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TRILHA DE

Aprendizagem

IMERSÃO
alfabetização:
da teoria à prática
IMERSÃO
alfabetização:
da teoria à prática

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Aproveite!

Um grande abraço,

Equipe NeuroSaber
Você sabe por onde começar a
alfabetização?
Para saber por onde começar esse processo, temos que entender o que é
alfabetização – que é um conceito muito amplo. A alfabetização é um processo
complexo, que precisa de uma mediação, e que sofre mudanças de acordo com
os contextos, as culturas e arenas sociais e políticas (THAMES et al., 2008).
Trata-se de um processo de aquisição de habilidades cognitivas básicas para
serem utilizadas de modo a contribuir para o desenvolvimento socioeconômico da
capacidade de conscientização social e da reflexão crítica como base de mudança
pessoal e social (UNESCO, 2005). Com esse conceito da UNESCO, fica claro que
a alfabetização parte de pressupostos cerebrais, já que as habilidades cognitivas
devem ser utilizadas. Para isso, devemos entender como essas habilidades se
organizam.
Devemos nos basear nas neurociências e nas pesquisas que embasam todo
esse desenvolvimento. Um dos maiores pesquisadores da ciência cognitiva da
leitura diz que alfabetizar corresponde a ensinar a ler e a escrever em um sistema
alfabético, capacitando alguém para utilizar o alfabeto (MORAIS, 2014). Assim
sendo, a alfabetização não é algo que ocorre naturalmente.
Além disso, o desenvolvimento desse processo requer uma metodologia e
envolve aspectos como idade, processos e etapas. Ler e escrever requer a ativação
de várias áreas do cérebro simultaneamente e, portanto, constitui um processo
extremamente elaborado e bem organizado.
Você conhece como funciona o
processo de alfabetização?
Processos cognitivos na alfabetização respeitam o grau de complexidade
neurológica. Como as habilidades motoras são mais elaboradas do que habilidades
percentuais, a leitura vem antes da escrita: primeiro a criança aprende a ler para,
só depois, aprender a escrever. Isso ocorre porque, por regra, o cérebro aprende
de maneira hierárquica, do mais simples para o mais complexo. Tudo que envolve
movimento, como é o caso da escrita, exige uma elaboração muito maior para o
cérebro.

O processamento cognitivo de leitura

A leitura consiste na capacidade de extrair a pronúncia e o sentido de uma


palavra a partir de sinais gráficos. Escrever consiste na capacidade de codificar
graficamente os sons correspondentes a uma palavra. Ler implica, antes de mais
nada, a capacidade de identificar uma palavra (CAPOVILLA, 2005).
O objetivo maior da leitura é a compreensão e, para que isso ocorra, é
necessário ler. No entanto, existe uma diferenciação entre ler e compreender, já
que é possível ler sem compreender e vice-versa. Esses dois processos, leitura e
compreensão, podem ocorrer juntos ou separadamente.

O processamento cognitivo da escrita

A escrita tem papel fundamental no desenvolvimento cognitivo, já que é


por meio dela que o indivíduo comunica habilidades, ideias e o mundo como um
todo. O processo de escrita acontece inicialmente pela grafomotricidade, que se
dá por meio do desenho e que é considerada a primeira representação mental de
uma criança, conforme afirma Nuñez (2017).
Por meio do contato com leituras e livros, os indivíduos em processo de
aprendizagem da escrita entendem que essas ideias são representadas por
palavras, que são gravadas como “imagens”, as quais são as letras.

Você consegue identificar quais


são as etapas da alfabetização?
Identificar as etapas da alfabetização nos dá clareza para tornar esse
processo mais lúdico e mais seguro, isto é, sem forçar ou queimar etapas. A
Educação Infantil pode ser vista como a primeira parte dessa etapa – isso não
quer dizer que iremos alfabetizar a criança na Educação Infantil, mas desenvolver
as habilidades que são importantes e fundamentais para o sucesso posterior da
alfabetização.
A primeira habilidade é o vocabulário. O vocabulário refere-se às palavras
que as crianças devem saber para se comunicar efetivamente. Pesquisas
científicas sobre instrução de vocabulário revelam que:

1) a maioria dos vocabulários é aprendida indiretamente


2) algum vocabulário deve ser ensinado diretamente.

As palavras do nosso vocabulário são os blocos de construção para


entender e expressar ideias. Eles também demonstraram que ter vocabulários
mais avançados nos primeiros anos levou a um maior desempenho educacional
nos anos intermediários da escola primária (HART E RISLEY, 1995).
Depois, temos a consciência fonológica, habilidade cujo desenvolvimento
mais efetivo se dá por volta dos 3 anos de idade. A consciência fonológica envolve
uma sequência de aspectos que se desenvolvem ao longo do tempo e que são
cruciais para o sucesso da leitura e da ortografia, já que são fundamentais para
aprender a decodificar e soletrar palavras impressas. É especialmente importante
nos primeiros estágios do desenvolvimento da leitura, ou seja, na pré-escola, no
jardim de infância e na primeira série, em se tratando de leitores típicos.
A consciência fonológica refere-se a um processo global de sons em
palavras faladas e à capacidade de manipulá-los. Sabemos que a habilidade
de um aluno em consciência fonêmica é um grande indicativo de sucesso ou
dificuldade na leitura no futuro.
Além disso, é importante levar ao conhecimento das crianças as letras
do alfabeto, seus nomes, suas grafias e, o mais importante, os seus sons
(fonemas). Esse processo pode ser estimulado de forma mais assertiva a partir
dos quatro anos de idade, por meio da apresentação das letras e de seus fonemas
correspondentes.

Saber como funciona o processo


de alfabetização e suas etapas da
alfabetização mudaria sua prática?
Conhecer o funcionamento do processo de alfabetização, suas etapas e o
caminho que precisa ser percorrido para tal traz mais segurança para a prática do
alfabetizador. Com segurança e clareza sobre as etapas, é possível transformar a
alfabetização em um processo mais lúdico e divertido, de maneira que as crianças
sintam prazer em aprender.
REFERÊNCIAS
CAPOVILLA, Fernando César. Os novos caminhos da alfabetização infantil:
relatório encomendado pela Câmara dos Deputados ao Painel Internacional
de Especialistas em Alfabetização Infantil. São Paulo: Memnon, 2005.

MORAIS, José. Alfabetizar para a democracia. Porto Alegre: Penso, 2014.

NUÑEZ, Juan Antonio García. Grafomotricidad: imagen y escritura. Madrid:


Fundación Citap, 2017.

UNESCO. Towards knowledge societies. UNESCO World Report. Paris, 2005.


THAMES, Dana G. et al. Reading comprehension: Effects of individualized, inte-
grated language arts as a reading approach with struggling readers. Reading
Psychology, v. 29, n. 1, p. 86-115, 2008.

HART, Betty; RISLEY, Todd R. Meaningful differences in the everyday expe-


rience of young American children. Baltimore: Paul H Brookes Publishing,
1995.
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