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A Bíblia na minha Vida - Histórias para Crianças

Por Rute Queiroz Mesquita


“Dedico este livro a Deus, aos meus pais, às minhas irmãs, aos meus
sobrinhos, aos meus filhos Miguel e Raquel e ao meu marido pois, direta ou
indiretamente, contribuíram para que este livro existisse!
Índice
1. Onde Estará?
2. Que Alta!
3. A Macieira
4. O Galo Cristas
5. Uma Partida de Futebol
6. O Planetário
7. Temos Visitas
1. Onde Estará?

“Parabéns meu filho!” – exclamou a mãe ao abrir as cortinas da janela! O João


sentiu os raios de sol a baterem no seu rosto. Esfregou os olhos e viu que a
mãe trazia nas mãos um grande embrulho com uma fita vermelha. “É para
mim?” – perguntou o João com os olhos a brilhar! A mãe abraçou o seu filho e
com um beijo disse: “Sim meu querido! Esqueceste-te que hoje fazes 8 anos?”.
O João saltou da cama, pegou na prenda e começou logo a desembrulhá-la. Lá
dentro tinha uma coleção de 100 carrinhos, espetaculares! Cada um tinha uma
marca diferente e diversas cores! O João abraçou a mãe e com um sorriso de
felicidade disse: “Obrigado mamã! São lindos!”
Nessa tarde, o João convidou todos os seus amigos para a festa do seu
aniversário! Em cima da mesa havia bolo de chocolate, queques, pipocas,
rissóis, batatas fritas... e tanta coisa para comer que era preciso não abusar,
não vá alguém ficar com dores de barriga! A mãe também havia pendurado no
teto balões de várias cores e uma faixa que dizia “Parabéns João!”. Mas
durante toda a festa, o João não brincava com outra coisa a não ser com os
seus carrinhos! Mostrava-os a todos os seus amigos e juntos faziam corridas,
brincavam com a garagem... o João estava feliz!
À noite, quando todos já tinham ido para as suas casas, a mãe do João estava
na cozinha a lavar a loiça! De repente, o João aparece ao pé dela a chorar! A
mãe limpou as mãos no avental e abraçou o seu filho: “Que se passa
querido?”. As lágrimas caíam dos seus olhinhos verdes: “Estive a contar os
meus carrinhos e falta-me um! O meu Clio vermelho!”.
A mãe tentou consolar o seu filho: “João, ainda tens os outros 99!”. Mas o
João estava inconsolável: “Sem o meu renault vermelho a coleção não fica
completa!” – e continuava a chorar. A mãe resolveu então ir ajudar o seu filho
a procurar o carrinho e foi com ele até ao quarto. Juntos reviraram as caixas
dos brinquedos, espreitaram debaixo da cama, abriram as gavetas da roupa...
até que descobriram o renault estacionado debaixo da estante dos livros. O
João deu um grito de alegria ao encontrar o seu carrito: “Encontrei!!!” –
exclamou ele, enquanto o apanhava e corria a guardá-lo junto dos restantes 99
carritos da coleção.
A mãe sorriu e perguntou-lhe: “Sabes que história da bíblia fizeste-me
lembrar?”. O João ficou intrigado: “Um história da Bíblia com carrinhos?” –
perguntou ele. A mãe sorriu novamente: “Não é uma história com carrinhos, é
a parábola da Ovelha perdida.” – então a mãe começou a contar – “O pastor
tinha 100 ovelhas e houve uma que se perdeu. Tal como tu, o pastor não
descansou enquanto não encontrou a ovelha que se tinha perdido e a levou
para junto das restantes 99. Sabes quem representa este pastor?” – perguntou a
mãe – “Jesus!” – exclamou logo o João que já tinha aprendido esta parábola
na igreja. “E as ovelhas?” perguntou a mãe – “Somos nós!” – respondeu o
João.
A mãe então continuou: “Sim! Para Jesus cada pessoa é diferente e especial.
Ele pode ter 99 pessoas junto de Si, mas sente sempre a nossa falta. Quando
algum menino se afasta de Jesus e começa a fazer coisas más, Jesus não
descansa enquanto não o trouxer de volta para junto de si!”. O João então
exclamou: “Jesus é mesmo nosso amigo, não é mamã?”. “Sim meu filho! Jesus
é o melhor Amigo, que tu podes encontrar!”
1. Que Alta!

“Papá! Mamã! Já viram que torre tão grande?!” – exclamou a Sara admirada
ao olhar para um enorme monumento de ferro, que se erguia tão alto, que
parecia tocar no céu. “É a torre Eiffel!” – exclamou a mãe – “Este é um dos
monumentos mais importantes de Paris!”.
A Sara estava maravilhada! Nunca tinha estado num país estrangeiro! Os pais
tinham decidido passar aquelas férias em França e agora estavam a visitar a
capital: Paris! A Sara levava um bloquinho para anotar cada coisa que via!
Por isso, não parava de fazer perguntas: “Mas mamã, porque é que eles
construíram uma torre tão grande?” “Sabes filha, os homens sempre gostaram
de construir torres para mostrar a sua grandeza. A torre eiffel mede 320 metros
de altura. É como um prédio de 100 andares. Mas esta torre foi construída
para uma exposição mundial que houve aqui em Paris em 1889 há mais de 100
anos.”
A Sara ia ouvindo a mãe e tirando notas no seu bloquinho. De certeza que a
professora lhe ia pedir para fazer uma composição sobre as férias e ela não
queria perder nenhum pormenor. “Mas fizeram uma torre toda só de ferro!
Porque?” – questionou ela. A mãe com um sorriso explicou: “Na altura estava
na moda! Os engenheiros queriam mostrar as suas técnicas de trabalhar o
metal! Quem fez a torre foi o Gustave Eiffel. Por isso se chama torre Eiffel!"
Depois de aprender um pouco mais sobre Paris, a Sara foi com os pais até um
lindo jardim nos Campos Elísios. Como ela era uma menina muito
comunicativa, não tardou a procurar fazer amizades: “Queres brincar
comigo?” – perguntou a um menino que estava no parque a andar de bicicleta.
O menino parou a bicicleta, olhou para ela um pouco admirado e perguntou-
lhe: “qu'avez-vous dit?”. Desta vez foi a Sara que ficou a olhar para ele e
então perguntou: “Que disseste?”... Enfim... não se compreendiam um ao outro.
A Sara foi sentar-se muito triste ao pé dos pais: “Que se passa Sara, não estás
a gostar do jardim?” – perguntou o pai. “Não é isso!” – disse a Sara com um
suspiro. – “Não consigo brincar com ninguém porque não nos entendemos” – e
cruzou os braços em sinal de protesto! A mãe sorriu: “Minha filha isso é o
problema das línguas! Ele fala francês e tu português! É difícil entender
alguém que fala uma língua que não compreendemos! Mas sabes Sara, esse
problema também começou numa torre há muitos séculos atrás?”
A Sara pegou logo no seu bloquinho de notas: “A sério mamã? Mas não foi
aqui na Torre Eiffel, pois não?” – A mãe sorriu e continuou: “Não Sara! Foi na
Torre de Babel! Depois do dilúvio a terra começou de novo a ser povoada.
Deus queria que os homens se espalhassem e povoassem a terra, só que houve
um grupo de homens que queria juntar-se. Eles queriam ficar famosos e
tornarem-se poderosos. Queriam chegar mesmo ao céu. Então começaram a
construir uma torre! Só que Deus ficou muito triste com aqueles homens que,
juntos, iam começar a fazer só coisas más! Então, para os separar e eles não
conseguirem avançar na construção da torre, baralhou-lhes as línguas.
Aconteceu-lhes o mesmo que te aconteceu agora aqui no parque com aquele
menino. Um falava numa língua, e outro noutra... cada um tinha a sua língua.”
A Sara que ouvia a mãe muito atenta, exclamou: “Então, não se entendiam!” - a
mãe sorriu e continuou – “Por isso, eles separaram-se e não puderam acabar a
torre, nem unir-se para fazer mais coisas erradas! Foi assim, naquela torre,
que começaram as muitas línguas que hoje existem espalhadas no mundo!”
1. A Macieira

O sol começava a ficar mais quente e as flores despontavam por entre os


prados verdes! Eram férias e o Rui e a Ana tinha ido com os pais passar uns
dias a casa dos avós! A casa ficava no campo e à volta havia um belo jardim e
muitas árvores de fruto. Eles estavam habituados a ver a fruta apenas nas
caixas do supermercado mas agora podiam arrancar das próprias árvores e
comer! O seu cão Farrusco também estava todo contente! Habituado a estar
num apartamento, tinha agora muito espaço para correr! Já andava a farejar
umas galinhas que passeavam perto da capoeira! Pobres galinhas! Lá se foram
os dias de descanso!
Nessa noite, quando estavam todos a jantar, o pai explicou: “Rui e Ana! Vocês
podem brincar em todo o jardim e podem comer de todas as árvores de fruto
que lá se encontram. Mas da macieira que está ao pé do poço, não comam das
suas maçãs! A árvore levou um medicamento que o avô pôs para curar uma
doença e vocês podem apanhar uma dor de barriga!”. “Claro papá!” respondeu
a Ana –“Porque haveríamos de comer essas maçãs, com tantas outras árvores
que temos aqui no jardim, não é Rui?”; “Pois, eu até nem gosto muito de
maçãs!” – disse ele com um sorriso.
No dia seguinte ambos estavam tão excitados, que acordaram bem cedo. Os
avós disseram que o primo Luís ia aparecer nessa manhã e não queriam perder
um minuto de brincadeira! Ao chegarem à cozinha, já se sentia o cheiro do pão
quente e das panquecas que a mãe e a avó tinham estado a preparar! Havia
também uma deliciosa compota de morangos que a avó tinha feito com fruta
apanhada do quintal! O Rui e a Ana correram a sentar-se à mesa. O Rui
começou logo a barrar o pão quente com manteiga, enquanto a Ana, ainda
esfregando os olhos com sono, perguntou intrigada: “Vovó, que barulho era
aquele lá fora ontem à noite?” “Que barulho querida?” – perguntou a avó
preocupada. “Era mais ou menos assim: cri-cri, cri-cri” “Isso eram os grilos a
cantar! “ – exclamou o Rui a rir, enquanto mastigava um grande naco de pão
com manteiga derretida - “Só que ontem eles resolveram cantar todos ao
mesmo tempo, não? E não se fala de boca cheia Rui” – exclamou a Ana,
deitando a língua de fora ao irmão. “Portem-se bem meninos!” – repreendeu a
avó, colocando duas taças com cereais cereais à frente de cada um deles –
“comam logo tudo para depois irem brincar!”. Não foi preciso dizer duas
vezes, porque eles comeram e correram lá para fora!
‘“Vamos brincar ao quê?” – questionou o Rui. “Não sei!..” – respondeu a Ana,
sentada numa pedra grande em frente à casa, contando as formigas que
passavam em carreiro por entre os seus pés. Entretanto... surpresa! “Luís!” -
Gritaram em coro. “Que bom que chegaste". Os primos já não se viam desde o
Natal, e estavam muito felizes por se reencontrarem! “Então vamos brincar ao
quê?” questionou o Luís. “Vamos brincar às escondidas, que acham?” - sugeriu
a Ana. “Vamos lá! Eu fico a apanhar” – disse o Rui.
Começou então o jogo! O Rui virado para a parede da casa, começou a contar:
“um, dois, três... cinquenta! Aqui vou eu!”. Entretanto o Luís e a Ana
procuravam um esconderijo. “Atrás desta árvore!” – exclamou o Luís. A Ana
arregalou os olhos: “Mas... o meu paii disse para não ir para ai. Ele disse para
não comer nem tocar nessa árvore”. “Estas miúdas!” - disse o Luís abanando a
cabeça e tocando na árvore. “Vê lá se morri por tocar!” e deu uma dentada
numa maçã! “Mas o meu pai disse...” começou a Ana. “Não sejas menina do
papá!” - exclamou o Luís – “O teu pai não queria era que comesses destas
maçãs, porque sabe que são saborosas e queria comê-las todas sozinho. A
gente esconde-se mas é aqui e aproveita para ir comendo!” A Ana começou a
duvidar. Se calhar era verdade. O pai estava a ser egoísta. Então, enquanto
estavam escondidos, começaram a comer as maçãs! Eram realmente
deliciosas! Das mais deliciosas que a Ana alguma vez havia provado
Mas… ups! Foram apanhados pelo Rui. “Ana! Desobedeceste ao papá! Vais
ficar doente!” – exclamou. “Por acaso estou com cara de doente?” – disse ela
abanando a cabeça. “Não fiques aí a olhar! Come também, que o papá não vai
nem notar! Há muitas maças, olha!” - disse ela apontando para a árvore. O
Rui, para não se fazer de esquisito à frente do primo, acabou por ceder e
comeu também.
Entretanto os pais do Luís chegaram e ele teve de ir embora! Quando os
irmãos iam a voltar para dentro de casa, o pai chegou de carro e estacionou
em frente à entrada da casa! Ambos correram a esconder-se atrás do poço para
não terem de ver o pai. Logo eles que gostavam de ir a correr abraçá-lo
quando este chegava. Ambos sentiam-se culpados! Mas, mais do que culpados,
já começavam a sentir uma grande dor na barriga. O pai achou estranho não os
ver e foi à procura deles com o Farrusco, que os descobriu logo atrás do poço!
Os dois irmãos estavam a gemer com dores. “Meus filhos, que aconteceu?”.
Eles começaram a chorar!
No dia seguinte, quando tudo estava mais calmo, o pai sentou-se num banco
que havia em torno de uma grande oliveira, bem no meio do jardim e o Rui e a
Ana sentaram-se cada um ao seu lado. Ele, abraçou-os e perguntou: “Então
afinal que aconteceu ontem?” “A culpa foi da Ana!”, exclamou o Rui “A culpa
foi do Luís” - argumentou a Ana. “Lembram-se de Adão e Eva?” – perguntou o
pai. “Sim…” respondeu a Ana não tirando os olhos do chão. Então o pai
continuou: “Eva deu ouvidos à serpente e, duvidando de Deus, pecou,
desobedecendo e comendo do fruto proibido!”. A Ana deu um suspirou e
disse: ”E eu também dei ouvidos ao Luís e duvidando de ti, papá, fui
desobediente! Eu sei que pequei!”. O Rui acrescentou: “Adão e Eva
desobedeceram e também não quiseram assumir a culpa como nós, culpando
um ao outro. Mas errámos papá, perdoa-nos!”. ”Claro que vos perdoo, mas
espero que com esta experiência vocês tenham aprendido também algo que
acredito que Adão e Eva aprenderam. É que quando Deus nos diz para fazer
ou não fazer algo, não é porque ele é egoísta mas sim porque nos ama muito.
Ele não quer que soframos as consequências que se seguem ao pecado. Assim
como eu vos amo muito e vos quis proteger de apanhar uma dor de barriga.
Ambos abraçaram-se o pai e a Ana exclamou: “Sim papá, Deus é um pai
amoroso, como tu!”.
1. O Galo Cristas

“Cocorococó!!”. O Pedro esfregou os olhos. Já deviam ser horas de acordar!


Lá na aldeia onde vivia, o Pedro estava habituado a acordar com o galo a
cantar. Ele nem precisava de despertador. Logo que a luz do dia começava a
raiar lá se ouvia o galo Cristas, que estava na capoeira, a cantar. O avô já lhe
tinha ensinado que quando nasce o dia, o galo canta bem alto para avisar toda
a capoeira que está ao comando e para assustar todos os outros galos que o
queiram desafiar. A capoeira tem apenas um galo porque se tivesse dois,
apenas um sobreviveria à luta pela liderança..
O Pedro levantou-se então num pulo e foi abrir as cortinas. Hoje era o
primeiro dia de aulas e ele não podia chegar atrasado à escola! O Pedro ia
entrar para o 1º ano e há semanas que ele aguardava por este dia! Os pais já
lhe tinham comprado uma mochila azul, cadernos, lápis de cor, livros… e só
faltava se sentar na carteira da sala de aula!
O Pedro chegou apressado com a mãe aos portões da escola e logo a seguir
ouviu-se a campainha a tocar: “Desejo-te um bom dia de aulas meu filho!
Nunca te esqueças que Jesus e os Seus anjos vão estar sempre contigo!” –
disse a mãe, despedindo-se com um beijinho. “Adeus mamã! Eu também vou
estar sempre ao lado de Jesus!”.
O Pedro correu para a sala de aula! Lá dentro a professora Sónia, que parecia
muito simpática, sentou o Pedro ao lado de um rapazito chamado Paulo,
porque iam ficar por ordem alfabética. Passado algum tempo, tocou a
campainha para o intervalo. Os meninos correram todos para o pátio, onde
havia um campo de futebol e um parque com escorrega, baloiço e outros
divertimentos. O Pedro foi com o seu novo amigo, o Paulo, até ao escorrega.
Havia uma fila grande para subirem, mas era tão bom quando se lançavam lá
de cima e deslizavam até à areia com o vento a bater na cara!!... Valia a pena
esperar!
Entretanto, no meio de todos aqueles meninos, surgiu uma cara conhecida! Era
a Clara, uma amiga da igreja, que já andava no 4o.ano! "Olá Pedro! Também
estás aqui nesta escola?" "É verdade!…" respondeu o Pedro meio
embaraçado! A Clara continuou "Então agora vamos ver-nos mais vezes e não
apenas quando vamos à igreja!" E sorrindo, despediu-se do Pedro e foi
brincar com as suas amigas!
O Pedro ficou completamente perturbado. O Paulo estava ao seu lado e ouvira
toda a conversa! O que iria pensar dele? Quando se sentaram num banco que
havia debaixo de uma oliveira para lanchar, o Paulo perguntou: "Então tu vais
à igreja? Costumas ouvir histórias daquele livro velho… a bíblia?" "Claro que
não…" respondeu o Pedro um pouco nervoso "Aquela menina é uma chata e
está sempre a querer convencer-me a ir à igreja com ela, mas nem pensar! Não
conheço nada da Bíblia, nem de Jesus…nem me interessa ouvir nada dessas
histórias!"
No resto do dia, o Pedro nunca mais se sentiu feliz. Algo não estava bem com
ele!
Nessa noite, antes de se ir deitar, o Pedro pediu à mãe: “Conta-me uma
história mamã!”. A mãe abriu um livro de “As mais belas histórias da Bíblia”
e começou a contar a história de quando Jesus foi preso à noite, no jardim do
Getsêmani, para ser crucificado. O apóstolo Pedro, que primeiro havia dito
que nunca abandonaria Jesus e que até cortou a orelha de um dos soldados que
prendeu Jesus, acabou por nega-lo três vezes antes que o galo cantasse, ou
seja, antes que o sol nascesse.
Do rosto do nosso Pedro começaram a cair lágrimas. “Que se passa meu
filho?” “Mamã, hoje já neguei Jesus uma vez!” O Pedro começou a soluçar “E
não quero negá-lo mais vezes, até o galo Cristas cantar ao amanhecer... Alias,
nunca mais quero negar a Jesus” A mãe abraçou o Pedro e ele contou o que se
havia passado com o Paulo nessa tarde. “Meu filho, Jesus está sempre pronto a
perdoar-nos, como perdoou a Pedro. Mas amanhã conta a verdade ao Paulo.
Diz-lhe que és cristão, que amas a Jesus e a Sua bíblia. Não temas! Jesus está
contigo!”. As lágrimas do Pedro secaram com a certeza do amor e perdão de
Jesus!
1. Uma Partida de Futebol

O árbitro apitou e começou a partida! Todos os meninos corriam atrás da bola,


tentando colocá-la na baliza da equipa adversária. Depois de algumas
rasteiras, caneladas e cartões amarelos, o árbitro voltou a apitar indicando que
chegara o intervalo. Dentro dos balneários as equipas reuniram-se com os
treinadores!
Os “Cabeças redondas”, a equipa que estava a perder 1-0, também estava
reunida para decidir a sua estratégia para a segunda parte! “Vamos dar cabo
deles!” – dizia o Ricardo, que era o capitão da equipa. “Temos é de jogar
melhor que eles.” – dizia o Afonso – “Vocês vão ver que eu vou marcar pelo
menos dois golos e ainda ganhamos o jogo!”. O Ricardo abanou a cabeça:
“Este tem a mania que é o Cristiano Ronaldo! Estás cá com uma barriguinha
que ainda te enfiam é a ti na baliza a pensar que és a bola!”. Os meninos
começaram todos o rir do Afonso e o treinador, o Sr. Jaime, teve de por
ordem: “Deixem-se dessas coisas! O Afonso e o Benjamim ficam no ataque e
os restantes, procuram apoiá-los nos seus lugares”.
O árbitro apitou novamente: começou a segunda parte do jogo! Todos
procuravam marcar golo, mas sempre que a bola chegava aos pés do Afonso
este dava um pontapé certeiro e da bancada todos gritavam GOOOLO! Quando
terminou o jogo, no placar indicava: “Pernas de pau”-1 “Cabeças
Redondas”-5.
O Sr. Jaime ficou tão feliz com o resultado, que reuniu toda a equipa e
informou: “No próximo jogo, o capitão vai ser o nosso Afonso!” – e deu-lhe
um grande abraço. “Ricardo, podes dar a braçadeira de capitão ao Afonso?” –
pediu o treinador. O Afonso com um sorriso exclamou: “Vão ver que no
próximo jogo marco ainda mais golos!” O Ricardo e os restantes colegas
olharam uns para os outros, como quem diz: “Este tem a mania!” e contrariado,
entregou a braçadeira de capitão!
No domingo seguinte, era um grande jogo! Os “Cabeças redondas” jogavam
agora com os “Pés Velozes”! O Sr. Jaime chegou aos balneários com uma
camisola nova, com o número 7: “É para o nosso goleador Afonso! Este
número tem pertencido a um grande jogador, o Cristiano Ronaldo, e até está
assinada por ele..”. Os colegas ficaram ainda com mais inveja. O treinador
mostrava preferência pelo Afonso e o Afonso mostrava-se um bocado
convencido.
Quando o Sr. Jaime saiu, resolveram fechar o Afonso na casa de banho! “Não
façam isso!” – pedia ele a chorar. Os colegas não ligaram e foram embora
para o campo! “Onde está o Afonso?” – perguntou o treinador – “Encontramos
apenas a camisola dele no chão, acho que foi para casa!” – mentiu o Ricardo.
O Sr. Jaime ficou muito triste, mas o jogo tinha de começar. O árbitro apitou e
os meninos começaram a correr. Mas os “Cabeças redondas” estavam muito
nervosos. Eles sabiam que o Afonso estava fechado na casa de banho. Quando
chegou o intervalo, já estavam a perder por 5-0.
Ao dirigirem-se todos para os balneários, ouvia-se a voz do Afonso a gritar:
“Socorro!”. E agora? O treinador ia ouvir. Dito e feito! O Sr.Jaime vinha atrás
e percebeu tudo! Por isso, logo que libertaram o Afonso ele quis falar com
toda a equipa: “O que vocês fizeram é muito grave!”- disse o Sr.Jaime com um
ar muito sério – “Faz-me lembrar a história de um rapaz da bíblia chamado
José!” - continuou ele. – “José e Benjamim eram os filhos mais novos de Jacó
e como a mãe deles tinha morrido, Jacó às vezes dava-lhes mais atenção do
que aos seus filhos mais velhos! Então os irmãos começaram a ter inveja! Mas
ainda ficaram com mais inveja quando o pai deu a José uma túnica de várias
cores! Um dia, quando ele foi ter com os irmãos onde pastavam as ovelhas,
eles resolveram fazer-lhe mal! E chegaram a pensar matá-lo! Mas Deus tinha
um plano para José e protegeu-o. Então os irmãos acabaram por vender José
que foi como escravo para o Egipto!” “E ainda mentiram ao pai a dizer que
José tinha morrido!” – exclamou o Afonso.
O Sr. Jaime olhando para os olhos de cada menino disse: “Eu sei que, como
Jacó, também errei ao dar mais atenção ao Afonso porque era o goleador,
esquecendo que vocês são todos uma equipa e a minha equipa. Nós somos
como uma família e temos de ser unidos!” – e passando a mão na testa
continuou – “Jesus pede-nos que nos amemos uns aos outros! Mesmo quando
somos alvo de algumas injustiças, não devemos criar no nosso coração
sentimentos como inveja, ódio e ciúme. Esses foram os sentimentos dos
irmãos de José e esses foram os vossos sentimentos em relação ao Afonso.
Mas se queremos vencer, temos de ter no nosso coração o amor e o perdão.” -
todos compreenderam os seus erros e juntos, oraram a Deus pedindo perdão e
ajuda.
Quando o árbitro apitou para a segunda parte do jogo, todos entraram em
campo mais felizes! Graças aos golos do Afonso conseguiram ganhar! Todos
compreenderam que ele era realmente um bom marcador, mas o Afonso
também compreendeu que sem os seus colegas, não teria conseguido marcar os
golos! O segredo estava na união!
1. O Planetário

A excitação era muita em casa do Rafael. Ele estava à espera que chegassem
os seus amigos do clube de escuteiros da sua igreja. Juntos, iam visitar o
planetário da cidade.
O planetário é um local onde nos sentamos numa sala a olhar para o teto. O
teto tem a forma de abóbada que é como uma taça. Com uma máquina eles
projetam o Sol, a Lua, as estrelas e os planetas. Parece mesmo que estamos a
olhar para o céu numa noite estrelada, ou a viajar pelo espaço.
O dia estava cinzento e chuvoso, mas nem isso lhes estragava a alegria! Nessa
semana tinham estado na igreja a estudar sobre a criação do mundo, e queriam
muito explorar o sol, a lua e a estrelas, que Deus havia criado no 4o.dia.
Ainda faltavam 15 minutos para a hora combinada, quando a campainha tocou
dlim dlom. O Fiel, o seu caozinho, começou a ladrar, abanando a cauda como
que a dizer: "é um amigo!". O Rafael correu para a porta e era o João que
vinha a chegar todo encharcado! "Está a chover imenso" - disse ele - "Com as
ruas todas inundadas, não sei se havemos de ir de autocarro ou de barco!".
Ainda o João estava a acabar de falar, quando novamente a campainha tocou.
Agora era a Margarida e o Daniel que estavam à porta. "Ena! Vieram todos
cedo!" - exclamou o Rafael - "O melhor será sairmos já, para não chegarmos
atrasados!".
O grupo finalmente chegou ao planetário! Quando estava na hora da sessão
começar, sentaram-se nos lugares que encontraram disponíveis na sala! Foi
quando viram que, ao seu lado, estava o Alexandre a quem todos chamavam de
Alex. O Alex era um colega da turma do Rafael e do João, que gostava muito
de gozar com toda a gente. Ao vê-los, levantou-se logo e foi-lhes dar uma
palmada na costas: "Então por aqui?" - exclamou o Alex - "Estejam atentos,
não vá uma estrela cadente vos cair na cabeça!" - e, a rir, dirigiu-se novamente
para o seu lugar!
À medida que ia sendo projetado o filme, uma senhora ia explicando ao
microfone o que viam. Parecia mesmo que estavam numa nave espacial.
Quando saíram de lá vinham contentes, mas também tristes, porque em vez de
a senhora explicar que Deus tinha criado tudo aquilo, falou que apareceu por
acaso. Como se algo tão perfeito, pudesse surgir do nada. Estavam eles ainda
a falar sobre o assunto quando, de trás, surgiu o Alex: "Ouviram o que a
senhora disse? O Universo surgiu de uma explosão!" - e dito isto, fez estourar
um saco de plástico que trazia na mão! A Margarida até saltou com o susto! E
o Alex saiu a rir, como de costume, deixando os amigos para trás!
Como estava a chover muito, retornaram todos para casa do Rafael. A mãe
tinha preparado um belo lanche, com bolo de chocolate, sandes de queijo,
sumos, salada de frutas e muitas outras coisas deliciosas. Mas havia algo que
tinha deixado a todos um pouco tristes
"Na verdade, as pessoas esquecem-se que o mundo foi criado com muita
sabedoria e essa sabedoria só poderia vir de Deus. Como poderia surgir
alguma coisa do nada?" exclamou o Rafael. "Lembram-se em que dia Deus
criou o Sol a Lua e as estrelas?” O Daniel respondeu logo “Sim! Foi no 4º
dia!”. “Pois” – confirmou o Rafael - “Já viram que para além de o Sol nos
iluminar o dia e a Lua a noite, são eles que nos marcam os dias, os anos e as
estações”. “Como assim?” – perguntou a Margarida que gostava muito de fazer
perguntas.
O Rafael pegou no globo terrestre que estava em cima da estante e começou a
girá-lo. “A Terra parece um peão a girar sozinho! " - exclamou - "Por isso,
podemos marcar a duração de um dia de um pôr do sol até outro pôr do sol,
que são 24 horas. Depois, um ano é cerca de 365 dias, porque é o tempo que a
Terra demora a dar a volta do Sol.” “E as estações?” questionou novamente a
Isabel. “Quais? As estações do comboio?” – perguntou o Daniel a rir. "Eu sei"
- disse o João - “A primavera, o verão, o outono e o inverno, são
determinados pela posição do Sol em relação à Terra e os meses, pela posição
da Lua”. “Realmente Deus fez tudo perfeito! “- Exclamou a Margarida. “E a
semana? Porque são 7 dias?” O Rafael explicou “Realmente os cientistas não
podem explicar isso a não ser pela criação. Foi em sete dias que Deus criou o
mundo e até hoje permanece a semana de 7 dias”. “
Realmente temos um Deus muito poderoso!” - exclamou a Margarida. Então,
todos juntos, agradeceram a Deus pelas grandes coisas que Ele fez para nós.
1. Temos Visitas

David, despacha-te! Vai tomar banho e veste-te! Daqui a pouco chegam os


nossos amigos!”. O David não saía da frente do computador! Tinha esperança
de conseguir acabar o nível do jogo antes de ir tomar banho! Mas.. tic tac tic
tac ... o relógio lembrava-o que o tempo estava a passar! O relógio e os
constantes avisos da mãe! “David, olha as horas!! Daqui a pouco chegam os
nossos amigos!” – repetia ela da cozinha! Os amigos dos pais viviam no
Brasil e ele já não os via há 5 anos! Quando foram viver para lá, o David tinha
apenas 4 anos! Mas agora vinham a Portugal e traziam a sua filha Rebeca, que
tinha a idade dele! Entretanto, depois da mãe muito insistir, o David lá foi
tomar o seu banho e vestir-se, mesmo sem ter conseguido terminar o nível do
jogo! Tinha de estar bem vestido e lavadinho para receber as visitas!
Dlim Dlom ... a campainha tocou! Entre abraços e algumas lágrimas de
alegria, todos se cumprimentaram! O David estava muito contente de poder
ver de novo aquela família amiga que já não via desde pequenino, mas ...
quando viu a Rebeca, o seu coração bateu mais acelerado. Que olhos azuis... e
o cabelo? Pareciam raios de sol. Bem, o sorriso nem falar... até dava vontade
de sorrir também! “Queres vir brincar comigo?” – perguntou o David com os
olhos a brilhar. “Claro!” – respondeu ela com um lindo sorriso. O David
estava encantado! Eles iam ficar durante um mês em Portugal e, por isso, iam
ter várias oportunidades de se encontrar.
Era dia de irem todos junto à igreja. O David escolheu uma roupa bem bonita
e antes de sair passou pelo espelho! Ajeitou o cabelo com um pouco de gel e
borrifou o pescoço com o perfume do pai. Será que a Rebeca iria gostar? Ao
chegar à igreja, lá estava ela com um lindo vestido verde. Entraram juntos
para a sua classe e sentaram-se para assistir à lição da bíblia-
“Bom dia meninos! Parece que hoje temos cá uma visita” – disse a professora
com um sorriso, olhando para a amiga do David – “Como te chamas?”.
“Rebeca!” – respondeu ela timidamente. A professora sorriu novamente. “Que
engraçado! Hoje vamos falar mesmo da história de Rebeca! Isaque e
Rebeca!”. Então começou a perguntar: “Lembram-se quem era o pai de
Isaque?”. “Abraão!” – respondeu o Filipe, um menino cheio de sardas que
estava sentado atrás do David. “Exato! Foi o filho prometido por Deus a
Abraão e a Sara já na sua velhice! Mas agora, a mãe tinha morrido e Isaque,
que já era um homem, precisava de casar!”.
A professora ia explicando a história, enquanto mostrava num quadro imagens
muito bonitas. “Só que Isaque não podia casar com uma rapariga qualquer.
Tinha de ser alguém que também amasse a Deus! Então Abraão enviou o seu
servo para procurar uma noiva para Isaque entre os seus parentes que
moravam longe, porque sabia que aí as raparigas adoravam a Deus!”.
O David sorriu para a sua prima e ela retribuiu-lhe um sorriso... aquele
sorriso lindo, que até o fazia corar! Ele estava muito feliz por a sua prima
também amar a Deus! Assim podiam estar ali os dois na igreja! Ele
compreendia Isaque! Se ele arranjasse uma esposa que não fosse adoradora de
Deus, eles não podiam partilhar juntos esses momentos de louvor a Deus!
A professora continuou: “Então o servo, quando chegou à cidade onde
moravam os parentes de Abraão, orou a Deus para que fosse Ele a indicar-lhe
qual a rapariga certa! É muito importante sempre que temos de tomar qualquer
decisão orar a Deus!” – disse a professora com muita convicção – “Então o
servo pediu a Deus que o sinal fosse o seguinte: a rapariga escolhida deveria
vir dar de beber aos seus camelos, porque isso mostrava que ela era
simpática! E assim foi. Chegou Rebeca e deu de beber aos camelos! Já viram
como Deus responde às nossas orações?” – exclamou a professora – “Seja
qual for a resposta, Deus dá-nos sempre o melhor! Por isso quando o servo
regressou e apresentou Rebeca a Isaque, ele amou-a muito! Pode dizer-se que
Deus os fez mesmo um para o outro!”. O David olhou para a Rebeca no canto
do olho. Será que um dia ela também poderia ser a sua Rebeca, escolhida por
Deus?.
Entretanto chegou o dia da partida! Depois de um mês de férias, era hora de
regressar. Todos estavam tristes porque a separação custava! Mas o David e a
Rebeca estavam mesmo muito tristes! Tinham feito uma boa amizade, tinham
passado bons momentos juntos... e agora? Quando se voltariam a ver?
“Manda-me um email, ou escreve-me uma carta” – pediu a Rebeca com
lágrimas nos olhos. “Claro que vou escrever! Escreve-me tu também!” – disse
o David com os olhos molhados. Os pais interromperam as despedidas! O
avião não esperava! Mas antes de se separarem a Rebeca entregou um
bilhetinho ao David. “Depois lê!”- exclamou ela.
Ainda com o coração apertado, ele entrou no quarto, fechou a porta e leu:
“Querido David, como fez Isaque e o servo, em todas as decisões que tomares
na tua vida, consulta a Jesus em oração. E quem sabe um dia, quando
crescermos, Ele não nos mostrará que fomos feitos um para o outro?!” O
David sorriu! Só mesmo Deus saberia!
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Table of Contents
1. Onde Estará?
2. Que Alta!
3. A Macieira
4. O Galo Cristas
5. Uma Partida de Futebol
6. O Planetário
7. Temos Visitas

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