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ÍNDICE
CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO............................................................................................................3
1.1. Introdução...............................................................................................................................3
1.2. Problematização.....................................................................................................................5
1.3. Justificativa.............................................................................................................................6
1.4. Objetivos................................................................................................................................7
1.4.1. Objetivo Geral................................................................................................................7
1.4.2. Objetivos Específicos.....................................................................................................7
2. CAPÍTULO II: REVISÃO DA LITERATURA.........................................................................8
2.1. Conceitos Básicos...................................................................................................................8
2.1.1. Inclusão..........................................................................................................................8
2.1.2. Inclusão social................................................................................................................8
2.2.3. Recreação.......................................................................................................................9
2.2.4. Lazer...............................................................................................................................9
2.2.5. Estratégias de inclusão social........................................................................................10
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..........................................................................................18
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CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO
1.1. Introdução
O trabalho académico em apreço consiste na apresentação de um Projeto de Intervenção
Social, na área específica de Educação e assistência Social, tendo este por finalidade e objecto
social a prestação de serviços filantrópicos, assistencial, desportivo, recreativo e educacional
na criança carente em observância ao exposto no artigo 27º desta Lei, “à criança que fique
temporária ou definitivamente privada do seu ambiente familiar ou que, no seu superior
interesse, não possa continuar integrada na sua família natural, tem direito à proteção
alternativa e assistência especial por parte do Estado, nos termos fixados por lei”.
Quanto a estrutura do trabalho, este projeto apresenta para além das notas introdutórias que é
caracterizado pela delimitação do tema, justificativa da escolha do tema, problematização e
objetivos do trabalho; A revisão da literatura constituída por algumas literaturas sobre
Inclusão social das crianças da rua através da recriação e do lazer; Metodologia do projeto,
constituído pelo conjunto de técnicas e processos utilizados para resolver o problema indicado
no Projeto de intervenção e cronograma detalhado das atividades; e a apresentação do projeto,
onde são apresentados o local de Estudo, recursos necessário, resultados esperados e
referências bibliográficas.
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1.2. Problematização
Diariamente encontramos nas ruas crianças e adolescentes que não estão convivendo com
suas famílias, muitas destas crianças e adolescentes fazem da rua sua moradia, estão nos
semáforos pedindo esmola, trabalhando, ou usando drogas, outras estão em centros de
acolhimento institucional. Embora as relações familiares de crianças e adolescentes em
situação de rua sejam geralmente permeadas por conflitos, vulnerabilidades e dificuldades no
campo psicossocial e afectivo, a família permanece sendo uma importante rede de
pertencimento para esses sujeitos.
Conforme o disposto no artigo 7 da Lei nº 7/2008, Lei de Promoção e Protecção dos Direitos
da Criança, é dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do Estado assegurar à
criança, com absoluta prioridade, a efectivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à
segurança alimentar, à educação, ao desporto, ao lazer, ao trabalho, à cultura, à dignidade, ao
respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária. Porém, embora exista essa lei,
ainda se verifica o descaso de algumas famílias frente a estes direitos, não respeitando assim o
que determina a lei.
São notórios os esforços feitos pelo estado e sociedade civil com vista a proteger as crianças e
adolescentes em situação de rua, entretanto, este ainda é um problema persistente que
demanda esforços para a sua completa eliminação. Pois, ainda encontramos crianças que
passam pelo processo de acolhimento institucional e reintegração familiar, que, no entanto,
retornam às ruas, bem como, situações de crianças que mesmo estando em centros de
acolhimento sentem-se em piores condições de vida, em relação ao período em que se
encontram nas ruas, ou seja, as condições de vida dos lugares de acolhimento aumentam a
saudade das ruas.
Entretanto, este projecto não tem a pretensão de apresentar-se como solução ao problema dos
meninos de rua, uma vez que este é uma questão extremamente complexa, porém, procura-se
construir uma alternativa para amenizar esta problemática. Portanto, a introdução do lazer e
da recriação junto aos meninos de rua tem sua validade assegurada se se pensar que essas
crianças e adolescentes ainda estão em fase de desenvolvimento e formação da personalidade
e, não obstante as situações em que vivem, poderão encontrar durante estas actividades
oportunidades de entender o sentido da sua existência no seio do movimento e do prazer
causado pelas actividades.
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Diante do acima exposto, levanta-se a seguinte questão de partida: Que acções podem
minimizar a permanência das crianças na rua?
1.3. Justificativa
Para além do imperativo académico de terminar a formação com uma monografia, projecto,
ou exame de estado, a realização deste trabalho constitui uma janela de oportunidade para
aprendizagem e aprofundamento das minhas habilidades de pesquisa e de projecto de
intervenção na minha área de formação. Por outro lado, importa salientar que o interesse por
este projecto surgiu a quanto das aulas práticas momento a partir do qual constatei a
existência desta situação.
Do ponto de vista da importância deste para as crianças justifica-se pelo facto de permitir que
as crianças possam gozar da alegria, satisfação e bem-estar que resulta da permanência desta
na família ou na instituição de acolhimento, de acordo com os princípios de direito
elementares previstos pela lei de proteção da criança, e a formação das crianças para
cumprirem com os seus deveres na família, na escola e na comunidade.
No que tange a família e a comunidade, a realização desse projecto é pertinente, pois, nos
permitira sensibilizar as famílias e as comunidades para o respeito ao direito da criança a
liberdade de expressão e participação nas questões que a dizem respeito em função da sua
idade e maturidade, aprendizagem e construção de experiências de relacionamentos saudáveis
com seus filhos e os demais elementos da comunidade. assim, promover um dos direitos
fundamentais da criança e do adolescente, que é o direito a família e a protecção. Este
projecto constitui um instrumento de integração da criança, no contexto académico, familiar,
entre outros, afastando-a assim, de ambientes que contribuem para o desenvolvimento da
delinquência social (criminalidade, desemprego, analfabetismo, etc.).
Do ponto de vista académico e social, o projecto poderá servir de fonte para a realização de
práticas e estratégias para os futuros formandos, assim como, para a realização de pesquisas
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1.4. Objetivos
2.1.1. Inclusão
Etimologicamente, a palavra inclusão provém do verbo incluir (do Latim Includere) que
significa conter em compreender, fazer parte de ou participar de. Assim, falar de inclusão é
falar do educando que se sente contido e parte da escola, ao participar de todas as
possibilidades educativas oferecidas pelo sistema educacional, contribuindo, portanto, com o
seu potencial (BREVILHERE & STEINLE, 2008).
De acordo com Leitão (2006, p. 34) apud CAMPUS (2017), a inclusão é proporcionar a todos
e cada um, o acesso às melhores condições de vida e de aprendizagem possíveis. Não apenas
alguns, mas todos, necessitam e devem beneficiar da aceitação, ajuda e solidariedade, dos
seus pares, num clima onde ser diferente é um valor.
Sendo assim, a inclusão pressupõe reconhecer que o outro, independentemente das suas
necessidades, precisa fazer parte da sociedade, não como “diferente”, mas sim, como parte
dela. Visa à aceitação das diferenças individuais, à valorização da contribuição de cada
pessoa.
De acordo com Sheppard (2006, p. 22) apud ALVINO-BORBA & MATA-LIMA (2011), a
inclusão social está relacionada com a procura de estabilidade social através da cidadania
social, ou seja, todos os cidadãos têm os mesmos direitos na sociedade. A cidadania social
preocupa-se com a implementação do bem-estar das pessoas como cidadãos.
Para LACLAU (2006) a inclusão social é uma questão de abertura e de gestão: abertura,
entendida como sensibilidade para identificar e recolher as manifestações de insatisfação e
dissensos sociais, para reconhecer a “diversidade” social e cultural; gestão, entendida como
crença no caráter quantificável, operacionalizável, de tais demandas e questionamentos,
administráveis por meio de técnicas gerenciais e da alocação de recursos em projetos e
programas (as políticas públicas).
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Segundo LOPES (2006) inclusão social são as políticas sociais contemporâneas que
priorizam, equivocadamente, atingir os excluídos que estão no limite das privações através de
programas focalizados que sustentam rótulos de “inclusão social”.
Entende-se com os conceitos acima, que, a inclusão social é o termo utilizado para designar
toda e qualquer política de inserção de pessoas ou grupos excluídos na sociedade. Portanto,
falar de inclusão social é remeter ao seu inverso, a exclusão social.
2.2.3. Recreação
A palavra recreação vem do verbo latino recreare que significa reproduzir e/ou renovar. Deve
ser entendida como uma atividade espontânea, natural, divertida, onde as pessoas buscam
acções que melhorem sua qualidade de vida, satisfazendo suas necessidades físicas, psíquicas
e mentais de forma prazerosa (YUKIT 1970; STREET; HAYLEY; CUTT, 2007 citados por
ABRAHÃO JUNIOR & PEZUK, 2020).
Para Brêtas (1997) citado por SILVA et al (2011), recreação pode ser entendida como o criar,
o recrear e o recriar-se, que está intimamente atrelado à acção do homem sobre o mundo.
Constitui-se, assim, num espaço privilegiado para a construção coletiva de novos
conhecimentos e, ainda, em possibilidade de influenciar educadores mais comprometidos com
as mudanças necessárias para o surgimento de uma sociedade pautada em valores mais
humanos.
2.2.4. Lazer
Segundo NUNES & HUTZ (2014), numa perspetiva psicológica, o lazer seria a satisfação de
uma necessidade humana complexa, que é colocada em prática por meio de experiências que
são individualmente definidas como prazerosas.
Sob ponto de vista da sociologia, o lazer é visto como “tempo orientado para a realização da
pessoa com fim último” (Dumazedier, 1974, p. 91 citado por BARBOSA, 2017). Nessa
perspetiva o lazer é tido como o tempo em que o indivíduo está livre de suas obrigações,
porém, não necessariamente uma atividade prazerosa.
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Witt e Bishop (2009) citados NUNES & HUTZ (2014), afirmam que cada pessoa define o
lazer de acordo com os seus gostos e com os recursos disponíveis para satisfazer as suas
necessidades, e poderá valorizar os resultados de maneira diferenciada, de acordo com o seu
sistema de valores e aspirações. A actividade de lazer depende do significado que a pessoa lhe
dá, e não da actividade em si. Com isso, o lazer pode assumir formas diversas para diferentes
pessoas, ou seja, uma mesma atividade pode ser vista como obrigação ou como lazer.
Percebe-se assim que lazer é um tempo, e que a recreação está relacionada às actividades
nelas desenvolvidas. A diferença entre o lazer e a recriação está na escolha das atividades
exercidas. Enquanto no lazer, o indivíduo possui liberdade de escolha, na recreação as
atividades estão presentes e são impulsionadas por motivos diversos, seja de aspecto físico,
psicológico ou social.
A inclusão social pode ser considerada como um processo utópico por alguns autores, mas,
por outro lado, também é considerado como um processo que tenta, de alguma forma, reverter
ou atenuar os efeitos provocados pelos processos de exclusão social.
Dentre essas políticas podemos citar, em particular, a Assistência Social. Considerada por
YAZBEK (2004) apud COUTO (2015) como política estratégica de inclusão, esta tem como
princípio contribuir para a melhoria das condições de vida dos sujeitos, definindo a garantia
dos direitos daqueles que enfrentam processos de exclusão social e expansão da cidadania
para a classe trabalhadora, principalmente aos que não têm inserção formal no mercado de
trabalho.
PEREIRA (2013), em seu trabalho sobre a proteção social contemporânea, abordou duas
categorias de assistência social: do tipo “stricto sensu”, voltada especialmente para a pobreza
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PEREIRA (2013) considera ainda que falar sobre assistência social é uma tarefa complexa,
uma vez que, ela ainda não é considerada como uma política de direitos. Este autor, defende
que existem preconceitos e distorções quanto ao seu conceito. Conforme expressou SPOSATI
(1995), de uma maneira geral, compreende-se a assistência de forma restrita, como uma
concessão de auxílios em situações consideradas de risco ou vulnerabilidade. A literatura que
trata do tema muitas vezes mostra que ela é entendida e explicada pelas funções que exerce ou
pelo local institucional onde a assistência foi implementada.
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Trata-se de um projecto de intervenção social que visa promover a permanência das crianças
da rua junto dos locais de acolhimento por meio de actividades de recreativas. Sendo assim,
para sua execução, adoptamos a metodológica participativa ZOOP, por se adequar a natureza
do projecto.
Segundo Telles (1998) apud SANTOS (2013), planificar de forma participativa um projecto
social, significa dar voz às pessoas que estão directamente envolvidas na situação-problema
na qual se pretende intervir, sejam as que sofrem suas consequências ou as que dela tiram
proveito; desenvolver conhecimento comum sobre a situação que integre os saberes dos
especialistas, quanto os das pessoas comuns; alegar alternativas, formular estratégias e tomar
decisões em conjunto.
As actividades serão realizadas nos bairros onde meninos de rua costumam se reunir. Em
suma, pressupõe inicialmente o mapeamento do território, a partir de abordagens sistemáticas,
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ou seja, tendo em conta o ambiente em que ele é oriundo, bem como no qual esta inserido;
identificando locais onde exista situação de crianças de rua, podendo também a comunidade
solicitar abordagens, quando necessário, através de um telefone central.
3.3. Grupo-alvo
Pretende-se abranger cerca de 100 crianças em situação de rua, divididos em três grupos
focais em sítios estratégicos, previamente escolhidos arredores da cidade de Maputo.
Dinâmica de grupo é uma técnica, que utiliza jogos, brincadeiras ou simulações de modo a
provocar uma reflexão acerca de uma determinada temática que tenha relação com o objeto de
intervenção, e que no caso do Serviço Social, tem o assistente social como facilitador
(TRINDADE, 2004). Visto que a nossa intervenção privilegiará o lazer e a recreação em suas
actividades, faz-se pertinente o uso desta técnica no projecto.
Debate é um diálogo formal, argumentativo, no qual duas ou mais pessoas expõem seu
parecer sobre um determinado assunto (AMARO, 2003). Esta técnica será útil na medida em
que permitirá que as crianças exponham seu ponto de vista com relação a tema polémicos que
tenham haver com a vida nas ruas, e assim, os assistentes sociais possam perceber os pontos
de vista delas. Esta técnica, permite que os participantes exponham suas opiniões, sem que se
sintam reprimidos.
Grupos de reflexão é uma técnica de apoio psicológico emocional que contribui para que os
indivíduos envolvidos possam lidar com medos, angustias preocupações e anseios (Faleiros,
1985, p. 24 apud AMARO, 2003). Nesse sentido, usaremos esta técnica, juntamente com a
dinâmica de grupo, para criar à possibilidade dos sujeitos se descobrirem como tal, assim
como o reconhecimento de sua identidade social e valores, construindo vivências novas e
refletindo sobre as suas experiências.
Para a realização de palestras e actividades nos bairros eleitos, iremos submeter um pedido de
autorização anexado ao plano detalhado do projecto ao Conselho Municipal da cidade de
Maputo, assim, pretendemos conseguir o deferimento legal para intervir na comunidade.
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É a fase mais complexa de todo o ciclo, pois este é o momento do desenvolvimento das
actividades e da utilização dos recursos, tendo como alvo o alcance dos resultados e objetivos
estipulados. Para tal serão realizadas as seguintes actividades:
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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