paranhos
(depois Visconde do Rio Branco) para a sua Missão Especial no Rio da Prata e Paraguay.
- Instrucções de 12 de Outubro de 1870 ao mesmo chefe de Missão Especial.
- Accordo Mitre – S. Vicente, de 19 de Novembro 1872.
BIBLIOGRAFIA
LYNCH, Christian. “O Império é que era a República: A Monarquia Republicana de Joaquim
Nabuco”. In: Lua Nova, São Paulo, n. 85, 2012, p. 277-311.